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1 SANTA CRUZ – ENGENHARIA DE PRODUÇÃO – 1 / 2015 DESENHO TÉCNICO – Prof. Alberto Taveira AULA 2 3 - A GRAFITAÇÃO TÉCNICA: para Engenharias &Arquitetura Cuida com exatidão da perpendicular e das paralelas perfeitas. Com apurado rigor. Sem esquadro, sem nível, sem fio de prumo, traçarás perspectivas, projetarás estruturas. Número, ritmo, distância, dimensão. Tens os teus olhos, o teu pulso, a tua memória. Cecília Meirelles (1901-1964, poetisa, pintora, professora e jornalista brasileira) O desenho deve ser bem paginado, em pranchas padronizadas com margens e carimbo com informações precisas, limpo e sem rasuras. Com traços homogêneos e espessuras de linha diferenciadas que identifiquem e facilitem a compreensão dos elementos desenhados. Apresentar textos com caracteres claros que não gerem dúvidas ou dupla interpretação. Cotas e demais indicações que permitam a boa leitura e perfeita execução da obra, peça ou objeto. Devemos seguir sempre as normas de desenho corrente. No início pode parecer difícil, mas com a prática, tudo fica mais fácil. A base para a maior parte dos desenhos técnicos é o ponto e a linha, cuja essência é a continuidade. Em um desenho constituído somente de linhas, a informação transmitida (espaço volumétrico; definição dos elementos planos; sólidos e vazios; profundidade; curvas; linhas de construção ou chamada; cotas; etc.) depende fundamentalmente das diferenças percebidas através do peso visual e dos tipos de linhas usados. 3.1 - As linhas As linhas são os principais elementos do desenho técnico. Além de definirem o formato, dimensão e posicionamento das paredes, portas, janelas, pilares, vigas, objetos, peças, furos e etc., determinam as dimensões e informam as características físicas de cada elemento projetado. Sendo assim, estas deverão estar perfeitamente representadas dentro do desenho. As linhas de um desenho normatizado devem ser regulares, legíveis (visíveis) e devem possuir contraste umas com as outras. Nas plantas, cortes e fachadas, para sugerir profundidade, as linhas sofrem uma gradação no traçado em função do plano onde se encontram. As linhas em primeiro plano – mais próximo – serão sempre mais grossas e escuras, enquanto as do segundo e demais planos visualizados – mais afastados – serão menos intensas sucessivamente. 2 Traço forte – As linhas grossas e escuras são utilizadas para representar, nas plantas baixas e cortes, projeções, vistas, planos e seções, todos os elementos interceptados pelo plano de corte. No desenho a lápis pode-se utilizar a lapiseira 0,5 e retraçar a linha diversas vezes, até atingir a espessura e tonalidade desejadas, ou então utilizar-se o grafite 0,9, traçando com a lapiseira bem vertical. Com o uso de nanquim a pena pode ser 0,6; Traço médio – As linhas médias, ou seja, finas e escuras, representam elementos em vista ou tudo que esteja abaixo do plano de corte, como peitoris, soleiras, mobiliário, ressaltos no piso, paredes em vista, peças ou suas partes, etc. É indicado o uso do grafite 0,5, num traço firme, com a lapiseira um pouco inclinada, procurando girá-la em torno de seu eixo, para que o grafite desgaste-se homogeneamente mantendo a espessura do traço único. Para o desenho a tinta pode-se usar as penas 0,2 e 0,3; e Traço fino – Para linhas de cota ou construção do desenho que não precisam ser apagadas, utiliza-se linha bem fina. Nas texturas de piso ou parede (azulejos, cerâmicas, pedras, etc.), as juntas são representadas por linhas finas. Também para linhas de cota, auxiliares e de projeção. Utiliza-se normalmente o grafite 0,3, ou o grafite 0,5 exercendo pequena pressão na lapiseira. Para tinta, usa-se as penas 0,2 ou 0,1. IMPORTANTE Textos e outros elementos informativos podem ser representados com traços médios. Títulos ou informações que precisem de destaque poderão aparecer com traço forte. Como vimos, as linhas são a base do desenho. Combinando-se linhas de diferentes tipos e espessuras, é possível descrever graficamente qualquer peça que se queira produzir, com clareza e riqueza