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Apostila Sistema de TV Digital.pdf

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Sistema de TV Digital 
 
Introdução 
 
No dia 2 de dezembro de 2007, iniciaram- se oficialmente as transmissões de TV digital no 
Brasil, com o início das transmissões comerciais na cidade de São Paulo. O padrão adotado foi 
o mesmo utilizado no Japão, Integrated Services Digial Broadcasting – Terrestrial - ISDB-T, 
porém com algumas alterações nas tabelas do sistema, no padrão de codificação de áudio e 
vídeo, que utilizam a compressão H.264 e no middleware, que é chamado de GINGA. 
 
O sistema de modulação digital utilizado no padrão brasileiro, foi concebido de forma a 
permitir maior flexibilidade de configuração, permitindo a transmissão simultânea em até 3 
níveis diferentes de resistência à perturbações do canal (camadas), utilizando o mesmo canal 
de 6 MHz. Atualmente, as principais emissoras utilizam a transmissão com dois níveis 
distintos, um sinal com mais resistência para a recepção móvel / portátil (one-seg) e outro 
sinal (full-seg) com menos resistência, porém com maior taxa útil de bits, para transmitir um 
sinal em alta definição. 
 
Imagens em alta definição, áudio com múltiplos canais, imunidade aos ruídos, informações 
sobre a programação (EPG), interatividade e a multiprogramação são apenas alguns 
exemplos de benefícios da transmissão digital. 
 
Outro benefício é que, diferente do que ocorre com a transmissão analógica, em que se 
transmite as informações de áudio e vídeo de um único programa, com a digitalização do 
sistema de transmissão, transmitem-se bits, que podem carregar as informações de áudio e 
vídeo de um ou de vários programas ao mesmo tempo, além de informações úteis para o 
receptor e para o telespectador, como a interatividade, guia de programação, relógio, 
atualização do receptor, dentre outras funções. 
O multiplexador é uma peça chave para o correto funcionamento do sistema de transmissão 
de TV digital, pois sua principal função é receber todos os sinais provenientes dos 
codificadores de áudio, vídeo e dados e concatená-los em um único fluxo de dados, 
denominado de Broadcast Transport Stream - BTS. Este pacote BTS gerado na saída do 
multiplexador, é composto de 188 bytes, de acordo com a norma ISO/IEC 18811-1 adicionado 
de mais 16 bytes, chamados de dummy bytes. Destes 16 bytes, 8 são utilizados para o envio 
de informações sobre a multiplexação, estampando uma identificação de que camada o 
pacote pertence e sinalizar o envio das informações IIP (ISDB Information Packet). O pacote 
IIP carrega entre outras informações, dados sobre os parâmetros de modulação utilizados em 
cada camada, dados sobre o sincronismo de rede SFN – Single Frequency Network, dentre 
outros. 
 
 
 
Figura 1: Geração do sinal de transmissão 
 
pág 2 / 22 
 
Atualmente, o sinal digital já está presente nas principais capitais e grandes centros do país. 
Dessa forma, a correta configuração do multiplexador é de extrema importância, para 
assegurar máxima aderência as normas ABNT NBR 15603, e principalmente, garantir o 
correto funcionamento dos receptores em todas as cidades do país. 
 
 
1. Conceitos Básicos da TV Digital 
 
1.1 Áreas de conhecimento da TV Digital 
 
Para fins de resolução sistêmica de problemas a TV digital foi dividida em cinco áreas de 
conhecimento: 
• Transmissão e Recepção, Codificação de Canal e Modulação. 
• Camada de Transporte. 
• Canal de Interatividade. 
• Codificação de Sinais Fonte. 
• Middleware. 
 
1.2 Transmissão e Recepção, Codificação de Canal e Modulação 
 
O Subsistema de Transmissão e Recepção do Sistema de TV Digital Terrestre é responsável 
pela comunicação entre as partes de Difusão e Acesso – DA, e Terminal de Acesso – TA. É 
formado por dois módulos: 
• Codificação de Canal, Modulação e Transmissão, do lado da Difusão e Acesso. 
• Recepção, Demodulação e Decodificação de Canal, do lado do Terminal de Acesso. 
 
A função do Subsistema de Transmissão e Recepção é receber, na parte da estação 
transmissora (Difusão e Acesso), o feixe de transporte, disponibilizada pela camada de 
transporte, processá-lo para sua irradiação no canal de radiofrequência (RF) e promover sua 
recepção e regeneração no Terminal Acesso, modo a entregá-lo, adequadamente 
recuperado, à Camada de Transporte. 
 
Os processamentos que caracterizam este subsistema devem: 
• maximizar a imunidade do feixe de transporte recuperador, frente às degradações 
introduzidas no canal de transmissão – atenuação, obstrução, multi percursos, ruídos e 
interferências; 
• minimizar a potência de transmissão requerida; 
• manter o espectro de frequência do sinal transmissão confinado ao canal de transmissão. 
 
A figura a seguir mostra o diagrama em blocos simplificado do sistema de TV digital. 
 
Figura 2: Transmissão e Recepção do sinal de televisão digital 
 
pág 3 / 22 
 
No caso de sistema de televisão digital, o canal de transmissão adotado no Brasil e o mesmo 
dos sistemas analógicos, e tem uma largura de faixa de 6MHz, centrado em frequência das 
faixas de VHF e de UHF. Devem também ser respeitados para permitir a convivência 
otimizada dos canais analógicos e digitais durante o período de transição para sistema 
totalmente digitalizado. 
 
1.3 Camada de Transporte 
 
A Camada de transporte é composta por: 
a. Codificador de canal: Inclui de forma sistemática e controlada, informação redundante no 
feixe de transporte, com o objetivo de conferir maior confiabilidade ao sistema de 
transmissão, ao viabilizar, na recepção, a correção dos erros introduzidos pelos fatores 
agressores nos canais de transmissão; 
b. Modulador Digital: Processa o sinal codificado para que seja possível sua transmissão em 
radiofrequência (RF), com ocupação espectral limitada e com adversidades dos canais de 
transmissão; 
c. Up-converter: realiza a conversão de subida do sinal modulado, de uma frequência 
intermediaria (FI) para o canal de radiofrequência (RF) desejado, na faixa de VHF ou UHF; 
d. Amplificador de Potência: eleva a potência do sinal RF ao nível requerido para cobrir a 
área de interesse da emissora. A operação do Amplificador de Potência deve ser a mais linear 
possível, com objetivo de evitar distorções no sinal amplificado, como distorções harmônicas 
e por intermodulação, e manter a ocupação espectral do sinal em RF é então disponibilizado 
ao canal de transmissão através do sistema irradiante. 
 
