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Aula 3 - Economia Criativa, da Cultura, Valor Simbólico e Setores Culturais e Criativos

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Disciplina: Empreendedorismo cultural,
inovação social e criatividade
Aula 3: Economia Criativa, da Cultura, Valor Simbólico e
Setores Culturais e Criativos.
Apresentação
Nesta aula, retomaremos o conceito de Indústria Cultural para determinar os contextos emergentes das Indústrias
Criativas e da Economia Criativa. Esses fenômenos serão observados a partir da realidade global, interligada à sociedade
do conhecimento, que tem na cultura e na tecnologia a base para a produção de bens, serviços e valores simbólicos. Como
parte da metodologia, traremos casos modelares dos Setores Culturais e Criativos (SCC) com vistas a expandir o
conhecimento e as possibilidades de atuação nesta nova economia.
Objetivos
Ilustrar os componentes relacionados aos conceitos de Criatividade, Indústria Criativa e Economia Criativa;
Aplicar os dados e princípios apresentados em aula para construir hipóteses para uma demanda de mercado ou
problema social;
Analisar as intersecções entre Economia Criativa e Economia da Cultura em determinados contextos históricos e
sociais.
Conceitos de Economia Criativa (EC)
As relações entre criatividade, cultura e economia ganham novos contornos na sociedade contemporânea na tentativa de criar
ciclos de crescimento e desenvolvimento. Foi no �nal do século XX que as mudanças tiveram maior alcance, quando a
economia passou da indústria para os serviços e a força de trabalho deu lugar ao conhecimento.
Essa nova percepção está ancorada no discurso da criatividade e da inovação, que abordamos na primeira aula.
 Fonte: Por lovelyday12 / Shutterstock
Para chegar neste ponto, vamos retomar o contexto das Indústrias Culturais, analisadas pela Escola de Frankfurt, em que os
estudos transitavam entre as artes, a política e a economia, considerando a importância da mídia e da cultura de mercado no
modo de vida e comportamento contemporâneos.
Entender as dinâmicas dos estudos das Indústrias Culturais, apontada como processo de transformação da cultura em
mercadoria, é fundamental para seguirmos em direção ao que denominamos Indústrias Criativas até chegarmos em Economia
Criativa.
As Indústrias Culturais são apontadas pelos estudos do British Council (2010) como as mais
antigas da humanidades. Eles partem da premissa que o desejo de criar coisas que vão
além da dimensão pragmática (coisas que são bonitas ou que comunicam um valor cultural
através da música, teatro, entretenimento e artes visuais ou, ainda, que comunicam uma
posição social através do estilo e da moda) é tão antigo quanto a humanidade.
Sempre existiram ou existirão pessoas com a imaginação e os talentos necessários para consegui-lo, assim como pessoas que
pagarão por ele. Está aí a base da Economia Criativa. Sua origem se dá quando as antigas tradições do trabalho cultural e
industrial começaram a se entrelaçar com uma série de atividades produtivas modernas, tais como a publicidade, o design, a
moda e imagens em movimento, criando novas formas de comércio cultural.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Essas indústrias, que geram lucros através das habilidades criativas de seus empregados e da criação de propriedade
intelectual, são conhecidas como Indústrias Criativas. As Indústrias Criativas são apontadas como atividades com origem na
criatividade, capacidade e talento individuais com potencial de produção de riqueza e empregos por meio da gestão e
exploração da propriedade intelectual.

A lei de propriedade intelectual é o catalisador que transforma a atividade criativa em uma indústria criativa, protegendo
o direito de propriedade dos donos sobre suas ideias, da mesma forma como outras leis garantem o direito aos bens e
à propriedade.
Esse marco legal da Economia Criativa é amplamente desenvolvido em países como a Inglaterra; entretanto, no Brasil,
o foco recai na quali�cação do próprio ambiente produtivo, gerando um �uxo de riqueza criativa pensada em termos de
acesso e fruição.
Isso é justi�cado no PSEC (Plano da Secretaria de Economia Criativa, 2011-2014) como o equilíbrio necessário para a
entrada de novos agentes no mercado.
