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SE II M1T1

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SISTEMAS 
ESTRUTURAIS II: 
MADEIRA E AÇO 
 
MÓDULO 1 
TÓPICO 1 
PROFESSOR Dr. LEANDRO DUSSARRAT BRITO 
Engenheiro Civil | Doutor em Engenharia de Estruturas 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
1. Introdução 
 
Introduzindo-se aos estudos dos sistemas estruturais em madeira, é fundamental 
relatar um Breve histórico sobre a origem dos sistemas de coberturas modernistas do Século 
XX no Brasil. Uma grande contribuição ao acervo histórico foi a grandiosa coleta de dados 
pesquisadas por CESAR (1991) sobre a origem dos sistemas de coberturas modernistas em 
estruturas de madeira no Brasil desde a década de 20 (Século XX). 
Os grandes sistemas de coberturas modernistas em estruturas de coberturas madeira 
no Brasil originaram com a empresa de engenharia “Hauff”, fundada pelo austríaco Erwin 
Hauff, cuja produção de estruturas de madeira contribuiu em grande medida para o avanço 
tecnológico da indústria de engenharia de construção com madeira no país. 
CESAR (1991) pesquisou diversos aspectos históricos sobre “As estruturas “Hauff” de 
madeira no Brasil”, construídas em diversas regiões do país, numa época em que o Brasil 
predominava uma produção de estruturas de madeira, principalmente em construções de 
galpões de médios e grandes vãos, para uso em estabelecimentos de armazéns, ginásios 
poliesportivos, hangares, indústrias têxteis, concessionárias de veículos, estacionamentos, 
dentre outros tipos de utilização. 
Erwin Hauff o fundador da empresa “Hauff” nasceu em Viena, Áustria e formou-se em 
engenharia civil pela Escola Politécnica de Munique, concluindo seu curso em 1920. Ao final da 
1ª Grande Guerra Mundial, fixou-se no Brasil atraído pelo estudo das espécies florestais 
brasileiras, a partir da observação das caraterísticas físicas da madeira. 
No primeiro período do “Sistema Hauff” era caracterizada pelo uso de cobrejuntas, 
sambladuras e cavilhas empregadas nas ligações das barras aos nós dos elementos estruturais 
com peças múltiplas de madeira, que compunham os sistemas treliçados cavilhados. Este 
sistema treliçado constituiu-se uma inovação no mercado das estruturas de madeira, tendo 
sido largamente adotada até os anos 50, quando, então, sendo substituída por técnicas 
sistemas construtivas e soluções estruturais de madeira mais econômicas CESAR (1991). 
A grande variedade de sistemas estruturais adotados pela “Hauff” se deve as 
particularidades e formas das coberturas, em decorrência das singularidades das edificações 
que elas cobriam e das características arquitetônicas. 
As principais considerações feitas sobre os projetos de cobertura eram o vão a ser 
vencido pela estrutura, o tipo de telhado adotado (telha cerâmica ou fibrocimento) volume de 
madeira utilizado e custo final da estrutura. 
A partir de 1937, a produção na companhia “Hauff”, caracterizada pelo emprego de 
telhas mais leves de fibrocimento ( CESAR, 1991). Especialmente em relação ao consumo de 
madeira relativamente grande, o "Sistema Hauff” começou a ser substituído por outras opções 
estruturais, como arcos laminados de tábuas pregadas, arcos cambotas, abóbadas lamelares, 
entre outros, que eram economicamente mais viáveis por exigirem menor volume de madeira 
e por apresentarem um processo construtivo mais simplificado, implicando num tempo menor 
de execução dessas estruturas (CESAR, 1991). 
A partir da experiência do “Hauff” com o crescimento da construção civil no Brasil, 
foram surgindo no mercado outras empresas construtoras de estruturas de madeira, que teve 
como critério o destaque que as mesmas alcançaram no mercado nacional, como também os 
tipos estruturais por elas propostos. 
Para tanto, considera-se as principais empresas que surgiram no período 
compreendido de 1929 a 1960, sucessoras da Hauff & Cia., sendo no Estado do Rio Grande do 
Sul, a empresa ESMARA LTDA, no Estado do Paraná o ESCRITÓRIO DE ENGENHARIA CAVIÚNA, 
e no Estado de São Paulo, a SPILBORGHS & CIA. LTDA; a SOCIEDADE TEKNO LTDA; a MONTANA 
S.A.; a ALT GOPPERT & CIA LTDA; a FIBR0TÉCNICA LTDA; a PAUBRASIL ENGENHARIA LTDA; e a 
ARCOTÉCNICA. 
Vale observar que a origem das empresas, PAUBRASIL ENGENHARIA LTDA; 
ARCOTÉCNICA no Estado de São Paulo, segundo TOSETTO (2014) tiveram contribuição do leto 
Alexander Sneiders, que foi um dos projetistas da companhia Hauff. 
Dentre os principais tipos de sistemas construtivos históricos em estruturas de 
madeira, expressivos no Século XX nas construções de coberturas para grandes vãos, em 
diversas regiões do Brasil, por estas empresas, destacam-se os sistemas de: 
 Treliças com peças múltiplas de madeira serrada; 
 Coberturas lamelares em estruturas de madeira serrada; 
 Arcos de madeira lamelada pregada (MLP); 
 Arcos com tábuas cambotas, justapostas; 
 Arcos em seção “I” com alma de tábuas cruzadas; 
 Pórticos em seção “I” com alma de tábuas cruzadas; 
 Arcos de madeira em “seção caixão”, vedado com compensados; 
 Arcos em seção “I” com alma de compensado enrijecido com sarrafos; 
 Vigas em madeira lamelada colada (MLC), em pinho (Araucária); 
 Arcos em madeira lamelada colada (MLC), em pinho (Araucária); 
 Pórticos curvos em madeira lamelada colada (MLC), em pinho (Araucária). 
 
MÓDULO I – PRINCIPAIS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 
EM ESTRUTURAS DE MADEIRA 
 
Tópico 1 – Breve histórico sobre os sistemas construtivos em 
estruturas de madeira do século XX no Brasil 
2. Característica marcantes dos sistemas construtivos em 
estruturas de madeira do século XX no Brasil 
 
Nos itens subsequentes são comentadas as principais características dos emblemáticos 
sistemas de coberturas modernistas do Século XX concebidas em estruturas de madeira para 
grandes vãos pela companhia “Hauff” e sucessoras a ela, sendo que naquela época, vários 
destes sistemas também foram utilizados na concepção de grandes coberturas em obras no 
município de Poços de Caldas. 
2.1. Treliças com peças múltiplas de madeira serrada 
 
No primeiro período da companhia Hauff caracterizava-se pelo uso de cobrejuntas, 
sambladuras e cavilhas empregadas nas ligações das barras aos nós dos elementos estruturais 
com peças múltiplas de madeira, que compunham os sistemas treliçados cavilhados, conforme 
exemplos ilustrativos apresentados na Figura 1. Este sistema treliçado constituiu-se uma 
inovação no mercado das estruturas de madeira, tendo sido largamente adotada até os anos 
50. As imagens de fotos ilustradas nas Figuras 2 a 37 representam inúmeros detalhes de 
estruturas de coberturas de grandes vãos, com treliças com peças múltiplas de madeira 
serrada, construídas no Brasil, no período da companhia Hauff e empresas sucessoras a ela. 
 
