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weitzel politica de seleçao

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O OUE Ci VEM A SER 
DESENVOLVIMENTO 
De acordo com Vergueiro (1989), Maciel e Mendonça (2006) 
e Evans (2000), desenvolvimento de colegões e um uprocesso" 
composto por seis etapas interdependentes: 
Estudo da comunidade 
Políticas de seleção 
Seleção 
e Aquisição 
Avaliação 
Desbastamento incluindo o descarte 
A literatura especializada também menciona a necessidade 
de considerar outros aspectos relacionados com o processo de 
desenvolvimento de coleções, tais como: armazenamento, con- 
servação e preservagão * compartilhamento de recursos informa- 
cionais, censura, direitos autorais, liberdade intelectual, entre 
outros s que poderão ser incluidos e dmlhad 0s " pOuuo 
desenvolvimêntO de C O ~ ~ Ç Õ ~ S . dç 
! d 
A política de desenvolvimento de coleções, por s,, 
"Q, 4 
1 
um instrumento importante para desencadear o processo de fw 
: 
. 
mação e desenvolvimento de C O ~ ~ Ç Õ ~ S , garantindo consisertcia 
dos procedimentos e seu aprimoramento ao Longo do tempo 
A política deve ser um documento formal elaborado pela 
equipe responsável por essas atividades, e deve expressar o in- 
teresse comum da instituição que a mantém e da comunidade a 
que serve. Deve permitir a articulação das seis etapas do proces- 
so de desenvolvimento de coleções,e das demais auxiliares men- 
cionadas na literatura, com o detalhamento e descrição de cada 
etapa,a fim de apoiar as decisões de forma coletiva, preferencial- 
mente envolvendo toda a comunidade de interesse ou seus re- 
presentantes. 
Outras funções de extrema relevância para o aprofunda- 
mento conceitual desta área são identificadas por Vergueiro (1989, 
1993), que destaca a função estratégica da política para admi- 
nistrar conflitos de interesses e obter consenso, melhorar o canal 
de comunicação com a comunidade e ser um mecanismo de con- 
quistas institucionais. 
A analogia do guarda-chuva pode ser útil para expiicar 
conceitualmente a relação do processo e política de desenvolvi- 
- 
mento de coleções com Suas respectivas etapas, bem como a 
relação da interdependencia entre elas. Cada etapa 6 formada 
Fgum 3 - Definição de Desenvolvimento de C o l q k 
O Estudo da comunidade 
@ Política de selecão 
- 
O Seleqáo 
0 Aquisição O Avaliação 
@ Política de aquisição O Política de avaliacão 
@ Debastamento @ PoLítica de debastarnento 
Fonte - O autor (2013) 
Em outras palavras, para que o processo de selecão seja 
'mplementado em uma biblioteca, será necessário definir uma 
. 
política Para guiar esse processo. Do mesmo modoso processo de 
aquisi~ã~, de avaliagão e de desbastamerito serão definidos por 
respectivas políticas. logo ? não é possível pensar 0 Processo 
de desenvo&vimento de cole@es sem o conjunto 
- processo e politica - ou prescindir de qualquer uma deb, 
A Literatura da 6rea sempre valorizou mais a 
seleção em detrimento da política de aquisição, de 
de desbastamento, talvez devido a sua importancia estrategica 
no planejamento, ou pela falta de tangibilidade. É mais fáci\vi. 
suaUzar os procedimentos de aquisição OU desbastamento que 
de seleção. No entanto, é preciso destacar que as políticas de 
aquisição,de avaliação e de desbastamento tambem fazem parte 
do processo e política de desenvolvimento de coleções, e estas 
também apresentam um papel decisivo para formar e desenvol- 
ver coleções mais responsivas. 
Todas as etapas são importantes e veremos, brevemente, i 
no próximo item,qual e o papel de cada etapa no processo global i 
de planejamento das coleções. 
O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO 
DE COLEÇÕES 
Conforme foi visto, o processo de desenvolvimento de 
leções compreende as etapas de estudo da comunidade, politica 
de seleção, seleção, e também a aquisição, avaliação e desbasta- 
mento, com suas respectivas políticas, Devido a essa complexi- 
d a d e . ~ Processo d e desenvolvimento de coleqões também pres- 
cinde de uma política no nível micro - que permita a articulacão 
de processos e sub~rocessos e suas respectivas políticas e 
9 
,ivel macro - sem perder de vista 0s objetivos e missão de cada 
. - biblioteca e institui~ao que a mantem. Por isso, a política de 
de coleções ao mesmo tempo em que particu- 
lariza ações no âmbito institucional, apresenta condiqões para 
contextualizar 0 acervo em ambitos mais amplos,sejam nos níveis 
social, e econômico. A titulo de exemplo, uma política de 
desenvolvimento de coleções para bibliotecas universitárias pode 
ser desenhada considerando tanto a qualidade da educacão su- 
perior , quanto a otimização de custos,e ainda alinhar-se às dire- 
trizes da política educacional. 
Mas antes de aprofundarmos os aspectos relativos a política, 
vamos compreender primeiramente como se dá o processo de de- 
senvolvimento de coleções propriamente dito-Vergueiro (1989, p. 
19) nos ensina que o processo de desenvolvimento de coleções 
"está presente por inteiro em todas as bibliotecas", mas não da 
mesma forma. Isto é, dependendo do tipo de biblioteca, a ênfase 
dada em cada uma das etapas é determinada especialmente pelos 
objetivos institucionais e pelo público-alvo. Os tipos de coleções 
também predominam em determinados tipos de bibliotecas. Essa 
particularidade pode ajudar o bibliotecário a decidir por onde 
começar a política, podendo priorizar o(s) processo(s) mais 
destacado(s) num primeiro momento, para depois detalhar OS demais. 
E uma boa estratégia para bibliotecas que não possuem política, 
OU mesmo para as que possuem e precisam fazer Uma revisão- 
O quadro abaixo apresenta uma síntese da influência dos 
objetivos institucionais, perfil dos usuários e tipos de coleções e a 
enfase de cada etapa no processo de desenvolviment0 de coleções: 
puadro 1 - AS etapas do Processo de d e s e n v o ~ , ~ l ~ ~ dQ 
em blbliotcCaiS 
Especializada Objetivos e Normalmente Seleção, 
metas da materiak especial Aquisição e 
instituição Desbastarnem 
mantenedora 
C 
F m - adaptado das informações de Vergueira (1989) 
Esta reflexão 4 bastante Sltil para visualizar o processo de 
- 
desenvolvimento de coleções por tipo de biblioteca. No entanto, 
o fato de a enfase cobrir apenas duas ou tres etapas não quer 
dizer que devemos prescindir das demais. 
por exemplota biblioteca pública deve desenvolver coleqbes 
para as questòes da atualidade. Logo, monitorar as 
carac-er(stica~ de seu ~úblico-alvo, por meio do estudo da co- 
munidade, 6 vital para que a biblioteca publica cumpra a sua 
missão. O da comunidade tambem será importante para 
a avaliação de coleções. As obras que não respondem 
mais às questões da comunidade devem ser remanejadas, caso 
apresentem ainda algum valor, seja econdmico ou outra razão 
mais subjetiva, t a l como a demanda futura. Do contrário, essas 
I 
i 
obras serão descartadas. A enfase nessas três etapas demonstra 
a importância do processo de desenvolvimento de coleções para 
akançar os objetivos e missão da biblioteca publica, bem como 
a necessidade de uma política para implementá-10 de forma 
sistemática. 
No caso da biblioteca infantil, escolar e especializada, a 
bnfase na seleção assegura a atualização e relevância do acervo. 
Em bibliotecas infantis, é quase natural pensar que seu público 
deve ser seduzido por novidades constantes. Na mesma linha de 
pensamento segue a biblioteca escolar, que também tem a res- 
ponsabilidade de estimular a Leitura, alem de espelhar as dire- 
trizes do ensino oficial. Do mesmo modo ocorre com as bibliote- 
cas especializadas ou empresariais, em que o técnico Ou 
funcionário necessita de novo conhecimento para tomar decisões 
e obter vantagens estratégicas ou competitivas para a empresa. 
A seleqão nesses três tipos de bibliotecas e uma atividade crucial 
para que alcancem sua função social. 
O conhecimento produzido e aplicado nas uni 
., extremamente dinâmicos.
gerando a necf!SSid versidade ad@ sirteml. 
tica de avaliagão de C O ~ ~ F Õ ~ S e de desbastamento para ma% 
, ,,r,,0 atualizado e preservar as cole~ões r e t r o s p ~ ~ t i v a ~ . 
I 
est6 na hora de O bibliotecário investir mais na ãvaliaqa 0 de 
,oleF.es e desbastamento das coleções a fim de garantir maior 
dos arcevoS. fácil perceber que os bib\iotecariol 
universitdrios brasileiros investem mais tempo no processo de 
aquisi@o, tendo em vista que as pressões da Comunidade por 
novas aquisições 6 constante. Por isso, 4 Comum ver nos erga- 
nogramas das bibliotecas universitárias setores dedicados a 
aquisição somente em detrimento dos demais processos da area 
A qualidade não é obtida somente com boas aquisições, mas 
também com boa seleção, avaliação e desbastamento, a fim de 
completar o ciclo do processo. 
Para compreender melhor como o processo de desenvol- 
vimento de coleções se realiza como um todo cumprindo todas 
as suas etapas,vamos detalhar alguns pontos-chave de cada etapa 
para depois retomarmos os elementos necessários para elaborar 
a política propriamente dita. 
3.1.1 Estudo da comunidade 
De acordo com Figueiredo (1994, p. 65), o estudo da comu- 
nidade "é uma investigação de primeira mão, uma análise e co- 
ordenação dos aspectos econdmicos, sociais e de outros aspectos 
interrelacionados de um grupo selecionado: representando arsim, 
de pesquisa junto comunidade,o que exige equipe 
,lificada OS primeiros estudos aplicados em biblioteca datam 
qu do inicio do S6culo XX (FIGUEIREDO~ 1994 9 p. 68). 0 s estudos da 
comu 
,idade são instrumentos importantes para a administraqão 
de bibliotecas de um ITlodo geral,e Para O processo de desenvo\- 
,imento de coleções em particular. Vergueir0 (1989) também 
dedicou um capítulo ao tema, destacando a necessidade desse 
para caracterizar 0 público-alvo da biblioteca na 
política de desenvolvimento de coleções. 
