Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tribunal de ConTas europeu Ma nu al de au di To ria Fin an Ce ira e d e C on Fo rM id ad e 20 12 PT | 2 Síntese FCAM - Síntese MANUAL DE AUDITORIA FINANCEIRA E DE CONFORMIDADE SÍNTESE PARTES DO MANUAL DE AUDITORIA FINANCEIRA E DE CONFORMIDADE ÍNDICE PORMENORIZADO INTRODUÇÃO PARTE 1 – INFORMAÇÕES GERAIS PARTE 2 - FIABILIDADE DAS CONTAS (AUDITORIA FINANCEIRA) PARTE 3 - CONFORMIDADE COM AS LEIS E OS REGULAMENTOS APLICÁVEIS (AUDITORIA DE CONFORMIDADE) GLOSSÁRIO E ACRÓNIMOS Contactos Para informações adicionais, por favor contacte: Tribunal de Contas Europeu – Câmara CEAD Unidade Metodologia de auditoria e apoio Email: AMS ECA-CONTACT/Eca ou ams.contact@eca.europa.eu Incentiva-se a reprodução e divulgação do presente manual, que não necessitam de licença específica do TCE. | 3 Índice Pormenorizado MAFC - Índice Pormenorizado MANUAL DE AUDITORIA FINANCEIRA E DE CONFORMIDADE ÍNDICE PORMENORIZADO INTRODUÇÃO Objetivo e principais aspetos tratados no Manual Estrutura da metodologia de auditoria do Tribunal Estrutura do Manual de Auditoria Financeira e de Conformidade PARTE 1 – INFORMAÇÕES GERAIS Secção 1: Enquadramento 1.1 Definição de um trabalho de garantia de fiabilidade 1.2 Âmbito de aplicação do Manual 1.3 Quais os domínios que o Tribunal tem de auditar? 1.4 Que tipo de relatórios e opiniões devem ser elaborados? 1.5 Direito de acesso legal do Tribunal 1.6 Obrigações profissionais do Tribunal em matéria de auditorias financeiras e de conformidade 1.7 Tipos e objetivos das auditorias financeiras e de conformidade realizadas pelo Tribunal 1.8 Asserções de auditoria 1.9 Síntese do processo da auditoria financeira e de conformidade 1.10 Documentação dos trabalhos de auditoria 1.10.1 Preparação da documentação de auditoria em tempo oportuno 1.10.2 Documentação dos procedimentos de auditoria realizados e das provas de auditoria obtidas 1.10.3 Constituição dos arquivos da auditoria 1.10.4 Alterações da documentação de auditoria 1.11 Controlo da qualidade 1.11.1 Definição de controlo da qualidade 1.11.2 Elementos de um sistema de controlo da qualidade Secção 2: Planeamento 2.1 Síntese da fase de planeamento 2.1.1 A programação constitui o ponto de partida da tarefa de auditoria 2.1.2 O que se entende por planeamento de uma auditoria 2.1.3 Importância e natureza do planeamento 2.1.4 Etapas da fase de planeamento 2.2 Determinar a materialidade 2.2.1 Introdução e definição 2.2.2 Ênfase nos utilizadores das informações 2.2.3 Motivos para determinar a materialidade 2.2.4 Quando ter em conta a materialidade 2.2.5 Aspetos quantitativos e qualitativos 2.2.6 Documentar a materialidade | 4 Índice Pormenorizado MAFC - Índice Pormenorizado 2.3 Identificação e avaliação dos riscos através do conhecimento da entidade e do seu ambiente, incluindo o modelo de garantia do Tribunal 2.3.1 Risco de auditoria e procedimentos de avaliação dos riscos 2.3.2 Conhecimento da entidade e do seu ambiente 2.3.3 Identificação e avaliação do risco inerente 2.3.4 Controlo interno da entidade 2.3.5 Conhecimento do controlo interno da entidade 2.4 Examinar se as provas de auditoria são suficientes, pertinentes e fiáveis 2.4.1 O que são provas de auditoria? 2.4.2 Provas de auditoria suficientes 2.4.3 Provas de auditoria pertinentes 2.4.4 Provas de auditoria fiáveis 2.4.5 Confirmação ou triangulação das provas de auditoria 2.4.6 Fontes das provas de auditoria 2.4.7 Tipos de provas de auditoria 2.4.8 Procedimentos de auditoria tendentes a obter provas de auditoria 2.4.9 Acesso às provas de auditoria 2.4.10 Confidencialidade das provas de auditoria 2.4.11 Documentação das provas de auditoria 2.5 Conceção dos procedimentos de auditoria 2.5.1 Elementos a ter em conta na conceção dos procedimentos de auditoria 2.5.2 Conteúdo de um procedimento de auditoria 2.5.3 Como conceber os procedimentos de auditoria 2.5.4 Conceção dos testes dos controlos - natureza, calendário e extensão 2.5.5 Conceção dos procedimentos substantivos - natureza, calendário e extensão 2.5.6 Amostragem de auditoria e outras formas de seleção dos elementos a testar 2.6 Elaboração do Plano Global de Auditoria e do Programa de Auditoria 2.6.1 Plano Global de Auditoria (PGA) 2.6.2 Programa de auditoria 2.6.3 Alterações ao longo da auditoria das decisões tomadas na fase de planeamento 2.6.4 Documentação Secção 3: Exame 3.1 Síntese da fase de exame 3.2 Realização dos procedimentos de auditoria 3.2.1. Procedimentos de auditoria para obter provas de auditoria 3.2.2 Realização de testes dos controlos 3.2.3 Realização de procedimentos substantivos – testes de pormenor 3.2.4 Documentação dos resultados dos testes de auditoria 3.3 Avaliação dos resultados dos procedimentos de auditoria 3.3.1 Natureza e causa dos erros em geral 3.3.2 Projeção e avaliação dos resultados das amostras em geral 3.3.3 Testes dos controlos – natureza e causa dos erros, projeção e avaliação dos resultados 3.3.4. Testes substantivos de pormenor – natureza e causa dos erros, projeção e avaliação dos resultados 3.4 Procedimentos analíticos 3.4.1 Definição de procedimentos analíticos 3.4.2 Processo de utilização dos procedimentos analíticos 3.4.3 Quando utilizar procedimentos analíticos 3.4.4 Os procedimentos analíticos como procedimentos substantivos durante a fase de exame 3.4.5 Os procedimentos analíticos no âmbito da revisão global final da auditoria 3.5 Tomadas de posição escritas 3.5.1 Introdução 3.5.2 Reconhecimento escrito pela gestão das suas responsabilidades 3.5.3 Tomadas de posição escritas específicas sobre assuntos materialmente relevantes 3.5.4 Avaliação da fiabilidade das tomadas de posição escritas 3.6 Utilização de trabalhos de terceiros 3.6.1 Introdução 3.6.2 Utilização dos trabalhos de outros auditores 3.6.3 Tomada em consideração da função de auditoria interna 3.6.4 Utilização dos trabalhos de um perito do auditor 3.7 Outros procedimentos de auditoria 3.7.1 Partes relacionadas 3.8 Validação das constatações da auditoria | 5 Índice Pormenorizado MAFC - Índice Pormenorizado Secção 4: Elaboração de relatórios 4.1 Apresentação geral 4.1.1 Introdução 4.1.2 Tipos de relatórios de auditoria 4.1.3 Qualidades dos bons relatórios de auditoria 4.1.4 Utilizadores dos relatórios do Tribunal 4.1.5 Designação de terceiros nos relatórios do Tribunal 4.2 Declaração de fiabilidade do Tribunal – formular uma opinião 4.3 Opinião não modificada 4.3.1 Quando é adequado formular uma opinião não modificada? 4.3.2 Forma da opinião não modificada sobre a fiabilidade das contas 4.3.3 Forma da opinião não modificada sobre a legalidade e regularidade das operações subjacentes 4.4 Opinião modificada 4.4.1 Definição de opinião modificada e circunstâncias em que se aplica 4.4.2 Descrição dos três tipos de opinião modificada 4.4.3 Natureza e consequência da impossibilidade de obter provas de auditoria suficientes e adequadas 4.4.4 Definição de efeitos generalizados 4.4.5 Parágrafo que explica a base para a modificação 4.4.6 Forma do parágrafo de modificação 4.4.7 Consequentes alterações na descrição da responsabilidade do auditor 4.4.8 Comunicação com os responsáveis pela governação 4.4.9 Exemplos de declarações de fiabilidade com modificações da opinião 4.4.10 Opiniões não parciais 4.5 Parágrafos de ênfase ede outras matérias 4.5.1 Parágrafo de ênfase 4.5.2 Outras matérias no relatório do auditor 4.5.3 Exemplos de declarações de fiabilidade com parágrafo de ênfase 4.6 Considerações relativas a suspeitas de fraudes Apêndice I – Fatores de risco inerente Apêndice II – Pormenores relativos às componentes do controlo interno Apêndice III – Declaração de fiabilidade do Tribunal relativa ao exercício de 2010 Apêndice IV – Generalização como base para determinar o tipo de modificação das opiniões de auditoria do Tribunal no âmbito da DAS PARTE 2 – FIABILIDADE DAS CONTAS (AUDITORIA FINANCEIRA) Secção 1 - Enquadramento 1.1 Contas a auditar 1.2 Definição de fiabilidade 1.3 Estrutura conceptual de relato financeiro aplicável 1.4 Conduta profissional 1.5 Objetivo geral de uma auditoria da fiabilidade 1.6 Asserções de auditoria relativas à fiabilidade 1.6.1 Elementos específicos das contas a auditar Secção 2 - Planeamento 2.1 Síntese da fase de planeamento 2.1.1 A base do método do auditor para a auditoria da fiabilidade 2.2 Determinar a materialidade 2.2.1 Níveis de materialidade 2.2.2. Materialidade quantitativa e qualitativa em relação à fiabilidade 2.2.3. Elementos importantes das contas | 6 Índice Pormenorizado MAFC - Índice Pormenorizado 2.3 Identificar e avaliar os riscos através do conhecimento da entidade e do seu ambiente, incluindo o seu controlo interno 2.3.1 Risco de auditoria 2.3.2 Conhecimento da atividade da entidade para identificar e avaliar o risco inerente 2.3.3 O controlo interno da entidade 2.3.4 Identificar e avaliar o risco de controlo 2.3.5 Exemplo de riscos de distorções 2.4 Considerar a suficiência, pertinência e fiabilidade das provas de auditoria 2.4.1 Relação entre contas anuais, provas