Figura 1. 
Sistemas HAUFF em estruturas de treliças com peças 
múltiplas de madeira serrada
Fonte: (CESAR, 1991) 
Figura 2. 
Sistema Tipo Hauff com vão livre ~ 16,00 m, com Banzo 
Superior Treliçado, construído em São Paulo.
Fonte: (CESAR, 1991) 
Figura 3. 
Sistema de pórticos triarticulados, treliçados com peças 
múltiplas de madeira. Construção dos anos 50, Pelotas – RS
Fonte: (Acervo, ESMARA LTDA.) 
Figura 4. 
Pórticos treliçados com peças múltiplas de madeira
Veleiros do Sul - Porto Alegre – RS, em 1959.
Fonte: (Acervo, ESMARA LTDA.) 
Figura 5. 
Treliças constituídas por peças múltiplas de madeira serrada 
pregada, em sistema de coberturas Shed.
Caxias do Sul – RS.Fonte: (Acervo, ESMARA LTDA.) 
Figura 6. 
Sistema de cobertura com treliças “howe” com 
peças múltiplas de madeira serrada
Hangar em Mato Grosso. Fonte: (Acervo, Sneiders) 
Figura 7. 
Sistema de cobertura composta por treliças de banzos paralelos com 
peças múltiplas de madeira para galpão industrial em Itatiba-SP, 1982.
Foto: (Acervo, Sneiders,1982)
Foto: (Sneiders,1982)
 
Figura 8. 
Treliça Bowstring: ~ 33,50 m de vão, construída para abrigar 
equipamentosde beneficiamento de café. 
1946, Londrina – PR. Escritório Caviúna Fonte: (CESAR, 1991) 
 
Figura 9. 
Pórticos treliçados com peças múltiplas de madeira: ~ 25 m 
de vão, contraventados com terças treliçadas de banzos 
paralelos. São Paulo, SP. Período da HAUFF & Cia. 
Fonte: (CESAR, 1991) 
Figura 10. 
Pórticos treliçados 
com peças múltiplas de 
madeira serrada, 
contraventados por terças 
treliçadas de banzos 
paralelos e 
mãos-francesas 
Fonte: (CESAR, 1991) 
Figura 11. 
Pórticos treliçados com peças múltiplas de madeira, 
contraventados com terças treliçadas de banzos paralelos. 
Presidente Prudente, SP. 
Foto: (STAMATO, 2017) 
Figura 12. 
Pórticos treliçados com peças múltiplas de madeira, 
contraventados com terças treliçadas de banzos paralelos. 
Presidente Prudente, SP. Foto: (STAMATO, 2017) 
Figura 13. 
Pórticos treliçados com 
peças múltiplas de madeira, 
contraventados com 
terças treliçadas de banzos 
paralelos e mãos francesas. 
Presidente Prudente, SP. 
Foto: (STAMATO, 2017) 
Figura 14. 
Pórticos treliçados com 
peças múltiplas de madeira, 
contraventados com 
terças treliçadas de banzos 
paralelos e mãos francesas. 
Presidente Prudente, SP. 
Foto: (STAMATO, 2017) 
Figura 15. 
Pórticos treliçados com 
peças múltiplas de madeira, 
contraventados com 
terças treliçadas de banzos 
paralelos e mãos francesas. 
Presidente Prudente, SP. 
)
Foto: (STAMATO, 2017) 
Figura 16. 
Pórticos treliçados com 
peças múltiplas de madeira, 
contraventados com 
terças treliçadas de banzos 
paralelos e mãos francesas. 
Presidente Prudente, SP. 
Foto: (STAMATO, 2017) 
 
 
Figura 17. 
Pórticos treliçados com peças múltiplas de madeira, 
contraventados com terças treliçadas de banzos paralelos. 
Presidente Prudente, SP. 
Foto: (STAMATO, 2017) 
Figura 18. Período da HAUFF & Cia.
Exemplo de
rótula central de 
ligação de topo.
Fonte: (CÉSAR, 1991)
Fonte: (CÉSAR, 1991)
Pórticos treliçados triarticulados 
com peças múltiplas de madeira. 
 
Figura 19. 
Pórticos treliçados com peças múltiplas de madeira e banzo 
inferior em arco. Vão ~ 25 m. 
São Paulo, SP. Período da HAUFF & Cia.Fonte: (CÉSAR, 1991) 
Figura 20. 
Aspecto geral externo de sistema de coberturas com 
pórticos treliçados. Vão ~ 35 m. 
São Paulo – SP. Período da HAUFF & Cia. Fonte: (CÉSAR, 1991) 
Figura 21. 
Sistema de arcos treliçados contraventados com terças 
treliçadas. Vão ~ 41 m. Fábrica Artefatos de Madeira. 
Santo André, SP. 
Período da HAUFF & Cia. Fonte: (CÉSAR, 1991) 
Figura 22. 
Galpão de Serralheria com arcos treliçados triarticulados 
vão ~ 50 m. 
Período da HAUFF & Cia. Fonte: (CÉSAR, 1991) 
Figura 23. 
Galpão de Serralheria com arcos treliçados triarticulados 
vão ~ 50 m. Período da HAUFF & Cia. Fonte: (CÉSAR, 1991) 
Figura 24. 
Garagem com Arcos treliçados triarticulados e terças 
treliçadas com banzos paralelos, que contribuem no sistema 
de contraventamento e sustentação do telhado. 
São Paulo – SP. Período da E. HAUFF & Cia. Fonte: (CÉSAR, 1991) 
Figura 25. 
Arcos aporticados treliçados
com ~50 metros de vão, e
treliças de banzos paralelos,
constituindo como parte do
contraventamento horizontal.
Construção na década de 40,
para a oficina de manutenção
de vagões da Estrada de Ferro
Sorocabana.
Sorocaba – SP.
Fonte: (CÉSAR, 1991) 
Figura 26. 
Arcos treliçados triarticulados e terças treliçadas com banzos paralelos
Fonte: (Acervo, CALLIA & CALLIA LTDA.) 
Figura 27. 
Arcos Treliçados Bi-articulados com vão ~ 70 metros
Antigo Hangar VARIG
Aeroporto de Congonhas 
São Paulo – SP
Fonte: (CÉSAR, 1991) 
 
Figura 28. Fonte: (CÉSAR, 1991)
Arcos Treliçados Bi-articulados com vão ~ 70 metros
Antigo Hangar VARIG, Aeroporto de Congonhas. 
São Paulo – SP 
Figura 29. 
Ginásio da Quadra de Tênis do Estádio do Pacaembú, 
São Paulo-SP: sistema de arcos treliçados biarticulados, 
construído em 1939, com vão ~ 40 metros. 
Fonte: (CÉSAR, 1991) 
Figura 30. 
Quadra de Tênis do Estádio do Pacaembú, São Paulo – SP. 
50 anos após a construção. Fonte: (CÉSAR, 1991) 
 
Figura 31. 
Arcos Treliçados Bi-articulados do Ginásio Pacaembu.
São Paulo - SP, 1949. Fonte: (CÉSAR, 1991) 
Figura 32. 
Modelo de rótula de apoio, para as bases dos arcos.
Ginásio do Estádio Pacaembú, São Paulo – SP 
Fonte: (CÉSAR, 1991)
Fonte: (CÉSAR, 1991) 
Figura 33. 
Garagem da Santa casa de São Paulo–SP. Sistema de
cobertura em arcos treliçados, atirantados com barras
metálicas, com ~23 metros de vão, terças treliçadas de
banzos paralelos e lanternin. Período da E. HAUFF & Cia.
Fonte: (CESAR, 1991) 
 
Figura 34. 
Sistema composto por arcos
treliçados, com ~40m de vão.
Sistema contraventado “X”.
Hangar construído em 
São Paulo – SP. 
Fonte: (CESAR, 1991) 
Figura 35. 
Sistema de cobertura com treliças de banzos paralelos, 
com pelas múltiplas de madeira serrada. Uberaba - MGFoto: (SNEIDERS,1987) 
Figura 36. 
Sistema de cobertura com treliças de banzos paralelos, 
com pelas múltiplas de madeira serrada. Uberaba - MG
Foto: (SNEIDERS,1987) 
Figura 37. 
Sistema de cobertura com treliças de banzos paralelos, 
com pelas múltiplas de madeira serrada. Uberaba - MGFoto: (SNEIDERS,1987) 
 