Economia Criativa versus Economia da Cultura
O Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNCTAD, 2010) aponta a Economia Criativa como um conceito em
evolução, sendo baseado em ativos criativos que têm o potencial de gerar crescimento econômico e desenvolvimento, com
capacidade de estimular a geração de renda e empregos, promover inclusão social, diversidade cultural e desenvolvimento
humano.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
A criatividade emerge como a capacidade, de indivíduos e grupos, de forjar e utilizar
símbolos e signi�cados com o objetivo de gerar algo novo e/ou inovador. A criatividade,
portanto, é o novo “insumo” que alimenta as Indústrias Criativas.
Contudo, no meio das discussões sobre Economia Criativa e Economia da Cultura, dois conceitos econômicos são
fundamentais: cadeia produtiva e cadeia de valor. São eles que unem a teia das seguintes cadeias produtivas:

Audiovisual: cinema, vídeo e televisão;

Editorial: livros, revista, jornais;

Fonográ�ca: música e espetáculos.
De um lado, a cadeia produtiva integra os diversos atores ao longo de uma atividade produtiva para assegurar a oferta de bens
e serviços ao mercado. E, de outro, a cadeia de valor é o que a empresa realiza com os diversos atores da cadeia produtiva, ou
seja, atividades que agregam valor ao produto ou serviço ofertados ao mercado.
Também há a segmentação das atividades em processos elementares de:
Concepção (ideia); Produção (materialização da ideia);
Distribuição (comunicação da ideia); Pós-venda (lucro).
Atenção
Os trabalhos que trafegam por essa nova economia não fazem distinção entre cultura e criatividade, pois uma alimenta a outra.
Mas, se a criatividade é o motor dessa nova forma de economia, como mensurá-la? O relatório da Conferência das Nações
Unidas (UNCTAD, 2010) de�ne o ciclo da atividade criativa por meio da interação entre quatro formas de capital:
Humano Social
Cultural Estrutural
Os efeitos acumulados desses determinantes são os “resultados da criatividade”. Essa é a estrutura do índice de criatividade,
conhecido como Modelo dos 5 Cs.
 Figura 1. Modelo 5Cs Fonte: Relatório de Economia Criativa (UNCTAD, 2010).
Olhar brasileiro
No Brasil, chegamos a ter uma Secretaria da Economia Criativa (SEC), ligada ao Ministério da Cultura (MinC), de 2011 a 2015.
Sua criação foi amparada pelo reconhecimento do setor cultural como gerador de riqueza e possível alternativa para a vocação
de exportador de commodities do Brasil. Entretanto, ao assumir a condução do Minc, Juca Ferreira (2015) alterou o nome da
secretaria para Formação de Linguagens Artísticas, pois, em tese, a Economia Criativa deveria estar em todos os ministérios.
 Marcelo Calero //g1.globo.com/politica/
<//g1.globo.com/politica/noticia/2016/05/marcelo-calero-diz-que-vai-preservar-
conquistas-frente-do-minc.html>
Com o impeachment de Dilma Rousseff (2016), Marcelo
Caleiro assume e renomeia a pasta com o nome de Secretaria
da Economia da Cultura. Após uma reestruturação em 2018,
o MinC retoma o nome Secretaria de Economia Criativa (SEC)
juntamente com as demais secretarias:
SAV (Secretaria de Audiovisual);
SDAPI (Secretaria de Direitos Autorais e Propriedade
Intelectual);
SDC (Secretaria de Diversidade Cultural).
Hoje, com as eleições de outubro de 2018, o Ministério da Cultura incorporou-se aos Ministérios do Desenvolvimento Social e
Esportes, dando lugar ao Ministério da Cidadania, comandado pelo ministro Osmar Terra. Com isto, temos a criação da
Secretaria Especial da Cultura que assessora o ministro da Cidadania na formulação de políticas, programas, projetos e ações
que promovam a cidadania por meio da cultura. Nesta nova con�guração, a SEC continua existindo como uma atividade dentro
da Secretaria Especial da Cultural, juntamente com outras duas secretarias criadas para compor esse novo Ministério:a SEFIC
(Secretaria de Fomento e Incentivo à cultura) e a SEINFRA (Secretaria de Infraestrutura Cultural). Ver mais em:
//www.cultura.gov.br <//www.cultura.gov.br>
https://g1.globo.com/politica/noticia/2016/05/marcelo-calero-diz-que-vai-preservar-conquistas-frente-do-minc.html
https://www.cultura.gov.br/
Múltiplas dimensões da Economia Criativa
 //futuri9.com/opiniao/ <//futuri9.com/opiniao/>
Os principais fatores responsáveis pelo extraordinário crescimento das indústrias criativas no mundo todo são:
Clique nos botões para ver as informações.