Na recepção, no lado do Terminal de Acesso, ocorrem os procedimentos espelhos à 
transmissão. 
a. O sintonizador: é similar ao utilizado nos receptores analógicos e tem como função 
receber o sinal de RF captado pela antena receptora, realizando os seguintes procedimentos: 
• Amplificador de baixo ruído: para minimizar o nível de ruído adicionado pelo receptor 
ao sinal recebido; 
• Misturador: para conversão do sinal recebido do canal de RF recebido em VHF ou 
UHF, à frequência de FI, em um down-converter, ou misturador; 
• Controle Automático de Ganho: para manter constante o nível de sinal enviado ao 
demodulador digital, qualquer que seja o nível de sinal recebido em RF; 
• Filtro e Amplificador de Frequência Intermediária: para filtragem e amplificação de 
sinal FI – Frequência Intermediária, para filtrar outros canais e interferências fora da faixa 
do canal recebido, e adequar o nível de sinal de saída ao valor requerido pelo 
demodulador digital. 
b. Demodulador digital: responsável pela recuperação do feixe de transporte, a partir do 
sinal em FI disponível em sua entrada; 
c. Decodificador e Estimador de canal: são responsáveis, respectivamente, por retirar a 
informação redundante e corrigir erros introduzidos no canal, e estimar o comportamento do 
canal de transmissão,compensando as distorções presentes no sinal. 
 
O feixe de transporte é então entregue à camada de Transporte para processamentos 
posteriores no Terminal de Acesso. 
 
A comunicação entre o subsistema de transmissão e recepção e a camada de transporte 
precisa ser especificada. Apesar de existirem diversas alternativas que podem ser 
consideradas para esta interface, nenhuma norma internacional demanda o uso de uma 
solução especifica para a comunicação entre o codificador de canal e o multiplexador 
(Camada de Transporte, no lado de difusão e acesso), entre o decodificador de canal e o 
multiplexador (Camada de Transporte no lado do terminal de acesso). Esta interface deve 
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respeitar a recomendação ITU-TH.222 (UIT, 2000a), que define como os quadros do feixe de 
transporte devem ser estruturados. 
 
1.4 Canal de Interatividade 
 
O canal de interatividade tem por finalidade estabelecer o meio de comunicação entre 
usuários da Televisão Digital e as emissoras, programadoras, provedores de serviço. 
Distingue-se como um sistema virtual, sustentado por sistema independente em suas 
concepções técnicas e bases regulamentares que são Sistema de Televisão e Sistema de 
Comunicações. 
 
1.5 RF Intra banda Transmitindo Canal de Interatividade 
 
O sistema via RF intra banda consiste da implementação de infraestrutura da rede de acesso 
sem fio para o canal de interatividade, através de uma nova rede de comunicações. As faixas 
de frequência de operação deverão estar compreendidas entre 54 e 87,5 MHz (VHF - baixo) 
ou 174 e 216 (VHF - alto) e finalmente de 470 a 806 MHz (UHF). Portanto, as mesmas sub 
faixas destinadas à transmissão de televisão aberta. 
Como decorrência, a determinação de frequência de operação de um sistema intra banda, 
para uma dada localidade, estará sujeita às mesmas limitações técnicas, operacionais e legais 
que regulamentam a determinação dos canais de televisão, face à influência mútua entre 
este sistema. 
 
1.6 Codificação de Sinais Fonte 
 
O subsistema decodificação de sinais fonte é composto pelas etapas de codificação e 
decodificação de áudio e vídeo. 
A função básica da codificação de sinais fonte é reduzir a taxa de bits necessária para 
transmissão do sinal de vídeo e áudio de acordo com a capacidade do canal de transmissão. 
As funções de compressão e descompressão da informação na forma de feixe digital é 
realizado pelos Codec’s. 
 
Um Codec é formado por um codificador e um decodificador. O codificador recebe como 
entrada o sinal digital não-comprimido, realiza a sua compreensão, e gera como saída um 
fluxo elementar de informação que é fornecido ao multiplexador do sistema. 
Na recepção o decodificador recebe como entrada este fluxo elementar a partir do 
multiplexador, realiza sua decodificação e disponibiliza para apresentação o sinal 
descomprimido. 
 
1.7 Resolução de Vídeo 
 
A resolução de luminância do sinal de vídeo utilizado na geração do fluxo elementar de vídeo 
HDTV deverá ser uma das seguintes: 
• 1080i: 1920 colunas x 1080 linhas (pixels de luminância). 
• 720p: 1280 colunas x 720 linhas (pixels de luminância). 
 
O decodificador de vídeo HDTV deverá ser capaz de decodificar fluxos elementares de vídeo 
nas resoluções listadas. 
 
1.8 Resolução de Áudio 
 
O ISDB-T emprega uma versão mais recente de MPEG-2, que possibilita o som envolvente, o 
MPEG-4 AAC – Advanced Audio Coding. 
 
pág 5 / 22 
 
1.9 A Difusão de Dados, Áudio e Vídeo 
 
Existem duas formas de gerar conteúdo televisivo: transmiti-lo ao vivo ou gravar sequências 
de vídeo e áudio para posterior edição antes da difusão. Os dados também precisam ser 
inseridos no multiplexador, através de um injetor de dados. 
 
 
Figura 3:Etapas de difusão 
 
Geralmente os fluxos elementares na televisão digital são codificados usando taxa de bits 
variável (Variable Bit Rate – VBR). Após a multiplexação desses fluxos, um problema que 
poderia ocorrer é o somatório da taxa de bits gerados ultrapassarem a largura de banda 
disponível para difusão. Cabe ao modulador a tarefa de manter a banda do sinal dentro do 
valor especificado. 
 
O modulador gera um sinal analógico em baixa frequência. Esse sinal precisa ser convertido 
em um sinal de frequência maior para poder ser difundido pelos diversos meios. 
 
O receptor pode estar embutido em uma televisão digital ou ser um equipamento à parte. 
Nesse último caso, o receptor passa a ser conhecido como Terminal de Acesso ou set top box. 
A ideia básica desse dispositivo é o de uma pequena caixa agregada a uma televisão 
analógica, que converte os sinais digitais para que sejam assistidos por essas televisões 
convencionais. Um receptor ou set top Box pode possuir também um canal de retorno 
tornando possível uma interatividade entre o telespectador e os serviços disponíveis. Esse 
canal de retorno pode utilizar as mais diversas tecnologias disponíveis, como linha telefônica 
discada, ADSL e cabo, para fazer a comunicação no sentido inverso da difusão, do 
telespectador para o operador da rede. 
 