2.2. Cobertura lamelar (LAM) em estruturas de madeira serrada 
 
 O sistema estrutural lamelar foi introduzido na Europa em 1908, nos Estados Unidos 
em 1925 e no Brasil em 1922, CESAR (1991). FERREIRA & CALIL JUNIOR (2002), descrevem que 
os sistemas lamelares de madeira (LAM) na associação de peças compostas por elementos 
denominados lamelas que se interligam entre si, formando um reticulado composto por 
quadriláteros compondo uma malha losangular tridimensional, e dessa forma são capazes de 
serem empregadas para vãos de até 40 metros. 
 As lamelas são peças relativamente longas e de pequena espessura. Esse tipo de 
estrutura é denominado na língua inglesa por “segmental lattice-vaults” ou por “lamella roof”, 
e constituem-se de barras interceptadas que formam um conjunto de “X”, compondo uma 
malha curva denominada abóbada lamelar, que pode ser semicilíndrica, ou seja, com eixo 
transversal em forma de arco circular; parabólica, com eixo transversal em forma de arco 
parabólico; em quatro águas, em arco gótico ou em formato de cúpula (FERREIRA & CALIL 
JUNIOR, 2002). 
 As lamelas têm como características sua face inferior retilínea e sua face superior 
curvilínea, de modo que uma vez montadas tomam aspecto de um arco. Suas extremidades, 
por serem chanfradas na curvatura externa, permitem sua fixação através de parafusos 
metálicos e porcas, conforme exemplo de detalhe apresentado na Figura 38, tornando-se como 
ligações simples de serem executadas. 
 
Figura 38. 
Detalhes construtivos de ligações de Lamelas Zolliger
Fonte: (CESAR, 1991) 
Outro aspecto a ser considerado é o enriquecimento da superfície interna do teto pela 
modulação losangular do sistema de lamelas. Como exemplo ilustrativo, cita-se a estrutura 
lamelar da cobertura de quatro águas, ilustrando-se na Figura 39 o aspecto geral da estrutura 
da cobertura da edificação da Malharia Curitibana, construída pela “Hauff” em Curitiba, em 
1927. 
Figura 39. 
Cobertura lamelar, 1927 Curitiba – PR. 
Fonte: (CESAR, 1991) 
Figura 40. 
Cobertura lamelar, 1927 Curitiba – PR. 
Fonte: (CESAR, 1991) 
Vale destacar que esse tipo de sistema estrutural lamelar, em estruturas de madeira 
foi muito empregado entre as décadas de 20 e 60, na utilização de coberturas de edificações 
que abrangessem grandes áreas como galpões industriais, ginásios poliesportivos, auditórios, 
pavilhões de exposição, armazéns,hangares, garagens, depósitos, igrejas, salões de clube 
entre outras aplicações, construídas por diversas empresas sucessoras a Hauff, que também 
inseriram o sistema lamelar em produção, naquele período. Assim, FERREIRA & CALIL JUNIOR 
(2002) citam como exemplo, as principais empresas sucessoras a companhia HAUFF, que 
projetavam e construíam coberturas com sistemas lamelares, destacando-se a SOCIEDADE 
TEKNO LTDA; a CALLIA & CALLIA; a SPILBORGHS & CIA LTDA, dentre outras que surgiram na 
época. As imagens de fotos ilustradas nas Figuras 39 a 49 representam inúmeros detalhes de 
estruturas de coberturas lamelares de grandes vãos, com peças de madeira serrada, 
construídas no Brasil, no período da companhia Hauff e empresas sucessoras a ela. 
Figura 41. 
Sistema lamelar semicilíndrica. 1950, Rio de Janeiro - RJ
SOCIEDADE TEKNO LTDA. 
Fonte: (CESAR, 1991) 
Figura 42. 
Cobertura Lamelar Semicilíndrica
Hangar do Aeroclube Poços de Caldas - MG. 
Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM) 
Figura 43. 
Cobertura Lamelar Semicilíndrica
Hangar do Aeroclube Poços de Caldas - MG. 
Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM) 
 
Figura 44. 
Cobertura Lamelar Semicilíndrica
Hangar do Aeroclube Poços de Caldas - MG. 
Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM) 
Figura 45. 
Cobertura Lamelar Semicilíndrica
Hangar do Aeroclube Poços de Caldas - MG. 
Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM) 
Figura 46. 
Galpão Industrial, Boituva – SP.
Cobertura Lamelar Semicilíndrica, com vão livre ~38m
Notas de Aula 1ºS2018
Prof. Leandro Dussarrat Brito, Dr.
Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM) 
 
Figura 47. 
Cobertura Lamelar Semicilíndrica construída em 1950, 
São Paulo-SP. SPILBORGHS & CIA. Fonte: (CALIL JR., 2006) 
Figura 48. 
Cobertura Lamelar Semicilíndrica de 25m x 40m. 
São Paulo-SP. 1950. Sede SOCIEDADE TEKNO LTDA Fonte: (CALIL JR., 2006) 
Figura 49. 
Cobertura Lamelar Semicilíndrica com ~37mx75m. 
Piracicaba – SP, década de 50. (CALLIA & CALLIA LTDA) 
Fonte: (CALIL JR., 2006) 
 
2.3. Arcos de madeira lamelada pregada (MLP) 
 
Há relatos históricos onde indicam que no início no século XIX, o coronel Emy, na 
França, destacou-se pela introdução da técnica de fabricação de vigas de madeira lamelada 
pregada (MLP), caracterizada pela justaposição de lamelas (tábuas) sobrepostas fixadas 
continuamente através de ligações com pregos, parafusos e cintas metálicas, e posteriormente 
as vigas, adequou a técnica aplicada em construção de madeira lamelada pregada (MLP), 
também conhecido por sistema de arcos EMY. 
Em meados do século XX, surgem no Brasil aplicações dos arcos executados em 
sistema EMY, que se caracterizavam pela justaposição de lamelas (tábuas) sobrepostas, 
pregadas e parafusadas e/ ou ainda cavilhadas, dependendo das particularidades adotadas na 
época, pelas firmas nacionais, que construíam esse tipo de arco, conforme exemplos 
ilustrativos apresentados nas Figuras 50 a 57. 
Entre os conectores mencionados, o prego foi o que teve maior emprego devido as 
suas características de facilidade de execução e economia. 
Arcos deste sistema, por ter seção composta somente pela sobreposição de tábuas, 
dispostas sobre um gabarito construído no chão na escala real, se caracterizou como uma das 
opções mais simples de construção de arco de alma cheia (MOLITERNO, 1981). 
A combinação da forma do arco com as características mecânicas da madeira de bem 
resistir a esforços de tração e compressão paralela às fibras, resultaram em soluções 
estruturais capazes de vencerem grandes vãos com o emprego econômico e racional da 
madeira. Essas soluções estruturais foram muito utilizadas pela “Hauff” para vãos em torno de 
20 e 30 metros, quando os arcos eram atirantados com barras metálicas, e apoiavam-se em 
consolos, em pilares e vigas de concreto armado, ou sobre pilares de madeira. Dentro desta 
filosofia utilizaram-se estruturas feitas com madeira laminada pregada, empregando-as como 
técnicas mais simplificadas. No entanto, este tipo de arco caracteriza-se mais deformável em 
relação aos demais tipos de arcos de mesmo gênero de seção “I” enrigecidas. 
Figura 50. 
Detalhes construtivos de sistemas em arcos estruturais 
tipo EMY em Madeira Lamelada Pregada (MLP).
Fontes: (MOLITERNO, 1981); (CESAR, 1991). 
As imagens de fotos ilustradas nas Figuras 51 a 57 representam inúmeros detalhes de 
estruturas de coberturas lamelares de grandes vãos, com peças de madeira serrada, 
construídas no Estado de São Paulo e Minas Gerais, na época. 
Figura 51. 
Arcos com tábuas lameladas pregadas, 20 m de vão livre. 
Santo Amaro, SP. 1960. Fonte: (CESAR, 1991) 
Figura 52. 
Arcos com tábuas lameladas pregadas 
20 metros de vão livre. Votuporanga, SP. 
Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM) 
Figura 53. Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM) 
Figura 54. Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM) 
Figura 55. Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM)
Arcos com tábuas lameladas pregadas
Durabilidade (Vida Útil): Características visuais de 
madeiras com mais de 65 anos de existência.
 