de auditoria e relatório de auditoria 2.4.2 Fontes das provas de auditoria 2.4.3 Procedimentos de auditoria para obter provas de auditoria 2.5 Conceber procedimentos de auditoria 2.5.1 Relacionar o risco avaliado de distorções materiais com os procedimentos de auditoria 2.5.2 Conceber testes de controlo 2.5.3 Conceber procedimentos analíticos como procedimentos substantivos 2.5.4 Conceber testes pormenorizados 2.5.5 Amostragem de auditoria 2.6 Elaboração do plano global de auditoria e do programa de auditoria 2.6.1 Plano Global de Auditoria Secção 3 – Exame 3.1 Síntese da fase de exame 3.2 Realização dos procedimentos de auditoria – testes dos controlos e testes pormenorizados 3.2.1 Efetuar testes dos controlos 3.2.2 Efetuar testes pormenorizados 3.3 Avaliação dos resultados dos procedimentos de auditoria 3.3.1 Definição de distorções e as suas possíveis causas 3.3.2 Tipos de distorções 3.3.3 Impacto das distorções no método de auditoria 3.3.4 Comunicação e correção das distorções 3.3.5 Avaliação do efeito das distorções não corrigidas 3.3.6 Avaliação das demonstrações financeiras no seu conjunto 3.4 Realização de procedimentos analíticos substantivos 3.5 Tomadas de posição escritas 3.5.1 Reconhecimento pela gestão das suas responsabilidades 3.5.2 Tomadas de posição escritas específicas sobre assuntos materialmente relevantes 3.5.3 Avaliação da fiabilidade das tomadas de posição escritas 3.6 Utilização de trabalhos de terceiros 3.6.1 Utilização de trabalhos de outros auditores 3.6.2 Considerar a função de auditoria interna 3.6.3 Utilização dos trabalhos de um perito do auditor 3.7 Outros procedimentos de auditoria 3.7.1 Estimativas contabilísticas 3.7.2 Acontecimentos posteriores 3.7.3 Confirmações externas 3.7.4 Partes relacionadas 3.8 Validação das constatações da auditoria Secção 4 - Elaboração de relatórios 4.1 Síntese da fase de elaboração de relatórios 4.2 Declaração de Fiabilidade – formular uma opinião de auditoria 4.2.1 Introdução 4.2.2 Conteúdo de uma declaração de fiabilidade relativa à fiabilidade 4.2.3 Tipos de opiniões 4.2.4 Aspetos a ter em conta ao formular uma opinião sobre as contas anuais 4.2.5 Aspetos qualitativos das políticas contabilísticas da entidade 4.2.6 Descrição da estrutura conceptual de relato financeiro aplicável 4.2.7 Apresentação adequada 4.2.8 Exemplos 4.2.9 Informações suplementares e outras | 7 Índice Pormenorizado MAFC - Índice Pormenorizado 4.3 Opiniões modificadas 4.3.1 Natureza das distorções materiais 4.3.2 Generalização da questão (ou questões) que dá (dão) origem a uma modificação 4.3.3 Proibição de emitir uma opinião parcial 4.3.4 Forma e conteúdo do relatório do auditor quando a opinião é modificada 4.4 Parágrafos de Ênfase e de Outras Matérias 4.4.1 Natureza de um parágrafo de ênfase 4.4.2 Forma e colocação do parágrafo de ênfase 4.5 Informações comparativas 4.5.1 Introdução 4.5.2 Procedimentos de auditoria 4.5.3 Elaboração do relatório de auditoria Apêndice I - Auditorias da fiabilidade realizadas pelo Tribunal Apêndice II – Exemplo de uma tomada de posição da gestão relativa à fiabilidade das demonstrações financeiras (contas anuais provisórias de 2010) PARTE 3 – CONFORMIDADE COM AS LEIS E OS REGULAMENTOS APLICÁVEIS (AUDITORIA DE CONFORMIDADE) Secção 1: Enquadramento 1.1 Definição e objetivos da auditoria de conformidade 1.2 Obrigação legal de o Tribunal realizar auditorias de conformidade 1.3 Aplicabilidade das Normas Internacionais de Auditoria (ISA) às auditorias de conformidade 1.4 Finalidades e objetivos das auditorias de conformidade 1.5 Auditorias de legalidade e regularidade 1.5.1 Definição de operações subjacentes 1.5.2 Conceito de legalidade e regularidade 1.5.3 Dupla base jurídica e autorização orçamental 1.5.4 Objetivos gerais e específicos de uma auditoria da legalidade e regularidade Secção 2: Planeamento 2.1 Síntese da fase de planeamento 2.1.1 Natureza das despesas da União Europeia e as suas implicações para a auditoria 2.1.2 Base do método do auditor para a auditoria de conformidade 2.1.3 Critérios da auditoria de conformidade 2.1.4 Termos da missão de auditoria de conformidade 2.2 Determinar a materialidade 2.2.1 Materialidade relativamente à conformidade com as leis e os regulamentos aplicáveis 2.2.2 Materialidade quantitativa 2.2.3 Materialidade qualitativa 2.2.4 Materialidade no contexto das falhas dos sistemas 2.3 Identificar e avaliar os riscos através do conhecimento da entidade auditada e do seu ambiente 2.3.1 Risco de auditoria e procedimentos de avaliação do risco relativos à não conformidade significativa 2.3.2 Compreender as leis e os regulamentos da entidade para identificar e avaliar o risco inerente 2.3.3 O controlo interno da entidade sobre a conformidade com as leis e os regulamentos aplicáveis 2.4 Considerar a suficiência, a pertinência e a fiabilidade das provas de auditoria 2.4.1 Introdução 2.4.2 Fontes das provas de auditoria 2.4.3 Procedimentos de auditoria para obter provas de auditoria 2.5 Conceber procedimentos de auditoria 2.5.1 Considerações ao conceber procedimentos de auditoria para a conformidade 2.5.2 Testes dos controlos 2.5.3 Procedimentos substantivos 2.5.4 Amostragem de auditoria 2.6 Elaboração do Plano Global de Auditoria e do Programa de Auditoria | 8 Índice Pormenorizado MAFC - Índice Pormenorizado Secção 3: Exame 3.1 Síntese da fase de exame 3.2 Realização dos procedimentos de auditoria - testes dos controlos e testes pormenorizados 3.2.1 Efetuar testes dos controlos 3.2.2 Efetuar testes pormenorizados 3.3 Exame da auditoria - Avaliação dos resultados dos testes doscontrolos e dos testes pormenorizados – Conformidade com as leis e os regulamentos aplicáveis 3.3.1 Avaliação dos resultados dos testes dos controlos 3.3.2 Avaliação dos resultados dos testes pormenorizados 3.4 Procedimentos analíticos 3.5 Tomadas de posição escritas 3.5.1 Introdução 3.5.2 Reconhecimento pela gestão das suas responsabilidades 3.5.3 Tomadas de posição escritas específicas sobre asserções específicas 3.6 Utilização de trabalhos de terceiros 3.6.1 Utilização de trabalhos de outros auditores 3.6.2 Considerar a função de auditoria interna 3.6.3 Utilização dos trabalhos de um perito do auditor 3.7 Outros procedimentos de auditoria 3.7.1 Acontecimentos posteriores 3.7.2 Partes relacionadas 3.8 Validação das constatações da auditoria Secção 4: Elaboração de relatórios 4.1 Síntese da fase de elaboração de relatórios 4.2 Declaração de Fiabilidade - formular uma opinião de auditoria 4.2.1 Introdução 4.2.2 Requisitos 4.2.3 Tipos de opiniões 4.2.4 Considerações ao formular uma opinião sobre a legalidade e regularidade 4.2.5 Aspetos qualitativos das práticas da entidade em matéria de conformidade 4.2.6 Quadro jurídico e regulamentare aplicável 4.2.7 Exemplos 4.3 Opiniões modificadas 4.3.1 Natureza dos casos substanciais de não conformidade 4.3.2 Generalização da(s) questão(ões) que dá(ão) origem a uma alteração 4.3.3 Forma e conteúdo do relatório do auditor quando a opinião é modificada 4.4 Parágrafos de Ênfase e de Outras Matérias 4.5 Informações em apoio da Declaração de Fiabilidade 4.6 Apreciações específicas no âmbito da Declaração de Fiabilidade 4.7 Relatórios Especiais sobre a auditoria de conformidade 4.7.1 Introdução 4.7.2 Forma e conteúdo dos relatórios especiais de auditoria Apêndice I - Avaliação do funcionamento dos sistemas de supervisão e de controlo GLOSSÁRIO DE TERMOS E ACRÓNIMOS Glossário de termos Acrónimos | 9 Introdução [Voltar ao Índice Pormenorizado] MAFC - Introdução MANUAL DE AUDITORIA FINANCEIRA E DE CONFORMIDADE Índice pormenorizado Introdução 1 – Informações gerais 2 - Fiabilidade das contas 3 - Conformidade com as leis e os regulamentos aplicáveis Glossário e Acrónimos INTRODUÇÃO ÍNDICE Objetivo e principais aspetos tratados no Manual Estrutura da metodologia de auditoria do Tribunal Estrutura do Manual de Auditoria Financeira e de Conformidade | 10 Introdução [Voltar ao Índice Pormenorizado] MAFC - Introdução OBJETIVO E PRINCIPAIS ASPETOS TRATADOS NO MANUAL Objetivo Este manual foi elaborado com o objetivo de auxiliar os auditores do Tribunal a realizarem auditorias financeiras e de conformidade de elevada qualidade. Define os princípios subjacentes ao método do Tribunal para a realização dessas auditorias e os procedimentos a aplicar. O objetivo é auxiliar os auditores a realizar auditorias financeiras e de conformidade de uma forma económica, eficiente e eficaz. Para contribuir para a realização deste objetivo, o manual incide nos seguintes aspetos: • um método baseado nos riscos, que concentra o esforço da auditoria nos domínios que apresentam um risco para o auditor, com o objetivo de chegar a uma conclusão adequada. Os riscos são reavaliados à medida que se vão obtendo mais informações durante a auditoria; • o exercício de juízo profissional adequado, com base em critérios profissionais. ESTRUTURA DA METODOLOGIA DE AUDITORIA DO TRIBUNAL ISA ISSAI O manual de auditoria financeira e de conformidade expõe os princípios enunciados nas normas internacionais de auditoria (International Standards on Auditing – ISA 1 O Manual não apresenta o texto integral das normas, mas indica os respetivos elementos mais importantes. Se necessário, o auditor/leitor deve referirse ao texto integral das normas. Da mesma forma, as políticas e ) elaboradas pela Federação Internacional de Contabilistas (IFAC) e nas normas da Organização Internacional das Instituições Superiores de Controlo (INTOSAI), especialmente as linhas diretrizes sobre a auditoria financeira e de conformidade (Financial and Compliance Audit Guidelines – ISSAI2) que são pertinentes para a auditoria do Tribunal, bem como orientações sobre a forma de aplicar esses princípios no âmbito das auditorias da DAS e outras auditorias financeiras e de conformidade realizadas pelo Tribunal. Por sua vez, o manual é apoiado por orientações práticas, como listas de controlo, instruções, métodos pormenorizados e pelo sistema informático de apoio à auditoria do Tribunal. 