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Artigo MEI

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MEI – MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL
RESUMO: A figura do Microempreendedor Individual, instituída pela Lei Complementar nº 128/2008 veio para facilitar a inserção no papel social do microempreendedor, a partir da formalização de sua atividade, tendo projetos de melhoria no decorrer dos anos que ajudaram a aumentar os direitos dos mesmos. O presente artigo foi desenvolvido baseado no método dedutivo e nas técnicas de pesquisa bibliográfica.Sabe-se quemesmo após o aparecimento da lei, muitos empreendedores individuais continuam na informalidade. Diante desta problemática, este estudo tem como objetivo demonstrar a aceitação da Lei nº 128/08, apontando as vantagens econômicas e sociais trazidas com a formalização; indicar algumas características do MEI, como a simplificação na hora de se formalizar, o limite de faturamento anual permitido, quantidade de funcionários permitidos, tributação simplificada através de valores fixos mensais e benefícios concedidos após a formalização. 
Palavras-Chave: Microempreendedor Individual. Lei Complementar nº 128/2008. Formalização.
INTRODUÇÃO
No mundo globalizado, a classe trabalhadora está sob constante vulnerabilidade. Diante do uso intensivo da tecnologia, da exigência de qualificações profissionais do mercado, a competitividade, dentre outros fatores, ocorreu um aumento significativo no número de pessoas que buscam a sobrevivência através do trabalho informal, abrindo portas de entradas para empreendedores.
O empreendedorismo no Brasil ganhou enfoque no fim da década de 1990, por campanhas iniciadas por entidades que acompanham o setor empresarial como o Sistema Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE.
O MEI foi elaborado pelo governo federal, através da Lei Complementar nº 128/2008 de 19 de dezembro de 2008, para pessoas que trabalham por conta própria e tem um faturamento anual de no máximo R$ 60 mil, podendo ter no máximo, um colaborador, sem que esse seja sócio e não é sócio de nenhuma outra empresa.
O tema do presente artigo foi escolhido a fim de demonstrar o importante papel que o microempreendedor representa no crescimento econômico e social dos municípios, a importância de sua adesão no desenvolvimento do país, apresentando as vantagens de ter um negócio formal, diante de direitos jurídicos e apoio técnico gratuito oferecido pelo governo, visando o crescimento na atividade empresarial, além de representar um assunto novo e original, sendo de fundamental importância para o profissional contábil compreender a relevância social desta nova figura empresarial, entendendo seu processo de formalização. 
Desta forma, este estudo ficou estruturado da seguinte forma: no primeiro capítulo, traz-se o surgimento da figura do microempreendedor individual e as mudanças implicadas após a aceitação da lei e o conceito desta figura em um aspecto amplo; no segundo uma leitura sobre a Lei n. 128/08 e as vantagens de se formalizar e, por fim, no terceiro, a importância do profissional contábil como suporte aos microempreendedores, além da conclusão. 
1. O SURGIMENTO DA FIGURA DO MICROEMPREMPREENDEDOR INDIVIDUAL – MEI NO BRASIL
O surgimento do MEI – Microempreendedor Individual deu-se pelo alto número de informalidade que chamou a atenção do governo e de entidades relacionadas. Diante da situação, o governo procurou por muito tempo, diversos meios para fundamentar que o trabalho formal é tão rentável quanto o informal, de forma a regularizar a situação de pessoas que exerciam alguma atividade econômica de pequeno porte, ainda que não tivesse acesso a uma estrutura ou organização empresarial, garantindo uma proteção jurídica a essas pessoas que em sua maioria, trabalham na informalidade, sem nenhum tipo de benefício.
A Lei Complementar nº 128/2008, que entrou em vigor em 01 de julho de 2009, permitiu que essas pessoas tidas como trabalhadores informais após a formalização passassem a gozar de garantias e benefícios, dentre eles o previdenciário. Com a legislação, o pequeno empresário foi definido como Microempreendedor Individual, criando condições especiais para que o trabalhador informal passe a tornar um empreendedor legalizado. Desta forma, o microempresário constitui-se como empresa, de forma legal. Atribuindo apoio técnico e benefício de tributação através do sistema do Simples Nacional, para que as pessoas autônomas ou ambulantes se regularizem. 
