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Constituição FederalArts. 227 a 230 78 � O STF, por unanimidade de votos, julgou proceden- tes a ADPF no 132 (como ação direta de inconstitu- cionalidade) e a ADIN no 4.277, com eficácia erga omnes e efeito vinculante, para dar ao art. 1.723 do CC interpretação conforme à CF para dele excluir qualquer significado que impeça o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pes- soas do mesmo sexo como entidade familiar (DOU de 13-5-2011). § 4o Entende-se, também, como entidade fa- miliar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. § 5o Os direitos e deveres referentes à socie- dade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. � Arts. 1.511 a 1.570 do CC. � Arts. 2o a 8o da Lei no 6.515, de 26-12-1977 (Lei do Divórcio). § 6o O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. � § 6o com a redação dada pela EC no 66, de 13-7-2010. � Lei no 6.515, de 26-12-1977 (Lei do Divórcio). § 7o Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do ca- sal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício des- se direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. � Lei no 9.263, de 12-1-1996 (Lei do Planejamento Familiar), regulamenta este parágrafo. § 8o O Estado assegurará a assistência à famí- lia na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações. � Lei no 11.340, de 7-8-2006 (Lei que Coíbe a Violên- cia Doméstica e Familiar Contra a Mulher). Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignida- de, ao respeito, à liberdade e à convivência fa- miliar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. � Caput com a redação dada pela EC no 65, de 13-7-2010. � Arts. 6o, 208 e 212, § 4o, desta Constituição. � Lei no 8.069, de 13-7-1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). � Lei no 12.318, de 26-8-2010 (Lei da Alienação Parental). � Lei no 13.431, de 4-4-2017, estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência. � Dec. no 3.413, de 14-4-2000, promulga a Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacio- nal de Crianças, concluída na cidade de Haia, em 25-10-1980. � Dec. no 3.597, de 12-9-2000, promulga a Convenção 182 e a Recomendação 190 da Organização Inter- nacional do Trabalho – OIT sobre a proibição das piores formas de trabalho infantil e a ação imedia- ta para sua eliminação, concluídas em Genebra em 17-6-1999. � Dec. no 3.951, de 4-10-2001, designa a Autoridade Central para dar cumprimento às obrigações im- postas pela Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças, cria o Conse- lho da Autoridade Central Administrativa Federal Contra o Sequestro Internacional de Crianças e institui o Programa Nacional para Cooperação no Regresso de Crianças e Adolescentes Brasileiros Sequestrados Internacionalmente. � Dec. Legislativo no 79, de 15-9-1999, aprova o texto da Convenção sobre os Aspectos Civis do Seques- tro Internacional de Crianças, concluída na cidade de Haia, em 25-10-1980, com vistas a adesão pelo governo brasileiro. � Res. do CNJ no 94, de 27-10-2009, determina a cria- ção de Coordenadorias da Infância e da Juventude no âmbito dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal. § 1o O Estado promoverá programas de assis- tência integral à saúde da criança, do adoles- cente e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante po- líticas específicas e obedecendo aos seguintes preceitos: � § 1o com a redação dada pela EC no 65, de 13-7-2010. � Lei no 8.642, de 31-3-1993, dispõe sobre a institui- ção do Programa Nacional de Atenção à Criança e ao Adolescente – PRONAICA. I – aplicação de percentual dos recursos pú- blicos destinados à saúde na assistência materno-infantil; II – criação de programas de prevenção e aten- dimento especializado para as pessoas porta- doras de defi ciência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços cole- tivos, com a eliminação de obstáculos arquite- tônicos e de todas as formas de discriminação. � Inciso II com a redação dada pela EC no 65, de 13-7-2010. � Lei no 7.853, de 24-10-1989 (Lei de Apoio às Pesso- as Portadoras de Deficiência), regulamentada pelo Dec. no 3.298, de 20-12-1999. � Lei no 8.069, de 13-7-1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). � Lei no 10.216, de 6-4-2001, dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtor- nos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. � Lei no 13.146, de 6-7-2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência). � Dec. no 3.956, de 8-10-2001, promulga a Conven- ção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Porta- doras de Deficiência. � Dec. no 6.949, de 25-8-2009, promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. § 2o A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte co- letivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência. � Art. 244 desta Constituição. � Art. 3o da Lei no 7.853, de 24-10-1989 (Lei de Apoio às Pessoas Portadoras de Deficiência), regulamen- tada pelo Dec. no 3.298, de 20-12-1999. � Lei no 13.146, de 6-7-2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência). � Dec. no 6.949, de 25-8-2009, promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. § 3o O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos: I – idade mínima de quatorze anos para ad- missão ao trabalho, observado o disposto no artigo 7o, XXXIII; � O art. 7o, XXXIII, desta Constituição, foi alterado pela EC no 20, de 15-12-1998, e agora fixa em dezesseis anos a idade mínima para admissão ao trabalho. II – garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; III – garantia de acesso do trabalhador adoles- cente e jovem à escola; � Inciso III com a redação dada pela EC no 65, de 13-7-2010. IV – garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por profis- sional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica; V – obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição pecu- liar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade; VI – estímulo do Poder Público, através de as- sistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado; � Arts. 33 a 35 do ECA. VII – programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins. � Inciso VII com a redação dada pela EC no 65, de 13-7-2010. � Lei no 11.343, de 23-8-2006 (Lei Antidrogas). § 4o A lei punirá severamente o abuso, a vio- lência e a exploração sexual da criança e do adolescente. � Arts. 217-A a 218-B e 224 do CP. � Arts. 225 a 258 do ECA. § 5o A adoção será assistida pelo Poder Públi- co, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros. � Arts. 1.618 e 1.619do CC. � Arts. 39 a 52 do ECA. � Lei no 12.010, de 3-8-2009 (Lei da Adoção). � Dec. no 3.087, de 21-6-1999, promulga a Convenção Relativa a Proteção das Crianças e a Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, concluída em Haia, em 29-5-1993. § 6o Os filhos, havidos ou não da relação do ca- samento, ou por adoção, terão os mesmos di- reitos e qualificações, proibidas quaisquer de- signações discriminatórias relativas à filiação. � Art. 41, §§ 1o e 2o, do ECA. � Lei no 8.560, de 29-12-1992 (Lei de Investigação de Paternidade). � Lei no 10.317, de 6-12-2001, dispõe sobre a gratui- dade no exame de DNA nos casos que especifica. � Lei no 12.010, de 3-8-2009 (Lei da Adoção). § 7o No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se-á em consideração o disposto no artigo 204. § 8o A lei estabelecerá: I – o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens; II – o plano nacional de juventude, de dura- ção decenal, visando à articulação das várias esferas do poder público para a execução de políticas públicas. � § 8o acrescido pela EC no 65, de 13-7-2010. Art. 228. São penalmente inimputáveis os me- nores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. � Art. 27 do CP. � Arts. 101, 104 e 112 do ECA. Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. � Art. 22 do ECA. Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, 428 Código de Processo PenalArts. 292 a 306 Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas. � Art. 284 deste Código. � Arts. 23, III, 329 a 331 e 352 do CP. � Art. 234 do CPPM. � Art. 199 da LEP. Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas durante os atos médi- co-hospitalares preparatórios para a realiza- ção do parto e durante o trabalho de parto, bem como em mulheres durante o período de puerpério imediato. � Parágrafo único acrescido pela Lei no 13.434, de 12-4-2017. Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encon- tra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, en- trará à força na casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrom- bará as portas e efetuará a prisão. � Art. 5o, XI, da CF. � Arts. 240, § 1o, a, 245, § 4o, e 283 deste Código. � Art. 150 do CP. � Arts. 231 e 232 do CPPM. Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa será levado à presença da autoridade, para que se proceda contra ele como for de direito. � Art. 348 do CP. Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o disposto no artigo anterior, no que for aplicável. � Art. 233 do CPPM. Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva: � Art. 242 do CPPM. � Súm. no 717 do STF. I – os ministros de Estado; II – os governadores ou interventores de Es- tados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefei- tos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia; � Inciso II com a redação dada pela Lei no 3.181, de 11-6-1957. III – os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assem- bleias Legislativas dos Estados; � Art. 53, § 2o, da CF. IV – os cidadãos inscritos no “Livro de Mérito”; V – os oficiais das Forças Armadas e os mili- tares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; � Inciso V com a redação dada pela Lei no 10.258, de 11-7-2001. VI – os magistrados; VII – os diplomados por qualquer das faculda- des superiores da República; VIII – os ministros de confissão religiosa; IX – os ministros do Tribunal de Contas; X – os cidadãos que já tiverem exercido efe- tivamente a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função; XI – os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos. � Inciso XI com a redação dada pela Lei no 5.126, de 29-9-1966. § 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no re- colhimento em local distinto da prisão comum. § 2o Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento. § 3o A cela especial poderá consistir em aloja- mento coletivo, atendidos os requisitos de salu- bridade do ambiente, pela concorrência dos fa- tores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequados à existência humana. § 4o O preso especial não será transportado juntamente com o preso comum. § 5o Os demais direitos e deveres do preso espe- cial serão os mesmos do preso comum. � §§ 1o a 5o acrescidos pela Lei no 10.258, de 11-7-2001. Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhidos à prisão, em es- tabelecimentos militares, de acordo com os respectivos regulamentos. � Art. 242, parágrafo único, do CPPM. Art. 297. Para o cumprimento de mandado ex- pedido pela autoridade judiciária, a autoridade policial poderá expedir tantos outros quantos necessários às diligências, devendo neles ser fielmente reproduzido o teor do mandado original. � Art. 13, III, deste Código. � Art. 227 do CPPM. Art. 298. Revogado. Lei no 12.403, de 4-5-2011. Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial, por qualquer meio de comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, as precauções ne- cessárias para averiguar a autenticidade desta. � Artigo com a redação dada pela Lei no 12.403, de 4-5-2011. Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem defini- tivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal. � Caput com a redação dada pela Lei no 12.403, de 4-5-2011. � Art. 239 do CPPM. � Art. 84 da LEP. Parágrafo único. O militar preso em flagran- te delito, após a lavratura dos procedimentos legais, será recolhido a quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso à disposição das autoridades competentes. � Parágrafo único acrescido pela Lei no 12.403, de 4-5-2011. � Art. 74 da Lei no 6.880, de 9-12-1980 (Estatuto dos Militares). Capítulo II DA PRISÃO EM FLAGRANTE Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autori- dades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. � Art. 5o, LXI a LXVI, da CF. � Art. 243 do CPPM. � Art. 301 do CTB. � Art. 69, parágrafo único, da Lei no 9.099, de 26-9- 1995 (Lei dos Juizados Especiais). � Súmulas nos 145 e 397 do STF. Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: � Art. 244 do CPPM. I – está cometendo a infração penal; II – acaba de cometê-la; III – é perseguido, logo após, pela autorida- de, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situa ção que faça presumir ser autor da infração; � Art. 290, § 1o, deste Código. IV – é encontrado, logo depois, com instru- mentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. Art. 303. Nas infrações permanentes, enten- de-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência. � Art.71 deste Código. � Art. 244, parágrafo único, do CPPM. Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemu- nhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. � Caput com a redação dada pela Lei no 11.113, de 13-5-2005. � Art. 5o, LXII e LXIII, da CF. � Arts. 6o, V, 185, 564, IV, e 572 deste Código. � Arts. 245 e 246 do CPPM. � Art. 8o, 2, d e g, e 3, do Pacto de São José da Costa Rica. § 1o Resultando das respostas fundada a sus- peita contra o conduzido, a autoridade man- dará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de li- vrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja. § 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemu- nhado a apresentação do preso à autoridade. § 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas tes- temunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste. � § 3o com a redação dada pela Lei no 11.113, de 13-5-2005. § 4o Da lavratura do auto de prisão em fla- grante deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cui- dados dos filhos, indicado pela pessoa presa. � § 4o acrescido pela Lei no 13.257, de 8-3-2016. Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela au- toridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal. � Art. 245, § 5o, do CPPM. Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o lo- cal onde se encontre serão comunicados ime- diatamente ao juiz competente, ao Ministério 903 Le g. C o m pL em en ta r Lei no 6.015/1973 Art. 11. Os oficiais adotarão o melhor regime interno de modo a assegurar às partes a ordem de precedência na apresentação dos seus tí‑ tulos, estabelecendo‑se, sempre, o número de ordem geral. Art. 12. Nenhuma exigência fiscal, ou dúvida, obstará a apresentação de um título e o seu lan‑ çamento do protocolo com o respectivo número de ordem, nos casos em que da precedência de‑ corra prioridade de direitos para o apresentante. Parágrafo único. Independem de aponta‑ mento no protocolo os títulos apresentados apenas para exame e cálculo dos respectivos emolumentos. Art. 13. Salvo as anotações e as averba‑ ções obrigatórias, os atos do registro serão praticados: I – por ordem judicial; II – a requerimento verbal ou escrito dos interessados; III – a requerimento do Ministério Público, quando a lei autorizar. § 1o O reconhecimento de firma nas comuni‑ cações ao registro civil pode ser exigido pelo respectivo oficial. § 2o A emancipação concedida por sentença ju‑ dicial será anotada às expensas do interessado. Art. 14. Pelos atos que praticarem, em decor‑ rência desta Lei, os oficiais do registro terão direito, a título de remuneração, aos emolu‑ mentos fixados nos Regimentos de Custas do Distrito Federal, dos Estados e dos Territórios, os quais serão pagos, pelo interessado que os requerer, no ato de requerimento ou no da apresentação do título. Parágrafo único. O valor correspondente às custas de escrituras, certidões, buscas, aver‑ bações, registros de qualquer natureza, emo‑ lumentos e despesas legais constará, obriga‑ toriamente, do próprio documento, indepen‑ dentemente da expedição do recibo quando solicitado. c Parágrafo único acrescido pela Lei no 6.724, de 19-11-1979. Art. 15. Quando o interessado no registro for o oficial encarregado de fazê‑lo, ou algum paren‑ te seu, em grau que determine impedimento, o ato incumbe ao substituto legal do oficial. Capítulo IV DA PUBLICIDADE Art. 16. Os oficiais e os encarregados das repartições em que se façam os registros são obrigados: 1o) a lavrar certidão do que lhes for requerido; 2o) a fornecer às partes as informações solici‑ tadas. Art. 17. Qualquer pessoa pode requerer certi‑ dão do registro sem informar ao oficial ou ao funcionário o motivo ou interesse do pedido. Parágrafo único. O acesso ou envio de in‑ formações aos registros públicos, quando fo‑ rem realizados por meio da rede mundial de computadores (internet) deverão ser assinados com uso de certificado digital, que atenderá os requisitos da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP. c Parágrafo único com a redação dada pela Lei no 11.977, de 7-7-2009. Art. 18. Ressalvado o disposto nos artigos 45, 57, § 7o, e 95, parágrafo único, a certidão será lavrada independentemente de despacho judi‑ cial, devendo mencionar o livro do registro ou o documento arquivado no cartório. c Artigo com a redação dada pela Lei no 9.807, de 13-7-1999. Art. 19. A certidão será lavrada em inteiro teor, em resumo, ou em relatório, conforme quesi‑ tos, e devidamente autenticada pelo oficial ou seus substitutos legais, não podendo ser retar‑ dada por mais de cinco dias. c Arts. 217 do CC. c Art. 365, III, do CPC/1973. c Art. 425, III, do CPC/2015. § 1o A certidão, de inteiro teor, poderá ser ex‑ traída por meio datilográfico ou reprográfico. c Art. 217 do CC. c Art. 365, III, do CPC/1973. c Art. 425, III, do CPC/2015. § 2o As certidões do Registro Civil de Pessoas Naturais mencionarão, sempre, a data em que foi lavrado o assento e serão manuscritas ou datilografadas e, no caso de adoção de papéis impressos, os claros serão preenchidos também em manuscrito ou datilografados. § 3o Nas certidões de registro civil, não se men‑ cionará a circunstância de ser legítima ou não a filiação, salvo a requerimento do próprio interessado, ou em virtude de determinação judicial. § 4o As certidões de nascimento mencionarão a data em que foi feito o assento, a data, por extenso, do nascimento e, ainda, expressa- mente, a naturalidade. c § 4o com a redação dada pela MP no 776, de 26-7- 2017 (DOU de 27-4-2017), que até o encerramento desta edição não havia sido convertida em lei. § 5o As certidões extraídas dos registros públi‑ cos deverão ser fornecidas em papel e median‑ te escrita que permitam a sua reprodução por fotocópia, ou outro processo equivalente. Art. 20. No caso de recusa ou retardamento na expedição da certidão, o interessado poderá re‑ clamar à autoridade competente, que aplicará, se for o caso, a pena disciplinar cabível. Parágrafo único. Para a verificação do retar‑ damento, o oficial, logo que receber alguma petição, fornecerá à parte uma nota de entrega devidamente autenticada. Art. 21. Sempre que houver qualquer alteração posterior ao ato cuja certidão é pedida, deve o oficial mencioná‑la, obrigatoriamente, não obstante as especificações do pedido, sob pena de responsabilidade civil e penal, ressalvado o disposto nos artigos 45 e 95. Parágrafo único. A alteração a que se refere este artigo deverá ser anotada na própria cer‑ tidão, contendo a inscrição de que “a presente certidão envolve elementos de averbação à margem do termo”. Capítulo V DA CONSERVAÇÃO Art. 22. Os livros de registro, bem como as fi‑ chas que os substituam, somente sairão do res‑ pectivo cartório mediante autorização judicial. Art. 23. Todas as diligências judiciais e ex‑ trajudiciais que exigirem a apresentação de qualquer livro, ficha substitutiva de livro ou documento, efetuar‑se‑ão no próprio cartório. Art. 24. Os oficiais devem manter, em seguran‑ ça, permanentemente,os livros e documentos e respondem pela sua ordem e conservação. Art. 25. Os papéis referentes ao serviço do re‑ gistro serão arquivados em cartório mediante a utilização de processos racionais que facilitem as buscas, facultada a utilização de microfil‑ magem e de outros meios de reprodução au‑ torizados em lei. Art. 26. Os livros e papéis pertencentes ao arqui‑ vo do cartório ali permanecerão indefinidamente. Art. 27. Quando a lei criar novo cartório, e enquanto este não for instalado, os registros continuarão a ser feitos no cartório que sofreu o desmembramento, não sendo necessário repeti‑los no novo ofício. Parágrafo único. O arquivo do antigo cartório continuará a pertencer‑lhe. Capítulo VI DA RESPONSABILIDADE Art. 28. Além dos casos expressamente consig‑ nados, os oficiais são civilmente responsáveis por todos os prejuízos que, pessoalmente, ou pelos prepostos ou substitutos que indicarem, causarem, por culpa ou dolo, aos interessados no registro. Parágrafo único. A responsabilidade civil inde‑ pende da criminal pelos delitos que cometerem. TÍTULO II – DO REGISTRO CIVIL DE PESSOAS NATURAIS Capítulo I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 29. Serão registrados no registro civil de pessoas naturais: I – os nascimentos; c Dec. no 7.231, de 14-7-2010, regulamenta este inciso. II – os casamentos; c Dec. no 7.231, de 14-7-2010, regulamenta este inciso. III – os óbitos; c Dec. no 7.231, de 14-7-2010, regulamenta este inciso. IV – as emancipações; V – as interdições; VI – as sentenças declaratórias de ausência; VII – as opções de nacionalidade; VIII – as sentenças que deferirem a legitimação adotiva. § 1o Serão averbados: c Dec. no 7.231, de 14-7-2010, regulamenta este parágrafo. a) as sentenças que decidirem a nulidade ou anulação do casamento, o desquite e o res‑ tabelecimento da sociedade conjugal; b) as sentenças que julgarem ilegítimos os fi‑ lhos concebidos na constância do casamen‑ to e as que declararem a fi lia ção legítima; c) os casamentos de que resultar a legiti‑ mação de filhos havidos ou concebidos anteriormente; d) os atos judiciais ou extrajudiciais