Neste sentido, considerando o contexto das universidades 
brasileiras, e fundamental iniciar esta etapa coletando dados nem 
casa", que estão presentes nos bancos de dados da própria uni- 
versidade. Dessa forma, 4 possível obter um breve perfil e quan- 
tidade de alunos de graduação e pós-graduação das escolas, 
institutos, faculdades e programas de pós-graduação, bem como 
dos docentes e pesquisadores e demais tipos de usuários que 
fazem parte da comunidade daquela universidade. Um levanta- 
mento completo sobre todas as matrizes curriculares e a biblio- 
grafia correspondente de cursos de graduação e pós-graduação, 
entre outros oferecidos,todas as pesquisas em andamento e Linhas 
e grupos de pesquisa existentes e projetos e programas de ex- 
tensão e cultura também são importantes. 
& 
Esses dados são suficientes para obter uma breve,mas rea- 
lista, caracterizaqão do público-alvo o qual deve contemplar 0 
seu universo - isto é , usuários reais e potenciais. Para dar sentido 
à massa de dados coletada 7 é importante que 0 bibliotecário 
um perfil da comunidade, traduzindo. 
em palavras e 
,,dmeros, as caracteristicas que orientarao 
O Planeia 
mente global das coieções. Para facilitar a visua\izaGào . O bi b\io. 
tecário pode optar por organizar 0s dados em quadros y detalhan 
do e quantificando tipos de usuários por áreas e/ou grandes 
. 
áreas, 
de acordo com a Tabela de áreas do conhecimento do CNP 9, Por 
exemplo. 0 perfil da comunidade é, portanto, o resultado concr e. 
to do estudo da comunidade. 
0 s dados Levantados sobre pesquisa, ensino e extensào 
servirão para identificar as áreas temáticas prioritárias,que serão 
úteis para a fase de elaboração da política de desenvolvimento 
de coleçÕes,especialmente no que se refere ao perfil das coleções 
e descrição das áreas e formatos. Esse assunto será retomado nos 
itens 3.2.3 e 3.2.4. 
3.1.2 Política de seleqão 
De acordo com Vergueiro (1995, p. 68), "o documento de 
política de seleção é um instrumento de trabalho primariamente 
destinado a dar suporte as decisões de seleção", e deve informar 
sobre os seguintes itens (VERGUEIRO, 1995, p. 68): 
identificação dos responsáveis pela seleção de materiais; 
os critérios utilizados no processo; 
os instrumentos auxiliares; 
as políticas específicas; 
os documentos correlatos. 
wgueiro (2010) detalha cada item ao Longo de seu tivro c 
* kitura altamente rmomendada para maior compreensão 
desse p m ~ ~ ~ . Com relação a identificação dos responsáveis pela 
KteGão de materiais. 6 im~oflante Lembrar que o processo dec!- 
universidades normalmente est6 estruturado sob a forma 
de co leg iad~~ e conselhos. Portanto, as bibliotecas universitárias 
deveriam aderir este modelo. legitimando o processo de selesão 
na instituição, por meio de uma comissao formada por represen- 
tantes de todos 0s seguimentos da comunidade. As decisões co- 
legiadas tem por vantagem a divisão de responsabilidades, com- 
promis~ e engajamento de todos em favor de um interesse comum. 
Assim, a comissão de seleção poderá decidir, item a item, as su- 
gestões coletadas junto 3 comunidade e as sugestões identificadas 
pelos biblioteclrios selecionadores. O papel do bibliotecário nessa 
comissão 4 importantissimo,pois ele 4 o Único que pode contribuir 
com seus conhecimentos técnicos,sobretudo com relação ao acervo, 
e auxiliar nas ponderações a respeito das influências que deter- 
minadas deci-5 podem alcançar a curto, medi0 e longo prazos. 
Conforme recomenda Vergueiro (1995, p. 53), 6 necessário 
definir as atribuições, funções, numero de componentes e o período 
do mandato das comissões. O ideal é que esses procedimentos 
sejam institucionalizados por meio de uma portaria da Reitoria e 
Publicada em boletim oficial da universidade, juntamente com a 
nomeação dos membros da comissão. Com este instrumento, a 
comunidade unjversi~ria também fica ciente da existência da 
COrnissã~, 
Vale lembrar que Mi rada (1980. p. 65) Comenta, em 
trabalho, que "0 período anterior a decada de 1980 Seli a maioriai 
dos casos de em bibliotecas universitarias limitava-se 
-ao rotineiro processo de aquisição a partir de Listas preparad as 
por professores, sem qualquer ingerencia do especialista de bi - 
b[ioteconomia no processo decisório". Certamente que professo- 
res e discentes podem ser parceiro5 nesse processo de se\eqào I 
exatamente por meio das comissões de seleção. Mas, 6 o bib(io- 
tecário, o profissional que tem condiqões de articular decisões 
-4 - 
com o que já existe no acervo e ponderar a luz da politica,segundo 
interesses coletivos e institucionais. 
b) Gitt5rios de seleção 
Quanto aos critérios,Vergueiro (1995, p. 19-28) recomenda 
que seja considerada a qualidade do documento em si, bem como 
o interesse e relevancia de cada item para o usuário. É importan- 
te enumerar todos os critérios válidos e detalhar o que se espera 
selecionar com esses crit6rios.Vergueiro apresenta treze critérios 
como Ponto de partida, que traduzem o perfil da comunidade e 
a missão institucional. 
I 
Os critérios básicos podem ser agrupados em tres catego- 8 
rias gerais: 4 
Quanto ao documento: autoridade,atualidade, precisão, 
imparcialidade cobertura/tratamento do assunto. 
Quanto ao usuário: estilo, conveni6ncia. idioma e rele- 
vancia/interesse. 
p. 
is 
1 , - . 
Quanto aos outros aspectos: caraarísticas físicas 
aspectos especiais. contribuição potencial, c,m 
Mas, para que 0s critérios possam ser aplicados ,o prOces- 1 
,, de seleção 6 necessário objetivá-los, isto 6, criar mecanismos 
para a e valida~ão dos critérios por cada item que seja 
de seleção* 
~igueiredo (1998) denomina esse mecanismo 'testes de 
ficçãon. Por exemplo, 0 critério autoridade pode ser verificado 
a partir de informações do autor, tais como: se possui titulação 
acadêmica; Se Sua formação e experiencia é condizente com o 
terna do trabalho; qual
é a sua instituição de origem e cargo,etc. 
sã0 aspectos que podem agregar valor e orientar a tomada de 
decisão em relação a um autor em detrimento de outro. 
DO mesmo modo,a contribuição potencial de um item pode 
ser objetivada através da identificação de aspectos de alta rele- 
dnc ia para a instituição mantenedora e/ou seu público-aLvo.llm 
bom exemplo é verificar se o item a ser selecionado, ou sua tra- 
dução, já existe na biblioteca, ou se o tema já está suficientemen- 
te coberto pelo acervo, se é nova ed i~ão superior ou inferior à 
que existe na biblioteca, entre outros. O ideal seria elaborar um 
formulário com 0s critérios a serem adotados, bem como a carac- 
terização de cada critério, para facilitar o processo de seleção e 
a tomada de decisão s conforme o exemplo sugerido abaixo, no 
Quadro 2. 
i-' ? i 
'a 
m. .-i&&." ,. 
- 
Fonte - O autor (2013) 
Esse mecanismo deve ser aplicado em todos os critérios 
para o processo de seleção,a fim de que o bibliotecário de seleção 
possa objetivar e validar os critérios aplicáveis,antes de encami- 
nhar as sugestões de inclusão para a comissão de seleção. Isso 
garante efetividade e rapidez no processo,otimizando o trabalho 
de análise dos itens a serem selecionados pela comissão de 
seleção Esse tópico faz parte do processo de seleção propria- 
mente dito. Maiores detalhes sobre a validação dos critérios de 
1 
purdm 2 - ~ ~ ~ m u L d r i o de 5eleCão - verifica~ao e Validaca, 
de seletão 
1 Quanto ao documento 
a) autoridade 
~itulação: 
Cargo: 
~ ~ ~ e r i é n c i a no tema: 
jnstituição de origem: 
[...I 
2 Quanto ao usuário 
a) Idioma em ordem de prioridade 
l0 grupo: ( ) Português 
2* grupo: ( ) Espanhol ( ) Inglês 
3 O grupo: ( ) Frands 
Não aplicáveis: ( ) mandarim ( ) alemão ( ) outros: 
[...I 
3 Outras características 
a) contribuição potencial 
Exemplar existente no acervo? ( ) Não ( ) Sim 
Se sim, está em bom estado ou em condições de uso e acesso? 
( ) Não ( ) Sim 
Número de exemplares suficientes? ( ) ~ ã o ( ) Sim Quanto*? 
- 
SelegáO serão abordados no Item 3.1.2b. O tema foi adhnhdo, 
is era i lustrar 'como" definir critdrioí de seles-o PO pico 
,,iente da polltlca de seleção. pro* 
d jnmmentos auxiliares 
Vergueir0 (1989) dedicou um capitulo am i n g r u m m 
denominados tambbm fontes de seleção. E por meio 
dessas fontes que O bibliotecário selecionador vai identificar ib*~ 
de serem incorporados ao acervo a partir do perfil traçado 
na de seleção. OU seja, O bibliotecário selecionador deve 
investir em um trabalho de prospecção de materiais de interesse 
para a biblioteca. O processo de seleção estaria incompleto se 
única fonte ficasse a cargo das sugestões da comunidade. 
Essas sugestões são importantissimas, mas muitas wter 
&o carregadas do interesse particular de cada um e carecem 
da visão panorâmica das coleções existentes, do que existe pro- 
duzido na área, orientado para o perfil da comunidade e missào 
institucional Nesse caso, a comissão deve ponderar sobre as su- 
gestões sem deixar de se apoiar nas políticas e no que já existe 
no acervo. O trabalho de prospecção, ao contrário. está compro- 
metido com as políticas da biblioteca e com as áreas do conhe- 
cimento as quais a biblioteca deve cobrir. São duas vias diferen- 
tes,mas que se complementam no processo de selqãa 
Dessa forma. a biblioteca acolhe todos os interess«. sem . . 
M x a r de cumprir as diretrizes definidas e acordadas pelas po"' 
ticasa Para que esse trabalho de prospecga~ alcance ~u objetivo, 
C -drio d l n i r quais são as de infomqào q-Nirao 
de inmmemos auxiliares para 0 Processo de seleçãQ N ornia\. 
as bjbljot~as universi~rias definem catálogos de edita(a 
t 
,, principal instrumento, mas, essa escolha deve somar outros 
tipos de fontes para ampliar O universo de ação do bib[iotecdria 
de seleção. O ideal é que sejam elencados nessa parte os titule 
das fontes a serem consultadas para selecionar itens,e não apem 
os tipos de materiais, conforme tem sido a prática verificada em 
políticas de selgào. Mesmo no caso de as fontes de informa* 
serem editoras,é preciso informar quais, e que áreas cobrem 
Para exernplifi~ar~sugerimos algumas fontes de informação, 
aoenas para ilustrar. 