Destaque para a convergência das tecnologias de multimídia e telecomunicações, que levaram a uma integração dos
meios pelos quais o conteúdo criativo é produzido, distribuído e consumido.
Tecnologia 
O aumento das rendas reais nos países industrializados elevou a demanda por produtos, incluindo bens e serviços
criativos.
Demanda 
Os turistas são os principais consumidores de serviços recreativos e culturais, além de uma variedade de produtos
criativos, tais como artesanato e música.
Turismo 
A economia criativa, portanto, contribui tanto para as dimensões econômica, social e
cultural, quanto para o desenvolvimento sustentável.
https://futuri9.com/opiniao/
1. Dimensão econômica
A economia criativa está profundamente arraigada nas economias nacionais. Ao produzir benefícios econômicos e
empregos nos setores de serviços e manufatura relacionados, ela promove a diversi�cação econômica, receitas, comércio
e inovação.
2. Dimensão social
O grande impacto social das indústrias criativas é sua contribuição para a geração de emprego. As indústrias criativas
demandam conhecimento intensivo, necessitando de habilidades especí�cas e de alto nível de quali�cação da mão de
obra, além da necessidade de trabalho intensivo, especialmente nos casos que possuem uma alta concentração de
insumos criativos, como ocorre, por exemplo, nas produções teatrais e cinematográ�cas.
3. Dimensão cultural ou simbólica
A economia criativa claramente possui implicações culturais profundas. A relevância da geração de valor cultural,
juntamente com o valor econômico da operação de indústrias criativas, está em servir aos objetivos culturais da
sociedade, que andam lado a lado com os objetivos econômicos de um governo e são re�etidos em um amplo alcance de
suas políticas culturais.
4. Dimensão sustentável
As indústrias criativas também contribuem para o desenvolvimento sustentável na medida em que o conceito de
sustentabilidade está inserido em um escopo muito além de sua simples aplicação ao meio ambiente. O capital cultural -
material e imaterial de uma comunidade - da mesma forma que os recursos naturais e ecossistemas, precisam ser
protegidos para garantir a continuação da vida humana no planeta.
Olhar global
 Fonte: Por Crazy nook / Shutterstock
Não podemos perder de vista que a Economia Criativa é
muito mais do que apenas as Indústrias Criativas. Se a
criatividade é um recurso in�nito e necessário para o maior e
melhor desempenho em um mercado altamente competitivo,
encontramos os criativos in�ltrados em setores como a
indústria de manufatura convencional, bens imóveis, como
empreendedores no comércio atacadista e na intermediação
�nanceira.
Foi o que concluiu o Relatório do Fundo Nacional para a Ciência, Tecnologia e Artes do Reino Unido (NESTA) chamado Beyond
the creative industries: mapping the creative economy in the United Kingdom, ao determinar a existência de três grandes tipos
diferentes de emprego no setor:
os artistas, pro�ssionais ou criativos que trabalham em indústrias criativas;
o pessoal de apoio naquelas indústrias (gerentes, administrativos, secretárias, contadores etc.);
os criativos embutidos em outras indústrias.
Setores culturais e criativos (SCC)
A criatividade mistura valores econômicos e valores culturais e por isso ela é tão difícil de de�nir e medir. De fato, a atividade
cultural não esteve incluída como componente da economia durante uma boa parte da história humana. Representa aquelas
atividades que as pessoas pensavam quando deixavam de trabalhar.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Esta ampla e complexa herança cultural é o que diferencia a economia criativa de qualquer outra economia: além do seu valor
de troca (estágio �nal para que os bens e serviços encontrem o seu nível de preço ótimo no mercado) e do seu valor funcional
(determinado pela maneira como se usam no dia a dia), a maioria dos produtos e serviços das indústrias criativas têm um valor
expressivo, um signi�cado cultural que pouco ou nada tem a ver com os custos da sua produção ou utilidades.
