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FICHAMENTO: MOEDA SOCIAL E EMPREENDEDORISMO CULTURAL E CRIATIVO:ELUCUBRAÇÕES CRIATIVAS EM MEIO ÀS INCERTEZAS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
FACULDADE DE ECONOMIA 
 
 
IVAN COSTA RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHAMENTO: MOEDA SOCIAL E EMPREENDEDORISMO CULTURAL E 
CRIATIVO:ELUCUBRAÇÕES CRIATIVAS EM MEIO ÀS INCERTEZAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM-PA 
2018 
 
 
SANTOS. Valcir Bispo. Moeda social e empreendedorismo cultural e criativo: 
Elucubrações criativas em meio às incertezas. IX Seminário Internacional de Políticas 
Culturais. Fundação casa de Rui Barbosa. Rio de janeiro. 2018. 
 
 
 
“Em tempos de cenários de crises e incertezas, a Cultura em alguns rincões se tornou apanágio 
ou recurso para promover a melhoria sócio-política e econômica das populações. Conforme já 
destacava George Yudice (2004), a esfera cultural está adquirindo um protagonismo político e 
econômico que nunca se observou em nenhum outro período da história moderna. Assim, 
passou-se a argumentar que a Cultura poderia ajudar a resolver problemas sociais como os da 
educação, bem como abrandar as hostilidades raciais, ajudar a reverter a deterioração urbana 
com o turismo cultural, criar empregos e diminuir a criminalidade. A Criatividade corrobora, e 
muito, para essa visão, sobretudo com a “desmaterialização” das fontes de crescimento 
econômico e criação de riqueza, além da maior presença e peso relativo dos bens simbólicos 
no comércio mundial (LIMEIRA, 2008).” (p.1) 
 
“Arjo Klamer (2016) argumenta, por exemplo, que a criatividade surge em ambientes criativos. 
Assim, pouco importa quão criativos os indivíduos possam ser se eles não encontrarem o local 
certo para crescer e serem reconhecidos os seus esforços criativos. Essa á a razão pela qual se 
adotou a noção de “comunidade criativa”. As comunidades se referem a espaços 
compartilhados que pessoas e organizações têm acesso, uma vez que elas desenvolvem 
atividades de conexão e associação. As comunidades criativas consistem em práticas criativas 
e compartilhadas (KLAMER, 2016).” (p.2) 
 
“Para melhor diferenciar o papel do empreendedor cultural, é preciso, contudo, situar como se 
organiza a economia da cultura. Na perspectiva da economia, a área cultural engloba um 
conjunto diversificado de empresas, organizações, instituições e profissionais, que realizam 
atividades de criação, produção, comercialização, distribuição, difusão e preservação de bens e 
serviços culturais.” (p.3) 
 
“Rubim et al. (2005), baseando-se em tipologia de intelectuais a la Gramsci, considera que um 
sistema cultural engloba três tipos de intelectuais: os que criam, isto é, os artistas; os que 
difundem tal produção, como os profissionais de comunicação e educadores; e os organizadores 
da cultura, como os gestores, produtores e mediadores. Portanto, o campo da cultura engloba 
três segmentos: criação, difusão e organização.” (p.3) 
 
“No que concerne à concepção de empreendedorismo, a referência moderna mais utilizada é a 
de SCHUMPETER (1982) e a sua visão de que o empreendedor é um agente de inovação e 
fator dinâmico na expansão da economia. Nessa perspectiva, o empreendedor é um agente 
capaz de realizar com eficiência novas combinações de recursos.” (p.3) 
 
“Dessa forma, a concepção de empreendedorismo cultural encontra-se firmemente ligada ao 
conceito de redes sociais. Ou seja, o empreendedor cultural não é um agente atomizado e 
individualista, tal como postulado tradicionalmente pela teoria da firma segundo a 
microeconomia neoclássica, hegemônica na teoria econômica. Ele é, antes de tudo, um 
articulador e um forjador de redes, com capacidade de unir e conectar, de maneira inovadora, 
diferentes atores e recursos dispersos no mercado e na sociedade, agregando valor à atividade 
produtiva.” (p.4) 
 
“A Moeda Social, ou moedas complementares de cunho social, tem circulação restrita a 
determinados territórios e são produzidas e geridas por bancos comunitários locais, cuja função 
principal é oferecer crédito com o objetivo de fortalecer os produtores locais, facilitando a 
circulação e ampliando o acesso a produtos, serviços e saberes oferecidos por empreendedores 
locais destinados a consumidores locais. A Moeda Social, conforme o Banco Central do Brasil, 
é uma “Tecnologia de autofinanciamento: um instrumento de natureza e estrutura contratual, 
com potencial para resolver ou atenuar o problema do “desencaixe” entre disponibilidade de 
capital (recursos disponíveis) e necessidades não atendidas” (FREIRE, 2008 apud 
CAMPREGHER et al, 2016).”(p.7) 
 
“A circulação de moedas sociais garante aos produtores locais a oportunidade de transformar o 
seu trabalho em algo comercializável, ainda que em um território restrito, gerando valor 
econômico e inserção social. Isso fortalece as economias locais, além de reduzir a pobreza e as 
desigualdades socioeconômicas. A implementação dessas tecnologias sociais são realizadas, 
em geral, por organizações não governamentais da sociedade civil que atuam em algum 
território e promovem ações ligadas à economia popular e solidária. Algumas pesquisas 
ressaltam que o sucesso desses empreendimentos sociais não se deve à mera presença da moeda, 
mas a uma serie de outras ações de organização e capacitação dos produtores, fundamentais 
para que os produtos locais possam ter preferência dos consumidores locais; contudo, a 
aceitabilidade e a liquidez da moeda social local são fundamentais para tal preferência.”(p.7) 
 
“Belém está vivenciando uma onda de formação de espaços culturais e criativos. Vários desses 
espaços culturais estão utilizando sobrados e casarões antigos, muitos dos quais se encontravam 
(ou se encontram) em estado de abandono ou deteriorados. Por isso, há uma concentração de 
espaços culturais em formação na área histórica de Belém, sobretudo nos bairros da Cidade 
Velha, Campina e Reduto.” (p.10) 
 
“No caso dos bancos comunitários e que oferecem serviços de microcrédito, talvez a 
experiência mais exitosa seja a do Banco Comunitário Tupinambá, em execução na localidade 
da Baía do Sol, na ilha de Mosqueiro, desde 2009 (SANTOS; MAIRATA, 2010).” (p.12) 
 
“O que explica boa parte desse êxito é a utilização da moeda social, denominada de “moqueio”, 
em circulação apenas no território da Baía do Sol e na rede de estabelecimentos que fazem parte 
dos usuários do Banco Tupinambá. A moeda social é utilizada em empréstimos de consumo, 
estimulando a população local a comprar e consumir dentro da sua comunidade.” (p.12)