Para permitir ao telespectador a interação com os serviços, os sets top boxes possuem 
capacidade de processamento. Por isso seu hardware pode conter tecnologias que são 
comuns aos computadores, tais como CPU, memória, modems para canal de retorno, discos 
rígidos para armazenamento de dados, e leitores de smartcards para controle de acesso. 
Como ocorre em computadores convencionais, esses dispositivos são controlados por device 
drivers de sistemas operacionais. Set top boxes também operam com controle remoto, tal 
como na TV convencional. Contudo as semelhanças param aqui, pois os tipos de serviços são 
bem diferentes dos da TV convencional. 
 
As etapas envolvidas com processamento do sinal em um set-top box são ilustradas na figura 
a seguir. 
 
pág 6 / 22 
 
 
Figura 4: Etapas da recepção 
 
1.10 Middleware 
 
A ideia central da arquitetura em camadas é cada um oferecer serviços para a camada 
superior e usar os serviços oferecidos pela inferior. 
 
Dessa forma, as aplicações que executam na TV digital interativa usam uma camada de 
middleware, que realiza a interface da comunicação entre a aplicação e o resto dos serviços 
oferecidos pelas camadas inferiores. 
 
A finalidade da camada de middleware– ou camada do meio – é oferecer um serviço 
padronizado para as aplicações (camada de cima), escondendo as peculiaridades e 
heterogeneidades das camadas inferiores (tecnologias de compressão, de transporte e de 
modulação). 
 
 
Figura 5: Arquitetura de TV digital com tecnologias usadas em cada camada 
 
O uso do middleware facilita a portabilidade das aplicações, permitindo que sejam 
transportadas para qualquer receptor digital (ou set top box) que suporte o middleware 
adotado. Essa portabilidade é primordial em sistemas de TV digital, pois não é razoável 
considerar como premissa que todos os receptores digitais sejam exatamente iguais. 
 
pág 7 / 22 
 
Em termos gerais é uma camada de software que provê serviços para outros programas. No 
contexto da TV Digital Interativa Brasileira é usado como sinônimo para o Ginga. 
 
1.11 Multiplexador 
 
Dentro dos estúdios, novos equipamentos como encoders de áudio no padrão MPEG-4 AAC 
(Advanced Audio Coding) e vídeo no padrão H.264, são ser utilizados para a redução das altas 
taxas de transmissão, provenientes das programações digitais. Após devidamente 
processadas pelos encoders, estas programações estão prontas para serem inseridas no 
sistema de multiplexação. 
 
Uma emissora pode gerar, por exemplo, três programações simultâneas: 
• HDTV– High Definition (ex.: filmes em horário nobre, para televisores de alta 
definição); 
• SDTV – Standard Definition (ex.: programação local, para televisores de definição 
padrão) e 
• LDTV – Low Definition (ex.: noticiário esportivo, para receptores portáteis). 
 
Além das programações de áudio e vídeo, a emissora poderá gerar dados (ou interatividade) 
sobre a programação exibida. 
 
Como inserir estas “multiprogramações”, diferentes e simultâneas, no sistema de 
transmissão? 
 
Normalmente, um encoder entrega em sua saída um MPEG-2 TS (Transport Stream), com 
pacotes de 188 bytes, contendo áudio e vídeo digitais. O encoder pode ainda inserir bytes 
nulos para garantir o tamanho fixo dos pacotes MPEG-2 TS. 
O primeiro ponto a ser considerado é que, devido às diferenças na resolução de imagem, 
estes sinais possuem taxas de transmissão distintas. Uma programação HDTV possui taxas 
em torno de 16Mbps, enquanto uma programação LDTV pode trabalhar com taxas em torno 
de 390Kbps. A taxa de transmissão está diretamente relacionada com a ocupação de banda 
do canal. Portanto, se tivermos no sistema uma taxa de transmissão variável, ocorrerá uma 
variação na largura de banda do canal. Uma das consequências seria a interferência em 
canais adjacentes. A fórmula a seguir mostra como a largura de banda do canal varia 
diretamente com a taxa de transmissão e com os demais parâmetros do sistema: 
 
𝐵𝑊 = 𝑟𝑏𝑝𝑠 ×
1
𝑙𝑜𝑔2(𝑀)
×
1
𝐹𝐸𝐶
×
1
𝐾1
× (1+∝) 
 
Onde: 
BW: largura de banda do canal, em Hz; 
rb: taxa de transmissão; 
M: número de pontos da constelação digital (ex: M = 64 na constelação 64QAM); 
α: fator de roll-off do filtro de saída. 
 
Uma das funções do MUX MPEG-2 é adequar estas taxas de transmissão. Independente da 
quantidade de programas (com diferentes taxas) inseridos em suas entradas, este 
equipamento entrega pacotes com 204 bytes e taxa de transmissão de 32,5Mbps. Esta taxa é 
necessária para que o modulador ISDB-T – próximo estágio do sistema de transmissão – 
possa gerar suas portadoras adequadamente (ver ARIB STD-B31, itens 3.2.1 e 4.3). 
 
O fluxo de dados na saída do MUX MPEG-2 é denominado de BTS - Broadcast Transport 
Stream. Neste BTS, além de áudio, vídeo e dados, estão contidos também bytes que irão 
configurar o modulador ISDB-T. 
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Como o modulador pode trabalhar com 3 camadas de modulação e cada camada pode ser 
configurada de maneira independente, é preciso informar ao modulador como configurar 
cada camada. Esta função é desempenhada por 16 bytes contidos ao final do pacote BTS. 
Estes 16 bytes carregam a informação TMCC (Transmission and Multiplexing Configuration 
Control) que informará ao modulador as opções escolhidas pelo radiodifusor para cada 
camada de modulação. 
 
Figura 6: Exemplo de configuração para a multiplexação dos sinais digitais. 
 
A comunicação entre o MUX MPEG-2 e o transmissor digital poderá ser feita de duas 
maneiras. Se o estúdio ficar perto da torre de transmissão, a conexão poderá ser feita através 
de cabeamento DVB-ASI, por exemplo. Se esta distância for um pouco grande, esta conexão 
poderá ser feita via enlace de micro ondas digital. 
 