de detalhes. De acordo com a ABNT, as linhas básicas recomendadas para o desenho técnico são as seguintes: 3 linha para arestas e contornos visíveis - traço continuo e largo (0,7mm), indicando todas as partes visíveis do projeto, determinando-lhe o contorno; linha para arestas e contornos não visíveis - traço interrompido (0,5mm), indicando todas as partes não visíveis de um desenho; linha de centro e eixo de simetria - traços e pontos alternados (0,35), indicando a metade do desenho; linha auxiliar - traço contínuo e estreito, auxiliar para linha de cota, indicando limites de uma medida; e linha de cota - traço estreito e contínuo limitado por flechas agudas. Em casos especiais, usam-se pontos ou traços no lugar das flechas. As pontas das flechas tocam as linhas auxiliares. 3.1.1 - Tipos de Linhas 3.1.2 - Qualidade da Linha A qualidade da linha refere-se: à nitidez e à claridade; ao grau de negrume e à densidade; e ao peso apropriado. As linhas a lápis ou lapiseira podem variar tanto em intensidade como em espessura, assim o peso dessa linha é dosado pela densidade do grafite usado – o qual é afetado pelo seu grau de dureza, pela superfície do desenho, pela umidade e também pela pressão exercida sobre o desenho. Ao realizar um desenho, é essencial que se saiba o que cada linha representa, quer seja uma aresta, uma interseção de dois planos, uma linha em corte, ou simplesmente uma mudança de material ou de textura. 4 Todas as linhas devem começar e terminar de forma definida, o encontro de duas linhas deve ser sempre tocando nos seus extremos, mantendo uma relação lógica do início ao fim. IMPORTANTE Os cantos são áreas críticas e muito importantes. As linhas devem tocar suas extremidades em todos os cantos. 3.2 - Técnicas de Grafitação Como o desenho é o meio de expressão do engenheiro ou arquiteto, torna-se importante que o seu traçado seja o mais preciso e perfeito possível. A precisão milimétrica em todos os traços é muito importante e, a partir desse momento, todos os seus “riscos” deverão ser desenhados. Até mesmo a escrita do arquiteto é um desenho de letras técnicas, como se verá mais adiante. Para tanto, alguma técnicas são de grande importância: Enquanto estiver desenhando qualquer linha, é importante que o lápis ou lapiseira seja gradualmente rotacionado enquanto se traça a mesma. Isso impede que o grafite se desgaste apenas em uma das laterais, gerando linhas com diferentes espessuras. No traçado puxe sempre a lapiseira e nunca a empurre no sentido da linhaque está fazendo, assim terá maior controle do traço e evitará rasgos no papel. 5 No desenho com esquadros, mantenha a lapiseira na posição vertical, ligeiramente inclinada sobre o esquadro. Pois o desenho apoiado nos cantos do instrumento suja o esquadro ou régua e ocasiona borrão na folha de desenho e se a inclinação sobre o esquadro for excessiva, perde-se o controle da orientação da linha, permitindo que essa não saia exatamente reta. No desenho de linhas curvas ou circulares sempre trace a linha curva (com o compasso ou gabarito de circunferência) antes da linha reta, assim, poderá encaixá-las perfeitamente sobre a linha curva. O inversonão tem bons resultados. No desenho com compasso siga o que mostra a figura a seguir: 3.3 - Seqüência de Desenho A seqüência indicada para se obter um bom resultado final é a que segue: 1. Esboce levemente as principais linhas verticais e horizontais; 2. Preencha as linhas secundárias; e 3. Reforce as linhas finais, tendo em mente a intensidade apropriada de cada uma. 6 3.4 - Tipos de letras e números As características mais importantes para a grafitação das letras são LEGIBILIDADE e CONSISTÊNCIA, tanto em estilo quanto em espaçamento. Letras Números IMPORTANTE A dimensão dasentrelinhas não deve ser inferior a 2mm; e As letras e cifras das coordenadas devem ter altura de 3mm. Letras feitas à mão Na década de 1960, quando os desenhos mecânico e de arquitetura passaram a ser feitos a lápis em papel vegetal (Albanene), foi introduzida em muitos das empresas de arquitetura do Rio de Janeiro, inicialmente pelo escritório