Com a regularização do MEI, abriu novas possibilidades de pessoas formalizarem seus negócios, com isso, o país vem crescendo com os microempreendedores. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, as micro e pequenas empresas têm um importante papel para promover o crescimento econômico do país. Figueiredo (2010, p. 48) considera que “a formalização de um contingente de empreendedores individuais está provocando uma revolução silenciosa na economia, que deve mudar o mapa da inclusão financeira no Brasil.”.[1: FIGUEIREDO, Odair. Empreendedor individual aumenta formalização da economia e acelera inclusão financeira. Revista novos rumos, Nº 254, Nov./dez., 2010. Rio de Janeiro: ABDE.]
De acordo com uma pesquisa do SEBRAE, 68% das pessoas que se legalizaram, aumentaram suas vendas; e 78% delas relataram conseguir melhores preços e formas de pagamento. Condição, esta, que beneficia o trabalhador e o governo, que aumenta a arrecadação de tributos, gerando movimentação nos cofres públicos, movimentando a economia do país. O gráfico abaixo mostra o número de empreendedores que formalizaram seus negócios a partir do ano que a Lei do Microempreendedor entrou em vigor até ao ano de 2016.
Gráfico - Saldo anual de micro empreendedor individual- 2009 a 2016
Fonte: Sebrae a partir de dados da Receita Federal.
Anteriormente, com as elevadas cargas tributárias e a burocracia excessiva, não havia portas de entrada para o trabalhador autônomo formalizar suas atividades, forçando-o a fugir da regularização. Entretanto, com a criação da nova figura jurídica, o MEI possibilita que uma maior quantidade de trabalhadores autônomos seja legalizada, pois a forma prática, rápida e desburocratizada de se adequar faz com que o microempreendedor tenha uma ótima oportunidade de trabalhar legalizado e com baixos índices de tributação, contribuindo também para a economia brasileira. Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), o número de microempreendedores individuais superou os 7 milhões em 2017. A cada ano, cerca de um milhão de pessoas se registram no Portal do Empreendedor para criar a própria empresa nessa modalidade e não há dúvida que esse número irá aumentar nos próximos anos.
1.1. CONCEITO DE MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL 
O microempreendedor é o profissional que atua de forma diferenciada dos demais, pois é, de acordo com lei, considerado pessoa jurídica. Porém, possui as mesmas obrigações de pessoa física arcando com o imposto de renda de pessoa física.
Ruthes (2009, p.21) mostra o texto da Lei Complementar n. 128/2008 que define a figura do microempreendedor individual, inserida na Lei nº 123/06, como:[2: RUTHES, Neimar Arailto. Microempreendedor individual. Francisco Beltrão: Clube de Autores, 2009.][3: LEI COMPLEMENTAR n° 128, de 19 de dezembro de 2008. Disponível em:<http://www.receita.fazenda.gov.br/> Acesso em: 12 de ago. 2017.]
Art. 18-A (omissis) 
§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se MEI o empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, que tenha auferido receita bruta, no ano calendário anterior, de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo. 
§ 2o  No caso de início de atividades, o limite de que trata o § 1o deste artigo será de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) multiplicados pelo número de meses compreendido entre o início da atividade e o final do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro.  
Como se observa, o conceito de microempreendedorindividual está apoiado em outras leis – Código Civil - como apresentado acima. 
Sua formalização está amparada em Lei Complementar, garantindo a segurança no empreendimento. Com isso, a formalização do MEI traz a cidadania como direito à dignidade, que se traduz na condição humana de autorrealização pessoal, profissional e social.
2. CARACTERÍSTICAS OU FUNCIONAMENTO DO MEI
A formalização no MEI é feita através do portal do empreendedor, ou por empresas de contabilidade que são optantes pelo Simples Nacional e que realizam este processo gratuitamente. Não é preciso ter contrato social, apenas preencher os formulários disponibilizados no portal, e será liberado o número do CNPJ, a inscrição na Junta Comercial, o INSS e o Alvará Provisório de Funcionamento. Todo o processo é feito eletronicamente.
O processo da formalização do MEI será devidamente finalizado após a emissão automática do Certificado da Condição de Microempreendedor Individual (CCMEI), que é o documento comprobatório do registro do Microempreendedor Individual, através do site do Portal do Empreendedor.