O MUX MPEG-2 também levará, através de descritores contidos em tabelas de 
multiplexação, informações necessárias para a correta recepção do sinal, executada pelo set-
top box. Descritores com informações como data, hora, ajustes para horário de verão, 
classificação indicativa, etc., trarão diversas facilidades ao telespectador, mudando seu modo 
de assistir TV. 
 
A digitalização dos serviços de radiodifusão trouxe muitos benefícios, tanto para os 
telespectadores, como para os radio difusores. Imagens em alta definição, áudio com 
múltiplos canais, imunidade aos ruídos, informações sobre a programação (EPG), 
interatividade e a multiprogramação são apenas alguns exemplos de funcionalidades 
oriundas deste processo. 
 
Agora é possível transmitir não apenas as informações de áudio e vídeo, mas também dados 
e informações de múltiplos conteúdos ao mesmo tempo, dentro de um único canal de 6 
MHz. Com isso, a correta configuração do multiplexador, cuja principal função é receber 
todos esses sinais e concatená-los em um único fluxo de dados BTS (Broadcast Transport 
Stream), é de extrema importância para o correto funcionamento dos receptores de TV 
digital. 
 
1.12 Tabelas PSI/SI 
 
A figura a seguir é o diagrama simplificado de uma emissora de televisão, desde a geração 
dos sinais, até a recepção na casa dos telespectadores. 
 
Na etapa de geração do sinal, podem-se ter câmeras HD ou SD, que entregaram em sua saída 
um sinal já digital de áudio e vídeo, porém sem compressão. Esses sinais, possuem uma alta 
taxa de bits, o que inviabiliza sua transmissão através do sinal digital terrestre, que possui 
largura de banda de 6 MHz e taxa de bits da ordem de 18 Mbits/s, dependendo da 
configuração utilizada. Por este motivo, é necessária a utilização de um codificador, de forma 
a reduzir a taxa de bits para taxas possíveis de se transmitir. 
pág 9 / 22 
 
 
 
Figura 7:Diagrama simplificado de uma emissora de TV 
 
As saídas dos codificadores são conectadas a entrada do multiplexador, que também recebe 
os dados de closed caption, dados da interatividade e insere as tabelas de acordo com a 
norma MPEG 2 System. 
 
São inseridas as tabelas PSI (Program Specific Information) / SI (Service Information). As 
informações PSI são as tabelas padronizadas pela norma MPEG 2 System e as informações SI 
são as tabelas específicas e características de cada sistema de transmissão (DVB, ISDB, ATSC e 
SBTVD). 
 
1.13 Tabelas PSI 
 
PAT (Program Association Table) 
A PAT é responsável por identificar os PIDs (Packet Identifier) da PMT (Program Map Table) e 
da NIT (Network Information Table). Esta tabela deve ser sempre enviada e sua utilização é 
mandatória. No caso de existir mais de uma camada de transmissão, a tabela deve ser 
sempre enviada na camada de menor robustez.). 
 
 
NIT (Network Information Table) 
Responsável por carregar as informações sobre a emissora, frequência de transmissão e 
informar o canal virtual. No sistema brasileiro, a NIT possui alguns descritores próprios, 
diferente do especificado no MPEG 2 System, principalmente para atender o serviço oneseg. 
Isso porque, a grande maioria dos dispositivos dedicados a recepção móvel/ portátil 
demodulam apenas a camada referente ao seu serviço (maior robustez). Como a PAT é 
sempre enviada na camada de menor robustez, a NIT, para o one-seg, funciona como a PAT, 
sinalizando quais os PID da PMT que carrega o serviço móvel. 
Esta tabela deve ser sempre enviada e sua utilização é mandatória. 
 
PMT (Program Map Table) 
É a responsável por carregar as informações que permitem o receptor localizar corretamente 
cada um dos conteúdos enviados, sejam eles vídeo, áudio, closed caption, interatividade, etc. 
e também a localização da referência de clock do programa (PCR – Program Clock Reference) 
para cada serviço. Caso exista mais que um serviço, existirá uma PMT para cada serviço. 
Esta tabela deve ser sempre enviada e sua utilização é mandatória 
 
pág 10 / 22 
 
 
CAT (Conditional Access Table) 
A CAT deve prover informações sobre sistemas de acesso condicional utilizados no 
multiplexador. 
Caso seja utilizado acesso condicional, esta tabela é mandatória. Atualmente a CAT não é 
utilizada no SBTVD. 
 
 
1.14 Tabelas SI 
 
SDT (Service Description Table) 
A SDT é responsável por conter as informações que descrevem os serviços em um sistema, 
como, por exemplo, nome do serviço (por exemplo: serviçoHD ou serviço one-seg) e 
provedor de serviço (nome da rede). 
Esta tabela deve ser sempre enviada e sua utilização é mandatória 
 
EIT (Event Information Table) 
A EIT tem como principal funcionalidade o envio das informações específicas para cada 
programa que será exibido. Para isso, cada programa é considerado como sendo um evento, 
e para cada evento, é associado diversas informações, como, por exemplo: nome do evento, 
início do evento, duração, descrição, classificação indicativa, controle de cópias etc. 
Essas informações permitem que o receptor crie o Guia Eletrônico de Programação (EPG), 
bloqueie a exibição de conteúdos de acordo com a classificação indicativa de um 
determinado evento e ainda proteja o conteúdo de cópias não autorizadas. 
Esta tabela deve ser sempre enviada e sua utilização é mandatória. 
 
TOT (Time Offset Table) 
A TOT fornece a informação referente à hora e data atual e também fornece a informação de 
diferenças de fuso horário e do horário de verão. O horário enviado na TOT deve ser sempre 
o horário oficial de Brasília (UTC-3), independente do local onde a emissora está localizada e 
os ajustes de fuso e horário de verão devem ser enviados através do 
local_time_offset_descriptor. 
Esta tabela deve ser sempre enviada e sua utilização é mandatória. 
 
BIT (Broadcast information Table) 
A BIT descreve as informações da rede ou informações dos parâmetros de transmissão da SI 
para cada radio difusor, como por exemplo: nome da emissora e a rede a qual ela pertence. 
Esta tabela deve ser sempre enviada e sua utilização é mandatória 
 
 
Principais inconformidades detectadas 
Desde o início das operações, um grupo formado pelos representantes das principais 
emissoras se reúne trimestralmente de forma a trocar experiências e sinalizar para o fórum 
SBTVD e para os fabricantes de receptores, possíveis inconformidades com a norma 
brasileira. O objetivo é evitar que o usuário final, o telespectador, não se frustre frente a um 
problema que afete a qualidade de seu sinal. Veremos a seguir uma análise das principais 
inconformidades detectadas durante os 3 primeiros anos de operação. 
 