de Henrique Mindlin, um tipo de “letra de mão”, que praticamente aposentou os normógrafos (instrumento utilizado para o desenho de letras). Ela se difundiu por todos os demais e passou a ser chamada de “Letra de Arquiteto”. É composta por caracteres próprios, que apresentam pequenas inclinações dos elementos que os compõem, determinando assim a sua personalidade. Normógrafos: vazados e de “aranha”. As letras são utilizadas na transmissão das informações contidas nos desenhos, sob a forma de textos ou números. Normalmente elas aparecem nos desenhos, entre "linhas guia", em três dimensões: 2mm (dois milímetros) para locais onde o espaço para a escrita seja bastante restrito; 3mm (três milímetros) a mais utilizada; e 5mm para títulos, designações ou qualquer outro texto ou número que necessite de destaque. São representadas quase sempre em "caixa alta" (letras maiúsculas). 7 O uso de linhas guia é obrigatório para que as letras sejam consistentes na altura. IMPORTANTE As letras devem comunicar e não distrair ou prejudicar o desenho em si. Desta forma, algumas recomendações: As letras devem ser sempre maiúsculas e não inclinadas – letras inclinadas geralmente são direcionais, distraindo a visão em um desenho retilíneo; Para manter as letras verticais, um pequeno esquadro, inicialmente, ajuda a manter os traços verticais das letras; e Mantenha a proporção de áreas iguais para cada letra, para que seu texto seja mais estável. 3.5 - Formato e dimensões do papel A folha em que se desenha um projeto qualquer é denominada prancha. Os tamanhos do papel devem seguir os mesmos padrões do desenho técnico. No Brasil, a ABNT adota o padrão ISO: usa-se um módulo de 1 m², cujas dimensões seguem uma proporção equivalente à raiz quadrada de 2 (841 x 1189 mm), que remete às proporções do retângulo áureo. Esta é a chamada folha A0 (azero). A partir desta, obtém-se múltiplos e submúltiplos (a folha A1 corresponde à metade da A0, assim como a 2A0 corresponde ao dobro daquela). Os retângulos ao lado (AHGC [amarelo] e o acima, construído segundo a Espiral de Fibonacci [azul]) são Retângulos Áureos. 8 Apesar da normatização incentivar o uso das folhas padronizadas, é muito comum que os desenhistas considerem que o módulo básico seja a folha A4 ao invés da A0. Isto se deve ao fato de que qualquer folha obtida a partir desde módulo pode ser dobrada e encaixada em uma pasta neste tamanho, normalmente exigida pelos órgãos públicos de aprovação de projetos. Este formato pode ser conseguido também pelas folhas padronizadas, desde que se utilize as recomendações para dobramento destas folhas, conforme a norma referida. A maioria dos escritórios utiliza predominantemente os formatos A1 e A0, devido à escala dos desenhos e à quantidade de informação. Em nossas aulas utilizaremos geralmente os formatos A3 e A4, pela facilidade de manuseio e dimensões das pranchetas e réguas paralelas disponíveis. 3.7 - Escalas Através do Desenho Técnico o projetista gera os documentos necessários para os objetos e construções. Esses são reproduzidos em "pranchas", isto é, folhas de papel com dimensões padronizadas por normas técnicas, onde o espaço utilizável é delimitado por linhas chamadas de margens. Uma prancha "A4", por exemplo, tem 21cm de largura por 29,7cm de altura e espaço utilizável de 17,5 cm de largura por 27,7 cm de altura. Desta forma se tivermos que desenhar – a planta, o corte e a fachada de uma edificação, ou um projeto de uma peça – nesta prancha, estes deverão 3.6 - Dobramento das Pranchas As cópias dos projetos podem ser arquivadas dobradas, ocupando menor espaço e sendo mais fácil seu manejo. O formato final deve ser o A4, para arquivamento. A NBR 6492 mostra uma seqüência de dobramento, para os tamanhos-padrão de papel. 