Atenção
São os valores simbólicos que distinguem os produtos criativos e tornam-se a grande preocupação nesta nova economia, que
tem a tarefa de separar os bens materiais dos valores simbólicos, culturais e artísticos e medir o valor da propriedade
intelectual.
Indústrias Criativas
O termo Indústria Criativa surge em 1994 na Austrália, com o
lançamento do relatório Nação Criativa. Mas foi na Inglaterra
que torna-se referência pelo pioneirismo e pela associação do
tema à agenda política e econômica.
A Inglaterra, em 1998, foi quem primeiro mapeou as
atividades criativas no país por meio do Depart-ment for
Culture, Media and Sport, que assumiu as funções do antigo
Departamento do Patrimônio Nacional.
 Fonte: Por Sergey Nivens / Shutterstock.
Atenção
Vale observar que a designação indústrias criativas, que vem se desenvolvendo desde então, tem ampliado o escopo das
indústrias culturais para além das artes, marcando uma mudança de abordagem em relação às atividades comerciais em
potencial que, até recentemente, eram consideradas pura ou predominantemente em termos não econômicos.
Na �gura 3, mostramos um resumo dos setores na perspectiva Inglesa, em seguida com a consolidação das informações feita
pela UNESCO, com o Plano da Secretaria de Economia Criativa (PSEC, 2011-2014) no Brasil e, o mais recente mapeamento da
Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN) em 2016.
Figura 2: Setores afetados pelas Indústrias Culturais e Criativas
Mapeamento
DCMS (1998)
UNCTAD
(2004)
MinC-SEC
(2012)
FIRJAN
(2016)
Arquitetura Locais culturais Patrimônio Patrimônio
material
Patrimônio Design Consumo
Arte e Antiguidade Expressões
culturais
tradicionais
Patrimônio
Imaterial
Arquitetura
Artes e Ciências Artes visuais Artes Arquivos Moda
Artesanato Artes cênicas Museu Publicidade
Cinema e Video Editoras e
mídia impressa
Mídia Artesanato Expressões Culturais Patrimônio e
Artes
Cultura
Design Audiovisuais Culturas
populares
Música
Design de Moda Design Criações
Funcionais
Culturas
indigenas
Artes
Cênicas
Edição Novas Midias Culturas Afro-
brasileiras
Expressões
Culturais
Publicidade Serviços
Criativos
Artes Visuais Editorial Mídias
Música Arte digital Audiovisual
Software
interativo de
entretenimento
Dança Artes de Espetáculo P&D Tecnologia
Software e
serviços de
informática
Música Biotecnologia
Rádio e TV Circo TIC
Teatro
Cinema e
Vídeo
Audiovisual/Livro da
Leitura e da
Literatura
Publicações e
Mídia
Impressa
Moda Criações Culturais e
Funcionais
Design
Arquitetura
Fonte: British Council (2010), UNCTAD (2010), PSEC (2011) e FIRJAN (2016)
Índices
Toda essa estrutura, mapeamento e estudo - local e mundial - tem uma função importante, que é gerar índices que
movimentem as políticas públicas, criando condições para que as pessoas e empresas envolvidas nesta nova economia
possam se desenvolver.
Como podemos perceber, em termos locais, o Brasil já esteve na vanguarda com o Plano da Secretaria da Economia Criativa e,
hoje, encontra-se em fase de reestruturação. Contudo, a classi�cação e o reconhecimento das iniciativas deste campo, que
cruza conteúdo cultural e criativo, valor econômico e objetivos de mercado, também é conferido por órgãos internacionais, com
enorme impacto na cultura e economia local.
Exemplo
Na Europa, o The Cultural andCreative Cities Monitor é uma ferramenta on-line que disponibiliza 29 indicadores para 168
cidades europeias, que visam medir a sua vitalidade cultural, criatividade econômica e atratividade do ecossistema urbano para
talentos criativos e iniciativas culturais.
No Brasil, a Federação do Comércio de São Paulo, em 2012, lançou um indicador por meio do seu Conselho de Criatividade e
Inovação para agregar informações a este segmento criativo. O índice das Cidades Criativas analisou dados de 27 Estados e
das 50 maiores cidades do País, considerando:
(a) classes criativas; 
(b) condições econômicas; 
(c) condições sociais.
