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1Enfermeiro. Mestre em Enfermagem pela EEAN/UFRJ. Professor Assistente do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da UFRJ Campus Macaé. Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Biociências da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Email: allanpeixoto@yahoo.com.br Parametrização Individual de Alarmes Hemodinâmicos na Terapia Intensiva: Um Relato de Experiência Allan Peixoto de Assis 1 Ana Paula Amorim Moreira Aline Affonso Luna Adriana Carla Bridi Maria Tereza Serrano Barbosa Roberto Carlos Lyra da Silva Luiz Carlos Santiago Introdução: Desde 2013 a parametrização individual de limites de alarmes é uma estratégia considerada válida para redução da fadiga de alarmes pelo Emergency Care Research Institute (ECRI Institute) e a American Association of Critical Care Nurses (AACCN). Um alarme torna- se fatigado quando há um retardo em seu atendimento pela equipe de saúde ou o mesmo é ignorado ou silenciado, resultando em possível comprometimento para segurança do paciente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Parametrizar individualmente alarmes hemodinâmicos significa definir limites mínimos e máximos de variação fisiológica de um determinado parâmetro com base nas necessidades de cada paciente. Estudos atuais apontam que tal estratégia tem contribuído de forma consistente para o manejo da fadiga de alarmes e dos eventos adversos associados a este fenômeno. Objetivo: Relatar a experiência de enfermeiros atuantes em UTI cardiológica na aplicação da estratégia de parametrização individual de alarmes hemodinâmicos de pacientes em uso de monitor multiparamétrico. Resultados: Inicialmente observou-se a necessidade de coletar informações do paciente que fossem determinantes para seus dados hemodinâmicos, como: doença de base, medicamentos em uso, características eletrocardiográficas basais, padrão pressórico normal em repouso e valores desejáveis para a terapêutica planejada. Tais informações mostraram-se importantes, pois subsidiaram a escolha dos limites de alarmes configurados para os parâmetros em foco. Foi também observada a necessidade de conhecimento do funcionamento do monitor, no que tange principalmente à sua configuração. Percebeu-se a importância de implementar técnicas corretas de monitorização hemodinâmica direcionadas para a manutenção da integridade do sistema de monitorização (checagem de bom funcionamento), da sua fidelidade (calibração) e da conexão adequada com o paciente (tamanhos apropriados de manguito, colocação adequada do manguito na área corporal do paciente, nível do transdutor de pressão, posicionamento de eletrodos e preparo da pele). No que se refere à equipe de saúde, notou-se a necessidade de adequar quantitativamente o número de enfermeiros para a demanda de pacientes da unidade, tendo em vista a complexidade imposta na atividade de parametrização individual e da demanda de tempo necessária para tal. Considerações Finais: O estudo proporcionou explorar a estratégia de parametrização individual de alarmes hemodinâmicos, pois fez emergir pontos críticos que podem ser essenciais em sua execução, como o conhecimento das informações necessárias para realizá-la e o domínio de técnicas específicas. Considera-se que a parametrização individual dos limites de alarmes deve ser encarada com mais seriedade e responsabilidade pelos profissionais nas UTIs, apesar dos desafios impostos. Espera-se que este relato de experiência estimule maiores reflexões dos profissionais de enfermagem e saúde em geral sobre suas práticas, e seja o início de um longo caminho a ser percorrido nas pesquisas científicas sobre o fenômeno descrito e a intervenção proposta.