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Processos 
Pedagógicos no 
Ensino das Artes 
Visuais II
Andry Marcia Lopes
Roberta Letícia Pereira Marques Cangussu
Suely Lopes Queiroz
Montes Claros/MG - 2012
Andry Marcia Lopes
Roberta Letícia Pereira Marques Cangussu
Suely Lopes Queiroz
Processos 
Pedagógicos no 
Ensino das Artes 
Visuais II
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Coordenadora do Curso a Distância de Letras/Inglês
Hejaine de Oliveira Fonseca
Coordenadora do Curso a Distância de Letras/Português
Ana Cristina Santos Peixoto
Coordenadora do Curso a Distância de Pedagogia
Maria Narduce da Silva
Autoras
Andry Marcia Lopes
Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior pela Universidade 
Estadual de Montes Claros – Unimontes. Graduada em Artes/ Artes Plásticas 
pela Unimontes. Desenvolve atividades na área de artes plásticas e realiza 
pesquisa na área da arte-educação e dos recursos midiáticos. Áreas de 
interesse: arte e educação, educação a distância, oficinas de artes visuais em 
espaços formais e não formais, pesquisa e produção em artes visuais.
Roberta Letícia Pereira Marques Cangussu
Especialista em Docência do Ensino Superior pelas Faculdades Integradas de 
Jacarepaguá – FIJ (2006). Graduada em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes 
da UFMG: Bacharel em Desenho (2001) e Licenciada em Desenho e Plástica 
(2002). Atualmente é professora no Curso de Artes Visuais do Departamento 
de Artes da Unimontes. Desenvolve atividades na área de ilustração 
convencional e digital, artes gráficas e plásticas. Áreas de interesse: poéticas 
processuais e crítica genética; pesquisa e produção audiovisual; arte abjeta; 
body art; erotismo e sexualidade; interartes. 
Suely Lopes Queiroz
Especialista em Arte/Educação pela Universidade Estadual de Montes 
Claros (Unimontes). Graduada em Educação Artística / Artes Plásticas 
pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Professora do 
Departamento de Artes da Unimontes. Professora do Programa Conexões 
Visuais da Unimontes. Professora do Projeto Trilhando as Artes Plásticas do 
Conservatório Estadual Lorenzo Fernandez.
Sumário
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Unidade 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
O ensino de Arte na Contemporaneidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
1.1 Introdução à Unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
1.2 O ensino da arte na contemporaneidade: desafios ao arte-educador . . . . . . . . . . . . .11
1.3 Leitura e releitura da obra de arte: educação do olhar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13
1.4 O ensino de arte e as novas tecnologias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27
1.5 Avaliação em Artes Visuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39
Unidade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41
Ensino de arte e cultura: Multiculturalidade, Educação do olhar e Cultura Visual . . . . . .41
2.1 Introduçãoà Unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41
2.2 O ensino da arte e a sua relação com a cultura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41
2.3 A imagem na contemporaneidade: educação do olhar e cultura visual . . . . . . . . . . 48
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .62
UNIDADE 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .63
Ensino de arte como mediação cultural: o museu e outros espaços educativos . . . . . . .63
3.1 Introdução à Unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .63
3.2 Mediação cultural: artistas, ateliês e oficinas de arte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .63
3.3 Museus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .75
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .79
Atividades de Aprendizagem – AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .83
9
Artes Visuais - Processos Pedagógicos no Ensino das Artes Visuais II
Apresentação
Prezado (a) Acadêmico (a),
Seja bem vindo a mais esta etapa do curso. Estamos na reta final do nosso curso de licen-
ciatura em Artes Visuais da Universidade Aberta do Brasil e da Universidade Estadual de Montes 
Claros (UAB/ Unimontes). A disciplina Processos Pedagógicos no Ensino das Artes Visuais II dará 
sequência ao conteúdo iniciado no 7º período, em Processos Pedagógicos no Ensino das Artes 
Visuais I. 
A disciplina Processos Pedagógicos no Ensino das Artes Visuais II tem como objetivo geral 
apresentar e discutir sobre propostas de ensino aprendizagem em artes visuais nos espaços for-
mais e não formais de ensino. 
Sendo assim, os objetivos específicos de estudos da disciplina são:
•	 Conhecer propostas que possam contribuir com a formação cultural e estética de alunos em 
arte-educação.
•	 Refletir sobre metodologias para o desenvolvimento da percepção, da imaginação, da leitu-
ra da imagem e da produção artística em espaços formais e não formais de ensino.
•	 Compreender a necessidade de atuação do arte/educador numa perspectiva multicultural, 
enfocando a educação do olhar e o rico repertório da cultura visual.
•	 Refletir sobre o papel do professor de artes como mediador da cultura visual e da educação 
patrimonial.
•	 Apresentar a metodologia da educação patrimonial para atividades educativas sobre as fun-
ções do museu e de outros espaços culturais na preservação do patrimônio cultural.
Tendo como referência a função primordial do ensino de arte, que é a formação estética do 
indivíduo, possibilitando-o conhecer sobre arte através do entendimento sobre o seu contexto 
histórico, artístico, social e cultural, como também através da autoexpressão e da alfabetização 
visual, o seu material didático foi subdividido em três unidades:
•	 Na unidade 1 discutiremos sobre o ensino de arte na educação contemporânea, assim como 
propostas de atividades acerca da leitura e releitura da imagem, as novas tecnologias e a 
arte-educação, e a avaliação no ensino de arte.
•	 Na unidade 2 focaremos o ensino de arte e a sua relação com a cultura, através de discus-
sões e propostas acerca da multiculturalidade, da educação do olhar relacionada à cultura 
visual.
•	 Na unidade 3 teremos como foco de estudos o ensino de arte como mediação cultural por 
meio de discussões e de propostas em torno do museu e de outros espaços educativos.
Acompanham todo o texto os ícones: Dicas, Para refletir, Para saber mais, Atividades e Glos-
sário, para auxiliá-lo em seus estudos e possibilitar um aprofundamento específico sobre os te-
mas abordados. Portanto, utilize-os sempre que necessário. 
Estude, pesquise, e lembre-se de contar sempre conosco!
Bons estudos!
As autoras.
11
Artes Visuais - Processos Pedagógicos no Ensino das Artes Visuais II
UNIDADE 1
O ensino de Arte na 
Contemporaneidade
Andry Marcia Lopes
Roberta Letícia Pereira Marques Cangussu
Suely Lopes Queiroz
1.1 Introdução à Unidade
Olá, acadêmicos do Curso de Artes Visuais, a Unidade 1 abre o nosso estudo sobre o ensino 
de arte na contemporaneidade e sobre os desafios e as propostas de ensino na arte-educação. 
Esperamos que este estudo contribua de maneira significativa com sua formação de arte-edu-
cador. Abordaremos estudos sobre a imagem e o seu receptor/leitor, a mediação entre arte e 
público, linguagens e materiais possíveis de serem explorados nos estudos da arte, atributos do 
professor na arte-educação, bem como discussões sobre juízo de gosto, a função da arte e o pro-
cesso de avaliação em seu ensino.
Assim, o nosso objetivo nesta unidade é:
•	 proporcionar conhecimentos e propostas possíveis de contribuir com a formação cultural e 
estética de alunos em arte-educação, bem como instigar para o desenvolvimento da per-
cepção, da imaginação, da leitura de imagem e de produções em espaços formais e não for-
mais de ensino.
Que você possa acessar nossas indicações de leitura e de sítios eletrônicos, e que possa tam-
bém buscar mais fontes de conhecimento sobre esta área tão relevante para a formação docente 
em arte. Compartilhe também com seus professores, tutores e colegas os seus conhecimentos 
e descobertas, e busque aprimorar ainda mais o seu conhecimento sobre arte e ensino, pois a 
autonomia é uma qualidade imprescindível àquele que busca por inovações e melhorias em seu 
trabalho.
Que a sua formação de licenciatura em Arte possa contribuir para que você, enquanto arte-
-educador promova o diálogo e o interesse dos seus alunos sendo mediador, interlocutor entre o 
seu aluno e o conhecimento em arte.
1.2 O ensino da arte na 
contemporaneidade: desafios ao 
arte-educador
Através da arte-educação é possível proporcionar o conhecimento em arte, e assim contri-
buir com a formação estética e cultural dos alunos. Para isso é preciso que o arte-educador traba-
lhe suas propostas de ensino de arte de maneira significativa na vida dos educandos, proporcio-
nando a relação arte/ público/artista no espaço de ensino.
No ensino de arte contemporâneo, é fundamental que os educandos, através 
de pesquisas, observações, análises e críticas, possam conhecer e analisar os 
12
UAB/Unimontes - 8º Período
processos dos artistas, das obras de arte e da multiculturalidade presente na 
arte. Para se chegar à elaboração de formas originais de produção de obras ar-
tísticas é preciso haver conhecimento suficiente de possibilidades de feitura, 
repertório imagético de referência e disponibilidade à criação. O ensino con-
temporâneo de arte deve estar atento a isso. (PIMENTEL, 2002, p.224).
Para que o educando atinja estes conhecimentos, é preciso que o arte-educador entenda 
os desafios ainda a serem superados nas propostas de seu trabalho, assim como os avanços já 
alcançados. Como salienta Barbosa (2005), através da arte-educação, é possível mediar a relação 
entre arte e o público, e muitos avanços já foram alcançados nessa mediação de ensino da arte. 
