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METODOS DE PESQUISA

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
 
ORIENTAÇÕES PARA AS PROVAS DOS ALUNOS EM REGIME DE DEPENDÊNCIA OU ADAPTAÇÃO:   
P1 - Módulos I e II
P2 - Módulos III e IV
 A disciplina está dividida em 8 módulos ( numerados de I a VIII).
Os conteúdos de I a IV são avaliados na NP1 e os conteúdos de V a VIII serão avaliados na NP2.
I - Ementa
 Iniciar o aluno no trabalho intelectual alicerçado na busca do conhecimento por meio da aplicação da metodologia científica. Capacitar o aluno a utilizar os instrumentos necessários à busca de informação, mostrar os tipos de pesquisa científica, apresentar os instrumentos para coleta de dados e propiciar as bases necessárias para a compreensão dos fundamentos da metodologia científica.
 II - Objetivos
Desenvolver as habilidades para escrever um projeto de pesquisa. Possibilitar o conhecimento das diferentes fases de uma pesquisa, desde a pesquisa bibliográfica até à redação de um trabalho.
 III - Objetivos específicos
Detalhar as etapas para elaboração de um projeto de pesquisa. Mostrar as diversas técnicas de pesquisa. Estabelecer procedimentos para coleta, apresentação, tratamento e interpretação de dados. Mostrar as etapas para elaboração e divulgação de um relatório de pesquisa.
 IV - Conteúdo Programático
 A pesquisa como produção de conhecimento; noções gerais, conceito e etapas do projeto de pesquisa; tipos de pesquisa: estudos de caso, bibliográficas, descritivas, observacionais, correlacionais; estudos prospectivos, experimentais, de grupo, de sujeito único; técnicas de pesquisa; o projeto de pesquisa; estrutura do trabalho de pesquisa; escolha e delimitações do assunto de pesquisa; coleta e apresentação dos dados; análise dos dados, tratamento estatístico; interpretação dos dados; o relatório da pesquisa; seções do relatório da pesquisa; a divulgação da pesquisa; comunicação científica oral e escrita; normas de citações e referências bibliográficas.
 
V - Estratégia de trabalho
Aulas teóricas expositivas, destinadas a ministrar o programa da disciplina.
VI - Avaliação
Provas bimestrais 
 Os conteúdos de I a IV são avaliados na NP1 e os conteúdos de V a VIII serão avaliados na NP2.
 
VII - Bibliografia
Bibliografia básica
Lakatos, E. Maria & Marconi, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 2007.ALVES, Rubem. Filosofia da ciência, São Paulo, Ars Poética, 1996.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2005.
CERVO, A. L. & Bervian, P. A. Metodologia Científica. São Paulo: Makron Books, 1996.
Bibliografia Virtual
A L. CERVO, Bervian P.A. & Silva R. Metodologia Científica. Editora Pearson - 6ª Edição
AZEVEDO C. B. Metodologia científica ao alcance de todos. Editora Manole
MAGALHÃES G.  Introdução à metodologia de pesquisa. Editora Atica
 
Bibliografia complementar
 
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico; elaboração de trabalhos na graduação.-6 edição-São Paulo: Atlas, 2003
CHIZZOTI, A. A pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo, Ed. Cortez, 1995.
CONTANDRIOPOULOS, A.P. e. al Saber preparar uma pesquisa, São Paulo: Hucitec & ABRASCO,1994.
DEMO P. Introdução à metodologia da ciência, São Paulo: Atlas, 1991.
GIL, A. C. Projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1994.
 MODULO 1 
I - A PESQUISA COMO PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO
A ciência é uma atividade tipicamente humana de busca sistemática do conhecimento da natureza e dos seus fenômenos.
Observação  ?  Descrição  ? Teorização
 
Dependendo do objeto de pesquisa, a experimentação (tentativa de reproduzir em laboratório, de modo controlado, os fenômenos) poderá não existir, sendo substituída por um modelo teórico explicativo dos fenômenos naturais ou sociais.
A experimentação pode ser mais ou menos rigorosa, dependendo dos recursos que se dispõe, inclusive o conhecimento teórico pré-existente.
A profissão de cientista, entendendo-se como a atividade regularmente remunerada por prestação de serviços de pesquisa científica e tecnológica, surge pela primeira vez na Alexandria, cerca de 330 anos a. C.  Anteriormente, o conhecimento científico era gerado por filósofos, professores, sacerdotes, magos e por pessoas com outras profissões, mas que tinham em comum um grande espírito de curiosidade e uma certa disciplina.
Nos dias atuais, muito se tem discutido sobre os métodos por meio dos quais se desenvolve a atividade científica podendo-se dizer que todos eles têm validade tanto para a ciência como na busca de tecnologia. Estes métodos podem:
 
·              priorizar a conduta abstrata e teórica e subestimam as sensações e o experimento,
·              entender ser a comprovação experimental o procedimento fundamental
  
 
1.1. Conceito de tecnologia
 
A tecnologia é o estudo das técnicas, inclusive de sua evolução. É a busca do conhecimento de como produzir e desenvolver instrumentos de trabalho, equipamentos e processos, destinados a elevar a produção por esforço físico humano ou unidade de trabalho despendida e resolver problemas e, desta forma, melhorar a qualidade de vida.
Na sua origem, a tecnologia era uma atividade típica de artesãos, dedicados a uma arte diversa daquelas voltadas para despertar o prazer estético, como a pintura, a escultura etc.
O desenvolvimento destas artes práticas ou técnicas vem se dando desde o aparecimento do homem, mas a sistematização e a divulgação do conhecimento adquirido é uma manifestação recente.
A tecnologia generaliza-se depois da descoberta da imprensa. Antes da publicação de tratados impressos, alguns copistas tentaram, por meio de manuscritos, sistematizar e preservar o conhecimento técnico disponível desde a antiguidade.
·              o conhecimento se transmitia de homem a homem, nas oficinas e laboratórios.
 
Até o Século XVII não se pode falar de relacionamento funcional entre a ciência e a tecnologia, ou de ciência e tecnologia conectadas, C&T. Este relacionamento se dá com a Revolução Científica do Século XVII, quando a necessidade de equipamentos mais complexos e mais precisos para as determinações e medições, obrigou os cientistas a estabelecerem um contato mais próximo com os artesãos, o que propiciou um intercâmbio de idéias com sensíveis benefícios para as duas partes.
 
 
A tecnologia de hoje é a ciência de ontem e a ciência de hoje é a tecnologia de amanhã.
 
 
1.2. Conceito de pesquisa
 
A pesquisa é o exercício ou a prática da busca do conhecimento, conduzido por meio do método científico escolhido. Convencionalmente a pesquisa vem sendo classificada em:
 
·              básica: objetiva a expansão do saber não necessariamente associada com um interesse imediato de utilização prática dos resultados
 
·              aplicada: conduzida  com o propósito de gerar inovações para solucionar problemas.
 
É desejável que exista um certo equilíbrio no desenvolvimento deste dois tipos de pesquisa porque, enquanto a pesquisa básica cria e dá legitimidade e fundamento a novas idéias, a pesquisa aplicada procura transformá-las em utilidades.
O papel da pesquisa aplicada não deve, contudo, levar à suposição de que exista uma relação direta e linear entre os seus resultados, de um lado, e o lançamento de novos produtos no mercado, dinamização da  economia, criação de novos postos de trabalho, de outro. É necessário que ocorra antes o desenvolvimento do produto ou do processo e a mediação do empresário.
Tem-se proposto uma sub-classificação da pesquisa em estratégica e fundamental, que se aplicaria conjuntamente às categorias de básica e aplicada, de acordo com a dimensão temporal do potencial de aplicação dos seus resultados.
 