1.15 Codificação de vídeo 
 
Inconformidade na codificação de vídeo: Uso de compressão fora do formato especificado 
pela norma ABNT NBR 15602-1 
pág 11 / 22 
 
A codificação de vídeo deve ser realizada utilizando compressão H.264 high profile 4.0 ou 
inferior para sinais HDTV e H.264 main profile 4.0 ou inferior para sinais SDTV. Para os sinais 
LDTV (one-seg), deve-se utilizar compressão H.264 baseline profile 1.3 ou inferior. 
 
Inconformidade na codificação de áudio: Uso de empacotamento de áudio fora do formato 
especificado na norma ABNT NBR 15602-2. 
A codificação e o empacotamento do áudio devem obrigatoriamente ser compatíveis com 
LATM/LOAS, conforme a ISO/IEC 14496-3. Conforme especificado na norma ABNT NBR 
15602, o fluxo elementar do áudio deve ser primeiramente encapsulado no formato de 
multiplexação LATM e deve obrigatoriamente utilizar o elemento de multiplexação 
audiomuxelement(). 
 
A camada de sincronização do transporte de áudio (LOAS) deve utilizar o formato de 
transmissão AudioSyncStream() conforme em ISO/IEC 14496-3. 
 
1.16 Sinalização 
 
Inconformidade na Sinalização de áudio: Sinalização do SBR de forma implícita, quando 
utilizado codificação de áudio HE-AAC 
A norma ABNT NBR 15602-2, estabelece que quando utilizado a compressão de áudio HE-
AAC, a sinalização da presença de SBR deve obrigatoriamente usar o mecanismo de 
sinalização explícito nonbackward compatible, de acordo com a ISO/IEC 14496-3. 
 
 
Configuração e envio das tabelas 
 
Inconformidade no preenchimento da Tabela EIT: Não envio de todos os descritores 
mandatórios. 
De acordo com a ABNT NBR 15603, o envio de alguns descritores é obrigatório, dependendo 
da tabela em questão. No caso específico da EIT, os seguintes descritores são obrigatórios: 
short_ event_descriptor (definições do evento), component_descriptor (características do 
stream), audio_component_descriptor (características do áudio) e o parentalrating_control 
(classificação indicativa). 
 
 
Inconformidade no preenchimento do horário dos programas enviado pela EIT para 
composição do EPG: Utilização de horário diferente do UTC-3. 
O horário a ser preenchido no short_event_descriptor de forma a sinalizar o início de cada 
evento, deve ser sempre o UTC-3, independente da região onde o transmissor está instalado, 
e presença ou não do horário de verão. 
 
A correção do horário, nos locais que for necessário, será feita pelo receptor a partir das 
informações recebidas pela TOT. 
 
 
Inconformidade no preenchimento da TOT: configuração incorreta do descritor 
local_time_offset_descriptor 
O correto preenchimento dos campos da TOT é importante para que o receptor consiga 
receber e mostrar corretamente, as informações do guia de programação, agendar download 
de atualizações. 
 
A norma ABNT NBR 15603, estabelece que o horário enviado na TOT, independente da região 
do país em que a estação transmissora estiver localizada, deve sempre enviar o horário oficial 
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de Brasília (UTC-3). Já os campos local_ time_offset e next_time_offset enviados pelo 
descritor local_time_offset_descriptor presente na TOT, devem ser configurados de acordo 
com a localização da estação transmissora, de modo a ajustar as diferenças de fuso horário e 
horário de verão de onde a geradora está localizada. 
 
A figura a seguir mostra a divisão dos fusos horários utilizados no Brasil. 
 
Figura 8: Fusos horários no Brasil 
 
A Figura 7 mostra as regiões e os fusos horários utilizados no Brasil e na Tabela 1 são 
mostrados os valores a serem preenchidos no local_time_offset_ descriptor para cada caso. 
 
O preenchimento do next_time_offset permite que o receptor possa se autoconfigurar no 
momento que se iniciar ou terminar o horário de verão. Entretanto, cabe a emissora realizar 
manualmente a alteração do local_time_offset_ descriptor quando se iniciar ou terminar o 
horário de verão, de forma a manter o seu preenchimento conforme mostrado a Tabela 1. 
 
Tabela 1: Preenchimento dos campos do descritor do local_time_offset 
 
 
 
Inconformidade da determinação do valor original_network_id. 
O original_network_id deve identificar unicamente cada uma das estações geradoras 
existentes no Brasil. Esta identificação deve ser feita a partir dos valores de prefixo 
padronizados pela ANATEL para cada estação geradora. Este prefixo é representado por seis 
dígitos, onde os dois primeiros dígitos são sempre representados pelas letras ZY. 
Por exemplo, ZYA205, o terceiro valor (esquerda para direita) é representado sempre pelas 
letras A, B, P, Q e T e os três últimos valores são representados por uma numeração de 000 a 
999 possíveis. 
 
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Tabela 2: Prefixo ANATEL 
 
Tabela 3: Serviços para TV Digital 
 
Para a composição do original_network_ id, as duas primeiras letras devem ser 
desconsideradas e para a terceira letra (esquerda para a direita) deve ser atribuído um valor 
que deve estar de acordo com a Tabela 2, os últimos três valores deverão ser mantidos. 
Dessa forma o valor do original_network_id é obtido na forma decimal. 
 
Por exemplo, uma emissora que possui a identificação ZYA205 irá descartar as duas primeiras 
letras (ZY) e substituirá letra A pelo valor 0 conforme mostrado na tabela 2. Desta forma o 
seu original_ network_id será 0205 em decimal. Convertendo esse valor para hexadecimal, o 
valor do original_network_id será 0x0CD. 
 
Inconformidade da determinação do valor do service_id de cada serviçode televisão 
digital. 
Os campos referentes ao service_id devem obrigatoriamente ser únicos por estação geradora 
e devem conter a identificação do tipo e do número de serviço transmitido. Para que o 
service_id seja único por geradora, deve obrigatoriamente ser inserido nos seus 11 bits mais 
significativos o valor dos 11 bits menos significativos do campo original_ network_id. Os 2 
bits seguintes do service_id devem obrigatoriamente representar o tipo de serviço que está 
sendo transmitido e é definido na Tabela 3: 
Os três bits seguintes devem representar o número do serviço (service_number) transmitido 
pela emissora, que varia de 000 a 111, representando no máximo 8 serviços, como mostra a 
Figura 9. 
Para o exemplo dado no item anterior, onde o original_network_id é 0x0CD, convertendo em 
binário temos 00011001101. Desta forma, para o serviço de televisão fixa, de acordo com a 
Tabela 3, temos 00, o primeiro serviço de televisão desta emissora ficaria como mostra a 
Figura 9, em binário. 
Caso exista outro serviço fixo, a diferença será apenas nos últimos 3 bits, que deverão ser 
alterados para 001, 010, 011… e assim sucessivamente. 
 