A mudança na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) é um avanço signifi-
cativo parao ensino de arte, pois a lei 5692/71 previa a arte como atividade na escola, e só com a 
lei 9394/96 a arte tornou-se disciplina obrigatória no currículo escolar. No entanto, a referida lei, 
que contempla a arte como disciplina obrigatória na educação básica, dá abertura à interpreta-
ção de que a obrigatoriedade para o ensino de arte não se aplica a todas as séries da educação 
básica. Essa situação limita ainda mais o espaço da arte na escola e o trabalho do arte-educador 
em proporcionar o contato dos seus alunos com o mundo da arte.
Outra questão importante acerca da arte-educação que ainda consiste em um grande de-
safio para o seu ensino é a subdivisão da arte em quatro linguagens, sendo estas linguagens 
contempladas no ensino de arte e abordadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN): Ar-
tes Visuais, Dança, Música e Teatro; no entanto a formação profissional do professor acontece em 
apenas uma linguagem artística, e dessa maneira, em seu trabalho em sala de aula, desenvolverá 
o ensino de arte apenas na sua área de formação, ou, se trabalhar com outra linguagem, será 
sem a formação necessária para tal. Um professor de cada linguagem artística trabalhando nas 
instituições de ensino proporcionaria aos alunos esta vivência com as quatro linguagens, porém 
esta é uma realidade ainda nãoconquistada no ensino da Arte.
Entre os desafios encontrados, a disciplina muitas vezes sofre o preconceito nas instituições 
de ensino por não ser vista como necessária e indispensável à formação humana, no entanto, o 
ensino de arte “tem uma função tão importante quanto a dos outros conhecimentos no processo 
de ensino e aprendizagem” (BRASIL, 2000, p. 19). A formação humana depende do contato com a 
arte, pois a “arte como linguagem aguçadora dos sentidos transmite significados que não podem 
ser transmitidos por meio de nenhum outro tipo de linguagem, tal como a discursiva ou a cientí-
fica” (BARBOSA, 2005, p.99).
De acordo com Barbosa e Coutinho (2009), avanços estão sendo alcançados, pois o profes-
sor de artes antes era visto como aquele que simplesmente produzia presentinhos para as datas 
comemorativas, como dia dos pais e dia das mães, mas atualmente há mais respeito, pois o arte-
-educador já é visto como o detentor de toda uma história e de toda uma contextualização da 
arte em diversas épocas. Para a autora o conteúdo apresentado em arte tem maior respeito no 
mundo contemporâneo. Mas é preciso também cientificar-se de que o acesso à arte não deve ser 
direcionado a restritos grupos, ao contrário, a arte-educação deve proporcionar uma aproxima-
ção das pessoas com o mundo da arte. 
É importante estar atento ao que salienta Barbosa e Coutinho (2009) de que os educadores 
precisam tentar desmistificar a ideia de que a arte requer um conhecimento extraordinário para 
ser compreendida, pois interpretar uma obra de arte e ter uma opinião sobre a mesma é possível 
a partir das experiências de vida de cada um. Através das experiências de vida e do constante 
contato do aluno com a arte em sala de aula e em atividades pedagógicas, é possível criar a apro-
ximação necessária entre a arte e as pessoas.
Arte e Cultura Visual devem conviver nos currículos e salas de aulas, suas imagens devem 
ser analisadas com o mesmo rigor crítico para combatermos formas colonizadoras da mente e 
dos comportamentos. (BARBOSA, 2010, p. 22).
Ciente dos avanços e dos desafios ao arte-educador, este precisa assumir-se como sujeito 
importante nesse processo de busca. Cabe ao professor de artes iniciativas e posturas de respei-
to com a disciplina que ministra, sendo este um passo essencial para o reconhecimento do ensi-
no da arte pelo corpo docente e pelos alunos em cada instituição de ensino. Estar em constante 
sintonia com a arte, visitar espaços e instituições culturais, pesquisar e produzir arte são atribui-
ções do arte-educador comprometido e consciente da relevância da sua disciplina na escola.
13
Artes Visuais - Processos Pedagógicos no Ensino das Artes Visuais II
1.3 Leitura e releitura da obra de 
arte: educação do olhar
A presença de imagens é constante no nosso cotidiano. A todo momento nos deparamos 
com as mais diversas informações visuais, muitas vezes sem tempo de haver um olhar mais re-
flexivo acerca dessa visualidade, o que resume as imagens a um caráter pouco significativo para 
aquele que não desenvolve um olhar crítico e observador. 
Como educador é importante conscientizar-se da relevância da imagem em nosso cotidia-
no bem como da importância de a mesma não ser ignorada por nossos alunos, pois a imagem 
é um recurso muito poderoso e presente na contemporaneidade. Em sua prática pedagógica é 
imprescindível ao educador um trabalho que permita aos seus alunos a apreciação, leitura e in-
terpretação das imagens, possibilitando-os assim um constante diálogo com o mundo. 
Mas o que vem a ser a leitura da imagem? Para Pillar (2009) é possível definir a leitura de 
uma imagem como a leitura de um texto que foi tecido com formas, cores, texturas e volumes. A 
autora ainda afirma que “ a leitura depende do que está a frente e atrás dos olhos” (PILLAR, 2009, 
p. 12), pois diante de uma mesma imagem é possível haver interpretações diferentes e leituras 
diversas, visto que cada indivíduo traz consigo experiências de vida que interferem na sua ma-
neira de agir, de pensar, de se comunicar e de interpretar o mundo.
No ensino de Arte, a leitura da obra artística é importante no processo de aprendizagem 
dos alunos pela possibilidade de construção de leitores mais críticos e sensíveis ao que vêem, 
pois “num país onde os políticos ganham eleições através da televisão, a alfabetização para a lei-
tura é fundamental e a leitura da imagem artística, humanizadora” (BARBOSA, 1998, p.35). 
Mas, como trabalhar a leitura de uma obra de arte? Para Buoro (2002) muitos arte-educado-
res restringem-se à transmissão de informações sobre os movimentos estéticos e a vida dos ar-
tistas, limitando sua prática docente, o que torna a leitura da imagem de pouca significância ou 
proveito. O trabalho com a arte-educação requer do docente experiência e convívio com a arte, 
pois é a partir desse convívio que o arte-educador se torna capaz de mediar o olhar do seu aluno 
à compreensão do mundo que o cerca, instrumentalizando-o para saber ver e saber compreen-
der o que ver, pois
Leitura da obra de arte é questionamento, é busca, é descoberta, é o des-
pertar da capacidade crítica, nunca a redução dos alunos a receptáculos de 
informações do professor, por mais inteligentes que elas sejam (BARBOSA, 
1998, p.40).
Para as possibilidades de proposições de leitura de uma obra, Schlichta (2009) destaca al-
guns questionamentos básicos que a maioria das pessoas fazem diante de uma obra artística 
que podem auxiliar o professor no trabalho com seus alunos, como “o que é?”, “quem fez?”, “quan-
do?”, “onde?”, “como?”, “Por quê? Com base nessas questões, a autora propõe metodologias de lei-
tura de imagens possíveis de serem exploradas em sala de aula, comoa atividade que se segue 
no box, que se trata de uma proposta de exercícios a partir da leitura de duas obras do artista 
Van Gogh, A cadeira de Van Gogh (FIG.1) e A cadeira de Gauguin (FIG.2).
BOX 1
Exercício artístico
Selecionar com os alunos imagens de diferentes tipos de cadeiras que remetem a lados 
contraditórios. Comece o exercício problematizando opostos bem simples, como, por exemplo, 
uma cadeira para uma pessoa adulta versus para uma criança, cadeira com cores e estampas di-
ferentes […] uma cadeira para uma pessoa mais madura, por exemplo, a cadeira do vovô e uma 
cadeira para um bebê. […] Nessa linha de raciocínio, peça que destaquem alguns personagens, 
podem ser do mundo do teatro, do cinema da política etc. [..] 
Por último, peça a eles tentem inventar ou imaginar e descrever como seriam as cadeiras 
desses personagens. Alémdisso, as cadeiras podem representar alguém, por exemplo, persona-
gens da história da arte: Gauguin e Van Gogh. A cadeira de Gauguin e a cadeira de Van Gogh.
Observe as pinturas de Van Gogh. Van Gogh pintou a cadeira dele com as cores amarelo e 
violeta, que para ele expressavam a claridade do dia e a esperança. No quadro A cadeira de Gau-
guin o vermelho e o verde são cores contrastantes que para Van Gogh retratram a escuridão e a 
esperança perdida.
14
UAB/Unimontes - 8º Período
Debate:
Sobre as cadeiras retratadas nas duas pinturas vemos alguns objetos. Chame a atenção dos 
alunos para esse detalhe das pinturas e problematize: qual a relação entre os objetos e o título 
das obras? […]
Que relações são estabelecidas entre o cachimbo, a bolsa de tabaco e o conceito de primiti-
vo? Entre uma cadeira de palhinha (a cadeira polaca) a de Van Gogh, simbolizada pelos seus per-
tences e uma cadeira de braços, mas dispendiosa, que pertence a Gauguin? Entre uma cadeira 
de braços, mais dispendiosa, cujos objetos, vela e livro são referências à cultura e ao zelo.
Fonte: SCHLICHTA, Consuelo. Arte e Educação: há um lugar para Arte no Ensino Médio? Curitiba: Aymará, 2009. p. 96-
98.
▲
Figura 1: Van Gogh, Vicent. A cadeira de Van Gogh, 1888. Óleo sobre tela. 
Fonte: Museu Van Gogh. Disponível em: http://www.vangoghmuseum.nl/vgm/index.jsp?page=3733&collection=451&l
ang=nl. Acesso em: 10 fev. 2012.