Qwdm 3 - Apresentaqão dos instrumentos auxiliares de seleção A> 
I Periódicos I Todos I Todas I 
2 Catalogo da Obras de Portugues Química 
Editora X referência 
analítica 
3 Publisher i Livros-texto Ingles 
Book Catalog Química 
inorgânica 
n 
& [...I i...] [...I I-..] 
- 0 autor (2013) 1 
d) Potlticas específicas 
1 De acordo com krgueiro (1995, p. 70), 4 possível 
determinados aspectos para algumas col-~ gue diferenciam 
ib 
a,mib. - - 
das diretrizes gerais3 partir da definição de políticas especificas 
por exemplo, diretrizes Para reunir a Produgão cient[fica d, ,,- 
munida&, para coleções de obras raras~ou de materiais especiais 
* 
outros aspectos próprios de cada unidade. Nesse item tambem 
s 
podem ser definidos criterios mais rigorosos ou distintos daque- 
les criterios gerais. Ou,ainda,~oliticas para recebimento de doa& 
espontdneas da comunidade, quais áreas OU tipos de itens serao 
duplicados e/ou substituídos, e em quais circunstdn~ja~. 
A forma de detalhamento das políticas especificas noma(- 
mente é por tipos de coleções OU de finalidades. Na atualidade, 
o uso de repositórios institucionais para reunir a produção da 
comunidade universitária se tornou prática quase obrigatbria, 
sendo um grande exemplo de política especifica que pode ser 
articulada com a política de desenvolvimento de coleçòes da 
biblioteca. As novas iniciativas que se apresentam digitalmente 
não são excludentes, pelo contrário, integram acervos e valorizam 
a formalização de políticas próprias pela biblioteca, exatamente 
por sua função de otimizar custos e de promover o uso e acesso 
à informação de relevdncia. Nesse caso, há que se pensar também 
na produção retrospectiva,que esta disponível somente em meio 
impresso. Políticas especificas poderão definir colqões que reúnam 
a produ~áo científica em meio impresso da comunidade univer- 
sitária ou definir se desse universo alguma parte será digitaliza- 
da e.ainda, corno se obterão recursos para isso. 
O bibliotecbrio universitário tem diante de si um g rande 
desafio em retacão a cole(ijes retrospectivas, pois a sua q uase 
tMalidade no pais foi adquirida por meio de um p lanejamento 
nacional,~isand~ à racionalização dos custos. E, o,tras Pab 
o governo federal investiu muito nessas c o l e ~ õ ~ ~ t'as 
' e Os bibliot, 1 
cários precisam repensar sobre 0 Seu . 
erando essas governamentais do passado, buscando a melh 
Or decitào 
para o maior número de pessoas. 
e) Documentos correlatos 
0 s documentos correlatos ao processo de seleção devem 
ser reunidos em um só loca1,facilitando a consulta e o trabalho, 
de modo a permitir o dimensionamento do processo de selesão 
no âmbito da universidade como um todo. Normalmente, os do- 
cumentos mais comuns são fluxogramas,organogramas,matrizes 
curriculares, portarias, resoluções, entre outras legislações. Ver- 
gueiro (1995, p. 108) acrescenta nesse item os formulários para 
sugestões de itens, doações, reclamações e reconsiderações da 
seleção, recibos de aceitacão de doações, entre outros, que devem 
ser previstos para formalizar os processos. 
Seleção 
A seleção, de acordo com Figueiredo (1998, p. 84), e um 
processo de tomada de decisão, t i tu lo a título. Portanto, não é 
possível selecionar por lotes, uma vez que cada t í tu lo deve ter 
seu Lugar no acervo, uma razão de ser para estar ali. Essas razões : 
devem ser expressas por meio de critérios e diretrizes em uma 
política de seleção. De acordo com Vergueiro (1995), o processo 
de seleção envolve a definição de quem vai selecionar (comis-
de s e [ e ~ ã ~ , para o caso das universidades) e elaborasao da 
:Yitica de re le~ao . conforme visto no item anterior. Na prdtio, 
P recesso de ~e[eÇão 6 o 'fazer: e a Politica, as diretrizes de 
o fizerw garantindo a coerencia de cada at$o desse .fazer: 
"corri 9 
vale esclarecer, abrindo um parentese, que esse princípio esG 
sente em todas as etapas no desenvolvimento de coleqõcs. 
pre 
cada p r ~ e ~ ~ ~ representa o 'fazerw e cada política oucomo fazer: 
Também faz parte da atividade de seleção a transcrição 
dos itens selecionados e o controle das informações a serem 
* 
a comissão. Isto é, é nece~sário descrever com o 
máximo de detalhes 0s itens desejados para incorporaqão ao 
acervo. Normalmente, 0 procedimento mais comum é elaborar 
uma Lista. Mas, somente trabalhar com uma Lista, não seria sufi- 
ciente, pois além do trabalho prévio de verificação dos critérios 
pelo bibliotecário de seleção, conforme visto no item 3.1.2 b , 
também é necessário anotar as ponderações e decisões da co- 
missão e controlar o fluxo de trabalho da atividade de seleção. 
Para lidar com tantas variáveis,a sugestão é criar uma base 
de dados para registrar não somente os dados documentais de 
cada item sugerido, mas também os pareceres das decisões 
tomadas pela comissão. Dessa forma, até os itens reprovados 
estarão cadastrados, facilitando uma decisão futura, caso o item 
volte a ser submetido a comissão por alguma razão. 
pedidos não atendidos e pendentes, mas que apre- 
sentam interesse atual 9 facilitando o trabalho de p r o s ~ e c ~ ~ ~ do 
O registro dos pareceres da cornissáo de seleção me 
cilitar, ainda a rwisào e desbastamento das coleções, uma wz 
qw existe por escrito a razáo pela qual um item faz parte da 
coleção. Dados sobre quem faz a sugestào e seus contatos tarnôém 
são úteis para estabelecer um canal de comunicação com o usuário. 
Dificilmente encontra-se disponível no mercado u m sistema de 
gerenciamento de dados bibliograficos que contemplem as ati- 
vidades de selgão. Culturalmente. o mesmo problema apontado 
por Miranda como"tradição"estA presente nos sistemas de infor- 
mação para bibliotecas.dificultando ainda mais a necessária con- 
solidação das atividades de seleção como processo rotineiro em 
bibliotecas. 
Dessa forma. sugerimos que o bibliotec8rio e demais pro- 
fissionais envolvidos com as atividades de desenvolvimento de 
co(eções elaborem uma especie de formulário único que possa 
cumprir as fungões de recolher as sugestões dos usuários e dos 
bibliotecários, dos procedimentos de análise dos membros da 
comissão de seleção e de execução da aquisiqão. Esse formulário 
único servirá de modelo para imptementar a base de dados, 
apoiará todo o fluxo de trabalho em desenvolvimento de coleções 
desde a selqão ao desbastarnento. Alguns desses elementos são 
fundamentais e devem estar presentes no formMri0. a fim de 
apoiar as decisões sobre as cole@es,contbrme segw 
.-. Isl!k., ;!&A: 9 
Titulo: 
Autormniudw: 
Editora: 
Ano: URL (SI houver): 
Tipo dt material: 
( )Livto( )Olcviftiici«itifka( ) o u t f W W I 
I ~ r o l o c a l o n d e o b t e r e ~ i ~ ~ a b r r ~ ~ Q n a n i r r 
o título, data de publicação, etc): I 
2 ~ d o ~ 
Nome do solicitante: 
Exob/Faculdade/lnstituto: 
Centro:( )MA( )BBB( )CCC( )M)O( )ELE 
Categoria: 
( )cstudantedegrrdt@O( )nadrmapbag.;dryio( 1- 
( ) pesquisador ( ) funcidrio ( ) oOtrOs: "pccim: - 
DN do pedido: J / , E-mil do dkum: 
3Fimwada 
( )obrasdcrctc&cw&( m( )e( 1- 
( ) outros: especificar: - r 
da comunidade com lciautes atraentes e fáceis de serem prccn 
- c,--,idos pelo usulrio ou biblioteclrio, a fim de melhorar c organi 
- 
,,r na fonte 0s pedidos Para aquisi~jo. Dessa maneira, cria-% 
uma cultura de corres~onsabilidade no processo de desenvolvi- 
mento de coleções CClmo um todo. obtendo maior qualidade no 
fluxo de trabalho. 
Depois, com todos 0s dados levantados, os formulários 
seguem para a comissão de se1eção.a qual tomará a decisão finaL 
0 produto final do processo de seleção 6 a lista desiderata 
que é formada somente pelos itens que receberam uma decisão 
favorável da comissão de seleção. É essa lista que seguirá para 
o setor de aquisição. Se a Lista desiderata estiver na base de dados 
recomendada, então há também um conjunto de dados sobre o 
trabalho prévio do bibliotecário de seleção e da comissão de 
se1eção.A prioridade do item deve ser definida pela comissão de 
seleção, de forma a orientar o trabalho do bibliotecário de aqui- 
sição - a próxima etapa. 