Poderão se cadastrar como MEI, pessoas físicas maiores de 18 anos capazes de praticarem atos na vida civil de forma prevista no artigo 5º da Lei 10.406/02 – Código Civil brasileiro, e também pessoas maiores de 16 anos e menores de 18 anos, na ocorrência de alguma das hipóteses do parágrafo único do artigo 5º do Código Civil brasileiro, sendo obrigatório no ato da inscrição, a Declaração de Capacidade, descrito com o seguinte texto: "Declaro, sob as penas da Lei, ser legalmente emancipado".[4: BRASIL. Código Civil. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.]
A principal causa de que ainda muitos empreendimentos se encontram na informalidade é devido à dificuldade na gestão tributária. Segundo Lopes (2011), a falta de preparo para lidar com os tributos faz com que a maioria dos empreendimentos atue na informalidade, ou partam para a sonegação fiscal, o que é prejudicial não só para a própria empresa e seu crescimento, como também para a sociedade, para o mercado e para a economia.[5: LOPES, A. C. T. O papel do contador na gestão tributária dos pequenos empreendimentos. Portal Contábeis. 2011. Disponível em: <www.contabeis.com.br/artigos/489/o-papel-do-contador-na-gestao-tributaria-dospequenos-empreendimentos/> Acesso em: 12 de out. 2017.]
Para ser considerado empreendedor individual é necessário que o empresário tenha auferido, no ano anterior, receita bruta de no máximo R$ 60 mil, seja optante pelo Simples Nacional e não estiver impedido no que concerne a LC nº 123/06.[6: LEI COMPLEMENTAR n° 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o estatuto nacional da microempresa e da empresa de pequeno porte. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 20 ago. 2017.]
Art. 18-A. O Microempreendedor Individual - MEI poderá optar pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais, independentemente da receita bruta por ele auferida no mês, na forma prevista neste artigo. (Brasil, 2008).
O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicáveis as Microempresas, Empresas de Pequeno Porte e ao MEI. Abrange a participação de todos os entes federados: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 
Os impostos cabidos ao MEI se partilham da seguinte maneira, conforme com art.18-A da LC nº. 128/2008:[7: LEI COMPLEMENTAR n° 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o estatuto nacional da microempresa e da empresa de pequeno porte. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 20 ago. 2017.]
	Atividades
	INSS- R$
	ICMS/ISS- R$
	TOTAL- R$
	Comercio ou Indústria- ICMS
	46,85
	1,00
	47,85
	Prestação de Serviços- ISS
	46,85
	5,00
	51,85
	Comércio e Serviços- ICMS e ISS
	46,85
	6,00
	52,85
 Fonte: Portal do Empreendedor – MEI
Os impostos deverão ser pagos pela guia DAS, através do PGMEI - Programa Gerador de DAS do Microempreendedor Individual para o MEI que se formalizou, deverá acessar o site do portal do empreendedor, imprimir as Guias para recolhimento das suas contribuições e realizar o pagamento, com isso o microempreendedor garante o direito à aposentadoria, ao auxílio doença, licença maternidade, entre outros benefícios.
O MEI deve entregar anualmente a Declaração Anual do Simples Nacional do MEI (DASN/SIMEI), o total da sua receita bruta anual, onde se devem apurar todas suas vendas de mercadorias ou prestações de serviços, com a emissão da nota fiscal jurídica. Caso esse documento seja entregue com atraso o empreendedor estará sujeito à multa no valor mínimo de $50,00 que pode cair para R$ 25,00 caso o empreendedor regularize a situação antes de ser notificado pela Receita Federal. 
A Lei vigente do MEI, em seu art. 13, designa que o empreendedor estará isento dos seguintes impostos, relativos a impostos federais, que são eles: Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ); Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); Contribuição para o PIS/Pasep;Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).[8: LEI COMPLEMENTAR n° 128, de 19 de dezembro de 2008. Disponível em:<http://www.receita.fazenda.gov.br/>Acesso em: 12 de ago. 2017.]
	Além destes, o microempreendedor estará isento de pagamento de taxas, emolumentos ou qualquer custo relativo à abertura, alvará, licença, cadastro ou demais tipos de trâmites necessários para sua legalização.