15
Artes Visuais - Processos Pedagógicos no Ensino das Artes Visuais II
▲
Figura 2: VAN GOGH,Vicent. A cadeira de Gauguin. 1888. Óleo sobre tela.
Fonte: Museu Van Gogh. Disponível em: http://www.vangoghmuseum.nl/vgm/index.jsp?page=3733&collection=451&l
ang=nl. Acesso em: 10 fev. 2012.
A proposta de leitura de obra artística apresentada por Schlichta (2009) é um exemplo de 
como trabalhar a leitura de uma obra. Este exercício permite levantar possibilidades de aguçar o 
interesse dos alunos pelas informações das pinturas, principalmente se junto a isso questioná-los 
sobre o tema abordado e o dia a dia de cada um. Como exemplo, pode-se perguntar em que tipo 
de assento se sentam frequentemente, em como são os assentos da escola, das suas casas, dos 
ônibus e de carros, do clube ou da praça que frequentam.
Que outros artistas poderiam ser apresentados aos alunos que também pintaram cadeiras? 
Assim como o exemplo da leitura de imagens a partir da pintura de cadeiras, pode-se lançar mão 
de muitos outros objetos e de outros artistas que os utilizaram em suas obras. O importante é 
sempre imaginar maneiras de levar o conhecimento ao aluno através da leitura, apresentando 
obras, artistas e movimentos artísticos, possibilitando ao aluno ser participativo e crítico acerca 
das imagens que o rodeiam.
ATIVIDADE
Realize uma pesquisa 
sobre diferentes obras 
artísticas que con-
tenham um mesmo 
objeto em diferentes 
contextos e proponha 
uma aula em que sejam 
realizadas leituras des-
sas obras artísticas.
16
UAB/Unimontes - 8º Período
BOX 2
Uma proposta de leitura relacionando diferentes linguagens: 
1º momento: ler o poema “Operário em construção” de Vinícius de Morais. 
2º momento: pedir alunos que desenhem o que visualizaram durante leitura. 
3º momento: Ouvir com os alunos a musica “Cidadão” na voz do artista Zé Geraldo.
4º momento: pedir que complementem seus desenhos depois de ouvirem a música
5º momento: apresentar e convidar à leitura da obra “Operários”, de Tarsila do Amaral. 
6º momento: Promover uma discussão sobre a relação dos trabalhos dos alunos com a obra 
Operários, de Tarsila com o poema e a música estudados.
7º momento: contextualização sobre a pintura, a música e o poema estudados.
1.3.1 Propondo uma aula com a obra “Última Ceia”, de Leonardo da 
Vinci
A obra
Apresente aos alunos a figura da obra a Última Ceia (FIG.3) do artista Leonardo Da Vinci e 
dialogue com os alunos sobre a pintura com base em questões como: alguém já viu esta obra 
antes? Onde? Pelo título da obra, qual seria a cena representada pelo artista? Como são as pesso-
as representadas? Você tem o hábito de sentar com a família durante as refeições? Quando vocês 
se reúnem para a ceia, é assim que se sentam à mesa? Por que o artista pintou todos de frente? 
È possível perceber na obra a expressão de cada apóstolo? Para onde está voltada a atenção das 
pessoas? É possível saber o que eles comeram na ceia? Alguém sabe que artista pintou a obra? O 
que parece está mais próximo do espectador? Que recurso o artista utilizou para dar a impres-
são de proximidade?
Contextualizando
Sempre lembrando que a leitura da obra artística é uma etapa importante da aula, mas é 
interessante contextualizar os fatos, como conversar com seus alunos sobre o que já conhecem a 
respeito do artista, informando-os sobre o período e os acontecimentos em que a obra foi pinta-
da e estabelecendo relações da pintura com os demais fatos sociais. Informações sobre a técnica 
utilizada, como o afresco,e também do uso da perspectiva, e de características das pinturas do 
Figura 3: DA VINCI, 
Leonardo. A última 
Ceia. 1495-1497. Óleo e 
têmpera sobre gesso.
Fonte:Disponível em: 
http://multiplosestilos.
blogspot.com/2010/02/
ultima-ceia-leonardo-da-
-vinci.html. Acesso em 12 
fev. 2012.
▼
17
Artes Visuais - Processos Pedagógicos no Ensino das Artes Visuais II
Renascimento podem complementar as informações sobre esta obra. Apresentar informações 
do artista Leonardo Da Vinci aos alunos como a de ter realizado estudos matemáticos e também 
estudos sobre a anatomia humana e animal e os ter utilizado em suas pinturas e desenhos, como 
também de ter dado início a muitas invenções seja nas artes, como o afresco e o esfumato, seja 
na ciência,como a máquina de guerra, ou na engenharia, como o sistema de abastecimento de 
água e de esgoto. 
Produzindo
Uma produção artística possível é dividir a turma em equipes e pedir que cada equipe ob-
serve a figura da obra mais uma vez e imagine algo que poderia ser acrescentado à pintura de 
Da Vinci, caso fosse pintada na contemporaneidade. O elemento que complemantará a pintura 
pode fazer parte de qualquer espaço da cena, seja sobre a mesa ou nas roupas das pessoas, seja 
depois da janela ou no primeiro plano da pintura. Peça que desenhem o elemento ou elementos 
que a equipe escolheu para complementar a obra. 
Anexe a figura da obra na parede (isso pode ser feito com uma impressão em tamanho 
maior ou um datashow refletindo a obra. Ou mesmo entregar uma impressão da obra em tama-
nho menor para cada equipe), e peça que cada equipe mostre e dialogue com a turma com os 
colegas sobre o que desenharam para complementar a cena e que colem seus desenhos sobre a 
imagem, complementando-a.
BOX 3
Por que trabalhar com Da Vinci? 
[…] Antes de mais nada, Da Vinci foi um criador .Cientista que dominava vários meios de in-
vestigação, ele acreditava na possibilidade de concretização de suas invenções: sonhava, criava, 
projetava, construía e muitas vezes incluía essas pesquisas em seus trabalhos artísticos. […] Suas 
obras mais populares são a última Ceia e a Monalisa, esta envolvida numa aura enigmática que 
até hoje suscita diversas interpretações.
Estudar a vida e a obra de Leonardo da Vinci é travar conhecimento com um estudioso da 
natureza, da anatomia e da geometria, com um pesquisador dedicado que realizou inúmeras ex-
periências técnicas e científicas.
Em Da Vinci pode-se perceber a frágil dicotomia entre razão e emoção, ou mesmo entre arte 
e ciência. Nas poucas pinturas que conhecemos, observamos sua sensibilidade no tratamento do 
claro-escuro, na composição, na proporção e na relação entre os elementos da linguagem visual.
Fonte: ARSLAN, Luciana; IAVELBERG, Rosa. Suplemento Didático Leonardo da Vinci, p. 2. Disponível em: http://literatura.
moderna.com.br/catalogo/encartes/85-16-01508-4.pdf. Acessoem: 20 fev. 2012.
1.3.2 Propondo uma aula sobre o Surrealismo de Salvador Dali
Sensibilizando
Antes de apresentar a imagem aos alunos, converse com eles sobre sonhos: quem acredita 
que o sonho traz alguma mensagem? O que sonham têm ou não uma relação com o que vivem 
na realidade? Com que frequência têm sonhos? O que sonham são fatos impossíveis de acon-
tecer na vida real? Já tiveram sonhos que não gostariam de acordar, ou, ao contrário, tentaram 
acordar para parar de sonhar? Se fosse para desenhar um sonho absurdo que tiveram, seria pos-
sível?
A obra O Sono
Apresente a obra aos alunos (FIG.4). Peça que observem e estabeleça um diálogo sobre 
algumas questões: quando você olha para a imagem, com o que se que parece? Em que lugar 
acontece a cena? O que é possível de observar na pintura? Em que está apoiada a figura princi-
pal? O que se encontra ao fundo da cena? Alguém se incomoda com o que vê na imagem? Por 
quê? Esta é uma cena real? Qual a relação da obra com seu título? Qual é o apoio da figura cen-
tral? É confortável? Como são as cores da pintura? Por que o artista teria escolhido estas cores? 
Os olhos estão fechados, mas parece que está dormindo?
DICA
Como a pintura foi 
realizada por Da Vinci 
de acordo com uma 
passagem da bíblia, ao 
propor o fazer artís-
tico pode-se realizar 
a leitura do referido 
evangelho (João 13:21) 
apenas para que os alu-
nos imaginem a cena e 
reflitam sobre a inter-
pretação na pintura.
Outros artistas também 
pintaram ou esculpiram 
a Santa Ceia, o que abre 
mais uma possibilidade 
de trabalho com os alu-
nos, pedindo-lhes que 
realizem uma pesquisa 
sobre estas obras e 
apresentem à turma.
18
UAB/Unimontes - 8º Período
Sensibilizando
Converse com a turma sobre fatos estranhos e situações inusitadas: quem já teve ideias que 
ele próprio considerou estranhas? Já imaginou objetos que não existem, mas poderiam ser cria-
dos? Quem já se imaginou fazendo algo muito fora do comum em um espaço cheio de pessoas? 
Já parou para pensar nos segredos que a natureza esconde? E as várias situações que podem 
acontecer perto de nós que muitas vezes não percebemos? Quem já ouviu alguma coisa e ima-
ginou que tivesse ouvido outra? E quem já viu um objeto ou uma situação, ou leu algum aviso, 
mas depois percebeu que não era o que havia visto ou interpretado antes? Alguém já viu algo e 
depois teve dúvidas se realmente tinha visto? Alguém já pensou na possibilidade de cada um de 
nós não ver exatamente o que o outro vê?