de reco‑ nhecimento de filhos ilegítimos; e) as escrituras de adoção e os atos que a dissolverem; c Alínea tacitamente revogada pelos arts. 47 e 48 do ECA (Lei no 8.069, de 13-7-1990). c Art. 227, § 6o, da CF. f) as alterações ou abreviaturas de nomes. § 2o É competente para a inscrição da opção de nacionalidade o cartório da residência do optante, ou de seus pais. Se forem residentes 905 Le g. C o m pL em en ta r Lei no 6.015/1973 § 4o Persistindo a suspeita, o oficial encaminha‑ rá os autos ao juízo competente. c §§ 3o e 4o com a redação dada pela Lei no 11.790, de 2-10-2008. § 5o Se o juiz não fixar prazo menor, o oficial deverá lavrar o assento dentro em cinco dias, sob pena de pagar multa correspondente a um salário mínimo da região. Art. 47. Se o oficial do registro civil recusar fa‑ zer ou retardar qualquer registro, averbação ou anotação, bem como o fornecimento de certi‑ dão, as partes prejudicadas poderão queixar‑se à autoridade judiciária, a qual, ouvindo o acu‑ sado, decidirá dentro de cinco dias. § 1o Se for injusta a recusa ou injustificada a demora, o juiz que tomar conhecimento do fato poderá impor ao oficial multa de um a dez salários mínimos da região, ordenando que, no prazo improrrogável de vinte e quatro horas, seja feito o registro, a averbação, a anotação ou fornecida certidão, sob pena de prisão de cinco a vinte dias. § 2o Os pedidos de certidão feitos por via pos‑ tal, telegráfica ou bancária serão obrigatoria‑ mente atendidos pelo oficial do registro civil, satisfeitos os emolumentos devidos, sob as penas previstas no parágrafo anterior. Art. 48. Os juízes farão correição e fiscalização nos livros de registro, conforme as normas da organização judiciária. Art. 49. Os oficiais de registro civil remeterão à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, dentro dos primeiros oito dias dos meses de janeiro, abril, julho e outubro de cada ano, um mapa dos nascimentos, casamentos e óbitos ocorridos no trimestre anterior. § 1o A Fundação Instituto Brasileiro de Geo‑ grafia e Estatística fornecerá mapas para a execução do disposto neste artigo, podendo requisitar aos oficiais do registro que façam as correções que forem necessárias. § 2o Os oficiais que, no prazo legal, não reme‑ terem os mapas, incorrerão na multa de um a cinco salários mínimos da região, que será co‑ brada como dívida ativa da União, sem prejuízo da ação penal que no caso couber. c Art. 49 com a redação dada pela Lei no 6.140, de 28-11-1974. § 3o No mapa de que trata o caput deverá ser informado o número da identificação da Decla‑ ração de Nascido Vivo. § 4o Os mapas dos nascimentos deverão ser remetidos aos órgãos públicos interessados no cruzamento das informações do registro civil e da Declaração de Nascido Vivo confor‑ me o regulamento, com o objetivo de integrar a informação e promover a busca ativa de nascimentos. § 5o Os mapas previstos no caput e no § 4o de‑ verão ser remetidos por meio digital quando o registrador detenha capacidade de transmissão de dados. c §§ 3o a 5o acrescidos pela Lei no 12.662, de 5-6-2012. Capítulo IV DO NASCIMENTO Art. 50. Todo nascimento que ocorrer no ter‑ ritório nacional deverá ser dado a registro, no lugar em que tiver ocorrido o parto ou no lugar da residência dos pais, dentro do prazo de quinze dias, que será ampliado em até três meses para os lugares distantes mais de trinta quilômetros da sede do cartório. c Caput com a redação dada pela Lei no 9.053, de 25-5-1995. § 1o Quando for diverso o lugar da residência dos pais, observa‑se‑á a ordem contida nos itens 1o e 2o do artigo 52. c § 1o acrescido pela Lei no 9.053, de 25-5-1995, renumerando-se os demais. § 2o Os índios, enquanto não integrados, não estão obrigados à inscrição do nascimento. Este poderá ser feito em livro próprio do órgão federal de assistência aos índios. § 3o Os menores de vinte e um anos e maio‑ res de dezoito anos poderão, pessoalmente e isentos de multa, requerer o registro de seu nascimento. § 4o É facultado aos nascidos anteriormente à obrigatoriedade do registro civil requerer, isen‑ tos de multa, a inscrição de seu nascimento. § 5o Aos brasileiros nascidos no estrangeiro se aplicará o disposto neste artigo, ressalvadas as prescrições legais relativas aos consulados. Art. 51. Os nascimentos ocorridos a bordo, quando não registrados nos termos do artigo 64, deverão ser declarados dentro de cinco dias, a contar da chegada do navio ou aerona‑ ve ao local do destino, no respectivo cartório ou consulado. Art. 52. São obrigados a fazer a declaração de nascimento: 1o) o pai ou a mãe, isoladamente ou em con‑ junto, observado o disposto no § 2o do art. 54; 2o) no caso de falta ou de impedimento de um dos indicados no item 1o, outro indicado, que terá o prazo para declaração prorrogado por 45 (quarenta e cinco) dias; c Itens 1 e 2 com a redação dada pela Lei no 13.112, de 30-3-2015. 