O correto preenchimento destes valores é fundamental para que os receptores consigam 
identificar os serviços e mostrá-los de forma correta. 
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Figura 9: Bits do service_id 
 
Inconformidade no preenchimento do campo remote_control_key_id enviado pela tabela 
NIT. 
Para as emissoras que atualmente possuem tanto a transmissão analógica, como a digital. O 
valor do campo remote_ control_key_id designado para o canal digital de uma emissora deve 
ser igual ao número do seu canal analógico. Isso permite que o usuário continue 
selecionando no controle remoto, para o canal digital, o mesmo número que já conhece para 
sistema analógico. 
 
Inconformidade no envio de tabelas que não estão definidas nas normas SBTVD. 
Nenhuma tabela ou descritor que não esteja em acordo com as normas do sistema brasileiro 
de TV digital (normas ABNT NBR 15601 a 15608) pode ser enviada. 
 
 
 
2. Configuração do receptor 
 
2.1 Configuração básica do receptor 
 
A configuração básica do receptor deve estar de acordo com a Figura 1 e deve ser composta 
pelas seguintes unidades: 
a) antena de recepção terrestre; 
b) IRD; 
c) cabo de conexão entre a antena e o receptor. 
 
 
Figura 10: Configuração básica do receptor 
 
 
2.2 Configuração básica do IRD 
 
Na recepção fixa, são pelo menos dois os possíveis modelos de aparelhos com diferentes 
requisitos obrigatórios, em especial no que trata da saída de áudio e vídeo, assim como do 
divisor de antena. Por esta razão a configuração básica de um IRD deve ser dividida em 
conversor digital (STB) e receptor integrado. 
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A configuração básica de um IRD do tipo conversor digital (STB) é mostrada na figura a seguir. 
 
 
Figura 11: Configuração básica do IRD tipo conversor digital (STB) 
 
A configuração básica de um IRD do tipo integrado deve estar de acordo com a Figura 12. 
 
 
Figura 12: Configuração básica do IRD tipo integrado 
 
 
2.3 Arquitetura básica do receptor 
 
A arquitetura básica do receptor deve estar de acordo com a Figura 13. 
 
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Figura 13: Arquitetura básica do receptor 
 
 
3. Especificações das unidades receptoras de sinais de televisão digital terrestre 
 
3.1 Antena de recepção 
 
A antena para recepção de sinais de televisão digital terrestre deve obrigatoriamente atender 
no mínimo às seguintes especificações: 
a) a antena deve possibilitar a recepção de sinais de televisão digital terrestre que estejam 
compreendidos entre os canais de VHF de 07 a 13 e os canais de UHF de 14 a 69, para os 
receptores do tipo fixo e móvel (full-seg) e pelo menos os canais compreendidos na banda de 
UHF entre os canais 14 a 69 para os receptores do tipo portátil (one-seg); 
b) opcionalmente, a antena pode possibilitar a recepção dos sinais de televisão analógica que 
estejam compreendidos entre os canais na faixa de VHF de 02 a 13 e UHF de 14 a 62; 
c) a polarização da antena pode ser tanto vertical como horizontal; 
d) o ganho da antena não é especificado, por depender fortemente das condições de 
recepção, entretanto é recomendado que quando houver antena externa instalada o ganho 
seja no mínimo equivalente ao especificado pelo tipo yagi de 14 elementos (7 dB – UHF canal 
14); 
e) a diretividade da antena não é especificada por depender fortemente das condições de 
recepção, entretanto é recomendado que quando houver antena externa permanentemente 
instalada, a instalação atenda no mínimo às especificações de diretividade da ITU 
Recommendation BT.419-3. 
 
 
3.2 Especificação da unidade receptora (IRD) 
 
3.2.1 Entrada de antena 
 
3.2.1.1 Receptor do tipo integrado 
A unidade receptora do tipo integrado com monitor deve disponibilizar pelo menos um 
terminal para entrada de antena com impedância de entrada 75 Ω, tipo F, desbalanceado. 
 
3.2.1.2 Conversor digital (unidade receptora do tipo set-top box) 
O conversor digital deve disponibilizar pelo menos um terminal para entrada e outro para 
saída de antena (pass through), ambos com impedância 75 Ω, tipo F, desbalanceado. 
 
 
 
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3.2.1.3 Receptor portátil 
Para os receptores portáteis one-seg (telefones celulares, dongle, PDA, entre outros), as 
recomendações descritas em 7.2.1.1 e 7.2.1.2 são opcionais, podendo ou não ser aplicadas, a 
critério do fabricante do dispositivo de recepção. 
 
 
3.2.2 Recepção de canais 
 
3.2.2.1 Dispositivos fixos ou móveis de recepção (full-seg) 
A unidade receptora deve ser capaz de sintonizar os canais de televisão limitados pela banda 
de VHF alto, compreendidos entre os canais 07 a 13, e os canais limitados pela banda de UHF, 
compreendidos entre os canais 14 a 69. 
 
3.2.2.2 Dispositivos portáteis de recepção parcial (one-seg) 
A unidade de recepção parcial deve ser capaz de pelo menos sintonizar os canais de televisão 
limitados pela banda de UHF, compreendidos entre os canais 14 a 69. 
A recepção de canais da faixa VHF alto é facultativa nos receptores portáteis one-seg. 
 
3.2.3 Largura de banda do canal 
A largura de banda do canal deve estar compatível ao especificado no ABNT NBR 15601:2007, 
subseção 7.1, conforme segue: 
a) dispositivos fixos ou móveis de recepção (full-seg): 5,7 MHz; 
b) dispositivos portáteis (one-seg): 0,43 MHz. 
 
A figura a seguir apresenta o canal de TV digital, em frequência, mostrando os treze 
segmentos, informação completa – full-seg, e o segmento único, one-seg, para dispositivos 
portáteis. 
 
