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Pagamento e Extinção de Obrigações

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Adimplemento e extinção das obrigações do pagamento
	Noção
Pagamento significa cumprimento ou adimplemento de qualquer espécie de obrigação. Pode ser direto e indireto (mediante consignação, p. ex.). Constitui o meio normal de extinção da obrigação. Esta pode extinguir-se, todavia, por meios anormais (sem pagamento), como nos casos de nulidade ou anulação.
	Natureza Jurídica
Predomina o entendimento de que o pagamento tem Natureza contratual, ou seja, resulta de um acordo de vontades, estando sujeito a todas as suas normas.
	Requisitos de validade
a) a existência de um vínculo obrigacional;
b) a intenção de solvê-lo (animus solvendi);
c) o cumprimento da prestação;
d) a pessoa que efetua o pagamento (solvens);
e) a pessoa que o recebe (accipiens).
	Quem deve pagar
a) o devedor, como principal interessado;
b) qualquer interessado na extinção da dívida (art. 304). Só se considera interessado quem tem interesse jurídico, ou seja, quem pode ter seu patrimônio afetado caso não ocorra o pagamento, como o avalista e o fiador. Estes podem até consignar o pagamento, se necessário;
c) terceiros não interessados (que também podem consignar), desde que o façam em nome e por conta do devedor, agindo, assim, como seu representante ou gestor de negócios (hipótese de legitimação extraordinária, prevista na parte final do art. 6º do CPC). Não podem consignar em seu próprio nome, por falta de interesse. Se pagarem a dívida em seu próprio nome (não podendo, neste caso, consignar), têm direito a reembolsar-se do que pagarem, mas não se sub-rogam nos direitos do credor (art. 305). Só o terceiro interessado se sub-roga nesses direitos (art. 346, III). Se pagarem a dívida em nome e por conta do devedor (neste caso, podem até consignar), entende-se que quiseram fazer uma liberalidade, sem qualquer direito a reembolso.
	A quem se deve pagar
■ O pagamento deve ser feito ao credor, a quem de direito o represente ou aos sucessores daquele, sob pena de não extinguir a obrigação (art. 308).
■ Mesmo efetuado de forma incorreta, o pagamento será considerado válido se for ratificado pelo credor ou se for revertido em seu proveito (art. 308, 2ª parte).
■ Há três espécies de representantes do credor:
a) legal;
b) judicial; e
c) convencional.
O art. 311 considera portador de mandato tácito quem se apresenta ao devedor portando quitação assinada pelo credor, “salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante”.
■ Será válido, também, o pagamento feito de boa-fé ao credor putativo, isto é, àquele que se apresenta aos olhos de todos como o verdadeiro credor (art. 309).
■ O pagamento há de ser efetuado a pessoa capaz de fornecer a devida quitação, sob pena de não valer se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente o reverteu (art. 310).
	Objeto do pagamento
■ O objeto do pagamento é a prestação. O credor não é obrigado a receber outra, “diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa” (art. 313).
■ As dívidas em dinheiro “deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes” (art. 315), que preveem a possibilidade de corrigi-lo monetariamente.
O CC adotou, assim, o princípio do nominalismo, pelo qual se considera como valor da moeda o valor nominal que lhe atribui o Estado no ato da emissão ou cunhagem.
■ Na dívida em dinheiro, o objeto da prestação é o próprio dinheiro, como ocorre no contrato de mútuo. Quando o dinheiro não constitui o objeto da prestação, mas apenas representa seu valor, diz-se que a dívida é de valor.
	Prova do pagamento
■ Pagamento não se presume, e sim prova-se pela regular quitação fornecida pelo credor. O devedor tem o direito de exigi-la, podendo reter o pagamento e consigná-lo se não lhe for dada (arts. 319 e 335, I).
■ O CC estabelece três presunções, que facilitam a prova do pagamento, dispensando a quitação:
a) quando a dívida é representada por título de crédito, que se encontra na posse do devedor;
b) quando o pagamento é feito em quotas sucessivas, existindo quitação da última; e
c) quando há quitação do capital, sem reserva dos juros, que se presumem pagos (arts. 322, 323 e 324).