1 Os Extratos do Handbook of International Quality Control Auditing, Review, Other Assurance, and Related Services Pronouncements do International Auditing and Assurance Standards Board, publicado pela Federação Internacional de Contabilistas (IFAC) em abril de 2010, são utilizados com autorização da IFAC. 2 ISSAI: Normas Internacionais das Instituições Superiores de Controlo (International Standards of Supreme Audit Institutions). | 11 Introdução [Voltar ao Índice Pormenorizado] MAFC - Introdução normas de auditoria do Tribunal3 (PNAT) definem vários princípios de aplicação importantes para todas as auditorias do Tribunal. Assim, o Manual deve ser lido em conjunto com o texto das PNAT. As políticas e normas de auditoria do Tribunal estipulam que no desempenho dos deveres e das responsabilidades que lhe foram conferidos no âmbito do seu mandato pelo Tratado e pelo Regulamento Financeiro, o Tribunal de Contas Europeu (TCE) efetua as suas auditorias em conformidade com as normas internacionais de auditoria e os códigos deontológicos da IFAC e da INTOSAI, na medida em que se apliquem ao contexto da União Europeia. Os auditores têm a obrigação de respeitar os manuais de auditoria do TCE, bem como todos os procedimentos de auditoria por ele adotados. O termo auditor referese a diversas competências no processo de auditoria. ESTRUTURA DO MANUAL DE AUDITORIA FINANCEIRA E DE CONFORMIDADE Três partes compostas por quatro secções O manual está dividido em três partes distintas, dedicadas aos seguintes domínios: - princípios e procedimentos aplicáveis a todas as auditorias financeiras e de conformidade do Tribunal; - princípios e procedimentos relativos às auditorias da fiabilidade das contas; - princípios e procedimentos relativos às auditorias de conformidade com as leis e os regulamentos aplicáveis. Cada parte é composta por quatro secções, divididas em vários capítulos. A secção 1 define o enquadramento das auditorias financeiras e de conformidade no contexto da União Europeia. A secção 2 descreve o planeamento da auditoria, incluindo a definição da materialidade, a identificação dos principais domínios de risco através do conhecimento da entidade e a conceção de testes de auditoria adequados, como base para uma auditoria eficiente e eficaz. 3 A Decisão nº 26-2010 que estabelece normas de execução do regulamento interno do Tribunal de Contas prevê no artigo 76º que "O Tribunal adota as suas políticas e normas de auditoria, assim como as regras pormenorizadas delas decorrentes para a planificação, execução e publicação dos seus trabalhos". O nº 2, alínea b), do artigo 40º prevê ainda que "...os diretores e os chefes de unidade são responsáveispor assegurar o exercício das tarefas de auditoria em conformidade com as políticas e normas de auditoria do Tribunal". | 12 Introdução [Voltar ao Índice Pormenorizado] MAFC - Introdução A secção 3 descreve as metodologias a utilizar durante a fase de exame para obter provas de auditoria suficientes, pertinentes e fiáveis, que permitam formular uma conclusão quanto ao(s) objetivo(s) da auditoria. A secção 4 descreve os relatórios a elaborar e os tipos de opiniões que podem ser apresentadas no âmbito da elaboração de relatórios sobre as auditorias financeiras e de conformidade do Tribunal. Os elementos obrigatórios são expressos com o verbo "dever" ao longo do manual. Solicita-se aos utilizadores que consultem primeiro os capítulos da parte Informações gerais relativos a qualquer aspeto dos trabalhos de auditoria em que precisem de orientação. Para mais informações sobre as auditorias de fiabilidade ou de conformidade, solicitase aos utilizadores que leiam os capítulos correspondentes nas partes do manual dedicadas à fiabilidade ou à conformidade. | 13 Informações gerais – Índice [Voltar ao Índice Pormenorizado] MAFC –Parte 1 – Índice MANUAL DE AUDITORIA FINANCEIRA E DE CONFORMIDADE Índice pormenorizado Introdução 1 – Informações gerais 2 - Fiabilidade das contas 3 - Conformidade com as leis e os regulamentos aplicáveis Glossário e Acrónimos PARTE 1. INFORMAÇÕES GERAIS ÍNDICE Secção 1 - Enquadramento Secção 2 - Planeamento Secção 3 - Exame Secção 4 – Elaboração de relatórios Apêndice I – Fatores de risco inerente Apêndice II – Pormenores relativos às componentes de controlo interno Apêndice III – Declaração de Fiabilidade do Tribunal relativa ao exercício de 2010 Apêndice IV – Generalização como base para determinar o tipo de modificação das opiniões de auditoria do Tribunal no âmbito da DAS | 14 Informações gerais - Enquadramento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 1 MANUAL DE AUDITORIA FINANCEIRA E DE CONFORMIDADE 1. INFORMAÇÕES GERAIS Secção 1 - Enquadramento Secção 2 - Planeamento Secção 3 - Exame Secção 4 – Elaboração de relatórios Apêndices Parte 1 – Informações gerais SECÇÃO 1 - ENQUADRAMENTO ÍNDICE 1.1 Definição de um trabalho de garantia de fiabilidade 1.2 Âmbito de aplicação do Manual 1.3 Quais os domínios que o Tribunal tem de auditar? 1.4 Que tipo de relatórios e opiniões devem ser elaborados? 1.5 Direito de acesso legal do Tribunal 1.6 Obrigações profissionais do Tribunal em matéria de auditorias financeiras e de conformidade 1.7 Tipos e objetivos das auditorias financeiras e de conformidade realizadas pelo Tribunal 1.8 Asserções de auditoria 1.9 Síntese do processo da auditoria financeira e de conformidade 1.10 Documentação dos trabalhos de auditoria 1.11 Controlo da qualidade | 15 Informações gerais - Enquadramento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 1 1.1 DEFINIÇÃO DE UM TRABALHO DE GARANTIA DE FIABILIDADE Garantia razoável Garantia limitada O Tribunal realiza os seus trabalhos de forma a expressar conclusões e, quando necessário, uma opinião sobre determinado assunto, seja a fiabilidade das contas ou a conformidade com as leis e os regulamentos aplicáveis. Os trabalhos do Tribunal são designados por trabalhos de garantia de fiabilidade, pois destinam-se a melhorar o nível de confiança, ou garantia, dos destinatários previstos no assunto em causa, aplicando para esse efeito critérios objetivos. Um trabalho de garantia de fiabilidade pode ser: • um trabalho de garantia de fiabilidade razoável (uma auditoria): exige que o auditor reduza o risco para um nível aceitavelmente baixo de forma a obter uma garantia razoável que lhe permita adotar uma formulação positiva da(s) conclusão(ões) e, quando necessário, uma opinião emitida com base nos procedimentos de auditoria realizados (por exemplo, "as contas refletem/não refletem fielmente..."); • um trabalho de garantia de fiabilidade limitada (um exame): o auditor realiza procedimentos mais limitados do que os exigidos por uma auditoria, podendo assim obter uma garantia limitada ou moderada que lhe permita adotar uma formulação negativa da sua conclusão ("nada nos chamou a atenção que indique que..."). O presente manual trata dos trabalhos de garantia de fiabilidade razoável, que constituem os trabalhos correntes do Tribunal. Os trabalhos de garantia de fiabilidade limitada que possam ser realizados estarão sujeitos aos procedimentos menos onerosos descritos nas International Standards on Review Engagements da IFAC e nas orientações ISSAI pertinentes. 