3o) no impedimento de ambos, o parente mais próximo, sendo maior e achando‑se presente; 4o) em falta ou impedimento do parente refe‑ rido no número anterior, os administrado‑ res de hospitais ou os médicos e parteiras, que tiverem assistido o parto; 5o) pessoa idônea da casa em que ocorrer, sendo fora da residência da mãe; 6o) finalmente, as pessoas (VETADO) encarre‑ gadas da guarda do menor. § 1o Quando o oficial tiver motivo para duvidar da declaração, poderá ir à casa do recém‑nasci‑ do verificar a sua existência, ou exigir atestação do médico ou parteira que tiver assistido o par‑ to, ou o testemunho de duas pessoas que não forem os pais e tiverem vistoo recém‑nascido. § 2o Tratando‑se de registro fora do prazo legal o oficial, em caso de dúvida, poderá requerer ao juiz as providências que forem cabíveis para esclarecimento do fato. Art. 53. No caso de ter a criança nascido morta ou no de ter morrido na ocasião do parto, será, não obstante, feito o assento com os elemen‑ tos que couberem e com remissão ao do óbito. § 1o No caso de ter a criança nascido morta, será o registro feito no livro “C Auxiliar”, com os elementos que couberem. § 2o No caso de a criança morrer na ocasião do parto, tendo, entretanto, respirado, serão feitos os dois assentos, o de nascimento e o de óbito, com os elementos cabíveis e com remis‑ sões recíprocas. Art. 54. O assento do nascimento deverá conter: 1o) o dia, mês, ano e lugar do nascimento e a hora certa, sendo possível determiná‑la, ou aproximada; 2o) o sexo do registrando; 3o) o fato de ser gêmeo, quando assim tiver acontecido; 4o) o nome e o prenome, que forem postos à criança; 5o) a declaração de que nasceu morta, ou morreu no ato ou logo depois do parto; 6o) a ordem de filiação de outros irmãos do mesmo prenome que existirem ou tiverem existido; 7o) os nomes e prenomes, a naturalidade, a profissão dos pais, o lugar e cartório onde se casaram, a idade da genitora, do regis‑ trando em anos completos, na ocasião do parto, e o domicílio ou a residência do casal; c Item 7o com a redação dada pela Lei no 6.140, de 28-11-1974. 8o) os nomes e prenomes dos avós paternos e maternos; 9o) os nomes e prenomes, a profissão e a residência das duas testemunhas do as- sento, quando se tratar de parto ocorrido sem assistência médica em residência ou fora de unidade hospitalar ou casa de saúde; 10) número de identificação da Declaração de Nascido Vivo, com controle do dígito verificador, exceto na hipótese de regis- tro tardio previsto no art. 46 desta Lei; e c Itens 9o e 10 com a redação dada MP no 776, de 26-7-2017 (DOU de 27-4-2017), que até o encerra- mento desta edição não havia sido convertida em lei. 11) a naturalidade do registrando. c Item 11 acrescido pela MP no 776, de 26-7-2017 (DOU de 27-4-2017), que até o encerramento desta edição não havia sido convertida em lei. § 1o Não constituem motivo para recusa, devo‑ lução ou solicitação de retificação da Declara‑ ção de Nascido Vivo por parte do Registrador Civil das Pessoas Naturais: I – equívocos ou divergências que não compro‑ metam a identificação da mãe; II – omissão do nome do recém‑nascido ou do nome do pai; III – divergência parcial ou total entre o nome do recém‑nascido constante da declaração e o escolhido em manifestação perante o registra‑ dor no momento do registro de nascimento, prevalecendo este último; IV – divergência parcial ou total entre o nome do pai constante da declaração e o verificado pelo registrador nos termos da legislação civil, prevalecendo este último; V – demais equívocos, omissões ou divergên‑ cias que não comprometam informações rele‑ vantes para o registro de nascimento. § 2o O nome do pai constante da Declaração de Nascido Vivo não constitui prova ou presunção da paternidade, somente podendo ser lançado no registro de nascimento quando verificado nos termos da legislação civil vigente. § 3o Nos nascimentos frutos de partos sem as‑ sistência de profissionais da saúde ou parteiras tradicionais, a Declaração de Nascido Vivo será emitida pelos Oficiais de Registro Civil que la‑ vrarem o registro de nascimento, sempre que haja demanda das Secretarias Estaduais ou Municipais de Saúde para que realizem tais emissões. c §§ 1o a 3o acrescidos pela Lei no 12.662, de 5-6-2012. 906 Lei no 6.015/1973 § 4o A naturalidade poderá ser do Município em que ocorreu o nascimento ou do Municí- pio de residência da mãe do registrando na data do nascimento, desde que localizado em território nacional, cabendo a opção ao declarante no ato de registro do nascimento. § 5o Na hipótese de adoção iniciada antes do registro do nascimento, o declarante poderá optar pela naturalidade do Município de resi- dência do adotante na data do registro, além das alternativas previstas no § 4o. c §§ 4o e 5o acrescidos pela MP no 776, de 26-7-2017 (DOU de 27-4-2017), que até o encerramento desta edição não havia sido convertida em lei. Art. 55. Quando o declarante não indicar o nome completo, o oficial lançará adiante do prenome escolhido o nome do pai, e na falta, o da mãe, se forem conhecidos e não o impedir a condição de ilegitimidade, salvo reconheci‑ mento no ato. Parágrafo único. Os oficiais do registro civil não registrarão prenomes suscetíveis de expor ao ridículo os seus portadores. Quando os pais não se conformarem com a recusa do oficial, este submeterá por escrito o caso, independen‑ te da cobrança de quaisquer emolumentos, à decisão do juiz competente. Art. 56. O interessado, no primeiro ano após ter atingido a maioridade civil, poderá, pes soal‑ mente ou por procurador bastante, alterar o nome, desde que não prejudique os apelidos de famí lia, aver ban do‑se a alteração que será publicada pela imprensa. Art. 57. A alteração posterior de nome, so‑ mente por exceção e motivadamente, após audiência do Ministério Público, será permitida por sentença do juiz a que estiver sujeito o re‑ gistro, arquivando‑se o mandado e publican‑ do‑se a alteração pela imprensa, ressalvada a hipótese do art. 110 desta Lei. c Caput com a redação dada pela Lei no 12.100, de 27-11-2009. c Dec. no 8.727, de 28-4-2016, dispõe sobre o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis e transexuais