 
Figura 14: Segmentos de informação do canal da TV digital 
 
 
3.2.4 Frequência da portadora central de canais 
As frequências das portadoras centrais apresentadas na Tabela 4 (banda VHF alto) e Tabela 5 
(banda de UHF) devem obrigatoriamente ser aplicáveis a todos os tipos de receptores (full-
seg). Para os receptores one-seg, apenas a Tabela 4 deve ser obrigatoriamente atendida, 
sendo facultado aos fabricantes deste tipo de receptores a implementação da Tabela 5. 
 
As frequências das portadoras centrais da faixa de VHF alto são as definidas na Tabela 4 e as 
frequências das portadoras centrais da faixa de UHF são as definidas na Tabela 5. 
 
 
 
 
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Tabela 4: Frequências dos canais VHF alto 
Número do canal Frequência da portadora central - MHz 
07 177 + 1/7 
08 183 + 1/7 
09 189 + 1/7 
10 195 + 1/7 
11 201 + 1/7 
12 207 + 1/7 
13 213 + 1/7Tabela 5: Frequências dos canais da faixa de UHF 
Número 
do canal 
Frequência da 
portadora central 
 Número 
do canal 
Frequência da 
portadora central 
14 473 + 1/7 42 641 + 1/7 
15 479 + 1/7 43 647 + 1/7 
16 485 + 1/7 44 653 + 1/7 
17 491 + 1/7 45 659 + 1/7 
18 497 + 1/7 46 665 + 1/7 
19 503 + 1/7 47 671 + 1/7 
20 509 + 1/7 48 677 + 1/7 
21 515 + 1/7 49 683 + 1/7 
22 521 + 1/7 50 689 + 1/7 
23 527 + 1/7 51 695 + 1/7 
24 533 + 1/7 52 701 + 1/7 
25 539 + 1/7 53 707 + 1/7 
Número 
do canal 
Frequência da 
portadora central 
 Número 
do canal 
Frequência da 
portadora central 
26 545 + 1/7 54 713 + 1/7 
27 551 + 1/7 55 719 + 1/7 
28 557 + 1/7 56 725 + 1/7 
29 563 + 1/7 57 731 + 1/7 
30 569 + 1/7 58 737 + 1/7 
31 575 + 1/7 59 743 + 1/7 
32 581 + 1/7 60 749 + 1/7 
33 587 + 1/7 61 755 + 1/7 
34 593 + 1/7 62 761 + 1/7 
35 599 + 1/7 63 767 + 1/7 
36 605 + 1/7 64 773 + 1/7 
37 Não aplicável 65 779 + 1/7 
38 617 + 1/7 66 785 + 1/7 
39 623 + 1/7 67 791 + 1/7 
40 629 + 1/7 68 797 + 1/7 
41 635 + 1/7 69 803 + 1/7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. Termos e definições 
 
4.1 Acessibilidade: condição para utilização, com segurança e autonomia, dos serviços, 
dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa com deficiência 
auditiva, visual ou intelectual. 
 
4.2 Audiodescrição: locução em língua portuguesa, sobreposta ao som original do 
programa, destinada a descrever imagens, sons, textos e demais informações que não podem 
ser percebidos ou compreendidos por pessoas com deficiência visual. A informação é enviada 
pelo provedor de conteúdo em um PES de áudio individualizado que, a critério do usuário, 
pode ser selecionado. 
 
4.3 Built-in: qualquer funcionalidade seja em software ou hardware embutida ao 
dispositivo receptor. 
 
4.4 Canal de interatividade: mecanismo de comunicação que fornece conexão entre o 
receptor e um servidor remoto. 
 
4.5 Carrossel de dados: método que envia qualquer conjunto de dados ciclicamente, para 
que esses dados possam ser obtidos, via radiodifusão, em um intervalo de tempo tão longo 
quanto necessário. 
 
4.6 Ciclo de vida: caracteriza o período de tempo entre o momento em que uma aplicação 
é carregada e o momento em que ela é destruída. 
 
4.7 Classificação indicativa: classificação de natureza informativa e pedagógica, voltada 
para a promoção dos interesses de crianças e adolescentes, exercida de forma democrática, 
possibilitando que todos os destinatários da recomendação possam participar do processo, 
de modo objetivo, ensejando que a contradição de interesses e argumentos promovam a 
correção e o controle social dos atos praticados. 
 
4.8 Codificação: processo de transformação de sinais externos em bits que representem 
tais sinais. A codificação se dá, por exemplo, através de amostragem e a informação obtida 
pode ainda ser compactada. 
 
4.9 Conversor digital (set-top box): dispositivo de recepção e decodificação de sinais de 
televisão digital que é conectado a um televisor por meio de cabos ou qualquer outro tipo de 
conexão e que, para tanto, disponibiliza interfaces de saída de áudio e vídeo, sejam elas 
analógicas ou digitais. 
 
4.10 Decodificação: processo responsável pela recuperação do sinal original através dos bits 
recebidos do codificador A decodificação pode, eventualmente, realizar também a 
descompactação da informação recebida. 
 
4.11 Dongle: dispositivo normalmente ligado a uma porta de entrada de dados de um 
computador. 
 
4.12 Downmix: matriz de n canais utilizada para obter menos de n canais. 
 
4.13 DSM-CC: método de controle que fornece acesso a um arquivo ou fluxo em serviços 
digitais interativo. 
 
4.14 Dublagem: tradução de programa originalmente falado em língua estrangeira, com a 
substituição da locução original por falas em língua portuguesa, sincronizadas no tempo, 
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entonação, movimento dos lábios dos personagens em cena etc. O som na língua original, 
assim como de outras línguas, é transmitido simultaneamente em um PES de áudio 
independente ou, opcionalmente, em um stream de áudio dual-mono. 
 
4.15 ECMAScript: linguagem de programação definida na ECMA 262. 
 
4.16 Fluxo elementar (elementary stream – ES): fluxo básico que contém dados de vídeo, 
áudio ou dados privados. 
 
4.17 Front-end: conjunto de componentes, desde a entrada da antena até a interface de 
saída, responsáveis por recuperar o transport stream. 
 
4.18 Janela de LIBRAS: espaço delimitado no vídeo onde as informações são interpretadas 
na linguagem LIBRAS. 
 
4.19 LATM/LOAS: mecanismo de transporte definido no MPEG-4 que utiliza duas camadas, 
uma de multiplexação e outra de sincronização. A camada de multiplexação LATM (low 
overhead MPEG-4 audio transport multiplex) gerencia a multiplexação de vários payloads de 
áudio (dados de áudio) e seus dados de configuração constantes nos elementos de 
AudioSpecificConfig(). A camada de sincronização LOAS (low overhead audio stream) 
especifica uma sintaxe para auto sincronismo no feixe de transporte de áudio do MPEG-4. 
 