Neste ranking, São Paulo aparece em primeiro lugar, seguida de Porto Alegre e Belo Horizonte.
Importância dos SCC para a economia
Sob a ótica da produção, a área criativa se mostrou menos impactada ante o cenário econômico adverso, como mostrou o
Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil (FIRJAN, 2016).
Além de ser um forte indício de pro�ssionalização e crescimento da área criativa, a evolução do número de estabelecimentos
empregadores evidencia seu caráter estratégico, o que re�ete a importância dos setores culturais e criativos e o papel da cultura
como facilitadora na construção das cidades sustentáveis.
Atividade
1. “A economia criativa tem o poder de transformar, de mudar, de dividir, de repartir e de concluir. A cidade criativa é aquela que
estimula os talentos, a diversidade e dá condições para que se agregue valor econômico e se dê vazão à geração de negócios a
partir disso.” (CARVALHO, C. L. Cidades Criativas e a Transformação. In.: REIS, Ana Carla Fonseca; KAGEYAMA, Peter (orgs.).
Cidades Criativas: perspectivas. São Paulo: Garimpo de Soluções, 2011).
Leia as asserções a seguir e indique a alternativa correta a respeito delas.
I. Esse potencial transformador da Economia Criativa se orienta conectando atores sociais, como governos, empreendedores e
empresários, instituições, escolas e universidades.
II. É possível desenvolver uma estrutura de ganha-ganha, na qual o capital de conhecimento é alavancado, trazendo benefícios
para todos e de forma mais igualitária.
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não justifica corretamente a I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) A asserções I e II são proposições falsas.
2. A Maternativa <https://maternativa.com.br/sobre-a-maternativa/> é uma startup de impacto social, que tem como propósito
transformar a relação entre mães e mercado de trabalho. Criada pelas empreendedoras Ana Laura Castro e Camila Conti,
objetiva fortalecer o debate sobre maternidade e trabalho, através de uma plataforma de vendas on-line, que reúne produtos e
serviços fornecidos por empreendedoras maternas espalhadas por todo o Brasil.
A Associação Cultural Vila das Flores <https://vila�ores.wordpress.com/agenda/> , idealizada por um grupo de arquitetos,
ativistas, educadores e produtores culturais, tem como missão contribuir para a promoção da cultura, das artes, da tecnologia e
da cultura digital. O projeto ocupa um charmoso galpão, no bairro Floresta, em Porto Alegre, que foi construído entre 1925 e
1928. Trata-se de uma criação arquitetônica, registrada no Inventário do Patrimônio Cultural de Bens Imóveis do Bairro Floresta.
A ideia foi unir um espaço histórico para desenvolver atividades socioculturais, em um ambiente para que artistas e
empreendedores criativos possam trabalhar de maneira colaborativa.
Estes dois projetos foram contemplados com o Prêmio Brasil Criativo 2017. Aponte alguns dos critérios que podem ser levados
em conta para a premiação dessas entidade dentro do campo da Economia Criativa:
I. Incentivo à preservação, manutenção, organização e restauração de documentos, objetos e arquivos, direta ou indiretamente
ligados à construção da identidade brasileira.
II. Pessoas físicas e jurídicas, com ou sem �ns lucrativos, que comprovem a atuação em qualquer um dos setores da Economia
Criativa.
III. Atividades produtivas que atendam aos princípios de inovação, sustentabilidade, empreendedorismo cultural, inclusão social
e criatividade.
É correto o que se a�rma em:
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
https://maternativa.com.br/sobre-a-maternativa/
https://vilaflores.wordpress.com/agenda/
3. "Uma cidade criativa torna-se atraente para as indústrias criativas e para as pessoas criativas, tendo por pilares a capacidade
de seus habitantes de colocar a criatividade em prática e um ambiente cultural e econômico favorável a isso. Por consequência,
as indústrias e talentos que se sentem atraídos e chegam à cidade reforçam sua base criativa, em um ciclo positivo.” (REIS, A. C.
F.; URANI, A. Cidades Criativas: perspectivas Brasileiras. In,: REIS, Ana Carla Fonseca; KAGEYAMA, Peter (orgs.). Cidades
Criativas: perspectivas. São Paulo: Garimpo de Soluções, 2011).