Figura 56. Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM)
(tirante do sistema em arco)
Arcos com tábuas lameladas pregadas
Durabilidade (Vida Útil): Características visuais de 
madeiras com mais de 65 anos de existência.
 
Figura 57. 
Foto:HENRIQUE (2016) 
Fonte: RESGATANDO POÇOS DE CALDAS, 2017
Arcos com tábuas lameladas pregadas
Poços de Caldas - MG
 
 
2.4. Arcos estruturais com tábuas cambotas justapostas 
 
 A execução de coberturas com arcos constituídos por tábuas em cambotas justapostas 
tendiam a maiores perdas de madeira, pois era necessário recortar as tábuas na sua parte 
superior com a curvatura do arco na produção das cambotas. O processo construtivo era 
relativamente simples, uma vez recortadas as cambotas estas eram colocadas sobre um 
gabarito em escala real de forma a no coincidir em um mesmo ponto com a descontinuidade 
das peças sobrepostas. As ligações das cambotas entre si eram feitas com pregos que eram 
cravados à medida que se sobrepunham as tábuas justapostas do arco. Os parafusos passantes, 
arruelas e porcas, também eram adotados como elementos de ligação e enrijecimento das 
cambotas, muito embora o prego se revelasse como o conector mais utilizado, por agilizar em 
produtividade e não requerer mão-de-obra altamente qualificada, além de menor custo em 
relação aos demais sistemas estruturais da época. 
 Teoricamente, os sistemas DEL’ORME, ilustrados na Figura 58, tendiam ser menos 
deformáveis por possuírem maior estabilidade quando atirantados, do que o sistema tipo EMY, 
em função da utilização de cambotas dispostas verticalmente em sua composição ilustradas 
nas Figuras 59 e 60. 
 
 
Figura 58. 
Detalhes de sistemas construtivos para coberturas com
Arcos Estruturais com tábuas cambotas justapostas, 
do tipo DEL’ ORME. 
Fontes: (MOLITERNO, 1981); (CESAR, 1991). 
Figura 59. 
Arcos Estruturais com 
Tábuas Cambotas Justapostas
Poços de Caldas - MG
Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM) 
Figura 60. 
Arcos Estruturais com tábuas cambotas justapostas
Poços de Caldas - MG
Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM) 
 
2.5. Arcos de seção “I” com alma de tábuas cruzadas 
 
Os arcos de seção “I” constituída por tábuas cruzadas possuem semelhança em relação 
aos demais arcos, porém utilizavam-se em sua execução, tábuas dispostas com cruzamentos 
em “X”, normalmente pregadas e cavilhadas para sua confecção (MOLITERNO, 1981). Esse tipo 
de arco, mesmo possibilitando uma altura maior da seção do que os demais já mencionados, 
pois possibilitava aplicação para grandes vãos, porém não superiores a 25 metros. Isso porque 
a técnica construtiva deste tipo de arco exige cuidados especiais de montagem, sem os quais 
poderiam favorecer a deformações acentuadas à estrutura.O sistema de tábuas cruzadas teve seu uso limitado por fatores construtivos, devido à 
maior trabalhabilidade na complexidade de execução em relação aos arcos de alma cheia, além 
do que, demandava maior tempo de mão-de-obra especializada para serem construídos, a qual 
foi se tornando cada vez mais rara a sua utilização a partir dos anos 50. 
 
Figura 61. 
Seção transversal e segmento de arco estrutural em 
seção “I” com alma de tábuas cruzadas
Fontes: (MOLITERNO, 1981); (CESAR, 1991). 
As imagens de fotos ilustradas nas Figuras 61 a 72 representam inúmeros detalhes de 
estruturas de coberturas em obras de arcos de seção “I” com alma de tábuas cruzadas, 
constituídas por peças de madeira serrada. Na época, este sistema foi muito utilizado em 
coberturas de edificações construídas nos Estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas 
Gerais. 
 
Figura 62. 
Arcos de seção “I” com tábuas cruzadas de Araucária.
Construção do início da década de 60 (Século XX).
Porto Alegre - RS. Fonte: (Acervo, ESMARA LTDA.) 
Figura 63. 
Arcos de seção “I” com tábuas cruzadas (Araucária).
Construção do início da década de 60 (Século XX).
Rio Grande do Sul Fonte: (Acervo, ESMARA LTDA.) 
Figura 64. 
Arcos em Estruturas de Seção “I” com 
alma de tábuas cruzadas em 
sistema de cobertura com lanternim
Passo Fundo – RSFoto: (PRAVIA, 2016) 
Figura 65. 
Arcos de seção “I” variável com tábuas cruzadas (Araucária).
Construção do início da década de 60 (Século XX).
Selbach - RS. Fonte: (Acervo, ESMARA LTDA.) 
Figura 66. 
Arcos de seção “I” variável com tábuas cruzadas (Araucária).
Construção do início da década de 60 (Século XX).
Selbach - RS. Fonte: (Acervo, ESMARA LTDA.) 
Figura 67. 
Arcos de seção “I” variável com tábuas cruzadas (Araucária).
Construção do início da década de 60 (Século XX), Tupanciretã-RS. Fonte: (ESMARA LTDA.) 
Figura 68. 
Arcos de seção “I” variável com tábuas cruzadas (Araucária)
Construção do início da década de 60 (Século XX).
Fortaleza dos Valos - RS. 
Fonte: (Acervo, Esmara Ltda.)
Fonte: (Acervo, ESMARA LTDA.) 
Figura 69. 
Uberaba-MG
Foto: (Acervo, SNEIDERS, 1981)
Arcos de seção “I” com tábuas cruzadas cavilhadas 
 
Figura 70. 
Arcos de seção “I” com tábuas cruzadas cavilhadas
Foto: (Sneiders,1981)
Foto: (Acervo, SNEIDERS, 1981) 
Figura 71. 
Detalhes de extremidade de arco: placa de base metálica para fixação de 
topo em pilar de concreto, e ancoragem das barras metálicas (tirantes).
Cavilhas de madeira
Placa de Base 
(Ligação Metálica) 
Foto: (Acervo, SNEIDERS, 1981) 
Figura 72. 
Arcos de seção “I” com tábuas cruzadas cavilhadas
Foto: (Acervo, Sneiders, 1981) 
 
2.6. Pórticos em estruturas de seção “I” com alma de tábuas cruzadas 
 
Figura 73. 
Pórticos de seção “I” variável com Tábuas Cruzadas 
Construção Esmara: início da década de 60 (Século XX). 
Fonte: (Acervo, ESMARA LTDA.) 
Figura 74. 
Pórticos de seção variável com tábuas cruzadas
Fonte: (CESAR, 1991) 
 
2.7. Arcos de madeira em “seção caixão” vedada com compensados 
 
Os arcos de “seção caixão” constituídos por peças de madeira serrada e vedados com chapas 
de madeira compensada foram sistemas de estruturas muito empregados nos anos 40 e 50, em 
construções de coberturas de grandes áreas, para vãos livres entre 40m a 60m, usuais em 
armazéns, estacionamentos, postos de combustíveis, ginásios de esportes, etc. Este sistema de 
arcos tem em sua composição elementos confeccionados por peças de madeira serrada, 
vedadas lateralmente a partir de chapas compensadas, cortadas aproximadamente a cada 
1,10m, acompanhando a curvatura do arco e pregadas nas peças principais de madeira. As 
peças horizontais que constituíam a base inferior e a mesa superior do perfil “I”, que 
compunham a curvatura do arco, eram formadas pela sobreposição de tábuas de madeira 
lamelada, justapostas pregadas e parafusadas barras passantes de estribos, fixados com 
arruelas e porcas em suas extremidades. Era usual, a utilização de duas a três tábuas lameladas 
pregadas, para a formação da base inferior e da mesa superior e para confeccionar a seção 
caixão deste tipo de estrutura, posteriormente e estribadas, com barras de aço passantes, 
conforme exemplo ilustrativo apresentado na Figura 75. A montagem era realizada com o 
posicionamento das arruelas e fixação das porcas, nas rocas das extremidades dos estribos de 
aço, que transpassavam toda a seção transversal do arco em contribuição ao enrijecimento 
final de fixação das tábuas laminadas pregadas, unindo a alma junto a base inferior e a mesa 
superior, posteriormente pregando-se lateralmente as chapas de compensado estruturais que 
compunham a vedação da “seção caixão”. 
Figura 75. 
Seção transversal de modelo de sistema em seção caixão.
Fonte: (CESAR, 1991) 
As imagens de fotos ilustradas nas Figuras 76 a 80 representam detalhes de estruturas 
de coberturas em obras de arcos de madeira em “seção caixão” vedada com compensados 
pregados nas peças de madeira serrada, constituídas deste sistema de estrutura. Na época, 
este sistema foi utilizado em coberturas de edificações de grandes vãos livres, construídos nos 
Estados de São Paulo e Minas Gerais. 
 