A título de esclarecimento,vale destacar que é preciso de- 
talhar todo o processo de seleção na política de seleção. Portan- 
to, é muito útil compreender que o processo em si é desencadea- 
do por meio de sugestões organizadas em forma de listasou em 
base de dados própria, provenientes de trPs canais principais: 
a) Pros~ec~ão: o bibliotecário selecionador tem sua rotina de 
trabalho monitorando sistematicamente os instrumentos au- 
xiliares de selecão definidos na política de sele~ão, para iden- 
tificar itens de interesse, Para compor 0 acervo t 
~ ~ v i s b 
, pemL da comunidade e a missão institucional. 
b) 5 u g e e s dor usuhrios: a comunidade universitária deve intai 
suas sugestões formalmente, e Por meio de um formuLirio 
próprio , preferencialmente online, disponível no Portal da ei 
blioteca ou da Rede de Bibliotecas. O ideal 6 que esse form 
lário eletrbnico esteja integrado à uma base de dados própria 
para desenvolvimento de C O ~ Ç Õ ~ S OU a0 ~oftwat-e da biblio- 
teca, de forma a evitar nova dig itação dos dados. A equipe da 
biblioteca terá que divulgar esse canal, para estimular a con- 
tribuição da comunidade universitária, bem como da impor- 
t%ncia desse ato. 
c) Doações espontaneas: muitas vezes os usuários fazem doações 
de itens para as bibliotecas. Mas, é preciso garantir que todos 
os itens incorporados ao acervo tenham sido referendados pela 
Comissão de Seleção, incluindo as doações espontâneas. Ao 
definir um procedimento padrão para a seleção,todos os itens 
devem passar pelo mesmo sistema, não importando se o item 
foi sugerido ou doado pelo usuário ou pelo bibliotecário. Evans 
(2000) recomenda que a biblioteca aceite somente as doações 
dos itens que estejam na lista desiderata. Isso evita desoerdi- 
cio de tempo da equipe em analisar obras que na maioria das 
9 
vezes não apresentam 0 perfil institucional ou da comunidade, 
nem possui espaço de armazenamento na biblioteca. NO entanto, 
muitos fatores influenciam esses procedimentos de recebimen- 
to de doações: desde fatores políticos quando o doador é um 
9 
@poente da universidade, até emocionais. Então, a recusa em 
r&.)er doações deve estar embasada em critérios sólidos e 
transparentes, Para evitar constrangimentos. preciso tons- 
cientizaí a comunidade universitária sobre a conveniência e 
das doações espontâneas. Uma sugestão para 
é tornar pública a lista desiderata, ou dos itens que 
disponíveis para compra, incentivando a doação dos 
itens que realmente são importantes. 
A seguir, o processo de seleção continua com a transcriqão 
dos dados,validação dos critérios pelo bibliotecário selecionador 
e encaminhamento dos formulários para a Comissão de Seleqão 
dar o seu parecer. Se OS dados estiverem em uma base,a Comis- 
são de Selecão terá que consultar a base para fazer o seu traba- 
Lho. Os itens que receberam pareceres favoráveis constituem a 
lista desiderata, que e encaminhada para a aquisição, conforme 
visto. Mais adiante, no item 3.2,será mais fácil compreender que 
a "lista" já segue com as prioridades, a fim de facilitar o trabalho 
do bibliotecário de aquisição. 
3.1.4 Aquisição 
Conforme visto, a aquisição pode ser considerada sob a 
Perspectiva de um processo e de uma política. A seguir, serão 
destacados alguns aspectos fundamentais
para uma biblioteca 
universitária il tanto em relaqão ao processo, quanto a polifica de 
aquisição. 
3 ... 1 4 1 ~ ~ u i s i @ 0 como processo 
20) a aquisi@o 4 0 que implemen~ a deci& p QW,P. . 
-5 processo de 4 ê I e - f o m , cabe Xi biMi- 
de aquisi@ localizar os itens identificados no P- de 
qregando-mds cn i .e@s~ ~ i o * ~ r n P ~ p e m w i t a ai- 
Para Evans (2000, p. 315),0 bibliotecdrio de aquisição d m 
mnsiderar a rapidez na aquisição Como fator preponderante para 
a satisfago das necessidades dos usu3rios. Mas recomenda cautela B 
pois um sistema de aquisição rápido demais, mas com alto índice 
de erros, aumenta os custos operacionais. Logo, a rapidez, a pre- 
cisão e a economia nos gastos são as palavras-chave do proces- 
so de aquisição. Para Maciel e Mendonça (2006, p. 22-23), as 
atividades do bibliotecário de aquisição envolvem vários asw- 
tos, dentre os quais destacamos: 
conhecimento dos tramites burocrAticos institucionais; 
acompanhamento direto e constante dos processos; 
conhecimento das dotagões orçamentárias e outras 
fontes de investimentos; 
cumprimento de prazos; 
supervisão e controle de gastos para f m r a presta60 
de contas; 
gerenciamento do serviço de w r m e 
Normalmente, a aquisj~ão por compra 6 ainda mais com- 
p b , pois envolve recursos financeiros. Recomendamos a Leitura 
de An drade e Vergueir0 (19961, que conseguiram espe[har 
, e forma didática e simples. toda a complexidade das atividades de 
aq u 
isicáa De um modo geralsa organiza~ão do processo de aqui- 
SiGãO em qualquer tipo de biblioteca Passa necessariamente pela 
,,.g,nizagão de Listas de pedidos Provenientes da seleq-o já re. 
9 
ferendad~~ pela comissão de sele~ão (Lista desiderata). Depois 
9 
,,fases descritas abaixo dão continuidade ao processo,conforme 
sugerido por Andrade e Vergueiro (1996, p. 31): 
a) a complementação dos dados documentários, recorrendo-se 
a fontes apropriadas, caso seja necessário; 
b) nova verificação da existencia do item na biblioteca,do item 
pedido, bem como se o mesmo já foi encomendado, a fim de 
evitar duplicações desnecessárias; 
c) seleção dos fornecedores que apresentem melhores condições 
para atendimento dos pedidos,segundo o seu perfil de atuaqão 
no mercado editorial; 
d) pedido de cotaqão aos fornecedores. 
Após estas fases,as demais dependerão da decisão do respon- 
pela aquisição, que terá que escolher com quais fornecedores 
0s itens serão adquiridos e a modalidade - isto é,se será por compra, 
permuta OU doação. Cada tipo de aquisição determinará ações espe- 
detalhadas por Andrade e Vergueir0 (1996). Maciel e Mendon- 
* 
ça (2000,~. 84-85) mostram um fluxograma de aquisição que poderá I - 
Ser útil para visualizar como se dá esse processo em bibliotecas- 
zgq v A base de dados pode ser criada Para 0 processo d, i i 
wleçao tambbm pode ser compartilhada Para a5 atividades de 
9 
1 iquisic;ao,dc forma que as decisdes tomadas Possam ser conhc. g 
ddas por ambos os setores. Assim, 4 posslvel saber, de forma 
rlpida e Ogi1,em que estdgio do Processo de aquisi~ão Se encon. 
tra cada item selecionado. Este mecanismo de registro de itens 
em comum facilita o retorno e transparbncia das informações 
para os usulrios que se sentem atendidos, contribuindo, portan- 
to, para o aumento da confiabilidade das atividades desempe- 
nhadas pela biblioteca e favorecendo um ambiente de colabora- 
ção miitua. 
A equipe tambkm pode utilizar esses dados para criar pa- 
rdmetros e indicadores para medir o desempenho do setor de 
seleção e aquisição, tais como: tempo médio para atender as 
sugestões dos usuários; tempo médio para aquisição de itens em 
diferentes áreas; custo médio dos itens para orientar orçamentos 
e alocação de recursos. Esses dados podem orientar o ajuste da 
política de aquisição, a fim de contribuir para priorizar itens e 
para a construção de critérios próprios, conforme serd visto no 
item 3.1.4.2b. Além disso, a base pode ser um instrumento fun- 
damental para auxiliar o bibliotecário de aquisição no trabalho 
de prospecgáo. Isto 6, o bibliotecário deve sistematicamente ve- 
rificar e procurar atender os pedidos urgentes,pendentes e aqueles 
que não foram atendidos por não ter sido Localizado o material 
ou por estar esgotado. Sua tarefa em Localizar os materiais deve 
ser e ter um instrumento para controlar esse fluxo 4 
fundamental para alcançar exito* 
- 
r L Os fornecedores comerciais e não comerciais (incluindo 
1 . - e outras instituiçoes que permutam obras) também 
I devem Ser cadastrados nesta mesma base de dados, informando 
.,,s ou produtos que oferecem,a fim de otimizar o processo 
as a 
de escolha dos fornecedores na hora da aquisição. Dados relati- 
,, a, e-mail, URL do site, se houver, nome dos contatos 3 devem ser identificados. No Caso de Livrarias, é impor- 
tante descrever as editoras nacionais e estrangeiras com que cada 
uma trabalha ou distribui. No caso de instituições que fazem 
doações ou permutas de publicações, é importante acrescentar 
os tjtulos das obras que oferecem. O contato direto com OS for- 
necedores faz parte do trabalho do bibliotecário de aquisição. É 
por meio desse contato que O bibliotecário tem condições de 
conhecer o cronograma das publicações que chegarão ao mercado 
editorial nos próximos meses ou anos. Esses conhecimentos podem 
influenciar as prioridades de compra, especialmente das obras 
destinadas ao ensino, ou obras esgotadas que são reimpressas, 
entre outras. 
Recomenda-se que os dados necessários para a organização 
do processo de aquisição sejam analisados sob a forma de for- 
mulário, a exemplo do que foi feito no item 3.1.3 para a seleção. 
~ ~ ~ ~ p l o s de dados que ser considerados para a (yuadn, - 
aquisi@ 
r 
universidade Municipal do Interior 
Biblioteca Setorial f 
~ ~ ~ m u l á r i o de estudo para gestões de obras para a Biblioteca 
Parte I ] - Aquisição - Exemplo meramente ilustrativo 
7 Cotação 
Fornecedores: 
Data da cotação: _J / . 
9 Entrega 
Data da entrega: J / . Nota fiscal: 
Dados sobre pagamento: 
1 0 
I 
d 
.I 
i 
t 
i 
i 
? 
8 Pedido 
Fornecedor: 
Data do pedido: 1 / . Data prevista para entrega: / / . 
Valor da obra: Valor do Frete: Valor total: 
I 10 Conferência do Material ( ) de acordo ( ) apresenta problemas: Especificar: 
, 
li Registro 
Número do registro: Data:JJ . 
- 
Fonte - O autor (2013) 
Alguns dados importantes não estão presentes no formu- 
Lário de análise, pois fazem Parte de outros processos relativos 
a aquisição. Um exemplo já foi dado - a necessidade de fazer um 
A* 
dos fornecedores* O mapa de c ~ t a ~ ã 0 tambbm n jo esa 
9 
no formulário de estudo. O mapa 6 normalmente 
utilizando-se sofhvaes P ~ ~ P ~ O S para ediqào de plani- 
[has e colunas reiacionando as obras em processo 9 
de e campos c ~ r r ~ s p ~ n d e n t e s com os diferentes fome- 
cdores, apresentando suas condições de entrega, preço e prazo 
para Todas essas informações devem ser descritas, a 
fim de facilitar a tomada de decisão. O exemplo abaixo 6 mera- 
mente i tustrativo. 