Deste modo, o microempreendedor individual é responsável pela tributação de pessoa física e jurídica. É pessoa jurídica quando arca com os impostos inerentes às suas atividades e se há empregados em seu negócio. Mas, no momento em que o empreendedor repassa o dinheiro do lucro auferido da pessoa jurídica para a pessoa física, este é responsável pelo IRPF. No caso do lucro repassado ser inferior ao que determina a legislação vigente do IRPF, o MEI estará isento do pagamento deste imposto.
2.1–BENEFÍCIOS CONCEDIDOS AO MEI
De acordo com o SEBRAE, após o microempresário se formalizar, ele terá seus custos reduzidos, objetivando a oportunidade de aumentar seus lucros e investir em seu negócio, consequentemente, gerando emprego e renda para a população.
Isso é bom para o cidadão, é bom para a economia e é bom para o país. Temos que fazer com que esses produtores, esses trabalhadores, saiam da marginalização da questão da atuação fora dos padrões legais e possam efetivamente, pagando muito pouco, se legalizar e ter um futuro garantido. (Jucá 2008 apud SEBRAE, 2009).[9: SEBRAE (2009). Cartilha do empreendedor. Disponível em: <http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/F896176A3D895B71832575510075D2DB/$File/NT0003DCB6.pdf>Acesso em: 18 set. 2017]
 A formalização traz a segurança jurídica ao negócio, de forma que o local é regularizado, havendo alvará de funcionamento e sanitário. A possibilidade de abertura de contas bancárias, com acesso a créditos e financiamentos, possível através da comprovação de sua renda. Além de poder se registrar no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), e estar apto a emitir notas fiscais de venda, implantar máquinas de cartão crédito, entre outros serviços.
O Microempreendedor Individual após a formalização contemplará benefícios previdenciários de aposentadoria por idade ou invalidez, auxílio doença, salário maternidade e pensão por morte e auxílio-reclusão para seus dependentes.
Com a formalização, os empreendedores individuais terão várias vantagens em relação aos empreendedores que se encontram como informais. Abaixo estão os benefícios da formalização de forma resumida:
- Com a regularização do negócio e o alvará emitido pela prefeitura, acaba o medo de que a mercadoria seja confiscada;
- Feito o registro da empresa, o empreendedor passa a ter CNPJ, possibilitando a abertura de conta em banco e o acesso a crédito com juros mais baratos;
- Com aempresa legalizada, o empreendedor poderá ter endereço fixo para facilitar a conquista de novos clientes;
-Apoio técnico do SEBRAE;
- Cobertura da Previdência Social para o Empreendedor Individual e para a sua família;
- Possibilidade de negociação de preços e condições nas compras de mercadorias para revenda, com prazo junto aos atacadistas e melhor margem de lucro;
- Emissão de nota fiscal para venda para outras empresas ou para o governo;
- Dispensa da formalidade de escrituração fiscal e contábil.[10: Empreendedor Individual (MEI). Disponível em: <http://direitodomestico.jornaldaparaiba.com.br/noticias/empreendedor-individual-mei/> Acesso em: 05 ago. 2017]
Diante das informações acima, é notório que os MEIs são providos de diversos benefícios e facilidades para evidenciar as vantagens da formalização. Porém, de acordo com o Manual do Empreendedor Individual (2009), o empreendedor deve obter ao máximo de informações sobre as condições, responsabilidades e obrigações decorrentes do seu negócio e atentar-se a elas para não ter prejuízos ou impedimentos na formalização.
De acordo com a legislação o MEI pode contratar um único empregado, esse profissional deve receber até um salário-mínimo ou o piso de sua categoria. O Microempreendedor Individual deve preencher a Guia do FGTS e Informação à Previdência Social (GFIP) que é entregue até o dia 7 de cada mês, além de depositar o FGTS na base de 8% sobre o valor que o colaborador ganha.