9 estar em ESCALA. As escalas são encontradas, como vimos, em réguas próprias, chamadas de escalímetros. IMPORTANTE A escala é a relação que indica a proporção entre cada medida do desenho e a sua dimensão real no objeto. Um dos fatores que determina a escala de um desenho é a necessidade de detalhe da informação. Normalmente, na etapa de projeto executivo, quando elementos menores e cheios de detalhes dos objetos ou das construções estão sendo desenhados para serem executados, como, por exemplo, as esquadrias (portas, janelas, etc.), uma peça, etc., normalmente as desenhamos em escalas mais próximas do tamanho real (1:1, 1:2, 1:5, 1:10,1:20, 1:25...) (diz-se: um para um; um para dois; um para cinco; um para dez; um para vinte; um para vinte e cinco...). Outro fator que influencia a escolha da escala é o tamanho do projeto. Prédios muito longos, grandes extensões urbanizadas, ou uma torre de telecomunicações, em geral, são desenhados nas escalas de 1:500 ou 1:1000. Isto visa a não fragmentar o projeto, o que, quando ocorre, dificulta às vezes a sua compreensão. IMPORTANTE A escolha da escala determina o tamanho da prancha utilizada. Com a prática do desenho, a escolha da escala certa se torna um exercício extremamente simples. À medida que a produção dos desenhos acontece, a escolha fica cada vez mais acertada. EXEMPLOS: a) um prédio com 100 metros de comprimento (10.000 cm) para ser desenhado na escala de 1:100, precisa de 1 metro (100 cm) de espaço disponível na folha de papel para ser desenhado. Na de 1:50 o dobro. Então se você só dispõe de um papel com 60cm de largura, seria interessante desenhar esse prédio na escala de 1:200, na qual ele ocuparia apenas 50cm da folha. Pensando assim podemos determinar a prancha a ser utilizada. b) um projeto pequeno desenhado na escala de 1:100 (ou 1/100), talvez possa utilizar uma prancha A4, ou A3. Um projeto nesta escala significa que o desenho estará 100 vezes menor que sua verdadeira dimensão/grandeza (VG). Então, se estamos desenhando uma porta de nosso projeto, com 1 metro de largura (VG), ela aparecerá no desenho, em escala, com 1cm de largura. Se escolhermos 1:50 (ou 1/50), o desenho será 50 vezes menor e ela terá 2cm de largura, e assim por diante. 10 IMPORTANTE É fácil perceber que o tamanho do desenho produzido é inversamente proporcional ao valor da escala. Por exemplo: um desenho produzido na escala de 1:50 é maior do que ele na escala de 1:200. Escalas recomendadas: 1:1; 1:2; 1:5; 1:7,5 e 1:10 - Detalhamentos em geral de peças e objetos pequenos; 2:1;2,5:1; 5:1;7,5:1; 10:1 - Ampliação em geral de peças e objetos menores ainda, podendo chegar a valores infinitesimais, no caso da nanotecnologia; 1:20 e 1:25 - Detalhamentos de partes de banheiros, cozinhas ou de outros cômodos; 1:50 - É a escala mais indicada e usada para desenhos de plantas, cortes e fachadas de projetos arquitetônicos; 1:75 - Juntamente com a de 1:25, é utilizada apenas em desenhos de apresentação que não necessitem ir para a obra – maior dificuldade de leitura e proporção; 1:100 - Opção para plantas, cortes e fachadas, quando é inviável o uso de 1:50; plantas de situação e paisagismo; também para desenhos de estudos que não necessitem de muitos detalhes; 1:125 e 1:175 - Para estudos ou desenhos que não vão para a obra; 1:200 e 1:250 - Para plantas, cortes e fachadas de grandes projetos, plantas de situação, localização, topografia, paisagismo e desenho urbano; 1:500 e 1:1000 - Planta de localização, paisagismo, urbanismo e topografia; 1:2000 e 1:5000 - Levantamentos aerofotogramétricos, projetos de urbanismo e zoneamento; e acima de 1:5000 - Mapas e cartografia em geral. DICA IMPORTANTE Podemos perceberque é desaconselhado o uso de escalas fracionadas (1:2,5; 1:25; 1:7,5; 1:75; 1:12,5; 1:125, etc...), pois estas dificultam a transformação rápida das medidas. As escalas classificam-se em dois tipos: 11 Escalas Numéricas: As escalas numéricas podem ser de redução ou de ampliação. Escala de redução – é mais utilizada em engenharia civil e arquiteturae o desenho éfeito em tamanho inferior ao do objeto real, ou seja, a representação gráfica é menor do que o tamanho real do objeto. Exemplo: escalas 1:25, 1:50, 1:75, 1:100, 1:125, etc. ex. prático: na escala 1:50, cada 1 cm do desenho representa 50cm da obra.Para desenhar-se nesta escala, divide-se por 50 a VG das medidas. 