Quadro 6 - Exemplo de mapa de cotação 
Fonte - O autor (2013) 
Obra K 
Obra W 
No exemplo de mapa de cotação apresentado no Quadro . . - 
'Sacima,e possível verificar o quanto o bibliotecário de aqulsiçao 
de informações adicionais presentes no formulárioam- 
lisado no item 3.1.3 (Parte I - seleqão).A~ informações sobre prio- 
' Pagamento faturado 
Rf75,W 
Em 30 dias 
Sem frete 
Não 
informou 
R$15,00 
R$75,00' 
Entrega 
imediata 
Frete: 15,OO 
Não 
informou 
Não 
informou 
Não 
informou 
R$ 60,OO 
A vista Sem 
frete 
Entrega 
imediata 
Não 
informou 
certa flexibilidade do bibliotecário 
.dades dos pedidos permitem 
de aq,,ilir~o na hora de adquirir a
obra. 
por exemplo 9 
O preço final (incluindo O valor 
do fiete) a obra y pode ser adquirida pela Livraria D, caso não 
seja urgente, pois o frete, dependendo da distância, pode levar 
de dois dias a uma semana para envios dentro do pais, e de uma 
semana a dois meses para envios internacionais, dependendo do 
tipo de frete escolhido. 
já no caso da obra K, optando-se pela compra junto ao 
Distribuidor A, será necessário pagamento à vista, envolvendo 
menos tempo para os procedimentos internos relativos a paga- 
mentos. Normalmente, os pagamentos são faturados, oferecendo 
um prazo maior de pagamento, de dez a trinta dias, facilitando a 
alocaí;ão de recursos e os trâmites internos, 
O caso da obra W é mais grave, pois os fornecedores sele- 
cionados não possuem a obra. 0 bibliotecário de aquisição deverá 
investir mais tempo na Localização do i tem com outros fornece- 
dores ou por outros meios (importação, busca em sebos, etc.), 
conforme a prioridade da obra-Vale considerar que essas mesmas 
9 Ponderações sã0 peeefeitamente válidas nos caros de l i c i t a ~ ã o 
no entanto, considerar prazos maiores, devido 
longo que a a q ~ i s i ~ ã o por [icitaCão consome Nesse 
de aquisicão deve conhecer a Legislacio es- 
Y p.rífica DNsiL 1964,lgg3, 2m2, 100~~. 
3.1.4.2 política de aquisição 
De com autores como Andrade e Vergueiro (1996) 
e ~ ~ , - i e l e Mendonça (2O00),os principais ekmentos que 
e,tar presentes em uma política de aquisição são: 
,) Responsabilidade pela atividade: deve ser definido quem ser i 
o responsável pela coordena~ão dessas atividades, bem como 
sua articulação com 0 setor de seleção OU com o responsável 
pelas atividades de seleção.Tendo em vista que em bibliotecas 
o volume de aquisição por ano é considerado 
de médio a alto, é recomendável a formação de uma equipe 
para executar as tarefas cotidianas sob a supervisão de um 
bibliotecário, uma vez que é necessário verificar sistematica- 
mente se o que está sendo executado é, de fato, o que foi 
planejado, validando as diretrizes definidas na política de 
aquisição e seleção. 
b) Definição das prioridades da aquisição: quando a lista desi- 
derata chega ao setor de aquisição, é preciso saber quais são 
as prioridades para aquisição. Muitas vezes as prioridades já 
chegam definidas do setor de seleção, devido ao trabalho da 
comissão. Mas, ainda assim, será necessário refinar as priori- 
dades em funcão dos recursos existentes. Logo, é altamente 
I 
recomendável que a politica de aquisição contenha OS critérios 
para as prioridades, que devem ser definidas a partir da poli- 
tica de seleqão, de forma a contemplar equilibradamente as 
- -J I .LJ ' - - demandas e as áreas de interesse. E preciso esclarecer que as 
demandas e as áreas de interesse podem Ser identificadas 
meio do estudo da comunidade, conforme visto no capítulo 
L 3.1.1 e do diagnóstico das coleçÕes, que será abordado em 
breve, no item 3.1.5. 
C Determinaç-o de fontes de financiamento e captado de re- 
cursos: normalmente,as bibliotecas universitárias contam com 
os recursos provenientes da Universidade,sejam elas públicas 
ou privadas. No caso das universidades públicas, o recurso 6 
repassado pelo Ministério da Educação. No entanto, há possi- 
bilidade de se obter outros recursos em agências de financia- 
mento de projetos que envolvam aquisição de acervo e,ainda, 
taxa de bancada, entre outros, que podem contribuir com o 
orçamento anual da biblioteca. É preciso criar um ambiente 
de Levantamento de fundos na Biblioteca,de preferência com 
um bibliotecário designado para isso, de forma a buscar re- 
cursos específicos para aquisição de materiais de informação. 
O financiamento articula-se com as diretrizes de alocação de 
recursos e as prioridades, de forma a contemplar sempre as 
demandas, necessidades e áreas de interesse da universidade. 
No planejamento orçamentário é preciso elaborar planilhas, 
correlacionando fontes de financiamento com as áreas de in- 
teresse e prioridades para facilitar a alocação de recursos. 
d) Estabelecimento de diretrizes para alocação de recursos: as 
diretrizes para alocação de recursos deve ser elaborada com 
base na política de seleção, novamente fazendo uso dos dados 
do estudo da comunidade e do diagnóstico das coleções, que 
identificará as áreas ~rior i tár ias do acervo. A alocaqào de ,, 
- deve obedecer a rigorosos criterios que atend 
am, de forma equilibrada e justa, as prioridades da C0,unidade uni- 
~e~5itária.A elaboração de uma planilha mensal e anual poderá 
muito ú t i l para visualizar a alocação de recursos por área 
temática, por quantidades de títulos e exemplares previstos 
Y por tipos de coleções, por tipo de financiamento, etc. 
e) ~etalhamento dos procedimentos e rotinas para compra,doação 
e permuta,incluindo orientações sobre o processo de aquisição 
- se direto ou indireto - bem como em relação as modalidades 
- desde o momento da solicitação do pedido até a sua chegada, 
e ainda o controle de todo o processo de aquisição-Também 
se define aquiya proporção de materiais adquiridos por compra 
em relação a permuta e a doação. Evans (2000) recomenda 
que o percentual de solicitação de doação de materiais de 
informação seja muito menor que o percentual de permuta, 
que por sua vez deve ser menor que o percentual de compra 
- preferencialmente maior que a soma de doações e permuta. 
f) Definição dos instrumentos auxiliares aplicáveis para a aqui- 
sição. O bibliotecário de aquisição faz uso dos instrumentos 
auxiliares para Levantar preços e o custo médio das obras, 
conferência de dados bibliográficos, evitar erros de aquisição, 
identificar novos fornecedores e especialmente loca l iza~ã~ de 
materiais de informa+. Na política de aquisição é fundamen- 
ta l indicar os títulos das fontes utilizadas e "0 apenas Os 
de fontes tais como 0s guias de periódicos, 
bases de 
Y 
dadosy bibliografias comerciais, catálogos de 
editores, entre 
,utros.~ fonte Acqweb 6 um exemplo rico Para ilustrar instru- 
mentos auxiliares, tanto para o Processo de seleção quanto 
de aquisicão O site traz dicas e uma série de fontes importa n- 
tes para ambos os processos. E muito úti l indicar, na política 
de aquisiqão,os instrumentos auxiliares e as respectivas áreas 
de interesse, pois orientam as atividades do bibliotecário que 
I já sabe o que fazer e como fazer. O Quadro 3 é um bom exemplo 
a ser adotado para o caso da aquisição. Mesmo que os titulos 
sejam os mesmos do processo de seleção recomenda-se indicar 
quais são os instrumentos auxiliares de aquisição. 
g) Orienta~ões para a escolha dos fornecedores: conforme já su- 
gerido, os fornecedores devem ser cadastrados em uma base 
de dados. Pode ser a mesma base de dados que foi criada para 
as atividades de seleção. No caso dos fornecedores, é impor- 
tante descrever o seu perfil. Isto é, áreas de atuação, tipo de 
obras mais comuns, se atua como distribuidor ou importador 
de editoras (e quais seriam essas editoras), etc. Esse perfil 
agiliza o processo de tomada de decisão sobre qual fornecedor 
é melhor para determinadas áreas, autores, tipos de coleções, 
etc. Andrade e Vergueiro (1996, p. 37) recomendam que o bi- 
bliotecário acompanhe o mercado, entrando em contato sis- 
temático com os fornecedores, de forma a realizar "boas 
compras: isto é, obter o melhor com bom preço e prazo de 
entrega do material. Na política podem ser definidos critérios 
de escolha de fornecedores. 
r) Definir critérios para o registro das diferentes coleqões para 
fins de identificação de patrimdnio. 0 registro é um dos pro- 
cedjmentOs mais importantes para qualquer tipo de bibliotc- 
,, além de ser um recurso para inventariar o que foi S 
adquirido, tarnbkm tem a função de descrever o patrim6nio 
da biblioteca. É, portanto, necessário definir como será a
arti- 
culacã~ entre o número de registro e o número do patrimdnio 
(serh ou não O mesmo?). com0 serão o método e forma de 
registro e patrimbnio, como serão identificados o registro e 
patrimdnio nas coleções (fará uso de carimbo, etiqueta e/ou 
anotações a Iápis, etc). Quais serão as diretrizes para fazer o 
registro de obras raras, material especial, etc. c extremamen- 
te importante consultar especialistas em conservação, a fim 
de que o bibliotecário de aquisição não acabe por intervir 
demasiadamente na estrutura física da obra, em função do 
dever de identificar e registrar a obra. preciso investir em 
uma sistemática simples e eficaz sem danificar o item. 
Descrição da participação da biblioteca em planos ou progra- 
mas de aquisição cooperativa. Essas informações normalmen- 
te geram documentos próprios, como contratos, políticas, etc. 
No entanto, é importante que as informações sejam sinaliza- 
das na política, bem como os procedimentos que cabem & 
biblioteca e a terceiros, tais como pagamento de assinatura, 
manutençao de portais na internet,entre outras rotinas a serem 
executadas. Caso contrlrio, corre-se o risco de não se cumprir 
as obrigaçóes contratuais. 
j) Ado~ão de programas para o controle e acompanhamento 
automatizado dos processos de aquisição. Existem alguns 
''ftwores de gerenciamento de bibliotecas que contemplam 
e-:> i de aqulsigão, sem* contudola~re~@ntar todos 
os procedimefltOS prbprjos da t u n ~ a o * E preciso verificar 
I para Investir em um sistema Pr6Prio. que Contem Pte 
todas as atividades requeridas no processo de desenvolvimcn I 
to de coleçdes com0 Um todo, e para a aquisiga0 em particu- 
lar, seria mais ou menos vantajoso. A questdo aqui 4 que I se 
existe um grande volume de itens a ser adquirido,seri neccs. 
sdrio ter um bom programa para lidar com essas informacbes 
'1 Seja comercial ou especialmente desenvolvido para a funcao, 
1 serd necessário ter um bibliotecdrio responsável por monito- 
rar o funcionamento do soflnlare e sua adequação para o con- 
texto de sua comunidade universitária. 