Obra Rosto Paranóico
Apresente a obra na posição horizontal (FIG.5) e peça que descrevam a cena. Observe se ha-
verá contradição entre o que veem. O que é? O que lembra? Onde é? 
Depois de algum tempo apresente a imagem em posição vertical (FIG.6). Peça que obser-
vem novamente e descrevam a cena. O que lembra? Só diga o título da obra no final. Alguém viu 
o rosto antes de colocá-lo na posição vertical? 
◄Figura 4: DALI, Salvador. 
O sono.Óleo sobre tela.
Fonte: Disponível em: 
http://artefontedeco-
nhecimento.blogspot.
com/2010/07/salvador-
-dali-o-sono-pintura.html. 
Acesso em: 20 fev. 2012.
◄Figura 5: DALI, Salvador. 
Rosto Paranoico. 
Fonte: Disponível em: 
http://sentidosesentires.
zip.net/. Acesso em: 20 fev. 
2012.
19
Artes Visuais - Processos Pedagógicos no Ensino das Artes Visuais II
Contextualizando
Converse com os alunos sobre o Surrealismo, movimento artístico que iniciou em 1924, e 
que tinha grande relação com o irracional, com o irreal e que os artistas apresentavam em sua 
obras cenas distantes da realidade, possíveis de existir nos sonhos ou no insconsciente. Contem-
ple informações importantes sobre o movimento artístico Surrealista: fale sobre a origem desse 
movimento artístico, embasado na psicanálise de Freud, e de ter acontecido não apenas nas ar-
tes plásticas, mas também na literatura, no teatro e no cinema. Estabeleça um diálogo de proxi-
midade entre os alunos e as obras, argumentando sobre o motivo por que muitas vezes as pes-
soas utilizam o termo surreal para definir situações estranhas e sem sentido. 
Apresente o artista e as obras aos alunos: Salvador Dali foi um grande representante desse 
movimento artístico e suas obras se tornaram famosas no mundo, não apenas na pintura, mas na 
literatura, no teatro, e na fotografia. Apresente informações de pesquisas sobre as obras, como 
em o Sono as muletas utilizadas pelo artista dando sentido à fragilidade que é o mundo real, 
representado pelo cachorro, a casa, a mulher, que se encontram ao redor da cabeça que lembra 
um lençol. 
Contextualize as informações: o artista e o movimento artístico dentro do período histórico. 
Apresente informações sobre o Rosto Paranóico. Conte sobre a personalidade do artista, apre-
sente outras imagens do artista.
Com base nas obras, chame a atenção dos alunos para a visão diferente que cada um pode 
ter sobre uma mesma situação, ou para gostar ou não de algo, sobre a importância de respeitar a 
opinião dos outros. Conte curiosidades sobre as criações do artista Salvador Dalí.
◄Figura 6: Rosto 
Paranoico (posição 
vertical). Salvador Dalí. 
Fonte: Disponível em: 
http://sentidosesentires.
zip.net/. Acesso em: 20 fev. 
2012.
20
UAB/Unimontes - 8º Período
O fazer artístico
Antes da aula, prepare o material: recorte de revistas velhas, palavras e figuras soltas e colo-
que em uma caixa. Tampe a caixa e abra um orifício apenas para enfiar a mão. Passe a caixa pelos 
alunos e peça que selecionem dois ou três papéis de figuras ou palavras que se encontram na 
caixa. O que for selecionado pelo aluno deve ser colado em um papel sulfite. O aluno deve criar 
a sua própria obra a partir da colagem, seja com lápis, tinta, ou mais recortes de revista. Após o 
fazer artístico, peça que os alunos apresentem seus trabalhos aos colegas, e antes de cada um ex-
plicar o que fez peça que a turma tente interpretar o trabalho do colega,e que depois o aluno fale 
a respeito das sua produção e da interferência que realizou. Exponha os trabalhos para a turma.
1.3.3 Releitura da obra de arte
O trabalho com releitura de obra artística no ensino de arte é muitas vezes confundido sim-
plesmente com propostas de realização de cópias de obras, mas para Pillar (2009) esta é uma 
concepção errônea, pois há uma grande distância entre a releitura e a cópia, visto que na cópia 
não se cria algo novo, ao contrário do que ocorre na releitura, pois o que se deve buscar nesta 
proposta é a reinterpretação da obra, atribuindo-lhe novos significados, e não apenas propor a 
simples reprodução de uma imagem pronta. 
Ao longo da história da arte muitos artistas lançaram mão da releitura em seus trabalhos. 
Uma obra bastante famosa e muito utilizada em releituras é a Monalisa (FIG.7), pintura de Leo-
nardo Da Vinci. 
DICA
Esta é apenas uma 
possibilidade de traba-
lho com o movimento 
artístico Surrealista. 
A leitura de poemas 
surrealistas associada 
ao fazer artístico, e 
o fazer artístico com 
base em desenhos que 
se relacionam com os 
sonhos de cada um são 
outras possibilidades 
de sensibilizações.
PARA SABER MAIS
O movimento Surre-
alista começou em 
1924 com o Manifesto 
Surrealista de André 
Breton e procurava “a 
comunicação com o 
irracional e o ilógico, 
deliberadamente deso-
rientado e reorientando 
a inconsciência por 
meio do inconscien-
te” (Bradley, 2001, 9). 
Disponível em: http://
literatura.moderna.
com.br/catalogo/en-
cartes/85-16-01961-6.
pdf Acesso em 20 de 
fevereiro de 2012
◄Figura 7: DA VINCI, 
Leonardo.Monalisa. 
Óleo sobre tela. 
Fonte: Disponível em: 
http://madebydih.blogs-
pot.com/2011/06/mona-
-lisa.html. Acesso em: 20 
fev. 2012.
21
Artes Visuais - Processos Pedagógicos no Ensino das Artes Visuais II
Artistas como Fernando Botero, SalvadorDali e Ro-
mero Brito reinterpretaram esta pintura renascentista, 
dando-a novos significados. Na pintura do artista Bo-
tero (FIG.8), por exemplo, veremos uma Monalisa com 
formas mais arredondadas e sem as proporções anato-
micamente realistas da Monalisa de Leonardo Da Vinci.
Salvador Dali, por sua vez, cria seu autorretrato 
apropriando-se da pintura (FIG.9). “Dali não só rompe 
com todos os valores artísticos que a pintura renas-
centista representa, mas também se diverte colocando 
os seus famosos bigodes no rosto da Monalisa” (SCHLI-
CHTA, 2009, p.118).
O mesmo acontece com a pintura do artista bra-
sileiro Romero Brito (FIG.10), que reinterpreta a obra 
de Da Vinci com formas coloridas e geométricas, subs-
tituindo a figura humana pela figura de uma gata, um 
animal sempre presente nas obras do artista.
Observe que nas releituras citadas houve um diá-
logo com a pintura renascentista original, e a ela foram 
atribuídos novos significados, estes de acordo com a 
visão de cada artista que se apropriou da imagem, dei-
xando presente o seu estilo. Reler uma obra, portanto, 
é diferente de copiá-la, pois ao contrário da tentativa 
de reprodução, o artista faz uma nova leitura, criando 
assim uma nova obra artística a partir da anterior, sem 
perder a relação com a obra que o inspirou.
A leitura e a releitura do espectador diante de 
uma obra artística relacionam-se de acordo com cada 
época, pois a percepção e os conhecimentos de cada 
indivíduo estão diretamente ligados à sua experiência 
de vida e ao seu contexto estético, cultural e social; 
PARA SABER MAIS
Romero Brito é um 
artista brasileiro que 
nasceu em Recife, 
Pernambuco em 1963, 
e se tornou famoso no 
mundo por seus traba-
lhos. O artista realiza 
pinturas e esculturas 
com cores vibrantes e 
formas geométricas. 
Acesse o site oficial do 
artista e saiba mais a 
seu respeito.
http://www.britto.com.
br
PARA SABER MAIS
Fernando Botero é um 
pintor e escultor que 
nasceu em 1932 em 
Medellin, na Colômbia. 
Artista famoso pelos 
volumes e formas ar-
redondadas presentes 
em suas figuras huma-
nas. Saiba mais sobre 
o artista, acessando: 
http://taislc.blogspot.
com/2009/02/fernan-
do-botero.html
◄Figura 8: BOTERO, 
Fernando.Monalisa. 
Óleo sobre tela. 
Fonte: Disponível em: 
http://www.paintinghere.
com/painting/Monali-
sa_11279.html. Acesso em: 
20 fev. 2012.
◄Figura 9: DALI, 
Salvador. Autorretrato. 
Montagem fotográfica 
de Philipe Halsman. 
Fonte: Disponível em 
http://arcasdearte.
blogspot.com/2010/09/
algumas-versoes-de-mo-
na-lisa.html. Acesso em: 20 
fev. 2012.
◄Figura 10: BRITO, 
Romero. Mona Cat. 
Acrílico sobre tela.
Fonte: Disponível em: 
http://linguagemeafins.
blogspot.com/2011/04/
pintores-e-afins-romero-
-britto-110411.html. Acesso 
em 20 fev. 2012.
22
UAB/Unimontes - 8º Período
cada pessoa tem sua maneira própria de ver e de interpretar os fatos, por isso a importância em 
haver a contextualização das obras artísticas, pois “o mais importante é que fique clara a contex-
tualização histórica da produção artístico-estética no processo de ensinar/aprender arte” (MAR-
TINS, PICOSQUE e GUERRA, 1998, p.81). 
Outro exemplo de releitura e contextualização da obra são as releituras das obras do artista 
Diego Velázquez, realizadas pelo pintor espanhol Pablo Picasso (FIG.11).