·              A estratégica apresentaria um elevado potencial para interagir rapidamente com outras pesquisas, dando suporte para novos avanços.
 
·              A fundamental teria um horizonte temporal impreciso de utilização dos resultados, seja para expansão do conhecimento, como para resolver problemas.
 
 
1.3. Conceito de desenvolvimento experimental
 
Por desenvolvimento experimental entende-se as diversas etapas de transformação de umadescoberta ou um invento em uma inovação, ou o aprimoramento de uma inovação tecnológica, seja esta um novo produto ou um novo processo produtivo.
O desenvolvimento experimental tem início em uma bancada de laboratório ou oficina, sendo progressivamente testado em escalas cada vez maiores (scale-up), até se chegar ao estágio de protótipo no caso de produto, ou de uma nova rota de produção, no caso de processo.
Este conjunto de operações é definido como atividade de Pesquisa e Desenvolvimento, P&D (Research and Development, R&D).
A P&D pode se dar por meio de cooperação entre laboratórios e oficinas de universidades e de empresas, ou pelo trabalho integrado de pesquisadores e engenheiros nos laboratórios e plantas-piloto de uma indústria, os quais reúnam tanto a capacitação científica como a técnica.
 
 
1.4. Conceito de estado do conhecimento ou “estado da arte”
 
Estado do conhecimento é a avaliação qualitativa e quantitativa do conhecimento em um determinado momento, seja ele referente a um campo da ciência ou a uma determinada técnica. É também denominado como "estado da arte"(state of the arts).
 
·              Os avanços de conhecimento na ciência são denominados descobertas ou invenções, já que houve uma certa intencionalidade de gerar utilidade.
 
·              Os avanços de conhecimento na tecnologia são inventos e inovações.
 
A denominação de inovação está reservada àquela invenção que tem condições de ser absorvida pelo setor produtivo, transformando-se em uma mercadoria. 
 
 MODULO 2 
II - PROCESSO DE GERAÇÃO DE CONHECIMENTO
A geração de conhecimento implica em que a atividade nas áreas de C&T e de P&D tenha como resultado os produtos, as descobertas, invenções ou inovações.
 
·              na área científica se dá em laboratório de universidades e centros de pesquisa.
 
·              na área tecnológica tem lugar nos laboratórios, oficinas, plantas-piloto e parques tecnológicos ou incubadoras de empresas de universidades e de centros de pesquisa e também em instalações de pesquisa das indústrias.
 
A participação da indústria na geração de conhecimento na área tecnológica se dá porque as inovações interessam de perto ao setor produtivo.
O conhecimento gerado na área científica tem sido de grande utilidade para as pesquisas na área tecnológica. Este conhecimento estabelece um fluxo de informações sobre novas descobertas e invenções de interesse para o desenvolvimento de um produto ou um processo produtivo. Da mesma forma, o avanço do conhecimento na área tecnológica interessa às pesquisas na área científica, porque significa a possibilidade de se utilizar os resultados obtidos na produção de novos instrumentos e equipamentos para análises, mensurações e determinações, bem como para criação de condições especiais para observações. O desafio está em aumentar a colaboração e o relacionamento entre a área tecnológica e a científica.
 
Desafio da geração de conhecimento
 
                              Inovação                             
A inovação é a invenção que tem condições de ser absorvida pelo setor produtivo, transformando-se em uma mercadoria
A inovação pode ser de produto ou de processo.
 
·              A de processo se divide em melhoramento organizativo, de aquisição de conhecimento gerencial, inovação tecnológica propriamente dita ou aquela que tem o progresso técnico incorporado
o        pode-se afirmar que a sua introdução implica, necessariamente, em economia de pelo menos um recurso.
 
·              A inovação de produto compreende a criação de bens finais novos e qualitativamente diversos.
o        não está voltada para poupar qualquer recurso mas sim para incrementar a demanda de um determinado 
A inovação faz a ligação entre a ciência e o mercado.
 
As inovações podem
 
·              impactar sobre o sistema produtivo (caso de um processo poupador de um determinado fator ou o caso de um recurso adicionalmente incorporado a um produto),
 
·              podem tornar a vida mais ética (caso de um método de análise que auxilie a perícia criminal),
 
·              ou podem tornar a vida mais humana (no sentido de evitar sofrimentos, prevenindo e curando enfermidades).
 
 
 
Do laboratório ao mercado.
 
Independente de serem de processo ou de produto, as inovações podem ser classificadas em
 
·              radicais ? provocam mudanças de forma pronta e imediata;
·              incrementais ? causam mudanças progressivas que levam a uma mudança equivalente a que seria produzida por uma inovação radical;
·              genéricas ? resultam da fusão das duas anteriores
·              pervagantes ? do tipo genérico, mas com um amplo espectro de aplicações, sobre muitos setores.
 
 
1.6. O interesse pelo estudo do progresso técnico e seus efeitos na economia
As possibilidades oferecidas pelo progresso técnico para renovar e impulsionar os setores produtivos, tornando-os mais competitivos, e melhorar a qualidade de vida da população, começam a ser objeto de interesse das ciências sociais por ocasião das grandes transformações que ocorreram na sociedade quando o capitalismo mercantilista inicia a dissolução do sistema feudal. Conhecer a natureza do progresso técnico aplicado ao sistema produtivo vem constituindo preocupação das várias correntes do pensamento econômico.
 
1.6.1. O enfoque dos economistas clássicos
Para os economistas clássicos o progresso técnico traria prosperidade e bem estar e quaisquer inconvenientes que resultassem de sua aplicação, seriam amplamente compensados pelos benefícios acarretados pela sua introdução.
Os economistas clássicos - Smith, Ricardo e Mill - foram os primeiros a reconhecer o papel do progresso técnico no crescimento econômico. Para Ricardo o progresso técnico - além de poder reverter a tendência da economia em direção ao “estado estacionário” - seria uma poderosa arma para a concorrência.
 
·              Os países que mais avançassem no uso das novas técnicas poderiam beneficiar-se nas relações de comércio internacional.
 
·              A inovação tecnológica consolidaria e ampliaria as vantagens comparativas de uma nação nas trocas comerciais.
 
 1.6.2. A visão marxista do progresso técnico
Marx foi o primeiro economista a seguir os efeitos do progresso técnico no sistema econômico em sua totalidade. Marx não dissociava a possibilidade de expansão capitalista, da utilização crescente do progresso técnico, uma vez que este era a principal arma da concorrência capitalista, portanto, daconcentração e centralização dos capitais.
Os impactos negativos da grande indústria, que era o vetor da modernização da produção capitalista - entre eles a destruição de formas antigas de produção familiar, a alienação do trabalhador, o aumento da exploração capitalista através do incremento da mais-valia relativa e a formação de um "exército" de desempregados - se explicavam pela formação social onde a mesma se inseria. Superado o capitalismo como formação social, a grande indústria seria expropriada e os benefícios do progresso técnico se voltariam para os trabalhadores
 
 
1.6.3. A visão do pensamento neoclássico convencional
Os neoclássicos convencionais  defendem que não se deve atribuir qualquer sentido valorativo em relação à adoção ou não do progresso técnico.
 
·              A inovação tecnológica dependeria do avanço do conhecimento científico e das artes técnicas, o que estaria permanentemente acontecendo fora do sistema produtivo.
 
·              A possibilidade de mudança técnica seria algo que aconteceria a depender do preço relativo dos fatores de produção.
 
Uma técnica avançada embutida em uma máquina ou em um processo de produção disponíveis no mercado, seria utilizada quando os preços destes bens que a incorporassem pudessem ser comparativamente vantajosos em relação ao preço dos fatores que seriam substituídos. Só o mercado deve orientar uma mudança técnica e um valor afirmativo deve ser dado ao equilíbrio que através dele se venha obter, sendo uma questão menos relevante o rumo e a velocidade com que o progresso técnicoé incorporado pelo sistema produtivo.
 