Ao admitir um empregado, o MEI deverá solicitar a entrega dos seguintes documentos (SEBRAE):
· Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS;
· Certificado Militar (para homens maiores de 18 anos);
· Certidão de Nascimento ou de Casamento e Certidão de Nascimento dos filhos;
· Atestado Médico de Saúde Ocupacional;
· Declaração de rejeição ou de requisição do vale transporte;
· Cédula de identidade, CPF, número do PIS e título de eleitor.[11: SEBRAE. Como contratar seu empregado? Disponível em:<http://www.e-aberturadeempresa.com.br/wp-content/uploads/2016/01/Cartilha-MEI-como-contratar-empregado.pdf>Acesso em: 19 set. 2017]
Para salário igual ao valor do salário mínimo, o custo previdenciário, recolhido em GPS - Guia da Previdência Social, é de R$ 96,80 (correspondentes a 11% do salário mínimo vigente), sendo R$ 26,40 (3% do salário mínimo) de responsabilidade do empregador (MEI) e R$ 70,40 (8% ou conforme tabela de contribuição mensal ao INSS) descontado do empregado. Além do encargo previdenciário de 3% de responsabilidade do empregador, o MEI também deve depositar o FGTS, calculado à alíquota de 8% sobre o salário do empregado. Sendo assim, o custo total da contratação de um empregado pelo MEI é de 11% sobre o valor total da folha de salários. (PORTAL DO EMPREENDEDOR).[12: Portal do Empreendedor. O empreendedor individual. Disponível em:<http://www.portaldoempreendedor.gov.br>. Acesso em: 05 ago. 2017.]
De forma geral, a contratação de um empregado no início do empreendimento, pode não haver tanta importância. Entretanto, com o aumento do crescimento organizacional, e as demandas cada vez maiores, a contratação de um funcionário será de grande necessidade para alavancar o sucesso e a qualidade da empresa. 
Conforme o § 1º, art. 26 da LC nº. 123/2006, o microempreendedor é obrigado emitir nota fiscal na prestação de serviços e vendas realizadas para seu destinatário que possui inscrição no CNPJ, e será dispensado a emitir nota fiscal para pessoa física, exceto se o consumidor exigir. É importante guardar todos os documentos de compras de mercadorias realizadas pela empresa, junto com as notas fiscais de vendas, devendo ser anexados ao relatório mensal de faturamento da empresa.[13: LEI COMPLEMENTAR n° 123, de 14 de dezembro de 2006. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 20 ago. 2017.]
Com a formalização do MEI a empresa terá condições de adquirir créditos em bancos, principalmente bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, que já possuem um site voltado para Empreendedores Individuais, buscando fornecer informações referentes aos benefícios oferecidos pelo banco, como pacotes de serviços bancários sem cobrança de tarifas, conta corrente, cartões de múltiplas funções sem cobrança de anuidade, dentre outros serviços que facilitam e valorizam as atividades empresariais dos MEIs. É importante saber que o dinheiro adquirido em empréstimos deve ser utilizado somente na empresa e não para uso pessoal, deve analisar, se o financiamento é realmente necessário, pois a empresa ficará com uma obrigação junto ao banco.
Segundo o site do SEBRAE, o desenquadramento do regime do Microempreendedor Individual ocorre por opção própria do empreendedor ou quando uma das regras de opções é descumprida. Por exemplo: a contratação de mais de um funcionário, entrada de um sócio na empresa, abertura de uma filial ou outra empresa em nome do empresário e ainda pelo faturamento bruto anual acima do limite.
Uma única desvantagem que pode ser apontada é caso o microempreendedor não tenha nenhum tipo de renda em algum período, pois o imposto deverá ser pago mesmo assim, ao contrário de outros regimes de tributação, onde só se paga mediante a rentabilidade.
3. A IMPORTÂNCIA DE UM PROFISSIONAL CONTÁBIL NAS ATIVIDADES EMPRESARIAIS DE UM MEI
	A gestão em qualquer tipo de negócio garante o sucesso de um objetivo. Diante das mudanças repentinas no cenário tributário brasileiro, o profissional contábil deve estar atualizado diante da legislação, para fornecer corretas informações. 
Os Microempreendedores Individuais caminham em direção a um futuro onde esperam grande retorno dos seus investimentos, para isso precisam se projetar e previr os impactos dessa realização.
	Nesse ponto, Santos (2011) complementa relatando a importância do papel do contador proativo em relação a seu cliente, abrindo a visão deste para sua real necessidade, bem como o destino do seu dinheiro mensal, contribuindo não só para o sucesso do empresário, mas também de seu próprio escritório.[14: SANTOS, E. P. dos. O papel do contador no auxílio ao empresário com problemas. Portal Contábeis. 2011.Disponível em: <http://www.contabeis.com.br/artigos/534/o-papel-do-contador-no-auxilio-ao-empresario-comproblemas/> Acesso em: 09 set. 2017.]