Antes de propor a releitura com seus alunos, é interessante que o arte-educador reflita so-
bre a sua proposta e de qual seria a relação desta com o real significado da releitura. De acordo 
com Barbosa (2005a), há uma confusão de muitos professores acerca da releitura e do fazer ar-
tístico, pois, antes da criação da proposta triangular, o aluno era levado apenas a se expressar ar-
tisticamente, e, depois da triangulação, muitos professores, na tentativa de proporcionar as três 
fases no processo de ensino da arte, entenderam que o fazer artístico resumir-se-ia à releitura e 
que esta seria apenas a cópia da obra artística que fora estudada pelos alunos. 
Nos anos 80 foi criada e difundida no Brasil uma abordagem do ensino de arte 
que […] hoje mais concretamente chamamos de Proposta triangular.
Mas o que vem a ser isso? A contextualização propõe que se contextualize a 
obra não só por via histórica, mas também social, biológica, psicológica, antro-
pológica, etc.[...] A leitura da obra de arte (que recentemente tem sido chama-
da de apreciação) propõe uma leitura do mundo e de nós neste mundo […]
E o fazer? […] Ficou sendo a tal da releitura [...] o que tenho visto são os profes-
sores que trabalham a releitura como cópia. (BARBOSA, 2005a, p. 143-145)
Para Buoro (2002) essa confusão tem pouco a contribuir com a construção do conhecimen-
to. A autora ainda acrescenta que,
sem sombra de dúvida, [...] uma das propostas de aulas mais frequentemente 
realizadas por educadores de artes visuais constitui-se na assim denominada 
Figura 11: As meninas 
(detalhe). Original de 
Velázquez (esquerda) 
e releitura de Pablo 
Picasso (direita). 
Fonte: Disponível em 
http://s3.amazonaws.com/
imbw/attachments/41/
Picasso_As_Meninas_me-
dium.jpg Acesso em: 02 
mar. 2012.
►
23
Artes Visuais - Processos Pedagógicos no Ensino das Artes Visuais II
releitura da obra de arte, entendida por muitos como uma cópia elaborada pe-
los alunos com base na imagem que lhes é oferecida. Se realizada dentro desse 
modelo, pouco ou nada acresecenta ao conhecimento da construção da ima-
gem produzida pelo artista. (BUORO, 2002, p. 21-22).
Então, como trabalhar adequadamente a releitura em sala de aula? Barbosa (2005a) ainda 
salienta que há várias possibilidades, o mais importante é saber como conduzir a aprendizagem 
do aluno, visto que é o professor de Arte que deve proporcionar o espaço para o mesmo criar e 
expressar-se. O arte-educador deve mediar conhecimentos acerca da obra que servirá de inspira-
ção, pois a obra não é apenas a figura que o aluno visualiza, mas também resultado de um pro-
cesso cultural e social, e o aluno precisa ter o conhecimento em arte que juntar-se-á ao aos seus 
sentimentos e expressões, para assim dar forma a uma nova criação. 
Na leitura existe um diálogo entre leitor e obra , num tempo e espaços preci-
sos. Já na releitura há um diálogo entre textos visuais, intertextos, dos quais 
podem se valer para novas criações. Ambas são produções de sentido que ex-
plicam relações de um texto visual com o contexto. (MONTEIRO e MOSTAFA 
2010, p. 205).
Tomemos como base dois exemplos citados por Barbosa (1998) acerca da releitura da obra 
Quem somos? Onde Estamos? Para onde Vamos? do artista Paul Gauguin (1848 – 1903) (FIG.12). 
Barbosa (1998) enfatiza que teve acesso às releituras produzidas e as classificou como dois traba-
lhos distintos (conforme visualização da FIG.13), sendo o primeiro trabalho apenas uma reprodu-
ção, e o segundo, uma releitura de fato.
Em preparação para o congresso Mundial do InSEA as escolas de Montreal tra-
balharam acerca da obra de Gauguin e milhares de reproduções da obra Quem 
somos? Onde estamos? Pra onde Vamos? Foram distribuídas para os estudantes. 
Um dos distritos escolares resolveu levar as crianças a fazerem, combinando 
desenho, pintura e colagem os jogos americanos para o jantar de gala do en-
cerramento do congresso. Posso oferecer aqui dois exemplos dos resultados. 
O primeiro demonstrando um trabalho superficial do professor, que pouco 
estimulou a leitura da obra com seus alunos e estava preocupado apenas em 
fazer uma peça do jogo americano. Já outro professor dedicou quatro aulas à 
leitura da obra, relacionou com história e geografia, fizeram navegações virtu-
ais no computador entre França e o Taiti, falaram de diferentes religiões, etc. O 
resultado foi um trabalho aproveitando poucas figuras recortadas da obra es-
tudada, reorganizadas em uma narrativana qual a imaginação e a construção 
pessoal dominaram. (BARBOSA, 1998, p. 78)
Dessa maneira, percebe-se que, para se chegar a um trabalho bem sucedido de releitura, é 
preciso que o arte-educador exercite profundamente o trabalho com a leitura da obra com seus 
alunos.
◄Figura 12: GAUGUIN, 
Paul. Quem somos? 
Onde Estamos? Para 
onde Vamos? 1897-98. 
Óleo s/ tela. 
Fonte: Disponível em 
http://www.artknowled-
genews.com/Museum_of_
Fine_Arts_Boston_Whe-
re_do_we_come_from.
html. Acesso em:5mar. 
2012.
24
UAB/Unimontes - 8º Período
1.3.3.1 A releitura como fazer artístico 
Como professor de arte, o importante é direcionar a aula, propondo e possibilitando o exer-
cício da criação, levando o aluno a conhecer arte e se expressar artisticamente. Durante a apre-
ciação possibilite que os alunos se expressem sobre suas interpretações, e, ao contextualizar, 
possibilite o conhecimento sobre o período em que a obra foi criada, e para isso compartilhe 
conhecimentos sobre os fatos históricos, sociais, culturais, criando um diálogo acerca da visão 
de cada um sobre o período, estabelecendo relações com a obra artística apresentada. Proponha 
pesquisas que estimulem os alunos a conhecerem mais sobre a obra com a qual irá trabalhar.
A apropriação da imagem como fazer artístico é uma proposta que no exercício da releitura 
pode trazer resultados interessantes, havendo a apropriação de uma imagem ou fragmento da 
obra original. 
Nesta proposta é possível reler a obra original e criar algo novo, atribuindo-lhe novas ideias, 
mensagens e interpretações. A atividade da apropriação da imagem pode ser realizada com re-
cortes de revistas e outros materiais, com auxílio de um programa de computador, ou apenas 
através do desenho, como acontece na FIG. 15, em que houve uma releitura da obra “O Grito” 
(FIG.14) do artista Edward Munch (1863- 1944).
PARA SABER MAIS 
InSEA, citada por Bar-
bosa (1998) Internatio-
nal Society for Education 
Through Art é uma 
grande organização 
que integra arte educa-
dores de todos os graus 
de ensino e profissio-
nais relacionados com 
educação artística em 
contextos de educação 
não formais como mu-
seus, centros culturais, 
galerias, ateliers, etc. É 
um network importan-
te para todos os que 
trabalham na área da 
educação artística e 
cultural porque fornece 
uma plataforma de 
contatos entre pessoas 
e instituições.
Fonte: APEC. Dis-
ponível em http://
www.apecv.pt/index.
php?option=com_cont
ent&task=view&id=162
&Itemid=72
Acesso em: 05 mar. 
2012.
Figura 13: Releituras 
a partir da obra de 
Gauguin. 
Fonte: BARBOSA, 1998, 
p. 78.
►
25
Artes Visuais - Processos Pedagógicos no Ensino das Artes Visuais II
Ao realizar a apropriação, proporcione ao 
seu aluno a oportunidade de falar sobre a ex-
periência vivenciada, permitindo que se mani-
feste sobre os motivos que o levaram a colocar 
a imagem naquela situação ou naquele con-
texto, e que compartilhe com os colegas suas 
produções.
Utilizar uma nova linguagem é também 
uma proposta de releitura que pode propor-
cionar resultados interessantes. Neste caso a 
proposta do fazer artístico acontece a partir 
de uma linguagem que seja diferente da lin-
guagem artística da obra original. Para isso é 
possível interpretar um poema com desenho, 
fotografia ou escultura; ou interpretar uma 
pintura em escultura, assim como uma escul-
tura em poema, etc. 
Ao propor este exercício, o professor 
pode também lançar mão de apresentar aos 
alunos artistas que realizaram releituras utili-
zando linguagens diferentes da obra original, 
como, por exemplo, o artista brasileiro Vik Mu-
niz, que realizou diversas apropriações como a 
da obra “Narciso na fonte” (FIG.16), de Carava-
ggio (FIG.17). 
PARA SABER MAIS
Conheça mais so-
bre o artista Edvard 
Munch (1863-1944) 
e suas obras. Acesse 
http://www.edvard-
-munch.com/gallery/
anxiety/scream.htm 
Para acessar o site do 
artista traduzido para 
o português, digite 
“Edvard Munch” no site 
de busca, localize o site 
acima indicado e clique 
em traduzir a página.
◄Figura 14: MUNCH, 
Edvard. O grito. 
Têmpera e paste sobre 
tela. 
Fonte: Disponível em: 
http://www.edvard-mun-
ch.com/gallery/anxiety/
scream.htm. Acesso em: 25 
fev. 2012.
◄Figura 15: Releitura de 
O Grito (trabalho de 
um aluno da Escola 
Municipal Diogo Leite).