1m (VG da medida em obra) = 0,02m = 2cm (medida 50 no desenho) RESUMO: na escala 1:50, uma VG de 1m (100cm) será desenhada com 2cm no papel. Escala de ampliação –é mais utilizada em mecânica e o desenho é feito em tamanho superior ao do objeto real, ou seja, a representação gráfica é maior do que o tamanho real do objeto. Exemplo: escalas 2:1, 5:1, 10:1, etc. ex. prático: na escala 2:1, cada 1 cm do desenho representa 2cm da obra.Para desenhar-se nesta escala multiplica-se por 2 a VG das medidas. 1cm (VG da medida em obra) x 2 = 2cm (medida no desenho) RESUMO: na escala 2:1, uma VG de 1cm será (0,01m)desenhada com 2cm no papel. Escala real(1:1)–também é muito utilizada em mecânica e o desenho é feito naverdadeira grandeza (VG)do objeto real, ou seja, a representação gráfica é igual ao tamanho real do objeto. RESUMO:na escala 1:1,o desenho tem o mesmo tamanho do objeto projetado ou existente, ou seja, cada 1 cm do desenho representa 1cm da peça. 12 Escalas Gráficas É a representação através de um gráfico proporcional à escala utilizada. É utilizada quando for necessário reduzir ou ampliar o desenho por processo fotográfico. Assim, se o desenho for reduzido ou ampliado, a escala o acompanhará em proporção. Para obter a dimensão real do desenho basta copiar a escala gráfica numa tira de papel e aplicá-la sobre a figura. ex.: A escala gráfica correspondente a 1:50 é representada por segmentos iguais de 2cm, pois 1 metro/50= 0,02 = 2cm. IMPORTANTE Cada folha de desenho ou prancha deve ter indicada em seu título as escalas utilizadas nos desenhos ficando em destaque a escala principal. Além disto, cada desenho terá sua respectiva escala indicada junto a ele. 3.8 – Dimensionamento / cotagem –colocação de cotas no desenho Cotas são os números que correspondem às medidas reais no desenho. As cotas indicadas nos desenhos determinam a distância entre dois pontos, que pode ser a distância entre duas paredes, a largura de um vão de porta ou janela, a altura de um degrau de escada, o pé direito de um pavimento, a distância entre os eixos de 2 furos, a espessura de um parafuso, etc.. A ausência das dimensões, mesmo parcial, é um ERRO GRAVÍSSIMO, pois, provoca dúvida para quem executa o projeto. Na necessidade de saná-las, normalmente o responsável pela obra extrai do desenhoa informação, medindo com a régua, o metro, ou a trena, a distância desejada, o que é errado, pois, induz à falha, ao engano, e ao comprometimento de todo o projeto. Portanto, não são indicadas, para os desenhos de projetos executivos (aqueles manuseados na obra ou linha de produção), as escalas de 1:25, 1:75, 1:125, difíceis de se transformar com a utilização do “metro” de obra. Na cotagem dos desenhos,passamos as informações referentes às dimensões do projeto. São normalmente dadas em centímetros. Isso porque nas obras, os operários trabalham com o "metro" (trena articulável com 2 metros de comprimento), que apresenta-segraduada em metros, centímetros (e milímetros), além de polegadas. Assim, para quem executa a obra, usuário do "metro", a visualização e aplicação das dimensões se torna mais clara e direta. Issonão impede que seja utilizada outra unidade, desde que esta seja mantida em todo o desenho. Metro - na parte superior, polegadas,na inferior, centímetros.Há também modelos com uma face em polegadas e outra em centímetros 13 Normalmente, para desenhos de alguns detalhes, quando a execuçãorequerrigorosa precisão, as dimensões podem ser dadas em milímetros. Na hora de cotar, devemos ter o cuidado de não apresentar num mesmo desenho, duas unidades diferentes,centímetros e metros por exemplo. Em Mecânica, as cotas são normalmente dadas em milímetros ou polegadas. Isso porque nas oficinas ou linhas de produção, os operários trabalham com o paquímetro (instrumento de precisão para medidas e conversões milímetros/polegadas). Paquímetro - 1: encostos, 2: orelhas, 3: haste de profundidade, 4: escala inferior (graduada em mm), 5: escala superior (graduada em polegadas), 6: nônio ou vernier inferior (mm), 7: nônio ou vernier superior (polegada), 8: trava. Os desenhos técnicos, devem ter as suasmedidas indicadas corretamente, para evitar ao máximo a interferência de quem executará o trabalho. Planta baixa (e um seu detalhe), cortes e fachada de um apartamento simples, com suas cotas e níveis. Faltaram as áreas construídas de cada cômodo. 