Figura 76. Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM)
Arcos Estruturais de Madeira de Serrada em
Seção Caixão vedado com compensados de madeira.
Poços de Caldas - MG
 
Figura 77. 
Arcos de seção caixão “I” com alma de compensados, base e 
mesa com tábuas pregadas. Poços de Caldas - MG. 
Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM) 
Figura 78. 
Arco em “seção caixão” vedado com compensados
Arco com cambotas de tábuas justapostas
Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM) 
 
Figura 79. 
São Carlos-SP. 
Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM)
Arcos Estruturais de madeira serrada em
“Seção Caixão” vedado com compensados.
 
Figura 80. Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM)
São Carlos-SP. 
Arcos Estruturais de madeira serrada em
“Seção Caixão” vedado com compensados.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.8. Arcos em seção “I” com alma de compensado enrijecida com sarrafos 
 
Os sistemas de coberturas modernistas constituídos de arcos de seção “I” com alma 
em compensado enrijecida com sarrafos, como o próprio nome diz, eram concebidos pela alma 
de madeira em compensado, enrijecidas com cambotas e nervuras de sarrafos de madeira, 
fixadas com parafusos passantes, arruelas e porcas, conforme exemplos ilustrativos indicados 
nas fotos das Figuras 81 a 90. Na época estes sistemas foram muito utilizados em construções 
de coberturas de edificações de armazéns de café, fábricas de laticínios e ginásios 
poliesportivos em municípios do Estado de Minas Gerais. 
 
Figura 81. 
Arcos Estruturais em Seção “I” 
com alma de compensado 
enrijecido com nervuras de madeira
Fonte: (CESAR, 1991) 
 
Figura 82. 
Arcos Estruturais em Seção “I”, com alma de 
compensado enrijecido com nervuras de madeira.
Vão de ~22 metros. Ituitaba – MG. 1960. 
Fonte: (CESAR, 1991) 
Figura 83. 
Arcos em seção I com alma em compensado enrijecido. 
Poços de Caldas – MG.
Lanternim
Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM) 
Figura 84. 
Arcos em seção I com alma em compensado enrijecido.
Poços de Caldas – MG. Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM) 
Figura 85. 
Arcos em seção I com alma em compensado enrijecido.
Poços de Caldas – MG.
Lanternim
Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM) 
Figura 86. 
Arcos em seção I com alma em compensado enrijecido.
Poços de Caldas – MG. Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM) 
Figura 87. 
*Arcos em seção I com alma em compensado enrijecido.
*Arcos atirantados com barras metálicas ancoradas nas 
ligações de extremidade, no topo de consolo dos pilares.
*Sistema de contraventamento em “X”
Poçosde Caldas – MG. 
Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM) 
Figura 88. 
Arcos em seção I com alma em compensado enrijecido.
Poços de Caldas – MG. Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM) 
Destaca-se que este tipo de sistema construtivo em particular, foi um dos modelos mais 
empregados em obras concebidas a partir de meados do século XX na região central da cidade 
de Poços de Caldas-MG, destacando-se em maior evidencia as fotos que ilustram o exemplo da 
cobertura do Ginásio Poliesportivo do Clube da “Associação Atlética Caldense”, apresentadas 
nas Figuras 89 e 90. 
Figura 89. 
Arcos em seção I com alma em compensado enrijecido
Poços de Caldas – MG. 
Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM) 
Figura 90. 
Arcos em seção I com alma em compensado enrijecido
Poços de Caldas – MG. 
Foto: (Acervo, Biblioteca LaMEM) 
 
 
 
 
2.9. Vigas MLC de Pinho (Araucária) em coberturas de madeira lamelada 
colada 
 
Relatos históricos descrevem que a fabricação de peças de madeira lamelada colada 
(MLC) surgiram em meados do século XIX, fundamentadas no aperfeiçoamento da técnica do 
sistema francês EMY MLP (madeira lamelada pregada). 
Portanto, denomina-se MLC (Madeira Laminada Colada) o material estrutural, 
produzido a partir da colagem de lamelas de madeira justapostas, na sobreposição das peças. 
As lamelas, unidas por colagem, ficam na disposição, de tal maneira, que as suas fibras fiquem 
paralelas entre si (CALIL NETO, 2014). 
Assim, a origem da fabricação de peças em madeira laminada colada (MLC), empregadas 
como elementos estruturais na construção civil, só foi possível, a partir do surgimento de colas 
específicas de alta resistência. Foi, portanto, em 1906, com a obtenção do adesivo a base de 
caseína (produto derivado do leite) que o mestre carpinteiro suíço Otto Hetzer substituiu as 
ligações metálicas de braçadeiras e parafusos do sistema MLP EMY (CALIL NETO, 2014). 
A partir de 1940, com o desenvolvimento de adesivos sintéticos, o sistema lamelado 
colado, passou então a ser experimentado para avaliações de desempenho nas aplicações 
estruturais. Esta técnica, surgiu da necessidade de utilização da madeira de reflorestamento, 
em particular do gênero Pinus, disponível em abundancia em alguns países do hemisfério 
norte, onde foram observadas a sua boa aplicabilidade nos processos de colagem, em função 
da grande porosidade das madeiras destas espécies. 
O pioneirismo na fabricação de vigas em madeira lamelada colada no Brasil surgiu a 
partir de meados da década de 60 (Século XX), e se deve a dois importantes fabricantes deste 
nobre material estrutural: uma indústria localizada no Rio Grande do Sul e a outra em São 
Paulo. As peças MLC produzidas naquela época, em sua grande maioria eram fabricadas com 
lamelas de madeira de Pinho Araucária, também conhecido por Pinheiro do Paraná. As figuras 
91 a 95, ilustram alguns exemplos de emblemáticas estruturas históricas de coberturas de 
vigas MLC, em geral de Pinho Araucária, construídas no Brasil, a partir daquela época. 
 
 
Figura 91. 
O pioneirismo em estruturas de Madeira Lamelada Colada 
no Brasil, ocorreu em meados dos anos 60. 
Estrutura em Porto Alegre - RSFoto: (Acervo, ESMARA LTDA.) 
Figura 92. 
Fonte: (Acervo, Esmara Ltda.)Primeiras Estruturas MLC no BRASIL 
Vigas de Madeira Lamelada Colada MLC em Pinho. 
Cidreira - RSFoto: (Acervo, ESMARA LTDA.) 
Figura 93. 
Av. Ipiranga em Porto Alegre-RS, Década de 70 (Século XX). 
Carreta com vigas MLC de 31 metros de comprimento. 
Vigas MLC. Universidade de Passo Fundo.Foto: (ESMARA LTDA.) 
 
 
Figura 94. 
Vigas de Madeira Lamelada Colada MLC em Pinho. 
Década de 70 (Século XX). 
Vigas MLC. Universidade De Passo Fundo
Primeiras Estruturas MLC no BRASIL 
Vão livre de 31 metros
Foto: (Acervo, ESMARA LTDA.) 
Figura 95. 
Vigas curvas com duplo caimento, em MLC de Pinho, em 
cobertura de vão de 12m. Porto Alegre, 1977.
Foto: (Acervo, ESMARA LTDA.) 
 