4.20 Closed-caption: transcrição em língua portuguesa, dos diálogos, efeitos sonoros, sons 
do ambiente e demais informações que não podem ser percebidos ou compreendidos por 
pessoas com deficiência auditiva. 
 
4.21 Perfil: especificação de uma classe de capacidades, oferecendo diferentes níveis de 
funcionalidades em um receptor. 
 
4.22 Receptor full-seg: dispositivo capaz de decodificar informações de áudio, vídeo, dados 
etc., contidas na camada do fluxo de transporte de 13 segmentos destinada ao serviço fixo 
(indoor ) e móvel. A classificação full-seg é aplicada aos conversores digitais, também 
conhecido por set-top box e aos receptores de 13 segmentos integrados com tela de 
exibição, mas não exclusivos a estes. Este tipo de receptor é capaz de receber e decodificar 
sinais de televisão digital terrestre de alta definição e, a critério do fabricante, também 
receber e decodificar informações transportadas na camada “A” do transport stream, 
aplicada para os serviços direcionados aos receptores portáteis, definidos como one-seg. 
 
4.23 Receptor integrado: dispositivo de recepção de sinais de televisão digital integrado ao 
monitor, dispensando interfaces de saídas dos sinais de áudio e vídeo. 
 
4.24 Receptor one-seg: dispositivo que decodifica exclusivamente informações de áudio, 
vídeo, dados etc., contidas na camada “A” locada no segmento central dos 13 segmentos. A 
classificação one-seg é destinada aos receptores do tipo portátil, também conhecido por 
“handheld”, especialmente recomendados para telas de exibição de dimensões reduzidas, 
normalmente até 7 polegadas. Entre os produtos classificados como one-seg, estão os 
receptores integrados com telefone celular, PDA, dongle e televisores portáteis, os quais são 
energizados por uma bateria interna e, portanto, sem necessariamente demandar uma fonte 
externa de energia, bem como aqueles destinados a veículos automóveis. Este tipo de 
receptor é capaz de receber e decodificar apenas sinais de televisão digital terrestre 
transportado na camada “A” do fluxo de transporte, e, consequentemente apenas sinais de 
perfil básico, destinado aos dispositivos portáteis de recepção. 
 
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4.25 Threshold: limiar para o chaveamento do conversor digital entre a opção de recepção 
de acordo com a qualidade do sinal digital e analógico. 
 
4.26 Transport stream: sintaxe do fluxo de transporte MPEG-2 para empacotamento e 
multiplexação de vídeo, áudio esinais de dados em sistemas de radiodifusão digital. 
 
 
5. Abreviaturas 
AAC: Advanced Audio Coding 
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas 
AFD: Active Format Description 
API: Application Program Interface 
AV: Áudio e Vídeo 
AVC: Advanced Video Coding 
A/D: analog to digital 
BER: Bit Error Ratio 
BML: Broadcast Markup Language 
BTS: Broadcast Transport Stream 
CAT: Conditional Access Table 
CIE: Commission internationale de l'éclairage (International Commission on Illumination) 
C/N: Carrier-to-Noise Ratio 
CVBS: Composite Video Blanking and Sync 
DA: Difusão e Acesso 
D/A: Digital-to-Analog 
DQPSK: Differential Quadrature Phase Shift Keying 
DRM: Digital Right Management 
DSM-CC: Digital Storage Media Command and Control 
DTS: Digital Theater Sound 
DVI: Digital Video Input 
ECMA: European Computer Manufacturers Association 
ECN: Engineering Change Notices 
EIT: Event Information Table 
EPG: Electronic Program Guide 
ES: Elementary Stream 
FEC: Forward Error Correction 
FFT: Fast Fourier Transform 
FI: Frequência Intermediária 
fps: frames per second 
full-seg: 13 segmentos 
GEM: Globally Executable Multimedia Home Platform 
GIF: Graphic Interchange Format 
HD D/C: High Definition Down Conversion 
HDMI: High Definition Multimedia Interface 
HDTV: High Definition Television 
HE-AAC: High Efficiency Advanced Audio Coding 
IIP: ISDB Information Packet 
I/O: Input/Output 
IP: Internet Protocol 
IRD: Integrated Receiver Decoder 
IRE: Institute of Radio Engineers 
ISDB-T: Integrated Services Digital Broadcasting – Terrestrial 
LATM: Low Overhead Audio Transport Multiplex 
LDTV: Low Definition TV 
LFE: Low Frequency Enhancement 
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LOAS: Low Overhead Audio Stream 
MPEG: Motion Picture Experts Group 
NAL: Network Abstraction Layer 
NCL: Nested Context Language 
NIT: Network Information Table 
OFDM: Orthogonal Frequency Division Multiplexing 
one-seg: um segmento 
PAL-M: Phase Alternation Line – standard M 
PAT: Program Association Table 
PCR: Program Clock Reference 
PDA: Personal Digital Assistant 
PES: Packetized Elementary Stream 
PID: Packet Identifier 
PiP: Picture in Picture 
PMT: Program Map Table 
PoP: Picture Outside Picture 
PS: Parametric Stereo 
PSI: Program Specific Information 
QAM: Quadrature Amplitude Modulation 
QPSK: Quadrature Phase-Shift Keying 
RF: Radio Frequency 
RS: Reed-Solomon 
SAP: Second Audio Program 
SBR: Spectral Band Replication 
SBTV: Sistema Brasileiro de Televisão Digital 
SDT: Service Descriptor Table 
SDTV: Standard Definition Television 
SEI: Informações suplementares de vídeo (Supplementar Enhancement Information) 
SFN: Single Frequency Network 
SI: Service Information 
SMPTE: Society of Motion Picture and Television Engineers 
SP: Scattered Pilot 
SPDIF: Sony-Philips Digital Interface Format 
STB: Set-Top Box 
TA: Terminal de Acesso 
TCP/IP: Transmission Control Protocol/Internet Protocol 
TDT: Time and Data Table 
TMCC: Transmission and Multiplexing Configuration Control 
TOT: Time Offset Table 
TS: Transport Stream 
UDP/IP: User Datagram Protocol/Internet Protocol 
UHF: Ultra High Frequency 
USB: Universal Serial Bus 
VBR: Variable Bit Rate 
VHF: Very High Frequency 
VUI: Video Usability Information

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