no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. § 1o Poderá, também, ser averbado, nos mes‑ mos termos, o nome abreviado, usado como firma comercial registrada ou em qualquer ati‑ vidade profissional. § 2o A mulher solteira, desquitada ou viúva, que viva com homem solteiro, desquitado ou viúvo, excepcionalmente e havendo mo tivo ponderável, poderá requerer ao juiz compe‑ tente que, no re gistro de nascimento, seja averbado o patronímico de seu com panheiro, sem prejuízo dos apelidos próprios, de família, desde que haja impedimento legal para o casa‑ mento, decorrente do estado civil de qualquer das partes ou de ambas. c Art. 39 da Lei no 6.515, de 26-12-1977 (Lei do Divórcio). § 3o O juiz competente somente processará o pedido, se tiver expressa concordância do com‑ panheiro, e se da vida em comum houverem decorrido, no mínimo, cinco anos ou existirem filhos da união. § 4o O pedido de averbação só terá curso, quando desquitado o companheiro, se a ex‑es‑ posa houver sido condenada ou tiver renuncia‑ do ao uso dos apelidos do marido, ainda que dele receba pensão alimentícia. § 5o O aditamento regulado nesta Lei será cancelado a requerimento de uma das partes, ouvida a outra. § 6o Tanto o aditamento quanto o cancelamen‑ to da averbação previstos neste artigo serão processados em segredo de justiça. § 7o Quando a alteração de nome for conce‑ dida em razão de fundada coação ou ameaça decorrente de colaboração com a apuração de crime, o juiz competente determinará que haja a averbação no registro de origem de menção da existência de sentença concessiva da altera‑ ção, sem a averbação do nome alterado, que somente poderá ser procedida mediante deter‑ minação posterior, que levará em consideração a cessação da coação ou ameaça que deu causa à alteração. c § 7o acrescido pela Lei no 9.807, de 13-7-1999. § 8o O enteado ou a enteada, havendo motivo ponderável e na forma dos §§ 2o e 7o deste arti‑ go, poderá requerer ao juiz competente que, no registro de nascimento, seja averbado o nome de família de seu padrasto ou de sua madrasta, desde que haja expressa concordância destes, semprejuízo de seus apelidos de família. c § 8o acrescido pela Lei no 11.924, de 17-4-2009. Art. 58. O prenome será definitivo, admitin‑ do‑se, todavia, a sua substituição por apelidos públicos notórios. Parágrafo único. A substituição do preno‑ me será ainda admitida em razão de fundada coação ou ameaça decorrente da colaboração com a apuração de crime, por determinação, em sentença, de juiz competente, ouvido o Mi‑ nistério Público. c Art. 58 com a redação dada pela Lei no 9.807, de 13-7-1999. Art. 59. Quando se tratar de filho ilegítimo, não será declarado o nome do pai sem que este expressamente o autorize e compareça, por si ou por procurador especial, para, reconhecen‑ do‑o, assinar, ou não sabendo ou não poden‑ do, mandar assinar a seu rogo o respectivo assento com duas testemunhas. c Arts. 1.607 a 1.617 do CC. c Arts. 26 e 27 do ECA. Art. 60. O registro conterá o nome do pai ou da mãe, ainda que ilegítimos, quando qualquer deles for o declarante. Art. 61. Tratando‑se de exposto, o registro será feito de acordo com as declarações que os es‑ tabelecimentos de caridade, as autoridades ou os particulares comunicarem ao oficial compe‑ tente, nos prazos mencionados no artigo 50, a partir do achado ou entrega, sob a pena do arti‑ go 46, apresentando ao oficial, salvo motivo de força maior comprovada, o exposto e os objetos a que se refere o parágrafo único deste artigo. Parágrafo único. Declarar‑se‑á o dia, mês e ano, lugar em que foi exposto, a hora em que foi encontrado e a sua idade aparente. Nesse caso, o envoltório, roupas e quaisquer outros objetos e sinais que trouxer a criança e que pos‑ sam a todo o tempo fazê‑la reconhecer, serão numerados, alistados e fechados em caixa la‑ crada e selada, com o seguinte rótulo: “Perten‑ ce ao exposto tal, assento de fls. ... do livro...” e remetidos imediatamente, com uma guia em duplicata, ao juiz para serem recolhidos a lugar seguro. Recebida e arquivada a duplicata com o competente recibo do depósito, far‑se‑á à mar‑ gem do assento a correspondente anotação. Art. 62. O registro do nascimento do menor abandonado, sob jurisdição do Juiz de Meno‑ res, poderá fazer‑se por iniciativa deste, à vista dos elementos de que dispuser e com obser‑ vância, no que for aplicável, do que preceitua o artigo anterior. Art. 63. No caso de gêmeos, será declarada no assento especial de cada um a ordem de nas‑ cimento. Os gêmeos que tiverem o prenome igual deverão ser inscritos com duplo prenome ou nome completo diverso, de modo que pos‑ sam distinguir‑se. Parágrafo único. Também serão obrigados a duplo prenome, ou a nome completo diver‑ so, os irmãos a que se pretender dar o mesmo prenome. Art. 64. Os assentos de nascimentos em navio brasileiro mercante ou de guerra serão lavra‑ dos, logo que o fato se verificar, pelo modo estabelecido na legislação de marinha, de‑ vendo, porém, observar‑se as disposições da presente Lei. Art. 65. No primeiro porto a que se chegar, o comandante depositará imediatamente, na capi‑ tania do porto, ou em sua falta, na estação fiscal, ou ainda, no consulado, em se tratando de porto estrangeiro, duas cópias autenticadas dos assen‑ tos referidos no artigo anterior, uma das quais será remetida, por intermédio do Ministério da Justiça, ao oficial do registro para o registro, no lugar de residência dos pais ou, se não for possí‑ vel descobri‑lo, no 1o Ofício do Distrito Federal. Uma terceira cópia será entregue pelo coman‑ dante ao interessado