3.1.5 Avaliação 
8 ' . 
- . i ' 1,- : > '* 
1 . v . >,+ 
8 - i I ' 
r - 8 
2 
* . . . - C , . 
. , . . n 
8 8 I 
< ' 
. . 
. L 
i C 
A avaliação, para Lancaster (1996, p. 2), deve sempre partir 
do principio de que a biblioteca pode ser entendida como intei 
face entre os recursos informacionais disponíveis e a comunida- 
de de usuários a ser servida."Portanto, qualquer avaliação a que 
a biblioteca seja submetida deve se preocupar em determinar em 
que medida ela desempenha com exito essa função de interface". 
O processo de avaliar coleções deve estar im buido nesse principio, 
uma vez que a interface representa, na verdade, o acervo, e este 
deve ser desenvolvido tendo em vista 0s objetivos institucionais 
e as necessidades da comunidade a que serve. Por isso, Figueire- 
do (1998, p. 97-98) considera que Uma avaliação de coleções de 
bibliotecas 3, efetivamente, uma avaliação dos seus metodos de : 
seleção: No entanto, segundo Figueiredo (1998, p. 134) s "colocar 
,- 
- Y d L . t h - , ,, \ - 4 a*.-., aw- 4 
! 
a avaliação como parte integral do planejamento e tomada de 
decisão não é fácil", exige visão crítica e analítica da equipe com 
relação a biblioteca, pessoal qualificado em estatistica, mensu- 
raqão e pesquisa e "aceitação firme dos resultados, independen- 
temente daqueles a quem estes resultados possam atingir" (FI- 
GUEIREDO, 1998, p. 134). Tendo em mente essas considerações, 
passemos então para os prbximos itens, que tratam da avaliação 
como processo e como política. 
3.1.5.1 Processo de avaliação de coleções 
Tornar o processo de avaliação de coleções uma rotina 4 
um dos maiores desafios nessa etapa, pois além das razões apre- 
sentadas por Figueiredo, as quais dificultam sua introdução no 
cotidiano, ainda não há uma prática consolidada em bibliotecas 
universitárias.A formação de uma equipe dedicada a avaliação é 
outro aspecto bastante sensível do processo, pois exige qualifi- 
cacões próprias de um pesquisador, isto é, domínio de metodo- 
logias quantitativas e qualitativas, técnicas de pesquisa,coleta e 
P L tabulação de dados,e ainda, habilidades relativas a concentração 
e capacidade critica,conforme recomendado por Figueiredo (1998). 
Por outro Lado, as políticas governamentais tem cada vez 
mais exigido padrões e critérios rigorosos em relação ao acervo 
das bibliotecas como um dos requisitos para credenciamento e 
recredenciamento dos cursos de graduação e pós-gradua~ão em 
instituições de ensino superior. Em função disso,esse quadro vem 
Se alterando, contribuindo 6 necessária mobilização dos biblio- 
A rotina do processo de avaliação envolve planejamemo % 
. . 
diagnóstico das coleções, aplicação de padrões e critérios, e 
trole de dados de uso, valor e qualidade, de um modo geraL A 
avaliação deve, conforme recomenda bncaster (1996), verificar 
o desempenho da interface, nesse caso, das coleções. Nesse sentido , 
6 preciso definir uma política de avaliação para identificar quais 
são 0s aspectos daquela biblioteca e/ou universidade que devem 
ser considerados, para verificar se o acervo está cumprindo bem 
sua função de interface. A política vai orientar o dia-a-dia da 
equipe sobre que fazerw e =como fazer*, em termos de processo 
de avaliação. Esse tópico será visto adiante, no item 3.1.5.2. 
O diagnóstico faz parte do planejamento. É preciso mapear 
todo o acervo em termos de áreas e subáreas, idioma e idade. 
Figueiredo (1998) e Miranda (1980) foram alguns dos primeiros 
autores brasileiros a defender essa prática para possibilitar 0 
planejamento em termos de produtos e serviços em bibliotecas, 
bem como para orientar a seleção e o desbastamento.Apesar de 
Miranda ter apresentado o método detalhadamente, em 197& 
para ser adotado em bibliotecas universitárias, o diagnóstico de 
ainda não é amplamente adotado como ~ i r a f l ~ ~ 
trazia inf0ITna~Ões atualizadas sobre a área de desenvolvimento 
de nOS Estados Unidos. 0 método foi aprimorado e re- 
no Modelo Conspectus apresentado pela 1Fl-A (lNTER 
9 
NA- 
T I o N A L F ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ OF L IBRAR~ ASSOCIATIONS AND 1NS TITU- 
TIONS, 2001)# adotado Para apoiar 0 diagnóstico das colecões e 
para fomentar a ~o l i t i ca de desenvolvimento de co\eqões, Neste 
livro, vamos a~rofundar a Proposta de Miranda (1980), que fun- 
cionará como um ensaio na aplicação do Modelo Conspectus 
$ no mundo todo. 
Atítulo de esclarecimento,vale a pena apresentar algumas 
informações sobre O Modelo Conspectus. De acordo com a IFLA, 
Conspectus significa: I 
uma visão geral ou um resumo da prokindidade da coleção e 
da organização das coleções por mat&ria,por sistema de clas- 
sificação ou por combinação de ambos. O Conspectus inclui 
também os códigos padronizados para os níveis de coleção e 
idiomas dos materiais adquiridos (INTERNATIONAL FEDERATION 
OF LIBRARY ASSOCIATIONS AND INSTITUTIONS, 2001,p5). 
Cunha e Cavalcanti (2008, p. 103) explicam que o 
de avaliação de acervo foi "desenvolvido pelo Research Librarie 
Group, em 1980, e consiste na análise do acervo comparando-o 7 
com a tabela de classificação utilizada na biblioteca". De acordo 
com os autores, a análise do acervo "está centrada em dois ele- 
mentos. 0 primeiro é o nível da colegão no qual se estabelecem 
níveis distintos de zero a cinco [...I. O segundo elemento é a Língua 
dos documentos: Quanto à esse último, e preciso avaliar se vale 
a pena adaptar os códigos, valorizando a Língua portuguesa. A 
- 
desse modelo será vista adiante, no item 3.2.4. Por 
agora,~ara melhor ilustrar esse modelo seguem 0s quadros abaixo, 
baseados nas informações dos autores: 
,7 - Rlmeirn elemento do Modelo Conspectus QusKt 
Fonte - Cunha e Cavalcanti (2008, p. 103) 
1 
2 
3 
4 
5
Quadro 8 - Segundo elemento do Modelo Conspectus 
analise 
Nlvel minimo - com obras elementares 
Nivel de informação basica - Com obras que definem a temátic- 
Nlvel de apoio curricular - com obras que permitem realizar 
estudos independentes 
Nível de pesquisa - conthm documentos que permitem a 
realizaç50 de uma tese ou trabalho de pesquisa 
Cobertura máxima - acervo com exaustividade temática 
Fonte - Cunha e Cavalcanti (2008, p. 103) 
Em relaqào aos padrões e critérios, os bibliotecários universi- 
tános devem aprofundar seus conhecimentos em torno do que é 
exigido pelo Ministério da também c%ecer a Literatum 
d 
a fim de verificar quais fio as m 
elhores praticas no g ~ i d o de obter maior valor agregado em termos de ace,-,,oo. Muitar 
vezes os padrões e critérios são limitantes em relacão à 
abrangên~ia de uma determinada área OU ~ ~ b á r e a . 0 ~ o contrário sào 
Y demais Para a es~ecif ica~ão requerida. Nesse sentido 
bi- 3 bl iotecár i~~ universitários precisam se organizar em grupos seja em 
Y termos de áreas,seja no âmbito institucional ou regional para refletir 
sobre esses padrões e critérios. Os benefícios são muitos e vão desde 
definir as melhores práticas para desenvolver coleções comprometi- 
das com as áreas de conhecimento até a racionalização de custos. 
3.1.5.2 Política para avaliação de coleções 
Uma política para avaliação de coleções deve considerar 
no mínimo três elementos principais: quem será o responsável 
pelo processo, definição de padrões e critérios e metodologias e 
métodos a serem empregados. 
Em relação ao responsável pela avaliação,~ ideal é formar 
uma equipe com qualificação em pesquisa com um supervisor. 
Mas, nem sempre as bibliotecas universitárias brasileiras apre- 
sentam um número médio de bibliotecários suficientes. Para CaSOS 
assim,o maior desafio é formar equipes rnultifuncionais e manter 
a constância das atividades. Esse tipo de opção exige maiorcon- 
t r ok e direção por parte do bibliotecario chefe e supervisares. 
especiatizad~~ conjugando 0 perfil instituciona\ e d a comunida. 
de considerando ainda a política gove rnamental 
para credenciamento de cursos de graduação, uacòes 
entre outros aplicáveis Em Outras palavras, os padrões e criter 
9 
ios 
deverão ser construidos considerando as variáveis institucionais 
e governamentais que regulam 0 funciorIamento dos cursos nas 
instituições de ensino superior. Como exemplo, podemos citar as 
listas das bibliografias básicas dos cursos, a média entre exem- 
piares e alunos, as duplicações, as assinaturas de periódicos es- 
pecíficos para componentes curriculares, que não estão presentes 
no Portal de Periódicos da CAPES, etc. 
Uma extensa bibliografia sobre métodos e metodologias 
para avaliaqão de coleções é apresentada por Figueiredo (1998), 
onde é possível ter conhecimento panorâmico sobre o que tem 
sido aplicado em termos de avaliação de coleções em bibliotecas 
de um modo geral. lancaster (1996) aprofunda as metodologias 
qualitativas e quantitativas apresentando detalhadamente a apli- 
cação de algumas técnicas e métodos com ricos exemplos de 
pesquisas efetuadas com este fim,de modo que a Literatura apoia 
e encoraja os bibliotecários nesta tarefa de avaliação de coleçÕes. 
Essa literatura também e muito Ú t i l para aprofundar conhecimen- 
tos teóricos e metodológicos para a área de avaliação de coleções. 
bpes (2001),ao a~rofundar 0 estudo sobre metodoloaia da pes- 
-C quisa,faz uma série de recomendações interessantes Dara orien- 
tar aqueles que desejam aprofundar métodos e técnicas de pes- 
quisa que apresentamos a seguir: 19 
F d w - adaptado de (LOPES, 2001) 
Vale esclarecer que as sugestdes acima são a b o r d a m 
~odol6g icas provenientes das Ciencias Sociais, mas qw podem 
ser aplicadas no contexto das bibliotecas, a fim de auxiliar m 
processo de avalia~ão de colegões. 