13 Normalmente, para desenhos de alguns detalhes, quando a execuçãorequerrigorosa precisão, as dimensões podem ser dadas em milímetros. Na hora de cotar, devemos ter o cuidado de não apresentar num mesmo desenho, duas unidades diferentes,centímetros e metros por exemplo. Em Mecânica, as cotas são normalmente dadas em milímetros ou polegadas. Isso porque nas oficinas ou linhas de produção, os operários trabalham com o paquímetro (instrumento de precisão para medidas e conversões milímetros/polegadas). Paquímetro - 1: encostos, 2: orelhas, 3: haste de profundidade, 4: escala inferior (graduada em mm), 5: escala superior (graduada em polegadas), 6: nônio ou vernier inferior (mm), 7: nônio ou vernier superior (polegada), 8: trava. Os desenhos técnicos, devem ter as suasmedidas indicadas corretamente, para evitar ao máximo a interferência de quem executará o trabalho. Planta baixa (e um seu detalhe), cortes e fachada de um apartamento simples, com suas cotas e níveis. Faltaram as áreas construídas de cada cômodo. 13 Normalmente, para desenhos de alguns detalhes, quando a execuçãorequerrigorosa precisão, as dimensões podem ser dadas em milímetros. Na hora de cotar, devemos ter o cuidado de não apresentar num mesmo desenho, duas unidades diferentes,centímetros e metros por exemplo. Em Mecânica, as cotas são normalmente dadas em milímetros ou polegadas. Isso porque nas oficinas ou linhas de produção, os operários trabalham com o paquímetro (instrumento de precisão para medidas e conversões milímetros/polegadas). Paquímetro - 1: encostos, 2: orelhas, 3: haste de profundidade, 4: escala inferior (graduada em mm), 5: escala superior (graduada em polegadas), 6: nônio ou vernier inferior (mm), 7: nônio ou vernier superior (polegada), 8: trava. Os desenhos técnicos, devem ter as suasmedidas indicadas corretamente, para evitar ao máximo a interferência de quem executará o trabalho. Planta baixa (e um seu detalhe), cortes e fachada de um apartamento simples, com suas cotas e níveis. Faltaram as áreas construídas de cada cômodo. 14 Viga em U, com seus eixos, raios deConjunto de parafuso 10x60, porca (vistas frontais) econcordâncias ediâmetros (cotas em mm).earruela (corte) - com 10mm de ø (cotas em mm). Desenho das características de uma roda dentada padrão. As cotas, sempre que possível devem estar margeando os desenhos, ou seja, fora do limite das linhas principais de uma planta, corte, ou qualquer outro desenho. Isso não impede que algumas cotas sejam dadas no interior, mas deve-se evitar isso, a fim de não dificultar a leitura das informações. Na representação das cotas, são utilizadas linhas médiasfinas para traçado das "linhas de cota" - que determinam o comprimento do trecho a ser cotado; "linhas de chamada"15 - que indicam as referências das medidas; e o tick-que determina os limites dos trechos a serem dimensionados. Nos desenhos de Engenharia e Arquitetura, a linha de cota, normalmente dista 2,5cm (em escala 1/1) da linha externa mais próxima do desenho. Quando isso não for possível admite-se que esteja mais próxima ou mais distante, conforme o caso. A distância entre linhas de cota deve ser de 1,0cm (escala 1/1). As linhas de chamada devem partir de um ponto próximo ao local a ser cotado (mas sem tocar – deixar 0,5cm em escala 1/1), cruzar a linha de cota e se estender até um pouco mais além desta (0,5cm em escala 1/1). O tick, sempre a 45º à direita, ou uma circunferência pequena cheia, que cruza a interseção entre a linha de cota e a de chamada. Este deve ter um traçado mais destacado, através de uma linha mais grossa ou circunferência cheia para facilitar a visualização do trecho cotado. Em Mecânica, as cotas são determinadas por flechas que tocam as linhas de chamadas. Em ambas, o texto deve estar sempre acima da linha de cota, sempre que possível no meio do trecho cotado e afastado