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dolorosa da pele ou de tecidos subcutâneos e músculo. A resposta é a contração do músculo flexor e a inibição dos músculos extensores, de tal forma que a parte estimulada é flexionada, afastando-se do estímulo. Quando um estímulo muito intenso é aplicado a um membro, a resposta inclui não somente flexão e afastamento, mas também extensão do membro oposto – extensão cruzada – parte do reflexo de retirada. Os estímulos são chamados nociceptivos. ARCO REFLEXO SIMPLES: Neurônio aferente com seu receptor, um centro onde ocorre a sinapse e um neurônio eferente que se liga ao efetuador (músculos). Permite contrair a musculatura do segmento por estímulo no próprio segmento – útil para evitar estímulos nocivos. Arco Reflexo Intra-Segmentar pois a conexão entre o neurônio aferente e o eferente envolve somente um segmento. ARCO REFLEXO INTERSEGMENTAR: Possui um terceiro tipo de neurônio: neurônio de associação ou internuncial. O estímulo é aplicado em um segmento, dando origem a um impulso que é conduzido pelo neurônio sensitivo ao centro (gânglio) o axônio deste neurônio faz sinapse com o neurônio de associação, cujo axônio, passando pela corda ventral do animal, estabelece sinapse com o neurônio motor do segmento vizinho. Envolve mais de um segmento e é um pouco mais complexo que o anterior, envolvendo duas sinapses e três neurônios: sensitivo, motor e neurônio de associação. 27 SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI FISIOLOGIA DA MICÇÃO: Os neurônios motores da bexiga e da uretra estão localizados no seguimento sacral da medula espinal (S2-S4) e são coordenados pelo centro pontino da micção e pelos núcleos da base do cérebro (putámen, globo-pálido, núcleo caudado e as células da substância negra) - principal função destes núcleos é modular o tônus do esfíncter uretral externo e sua disfunção pode ser vista na Doença de Parkinson, em que as alterações degenerativas dos neurônios diminuem a dopamina local, originando hiperatividade do detrusor. Já o controle voluntário da micção se faz no córtex da face lateral do lobo frontal. A substância reticular pontomesencefálica, por sua vez, coordena a micção como um todo, mas é o centro cortical que determina o início, o retardo e o término da micção. O centro pontino da micção está localizado nas regiões medial e dorso lateral da ponte (centro de Barrington) e sua lesão pode levar a retenção urinária. Sua estimulação aumenta a pressão vesical, diminui a pressão uretral e diminui a atividade elétrica do assoalho pélvico. O relaxamento da uretra ocorre por inibição dos neurônios motores sacrais do esfíncter uretral. Na ponte existe também o centro esfincteriano ou da continência, sendo que através do trato retículo-espinal os impulsos chegam ao núcleo de Onuf na medula sacral. A sua estimulação aumenta a pressão uretral, sendo que sua lesão pode causar incontinência urinária. O cerebelo recebe informações sensoriais da bexiga e do assoalho pélvico, sendo importante na manutenção do tônus do assoalho pélvico e na coordenação entre contração do detrusor e relaxamento do esfíncter. O cerebelo participa, também, ativamente da coordenação dos vários músculos envolvidos no ato da micção, mantendo o equilíbrio do corpo. A musculatura lisa da bexiga, a região uretro-trigonal, e a uretra proximal são inervadas por fibras do plexo-pélvico que está localizado profundamente na cavidade pélvica e é composto por fibras mescladas dos nervos pélvicos (parassimpático) e dos nervos hipogástricos (simpático). As fibras parassimpáticas originam-se na substância cinzenta da medula sacral (S2-S4), possuem vários gânglios próximos a bexiga e fibras pós-ganglionares curtas. Já os nervos hipogástricos (inervação simpática eferente) têm origem na região lateral da substancia cinzenta da medula entre T10 e L2. O nervo pudendo, que inerva o esfíncter uretral externo, tem sua origem no núcleo de Onuf, no corno ventral do segmento sacral da medula S2-S4. Todo controle somático (motor) dependente da vontade é exercido pelo nervo pudendo. As fibras aferentes (sensitivas) da bexiga e da uretra estão nas ramificações do plexo pélvico e atingem a medula espinal via nervos pélvicos ou hipogástricos. Dividem-se em dois grupos: (1) Fibras nocioceptivas, responsáveis pela sensibilidade dolorosa, chegam pelas raízes S2 à S4 à substância cinzenta póstero- lateral, daí pelos tratos espinotalâmicos laterais atingem o tálamo e o córtex. (2) Fibras proprioceptivas, relacionadas à percepção da distensão vesical, originam-se no detrusor e seguem pelo plexo hipogástrico até T10 - L2 na medula, daí para a ponte e para o córtex. Na fase de enchimento vesical, a continência é mantida pela complacência vesical associada à total inibição dos impulsos eferentes parassimpáticos e ativação dos eferentes simpáticos e somáticos. O córtex cerebral envia impulsos descendentes inibitórios para o centro pontino e para o nervo pélvico (parassimpático) relaxando o detrusor e impulsos excitatórios para o nervo hipogástrico (simpático) e nervo pudendo aumentando a resistência uretral. Os impulsos aferentes vesicais ativam, também, os motoneurônios do núcleo de Onuf, aumentando a atividade tônica do esfíncter uretral e, por conseguinte, a resistência da uretra. O reflexo da micção é um reflexo espinhal totalmente autônomo, mas pode ser inibido ou facilitado por centros cerebrais. (1) Potentes centros facilitadores e inibitórios no tronco cerebral, localizados principalmente na ponte. (2) Vários centros localizados no Cortez cerebral que são principalmente inibitórios, mas podem se tornar excitatórios. Os centros superiores mantêm o reflexo da micção parcialmente inibido, exceto quando se tem a vontade de urinar. Os centros superiores podem evitar a micção, até mesmo quando o reflexo da micção está presente, pela contração tônica do esfíncter vesical externo até o momento conveniente para o esvaziamento. No momento da micção, os centros superiores podem auxiliar os centros sacrais a iniciar um reflexo de micção e ao mesmo tempo inibir o esfíncter urinário externo, de forma que a micção ocorra. 28 SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI Micção voluntária: (1) Indivíduo voluntariamente contrai a musculatura abdominal aumenta a pressão na bexiga e permite que uma quantidade extra de urina, pelo aumento de pressão, entre no colo vesical e na uretra posterior, distendendo suas paredes. (2) Isso estimula os receptores de estiramento e dispara o reflexo de micção, inibindo, simultaneamente, o esfíncter externo uretral. TRATO GASTROINTESTINAL: As fibras parassimpáticas abdominais pré-ganglionares penetram nos troncos vagais anteriores e posteriores terminando nos plexos de Meissner e Auerbach. Os nervos parassimpáticos estimulam o peristaltismo, relaxam os esfíncteres e estimulam secreções. Já as fibras simpáticas pré- ganglionares entram nos nervos esplâncnicos maior e menor fazendo sinapse pós-ganglionares nos gânglios celíaco e mesentérico superior. O SNA simpático inibe o peristaltismo, contrai os esfíncteres inibindo as secreções. ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO: CONCEITO: Apresentação de um quadro agudo, no qual o paciente encontra-se com depressão do estado de consciência e/ou déficit motores. Os