1.2 ÂMBITO DE APLICAÇÃO DO MANUAL Todas as auditorias anuais e auditorias selecionadas O texto do manual refere se sobretudo ao orçamento geral da União Europeia e à Comissão, que constituem o principal domínio de auditoria do Tribunal. Contudo, este enquadramento aplica-se a todas as auditorias financeiras e de conformidade realizadas anualmente pelo Tribunal, incluindo as auditorias dos Fundos Europeus de Desenvolvimento (FED), dos órgãos e outros organismos, bem como a outras auditorias financeiras ou de conformidade selecionadas para execução. | 16 Informações gerais - Enquadramento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 1 1.3 QUAIS OS DOMÍNIOS QUE O TRIBUNAL TEM DE AUDITAR? O Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE), artigo 287º, bem como a regulamentação aplicável aos FED e às agências, definem as obrigações legais do Tribunal em matéria de auditorias financeiras e de conformidade e o seu caderno de encargos neste aspeto. Por exemplo, o TFUE especifica que o Tribunal de Contas: Exame das contas i) Auditorias financeiras da fiabilidade das contas (auditorias financeiras) "examina as contas da totalidade das receitas e despesas da União … e de qualquer órgão ou organismo criado pela União, na medida em que o respetivo ato constitutivo [ou seja, a legislação que cria o organismo em causa] não exclua esse exame". Exame da legalidade e regularidade ii) Auditorias da legalidade e regularidade (auditorias de conformidade) "examina a legalidade e a regularidade das receitas e despesas... Ao fazê-lo, assinalará, em especial, quaisquer irregularidades. A fiscalização das receitas efetua-se com base na verificação dos créditos e dos pagamentos feitos à União. A fiscalização das despesas efetua-se com base nas autorizações e nos pagamentos". Observações sobre questões específicas iii) Outras auditorias "pode ainda, em qualquer momento, apresentar observações, nomeadamente sob a forma de relatórios especiais, sobre determinadas questões..." Esta última disposição permite ao Tribunal efetuar auditorias financeiras e de conformidade selecionadas, para além das que são especificamente exigidas no âmbito dos nos i) e ii). | 17 Informações gerais - Enquadramento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 1 1.4 QUE TIPO DE RELATÓRIOS E OPINIÕES DEVEM SER ELABORADOS? Declaração de fiabilidadeRelatório anual O artigo 287º do TFUE estipula: "O Tribunal de Contas envia ao Parlamento Europeu e ao Conselho uma declaração sobre a fiabilidade das contas e a regularidade e legalidade das operações a que elas se referem… Essa declaração pode ser completada por apreciações específicas sobre cada domínio importante da atividade da União". O mesmo artigo estipula ainda que: "O Tribunal de Contas elabora um relatório anual após o encerramento de cada exercício". Na prática, esta Declaração de Fiabilidade4 é incluída no Relatório Anual do Tribunal de Contas sobre a execução do orçamento geral, que inclui igualmente apreciações específicas para cada principal grupo de políticas. FED, órgãos e organismos semelhantes Em conformidade com os regulamentos aplicáveis, são elaborados uma opinião do tipo da DAS e um relatório anual relativos aos FED. Elaboram-se igualmente relatórios das auditorias do Tribunal às contas dos órgãos e organismos semelhantes. Para fornecer às respetivas autoridades de quitação relatórios que sejam comparáveis anualmente e para permitir uma maior harmonização do método de auditoria do Tribunal, estes relatórios incluem opiniões do tipo da DAS. Relativamente aos tipos de relatórios de auditoria publicados, queira consultar o quadro 14 do capítulo 4.1.2, da parte Informações gerais do presente manual. 1.5 DIREITO DE ACESSO LEGAL DO TRIBUNAL Auditoria até ao nível do beneficiário final O TFUE (artigo 287º) autoriza o Tribunal a efetuar auditorias "nas próprias instalações das outras instituições da União, nas instalações de qualquer órgão ou organismo que efetue a gestão de receitas ou despesas em nome da União, e nos EstadosMembros, inclusivamente nas instalações de qualquer pessoa singular ou coletiva beneficiária de pagamentos provenientes do orçamento". Esta disposição permite ao Tribunal efetuar auditorias até ao nível do beneficiário final. Os funcionários da União Europeia têm a obrigação de exercer a maior discrição quanto aos factos e informações de que tenham conhecimento no 4 Designada em geral por DAS (abreviatura do termo francês "déclaration d'assurance"). | 18 Informações gerais - Enquadramento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 1 Dever de discrição desempenho das suas funções ou com estas relacionados 5. Os extensos direitos de acesso a informações que são concedidos ao Tribunal tornam este dever de discrição especialmente importante, sobretudo na medida em que as informações tratadas pelos funcionários se revestem, frequentemente, de um caráter sensível. 1.6 OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO TRIBUNAL EM MATÉRIA DE AUDITORIAS FINANCEIRAS E DE CONFORMIDADE Normas ISA e da INTOSAI A política de auditoria do Tribunal consiste em efetuar as suas auditorias em conformidade com as normas internacionais de auditoria e os códigos de deontologia da IFAC e da INTOSAI, na medida em que se apliquem ao contexto da UE. As normas ISA e da INTOSAI são pertinentes para as auditorias da fiabilidade das contas e, por analogia, para as auditorias de conformidade com as leis e os regulamentos aplicáveis. 1.7 TIPOS E OBJETIVOS DAS AUDITORIAS FINANCEIRAS E DE CONFORMIDADE REALIZADAS PELO TRIBUNAL O objetivo das auditorias financeiras e de conformidade é permitir ao Tribunal chegar a uma conclusão sobre os objetivos específicos da auditoria e, quando necessário, emitir uma opinião de auditoria. Com base nos requisitos legais identificados anteriormente, as auditorias financeiras e de conformidade do Tribunal incluem geralmente auditorias: i) Fiabilidade das contas • da fiabilidade das contas, que são constituídas pelas demonstrações financeiras e pelo(s) mapa(s) sobre a execução do orçamento. O objetivo global da auditoria da fiabilidade é determinar se as contas refletem fielmente, em todos os aspetos materialmente relevantes, a situação financeira e os resultados das operações e fluxos de tesouraria em conformidade com a estrutura conceptual de relato financeiro aplicável na matéria. ii) Legalidade e regularidade das operações subjacentes • da legalidade e regularidade das operações subjacentes às contas. O objetivo global da auditoria de conformidade é determinar se as operações cumprem, em todos os aspetos materialmente relevantes, as leis e os regulamentos aplicáveis (ou seja, o TFUE, o Regulamento Financeiro, as normas de execução, os regulamentos específicos, as decisões de 5 Artigos 17º-19º do Estatuto dos Funcionários da CE; artigo 11º do Regime aplicável aos outros agentes da CE. | 19 Informações gerais - Enquadramento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 1 financiamento e as disposições contratuais). iii) Auditorias de conformidade selecionadas • de temas selecionados, em função da sua prioridade em determinado momento. Os objetivos dessas auditorias dependem da natureza da tarefa específica de auditoria, por exemplo, a investigação das causas de uma elevada incidência de operações ilegais ou irregulares identificadas em auditorias anteriores, ou o funcionamento de um sistema de controlo específico ao nível da Comissão e dos Estados-Membros. As auditorias financeiras e de conformidade incluem testes à eficácia dos sistemas de controlo interno. Estes podem dizer respeito aos sistemas referentes i) à fiabilidade das contas ou ii) à prevenção ou deteção e correção das receitas e despesas ilegais e irregulares. 1.8 ASSERÇÕES DE AUDITORIA Definição de asserções Os objetivos de auditoria mencionados anteriormente são apoiados por objetivos de auditoria específicos. Estes últimos podem igualmente ser entendidos como asserções ou tomadas de posição da gestão da entidade auditada. Essas asserções podem ser explícitas (por exemplo, a gestão da entidade auditada afirma que as contas são elaboradas com base nas IPSAS) ou implícitas (por exemplo, a gestão da entidade auditada pressupõe que as operações relativamente às quais foram efetuados pagamentos são elegíveis em conformidade com as regras aplicáveis). O auditor utiliza as asserções para ponderar os diferentes tipos de potenciais distorções ou casos de não conformidade que possam ocorrer. As asserções específicas relativamente à fiabilidade, à legalidade e regularidade, e aos sistemas de controlo interno são as seguintes: Fiabilidade: durante o período auditado a) Asserções sobre classes de operações e acontecimentos durante o período auditado Fiabilidade Realidade das operações — as operações e os acontecimentos que foram contabilizados ocorreram e dizem respeito à entidade. Integralidade — contabilizaram-se todas as operações e todos os acontecimentos que deviam ter sido contabilizados. Exatidão — contabilizaram-se corretamente os montantes e outros dados relativos às operações e aos acontecimentos contabilizados. Corte de operações — as operações e os acontecimentos foram contabilizados no período contabilístico correto. Classificação — as operações e os acontecimentos foram contabilizados | 20 Informações gerais - Enquadramento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 1 no fim do período apresentação Legalidade e regularidade nas contas corretas. Legalidadee regularidade — estão disponíveis dotações orçamentais6. b) Asserções sobre saldos contabilísticos no fim do período Existência — existem elementos do ativo, do passivo e das participações no capital. Direitos e obrigações — a entidade detém ou controla os direitos aos elementos do ativo e os