aproximadamente 2mm da linha de cota. Caracteres com 3mm de altura. Princípios Gerais: As cotas são escritas sem o símbolo da unidade de medida (m, cm ou mm); As cotas devem ser escritas acompanhando a direção das linhas de cota; Qualquer que seja a escala do desenho, as cotas representam a verdadeira grandeza das dimensões (medidas reais); As linhas de cota devem ser contínuas e os algarismos das cotas devem ser colocados ACIMA da linha de cota; Uma cota não deve ser cruzada por uma linha do desenho; Não traçar linha de cota como continuação de linha da figura; e Os ângulos serão medidos em graus, exceto nas coberturas e rampas que seindicam em porcentagem. 16 Elementos da cota: Linha de cota - fina e contínua, traçada paralelamente às dimensões da peça, distando aproximadamente 7mm do contorno do desenho; Setas (ou ticks) - delgadas, abertas ou fechadas, com ângulos de 15º e dimensões de 3x1mm; Linhas de chamada (ou auxiliares ou de extensão) - finas e contínuas, limitam as linhas de cota e não podem encostar nas linhas do desenho. Devem ultrapassar as linhas de cota em cerca de 3mm e são perpendiculares aos elementos a que se referem, podendo, em casos especiais serem inclinadas de 60º; Cotas - são os valores numéricos indicando as medidas das peças, Escritas sempre centralizadas e acima das linhas de cota, quando na horizontal, ou centralizadas e à sua esquerda, quando na vertical. Os algarismos devem ter altura mínima de 2,5mm para facilitar a leitura. Técnicas de cotagem: Há algumas regras para cotagem, embora admita-se alguma variação no posicionamento da cotas, de acordo com as características específicas de cada peça. Usualmente: deve-se indicar as medidas totais de uma peça (altura, largura e comprimento). Essas medidas são colocadas entre as vistas a que esta dimensão seja comum; as cotas são colocadas na vista que melhor exemplifica o detalhe a que esta se refere; as cotas devem ser colocadas fora do desenho. Aceita-se, entretanto, em alguns casos sua colocação internamente; e deve-se evitar cotas em arestas não visíveis. Se necessário, desenha-se um corte. deve-se evitar que as linhas de cota interceptem as linhas do desenho ou que se interceptem entre si. Assim, as co- tas maiores são colocadas por fora das menores, sendo a distância entre duas linhas de cota de cerca de 7mm. 17 quando o espaço para a cota for exíguo, as setas serão colocadas externamente ao espaçodestinado à medida. Quan do houver duas cotas pequenas consecutivas, a seta entre elas poderá ser substituída por um traço oblíquo à 45º. De uma forma geral, as cotas com valores inferiores a 10mm, tem as setas externas. a localização de cotas de detalhes circulares será sempre feita em função do centro; linhas de centro, linhas de contorno e eixos de simetria podem ser usados como linhas de chamada, mas, nunca como linhas de cota; e linhas de centro e de eixos de simetria não devem interceptar a linha de cota. as circunferências sãocotadas interna ou externamente, dependendo do espaço existente. Quando cotada interna- mente, a linha de cota deverá estar inclinada a 45º; e na cotagem de circunferências concêntricas, deve-se evitar a colocação de mais de duas cotas passando pelo centropara não dificultar a leitura do desenho. os raios de arco são cotados interna ou externamente, de acordo com o espaço existente. quando o centro de umarco de grande raio estiver fora dos limites do desenho, o raio poderá ser indicado por um trecho do raio, ou por uma linha quebrada duas vezes. Nestes casos, a direção da cota sempre apontará para o centro do arco. 18 a cotagem de ângulos deverá respeitar os respectivos quadrantes, conforme modelo ao lado: a cotagem de peças com truncamento em bisel (em chanfro) deverá respeitar os modelos abaixo: quando houver indicadores de cotagem, estes deverão estar inclinados em ângulos pré-definidos (30º, 45º ou 60º), com a seta tocando o desenho e a notação escrita acima da linha do indicador. para auxiliar a cotagem, em alguns casos, são usados pontos resultantes da interseção de duas linhas de construção da peça, conforme modelo abaixo: IMPORTANTE FUTUROS ENGENHEIROS (AS): Deve-sedesenhar as cotas prevendo sua UTILIZAÇÃO futura na construção e/ou linha de produção, de modo a evitar interpretações pelo operário e conseqüentes ERROS e PREJUÍZOS. 