	Lugar do pagamento
■ O local do cumprimento da obrigação pode ser livremente escolhido pelas partes e constar expressamente do contrato.
■ Se não o escolherem, nem a lei o fixar, ou se o contrário não dispuserem as circunstâncias, efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor. Neste caso, a dívida é quérable(quesível), devendo o credor buscar o pagamento no domicílio daquele.
■ Quando se estipula, como local do cumprimento da obrigação, o domicílio do credor, diz-se que a dívida é portable (portável), pois o devedor deve levar e oferecer o pagamento nesse local. A regra geral é a de que as dívidas são quesíveis. Para serem portáveis, é necessário que o contrato expressamente consigne o domicílio do credor como o local do pagamento.
	Tempo do pagamento
■ As obrigações puras, com estipulação de data para o pagamento, devem ser solvidas nessa ocasião, sob pena de inadimplemento e constituição do devedor em mora de pleno direito (art. 397), salvo se houver antecipação do pagamento por conveniência do devedor (art. 133) ou em virtude de lei (art. 333, I a III).
■ Caso não tenha sido ajustada época para o pagamento, o credor pode exigi-lo imediatamente (art. 331), salvo disposição especial do CC.
■ Nos contratos, o prazo se presume estabelecido em favor do devedor (art. 133).
Do Adimplemento das Obrigações
Conceito de Pagamento – Pagamento em sentido amplo ou execução voluntária é o mesmo que implemento, adimplemento, prestação, solução. É quando extingue-se a obrigação, realizando-se o conteúdo.
Pagamento Direito – É o ato pelo qual o devedor cumpre a obrigação, tal qual ficou convencionado no Liame obrigacional, sem alteração do objeto e das outras disposições estabelecidas.
Pagamento Indireto – É a forma de cumprimento da obrigaçãp especial, na qual o legislador trás a possibilidade de pagamento acontecer de forma indireta, dentre elas : 
Consignação, da ação, sub-rogação, compensação, confusão, remissão etc...
Quem pode pagar - Na relação jurídica como regra geral , é o devedor que deverá cumprir a obrigação. Porém, é permitido que terceiros solvam a mesma , chamados de “3°s interessados” aqueles que podem sofrer os efeitos do inadimplemento. Ex: avalistas, fiadores, sócios etc... Também existem os “3°s não interessados” juridicamente, tendo apenas o interesse moral , pessoal, afetivo com o devedor .
2.1) Pagamento em nome do devedor – através de procurador ou representante.
* Credor Putativo – é aquele que aos olhos do pagador, trata-se do verdadeiro credor. Ex: herdeiros aparentes se passando pelo verdadeiro locador .
Arts – 304,ao 308 CC
Do Pagamento Indireto - ( consignação de pagamento ) 
Conceito – Pagamento em consignação consiste no depósito pelo devedor da coisa devida ( objeto ) como objetivo de liberar-se da obrigação. Sendo assim um meio indireto de pagamento ou pagamento especial . É o instituto jurídico no qual o devedor por sua mera liberalidade pode exercitar o cumprimento de sua obrigação, colocando subsequentemente em mora o credor . “ Inversão de mora “ .
Terminologia – Devedor ( consignante ) Credor ( consignatário ), Objeto ( consignado )
Obs- Tratando-se de bens imóveis, o pagamento é feito de maneira simbólica, por ex: entregando-se as chaves . Muita atenção nas modalidades de obrigações de fazer e de não fazer, pois sua natureza jurídica não pode ser objeto de consignação em pagamento.
Anatocismo – juro sobre juro .
Requisitos de validade : Para que a consignação em pagamento se materialize, é necessário que todas as características incicialmente pactuadas entre credor e devedor permaneçam intactas. Ou seja, não poderá ser alterada as pessoas, o objeto, o modo e o tempo do Liame Obrigacional.
