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AP2 – LINGUÍSTICA 1 VOLUME 2 AULA 18 – QUAL É A RELAÇÃO ENTRE LINGUAGEM E CULTURA? 1) Refletir sobre a relação entre linguagem e cultura a partir do pensamento de Sapir I. BIOGRAFIA DE SAPIR: Sapir, um alemão que faz sua carreira nos EUA’s e foi aluno de Franz Boas, exercia a função de linguista e antropólogo. Ao ir para o Canadá desenvolveu pesquisas de campo e adquiriu conhecimento sobre as tribos ameríndias. Foi então que publicou um tratado crítico ao evolucionismo (1916) e uma introdução a linguística (1921) além dos vários artigos ligados a área de fonologia e antropologia. Conhecido por alguns como um dos fundadores da fonologia estruturalista. E propôs pensamentos diferentes de Bloomfield. II. LINGUAGEM E CULTURA SEGUNDO SAPIR: Sapir disse “Ainda uma vez, a língua como estrutura é, no seu aspecto interno, a marca do pensamento.”. Podemos compreender que para Sapir diferentemente de Bloomfield a língua não é instintivo nem tão pouco comportamental, mas uma estrutura como marca do pensamento. Sapir faz por exemplo a diferenciação do entre o andar e falar, que segundo ele quando visto de forma irrefletida é bem semelhante, mas quando analisado de fato percebe-se que o andar é um fator decorrente tão somente de habilidades: biológicas, orgânicas e instintivas; enquanto o falar é: não instintivo, adquirido e cultural. Logo, seria possível andar mesmo que vivêssemos isolado da cultura, porém falar não. 2) Conhecer a Hipótese de Sapir-Whorf I. BIOGRAFIA DE BENJAMIN LEE WHORF: Estudou Química em Massachussets, foi aluno de Sapir e conviveu com os hopi da América Central e escreveu uma gramática e um dicionário hopi, na Universidade de Yale Whorf se torna assistente de Sapir e a partir das suas observações com os hopi ambos formulam a conhecida Hipótese Sapir-Whorf. II. HIPÓTESE SAPIR-WHORF: A linguagem é culturalmente determinada. Isso implicaria que também nosso pensamento não é universal, mas que pensamos conforme a nossa cultura, já que a língua é o meio que temos para exprimirmos nossa linguagem. Resumindo, a Hipótese Sapir-Whorf é uma tese que diz que a linguagem influencia nossa percepção do mundo e nossa memória, uma vez que nos expressamos e nos referimos às coisas com palavras e expressões de nossa língua, culturalmente moldada. AULA 19 – O ESTRUTURALISMO NO BRASIL 1) Compreender em que consiste uma descrição estruturalista: o caso do vocabulário. I. FERDINAND SAUSSURE: Signo linguístico. Significante (imagem acústica) e significado (conceito). II. MARGARIDA BASÍLIO (2002): Para Basílio as PALAVRAS eram formadas por base + afixos. Vejamos a ideia de Vocabulário Formal. VOCABULÁRIO FORMAL: GRUPO DE FORÇA: critério fonético. Ex.: árvore, madeira e silêncio têm apenas um acento tônico, apenas uma força acentual. Ex.: “com a macaca”. A única palavra que possui uma unidade/força acentual é “ macaca”, deste modo, pelo fato de “com” e “a” serem átonos contamos como palavra no texto apenas aquela que possui força acentual. Sendo assim “com a macaca” tem apenas uma palavra. Pois palavra é igual a “unidade acentual” 2) Compreender o que quer dizer: forma livre, forma presa e forma dependente (a contribuição de Mattoso Câmara Jr.). I. FORMA LIVRE: São contadas pelas partes em branco existentes entre uma palavra e outra preenchidos pelo “espaço em branco”. Ex.: O carrinho que Pedro ganhou é bonito . Aqui temos 7 espaços, logo temos 7 “palavras”. São também as formas que existem despidas de afixos e desinências pessoais e temporais. II. FORMA PRESA: São as formas que só existem quando estão ligadas a forma livre. Elas não podem existir de forma independente, por isso são presas. Palavras na sua forma léxica, infinitiva. III. CONTRIBUIÇÃO DE MATTOSO CÂMARA JR. FORMAS DEPENDENTES: As formas dependentes foram providenciadas por Mattoso como uma resposta a palavras da língua portuguesa que não se encaixam no critério de “forma livre”(pois não são totalmente livres) e nem na chamada “forma presa”(pois não estão totalmente presas). Antes, as formas dependentes estão ligadas as palavras porém não presas em sua ordem sintática e algumas como os artigos por exemplo nem as palavras estão presa. São conhecidas como “formas dependentes” os: Artigos, preposições, conjunções, que, se e pronomes átonos. IV. AS 3 FORMAS APLICADAS NUMA FRASE: Ex.: Oforma dependente(artigo) carrinho(carr forma livre (radical) inho forma presa (desinência substantivada) ) que forma dependente Pedro forma livre ganhou forma presa (flexão de tempo) é forma livre (verbo de ligação) bonito forma presa (flexão de gênero). AULA 20 – FORMA E SUBSTÂNCIA EM HJELMSLEV 1) Diferenciar forma de substância I. BIOGRAFIA DE HJELMSLEV: Dinamarquês de Copenhagen, que seguiu a linha de Saussure e propôs um novo estudo sob os novos termos GLOSSEMÁTICA e a classificação dos GLOSSEMAS, as menores unidades linguísticas passíveis de significação. Suas principais obras são: Principe de Grammaire Générale (1928), Omkring Sprogteoriens Grudlaeggelse (1943) e Sproget (1963). II. SUBSTÂNCIA: A substância para Hjelmslev vai ter uma diferença em relação à substância