19 3.9 – Quadros de áreas, legendas, inscrições, notas explicativas, etc. Nas construções, as áreas podem e devem ser dadas em metros quadrados. Assim, procurar sempre informar através de uma "nota de desenho" as unidades utilizadas, como por exemplo:"cotas dadas em centímetros" e "áreas em metros quadrados". Níveis; degraus e sentidos de escadas e rampas; marcação de partes existentes acima e abaixo (não vistas no desenho especificamente, mas, existentes) também podem ser colocadas, acompanhadas de seus traços específicos. Normalmente se acrescentam, na área acima do carimbo, quadros resumo de áreas; de esquadrias; de acabamentos; de ferragens; de material elétrico e hidráulico; e o que mais de necessário para a melhor compreensão do projeto. Nas máquinas e peças, certos dados que não podem ser desenhados, mas, são indispensáveis à compreensão do desenho precisam ser acrescentados sob a forma de notas. São eles: quantidade de cada peça; material; acabamento; nº e espécie de parafusos e pertences; especificação de motores; potência; cargas suportadas; peso; voltagens; etc.; ou qualquer outra indicação sobre a construção ou uso. Além destes, notas expressas por números, depois esclarecidos em legendas, podem acompanhar os desenhos. nº nota nº nota nº nota nº nota 1 alargar 9 Roscar 17 rebaixar 25 retificar 2 polir 10 temperar 18 tornear 26 escarear 3 banho 11 bolear 19 chanfrar 27 ranhura 4 recartilhar 12 jatear 20 rebaixo 28 rebaixo raso 5 broquear 13 corte 21 corte de serra 28 conicidade 6 encalcar 14 gola 22 moldar 30 rasgar 7 tornear internamente 15 tratamento térmico 23 concordância externa 31 concordância interna 8 roscar com machos 16 cementar e temperar 24 decapagem química 32 decapagem mecânica Notas - aspectos danomenclatura convencionalmente usada em notas nos desenhos técnicos (númerosaleatórioa). 3.10 – Carimbo No carimbo, localizado na parte inferior direita da prancha de desenho, estão todas asprincipais informações sobre o(s) desenho(s) nela contidos. Faz parte do desenho e deve ser planejado para possibilitar um rápido entendimento do que está desenhado na prancha. As pranchas são dobradas no formato A4 (como visto no item 3.6) e arquivadas em pastas, assim, um carimbo bem elaborado evita a abertura desnecessárias dasfolhas de desenho, agilizando a busca por informações referentes aos desenhos desejados. O carimbo ocupa, na horizontal, a largura de 17,5cm da prancha de desenho. A altura varia de acordo com o no de informações que o projeto demanda e geralmente cada linha tem 1cm de altura. As letras das inscrições devem ter tamanhos diferentes a fim de hieraquizar as informações, ou seja, letras maiores, informações mais relevantes. Podem ser acrescentados logotipos das empresas e firmas de projeto, ou ainda, dos 20 objetos projetados, e no espaço superior ao carimbo normalmente são colocados quadros de áreas, legendas, inscrições, notas explicativas, ou qualquer outra informação pertinente ao desenho (ver item 3.9). Formatos A3 (que será utilizado na disciplina de Desenho Mecânico)e A4, com o A3 transformando-se em A4 após a dobra indicada. Sugestão de carimbo padrão para a disciplina de Desenho Mecânico, do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Estácio de Sá - unidade Santa Cruz, substituídos, naturalmente, os campos, de acordo com as especificidades e informações adequadas. FONTE: Este material foi adaptado de: FRENCH, Thomas E.,Desenho Técnico. Porto Alegre: Editora Globo, 1975, 664p., ilustrado. FERREIRA, Patrícia &MICELI, Maria Teresa. Desenho Técnico Básico. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2010, 144p., ilustrado. SCHULER, Denise; JORGEFILHO, Heitor Othelo; e MEULAM FILHO, José Aloísio. Desenho Técnico I, Apostila do Curso de Arquitetura e Urbanismo da FAG (Cascavel-PR), ilustrada.
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