elementos do passivo constituem obrigações para a entidade. Integralidade — contabilizaram-se todos os elementos do ativo, do passivo e interesses de capital que deviam ter sido contabilizados. Valorização e afetação — os elementos do ativo, do passivo e das participações no capital estão incluídos nas demonstrações financeiras pelos montantes corretos e quaisquer ajustamentos de valorização ou afetação resultantes são devidamente registados. c) Asserções sobre apresentação e divulgação de informações Realidade das operações e direitos e obrigações — os acontecimentos, as operações e outros factos divulgados ocorreram e dizem respeito à entidade. Integralidade — foram incluídas nas demonstrações financeiras todas as informações que deviam ter sido. Classificação e compreensão — as informações financeiras são devidamente apresentadas e descritas, e as informações divulgadas são expressas de forma clara. Exatidão e valorização — as informações financeiras e outras são divulgadas fielmente e pelos montantes corretos. Realidade e mensuração — as operações subjacentes existem e são determinadas com exatidão. Legalidade e regularidade Elegibilidade das operações subjacentes — as diferentes operações cumprem os critérios de elegibilidade. Conformidade com outros requisitos regulamentares — outros critérios 6 Uma operação ilegal e irregular não é declarada como afetando a fiabilidade das contas caso tenha sido corretamente contabilizada. No entanto, o impacto financeiro ou os riscos de irregularidades devem ser devidamente divulgados. | 21 Informações gerais - Enquadramento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 1 (não relacionados com a elegibilidade) são cumpridos. Correção dos cálculos — todos os cálculos são efetuados corretamente. Integralidade e exatidão da contabilização — todas as operações são contabilizadas, são registadas apenas uma vez e são imputadas ao período contabilístico correto, pelo seu valor exato. Quadro 1: Tipos e objetivos das auditorias financeiras e de conformidade Auditorias financeiras Auditorias de conformidade Assunto Fiabilidade das contas anuais Legalidade e regularidade das operações subjacentes Conformidade com as leis e os regulamentos aplicáveis ao tema selecionado Eficácia dos sistemas de controlo interno7 Tipo de tarefa Tarefas periódicas: o programa de auditoria relativo a estas auditorias não sofre, em geral, alterações de ano para ano Tarefa selecionada: o programa de auditoria depende do objetivo específico da auditoria Tarefa recorrente ou selecionada Substância da tarefa Examinar as contas, determinar se dão uma imagem fiel e verdadeira Examinar os procedimentos e os registos financeiros para determinar se as leis, os regulamentos, as regras e os procedimentos definidos na legislação são respeitados; testar a realidade e legalidade das operações subjacentes. Testar os sistemas para determinar se são eficazes para o fim a que se destinam (fiabilidade ou conformidade) Asserções Realidade das operações; integralidade; exatidão; corte de operações; classificação; legalidade e regularidade; existência; direitos e obrigações; valorização e afetação. Distinguir entre os acontecimentos do período, os do fim do período e a apresentação Realidade das operações; integralidade; exatidão; corte de operações; existência; direitos e obrigações; valorização e elegibilidade. Depende do(s) objetivo(s) da auditoria Conceção correta e manutenção e funcionamento eficaz e contínuo dos sistemas 7 Eficácia dos sistemas de controlo interno – o sistema foi corretamente concebido e mantido, tendo funcionado de forma eficaz e contínua ao longo do período. | 22 Informações gerais - Enquadramento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 1 Os trabalhos da DAS englobam uma maioria de auditorias financeiras e de conformidade Uma parte substancial dos recursos das auditorias financeiras e de conformidade do Tribunal é consagrada às auditorias da fiabilidade e da legalidade/regularidade do orçamento geral da UE (designadas por DAS, como indicado no TFUE). Os restantes são consagrados às auditorias da fiabilidade e da legalidade/regularidade dos FED, dos órgãos e organismos semelhantes, bem como às auditorias selecionadas. 1.9 SÍNTESE DO PROCESSO DAS AUDITORIAS FINANCEIRA E DE CONFORMIDADE Processo de tomada de decisão baseado no juízo profissional As auditorias financeiras e de conformidade do Tribunal consistem num processo de recolha, atualização e análise de informações provenientes de diferentes fontes, com o objetivo final de adotar decisões, retirar conclusões e, quando necessário, emitir uma opinião de auditoria, com base num juízo profissional adequado. Embora as fases de planeamento, exame e elaboração de relatórios sejam apresentadas de forma sequencial no presente manual, todo o processo é iterativo, como ilustrado em seguida. Consequentemente, o auditor pode realizar em simultâneo alguns dos procedimentos ou, em qualquer fase do processo, voltar atrás e reconsiderar uma etapa anterior com base em novas informações. | 23 Informações gerais - Enquadramento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 1 Diagrama 1: Calendário do processo de auditoria Avaliar os riscos materiais através do conhecimento do ambiente de auditoria - recolher e analisar as informações Conceber procedimentos de auditoria PLANEAMENTO Executar procedimentos de auditoria - testes dos controlos, procedimentos analíticos e outros procedimentos substantivos Avaliar os resultados em comparação com as expectativas - rever o método, se necessário EXAME Formular uma conclusão e/ou opinião de auditoria Redigir o relatório ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS | 24 Informações gerais - Enquadramento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 1 1.10 DOCUMENTAÇÃO DOS TRABALHOS DE AUDITORIA ISSAI 1230 [ISA 230] O objetivo do auditor é ter um registo suficiente e apropriado dos fundamentos para o seu relatório e prova de que a auditoria foi planeada e executada de acordo com as ISA e os requisitos legais e regulamentares aplicáveis. 1.10.1 Preparação da documentação de auditoria em tempo oportuno 1.10.2 Documentação dos procedimentos de auditoria realizados e das provas de auditoria obtidas 1.10.3 Constituição dos arquivos da auditoria 1.10.4 Alterações da documentação de auditoria 1.10.1 Preparação da documentação de auditoria em tempo oportuno O auditor deve preparar a documentação da auditoria em tempo oportuno. 1.10.2 Documentação dos procedimentos de auditoria realizados e das provas de auditoria obtidas O auditor deve preparar a documentação da auditoria de forma a que um auditor experiente que não tenha participado na auditoria possa perceber: a natureza, o calendário e a extensão dos procedimentos de auditoria realizados; os resultados dos procedimentos de auditoria e as provas de auditoria obtidas; bem como factos significativos que tenham surgido durante a auditoria,as conclusões retiradas, e os juízos profissionais importantes exercidos para chegar a essas conclusões. Provas oportunas, em formato eletrónico ou outro O auditor deve ter i) um registo suficiente e apropriado dos fundamentos para as conclusões da auditoria e, quando necessário, a opinião de auditoria, e ii) provas de que a auditoria foi executada de acordo com as normas internacionais de auditoria e os requisitos legais e regulamentares aplicáveis na matéria. O planeamento, o exame e a elaboração dos relatórios da auditoria devem estar documentados em tempo oportuno no sistema informático de apoio à auditoria do Tribunal, que inclui programas de auditoria normalizados, documentos de trabalho e, quando necessário, cópias em papel. 1.10.3 Constituição dos arquivos da auditoria em arquivos correntes ou permanentes O auditor deve terminar a constituição do arquivo de auditoria final (corrente) sem demora, após a data do relatório do auditor. As informações de longo prazo que sejam úteis para auditorias futuras | 25 Informações gerais - Enquadramento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 1 devem ser conservadas num arquivo permanente, atualizado com regularidade, enquanto as informações sobre a auditoria em curso devem ser incluídas num arquivo corrente. 1.10.4 Alterações da documentação de auditoria Se, em circunstâncias excecionais, após a data do relatório de auditoria, o auditor tiver de realizar procedimentos de auditoria novos ou adicionais, ou formular novas conclusões, deverá documentar: as circunstâncias enfrentadas; os novos procedimentos de auditoria adicionais realizados, as provas de auditoria obtidas e as conclusões retiradas; bem como a data e o nome de quem introduziu as alterações na documentação de auditoria.e, se for o caso, as reviu. r 1.11 CONTROLO DA QUALIDADE ISQC1 ISSAI 40 ISSAI 1220 [ISA 220] O objetivo do Tribunal é estabelecer e manter um sistema de controlo de qualidade que proporcione garantia razoável de que: a) o Tribunal e o seu pessoal cumprem as normas profissionais e requisitos legais e regulamentares aplicáveis; b) os relatórios emitidos pelo Tribunal são apropriados nas circunstâncias. 