para Saussure. Em Hjelmslev a substância se trata dos sons da língua, esta por sua vez vai ser dividida entre duas partes, aquela que não interessa a linguística mas a fonética “como por exemplo as diferenças fonética entre “dia” e “dia” em algumas partes do país pelo do /d/. Enquanto outras, devido a oposição como “e” e “i” serviram a linguística. Outro exemplo é o termo “homem” com significação dupla de “ser humano do sexo masculino” e “ser humano no sentido de humanidade, podendo neste caso se referir a mulher”. Em grego por exemplo não é assim, temos “antropos” para: humanidade, “aner”: para homem do sexo masculino, “anér” para: homem do sexo masculino e “gyné” para ser humano do sexo feminino. Logo, existem palavras que possuem traços de oposição que demarcam que o signo não é a menor unidade linguística, mas os glossemas/semas. III. FORMA: Forma por sua vez é a expressão física, tangível da substancia que também interessa a linguística. Ex.: Quando a linguagem falada toma caráter gráfico e os gestos viram desenhos. 2) Reconhecer os dois planos da linguagem (Plano de expressão e plano de conteúdo), propostos por Hjelmslev. I. PLANO DE EXPRESSÃO (PE)/ SIGNIFICANTES: Para Hjelmslev, o plano de expressão possui uma substância de expressão (os sons da fala) e uma forma de expressão (a fala quando toma caráter gráfico ou ilustrativo). Porém, somente a Forma de Expressão do Plano de Expressão que interessa a linguística. Pelo fato de se traduzir em diferenças que possam ser capturadas por testes pertinentes (ILARI, 2007, p.61). II. PLANO DE CONTEÚDO (PC)/ SIGNIFICADO: Da mesma forma que o plano de conteúdo possui uma substância do conteúdo (pensamentos) e uma forma do conteúdo (também gráfica ou ilustrativa). Porém, somente a Forma de Expressão do Plano de Expressão que interessa a linguística. Pelo fato de se traduzir em diferenças que possam ser capturadas por testes pertinentes (ILARI, 2007, p.61). AULA 21 – UMA DAS CONTRIBUIÇÕES DE JAKOBSON AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS: FUNÇÕES DAS LINGUAGENS. 1) Rever e Adensar as Funções da linguagem I. BIOGRAFIA DE ROMAN JAKOBSON: Russo que participou do “Circulo linguístico de Moscou”, depois foi o “Círculo linguístico de Praga” e termina sua jornada em Harvard nos EUA’s. Suas obras foram: A Fonologia em Relação com a Fonética (1955) e Os Oxímoros Dialéticos de Fernando Pessoa (1968) II. Emissor/Remente →Função Emotiva ou Expressiva = “apresentado pelas interjeições III. Receptor → Função Conativa ou Apelativa = “apresentando-se através dos vocativos, imperativos...” IV. Referente → Função Referencial ou Denotativa = “apresenta-se no contexto linguístico (situações anteriores/posteriores que formam contexto com a referência atual) e contexto extralinguístico (contexto particular dos interlocutores)” V. Código → Função Metalinguística = “estoque de estruturas discretas e rebuscadas utilizadas na transmissão da mensagem” VI. Canal → Função Fática = “vias variáveis por onde a mensagem é transmitida, testada, interrompido etc... Ex.: telefone.” VII. Mensagem → Função Poética = “caracterizado por aliterações (repetições de um som consonantal ao longo do poema/prosa), assonâncias (repetição de uma mesma vogal tônica), rimas...” AULA 22 – LINGUÍSTICA DA ENUNCIAÇÃO 1) Compreender o conceito de enunciação em Benveniste: I. BIOGRAFIA DE ÉMILE BENVENISTE: Linguista Francês, que estudou com Antoine Meillet, aluno de Saussure. Estudou a gramática das línguas indo-europeias. Tratou em sua obra Problemès de linguistique générale, tratou neste livro com uma linguagem acessível ao público leigo e falou sobre a linguagem humana e animal, partindo do exemplo das abelhas. Porém sua melhor contribuição para a linguística foi: sua noção de enunciação. II. CONCEITO DE ENUNCIAÇÃO: Benveniste trabalhou o conceito de enunciação por cerca de 40 anos. Porém a mais importantes das definições que ele deu a este termo foi “A Enunciação é este colocar em funcionamento a língua por uma ato individual” (BENVENISTE, 2006,p.82). Para Benveniste a língua não é um padrão que existe fora da práticas humanas. Logo, a língua antes da enunciação é apenas uma possibilidade de língua, e cada enunciação é única, posto que cada acontecimento o é. 2) Compreender o estudo de Benveniste ao estudo das categorias da enunciação. I. As expressões linguísticas são chamadas de “dêiticas” (este, aqui, agora...) e também os “tempos verbais” são chamados de “indivíduos linguísticos” eu só serão recobertos de significado em “ato”, ou seja: no momento da enunciação. A partir do pensamento original de Benveniste, os estudos da linguagem passam a observar e descrever as categorias da enunciação, que podem ser assim sistematizadas: CATEGORIA DE PESSOA: LOCUTOR: Indivíduo que profere a enunciação (eu). Necessário para haver a enunciação. ALOCUTÓRIO: O outro para quem o locutor enuncia (tu). Pressuposto para a própria linguagem. CATEGORIA DE TEMPO: Tempo do agora: hoje, neste momento. Tempo passado: há meia hora, ontem, quando cheguei. Tempo Futuro: amanhã, depois desta aula, chegará.
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