 1.6.4. A visão contemporânea
A visão contemporânea ressalta o impacto econômico das políticas públicas de ciência e tecnologia e das instituições integrantes do sistema nacional de inovações tecnológicas. Tão ou mais importante que os preços relativos para a decisão empresarial de introduzir uma inovação visando maior competitividade, é o funcionamento do sistema de geração de tecnologias e os mecanismos deendogeneização da demanda pela pesquisa e desenvolvimento, P&D.
O arcabouço institucional da ciência e da tecnologia, ou a maneira como se organiza e funciona a pesquisa básica e a aplicada e os mecanismos de difusão em um determinado país ou região, é um fator decisivo nos processos de indução e absorção de inovações tecnológicas.
 
1.7. O papel da C&T na afirmação da soberania nacional
A afirmação de uma nação, a continuidade de sua independência, soberania e as relações comerciais mais equilibradas que estabelece com o resto mundo são progressivamente dependentes da Ciência e da Tecnologia.
Ciência e Tecnologia não são somente elementos da cultura de um povo, de uma sociedade, mas são também elementos delimitadores de um perfil moderno de qualquer Estado nação. Sem uma ciência e uma tecnologia nacionais não se consegue promover o desenvolvimento econômico, valorizar devidamente os produtos de exportação e também não se tem sucesso em educar, nutrir e tornar saudáveis os cidadãos de um país.
No Brasil:
·              há necessidade de que certos conhecimentos sejam adaptados à realidade brasileira,
·              há necessidade de sermos menos dependentes de produtos importados e mais eficientes na exportação de produtos novos
 
Estas necessidades nos obrigam a sermos eficientes na geração autóctone do conhecimento, aquela que se dá no próprio local onde se faz necessária.
 
 1.7.1.  Porque a tecnologia importada não substitui a geração autóctone
A importância de uma produção autônoma em Ciência e Tecnologia que leve a uma menor dependência da importação de conhecimentos se justifica porque a transferência de tecnologia não esgota o elenco da diversidade das necessidades de inovações e não apresenta um grau variável de adaptabilidade ao ambiente e às particularidades de mercados nacionais com especificidades culturais inquestionáveis.
A efetividade da transferência de tecnologia, que deve ser medida pela capacidade de ir além de soluções tópicas e localizadas de problemas, somente se verificaria quando acompanhada da possibilidade de se produzir conhecimento autóctone, que é aquele nacionalmente localizado.
Somente por esta via é que serão geradas oportunidades de investimentos que ajudam a superar o modelo de economia complementar e a reduzir os eventuais desequilíbrios econômicos entre as nações.
É por meio da produção nacional do conhecimento científico-tecnológico que surgem as possibilidades de explorar as vantagens de comércio internacional, obtendo lucros extraordinários, mediante a incorporação em "primeira mão", de inovações de processos e produtos, o que não é possível pela via da importação de tecnologia.
A dependência tecnológica como fator de retardamento do desenvolvimento econômico tem sido salientada por vários estudiosos. Na medida que é uma utopia pensar-se em auto-suficiência em termos de conhecimento, é, por outro lado, altamente desejável depender menos da pesquisa realizada fora das fronteiras do Brasil.
Renunciar à geração autóctone do conhecimento e a uma presença em temas avançados de pesquisa significa manter um elevado grau de vulnerabilidade da economia e colocar questões essenciais como a segurança alimentar e a saúde da população fora do controle das decisões nacionais. A cooperação internacional em ciência e tecnologia, bem como nos demais setores, faz parte do convívio das nações. Entretanto, ela se deve dar em condições de trocas iguais.
O Brasil tem forte potencial para a geração de conhecimento, mas ainda carece de um mecanismo que faça com que este conhecimento alcance o setor produtivo.
 
 
 
O aumento da geração de conhecimento no Brasil.
  
Comparando-se o Brasil com a Coréia, observa-se que a produção acadêmica dos dois países é semelhante. Porém a quantidade de trabalhos acadêmicos transformada em pedidos de patentes na Coréia é mais de trinta vezes maior que no Brasil.
 
 
 
 
Os produtos da geração de conhecimento no Brasil e na Coréia.
 
No Brasil há ainda incongruência entre o volume de produção científica e a escassez de inovações. A expansão do conhecimento não é proporcional ao aproveitamento econômico desse conhecimento. Alguns problemas foram detectados por pesquisadores:
 
·              Cultura de propriedade intelectual incipiente – o conhecimento como fonte de geração de inovação e de riqueza precisa, antes de qualquer coisa, estar protegido (situação que vem sendo alterada).
 
·              A reputação / notoriedade do pesquisador parece ser mais importante que o benefício social da exploração comercial do objeto da patente.
 
·              Há pouco incentivo e cultura para a fixação de Doutores em empresas (expectativa de mudança com a Lei de Inovação).
 
A situação é ainda mais grave quando se compara o Brasil com países como a Inglaterra, a França e a Alemanha. O Brasil precisa capitalizar mais sua cultura científica.
 
Os produtos da geração de conhecimento no Brasil comparados com outros países.
MODULO 3
III - TIPOS DE PESQUISA
A pesquisa compreende qualquer atividade criativa e sistemática realizada com o fim de incrementar o acervo do conhecimento científico e o uso deste acervo de conhecimentos para conceber novas aplicações.
Para realizar uma pesquisa de cunho científico é de fundamental importância que o pesquisador tenha uma clara distinção dos diversos tipos de conhecimento e uma sólida fundamentação epistemológica.
 
Classificação dos tipos de pesquisa.
 
 
2.1.Quanto à Natureza
2.1.1. Pesquisa Básica
Tem como objetivo principal a busca do saber.
2.1.2. Pesquisa
·         Trata-se da pesquisa que é "dedicada a reconstruir teoria, conceitos, idéias, ideologias, polêmicas, tendo em vista, em termos imediatos, aprimorar fundamentos teóricos”.
·         Esse tipo de pesquisa é orientado no sentido de reconstruir teorias, quadros de referência, condições explicativas da realidade, polêmicas e discussões pertinentes.
·         A pesquisa teórica não implica imediata intervenção na realidade, mas nem por isso deixa de ser importante, pois seu papel é decisivo na criação de condições para a intervenção.
·          "O conhecimento teórico adequado acarreta rigor conceitual, análise acurada, desempenho lógico, argumentação diversificada, capacidade explicativa”.
 
2.1.3. Pesquisa empírica
É a pesquisa dedicada ao tratamento da "face empírica e factual da realidade; produz e analisa dados, procedendo sempre pela via do controle empírico e factual”.
·         A valorização desse tipo de pesquisa é pela possibilidade que oferece maior concretude às argumentações, por mais tênue que possa ser a base factual.
·         O significado dos dados empíricos depende do referencial teórico, mas estes dados agregam impacto pertinente, sobretudo no sentido de facilitarem a aproximação prática”.
 
2.1.4. Pesquisa Aplicada
Busca de solução para problemas concretos e imediatos.
 
·         Muitas vezes pesquisas básicas revelam grande importância em nossa vida. É o caso da eletricidade. Quando os primeiros cientistas começaram a pesquisá-la, o único objetivo era a curiosidade.
·         Ligada à práxis, ou seja, à prática histórica em termos de conhecimento científico para fins explícitos de intervenção;não esconde a ideologia, mas sem perder o rigor metodológico
 
 
2.2.Quanto aos objetivos
2.2.1.A Pesquisa Exploratória
Na primeira aproximação com o tema, pode buscar descobrir teorias e práticas que modificarão as existentes; recuperar as informações disponíveis para criar maior familiaridade com os fenômenos, descobrir os pesquisadores ou buscar informações para a obtenção de inovações tecnológicas.É feita por meio de:
 
·         Levantamentos bibliográficos
·         Entrevistas com profissionais da área
·         Visitas à instituições, empresas, etc.
·         Web sites, etc.
 