A contratação de um contador se faz necessária para a execução de procedimentos fiscais e previdenciários quando da contratação de um funcionário, bem como regularização de pendências acerca da atividade empresarial. Conforme determinação legal da lei que regulamenta o MEI, a contabilidade formal é dispensada para a essa figura jurídica, as obrigações acessórias pertinentes às rotinas de admissão, férias, folha de pagamento, calculo do 13º salário e rescisão trabalhista, notadamente demandam conhecimentos técnicos que compete ao profissional contábil. (COSIF, 2005).[15: COSIF, 2005. Em busca do sucesso como contabilista. Disponível em: <http://cosif.com.br/publica.asp?arquivo=20050219sucessocontabil>. Acesso em: 15 out. 2017.]
	O profissional contábil é habilitado para fornecer informações sobre as obrigações diante de empresa e organização pública. De maneira geral, cabe ao contador a tarefa de munir o pequeno empresário de informações necessárias para a correta execução de seu funcionamento. Sendo sua responsabilidade informar o patrimônio da empresa, especificando a situação financeira e econômica.
CONCLUSÃO
O objetivo deste artigo foi evidenciar os benefícios do Programa MEI, trazido pelo Governo Federal como forma de aumentar a arrecadação de tributos e diminuir a informalidade no país, com uma carga tributária convincente, a baixa burocracia, visando valorizar os direitos e benefícios fiscais e jurídicos. Sendo um grande passo para o empreendedor valorizar e expandir seu negócio, cumprindo sua função social, tendo em vista que sua contribuição poderá trazer melhorias para a população, como também a criação de novos postos de trabalho. Cabe ressaltar que a classe contábil torna-se relevante, em todoo processo no auxílio aos microempreendedores, diante das atividades empresariais, já que o profissional contábil dispõe de todo o conhecimento necessário para o desenvolvimento e gestão do negócio.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Código Civil. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
COSIF, 2005. Em busca do sucesso como contabilista. Disponível em: <http://cosif.com.br/publica.asp?arquivo=20050219sucessocontabil>. Acesso em: 15 out. 2017.
Empreendedor Individual (MEI). Disponível em: <http://direitodomestico.jornaldaparaiba.com.br/noticias/empreendedor-individual-mei/> Acesso em: 05 ago. 2017
FIGUEIREDO, Odair. Empreendedor individual aumenta formalização da economia e acelera inclusão financeira. In: Revista novos rumos. , Nº 254, Nov./dez., 2010. Rio de Janeiro: ABDE (Associação Brasileira de Instituições Financeiras de Desenvolvimento).
LEI COMPLEMENTAR n° 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o estatuto nacional da microempresa e da empresa de pequeno porte. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 20 ago. 2017.
LEI COMPLEMENTAR n° 128, de 19 de dezembro de 2008. Disponível em:
<http://www.receita.fazenda.gov.br/>Acesso em: 12 de ago. 2017.
LOPES, A. C. T.O papel do contador na gestão tributária dos pequenos empreendimentos. Portal Contábeis. 2011. Disponível em: <http://www.contabeis.com.br/artigos/489/o-papel-do-contador-na-gestao-tributaria-dospequenos-empreendimentos/> Acesso em: 12 de out. de 2017.
Portal do Empreendedor. O empreendedor individual. Disponível em:
<http://www.portaldoempreendedor.gov.br>. Acesso em: 12 ago. 2017.
RUTHES, Neimar Arailto. Microempreendedor individual. Francisco Beltrão: Clube de Autores, 2009.
SANTOS, E. P. dos. O papel do contador no auxílio ao empresário com problemas. Portal Contábeis. 2011.Disponível em: <http://www.contabeis.com.br/artigos/534/o-papel-do-contador-no-auxilio-ao-empresario-comproblemas/>Acesso em: 09 set. 2017.
SEBRAE. O microempreendedor individual. Disponível em: <www.sebrae.com.br>Acesso em: 12 ago. 2017.
SEBRAE (2009). Cartilha do empreendedor. Disponível em: <http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/F896176A3D895B71832575510075D2DB/$File/NT0003DCB6.pdf>Acesso em: 18 set. 2017.
SEBRAE. Como contratar seu empregado? Disponível em:
<http://www.e-aberturadeempresa.com.br/wp-content/uploads/2016/01/Cartilha-MEI-como-contratar-empregado.pdf>Acesso em: 19 set. 2017.

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