Fonte: Disponível em: 
http://ellenpeliciari.
arteblog.com.br/26195/
Releituras-feitas-da-
-tela-O-GRITO-de-Edvard-
-Munch-Aluno-do-1-ano-
-do-E-M-Diogo-B-Leite/. 
Acesso em: 25 fev. 2012.
26
UAB/Unimontes - 8º Período
Figura 17: MUNIZ, Vik.
Narciso na fonte. Técnica 
mista.
Fonte: Disponível em: 
http://www.ignezferraz.
com.br/mainportfolio4.
asp?pagina=Artigos&cod_
item=2436. Acesso em 25 
fev. 2012.
►
◄Figura 16: 
CARAVAGGIO, 
Michelangelo.Narciso 
na fonte. Óleo sobre 
tela. 
Fonte: Disponível em: 
http://www.ignezferraz.
com.br/mainportfolio4.
asp?pagina=Artigos&cod_
item=2436. Acesso em: 25 
fev. 2012.
27
Artes Visuais - Processos Pedagógicos no Ensino das Artes Visuais II
Na FIG. 18 apresentamos uma imagem de releitura encontrada sobre a obra “A dama com 
Arminho”, do artista Leonardo da Vinci.
Independente da escolha do professor ao propor o exercício da releitura, o importante é 
que seja uma proposta que possibilite nutrir os alunos de conhecimento, visto que este trabalho 
não se resume ao que fazer, mas, sim, em como conduzir uma aula que oportunize ao aluno con-
dições de explorar a sua criação.
1.4 O ensino de arte e as novas 
tecnologias
Não se pode ignorar o fato de as novas tecnologias hoje estarem direta ou indiretamente pre-
sentes na educação, visto que o contato com a informatização torna-se na maioria dos lares um 
costume comum, rotineiro, que intefere no hábito e no modo de pensar e de agir dos indivíduos. 
Com base nos fatos atuais, pode-se seguramente afirmar que 
o processo de informatização da sociedade é inevitável, e que 
o meio cultural participa ativamente desse processo. (ROCCO, 
1996, p.45).
Estar atento a essas inovações é de extrema relevância para o professor, pois, como fazer 
com que haja uma proximidade na sua relação com o aluno se não há da sua parte uma estreita 
relação com a informação que o aluno vivencia em casa ou nas ruas? Na área da arte-educação 
explorar as novas tecnologias pode possibilitar ao aluno um campo rico em conhecimento e de 
acesso à arte e a outras culturas, pois
◄Figura 18: Releitura de A 
dama com Arminho.
Fonte: Disponível em: 
http://releiturasemcliques.
blogspot.com.br/. Acesso 
em: 03 mar. 2012.
28
UAB/Unimontes - 8º Período
Antes do computador, nosso acesso a obras de arte dava-se apenas por meio 
de livros caríssimos, que no Brasil eram produzidos principalmente pelos ban-
cos para presenter a clientes no fim do ano, pois até os catálagos eram raros e 
em preto e branco. Nós professores de Arte e alunos, ficávamos a ver navios. 
Que professor tem capital suficiente para ser considerado bom cliente de ins-
tituições financeiras, tão bom que justifique ganhar um presente do banco no 
fim do ano? (BARBOSA, 2005, p.105).
Desse modo, o professor de Arte pode lançar mão de recursos valiosos em suas aulas, capazes 
de auxiliar no processo do conhecimento e da criação dos alunos. Porém deve haver um discerni-
mento para o melhor direcionamento das atividades nas aulas, na utilização da tecnologia, pois
[...] para alguns trabalhos ou estudos, pode ser preferível utilizar um material/
técnica tradicional; para outros, determinado meio/tecnologia é o mais indica-
do. O bom senso, o conhecimento e o desejo, juntos, vão direcionar a escolha 
justificada de determinado caminho a ser seguido. (PIMENTEL, 2002, p.118).
De acordocom Pimentel (2002), o arte-educador, trabalhando com meios tradicionais ou 
com recursos tecnológicos contemporâneos, deve sempre se preocupar com a aprendizagem 
de conhecimentos em arte, pois, muitas vezes, o professor na exploração de recursos tecnoló-
gicos não proporciona ao aluno pensar a imagem. "Isso acontece quando o professor deixa sim-
plesmente o aluno em frente à máquina, usando os recursos do programa, sem que daí advenha 
qualquer tipo de conhecimento artístico." (PIMENTEL, 2002,p.115).
Com o uso da tecnologia como aliada do ensino-aprendizagem em arte, é preciso estar 
atento em como explorar os recursos tecnológicos e em como adequar os meios utilizados com 
o conteúdo em arte a ser trabalhado.
Ao se optar por usar um ou mais recursos tecnológicos, essa escolha deve justi-
ficar-se pela melhor adequação da expressão artística possibilitada por esse ou 
esses meios. O ideal é que @ alun@ tenha experiências com atividades e ma-
teriais diversos - câmera fotográfica (tradicional ou digital) / vídeo / scanner / 
computador / ateliê / fotocópia- para que, conhecendo-os, possa pensar Arte 
de forma mais abrangente. (PIMENTEL, 2002, p.116).
É sabido sobre as limitações encontradas para o trabalho com a tecnologia em sala de aula 
em muitas escolas, como o acesso restrito a computadores, à internet e até mesmo a recursos 
tecnológicos mais simples. "Muitas vezes, é a resistência do professor que impede esse acesso; 
outras é o contexto discriminatório que o faz" (PIMENTEL, 2002, p.115). Porém, as possibilidades 
de uso das tecnologias deve ser assunto de pesquisa e de discussões para a arte-educação, pois, 
diante de algumas limitações, ainda é possível buscar alternativas específicas, como divisão de 
equipes para utilização de uma máquina fotográfica ou mesmo de um celular. Segundo Pimen-
tel (2002), talvez seja preciso pensar primeiramente em como garantir o acesso às tecnologias 
contemporâneas a alunos e professores, pois é esse acesso que garantirá a construção desses 
conhecimentos. 
Esta reflexão é relevante para o ensino da arte, pois o professor, muitas vezes, encontrará 
limitações para utilizar recursos tecnológicos em suas aulas, porém ter acesso às tecnologias e 
realizar produções artísticas a partir da sua utilização, bem como ter acesso a esses meios são ati-
vidades que fazem parte da formação do arte-educador contemporâneo, que deve estar atento 
às possibilidades em explorar tais recursos com os educandos.
1.4.1 O computador, a Internet e a arte-educação
Explorando recursos em programas de computador é possível realizar a manipulação de 
imagens, sejam estáticas (fotografia) ou em movimento (vídeo). A criação da imagem a partir de 
uma imagem já existente ou mesmo a partir da criação de uma nova imagem "pode ser pensa-
da e repensada mais amplamente quando se tem a oportunidade de utilizar meios tecnológicos 
contemporâneos" (PIMENTEL, 2010, p.117). Esta manipulação acerca dos recursos disponíveis nos 
software de manipulação de imagens associadas à arte-educação, sendo bem conduzida pelo 
professor, pode propiciar o domínio de tratamento da imagem junto ao aprendizado sobre arte.
DICA
Observe que todos 
os seus conhecimen-
tos sobre arte até 
aqui estudados serão 
importantes para o 
seu trabalho com a 
arte-educação. Por isso, 
realize uma pesquisa 
nos materiais didáticos 
das disciplinas do seu 
curso e reflita sobre as 
disciplinas estudadas 
que proporcionaram 
atividades e discus-
sões acerca das novas 
tecnologias e do ensino 
de arte.
29
Artes Visuais - Processos Pedagógicos no Ensino das Artes Visuais II
Através da utilização do computador é possível realizar em pouco tempo uma atividade que 
levaria tempo maior se esta tecnologia não fosse explorada, como: 
[...] a escolha da cor mais adequada ou da composição mais apro-
priada pode ser um exercício a ser feito com bastante rapidez 
no computador, sendo possível economizar tempo e materiais. 
(PIMENTEL, 2002, p.117).
Já o computador associado à internet torna possível um trabalho mais abrangente, como pro-
mover a busca por diversos museus do mundo, assim como acesso a obras de arte e biografias de 
artistas, acesso a conhecimentos sobre as diferentes culturas, e demais estudos relevantes na área 
das artes. São recursos valiosos que permitem a ampliação do conhecimento desde simples pesqui-
sas sobre arte até a buscas e explorações mais elaboradas capazes de aprofundar conhecimentos.
Ao utilizar a internet é importante que o professor esteja atento aos sítios de pesquisa que 
indicar aos alunos, e assim evitar informações errôneas e desencontradas. Procure sempre pes-
quisar em sítios oficiais. Sítios sobre artistas e curiosidades sobre arte, vídeos disponibilizados 
em sítios eletrônicos, jogos interativos e até mesmo a criação de perfis em redes sociais que pos-
sam proporcionar o conhecimento em arte são recursos válidos para o trabalho com a arte-edu-
cação aliada à internet.
Em relação aos museus virtuais, há disponíveis sítios eletrônicos que possibilitam o acesso 
a diversos museus capazes de contribuir com informações relevantes ao conhecimento cultural 
dos alunos. Barbosa (2005) chama a atenção para o fato de haver nos sítios de museus e de expo-
sições pouca ajuda para a educação do pesquisador-leitor, mas que ainda assim há museus que 
contribuem com o visitante e melhor o direcionam na sua visita; por isso é interessante que a 
proposta do professor de arte esteja bem direcionada, sendo possível lançar mão da visita virtual 
e ao mesmo tempo conduzir sua aula com vistas a atender os objetivos a que se propunha com a 
visita. Para isso é interessante acessar o sítio e se informar das possibilidades oferecidas em cada 
museu e exposição.