2.2.2. A Pesquisa Descritiva
Observa, registra e analisa os fenômenos, sem manipulá-los e é muito utilizada em pesquisas sociais. Procura descobrir a freqüência com que o fenômeno ocorre, sua natureza, suas características, sua relação com outros fenômenos.
Em geral, é executada após a pesquisa Exploratória e implica na realização de observação sistemática e não participante com o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados (questionário e observação sistemática).
 
2.2.3. A Pesquisa Explicativa
Visa ampliar generalizações, definir leis, estruturar e definir modelos, relacionar hipóteses existentes e gerar novas via dedução. Exigem maior investimento na síntese, teorização e reflexão sobre o objeto. Busca explicar os porquês e exige aplicação de métodos de modelagem e simulação para reproduzir fenômenos e aprofundar o conhecimento da realidade.
 
	NÍVEIS
	CONHECIMENTO
	OBJETIVOS
	MODALIDADES
	EXPLORATÓRIA
	COMO
	Conhecer mais  e melhor um problema
Elaborar hipóteses
Aprimorar idéias
Descobrir intuições
	Levantamentos bibliográficos
Entrevistas
Estudos de caso
	DESCRITIVA
	O QUÊ
	Descrever características de população ou fenômeno
Estabelecer relações entre variáveis
 
	Estudos etnográficos
Levantamentos (opiniões, atitudes, crenças...)
	EXPLICATIVA
	POR QUÊ
	Identificar variáveis que determinam a ocorrência de um fenômeno
Explicar a razão do fenômeno
Investigar relações de causa e efeito
	Experimental
MODULO 4 
IV - TIPOS DE PESQUISA
2.4. Quanto aos procedimentos
Uma vez entendida a natureza da pesquisa e determinados seus objetivos deve-se escolher o procedimento para sua execução.
 
Escolhendo o tipo de pesquisa.
 
 2.4.1. Pesquisa experimental
 
Manipula diretamente as variáveis relacionadas ao objeto de estudo. Busca as causas e efeitos, como o evento ocorre. O cientista cria situações de controle para evitar interferências (o placebo, por exemplo).
A Pesquisa Experimental viabiliza novas descobertas: materiais, componentes, métodos, técnicas e é muito utilizada para obter novos conhecimentos e para a construção de protótipos. Este tipo de pesquisa requer manipulação e coleta de dados imparcial.
 
Experimentar significa:
 
·         elaborar e formular novos elementos,
·         testar materiais e componentes,
·         simular eventos,
·         inferir e introduzir variáveis,
·         realizar modelagens.
 
Em uma pesquisa experimental o pesquisador manipula algumas variáveis e então mede os efeitos desta manipulação em outras variáveis
 
2.4.1.1. O que são variáveis?
Variáveis são características que são medidas, controladas ou manipuladas em uma pesquisa. Diferem em muitos aspectos, principalmente no papel que a elas é dado em uma pesquisa e na forma como podem ser medidas. Há variáveis dependentes e variáveis independentes.
Variáveis independentes são aquelas que são manipuladas enquanto que variáveis dependentes são apenas medidas ou registradas.
 
2.4.2. Pesquisa de Laboratório
Artificializa a produção do fato ou da sua leitura
É caracterizada por:
·   Interferir artificialmente na produção do fato/ fenômeno/processo
·   Artificializar o ambiente ou os mecanismos de percepção para que o fato/fenômeno/processo seja produzido/percebido adequadamente
 
Permite:
·   Estabelecer padrão desejável de observação
·   Captar dados para descrição e análise
·   Controlar o fato/fenômeno/processo
·   Pesquisadora coleta dados em um espaço curto, obtendo um snapshot do fenômeno
 
 
2.4.3. Pesquisa Operacional
É a investigação sistemática dos processos de produção. Utiliza ferramentas estatísticas e métodos matemáticos e visa selecionar os meios para produção, comparando custos, eficiência e valores.
Aplicações:
·   Controle e produção de estoques
·   Processos e operações de manufatura
·   Projeto e desenvolvimento de produtos
·   Engenharia e manutenção de fábricas
·   Administração de RH
·   Gestão e Vendas
 
 
Exemplo:
Uma empresa de comida para cães produz dois tipos de ração, A e B. Para fabricar as rações são utilizados carnes e cereais. As rações A e B são vendidas em sacos de 7,5 kg.
 
A ração A utiliza 6 kg de cereais e 1,5 kg de carne
A ração B utiliza 5 kg de carne e 2,5 kg de cereais
O quilo de carne custa R$ 4,00
O quilo de cereais custa R$ 1,00
A empresa compra por mês 10.000 kg de carne e 30.000 kg de cereais
 Deseja-se saber qual a quantidade de cada ração a empresa deve produzir de modo a maximizar o lucro.
 
2.4.4. Pesquisa Ex-post-facto (a partir de depois do fato)
 
É uma investigação sistemática e empírica em que o pesquisador não tem controle direto sobre as variáveis independentes, porque os fatos pesquisados já ocorreram e suas manifestações. São intrinsecamente não manipuláveis. Neste tipo de pesquisa são feitas inferências sobre as relações entre variáveis em observação direta, a partir da variação concomitante entre as variáveis independentes e dependentes.
 
2.4.5. Levantamento
Caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas, cuja opinião se quer conhecer e por ser um procedimento útil para pesquisas exploratórias e descritivas. Permite oconhecimento direto da realidade, a quantificação, economia e rapidez.
 
Etapas:
·   Seleção da amostra
·   Aplicação de questionários, formulários ou entrevista
·   Tabulação dos dados
·   Análise com auxílio de ferramentas estatísticas
 
 
2.4.6. Pesquisa de Campo
Observa o lugar natural onde ocorrem os fenômenos e utiliza diversos procedimentos de coleta como observações e entrevistas. É realizada onde acontece o fato/fenômeno/processo e coleta de dados pela observação do fato/fenômenos/ processo in natura.
 
2.4.7. Estudo de caso
Estudo aprofundado e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado.
É adequado para explorar situações da vida real, descrever a situação em que está sendo feita determinada investigação e explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito complexas.
 
Limitações:
·   Falta de rigor metodológico;
·   Dificuldade de generalização;
·   Tempo destinado à pesquisa.
 
 
Um caso pode ser...
Uma decisão,
Um programa
Um processo de implantação
 
2.4.8. Pesquisa-ação
É um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.
Este tipo de pesquisa é indicado quando há interesse coletivo na resolução de um problema ou suprimento de uma necessidade. Há envolvimento participativo ou cooperativo dos pesquisadores e demais participantes no trabalho de pesquisa
 
 
2.5. Quanto à natureza da informação
 
Tipos de pesquisa quanto à natureza da informação.
 
 
 
Considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.)
Apesar de criticada por reduzir as relações humanas a números exatos, é utilizada para estudar o homem e a sociedade quando é possível utilizar a mesma metodologia e o mesmo instrumental das ciências naturais.
 