 
 
2.10. Arcos MLC de Pinho (Araucária) em coberturas de madeira lamelada 
colada 
 
O pioneirismo na fabricação de elementos estruturais em sistemas de arcos MLC no 
Brasil também se deve as duas importantes indústrias pioneiras na fabricações de peças MLC: 
uma indústria localizada no Rio Grande do Sul e a outra em São Paulo. As peças MLC 
produzidas naquela época, em sua grande maioria eram fabricadas com lamelas de madeira de 
Pinho Araucária, também conhecido por Pinheiro do Paraná. A figura 96, ilustra um exemplo 
de estrutura histórica de coberturas com Arcos MLC, em geral de Pinho Araucária, construída 
no Brasil, na época. 
Figura 96. 
Primeiras Estruturas em Arcos MLC no BRASIL 
Foto: (Acervo, ESMARA LTDA.) 
 
2.11. Pórticos curvos MLC de Pinho (Araucária) em coberturas de madeira 
lamelada colada 
 
O pioneirismo na fabricação de grandes elementos estruturais MLC no Brasil, na 
concepção estrutural grandes construções de naves com sistemas Pórticos curvos MLC, em 
geral, com Pinho (Araucária) também se deve as duas importantes indústrias pioneiras na 
fabricações de peças MLC: uma localizada no Rio Grande do Sul e a outra em São Paulo. As 
figuras 97 a 104, ilustram exemplos de estruturas históricas de coberturas com Arcos 
MLCconstruída no Brasil, na época. 
 
Figura 97. Fonte: (Acervo, CALLIA & CALLIA LTDA.)
Primeiras Estruturas em Pórticos Curvos MLC no BRASIL 
 
Figura 98. Fonte: (Acervo, CALLIA & CALLIA LTDA.)
Primeiras Estruturas em Pórticos Curvos MLC no BRASIL 
 
Figura 99. Fonte: (Acervo, CALLIA & CALLIA LTDA.)
Primeiras Estruturas em Pórticos Curvos MLC no BRASIL 
 
Figura 100. Fonte: (Acervo, ESMARA LTDA.)
Primeiras Estruturas em Pórticos Curvos MLC no BRASIL 
 
Figura 101. Fonte: (Acervo, ESMARA LTDA.)
Primeiras Estruturas em Pórticos Curvos MLC no BRASIL 
 
Figura 102. Fonte: (Acervo, ESMARA LTDA.)
Primeiras Estruturas em Pórticos Curvos MLC no BRASIL 
 
Figura 103. Fonte: (Acervo, ESMARA LTDA.)
Primeiras Estruturas em Pórticos Curvos MLC no BRASIL 
 
Figura 104. Fonte: (Acervo, ESMARA LTDA.)
Primeiras Estruturas em Pórticos Curvos MLC no BRASIL 
 
Para demostrar a potencialidade do mercado internacional, na produção de estruturas 
de MLC, destaca-se que só na França, chegou a existir mais de 40 indústrias de produção de 
pecas estruturais de MLC, distribuídas nas diversas regiões do país (CALIL NETO, 2014). 
Internacionalmente, a utilização estruturas MLC e MLCC (Madeira Lamelada Colada Cruzada), 
tem aumentado significativamente na atualidade. 
Atualmente os adesivos, comumente utilizados na fabricação de madeira laminada 
colada no Brasil, destacam-se as poliuretanas ou adesivos à base de resorcinol, com cura em 
temperatura ambiente. Tais adesivos apresentam alta resistência à umidade, tornando-os 
aptos para uso exterior. 
É muito importante frizar que os elementos estruturais em Madeira Lamelada Colada 
(MLC) trata-se um produto industrializado em madeira, onde requer precisão em todas as 
etapas no processo de fabricação. Os produtos devem ser testados em laboratórios idôneos. 
Além disso, exige-se um adequado controle de qualidade em todas etapas do processo de 
produção, afim de assegurar que as propriedades do produto final MLC estejam em 
conformidade com as especificações do PROJETO ESTRUTURAL (elaborado de acordo com as 
normas técnicas vigentes). No Brasil, desde a década de 60, foram desenvolvidos uma série de 
estudos sobre a MLC dando surgimento a grupos de pesquisa em cidades como São Carlos, 
Belo Horizonte, Florianópolis e Viçosa; mais recentemente, Piracicaba e São Paulo também 
estão se destacando como pólos de pesquisa sobre a técnica. O sistema de controle de 
qualidade é definido pelas ações realizadas por um fabricante em relação aos materiais, 
métodos, equipamentos, mão-de-obrae produto final, para satisfazer os requisitos essenciais 
num controle de qualidade eficiente. 
Apesar de a MLC ser um produto de potencial crescimento internacional no século XXI, 
no Brasil, atualmente existem apenas quatro grandes indústrias de MLC, sendo: a pioneira 
localizada no Rio Grande do Sul; uma em Goiás, e as demais em São Paulo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 
 
Observação: Entende-se que o aprendizado em EaD requer 
muita dedicação por parte do estudante, onde possibilita o 
desenvolvimento de autonomia. Portanto sugere-se organização 
nos estudos de forma sistêmica e continua, ou seja, nunca 
deixando acumular conteúdos, nem dúvidas, tão pouco estudar 
somente na véspera das atividades avaliativas. Quando sentir-se 
necessário encaminhe mensagem ao professor da disciplina, na 
plataforma EaD+. Portanto, a evolução no aprendizado depende 
essencialmente da dedicação no estudo contínuo. Para isso é 
fundamental não acumular dúvidas ao longo dos estudos. 
Mantendo-se comprometido e dedicado nos estudos de forma 
sistêmica e contínua, eventuais dificuldades deixarão de existir. 
Para isso é fundamental a utilização de forma integral de todos 
os recursos recomendados pelo professor da disciplina, além das 
atividades propostas e atividades avaliativas. 
 
 Bons Estudos. 
 
EXERCÍCIO RESOLVIDO EX1.M1T1 
Na atualidade o meio técnico/científico envolvido nas áreas de Arquitetura, 
Engenharia de Estruturas e Engenharia dos Materiais das melhores universidades do país, 
reconhecem a grande importância do legado das emblemáticas e duradouras estruturas 
históricas de madeira do século XX construídas para grandes coberturas de pavilhões no Brasil. 
É de grande importância uma atenção especial voltada para a preservação do “Patrimônio 
Histórico” destas emblemáticas estruturas históricas de madeira, onde muitas delas ainda 
“sobrevivem” em diversas localidades das regiões sul e sudeste do Brasil, mesmo na ausência 
de manutenções periódicas preventivas. Na atualidade o meio “Científico Brasileiro”, 
envolvido em pesquisas direcionadas aos estudos sobre as “Madeiras” e as “Estruturas de 
Madeiras” tem observado que a importância do legado deixado nas construções destas 
“Emblemáticas Estruturas Históricas de Madeira do Século XX, construídas no Brasil”, 
infelizmente nem sempre tem sido reconhecidas na preservação do “Patrimônio Histórico”, 
parte de “Prefeituras Municipais”, em diversas localidades do país. De acordo com os detalhes 
na “SEÇÃO TRANSVERSAL” apresentados na figura que segue, avalie dentre os tipos de 
“ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE MADEIRA” listados nos itens abaixo, qual alternativa 
corresponde ao respectivo “SISTEMA ESTRUTURAL” constituinte daquela época. 
 