1.11.1 Definição de controlo da qualidade 1.11.2 Elementos de um sistema de controlo da qualidade 1.11.1 Definição de controlo da qualidade O controlo da qualidade consiste no conjunto das medidas tomadas e dos procedimentos realizados durante o processo de auditoria a fim de garantir a qualidade dos trabalhos de auditoria e do respetivo relatório. 1.11.2 Elementos de um sistema de controlo da qualidade O Tribunal criou e gere um sistema de controlo da qualidade que inclui políticas e procedimentos relativos a cada um dos seguintes elementos: a) responsabilidades da direção referentes à qualidade no Tribunal. b) requisitos éticos pertinentes. c) aceitação e continuidade. d) recursos humanos. e) realização dos trabalhos de garantia (controlo da qualidade). f) acompanhamento (garantia da qualidade). O Tribunal documenta as suas políticas e os seus procedimentos e comunica-os ao seu pessoal. Para gerir um sistema de controlo da qualidade, é necessário exercer um | 26 Informações gerais - Enquadramento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 1 acompanhamento permanente e empenhar-se numa constante melhoria. | 27 Informações gerais - Planeamento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 2 MANUAL DE AUDITORIA FINANCEIRA E DE CONFORMIDADE 1. INFORMAÇÕES GERAIS Secção 1 - Enquadramento Secção 2 - Planeamento Secção 3 - Exame Secção 4 – Elaboração de relatórios Apêndices PARTE 1. INFORMAÇÕES GERAIS SECÇÃO 2 - PLANEAMENTO ÍNDICE 2.1 Síntese da fase de planeamento 2.2 Determinar a materialidade 2.3 Identificação e avaliação dos riscos através do conhecimento da entidade e do seu ambiente, incluindo o modelo de garantia do Tribunal 2.4 Examinar se as provas de auditoria são suficientes, pertinentes e fiáveis 2.5 Conceção dos procedimentos de auditoria 2.6 Elaboração do Plano Global e do Programa de Auditoria | 28 Informações gerais - Planeamento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 2 2.1 SÍNTESE DA FASE DE PLANEAMENTO ISSAI 1300 [ISA 300] O objetivo do auditor é planear a auditoria de modo a que esta seja executada com eficácia. 2.1.1 A programação constitui o ponto de partida da tarefa de auditoria 2.1.2 O que se entende por planeamento de uma auditoria 2.1.3 Importância e natureza do planeamento 2.1.4 Etapas da fase de planeamento 2.1.1 A programação constitui o ponto de partida da tarefa de auditoria Programa de trabalho anual O programa de trabalho anual do Tribunal identifica as tarefas de auditoria que devem ser realizadas num determinado ano, englobando as auditorias financeiras, de conformidade e de resultados, bem como os recursos afetados a essas tarefas e as datas previstas para a sua conclusão. Em seguida, cada tarefa de auditoria é efetuada em conformidade com o programa de trabalho anual, a começar pelo planeamento da tarefa, que serve de base à realização dos trabalhos de auditoria destinados a obter uma conclusão sobre o(s) objetivo(s) da auditoria e, quando necessário, a formular uma opinião de auditoria, como se demonstra em seguida. Programação Decidir as tarefas de auditoria, atribuir recursos às auditorias Planeamento Decidir quem, quando, como, onde, o quê e porquê; conceber os procedimentos de auditoria Exame Preparar, comunicar e analisar as informações, recolher e avaliar as provas Elaboração de relatórios Resumir e confirmar resultados, formular opiniões, redigir relatórios Estratégia do Tribunal Conjunto de potenciais tarefas de auditoria Programas de trabalho anuais das Câmaras de Auditoria Programa de trabalho anual do Tribunal Estudo preliminar Plano global de auditoria Programa de auditoria Etapas da auditoria Documentos de trabalho Observações Notas de observações preliminares Cartas de acompanhamento Observações preliminares Declaração de fiabilidade Relatório de auditoria e Procedimento contraditório com a entidade auditada A autoridade de quitação ou órgão de supervisão Entidade auditada Diagrama 2: A auditoria do princípio ao fim | 29 Informações gerais - Planeamento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 2 2.1.2 O que se entende por planeamento de uma auditoria Reduzir o risco de obter conclusões erradas O planeamento de uma auditoria implica recolher e avaliar informações, bem como tomar decisões acerca do âmbito, método, calendário e recursos da auditoria. O objetivo consiste em realizar trabalhos de auditoria que reduzam, para um nível aceitavelmente baixo, o risco de alcançar uma conclusão errada ou, quando aplicável, formular uma opinião errada sobre o(s) objetivo(s) da auditoria. Resultados do planeamento Os resultados do planeamento da auditoria são o Plano Global de Auditoria (PGA), que afeta os recursos e define a estratégia global para a auditoria, bem como os Programas de Auditoria, que incluem instruções sobre a natureza, o calendário e a extrnsão dos trabalhos de auditoriaa realizar. Os trabalhos de auditoria não devem ter início antes de a Câmara CEAD adotar o PGA. 2.1.3 Importância e natureza do planeamento Bases de uma auditoria de qualidade Um bom planeamento ajuda a garantir que os esforços de auditoria são atribuídos com base no risco, os problemas potenciais são identificados e resolvidos em tempo oportuno e a auditoria é corretamente organizada e gerida, a fim de ser executada de forma económica, eficiente e eficaz. Processo iterativo A natureza e a extensão das atividades de planeamento variam consoante a dimensão e a complexidade do assunto auditado e da experiência prévia do auditor em relação à entidade auditada. Embora se concentre na respetiva fase, o planeamento de uma auditoria não ocorre apenas nesta etapa, sendo antes um processo contínuo e iterativo. Trata-se de uma atividade desenvolvida ao longo da auditoria, para dar resposta a novas circunstâncias, como alterações imprevistas nas operações ou sistemas da entidade auditada, ou ainda resultados inesperados que surjam durante a fase de exame da auditoria. que implica juízo profissional e espírito crítico É preciso reconhecer que uma auditoria financeira ou de conformidade não consiste na realização mecânica de uma série de etapas. Em especial, durante a fase de planeamento, bem como durante a realização da auditoria e a elaboração dos relatórios correspondentes, deve ser aplicado o juízo profissional e o espírito crítico. Os auditores devem igualmente ter em conta os conhecimentos obtidos através de auditorias de resultados pertinentes para o domínio em questão. | 30 Informações gerais - Planeamento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 2 2.1.4 Etapas da fase de planeamento O auditor necessita de planear de que forma pretende: Determinar a materialidade a) determinar a materialidade, tanto do ponto de vista quantitativo como qualitativo; Identificar e avaliar os riscos materiais b) identificar e avaliar os riscos materiais pelo conhecimento da entidade e do seu ambiente, incluindo do seu controlo interno; Conceber procedimentos de auditoria c) conceber procedimentos de auditoria relativos à natureza, ao calendário e à extensão dos trabalhos de auditoria a executar em resposta aos riscos identificados; Elaborar um Plano Global de Auditoria (PGA) e um programa de auditoria d) elaborar um Plano Global de Auditoria (PGA) e um programa de auditoria. Cada um destes aspetos é sucessivamente abordado nos capítulos seguintes desta secção. 2.2 DETERMINAR A MATERIALIDADE ISSAI 1320 [ISA 320] ISSAI 1450 [ISA 450] O objetivo do auditor é aplicar o conceito de materialidade de forma apropriada no planeamento e na execução de uma auditoria. 2.2.1 Introdução e definição 2.2.2 Ênfase nos utilizadores das informações 2.2.3 Motivos para determinar a materialidade 2.2.4 Quando ter em conta a materialidade 2.2.5 Aspetos quantitativos e qualitativos 2.2.6 Documentar a materialidade 2.2.1 Introdução e definição A materialidade constitui um conceito fundamental da auditoria financeira e de conformidade. Define o nível de desvio que o auditor considera ser suscetível de influenciar os utilizadores das informações financeiras (por exemplo, demonstrações financeiras). Um elemento ou grupo de elementos pode ser material em função do seu valor, da sua natureza (características inerentes) ou do contexto no qual o desvio está inserido. 2.2.2 Ênfase nos utilizadores das informações Considerar o que é importante para os utilizadores Um elemento ou grupo de elementos é material se qualquer desvio nos mesmos for suscetível de levar os utilizadores das informações a tomarem decisões diferentes. Assim, a materialidade deve ser avaliada tendo em | 31 Informações gerais - Planeamento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 2 conta o conhecimento que o auditor tem das expectativas dos utilizadores. No contexto do Tribunal, se os utilizadores não quiserem ou não puderem fornecer informações sobre o que consideram material, o auditor determina a materialidade numa fase tão precoce quanto possível da fase de planeamento da auditoria. Diversidade dos utilizadores Juízo profissional No contexto da UE, os utilizadores das informações que devem ser tidos em conta para determinar a materialidade são, em primeiro lugar, o Parlamento e o Conselho (em particular, devido ao procedimento de quitação), mas também a Comissão e as outras instituições da UE, as autoridades dos Estados-Membros, os meios de comunicação e o público em geral. Dada a diversidade dos utilizadores, para determinar a materialidade é preciso exercer o juízo profissional. 