 
Exemplo
 
 
 As pessoas gostam mais de sorvete de chocolate ou de morango?
55% das pessoas gosta de chocolate
40% prefere morango
5% não gosta de sorvete
 
 
 
2.5.1.1. Técnicas Quantitativas
2.5.1.1.1. Observação sistemática
·   O observador, munido de uma listagem de comportamentos, registra a ocorrência dos mesmos durante um período de tempo.
·   Para evitar interferências, é comum se utilizar câmeras na observação sistemática
 
2.5.1.1.2. Questionário
É um instrumento ou programa de coleta de dados em que o pesquisador deve saber exatamente o que procura, oobjetivo de cada questão. O informante deve compreender perfeitamente as questões, portanto deve-se conhecer e ter cuidado com o repertório do informante.
O questionário deve seguir uma estrutura lógica, do mais simples ao mais complexo. Deve apresentar uma questão por vez e ter linguagem clara.
Características:
·   confeccionado pelo pesquisador e preenchido  pelo informante
·   linguagem simples e direta
·   deve-se condiderar um limite máximo de 30 min para respostas
·   deve-se determinar as questões mais relevantes e como se relacionam ao item de pesquisa.
 
Os questionários devem ser acompanhados de uma carta de apresentação detalhando:
·   A finalidade do estudo
·   Como preencher o questionário
·   Se é preciso identificação pessoal
·   Como devolver o questionário
 
2.5.1.1.3. Entrevistas
Partem do encontro entre o pesquisador e o objeto de estudo e servem para coleta de dados não documentados. Possibilitam análises qualitativas e quantitativas. O número de entrevistados depende da variabilidade da informação a obter. O roteiro da entrevista deve considerar a distribuição do tempo por assunto e a formulação de perguntas com respostas descritivas.
 
Tipos de entrevistas
	Entrevista Estruturada
 
	Entrevistador usa um esquema de questões sobre um tema
 
	Entrevista Semi-Estruturada
 
	Há um esquema, mas o entrevistador estimula que o entrevistado fale livremente sobre assuntos que vão surgindo
 
	Entrevista Orientada
 
	O entrevistador foca sua atenção sobre uma experiência e seus efeitos
 
	Entrevista de grupo
 
	Pequenos grupos respondem simultaneamente à um grupo de questões
 
	Entrevista informal
 
	Utilizada em estudos exploratórios, pode ajudar a encaminhar a investigação, rever hipóteses.
 
	Entrevista dirigida
 
	O informante apenas escolhe uma entre várias possibilidades.
embora possa se expressar com suas próprias palavras, é importante que as questões sejam fechadas.
 
 
2.5.2. Pesquisa Qualitativa
Considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem.
 
2.5.2.1. Técnicas Qualitativas
2.5.2.1.1. Observação participante
Ocorre por meio do contato direto do pesquisador com o fenômeno observado.
Ex.de Carlos Castañeda (A Erva do Diabo), Oliver Sachs.
 
 
2.6. Pesquisa Bibliográfica
A pesquisa bibliográfica deve anteceder todos os tipos de pesquisas, pois coloca o pesquisador em contato com o que existe sobre o seu tema. É feita a partir de documentos (livros, livros virtuais, cd-rom, internet, revistas, jornais...) e compreende várias etapas:
·   Identificação e Localização das Fontes
·   Consulta aos catálogos das bibliotecas
·   Exame de índices de periódicos
·   Consultas aos abstracts
 
 
Há três tipos de fontes de informação:
	Fontes primárias
 
	São os elementos sobre os quais está escrevendo diretamente
 - as matérias primas da pesquisa (livro, autor, experimento...) 
	Fontes secundárias
 
	Livros e artigos nos quais os autores informam resultados de suas pesquisas baseadas em dados ou fontes primárias
São citados como suporte para sua pesquisa 
	Fontes terciárias
 
	Livros e artigos baseados em pesquisas secundárias, baseados nas pesquisas de outros
Sintetizam e explicam a pesquisa feita em uma área
Úteis para início de pesquisa, mas não são atualizadas e dão suporte fraco à pesquisa
 
A BUSCA da literatura deverá ser completa, ampla e profunda. A pesquisa bibliográfica possibilita  a determinação dos objetivos, a construção das hipóteses e oferece elementos para fundamentar a justificativa ou motivação do tema.
Com a revisão bibliográfica, o pesquisador obtém os subsídios necessários para elaborar um histórico da questão, avaliar os trabalhos publicados sobre o tema, avaliar métodos apropriados para coletar e analisar dados e evitar duplicações desnecessárias de estudos já desenvolvidos.
Poucas horas gastas nas bibliotecas das grandes universidades poderão economizar muitas horas do pesquisador em laboratórios ou no campo. 
 
2.6.1. Pesquisa Documental
Assemelha-se à pesquisa bibliográfica, todavia as fontes que a constituem são documentos e não apenas livros publicados e artigos científicos divulgados, como é o caso da pesquisa bibliográfica.
A pesquisa documental é realizada em documentos conservados em órgãos públicos e privados de qualquer natureza, com pessoas, anais, regulamentos, ofícios, memorandos, balancetes, diários, cartas pessoais e outros.
 
 
Documento
 
    “Qualquer suporte que contenha informação registrada, formando uma unidade, que possa servir para consulta, estudo ou prova. Inclui impressos, manuscritos, registros audiovisuais e sonoros, imagens, sem modificações, independentemente do período decorrido desde a primeira publicação.
 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023, 2000)
 
 
 
 
 
Experimentação
MODULO 5 
V - O PROJETO DE PESQUISA
que é pesquisa?
 
“Pesquisar, significa, de forma bem simples, procurar respostas para indagações propostas.” (Silva e Menezes, 2001)
 
“Pesquisa científica é a realização concreta de uma investigação planejada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas da metodologia consagradas pela ciência.”
“A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas, através do emprego de processos científicos.”
 
“Pesquisa científica é um conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para os problemas propostos mediante o emprego de métodos científicos.”
 
 
                                                                   Para que Pesquisa?
· ·         Criar novas tecnologias
· ·         Explorar o desconhecido
· ·         Controlar a natureza
· ·         Entender os sistemas
· ·         Pesquisa como produtora de inovação
· ·         Buscar o desenvolvimento sustentável
· ·         Aumentando produtividade e competitividade
· ·         Gerando investimento, emprego e renda
· ·         Busca de solução para um problema
· ·         Procura de um novo entendimento para uma dada situação
 
 
                                                                       Objetivos de Pesquisa
· ·         Fazer uma contribuição inovadora para a Ciência
· ·         Responder a uma pergunta de interesse para a comunidade científica
· ·         Responder a uma pergunta ainda não respondida anteriormente
· ·         Responder a uma pergunta de relevância para o interesse social (caso de tecnologia)
· ·         Produzir uma contribuição inédita em sua área do conhecimento
·  
· A contribuição pode ser puramente teórica, baseada em experimentação ou uma melhoria de técnicas existentes, mas em todos os casos deve ter resultados que possam ser generalizados.
· ·         ponto de partida da investigação científica.
· ·         uma pesquisa só é necessária se existe uma dúvida a ser esclarecida.
· ·         O problema = dúvida inicial que motiva e orienta a pesquisa.
· ·         Redigido de forma clara e argumentativa - qual é a questão a que se busca uma resposta???
 
 
No exemplo - “organização de moradores e saneamento”, suponha que o pesquisador que more no bairro C , passa todos os dias pelo bairro A e observa que em um bairro há saneamento e no outro não.
·        Uma questão seria: “porque um bairro tem saneamento e outro não”?
·  
·       Por motivos econômicos, geológicos, jurídicos, demográficos, educacionais, de engenharia, sociológicos (sociais, políticos e culturais)
·  
·    “que relações ...... existem nestes locais que favorecem ou bloqueiam a adoção de política públicas básicas de saneamento”?
  
O pesquisadorpossui um prazo determinado para realizar sua pesquisa - não há possibilidade de esgotar todo o assunto de uma só vez,
O segundo passo é a delimitação dos tipos de relações que irão tornar-se o objeto principal de estudo.
 