Figura. SEÇÃO TRANSVERSAL ▪ Detalhes técnicos usuais em “PROJETOS ESTRUTURAIS”, na 
representação do perfil do “ELEMENTO ESTRUTURAL”. 
Comentários sobre o exercício: O conceito teórico para resolução 
deste exercício encontra-se no conteúdo da própria apostila. Para 
melhor compreensão da “resposta correta” assinalada no item 
grifado, recomenda-se inicialmente a leitura completa deste tópico. 
(a) Na figura acima é ilustrada um seção transversal, exemplificando-se representações de 
detalhes de projeto estrutural de coberturas históricas de madeira, na representação de um 
perfil em “seção caixão”, de sistemas de estruturas constituídas por peças de madeira, 
elementos metálicos de ligação e compensados. 
(b) Na figura acima é ilustrada um seção transversal, exemplificando-se representações de 
detalhes de projeto estrutural de coberturas históricas de madeira, na representação de de um 
perfil de arco em madeira lamelada pregada (MLP), em seção “I”. 
(c) Na figura acima é ilustrada um seção transversal, exemplificando-se representações de 
detalhes de projeto estrutural de coberturas históricas de madeira, na representação de um 
perfil de viga em madeira lamelada colada (MLC). 
(d) Na figura acima é ilustrada um seção transversal, exemplificando-se representações de 
detalhes de projeto estrutural de coberturas históricas de madeira, na representação de um 
perfil de arco em madeira lamelada colada (MLC). 
(e) Na figura acima é ilustrada um seção transversal, exemplificando-se representações de 
detalhes de projeto estrutural de coberturas históricas de madeira, na representação de um 
perfil de detalhamento em seção “I”, para sistemas de pórticos curvos em madeira lamelada 
colada (MLC). 
 
 
 
 
EXERCÍCIO RESOLVIDO EX2.M1T1 
De acordo com os detalhes apresentados na figura que segue, avalie dentre os tipos de 
“ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE MADEIRA” listados nos itens abaixo, qual alternativa 
corresponde ao respectivo “SISTEMA ESTRUTURAL”, que foi muito utilizado no passado, em 
construções de sistemas de coberturas de pavilhões para fechamento de grandes vãos livres. 
 
 
Figura. Detalhes técnicos usuais em “PROJETOS ESTRUTURAIS”, para representação de 
”ELEMENTOS ESTRUTURAIS” constituintes da estrutura. 
“Comentários sobre a resolução deste exercício: O conceito teórico para 
resolução deste exercício encontra-se no conteúdo da própria apostila. 
Para melhor compreensão da “resposta correta” assinalada no item 
grifado, recomenda-se inicialmente a leitura completa deste tópico”. 
(a) Na figura acima são ilustrados alguns detalhamentos de elementos estruturais, 
exemplificando-se representações de detalhes de projeto estrutural de cobertura histórica, 
constituídos por sistemas de treliças com peças múltiplas de madeira serrada. 
(b) Na figura acima são ilustrados alguns detalhamentos de elementos estruturais, 
exemplificando-se representações de detalhes de projeto estrutural de coberturas históricas, 
constituídos por sistema lamelar com peças de madeira serrada. 
(c) Na figura acima são ilustrados alguns detalhamentos de elementos estruturais, 
exemplificando-se representações de detalhes de projeto estrutural de coberturas históricas, 
constituídos por sistema de arcos de madeira lamelada pregada (MLP). 
(d) Na figura acima são ilustrados alguns detalhamentos de elementos estruturais, 
exemplificando-se representações de detalhes de projeto estrutural de coberturas históricas, 
constituídos pelo sistema de arcos com tábuas cambotas justapostas. 
(e) Na figura acima são ilustrados alguns detalhamentos de elementos estruturais, 
exemplificando-se representações de detalhes de projeto estrutural de coberturas históricas, 
constituídos pelo sistema de arcos em seção “I” com alma de tábuas cruzadas. 
EXERCÍCIO RESOLVIDO EX3.M1T1 
De acordo com os detalhes apresentados na figura que segue, avalie dentre os tipos de 
“ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE MADEIRA” listados nos itens abaixo, qual alternativa 
corresponde ao respectivo “SISTEMA ESTRUTURAL”, muito utilizado no passado, em 
construções de sistemas de coberturas de pavilhões para fechamento de grandes vãos livres. 
 
Figura. Detalhes técnicos usuais em “PROJETOS ESTRUTURAIS”, para representação de 
”ELEMENTOS ESTRUTURAIS” constituintes da estrutura. 
“Comentários sobre a resolução deste exercício: O conceito teórico para 
resolução deste exercício encontra-se no conteúdo da própria apostila. 
Para melhor compreensão da “resposta correta” assinalada no item 
grifado, recomenda-se inicialmente a leitura completa deste tópico”. 
(a) Na figura acima são ilustrados alguns detalhamentos de elementos estruturais, 
exemplificando-se representações de detalhes de projeto estrutural de cobertura histórica, 
constituídos por sistemas de treliças com peças múltiplas de madeira serrada. 
(b) Na figura acima são ilustrados alguns detalhamentos de elementos estruturais, 
exemplificando-se representações de detalhes de projeto estrutural de coberturas históricas, 
constituídos por sistema lamelarcom peças de madeira serrada. 
(c) Na figura acima são ilustrados alguns detalhamentos de elementos estruturais, 
exemplificando-se representações de detalhes de projeto estrutural de coberturas históricas, 
constituídos por sistema de arcos de madeira lamelada pregada (MLP), e detalhes no sistema 
de enrijecimento de seção entre trechos, através da fixação de barras roscadas passantes, 
arruelas e porcas. 
(d) Na figura acima são ilustrados alguns detalhamentos de elementos estruturais, 
exemplificando-se representações de detalhes de projeto estrutural de coberturas históricas, 
constituídos pelo sistema de arcos com tábuas cambotas justapostas. 
(e) Na figura acima são ilustrados alguns detalhamentos de elementos estruturais, 
exemplificando-se representações de detalhes de projeto estrutural de coberturas históricas, 
constituídos pelo sistema de pórticos em seção “I” com alma de tábuas cruzadas. 
 
 
 
 
EXERCÍCIO RESOLVIDO EX4.M1T1 
De acordo com os detalhes apresentados na figura que segue, avalie dentre os tipos de 
“ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE MADEIRA” listados nos itens abaixo, qual alternativa 
corresponde ao respectivo “SISTEMA ESTRUTURAL”, que foi muito utilizado no passado, em 
construções de sistemas de coberturas de pavilhões para fechamento de grandes vãos livres. 
 
 
Figura. Detalhes técnicos usuais em “PROJETOS ESTRUTURAIS”, para representação de 
”ELEMENTOS ESTRUTURAIS” constituintes da estrutura. 
“Comentários sobre a resolução deste exercício: O conceito teórico para 
resolução deste exercício encontra-se no conteúdo da própria apostila. 
Para melhor compreensão da “resposta correta” assinalada no item 
grifado, recomenda-se inicialmente a leitura completa deste tópico”. 
(a) Na figura acima são ilustrados alguns detalhamentos de elementos estruturais, 
exemplificando-se representações de detalhes de projeto estrutural de cobertura histórica, 
constituídos por sistemas de treliças com peças múltiplas de madeira serrada. 
(b) Na figura acima são ilustrados alguns detalhamentos de elementos estruturais, 
exemplificando-se representações de detalhes de projeto estrutural de coberturas históricas, 
constituídos por sistema lamelar com peças de madeira serrada. 
(c) Na figura acima são ilustrados alguns detalhamentos de elementos estruturais, 
exemplificando-se representações de detalhes de projeto estrutural de coberturas históricas, 
constituídos por sistema de arcos de madeira lamelada pregada (MLP). 
(d) Na figura acima são ilustrados alguns detalhamentos de elementos estruturais, 
exemplificando-se representações de detalhes de projeto estrutural de coberturas históricas, 
constituídos pelo sistema de arcos com tábuas cambotas justapostas. 
(e) Na figura acima são ilustrados alguns detalhamentos de elementos estruturais, 
exemplificando-se representações de detalhes de projeto estrutural de coberturas históricas, 
constituídos pelo sistema de arcos em seção “I”, com alma de tábuas cruzadas , em geral, 
enrijecidas com abas de madeira (inferior e superior), geralmente fixadas com cavilhas. 
 