A avaliaçáo de coleções & um recurso fundamental para 
ajustar as políticas de desenvolvimento de coleções de um modo 
geral, e as de sehão, aquisição e desbastamento, em particular. 
Em metodos quantitativo~~as estatldicas de uso do acervo 
ao práticas comuns em bibliotecas. No entanto, é necessário 
tabular esses dados e compor séries hist6ricas,de modo que seja 
possível acompanhar as demandas por áreas* tipos de c o l e ~ ~ ~ l 
r 
relevantes, para orientar as tomadas de decisão sobre 
mento9 quando se verifica alterações no pla"jamento estratégi- 
b. QJ sobre a necessidade de dhrulgac ;i ca,por-p O-, I , i : w& as taxas de USO alan(am medias inferiores das cria 4 1 
hi*&icas em colg& fortes. isto e. de mlqks de alta r e l e h i 
I 
para o ~ n v o l v i m e n t o das atividades-fins da institui* 4 
- 
> 
d 
Os dados levantados deverão ter correspondemia com todas 
as atividades da instituição, que foram igualmente levanta@ 
para a caracterização institucional 
Por exemplo: em uma determinada área existem X linhas 
de pesquisas arroladas e Y grupos de pesquisa. O uso de coleg&s 
dessa área deve ser correspondente ao grupo de pessoas envol- 
vidas com essas pesquisas ou as pesquisas propriamente ditas, 
seja orientandos, docentes, técnico-administrativos. Isso requer 
um planejamento cuidadoso, a fim de orientar a coleta desses 
dados corretamente. Para isso, é preciso idealizar formulários 
prbprios e treinar a equipe no processo de coleta diária dos dados. 
Do mesmo modo,os métodos adotados devem ter também 
correspondencia com OS padrões e criterios definidos, mantendo 
uma coerencia Lógica. Por exemplo,se a equipe deseja saber sobre 
a pertinencia da seleção de uma determinada área, precisará 
adotar métodos qualitativos, pois 0s quantitativos não expressam 
esse tipo de dado. Nesse caso, será necessário investigar aspectos 
relativos as coleções junto aos usu$rios, investigando se as cok- 
respondem AS suas questões. Esse tipo de avaliação 4 mais 
complexo,pis envolve a triangula~ão de métodos e rnetodologias. 
O mapeamento e acompanl'-mento dastaxas de USO das coleções, 
w contrario, é a mais eiementar atividade em avaiiação de cole- 
- lwmhhwhmL, , 
$5 e, bibliotecas uni*rsltdrlal, c deve src ln*ltu[dr como 
conforme visto* 
Corno resultado concreto, a avaliaçiio de co\cc;ões possibl. 
a identificação das obras que apresentam um tempo medio 
aceita~el OU f"lão sem uso,denominado por Sl0te (1997) deutempo 
de estante: bem como a busca de uma alternativa para estimular 
o caso a obra ainda seja de relevancia, ou desbast6-la. 
3.1.6 Desbastamento 
Uma das principais funções do desbastamento 6 o ajuste 
do acervo As necessidades e desejos da comunidade e A missão 
instituciona1.A implementação de suas ações trazem como con- 
sequência a renovação de espaços para armazenamento, contri- 
buindo ainda mais para melhorar o acesso dos usuários ao ma- 
terial. No entanto, para obter seus benefícios 4 preciso definir o 
desbastamento como processo e como política. 
3.1.6.1 Processo de desbastamento 
Maciel e Mendonça (2000, p. 25) apresentam uma definição 
interessante para o processo de desbastamento e descarte: 
0 desbastamcnto consiste na retirada de documentos POUCO 
utilizados pelos usuArios, de uma colegão de uso frequente 
para outros Locais - 0s depósitos especialmente criados Pm 
.brigar e m material de consultas @w"Walr. JP o dmam, 
Consiste na retirada definitiva do material do acervo da biblio. 
eca, com a correspondente baixa nos arquivos de registro 
mesma. 
Para Figueiredo (1998, p. 84),#0 desbastamento 6 um pro- 
cesso de extrair títulos ou partes da coleção, quer para remane- 
jamento, quer para descarte". Essa definição diverge da anterior 
ao considerar o desbastamento um processo que Compreende 
dois outros: o remanejamento, que consiste na retirada de mate- 
riais para locais menos acessiveis, e o descarte, que é o processo 
de
retirada definitiva da obra do acervo. 
O desbastamento assim definido apresenta-se como um 
conceito agregador de outros dois subprocessos: remanejamen- 
to e descarte desencadeados a partir dos problemas identificados 
no processo de avaliação de coleções em relação a cada item - um 
a um. Do mesmo modo que não é possível selecionar por lotes, 
também no desbastamento cada item deve ser examinado seja 
para fins de remanejamento ou de descarte - um de cada vez. 
0 descarte ocorre principalmente quando as obras não 
atendem mais o perfil da instituição e/ou da c0munidade.A~ ações 
decorrentes podem ser resumidas em duas: a) retirada definitiva 
do item do acervo; b) baixa nos catálogos da biblioteca e no 
registro do item em termos patrimoniais. 
'Gd "IA " 
Muitas vezes há certa preocupação dos bibliotecários em 
relação ao de~carte~especialmente em fun~ãp do erro de descar- 
i.-. 
algo que ainda possui algum valor. Por isso, a política de 
desbastamentO deve ser definida para orientar também o pro 
- 
. ? i de descarte,detalhando criterlos e responsáveis. Itens que 
,áo 6kand ida t~~* ao descarte podem passar por um período de- 
terminado no depósito, para observação. Expirando o prazo nova 
9 
,,,liacão é feita para certificar-se de que os itens podem ou não 
ser descartados. 
Outro mecanismo que pode validar as decisões sobre o 
desbastamento são OS dados sobre a seleção dos itens. Se há um 
histórico das decisões tomadas sobre a seleção dos itens, certa- 
mente o acesso a essas informações facilitará o seu descarte. Por 
isso é tão importante preservar os dados do processo de seleção 
em uma base própria cujo acesso seja permanente. 
O remanejamento de coleções ocorre,na maioria das vezes, 
pelas seguintes razões: 
a) as obras que apresentam maior valor por sua raridade ou im- 
portância para a instituição podem ser remanejados para Locais 
de armazenamento especial destacada das coleções correntes. 
O ambiente poderá ser controlado em termos de climatização 
e segurança patrimonial; 
b, as obras danificadas e/ou que necessitam de atenção espe- 
cializada em relação à sua OU preserva~ão são 
remanejadas temporariamente para outro Local, enquadfo 
recebem tratamento apropriado, retomando depois ao Loca 1 
original de arrnazenamento; 
c) as obras que ainda apresentam relevancia, mas estão abaixo 
da taxa média de USO em relação as coleções Correntes e,ou 
são colegões retrospectivas. 
A política de desbastamento tambgm orientará sobre como 
realizar essas ações, sob quais critérios, em quais circunstdncias. 
3.1.6.2 Política de desbastamento 
Conforme visto, o processo de desbastarnento incluindo o 
descarte deve ser acompanhado de políticas próprias, definindo 
critérios específicos para orientação das decisões relativas ao 
desbastamento. 
A politica de desbastamento deve, portanto, conter pelo 
menos quatro elementos: responsabilidade pelo processo, crite- 
rios, métodos e aspectos Legais e administrativos. 
a) Quem será o responsável pelo processo - um bibliotecário ou 
uma comissão? DO mesmo modo que se necessita de uma 
comissão de seleção,também e necessária uma comissão para 
descartar ou remanejar. A comissão pode ser a mesma, mas, 
corre-se o risco de sobrecarregar seus integrantes. É preciso 
formatizar a Comissão de Desbastamento e instituir as mesmas 
regras existentes para a constituição da Comissão de Seleção, 
no sentido de sua formação, mandato, etc., a fim de manter a 
coerencia, em termos de formato, entre as diferentes comissões. 
_I. 
b) Critérios para desbastamento - Primeiramente,é preciso 
definir considerando o que se definiu na política de 
sele~ão, verificando se o item ainda atende aqueles critérios 
para a seleção. Depois, como há ações para re- 
rnanejarnento e descarte, será necessário detalhar critérios 
próprios para todos OS seus desdobramentos. É preciso obje- 
tivar os critérios e validá-los, conforme foi visto no item sobre 
critérios de seleção, em 3.1.2b e 3.1.3. 
O exemplo mais comum de critérios em desbastamento é 
inadequação do conteúdo e baixo uso das co1eções.A inadequa- 
ção ocorre quando há mudanças no planejamento estratégico da 
universidade ou na área do conhecimento. Em relação as taxas 
de uso, critérios específicos podem traduzir numericamente as 
médias aplicáveis a cada caso, bem como outras variáveis mais 
subjetivas para definir quando um item deve ser remanejado para 
um depósito. Critérios também deverão ser definidos para orga- 
nização e acesso ao depósito, bem como o tempo médio de per- 
manência dos itens. 
Outro exemplo que pode ocorrer em relação ao remaneja- 
mente refere-se à formação de coleqões especiais por meio de 
remanejamento de coleções para outro Loca1,separado do acervo 
São que atendem a propostas específicas da cot-wnida- 
de e/ou in*tituiqão,tais como a produção instituciona1,obras raras, 
livros-text~,etC.,e as decisões para remanejamento devem seguir 
Um perfil previamente determinado por critérios definidos na 
Política. 
ambos 0s exempl~s,os critérios podem ser construidos 
. - 
de acordo com a realidade da instituiça* e da comunidade. N, 
entanto, em relagão à conservação e preservação, 0s critérios 
devem ser definidos sob a consultoria ou de eSpecia. 
listas, é um tópico muito sensível em bibliotecas universi. 
tárias brasileiras, pois a maioria abriga acervos preciosos advin- 
dos de sua história no tempo e no espa~o*Vale lembrar que já 
existe literatura para apoiar esses procedimentos em bibliotecas. 