· “em que medida as organizações de moradores de bairro conseguem influenciar a execução de políticas públicas locais”? Este problema poderia ser ainda desdobrado nos seguintes:
·  “que tipos de mecanismos de representação política permitem esta influência por parte das associações de moradores;
·  e quais os obstáculos institucionais à representação dos interesses de bairro na adoção e execução de política públicas de saneamento”?
 
Na elaboração de um projeto de pesquisa deve-se ter em mente as perguntas que permitem estruturar seu desenvolvimento.
 
	Perguntas
	Estrutura do projeto
	O que pesquisar?
	Tema
	Por que pesquisar?
	Justificativa
	Para que pesquisar?
	Objetivos
	Como pesquisar?
	Metodologia
	Quando pesquisar?
	Cronograma
 
 
 
3.1. O que pesquisar?
 
 
Há várias formas para escolher o tema de um projeto de pesquisa:
· ·         Escolha pela instituição
· ·         Escolha baseada na área de especialização do Pesquisador
· ·         Escolha decorrente de lacuna na Formação
· ·         Escolha  baseada na relevância para uma determinada área
· ·         Escolha visando a revisão de aspectos Teóricos ou Práticos
· ·         Escolha baseada na aplicabilidade
 
O tema é o ponto de partida do trabalho de pesquisa. Delimita um campo de estudo no interior de uma grande área de conhecimento e deve ser escolhido de acordo com as tendências e aptidões do pesquisador.
Encontrada uma área do conhecimento de interesse, deve-se identificar um tema plausível. 
 
Para avaliar a escolha de um tema, podem-se fazer as seguintes perguntas:
· ·         Trata-se de um problema original e relevante?
· ·         Ainda que seja “interessante”, é adequado para mim?
· ·         Tenho hoje possibilidades reais para executar tal estudo?
· ·         Existem recursos (financeiros, materiais, humanos, etc.) para o estudo?
· ·         Há tempo suficiente para investigar tal questão?
· ·         Quais são as partes do seu tema ?
· ·         Qual o contexto do tema ?
· ·         Qual a importância do seu tema?
· ·         Quem deu contribuições relevantes ao tema? Como outros autores abordaram o assunto?
· ·         O que resta por investigar no tema?
 
Exemplos:
	Tema Geral
	Problema estudado do projeto de pesquisa
	O transporte clandestino em SP: estratégia de sobrevivência do desempregado
	Avaliar  se o aumento do número de transportes coletivos clandestinos é uma estratégia de sobrevivência entre os desempregados.
	A utilização da informática no aprendizado de Probabilidade
	Verificar se a utilização de um sistema inteligente pode auxiliar no aprendizado de probabilidade.
	A dispersão de larvas de lagostas no Atlântico tropical.
	Verificar se há uma interdependência entre dispersão de larvas e os estoques pesqueiros.
	A distribuição espacial de plantas aquáticas consumidas na Amazônia.
	Verificar como a distribuição das principais plantas aquáticas consumidas pelos peixes varia ao longo do ciclo anual de inundação na região.
 
 Modulo 6 
VI - O PROJETO DE PESQUISA
Por que pesquisar?
 
 
A justificativa mostra a relevância da pesquisa e identifica quais contribuições para a compreensão, intervenção ou solução que a pesquisa apresentará. É a parte em que o pesquisador irá demonstrar a relevância da proposta de investigação.
 
· ·         A relevância de um projeto nunca está nele mesmo, nem na vontade do pesquisador, nem no ineditismo do trabalho.
· ·         A justificativa de um projeto está na contribuição para o conhecimento sobre um tema 
      
Para redigir a justificativa o pesquisador deverá ter lido a bibliografia principal. Na justificativa apresenta as lacunas que existem nos estudos até então realizados. Sua contribuição será preencher as lacunas ou demonstrar de forma crítica que aquilo que se entendia até então como certo é uma interpretação incongruente com a realidade atual.
 
	Problema estudado do projeto de pesquisa
	Justificativa
	
Verificar como a distribuição das principais plantas aquáticas consumidas pelos peixes varia ao longo do ciclo anual de inundação na região.
	 
Recursos pesqueiros necessitam de uma legislação que vise o comprometimento de todos os envolvidos.
	
	 
A variação do habitat e a disponibilidade de recursos alimentares para os peixes interferem na indústria pesqueira ao longo do ano.
	
	 
O resultado deste trabalho, poderá ultrapassar os limites acadêmicos, tornando-se uma efetiva contribuição para a elaboração de políticas que regulem a pesca na Amazônia
 
Que motivos justificam um projeto de pesquisa?
· ·         Atualidade do tema: inserção do tema no contexto atual
· ·         Ineditismo do trabalho: proporcionará mais importância ao assunto.
· ·         Interesse do autor:  vínculo do autor com o tema
· ·         Relevância do tema: importância científica, social, educacional, etc.
· ·         Pertinência do tema: contribuição do tema para a solução de um problema atual
 
 
 
3.3. Para que pesquisar?
 
 
Os objetivos indicam o que se pretende conhecer, ou medir, ou provar no decorrer da pesquisa, ou seja, as metas que se deseja alcançar.
 
Objetivos gerais: indicam uma ação muito ampla (resultado pretendido), como por exemplo:
· ·         Melhorar a aprendizagem de Eletromagnetismo no ensino médio
 
Objetivos específicos: procuram descrever ações pormenorizadas ou aspectos detalhados que levarão à realização dos objetivos gerais
· ·         Identificar fatores que dificultem a aprendizagem de Eletromagnetismo
· ·         Propor mecanismos que minimizem esses fatores
· ·         Aplicar procedimentos metodológicos que garantam a melhoria da aprendizagem
· ·         Descrever o perfil dos alunos que utilizam computadores
 
Os objetivos dependem do tipo de pesquisa que é realizada. Por exemplo, um projeto realizado pelo Ministério da Saúde caracterizar o perfil social das comunidades onde há  casos de cólera, teria como objetivo “orientar a política pública na área de saúde, visando conter a doença”. No caso de pesquisa acadêmica, o objetivo maior será trazer uma contribuição ao tema.
 
· objetivos gerais - referem-se a uma contribuição teórica que se espera alcançar com a pesquisa (por exemplo revisão de um conceito);
 
· objetivos específicos - apresentam o resultado imediato do trabalho científico (apresentação de uma bibliografia atualizada sobre o tema, compilação de novos dados sobre um assunto).
 
Exemplo:
·         Objetivo Geral
      Este trabalho compara o sistema de tratamento de efluente por Biodigestão e o sistema de tratamento por Lodo Ativado utilizando como ferramenta a análise emergética e seus indicadores.
·         Objetivos específicos
·         Avaliar a sustentabilidade dos sistemas estudados
·         Avaliar os serviços do meio ambiente para diluição das emissões de cada sistema.
·         Discutir os resultados obtidos.
·         Comparar os sistemas quanto à sua contribuição ao meio ambiente.
·         Verificar o alcance dos indicadores emergéticos na avaliação dos sistemas estudados. 
 
 
 
3.4. Como pesquisar?
 
 
A Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no trabalho de pesquisa. Descreve a estratégia de pesquisa para coletar dados necessários para testar a hipótese formulada:
Por exemplo, na pesquisa sobre associações de moradores e política de saneamento,
· ·         Que tipo de dados seriam necessários?
· ·         Como obtê-los de forma fidedigna?
· ·         Quantos dados seriam representativos?
· ·         Como analisá-los?
 
Pode-se combinar métodos qualitativos (como a história de vida) com métodos quantitativos (a elaboração de um índice de casas atendidas pelo do sistema de saneamento correlacionada ao índice de membros filiados à associação de bairro a partir de dados retirados de uma amostra de moradores dos bairros A, B e C).A metodologia explica:
 
· ·         o tipo de pesquisa,
· ·         o instrumental utilizado (questionário, entrevista etc),
· ·         o tempo previsto,
· ·         a equipe de pesquisadores e a divisão do trabalho,
· ·         as formas de tabulação e tratamento dos dados
· ·         ...tudo aquilo que se utilizou no trabalho de pesquisa.
 