2.2.3 Motivos para determinar a materialidade Ajuda a determinar a extensão dos testes de auditoria e a avaliar os resultados A definição de limites de materialidade ajuda o auditor a planear a auditoria de forma a garantir que os desvios materiais são detetados pelos testes de auditoria e que os recursos do Tribunal são utilizados de forma económica, eficiente e eficaz. Um limiar de materialidade mais rigoroso (inferior) implica a realização de mais testes de auditoria; no entanto, o auditor deve evitar uma "auditoria excessiva" em domínios que não justificam um trabalho aprofundado. 2.2.4 Quando ter em conta a materialidade O auditor deve ter em conta a materialidade durante: Planeamento • o planeamento, para ajudar a avaliar os riscos materiais e determinar a natureza, o calendário e a extensão dos procedimentos de auditoria; Exame • o exame, ao ter em conta novas informações que possam implicar uma revisão dos procedimentos previstos e ao avaliar os efeitos dos desvios; Elaboração de relatórios • a elaboração de relatórios, ao formular conclusões finais e, se necessário, uma opinião de auditoria. 2.2.5 Aspetos quantitativos e qualitativos Os auditores devem ter em conta a materialidade tanto quantitativa como qualitativa. A materialidade quantitativa é numérica i) A materialidade quantitativa é determinada definindo um valor numérico – o limiar de materialidade. Este limiar é um fator determinante tanto para | 32 Informações gerais - Planeamento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 2 calcular o tamanho das amostras a submeter a testes substantivos, como para interpretar os resultados da auditoria. Obtém-se o valor numérico aplicando uma percentagem de uma base adequada que, na opinião do auditor, traduzam ambas as medidas mais suscetíveis de serem consideradas importantes pelos utilizadores das informações. 0,5 - 2% • Para o Tribunal, o limiar em percentagem situa-se entre 0,5% e 2%. Embora a escolha seja uma questão de juízo profissional, é geralmente utilizado um limiar de 2%. Com base nas expectativas dos utilizadores (ver capítulo 2.2.2), pode ser aplicado um limiar diferente. Além do limiar em percentagem, pode igualmente ser definido um limite expresso em valor absoluto. das despesas, das receitas ou do balanço • A base é habitualmente o total das despesas (ou seja, a utilização das dotações de autorização, no caso da auditoria das autorizações, e a utilização das dotações de pagamento, no caso da auditoria dos pagamentos), o total das receitas no caso das auditorias da legalidade e regularidade, ou o montante inscrito no balanço no caso das auditorias de fiabilidade. sendo o limiar revistoUma vez que as auditorias financeiras e de conformidade recorrentes (ou seja, anuais) do Tribunal são geralmente planeadas antes de as contas finais estarem disponíveis, é definido um limiar de materialidade provisório com base nos dados orçamentais e não nos dados reais. Logo que os dados reais relativos às despesas ou às receitas estejam disponíveis, o auditor deve rever o limiar de materialidade para determinar se este continua a ser adequado. Materialidade qualitativa ii) A materialidade qualitativa deve igualmente ser sempre avaliada pelos auditores. Embora não sejam significativas do ponto de vista quantitativo, alguns tipos de distorções ou irregularidades podem ter um impacto material ou exigirem a divulgação em relatórios financeiros. A materialidade qualitativa inclui elementos que podem ser: materiais por naturez materiais pelo contexto • materiais por natureza: trata-se de características inerentes e diz respeito a possíveis exigências específicas de divulgação ou aspetos de elevado interesse político ou público. Inclui qualquer suspeita de casos graves de má gestão, fraude, ilegalidades ou irregularidades ou ainda de distorções ou alterações intencionais dos resultados ou das informações; • materiais pelo contexto: diz respeito a elementos que sejam materiais devido às suas circunstâncias, pelo que alteram a impressão causada aos utilizadores. Inclui casos em que um erro menor pode ter um efeito significativo, como por exemplo, a classificação incorreta de despesas | 33 Informações gerais - Planeamento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 2 como receitas, levando a que um défice real seja inscrito como um excedente nas demonstrações financeiras. Um exemplo seria um caso em que, embora o valor total dos erros de irregularidade seja inferior ao limiar de materialidade, o auditor tenha conhecimento de que a Comissão do Controlo Orçamental manifestou interesse particular nas irregularidades e, como tal, considere que os erros detetados devem ser mencionados no relatório do Tribunal. Os aspetos que sejam materiais pela sua natureza ou pelo seu contexto devem ser divulgados. No entanto, apenas em casos excecionais, a decidir pelo Tribunal, devem ser tidos em consideração na opinião de auditoria. 2.2.6 Documentar a materialidade O auditor deve documentar os níveis de materialidade e as respetivas alterações efetuadas durante a auditoria. 2.3 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS RISCOS ATRAVÉS DO CONHECIMENTO DA ENTIDADE E DO SEU AMBIENTE, INCLUINDO O MODELO DE GARANTIA DO TRIBUNAL ISSAI 1315 [ISA 315] O objetivo do auditor é identificar e avaliar os riscos de a entidade auditada não alcançar os seus objetivos8, proporcionando assim uma base para conceber e implementar os procedimentos de auditoria. Esses riscos são identificados e avaliados através do conhecimento da entidade e do seu ambiente, incluindo do seu controlo interno. 2.3.1 Risco de auditoria e procedimentos de avaliação dos riscos 2.3.2 Conhecimento da entidade e do seu ambiente 2.3.3 Identificação e avaliação do risco inerente 2.3.4 Controlo interno da entidade 2.3.5 Conhecimento do controlo interno da entidade 2.3.6 Identificação e avaliação do risco de controlo 2.3.7 Definição do risco de deteção 2.3.8 Modelo de garantia 2.3.9 Documentação 2.3.1 Risco de auditoria e procedimentos de avaliação dos riscos Definição de garantia e de risco de auditoria Não é possível nem constitui uma boa utilização dos recursos os auditores 8 Consoante o tipo de auditoria, os objectivos em questão podem dizer respeito à fiabilidade das contas, à conformidade com a legislação e regulamentação aplicável ou ao bom funcionamento dos sistemas. | 34 Informações gerais - Planeamento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 2 recolherem provas para terem uma garantia ou confiança absoluta (100%) de que detetam todos os desvios materiais. Em vez disso, os auditores tentam garantir que as suas conclusões e opiniões se baseiam numa garantia razoável, obtida através dos trabalhos de auditoria. Risco de auditoria geralmente de 5% para uma garantia razoável O risco de auditoria (RA) é o oposto da garantia de auditoria. É o risco que o auditor está disposto a aceitar de chegar a uma conclusão errada. Na prática, o risco de auditoria é inevitável. A política adotada pelo Tribunal consiste em aceitar normalmente um risco de auditoria de 5% para as auditorias que fornecem uma garantia razoável. Por conseguinte o grau de garantia (GG) é: 100 - RA = 95%. Componentes do risco de auditoria As componentes do risco de auditoria são: • o risco inerente, relativo à natureza da entidade; • o risco de controlo, referente aos controlos da entidade; • o risco de deteção – o risco de o auditor não detetar desvios. A avaliação dos riscos consiste mais num juízo do que numa aferição precisa. O nível atribuído a cada componente é estimado pelo auditor com base no seu juízo profissional, fundamentado pelos procedimentos a seguir indicados. Modelo de risco de auditoria O modelo de risco de auditoria, a seguir apresentado, ajuda os auditores a determinarem até que ponto os trabalhos de auditoria devem ser abrangentes para que possam obter a garantia pretendida para as suas conclusões. Risco de auditoria (RA) = Risco inerente (RI) x Risco de controlo (RC) x Risco de deteção (RD) Equação equilibrada Esta equação deve estar sempre equilibrada. Quanto mais elevado o auditor considerar o nível de risco inerente e/ou de controlo, menor deverá ser o risco de deteção. Nesse caso são necessários mais testes substantivos (aumento do tamanho da amostra). Da mesma forma, quanto mais baixos se considerarem o risco inerente e o risco de controlo, maior será o risco de deteção, o que, por sua