Modalidades – Somente quando o objeto for dinheiro, em instituição bancária oficial ( BB ou CEF ) ficando os valores depositadosaté a manifestação do credor. ( Extra Judicial ). Ou de forma Judicial, através de devido processo, com tutela Jurisdicional
Levantamento do Depósito – a ) antes da aceitação = tem o devedor total liberdade para efetuar o levantamento do objeto dado. b) depois da aceitação= somente com anuência do credor.
Obs – Julgado procedente o depósito, não poderá mais o devedor reaver o depósito efetuado.
Arts – 334 à 340 CC 
Meio Indireto de Pagamento 
( Imputação de Pagamento ) 
Conceito – A imputação do pagamento consiste na indicação ou na determinação da dívida à ser quitada quando uma pessoa se encontra obrigada por dois ou mas débitos da mesma natureza à um só credor. É efetuado o pgamento parcial da obrigação total .
“ O Direito Positivo dá a liberalidade ao devedor de escolher qual débito pagará primeiro “ 
Requisitos : 
Multiplicidade de Débitos – 
Identidade entre credor e devedor
Débitos da mesma natureza
Débitos líquidos e vencidos
Pagamento deve cubrir qualquer débito.
Dação em Pagamento 
 Arts – 356 ,357,359 CC – ( A dação em pagamento tem como funcção , possibilitar que o Liame Obrigacional venha a ser extinto com a entrega de objeto diverso daquele que ficou estipulado inicialmente entre as parte , mediante a permissibilidade do credor . 
Confusão 
( Meio indireto de pagamento ) – opera-se a confusão quando se reunir na mesma pessoa a figura de credor e devedor, tornando impossível jdcamente acontecer o pagamento . Isso pode acontecer por situações alheias ao liame obrigacional. ( Art 381 CC ) A confusão pode ser total ou parcial, dependendo do numero de solidários atrelados ao Liame Obriagacional
Compensação 
Conceito- A compensação é um meio indireto de pgto entre pessoas que ao mesmo tempo são credores e devedores reciprocamente. Sendo que o limite da existência do crédito recíproco dar-se-á até onde se compensarem, podendo ocorrer parcialmente ou totalmente .
Natureza Jdca – Liberatória e tem por finalidade extinguir a obrigação.
Forma- Total ou parcial, dependendo dos valores negociados e compensados .
Requisitos / modalidades – 
a) Legal : Reciprocidade de débitos ( só ocorre entre credores e devedores originais do Liame – Art 376 CC 
b) Liquidez das dívidas – É necessário identificar a expressão numerica , ou seja, valor patrimonial .
c) Exigibilidade da Obrigação – Somente poderá ser objeto, a exigibilidade da obrigação , podendo ainda ser divida vencida por outra não vencida.
Homogeneidade das prestações – Deve haver fungibilidade das prestações de acordo com o art 369 CC 
d) Existência de Débitos – Deve constar no Liame .
Compensações proibidas por Lei – Valores a título de pensão alimentícia, salário superior á 1/3. 
Novação 
Trata-se da criação de uma nova obrogação para extinguir uma anterior, trazendo o adimplemento da obrig primitiva.
Natureza Jdca – Sem previsão legal , sem interferência do legislador, dependendo apenas do “Animus Novandi “
Requisitos – 
Existencia de obrigação anterior, criação de nova obrigação, animus novandi.
Espécies – 
Novação Objetiva – Ocorre quando as partes de uma relação obrigacional convencionam a criação de uma nova obrigação, alterando o objeto da prestação ( art 360 CC ) Diferentemente da Dação em Pgto, onde há alteração do objeto, não se cria nova obrigação, mas sim, extingue-se a mesma . Na Novação , cria-se uma nova obrigação, mas o cumprimento pode não acontecer, ( maioria das vezes não ocorre de forma imediata ) .