Em meio às pesquisas, cada professor verá sobre os recursos oferecidos no sítio eletrônico 
pesquisado. Diante das possibilidades oferecidas, será destacado aqui o projeto brasileiro Era Vir-
tual Museus, que disponibiliza alguns museus do estado de Minas Gerais, como o Museu Guig-
nard. Porém,salientamos que a pesquisa nos diversos sítios é válida, e a demonstração aqui apre-
sentada trata-se apenas de uma das possibilidades a serem exploradas. 
O projeto Era Virtual Museus (FIG. 19) teve início em 2008 com o intuito de promover a visi-
tação virtual a diversas instituições brasileiras de cultura. Acessando o sítio eletrônico do projeto 
é possível visualizar exposições de museus de alguns estados do Brasil como Minas Gerais, Santa 
Catarina, Goiás e Rio de Janeiro. Segundo informações presentes na apresentação do projeto, o 
intuito do mesmo é continuar virtualizando exposições de muitos outros museus brasileiros ain-
da não oferecidas.
▲
Figura 19: Página inicial Era Virtual Museus.
Fonte: Disponível em: http://www.eravirtual.org/pt/. Acesso em: 25 fev. 2012.
DICA
Consulte 100 maneiras 
de utilizar o Face-
book em sala de aula. 
Acesse: http://noticias.
universia.com.br/des-
taque/noticia/2012/05/ 
25/936671/100-manei-
ras-usar-facebook-em-
-sala-aula.html
PARA SABER MAIS
A seguir, alguns sítios 
para visitas a museus
Museus brasileiros: 
•	htpp:/www.victor.
brecheret.nom.br
•	htpp://www.mabe.
com.br
•	htpp://www.casade-
portinari.com.br
•	htpp://www.	dicaval-
canti.com.br
Museus internacionais:
•	htpp://www.museo-
thyssen.org
•	htpp://www.christus-
rex.org
•	htpp://museomoran-
di.it
•	htpp://www.louvre.fr
•	htpp://www.moma.org
•	htpp://www.gugge-
nheim.org
•	htpp://vangoghmu-
seum.nl
•	htpp://rembrandthuis.
nl
PARA SABER MAIS
Em fevereiro de 2011 
foi criado o Google Art 
Project, um site que 
permitiu a visitação a 
17 museus de todo o 
mundo. O acesso per-
mite visitações a parte 
do acervo dos museus. 
Em 2012, o número de 
participantes passou 
para 151 museus, entre 
eles dois museus brasi-
leiros, a Pinacoteca do 
Estado de São Pauloe o 
Museus Arte Moderna 
de São Paulo (MAM, 
SP). Leia mais em 
http://www1.fo-
lha.uol.com.br/
ilustrada/1071082-
-google-art-project-
-libera-visita-virtual-
-a-pinacoteca-e-ao-
-mam.shtml
30
UAB/Unimontes - 8º Período
Acessando o sítio eletrônico clique em Visitas Virtuais e veja os museus disponíveis para vi-
sitação ou clique diretamente sobre a imagem e nome do museu presentes na página inicial. Ao 
acessar o sítio do museu, selecione a bandeira referente ao idioma em que deseja que se abra a 
página para a visita virtual. Aguarde abrir a página do museu (FIG. 20).
A FIG. 21 ilustra a página de acesso ao Museu Guignard. Observe que, ao abrir a página no 
canto inferior esquerdo, encontram-se disponíveis os acessos de museu: selecione os espaços de 
visitação.
Com o mouse clique nas setas selecionando o acesso para cima, para baixo, ou para os lados 
direito e esquerdo (FIG. 21 e 22).
Figura 20: Fachada do 
museu Guignard. 
Fonte: Disponível em: 
http://www.eravirtual.org/
guignard_br/. Acesso em: 
25 fev. 2012.
►
Figura 21: Acesso às 
obras disponíveis no 
Museu Guignard virtual.
Fonte: Disponível 
em:http://www.eravirtual.
org/guignard_br/. Acesso 
em: 25 fev. 2012.
►
31
Artes Visuais - Processos Pedagógicos no Ensino das Artes Visuais II
Ao propor a visitação virtual aos seus alunos, é interessante que prepare antes a sua aula: 
realize uma pesquisa no sítio que será visitado, analisando o que pode ser explorado na visitação 
e como a aula será direcionada. È importante pensar sobre o tempo necessário para a vistação, 
a disponibilidade de computadores com acesso à internet, assim como pensar sobre quaisquer 
dificuldades que possam dificultar a atividade com os alunos. Pensar a aula e prepará-la com an-
tecedência é uma tarefa imprescindível ao docente para que se obtenha sucesso nos resultados. 
BOX 4
SUGESTÃO DE AULA: Como criar uma galeria virtual de arte
Objetivo - Apreciar acervos online.
Conteúdo - Arte visual.
Anos 4º e 5º.
Tempo estimado 15 aulas.
Material necessário
Computadores com acesso à internet, mapa-múndi e lista dos grandes museus de arte no 
mundo.
Flexibilização- Para alunos com deficiência visual
Para ajudar os alunos cegos a navegar pelas galerias virtuais vale lançar mão de softwares 
específicos para este fim, como o Jauss, por exemplo. Mesmo assim, procure saber, antecipada-
mente, que noções este aluno tem sobre as artes visuais (em especial sobre a pintura) e faça com 
que os colegas sirvam como narradores das obras consultadas - comentando para o aluno cores, 
formas e elementos que devem ser observados. No Google Art Project há uma série de pequenos 
textos explicativos das obras, que podem ser consultados pelo aluno cego com a ajuda do pro-
fessor ou dos softwares já mencionados. Se necessário, antecipe algumas etapas e conte com a 
ajuda do AEE no contraturno. Você pode preparar materiais em braile sobre artistas e obras e im-
primir algumas pinturas, ressaltando elementos com cola de relevo, para que o aluno aprimore 
sua apreciação.
Desenvolvimento 
1ª etapa
Pergunte se alguém já visitou museus de arte e sabe os critérios para organizar uma coleção 
de arte. Explique que o curador é o responsável pelo trabalho e que, com base em propostas, 
escolhe as obras. 
◄Figura 22: Visualização 
da pintura Retrato de 
Homem, de Guignard 
na visita virtual ao 
Museu Guignard. Óleo 
sobre tela.
Fonte: Disponível em: 
http://www.eravirtual.org/
guignard_br/. Acesso em: 
25 fev. 2012.
32
UAB/Unimontes - 8º Período
2ª etapa
Apresente a lista dos grandes museus e situe alguns no mapa-múndi para mostrar o quão 
distantes estão do Brasil. Questione como a turma imagina que a internet pode ser útil para en-
curtar as distâncias. Explique que certas instituições disponibilizam parte do acervo na rede e 
que o Google Art Project reúne várias delas.
3ª etapa
Divida as crianças em trios e incentive a navegação pelo Art Project. Sugira que visitem vá-
rios museus. Chame a atenção para os tipos de coleção exibidos (arte moderna, por exemplo), o 
ambiente (pintam as paredes ou utilizam cenários, por exemplo) e oriente o uso da ferramenta 
de zoom.
4ª etapa
Divida as crianças em trios ou quartetos e sorteie um museu para cada um. Peça que nave-
guem por ela, apreciando o acervo, para apresentá-la aos colegas mais tarde. Se possível, como ta-
refa de casa, o grupo deve explorar todas as instituições na internet para que haja um debate após 
as apresentações. Supervisione as visitas virtuais e as apresentações, acrescentando observações.
5ª etapa
Convide os alunos a criar uma galeria virtual no Art Project e divulgá-la por e-mail para a 
comunidade escolar. Os critérios para a seleção das obras podem ser vários - o gênero (como 
paisagem ou retrato), a época ou a nacionalidade do artista, por exemplo. É possível também 
organizar uma galeria que apresente os destaques de cada museu. A turma deve recorrer ao que 
aprendeu durante a pesquisa e às apresentações da etapa anterior para fazer as escolhas.
6ª etapa
Com o acervo pronto, peça que cada estudante escreva uma legenda e registre na galeria. 
Sugira explorar o site novamente para buscar os elementos que normalmente o compõe (como 
informações a respeito do artista e técnica utilizada). Organize também a elaboração do texto de 
apresentação da coleção, para ser enviado por e-mail à comunidade escolar, juntamente com o 
endereço virtual da galeria, e providencie o envio das mensagens.
Produto final: Coleção virtual de arte.
Avaliação
Reúna as crianças para conversar sobre a relevância da preservação da memória da produ-
ção artística da humanidade e a respeito das perspectivas possíveis para a elaboração de um 
acervo. Busque nas falas dos alunos exemplos relacionados à experiência da visita virtual feita 
com o Google Art Project e analise os critérios usados para montar a galeria.
Consultoria: Maria José Spiteri. Professora da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul) e da 
Universidade São Judas Tadeu. 
Fonte: Revista Escola Abril. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/arte/pratica-pedagogica/como-criar-gale-
ria-virtual-arte-624703.shtml. Acesso em: 22 jan. 2012.
1.4.2 Os recursos audiovisuais na arte-educação
De acordo com Pimentel (2002) a imagem ganha a cada avanço tecnológico mais e mais 
possibilidades de apropriações de ressignificação, seja pela fotografia, vídeo, scanner, computa-
dor, câmera digital ou a fotocópia, colaboram muito coma evolução do conhecimento dos alu-
nos e com o desenvolvimento das aulas de arte, principalmente se estiverem voltadas para uma 
abordagem triangular.