 
 
 
EXERCÍCIO RESOLVIDO EX5.M1T1 
De acordo com os detalhes apresentados na figura que segue, avalie dentre os tipos de 
“ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE MADEIRA” listados nos itens abaixo, qual alternativa 
corresponde ao respectivo “SISTEMA ESTRUTURAL”, que foi muito utilizado no passado, em 
construções de sistemas de coberturas de pavilhões para fechamento de grandes vãos livres. 
 
 
 
Figura. Detalhes técnicos usuais em “PROJETOS ESTRUTURAIS”, para representação de 
”ELEMENTOS ESTRUTURAIS” constituintes da estrutura. 
“Comentários sobre a resolução deste exercício: O conceito teórico para 
resolução deste exercício encontra-se no conteúdo da própria apostila. 
Para melhor compreensão da “resposta correta” assinalada no item 
grifado, recomenda-se inicialmente a leitura completa deste tópico”. 
 
 
 
(a) Na figura acima são ilustrados alguns detalhamentos de elementos estruturais, 
exemplificando-se representações de detalhes de projeto estrutural de cobertura histórica, 
constituídos por sistemas de treliças com peças múltiplas de madeira serrada. 
(b) Na figura acima são ilustrados alguns detalhamentos de elementos estruturais, 
exemplificando-se representações de detalhes de projeto estrutural de coberturas históricas, 
constituídos por sistema de arcos de madeira lamelada pregada (MLP). 
(c) Na figura acima são ilustrados alguns detalhamentos de elementos estruturais, 
exemplificando-se representações de detalhes de projeto estrutural de coberturas históricas, 
constituídos pelo sistema de arcos com tábuas cambotas justapostas. 
(d) Na figura acima são ilustrados alguns detalhamentos de elementos estruturais, 
exemplificando-se representações de detalhes ligações de NÓS, de projeto estrutural de 
coberturas históricas, constituídos por sistema lamelar com peças de madeira serrada. 
(e) Na figura acima são ilustrados alguns detalhamentos de elementos estruturais, 
exemplificando-se representações de detalhes de projeto estrutural de coberturas históricas, 
constituídos pelo sistema de arcos em seção “I”, com alma de tábuas cruzadas , em geral, 
enrijecidas com abas de madeira (inferior e superior), geralmente fixadas com cavilhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROPOSTA DE PESQUISA 
 
Cita-se exemplos de municípios onde nos últimos anos foram identificados por 
pesquisadores, a existência de sistemas de grandes e duráveis estruturas de madeira, 
projetadas e construídas num período compreendido entre a década de 20 a 60, muitas delas 
ainda existentes, tais como: Poços de Caldas *MG; Uberaba *MG; Ituitaba *MG; São Paulo 
*SP; Itatiba *SP; Piracicaba *SP; Boituva *SP; Votuporanga *SP; Presidente Prudente *SP; 
Santo Amaro *SP; São Carlos *SP; Porto Alegre *RS; Caxias do Sul *RS; Pelotas *RS; Passo 
Fundo *RS; Cidreira *RS; Rio de Janeiro *RJ, Curitiba *PR, dentre outras localidades do Brasil. 
o Treliças com peças múltiplas de madeira serrada; 
o Coberturas lamelares em estruturas de madeira serrada; 
o Arcos de madeira lamelada pregada (MLP); 
o Arcos com tábuas cambotas, justapostas; 
o Arcos em seção “I” com alma de tábuas cruzadas; 
o Pórticos em seção “I” com alma de tábuas cruzadas; 
o Arcos de madeira em “seção caixão”, vedado com compensados; 
o Arcos em seção “I” com alma de compensado enrijecido com sarrafos; 
o Vigas em madeira lamelada colada (MLC), em pinho (Araucária); 
o Arcos em madeira lamelada colada (MLC), em pinho (Araucária); 
o Pórticos curvos em madeira lamelada colada (MLC), em pinho (Araucária). 
 
Na figura seguinte são ilustrados detalhes genéticos exemplificando-se a de alguns dos 
principais tipos de elementos constituintes entre distintos tipos de sistemas de coberturas 
para grandes vãos, modernistas do Século XX, concebidas principalmente nas regiões sul e 
sudeste do Brasil, num período compreendido entre as décadas de 20 a 60, onde em geral, 
eram executadas com peças estruturais de madeiras de espécies tropicais. 
Recorda-se que muitos destes sistemas de estruturas em madeira, tiveram significativa 
importância na evolução tecnológica entre as décadas de 20 a 60, na idealização de projetos 
de estruturas de coberturas em madeira, para fechamento de pavilhões de grandes vãos livres 
(hangares de aeroportos, pavilhões industriais, armazéns de produtos agrícolas, armazéns 
comerciais, indústrias de tecelagens, estacionamentos de veículos, ginásios poliesportivos, 
dentre outras utilizações.), em geral, executados com espécies de madeiras de florestas 
tropicais brasileiras, destacando-se dentre outras, principalmente o Pinho Araucária e a Peroba 
Rosa, que possuem boa estabilidade dimensional. 
 
 
 
 
Figura: Exemplos de desenhos de detalhes genéricos, para representaçãode elementos 
estruturais em projeto de estruturas: Fonte: Figuras citadas em BRITO (2017), adaptadas de 
MOLITERNO (1981); CÉSAR (1991) e FERREIRA (2002). 
 
PROPOSTA DE PESQUISA: Conhecendo-se os principais tipos históricos de sistemas de 
estruturas de madeira fundamentados pelo pioneirismo do Engenheiro Civil Erwin Hauff e de 
empresas sucessoras a “Hauff”, muito expressivos na execução de construções de coberturas 
modernistas do Século XX, que exigiam fechamentos de pavilhões de grandes vãos livres, onde 
eram projetados e construídos em diversas regiões do Brasil, propõe-se uma pesquisa de 
levantamento de estruturas similares a estes sistemas, que possam ter existido, ou ainda 
existam em seu município e/ou em demais cidades no Brasil, procurando resgatar fotos 
antigas em acervos de bibliotecas de museus, além de registros de fotos digitais dos mais 
vaiados tipos de detalhes constituintes de elementos estruturais, e descreva as 
características técnicas peculiares dos elementos estruturais de cada estrutura identificada. 
Na sequência são citadas algumas das principais bibliografias de sobre o tema deste 
tópico. 
Bibliografia 
 
Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 7190:1997. Projeto de estruturas de 
madeira. Rio de Janeiro, 1997. 
Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT 2º PN REVISÃO NBR 7190:2013. Projetos de estruturas de 
madeira. Texto Base: ABNT/CB-02, 2º VERSÃO PROJETO DE REVISÃO ABNT NBR 7190 de SETEMBRO de 2013. 
Consulta Nacional, 2013. 
CALIL JR, C.; LAHR, F. A.; DIAS, A. A. Dimensionamento de elementos estruturais de madeira. 
Editora Manole. Barueri, 2003. 
CALIL, JR. C. Histórico das Estruturas de madeira no Brasil: Estruturas Hauff. CD catalogado na 
Base de Dados da Biblioteca do Laboratório de madeiras e de Estruturas de madeira (LaMEM), 
da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP). Palestra de 
seção plenária em Estruturas de Madeira, 2006. 
CALIL, JR. C. et al. Coberturas em estruturas de madeira: exemplos de cálculo. E-book, Editora 
PINI. São Paulo, 2010. 
CALIL NETO, C. Ligações com parafusos autoatarraxantes sem prefuração para uso em 
estruturas de madeira. Tese (Doutorado) Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da 
Universidade de São Paulo (USP). São Carlos, 2014. 
CÉSAR, S. F. As Estruturas Hauff de Madeira no Brasil. Dissertação (Mestrado) Escola de 
Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP). São Carlos, 1991. 
FERREIRA, N. S. S.; CALIL JR., C. Estruturas lamelares de madeira para coberturas. Caderno de 
Engenharia de Estruturas, CEE nº 18, Departamento de Engenharia de Estruturas, Escola de 
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. São Carlos, 2001.

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