 “O Brasil integra oito cidades à rede de Cidades Criativas da Unesco: Salvador (música), Santos (cinema), Curitiba (design),
Brasília (design) João Pessoa (artesanato), Belém (gastronomia) e Florianópolis (gastronomia). Ainda não há cidades
brasileiras na área de literatura e mídia.” (Via Estação conhecimento. 03/02/17. Disponível em: //via.ufsc.br/a-rede-de-cidades-
criativas-da-unesco/ <//via.ufsc.br/a-rede-de-cidades-criativas-da-unesco/> . Acesso em 10/12/18).
"Se a criatividade tem por base pessoas, pode manifestar-se também em cidade das mais diversas escalas”. Isso é o que Ana
Carla Fonseca Reis argumenta ao tratar do tema Cidades Criativas. Ao invés de privilegiar um grupo de pessoas no seio urbano,
a cidade criativa integra e incentiva a eclosão da criatividade em todas as pro�ssões de forma complementar. Nessa relação
entre pessoas e cidades, as manifestações emergem como re�exo da suas práticas sociais e, portanto, quando nenhuma
cidade brasileira �gura na área de Literatura, podemos anunciar algumas razões possíveis.
I. A ausência de uma prática social in�uencia na forma como se organizam os setores criativos e culturais locais.
II. A Economia Criativa visa buscar soluções para as demandas latentes do território.
III. As classes criativas tendem a ser mais genuínas e transformadoras, o que confere sua participação no quadro geral da
Economia Criativa.
É correto o que se a�rma em:
a) II, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
4. O projeto de intervenção social e artística OUPA! foi criado pela Câmara Municipal do Porto, em Portugal, e visa a capacitação
e empoderamento de jovens dos bairros periféricos do território português. O projeto tem como missão reforçar a identidade
cultural e a autoestima dos jovens de bairros mais degradados da cidade e resultou em um espetáculo e disco de estreia
chamado Cidade Líquida.
A partir do exemplo do Projeto OUPA!, redija um texto (até 10 linhas) relacionando:
I. O impacto da cultura como vetor de transformação social.
II. A in�uência da Economia Criativa no desenvolvimento de políticas públicas.
https://via.ufsc.br/a-rede-de-cidades-criativas-da-unesco/
5. “O crescimento da economia do turismo tem sido um dos grandes responsáveis pela atual recuperação de Portugal. A capital
Lisboa, uma cidade com 500 mil habitantes, se tornou um disputados destino dos viajantes, registrando mais de 5 milhões de
pernoites só no primeiro semestre de 2017. Entretanto, como em outras explosões de destinos turísticos que já ocorreram em
outras localidades, um rastro de destruição também �ca pelo caminho." (ROLNIK, Raquel. Terremoturismo ameaça moradia em
Lisboa. Post 27/06/18. Disponível em: https://raquelrolnik.wordpress.com/2018/06/27/terremoturismo-ameaca-moradia-em-
lisboa/. Acesso em 10/12/18).
O turismo é um dos principais vetores da Economia Criativa (EC) nos territórios.Contudo, ao mesmo tempo que permite o
desenvolvimento local também provoca alterações profundas nas dinâmicas da cidade. Tomando como exemplo a cidade de
Lisboa (Portugal), quais os rastros de destruição possíveis aos quais alude a professora Raquel Rolnik?
I. O impacto do turismo sobre o mercado da habitação.
II. O fenômeno da “gentri�cação” nos bairros centrais.
III. A produção de bens e serviços culturais que privilegiam a quantidade em vez da qualidade para atender a demanda massiva
de turistas.
É correto o que se a�rma em:
1
a) II, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
Notas
Gentri�cação 1
Processo de transformação de centros urbanos através da mudança dos grupos sociais ali existentes.Referências
HOWKINS, John. Economia Criativa: como ganhar dinheiro com ideias criativas. São Paulo: MBooks, 2012.
NASCIMENTO, Iara Marques. Da indústria cultural às cidades criativas. Disponível em:
//portalintercom.org.br/anais/pensacom2017/textos/13-iara-marques-do-nascimento.pdf
<//portalintercom.org.br/anais/pensacom2017/textos/13-iara-marques-do-nascimento.pdf> . Acesso em: 23 jan. 2019.