 
 
3.5. Quando pesquisar?
 
 
O cronograma deve descrever o tempo necessário para a realização de cada uma das partes propostas no projeto. As etapas podem ser coincidentes, mas não excludentes. Por exemplo, é possível fichar um texto e levantar dados secundários no mesmo mês, mas não é possível fazer uma análise comparativa das entrevistas sem tê-las terminado antes.
 
 
Exemplo de cronograma
VII - O RELATÓRIO DE PESQUISA
O Relatório de Pesquisa é o documento que mostra:
 
· ·   como o projeto foi executado,
· ·   que dados foram coletados
· ·   como esses dados foram analisados
· ·   e que resultados podemos extrair deles.
 
O projeto pode ser retomado no relatório, não mais como proposta de trabalho, mas como relato da realização desse trabalho. O relatório é a primeira divulgação da pesquisa efetuada. sem divulgação dos resultados, sua pesquisa não servirá a seu fim.
 
 
 
Ao passos para a divulgação da pesquisa.
 
 
 
4.1 O que considerar ao planejar um relatório ou um resumo?
 
 
O texto deve ser conciso, informativo com maior ou menor detalhamento. A forma é importante, mas não substitui resultados consistentes e interpretação adequada.
Apresente o aparato teórico que deu suporte à pesquisa, que auxiliou a levantar hipóteses e a estabelecer seus objetivos. Esclareça conceitos importantes; apresente, discuta e posicione-se a respeito de diferentes visões ou abordagens; mostre que você conhece o que se diz sobre o assunto, discutindo questões polêmicas ou problematizando algumas delas e explicite sempre seu posicionamento nessas discussões.
 
 
 
Passos para a divulgação da pesquisa
 
 
 
 
Os relatórios de pesquisa devem obrigatoriamente conter os seguintes itens:
 
· ·   Identificação
· ·   Resumo
· ·   Introdução
· ·   Material e Métodos
· ·   Resultados
· ·   Discussão / Conclusões
· ·   Bibliografia
· ·   Perspectivas de continuidade ou desdobramento do trabalho
· ·   Apoio
· ·   Agradecimentos
 
 
4.2.1. Identificação
 
· ·         Faça uma capa simples com:
· ·         Nome da Instituição
· ·         Título do trabalho
· ·         Nomes completos do(s) autor(es)
· ·         Local e data
  
Identifique
· ·   Projeto:
· ·   Número do processo:
· ·   Bolsista:
· ·   Orientador:
· ·   Local de execução:
· ·   Vigência:
 
 
4.2.2. Resumo
 Resumo: apresentação concisa das idéias de um texto (Norma NBR 6028, da Associação Brasileira de Normas Técnicas). 
É a apresentação sintética e seletiva das idéias de um texto, ressaltando sua progressão e articulação. Mostra as principais idéias do autor e é feito quando o relatório está finalizado.
 
·   Forma:
 
· um só parágrafo
· frases pouco extensas
· terminologia específica
· ordem direta das frases
 
·   O resumo deve conter:
 
· 1 - Identificação
· 2 - Introdução
· 3 - Material e Métodos
· 4 - Resultados
· 5 - Discussão / Conclusões
· 6 - Apoio
Exemplo:
 
Características biológicas de células hematopoiéticas transfectadas com o gene egfp. Leonardo Augusto Karam Teixeira, Cecília Matte Fricke, Camila Ilgenfritz e Nance Beyer Nardi. Departamento de Genética – Instituto de Biociências, UFRGS – Porto Alegre/RS.
 
Células hematopoiéticas estão sendo intensamente investigadas devido a seu potencial como alvo de terapia gênica. Tem sido mostrado entretanto que a transferência de genes exógenos pode alterar biologicamente as células alvo, diminuindo sua capacidade de proliferação e diferenciação. O presente trabalho teve como objetivo a análise das características biológicas de células da linhagem hematopoiética K562, previamente transfectadas com o gene repórter egfp (enhanced green fluorescent protein), cuja expressão é detectada por citometria de fluxo. Células K562 transfectadas ou normais foram cultivadas em diferentes condições, e comparadas com relação a diferentes parâmetros que incluiram a expressão de marcadores de superfície. Os principais resultados encontrados foram: (1) quando cultivadas na ausência de pressão seletiva, a expressão do gene repórter mostrou um rápido declínio; (2) células K562 transfectadas apresentaram uma capacidade mitótica diminuída quando co-cultivadas com células K562 normais, em diferentes concentrações; e (3) os níveis das moléculas de adesão CD11c, CD31 (baixo) e CD49e (alto) não foram afetados pela transfecção, enquanto a baixa expressão dos marcadores DL e CD117 mostraram uma tendência a aumentar nas células transfectadas. Estes resultados mostram que dois dos principais problemas dos protocolos de terapia gênica, manutenção da expressão do transgene e expansão das células transfectadas, podem ser analisados para correção in vitro.
Apoio: CNPq, FINEP
 
VIII - O RELATÓRIO DE PESQUISA
Introdução
A introdução deve esclarecer qual a pergunta que você está fazendo (tema) e por que vale a pena fazê-la. Explique o que você pesquisou, ou seja, o seu objeto de pesquisa.
 
· ·   A introdução deverá ser um breve resumo do projeto, contendo o problema e os objetivos se for o caso, de forma que possa informar ao leitor, com uma leitura rápida, o que pretende a pesquisa proposta.
· ·   A introdução apresenta as razões da pesquisa.
· ·   Expõe o que levou o pesquisador a realizar a investigação, situando o trabalho em relação a outros já publicados no mesmo campo.
· ·   Ao estabelecer, de forma sucinta, o estado atual em que se encontra o problema a ser investigado, a introdução mostra a importância do trabalho, limita o problema a ser estudado e o situa no setor especializado.
 
Deve-se convencer o leitor de que sua pesquisa é relevante. Faça um pequeno histórico sobre o tema, conte de onde ele surgiu e porquê. Mostre, sutilmente, para seu leitor que seu trabalho merece ser lido.
 
De maneira geral, a introdução deve informar sobre:
· ·   antecedentes do tema;
· ·   tendências;
· ·   natureza e importância do tema;
· ·   justificativa da escolha do tema;
· ·    relevância;
· ·   possíveis contribuições esperadas;
· ·   objetivos do estudo.
 
 4.2.4. Material e Métodos
 
Mostra o que você utilizou e o que você fez para responder a questão colocada como tema. Essa parte pode variar muito dependendo do objeto de trabalho, mas normalmente especifica os seguintes aspectos:
 
· ·   Sujeitos da pesquisa – quem são, faixa etária, sexo, grau de escolaridade, diferenças entre os grupos, etc.
· ·   Método de coleta de dados (procedimentos) – que materiais foram usados, como os dados foram coletados, etc.
· ·   Materiais: citar os equipamentos, reagentes e outros itens utilizados, informando fabricante ou fornecedor
· ·   Métodos: descrever os procedimentos detalhados, que possam ser reproduzidos com os materiais e equipamentos  descritos
 
 
4.2.5. Resultados
 
Quais as respostas que você encontrou?
A descrição dos resultados deve ser clara e objetiva, resumindo os achados principais que serão detalhados em tabelas e figuras.
 
Exemplo
 
 
Tabelas e figuras são muito importantes; seu número deve ser o menor possível, e elas devem ser construídas com cuidado para incluir todas as informações necessárias com clareza. Tabelas são numeradas seqüencialmente (Tabela 1, Tabela 2, etc). Seu título deve ser informativo, colocado acima da tabela. Notas de rodapé (a, b, c...) podem ser colocados diretamente abaixo da tabela.
Figuras (fotos, esquemas, gráficos) são numeradas seqüencialmente (Figura 1, Figura 2, etc).
Seu título deve ser informativo e as figuras devem ser auto-explicativas. A legenda deve ser colocada abaixo da figura.
 