vez, significa menos testes substantivos e um maior trabalho no domínio dos sistemas. Será necessário testar mais sistemas e controlos, uma vez que os pressupostos formulados na fase de planeamento devem ser verificados e que os trabalhos relativos aos sistemas contribuem igualmente para a garantia global. O risco de fraude constitui um elemento comum ao risco inerente e ao risco de controlo. O risco de auditoria deve ser tido em conta: • no planeamento da auditoria, incluindo na conceção dos procedimentos de auditoria; | 35 Informações gerais - Planeamento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 2 • na realização dos procedimentos de auditoria; • na avaliação dos resultados dos testes de auditoria realizados. Procedimentos de identificação e avaliação dos riscos incluem o processo de avaliação dos riscos utilizado pela entidade A fim de identificar e avaliar o risco de a entidade não alcançar os seus objetivos em matéria de fiabilidade e conformidade, contribuindo assim para a conceção dos procedimentos de auditoria a executar, o auditor deve aplicar procedimentos de avaliação dos riscos numa fase da auditoria tão precoce quanto possível, com base nas várias fontes de informação, como se pode ver no quadro 2. O processo de avaliação dos riscos utilizado pela própria entidade pode constituir uma fonte de informação. Por exemplo, na Comissão Europeia, o plano de gestão anual inclui os riscos críticos identificados para a Direção-Geral (DG) em questão e o Relatório Anual de Atividades (RAA) fornece uma síntese dos riscos críticos detetados, bem como do seuimpacto sobre a realização dos objetivos da DG. No entanto, o auditor deve manter um espírito crítico, uma vez que os riscos identificados pela entidade auditada podem não corresponder aos riscos que são importantes para efeitos da auditoria e que essas informações podem ser tendenciosas. Procedimentos de avaliação dos riscos Quadro 2: Procedimentos de avaliação dos riscos Fontes de informação Análise das relações nas informações financeiras e não financeiras, e entre estas, através de um estudo das relações plausíveis, incluindo tendências e rácios. Trata-se, por exemplo, de comparar as informações reais com o orçamento, o rendimento proveniente das licenças com o número de licenças, ou os direitos de importação com os dados relativos às importações físicas. Informações financeiras e não financeiras, com o objetivo de obter uma indicação inicial geral de relações fora do comum ou inesperadas. A inspeção consiste em examinar registos ou documentos, quer internos ou externos, em formato papel, eletrónico ou qualquer outro, ou ainda ativos tangíveis. Visitas aos locais e instalações da entidade Documentos internos - PGA, registos, manuais Outras informações – orçamento da entidade; RAA Informações externas - revistas de economia; publicações financeiras e regulamentares Constatações de auditorias anteriores do Tribunal, do Serviço de Auditoria Interna (SAI), das Estruturas de Auditoria Interna (EAI), das Instituições Superiores de Controlo (ISC) ou do Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF) A observação consiste em ver alguém aplicar um processo ou um procedimento. Este método fornece informações sobre a execução do processo ou procedimento, mas é limitado ao momento em que a observação é efetuada. Observação da realização das atividades e operações da entidade | 36 Informações gerais - Planeamento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 2 A entrevista tem como objetivo procurar obter esclarecimentos junto de pessoas bem informadas, a nível interno ou externo da entidade auditada. As pessoas responsáveis pela governação, pela gestão, bem como outras pessoas da entidade Estes procedimentos de avaliação dos riscos são utilizados para obter conhecimento dos seguintes aspetos, a seguir analisados: • a entidade e o seu ambiente, a fim de identificar os riscos inerentes no domínio em causa, incluindo os riscos referentes a partes relacionadas e a fraudes; • as disposições de controlo interno em cada nível pertinente (Comissão, Estado-Membro, intermediário, beneficiário), para ajudar a identificar os riscos de controlo9. 2.3.2 Conhecimento da entidade e do seu ambiente Conhecer as atividades da entidade Os auditores obtêm conhecimento da entidade para terem um quadro de referência que lhes permita planear e realizar a auditoria e exercer um bom juízo profissional. para ajudar a chegar a uma conclusão sobre os objetivos da auditoria O conhecimento que o auditor tem da entidade e das suas operações deve incidir nos elementos necessários para o ajudar chegar a uma conclusão sobre os objetivos da auditoria. Normalmente, o auditor necessita de conhecer os seguintes aspetos: • Quadro jurídico - base jurídica da atividade e disposições aplicáveis do Regulamento Financeiro, das normas de execução, bem como outras regras e regulamentos. • Organização geral e governação da entidade ou atividade auditadas, incluindo a estrutura operacional, os recursos e as disposições em matéria de gestão. • Processos relativos à atividade – a política em questão, os objetivos e estratégias, os locais, bem como os tipos, volume e valores dos programas ou projetos. • Riscos relativos à atividade relacionados com os objetivos e as estratégias da entidade que possam causar desvios materiais. Para o 9 Esta avaliação preliminar do risco de controlo não deve ser confundida com a avaliação aprofundada do controlo interno, necessária caso sejam efetuados testes dos controlos como parte integrante de um método global de auditoria. | 37 Informações gerais - Planeamento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 2 efeito, é necessário conhecer as relações e as operações das partes relacionadas com a entidade (por exemplo, obter da gestão os nomes das partes relacionadas, a natureza das relações e quaisquer operações efetuadas com as mesmas durante o período em questão). • Meios para medir o desempenho – um conhecimento desses meios (por exemplo, indicadores de desempenho, análises de variação) permite ao auditor determinar se as pressões exercidas para alcançar os objetivos de desempenho podem ocasionar ações de gestão que aumentem o risco de distorções materiais ou irregularidades. Conhecer o método de gestão aplicável Embora a Comissão seja responsável pela execução global do orçamento (artigo 317º do TFUE), o Regulamento Financeiro10 prevê três modalidades de gestão diferentes de execução do orçamento. Cada modalidade implica uma diferente repartição de funções e responsabilidades em matéria de execução do orçamento, o que deve ser tomado em consideração nas fases de planeamento e realização da auditoria, bem como de elaboração de relatórios. • gestão centralizada. É utilizada principalmente nos domínios das ações externas, das políticas internas e das despesas administrativas e implica uma gestão direta, que é da responsabilidade das Direções-Gerais da Comissão, ou uma gestão indireta, nos casos em que a Comissão confia a execução do orçamento a agências da União e a organismos dos setores público ou privado (políticas internas); • gestão partilhada ou descentralizada. Consiste em delegar nos Estados-Membros tarefas de execução e diz essencialmente respeito às despesas relativas a operações nos domínios da agricultura e das ações estruturais, bem como às receitas. A gestão descentralizada implica a delegação de tarefas de execução nos países beneficiários, como no caso da ajuda externa; • gestão conjunta com organizações internacionais. Este método implica delegar tarefas de execução nas organizações internacionais, normalmente no domínio das ações externas. Conhecer os regulamentos específicos Existem regulamentos específicos para cada atividade (por exemplo, cada domínio de intervenção da Comissão), que definem os requisitos específicos aplicáveis a cada área de atividade, incluindo o eventual 10 Artigo 53º do Regulamento Financeiro aplicável ao orçamento geral das Comunidade Europeias (Regulamento (CE, Euratom) nº 1605/2002 do Conselho, de 25 de junho de 2002) e as suas normas de execução (Regulamento (CE, Euratom) nº 2342/2002 da Comissão de 23 de dezembro de 2002). | 38 Informações gerais - Planeamento [Voltar ao Índice Pormenorizado] FCAM- Parte 1 - Secção 2 caráter plurianual das atividades da UE. Na fase de planeamento, o auditor deve obter um bom conhecimento desses regulamentos específicos. 2.3.3 Identificação e avaliação do risco inerente Definição de risco inerente O risco inerente é o risco, relacionado com a natureza das atividades, operações e estruturas de gestão, de ocorrência de desvios que, caso não sejam evitados ou detetados e corrigidos pelo controlo interno, levam a que os objetivos da entidade em termos de fiabilidade e de legalidade/regularidade não sejam alcançados. O auditor estima o risco inerente com base no seu conhecimento das atividades da entidade. Elevado ou não elevado O auditor deve efetuar uma avaliação preliminar do risco
Compartilhar