A Leitura das publica~ões do projeto Conservagão Preventiva de 
Bibliotecas e Arquivos (2001) e imprescindível Para lidar com 
questões sobre armazenamento e ações para conserva~ão das 
obras impressas. Para recursos eletrônicos, já existe um modelo 
de preservação digital aceito em nível internacional para lidar 
com os problemas característicos do meio digital conhecido como 
Open Archival Information System - OAIS (MÁRDERO ARELiANO, 
2004; BOERES; MARDERO ARELiANO, 2005; SAYÃO, 2010). Isso 
quer dizer que além dos critérios próprios para esse tópico, é 
altamente recomendável que seja elaborada também uma polí- 
tica Para conservação e preservação tão Logo seja possível. Con- 
siderável Literatura sobre este tema já está disponível na internet 
e pode auxiliar na elaboração de políticas para a conservação e 
preservação de materiais impressos e eletrônicos, que poderá 
integrar a política de desenvolvimento de coleqòes como um 
tópico próprio. Em outras palavras,essa Literatura indicada poderá 
contribuir para a construção de critérios especificas que envolvam 
a conservação, especialmente. No entanto, é fundamental que um 
especialista possa contribuir para a elaborasão ou revisáo da 
política nesses aspectos. 
rrY- 
! 
,,, de desbastamento, Figueiredo (1998, p. 166) apre 
- 
senta um grupo de critérios da American (ALA) * que consideram 0 us0,valor e qualidade, duplica~2io i"desejáve~ 
, Evans (2000) detalha um pouco mâis,apresentan. 
do critérios relativos a duplicatas, doações não solicitadas ou 
indesejadas, obras obsoletas, edições antigas, obras infestadas , 
sujas e gastas, obras com Letras pequenas, papéis frágeis ou sem 
algumas páginas, obras sem uso ou desnecessárias. 
c) Métodos para desbastamento - A Literatura especializada apre- 
senta vários métodos para desbastamento, e muitos estão 
diretamente articulados com a avaliação de coleções, uma vez 
que são aqões complementares. Para funcionar, é preciso que 
os métodos para desbastamento sejam empregados em con- 
junto com os critérios. Figueiredo (1998, p. 168-169) cita os 
métodos de Lancaster, que utiliza critérios baseados em data 
para publicagão, data de aquisigão e de circulação, para apoiar 
decisões referentes a remanejamento de coleções para locais 
menos acessíveis. Slote (1997), considerado um clássico no
assunto entre os estadunidenses, enumera outros métodos 
baseados na avaliação sistemática de coleções, especialmen- 
te dados sobre a baixa circulação dos materiais, e desbasta- 
mento continuo. 
d) Aspectos Legais e administrativos - e preciso definir diretrizes 
para Lidar com os aspectos legais e administrativos decorren- 
tes do remanejamento e do descarte. Por exemplo, o rernane- 
jamento de coleções para outra cidade ou Local afastado da 
Bibliot- POd gerar problems OU limita* 
rantrole e ~ g ~ m n q a do paridnio- Do m m 
a, de itens M Senriço fÚblim procedi- , r- 
leis que precisam K r executados. ESMS q m pcr iun 
,r detalhadas potitiu, informando, inclusive, r 
pertinente. 
3.1.7 Processos e políticas articulados 
V i m algumas noçóes-chave sobre cada etapa no poccs- 
so de desenvolvimento de coleções caracterizada pela interde- 
pendencia entre elas, isto 6, náo 6 possível realizar uma etapa 
sem a sua articulação com as demais. Fatores como missáo e 
objetivos da Biblioteca e da Universidade,disponibilidade de verbil, 
relacionamento de um item com os demais do acervo, a função 
da biblioteca para a comunidade, bem como o seu potencial para 
ser uma referencia para futuras gerações, entre wtros fatore 
demonstram a importdncia de realizar o processo de desemol- 
vimento de cowes «>mo um toda 
É possível resumir este tópico afirmando gue,ca& procei 
so da etapa é como uma ação, e a respectiva política de cada 
etapa, um conjunto de regras para orientar a ação, conforme foi 
visto.Também podemos pensar em termos de elaborar uma po- 
lítica de desenvolvimento de c~leçôes integrada, que abarque 
todos os processos e suas respectivas políticas - 4 o que defeno 
-\a 1 
demos neste Livro. 
. + 
Agora temos condições de refletir sobre o assunto e 
# Sso-a-pa~~O para elaborar uma política de desenvolvimenQ 
u P ~ 
3.2 A POL~TICA PARA DESENVOLVIMENTO DE COLECOES 
Antes de começar a elaborar um primeiro esboço da poli- 
tica para desenvolvimento de coleções, são necessários alguns 
prévios. 
0 s pressupostos mais importantes para iniciar o planeja- 
mento estão relacionados com algumas reflexões mais profundas 
sobre o papel da biblioteca para aqueles a quem deve servir, e 
de como a biblioteca pode inserir-se de forma mais dinâmica no 
âmbito da instituição mantenedora. 
Sendo o processo de desenvolvimento de coleções uma 
função de planejamento (VERGUEIRO, 1989; FIGUEIREDO, 1998),é 
fundamental que o bibliotecário responsável por essa tarefa possa 
refletir também sobre o seu fazer e sobre as estruturas nas quais 
a biblioteca está inserida (MACI EL; MENDONV, 2000, P- 7)- 
De acordo com Maciel e Mendonça (2000, p. 7), e necessá- 
enxergar a biblioteca como organização, para que seja possi- 
a compreensão da ''estrutura administrativa implícita à biblio- 
v- 
'] 
estrutura Com a institui~ão que a sustenta'(MAC1~~; M E N ~ ONU, 
200~ 8). Em outras palavras,é preciso que a biblioteca Perten 
3 . 
- 
Fa de fa«> e de direito à sua comunidade e à sua instituisso 3 que 
esteja integrada ao planejamento estratégico da instituisão 
a mantem. 
Dessa forma, a missão, os objetivos e metas da biblioteca 
estarão em consonância com a missão, objetivos e metas da ingi- 
tui@o mantenedora. Acreditamos que um caminho para alcancar 
esta sintonia é por meio da política de desenvolvimento de coleções, 
pois este é um instrumento que viabiliza este olhar estratégico 
sobre as coleções, os serviqos e os usuários em uma biblioteca. 
Neste sentido,apresentamos alguns elementos, identifica- 
dos por Evans (2000), Figueiredo (1998) e Vergueiro (1989,2010), 
que devem ser considerados para elaborar uma política de de- 
senvolvimento de coleqões sob a forma de doze passos. 
3.2.1 Primeiro passo: identificação da missão 
e objetivos institucionais 
Conforme visto, o primeiro passo em uma política é esta- 
belecer missão, objetivos e metas em consonância com as da 
própria instituição mantenedora. Nessa etapa, serão anexados os 
primeiros documentos a política. Certamente já existem na ins- 
tituição documentos relevantes para as definições propostas. OS 
. quais são de grande importância para juntar a política. 
*.-,.vcr ., .'..-;i. ,.- ,,>c 8 - 8 7 c- '.-A- i-- ..*'i; .--y.-.-..ryí.y3 F . , 
Existem alguns textos que podem auxiliar na definiqáo da 
missão e objetivos para a biblioteca,tais como Barbalho e Bera- 
($995), Costin e outros (1995) e Oliveira (2013). Este ú\timo 
autor faz uma série de recomendações, quanto a elaborado da 
missão de uma emPresa,que podem muito bem ser aplicadas ao 
caso das bibliotecas. Primeiramente, é necessário refletir sobre 
qual a razão de ser da biblioteca, bem como sobre a natureza, dos 
negócios da biblioteca e 0s tipos de atividades que a biblioteca 
deve concentrar para alcançar Seus objetivos. Isso deve ser feito 
a forma de perguntas e respostas. 
 pós essa etapa, é necessário definir as áreas prioritárias 
de da biblioteca. Em desenvolvimento de coleçÕes,essa 
definição de áreas prioritárias tanto se refere a identificação das 
áreas que as coleções da biblioteca devem cobrir,quanto as áreas 
próprias de cada etapa do processo em si, isto é, estudo da co- 
munidade, política de seleção, seleção, aquisição, avaliação e 
desbastamento (incluindo suas respectivas políticas). O processo 
de identificação das áreas prioritárias relativas ao acervo esta 
detalhado no terceiro e quarto passos. Já as áreas prioritárias de 
cada etapa requerem estudos e detalhamento de suas respectivas 
rotinas.Também e necessário obter consenso, na equipe, de que 
Os esforços e recursos dirigidos para o alvo estabelecido em termos 
de áreas ~r ior i tár ias definidas previamente serão bem-sucedidos. 
Nenhum objetivo é alcançável sem a cooperacão mútua. 
"gundo oliveira ((201 3), o estabelecimento da missão deve 
""Siderar 0s ~ e g u intes aspectos: 
- 
reduz a amplitude da empresa* 
0 N&I procurar definições, nem c- qw F@diqumi 
o entendimento, nem tio longas qw prejudiquem a ;is- 
sirnilaç80. 
Frases definitívas n& sã0 f-eis,@s & 
Em resumo, em b j b u m s universitiirias não é reumien- 
dhe[ utilizar frases como, por exemplo, "apoio à universidade 
com materiais bibliográficos ou informacionais:pois isto Se refere 
ao produto oferecido pela biblioteca. Barbalho e Beraquet (1995, 
p. 34) citam exemplos interessantes envolvendo frases como: a T I 
'construção do conhecimentou, contribuição "para a forrnaqão & i 
> 
novos cenáriosude uma Area,contribuir para a "formação intelec- 
tual" de indíviduos tornado-os "sujeitos críticos", ou ainda 
um instrumento de açio informacjonal: 
Segundo passo: perfil da comunidade 
" Do segundo passo em diante, são introduzidas as etapas I 
1 do processo de desenvolvimento de coleções propriamente ditas* 
No entanto, conforme foi visto, o estudo da comunidade é um 
Processo muito complexo e pode consumir a!gum tempo Para 
Ser elaborado ate apresentar resultados utilizáveis. Certamente 
que existirão necessidades pontuais em que o estudo da cornu- 
nloade se fará presente, OU ate outros estudos de natureza dis- 
tinta. Mas, para essa etapa da elaboração da política de desen- 
volvimento de coleções, os dados coletados nas bases de dados 
da universidade serão úteis para caracterizar um breve perfil da 
comunidade, conforme foi visto no item 3.1.1. O perfil da comu- 
nidade deve expressar em números e palavras a descriçâo dos 
usuários reais e potenciais. Esse é o ponto de partida que deli- 
neará toda a política. 
Terceiro passo: perfil das coleções 
Vergueiro (1989) recomenda descrever o estado atual das 
coleções da biblioteca, informando tanto a quantidade quanto o 
conteúdo. Para fazer isso de forma segura,é preciso adotar alguns 
dos métodos de avaliação de coleções recomendados pela Lite- 
ratura especializada.

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