Novação Subjetiva – Ocorre quando há substituição dos sujeitos da relação jdca, podendo acontecer de 3 formas :
Novação do Devedor – ocorre mediante a substituição do devedor, Tb chamada passiva , Art 360 II CC 
Novação do Credor – Quando acontecer a substituição de credores, Tb conhecida por ativa Art 360 III CC
Mista – Não possui previsão legal, ficando a critério das partes.
Efeito – Extinção da obrigação primitiva, criando-se uma nova .
Obs- Novação Subjetiva Passiva – Ocorre qdo novo credor ingressa , acarretando a extinção da obrigação do devedor. Pode ocorrer por DELEGAÇÂO – com consentimento do devedor ou por EXPROMISSÂO, qdo ocorre sem o consentimento do devedor . 
Remissão/Perdão
Quando ocorre a liberação do devedor. Efetuada através do Animus de Perdoar do credor, com a aceitação do devedor, trazendo-se assim a extinção da obrigação, Tb considerado pelo legislador como sendo um meio indireto de pagamento .
Requisitos_-
Animus de Perdoar – Ato volitivo , devendo ser em regra, expresso. Tb podendo ocorrer de forma verbal ou tácita. Por questão de segurança jdca, recomenda-se sempre que a remissão seja documentada, evitando conseqencias em eventuais arrependimentos . 
Aceitação do Devedor – Deve haver a anuência do devedor, declarando Tb a sua vontade em relação a Remissão. Pois é dado à ele, por questões morais, a possibilidade de efetuar o pgto, cumprindo-se assim, sua obrigação, Caso o credor não queira receber , poderá então o devedor utilizar-se da Consignação . 
Espécies – 
Total – Ocorre quando o credor perdoa a dívida em sua totalidade 
Parcial – Quando parte da dívida ainda persiste após a remissão 
Efeitos – Extinção da Obrigação.
Sub Rogação
Conceito – Ato de subrogar-se pelo qual se substitui um indivíduo ou coisa por outra na relação jdca, servindo como meio indireto de pgto. Fazendo então que o devedor primitivo fiqe liberado do Liame Obrigacional, ou ainda, quando outro objeto tma o lugar com os mesmos ônus e atributos da primeira . 
Natureza Jdca – Extinção da Obrigação.
Efeitos – 
1º- Caráter Translativo – Um dos efeitos trazidos pela obrigação é pela transferência da relação obrigacional.
2º- Caráter Liberatório – Libera um dos seu jeito do Liame Obrigacional .
 Modalidades – 
( art 346 CC ) 
Legal – Opera-se de pleno dto . Hipótese de o devedor ter mais de m credor , pois se duas pessoas são credoras do mesmo devedor, opera-se a sub-rogação legal. Qalquer dos sujeitos ativos paga ao credor preferencial . Acontece a sub-rogação pois o pagador ficará com todos os direitos tal qual fosse o credor preferencial .
Obs – A Hipoteca é um dto real de garantia incidente sobre imóveis , fazendo com que seja possível o ingresso de 3º interessadi ou não , realizar o pgto para evitar a excussão do imóvel. O 3º é o que pode ter afetado seu patrimônio, ex – fiadores e avalistas . 
 ( Art 347 CC ) 
Convencional – Quando as partes por mera liberalidade estipulam através da vontade que ocorrerá a sub rogação ( vontade das partes ) 
Diferença entre Cessão e Sub Rogação ?
R – Na sub rogação a obrigação deve ser solvida . Na Cessão o que ocorre é a transferência da obrigação . 
Diferença entre Novação e Sub Rogação ? 
R – Novação cria nova obrig./ Sub Rogação extingue. 
Transação ( art 840 ao 850 CC )
Conceito:
- É o intituto que dá a a permissibilidade às partes porem fim ao litígio, nascendo assim um contrato bilateral de forma volitiva mediante concessões mútuas.
Natureza Jdca: 
- Tem caráter de extinção da obrigação mediante acordo entre as partes.
Efeito:
-Extinção da obrigação.
Obs – Numa transação após efetivada não poderá haver rescisão posterior.

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