 
 
Histograma do ruído branco acima com 50 bins.
 
 
4.2.6. Discussão / Conclusões
No fechamento da sua pesquisa, retome os objetivos propostos na introdução, faça um breve resumo do que foi feito e apresente as suas principais conclusões.
· ·   O que estasrespostas encontradas nos resultados significam?             
· ·   Como elas ajudam a resolver o problema?
· ·   Quais as principais dificuldades encontradas?
· ·   Quais as perspectivas de continuidade do trabalho?
 
Raramente chegamos realmente a conclusões muito definitivas, por isso, em muitos casos é melhor tratar de considerações finais e deixar a conclusão para os casos em que realmente ela ocorrer.
A conclusão deve resultar de deduções lógicas sempre fundamentadas no que foi apresentado e discutido no corpo do trabalho, e conter comentários e conseqüências próprias da pesquisa.
Dadas às particularidades e restrições de cada pesquisa, normalmente, o que temos são indícios, tendências e não conclusões.
 
 
4.2.7. Bibliografia citada
Referência bibliográfica é um conjunto de elementos que permite a identificação de publicações, no todo ou em parte.
Todas as referências utilizadas no texto devem estar listadas neste item. Lembre-se: não liste se não citar e não cite se não listar.
Dependendo do meio de divulgação, há diversos formatos para apresentação das referências bibliográficas. Desta forma, após definir o meio de divulgação deve-se escolher o formato apropriado.
 
Exemplos
 
                                                             Livros:
CERVO, A. L., BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 2.ed. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1978.                                                                :
CADERNOS DE PSICOLOGIA. Belo Horizonte: FAFICH - UFMG, v.1, n.1, out. 1984.
                                                             Artigos de periódicos:
OLIVEIRA, M. A. e NASCIMENTO M. Da análise de "erros" aos mecanismos envolvidos na aprendizagem da escrita. Educação em revista, Belo Horizonte, v. 1, n. 12, p. 33-43, dez. 1990.
                                                                                       
NUNES, E. Retrato do nordeste; ou observações de uma estagiária do jornalismo, na terra que o presidente não viu. Estado de Minas, Belo Horizonte, 20 ago. 1980. 2. cad. p.8.
                                                                                                                      Filmes:
A LIBERDADE é azul. Direção de Krzysztof Kieslowski. São Paulo: Look Filmes, 1994. 97 min., color., legendado. (Tradução de Blue. Fita de vídeo - VHS)
 
 
                                                                                                                                                 Sites:
GOLDIN, José Roberto. Projeto de Pesquisa: Aspectos Éticos e Metodológicos.Essas normas costumam se modificar a cada ano. Apresentamos aqui as formas mais freqüentemente encontradas em documentos acadêmicos. Lembramos também que, mais importante que fazer de um jeito ou de outro, é manter, dentro do que estabelecem as regras, a constância, a coerência em todo o trabalho.
 
 
4.2.7.1. Citações
A citação, além de fundamentar a argumentação, confere credibilidade ao trabalho.
Existem pelo menos três formas diferentes de mencionarmos um autor ou, mais precisamente, seu discurso em um texto:
 
· ·   Citação literal: reprodução ipsis verbis do texto, com as mesmas palavras que ele próprio utilizou no texto original, com os devidos créditos ao autor.
É interessante fazer um comentário após uma citação literal. Isso demonstra que se está atento à relação das palavras do autor, com o seu texto.
· ·   Paráfrase: é também a reprodução das idéias contidas em um texto, porém em palavras diferentes das utilizadas pelo autor.
 Essa forma de citação já demonstra mais de independência da parte do autor, mas cuidado! A falta de atenção pode mudar o sentido das palavras que se está citando.
· ·  Plágio: é a cópia das idéias ou do texto de outrem sem indicação de autoria, constituindo-se como crime.
 
Há basicamente três formas de se fazer citações literais:
·    Citações longas: aquelas que ocupam mais de três linhas completas no texto. Devem ser destacadas no texto, em parágrafo recuado e independente (o uso de aspas é opcional), não sendo necessário espaçamento datilográfico entre linhas:
·   Citações curtas: aparecem integradas ao texto, sempre entre aspas. 
·   Citação de citação: são indicadas por aspas simples.
 
Não se deve fazer um trabalho com um mosaico de citações. É adequado discorrer sobre um assunto com as próprias palavras e usar outros autores para dar suporte.
 
 
4.2.8. Perspectivas de continuidade ou desdobramento do trabalho
O projeto foi concluído ou será continuado?
Neste item, pode-se sugerir opções para a continuidade do trabalho (pelo próprio pesquisador ou não).
 
4.2.9. Apoio
Citar as agências que financiaram o projeto.
Exemplo
 
O projeto teve financiamento do CNPq e UNIP
  
4.2.10. Agradecimentos
Citar pessoas ou instituições que tenham colaborado para a execução do projeto
          Bibliografia
ALVES, Rubem. Filosofia da ciência, São Paulo, Ars Poética, 1996.
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico; elaboração de trabalhos na graduação.-6 edição-São Paulo: Atlas, 2003
CERVO, A. L. & Bervian, P. A. Metodologia Científica. São Paulo: Makron Books, 1996.
BASTOS, L.R.; PAIXÃO, L. ; FERNANDES, L. M. Manual para a elaboração de projetos e relatórios de pesquisa, teses e dissertações. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979.
CONTANDRIOPOULOS, A.P. e. al Saber preparar uma pesquisa, São Paulo: Hucitec & ABRASCO,1994.
DEMO P. Introdução à metodologia da ciência, São Paulo: Atlas, 1991.
GIL, A. C. Projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1994.
LAKATOS, E. Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 1991.
MARCANTONIO, A. T. Elaboração e divulgação do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1993.
MINAYO, M.C.S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 17ª ed. Petrópolis: Vozes, 2000.
MOREIRA, D. A. O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.
SELLTIZ, WRIGTHSMAN, COOK. Métodos de pesquisa nas relações sociais. Vol2: Medidas na pesquisa social. São Paulo, EPU, 1987.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 1993.
SIDMAN, M. Táticas de pesquisa científica. São Paulo: Editora Brasiliense, 1976.
THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 6ª edição. São Paulo, Cortez, 1994.
 
 
                                                                                                                                     Bibliografia complementar
CHIZZOTI, A. A pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo, Ed. Cortez, 1995.
CRUZ NETO, O. O Trabalho de Campo como Descoberta e Criação. In MINAYO, M. C. S., Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. 9.ª Ed. Petrópolis, Vozes, 2000, p. 51-66.
GOMES, R. A Análise de Dados em Pesquisa Qualitativa. In: MINAYO, M. C. S., Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. 9.ª Ed. Petrópolis, Vozes, 2000, p 67-80.
DEMO P. Metodologia científica em ciências sociais, São Paulo: Atlas, 1989.
DESLANDES, S. F. A construção do Projeto de Pesquisa. In: MINAYO, M. C. S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 9.a. Ed. Petrópolis, Vozes, 2000 , p. 31-50.
HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. 6.a. Ed. Petrópolis, Vozes, 2000.
LUCKESI, C. C. Fazer universidade uma proposta metodológica. São Paulo: Editora Cortez, 1987.
MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 4.a. ed. São Paulo-Rio de Janeiro, Hucitec/Abrasco, 1996.
SOLOMON, DV. Como fazer uma monografia, 4. ed, São Paulo : Martins Fontes, 1996.

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