O scanner pode transferir para o computador tanto a imagem já impressa 
quanto a imagem de objetos sobre ele depositados. A imagem reproduzida 
por fotocópia (xerox) pode direcionar para um trabalho em que o foco deseja-
do seja o forte contraste, por exemplo (PIMENTEL, 2002, p.116).
Ao trabalhar com a fotografia é possível exercitar um olhar mais aguçado, além de explorar 
recursos básicos da câmera e de possibilitar uma aproximação entre o aluno e os trabalhos artís-
ticos desta linguagem.
Já “o vídeo, mais do que imagem fixa, viabiliza através de cópias, a difusão de informações 
visuais e verbais” (PILLAR e VIEIRA, 1992, p.11). Pillar e Vieira (1992), em pesquisa realizada pelo 
institulo Arte na Escola, acerca da utlização do vídeo como recurso didático nas aulas de artes 
visuais, na conclusão da pesquisa propuseram algumas orientações que hoje são também rele-
vantes e podem ser aplicadas pelo arte-educador ao utilizar o vídeo nas aulas. A pesquisa foi re-
alizada em duas cidades dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina com 538 alunos 
GLOSSÁRIO
Software JAUSS: pro-
grama de computador 
que realiza ‘leitura’ de 
textos na internet.Fonte: Revista Escola 
Abril
Disponível em http://
revistaescola.abril.com.
br/lingua-portuguesa/
pratica-pedagogica/
irregularidades-orto-
graficas-consulta-ao-
-dicionario-621900.
shtml
PARA SABER MAIS
Atendimento Educacio-
nal Especializado (AEE),
é um serviço da edu-
cação especial que [...] 
identifica, elabora, e 
organiza recursos peda-
gógicos e de acessibili-
dade, que eliminem as 
barreiras para a plena 
participação dos alu-
nos, considerando suas 
necessidades específi-
cas (SEESP/MEC, 2008). 
* O AEE complementa 
e/ou suplementa a 
formação do aluno, 
visando a sua autono-
mia na escola e fora 
dela, constituindo 
oferta obrigatória pelos 
sistemas de ensino. 
Disponível em: http://
espacoaee.blogspot.
com.br/2010/07/aten-
dimento-educacional-
-especializado.html
33
Artes Visuais - Processos Pedagógicos no Ensino das Artes Visuais II
do ensino formal e não formal das redes pública e particular e faixa-etária entre 7 e 50 anos de 
idade. Segundo as autoras, ao final da pesquisa, foi possível constatar que a duração ideal para 
apresentação de vídeos sobre arte nas aulas seria de aproximadamente 15 minutos, considerado 
este tempo pelas autoras como nem curto nem longo demais. 
Ainda segundo as autoras, embora os vídeos didáticos (que enfocavam sequência de movi-
mentos artísticos, comparando obras, estilos e épocas) tenham tido grande importância para o 
entendimento de história da arte, foram os vídeos documentais (que mostravam artistas traba-
lhando em atelier e falando sobre suas produções) os mais enriquecedores e que propiciaram o 
envolvimento dos alunos na leitura e na produção em arte.
Como salienta Pillar (2009), em estudos realizados sobre o vídeo, ou imagem em movimento 
como se refere a própria autora, no caso das crianças, estas demonstram maior interesse pelo 
plano da expressão do que pelo plano do conteúdo, ou seja, o interesse maior está mais focali-
zado nos movimentos e nas cores do que na narrativa verbal, por isso uso do vídeo torna-se tão 
enriquecedor para a aula.
É válido considerar que as obras de arte reprozidas em livros, catálogos ou revistas são ma-
teriais de grande valor no trabalho com a leitura da imagem, sendo a imagem móvel (vídeo) mais 
uma das possibilidades do trabalho de ensino da arte.
BOX 5
O DVD nas aulas de Arte: um auxílio às proposições das aulas
O Instituto Arte na Escola é uma organização social que incentiva e qualifica o ensino da 
arte através da formação continuada de professores da educação básica. Em relação aos recursos 
midiáticos é disponibilizado um acervo com grande número de DVDs, sendo estes distribuídos 
gratuitamente pelo Ministério da Educação (MEC) nas escolas de ensino público. Por isso, acon-
selhamos que você realize uma pesquisa na escola onde já trabalha ou que venha a trabalhar e 
procure pelo material. Caso não localize o acervo de DVDs, peça à direção da escola para entrar 
em contato com o MEC e se informe sobre a aquisição do referido material pela escola. 
Acesse o sítio eletrônico/ clique em Midiateca/ digite sua pesquisa e visualize os catálogos 
de DVD disponíveis com proposições para suas aulas.
Acessando o sítio arte na Escola é possível também participar dos fóruns de discussões com 
os demais professores, compartilhar relatos de experiências sobre aulas de Arte, visualizar foto-
grafias e propostas já realizadas nas aulas dos colegas já inscritos, e também receber informati-
vos via email. Acesse e realize seu cadastro no site www.artenaescola.org.br
◄Figura 23: Página inicial 
do sítio Arte na Escola.
Fonte: Disponível em 
www.artenaescola.org.br. 
Acesso em: 03 mar. 2012.
34
UAB/Unimontes - 8º Período
BOX 6
Aula utilizando a fotografia e o vídeo
Proposição de aula trabalhada pelas arte-educadoras Andry Lopes, Carmirene Vieira e Dil-
ma Klem em pesquisa do Instituto Arte na Escola com professoras do ensino infantil em Montes 
Claros – MG.. Esta proposta, adaptada de acordo com cada faixa-etária, pode ser trabalhada com 
alunos do ensino fundamental e do médio.
Plano de Aula – Macrofotografia
TEMA: A fotografia e a percepção do olhar
DURAÇÃO: 4 horas/a
PÚBLICO ALVO: professoras pesquisadas do CEMEI Mundo da Criança.
OBJETIVO GERAL: 
Relacionar conhecimentos sobre Arte e fotografia, trabalhando a sensibilidade estética do 
olhar através dos trabalhos de Juarez Silva.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 
Conhecer os trabalhos fotográficos do artista Juarez Silva;
Estimular a percepção e a sensibilidade estético-visual para detalhes comumente não obser-
vados.
METODOLOGIA: 
1º momento (30 min): pedir que cada participante caminhe aos arredores da escola com 
uma máquina fotográfica em mãos, observando e registrando detalhes, objetos e/ou situações 
não perceptíveis comumente, fotografando o escondido, o oculto, o camuflado.
2º momento (15 min): transferência e seleção das fotografias realizadas por cada participan-
te para o computador. 
3º momento (20 min): Cada participante deverá apresentar aos demais suas fotografias, im-
pressões e relatos sobre as imagens captadas. Durante as apresentações, promover discussões 
em grupo sobre as percepções e o olhar particularizado.
4º momento (20 min): Apresentar o 1º e o 3º bloco do DVD Arte na Escola Macrofotografia, 
fotógrafo Juarez Silva.
5º momento (15 min): Apresentação de imagens de algumas fotografias apresentadas no 
DVD do artista Juarez Silva, contextualizando informações sobre vida e obra do artista. 
6º momento (20 min): Apresentação em Power point de imagens diversas relacionadas ao 
olhar perceptivo, imagens como: nuvens que lembram objetos, bichos ou pessoas; árvores que 
sugerem a forma humana ou outras formas, bichos camuflados na natureza, etc.
Figura 24: visualização 
do mapa rizomático/ 
catálogo do DVD Arte 
na Escola.
Fonte: Disponível em: 
http://www.artenaescola.
org.br/dvdteca/pdf/arq_
pdf_33.pdf. Acesso em: 03 
mar. 2012.
►
GLOSSÁRIO
Macrofotografia ou 
fotografia macro: é 
um ramo da fotografia 
que está voltada para 
a captura de imagens 
de pequenos objetos, 
mostrando pequenos 
detalhes não obser-
vados ou invisíveis ao 
olho nu.
35
Artes Visuais - Processos Pedagógicos no Ensino das Artes Visuais II
7º momento (40 min): Exercício Haicai: Andar pela sala ao som da música amassando um 
papel; depois observar o papel procurando formas; com uso de lápis colorido e grafite, desenhar 
em outro papel as formas percebidas no papel que amassara; Nomear o desenho criado e criar 
um poema na estrutura Haicai apenas com adjetivos para o desenho (o poema, na estrutura hai-
cai é feito no verso da folha do mesmo desenho).
8º momento (20min): cada aluno vai à frente, apresenta seu desenho, e, enquanto os cole-
gas observam sua produção, realiza a leitura do poema por ele criado (que se encontra no verso).
9º momento (20min): Discussão em grupo sobre o DVD apresentado, sobre os trabalhos do 
artista Juarez Silva e suas relações com a atividade realizada no início da aula. Discussão sobre a 
percepção visual e conhecimento estético.
RECURSOS: máquina fotográfica, data-show, computador, papel ofício, lápis de cor, lápis gra-
fite, giz de cera, vídeo Juarez Silva (Arte na Escola).
Exemplo de poema haicai para atividade proposta no planejamento: 
Francisco (1 linha/nome desenho)
Louco animado (qualidades para o desenho/ 2 linhas)
Fechado misterioso alegre (3 linhas)
Corredor pirado abelhudo jovem (4 linhas)
Simpático curioso amigo escondido delicado transparente (5 linhas)
dedicado faceiro ligado animador (4 linhas)
aéreo alto desconfiado (3 linhas)
feliz conquistador (2 linhas)
Francisco (1 linha: repete nome da 1ª linha)
Utilizar a relação de mais de um recurso tecnológico “pode gerar imagens muito interessan-
tes e significativas”, que levem

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