UNCTAD. Relatório de economia criativa 2010: economia criativa: uma opção de desenvolvimento. Brasília: Secretaria da
Economia Criativa/Minc. São Paulo: Itaú Cultural, 2012. Disponível em: https://unctad.org/pt/docs/ditctab20103_pt.pdf
<https://unctad.org/pt/docs/ditctab20103_pt.pdf> . Acesso em 10 dez. 2018.
FLORIDA, Richard. A ascensão da classe criativa. São Paulo: L&PM Editores, 2002.
NEWBIGIN, John. Série Economia Criativa e Cultural do British Council. Disponível em:
https://creativeconomy.britishcouncil.org/media/uploads/�les/Intro_guide_-_Portuguese.pdf
<https://creativeconomy.britishcouncil.org/media/uploads/�les/Intro_guide_-_Portuguese.pdf> . Acesso em 10 dez. 2018.
REIS, Ana Carla Fonseca; KAGEYAMA, Peter (orgs.). Cidades Criativas: perspectivas. São Paulo: Garimpo de Soluções, 2011.
https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0056/aula3.html
https://portalintercom.org.br/anais/pensacom2017/textos/13-iara-marques-do-nascimento.pdf
https://unctad.org/pt/docs/ditctab20103_pt.pdf
https://creativeconomy.britishcouncil.org/media/uploads/files/Intro_guide_-_Portuguese.pdf
Próxima aula
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Sugestões de leituras:
10 características do consumo no Brasil em 2018, segundo a PwC. Revista Época Negócios. 03/04/18.
<https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2018/04/10-caracteristicas-do-consumo-no-brasil-em-2018-
segundo-pwc.html >
Para saber mais sobre os estudos culturais, ler essa introdução feita pela Ana Carolina Escosteguy feita para o portal
Cartogra�as. s/d. <https://edisciplinas.usp.br/plugin�le.php/3363368/mod_resource/content/1/estudos_culturais_ana.pdf
>
O que é Indústria 4.0 e como ela vai impactar o mundo. Portal Citisystems. <https://www.citisystems.com.br/industria-4-0/
>
Uma nova cultura empreendedora? Ricardo Amorim, Revista Isto É. 20/04/18. <https://istoe.com.br/uma-nova-cultura-
empreendedora/ >
Relações Interculturais promovem a criatividade, inovação e empreendedorismo. O Jornal Econômico. PT. 29/05/17.
<https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/relacoes-interculturais-promovem-a-criatividade-inovacao-e-
empreendedorismo-164644>
Projeto Draft. Como a DreamShaper se tornou uma startup que “ensina empreendedorismo” nas escolas. 02/01/18.
<https://projetodraft.com/como-a-dreamshaper-se-tornou-uma-startup-que-ensina-empreendedorismo-nas-escolas/ >
Buraco no Muro. Sugata Mitra. Youtube. <https://www.youtube.com/watch?v=Xx8vCy9eloE >
TED. Sugata Mitra. Construir uma escola na nuvem. Youtube.
<https://www.ted.com/talks/sugata_mitra_build_a_school_in_the_cloud?language=pt >
TED. Sugata Mitra. O ensino virado para as crianças. Youtube.
<https://www.ted.com/talks/sugata_mitra_the_child_driven_education?language=pt >
https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2018/04/10-caracteristicas-do-consumo-no-brasil-em-2018-segundo-pwc.html
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3363368/mod_resource/content/1/estudos_culturais_ana.pdf
https://www.citisystems.com.br/industria-4-0/
https://istoe.com.br/uma-nova-cultura-empreendedora/
https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/relacoes-interculturais-promovem-a-criatividade-inovacao-e-empreendedorismo-164644
https://projetodraft.com/como-a-dreamshaper-se-tornou-uma-startup-que-ensina-empreendedorismo-nas-escolas/
https://www.youtube.com/watch?v=Xx8vCy9eloE
https://www.ted.com/talks/sugata_mitra_build_a_school_in_the_cloud?language=pt
https://www.ted.com/talks/sugata_mitra_the_child_driven_education?language=pt

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