que, após conferência na capitania do porto, por ela poderá, também, promover o registro no cartório competente. Parágrafo único. Os nascimentos ocorridos a bordo de quaisquer aeronaves, ou de navio estrangeiro, poderão ser dados a registro pelos pais brasileiros no cartório ou consulado do lo‑ cal de desembarque. Art. 66. Pode ser tomado assento de nasci‑ mento de filho de militar ou assemelhado em li‑ vro criado pela administração militar mediante declaração feita pelo interessado ou remetida pelo comandante da unidade, quando em cam‑ panha. Esse assento será publicado em boletim da unidade e, logo que possível, trasladado por cópia autenticada, ex officio ou a requerimento do interessado, para o cartório de registro civil a que competir ou para o do 1o Ofício do Dis‑ trito Federal, quando não puder ser conhecida a residência do pai. Parágrafo único. A providência de que trata este artigo será extensiva ao assento de nas‑ cimento de filho de civil, quando, em conse‑ quência de operações de guerra, não funcio‑ narem os cartórios locais. Capítulo V DA HABILITAÇÃO PARA O CASAMENTO Art. 67. Na habilitação para o casamento, os interessados, apresentando os documentos exigidos pela lei civil, requererão ao oficial do registro do distrito de residência de um dos nubentes, que lhes expeça certidão de que se acham habilitados para se casarem. c Arts. 1.525 a 1.532 do CC. § 1o Autuada a petição com os documentos, o oficial mandará afixar proclamas de casamen‑ to em lugar ostensivo de seu cartório e fará publicá‑los na imprensa local, se houver. Em seguida, abrirá vista dos autos ao órgão do Ministério Público, para manifestar‑se sobre o pedido e requerer o que for necessário à sua regularidade, podendo exigir a apresentação de atestado de residência, firmado por auto‑ ridade policial, ou qualquer outro elemento de convicção admitido em direito. § 2o Se o órgão do Ministério Público impug‑ nar o pedido ou a documentação, os autos 907 Le g. C o m pL em en ta r Lei no 6.015/1973 serão encaminhados ao juiz, que decidirá sem recurso. § 3o Decorrido o prazo de quinze dias a contar da afixação do edital em cartório, se não apa‑ recer quem oponha impedimento nem constar algum dos que de ofício deva declarar, ou se tiver sido rejeitada a impugnação do órgão do Ministério Público, o oficial do registro certifi‑ cará a circunstância nos autos e entregará aos nubentes certidão de que estão habilitados para se casar dentro do prazo previsto em lei. § 4o Se os nubentes residirem em diferentes distritos do registro civil, em um e em outro se publicará e se registrará o edital. § 5o Se houver apresentação de impedimento, o oficial dará ciência do fato aos nubentes, para que indiquem em três dias prova que pre‑ tendam produzir, e remeterá os autos a juízo; produzidas as provas pelo oponente e pelos nu‑ bentes, no prazo de dez dias, com ciência do Ministério Público, e ouvidos os interessados e o órgão do Ministério Público em cinco dias, decidirá o juiz em igual prazo. § 6o Quando o casamento se der em circunscri‑ ção diferente daquela da habilitação, o oficial do registro comunicará ao da habilitação esse fato, com os elementos necessários às anota‑ ções nos respectivos autos. Art. 68. Se o interessado quiser justificar fato necessário à habilitação para o casamento, deduzirá sua intenção perante o juiz compe‑ tente, em petição circunstanciada, indicando testemunhas e apresentando documentos que comprovem as alegações. § 1o Ouvidas as testemunhas, se houver, dentro do prazo de cinco dias, com a ciência do órgão do Ministério Público, este terá o prazo de vinte e quatro horas para manifestar‑se, decidindo o juiz em igual prazo, sem recurso. § 2o Os autos da justificação serão encaminha‑ dos ao oficial do registro para serem anexados ao processo da habilitação matrimonial. Art. 69. Para a dispensa de proclamas, nos ca‑ sos previstos em lei, os contraentes, em petição dirigida ao juiz, deduzirão os motivos de ur‑ gência do casamento, provando‑a, desde logo, com documentos ou indicando outras provas para demonstração do alegado. § 1o Quando o pedido se fundar em crime con‑ tra os costumes, a dispensa de proclamas será precedida da audiência dos contraentes, sepa‑ radamente e em segredo de justiça. § 2o Produzidasas provas dentro de cinco dias, com a ciência do órgão do Ministério Público, que poderá manifestar‑se, a seguir, em vinte e quatro horas, o juiz decidirá, em igual pra‑ zo, sem recurso, remetendo os autos para serem anexados ao processo de habilitação matrimonial. Capítulo VI DO CASAMENTO Art. 70. Do matrimônio, logo depois de cele‑ brado, será lavrado assento, assinado pelo pre‑ sidente do ato, os cônjuges, as testemunhas e o oficial, sendo exarados: 1o) os nomes, prenomes, nacionalidade, na- turalidade, data de nascimento, profissão, domicílio e residência atual dos cônjuges; c Item 1o com a redação dada pela MP no 776, de 26- 7-2017 (DOU de 27-4-2017), que até o encerramento desta edição não havia sido convertida em lei. 2o) os nomes, prenomes, nacionalidade, data de nascimento ou de morte, domicílio e residência atual dos pais; 3o) os nomes e prenomes do cônjuge prece‑ dente e a data da dissolução do casamento anterior, quando for o caso; 4o) a data da publicação dos procla mas e da celebração do casamento; 5o) a relação dos documentos apresentados ao oficial do registro; 6o) os nomes, prenomes, nacionalidade, pro‑ fissão, domicílio e residência atual das testemunhas; 7o) o regime de casamento, com declaração da data e do cartório em cujas notas foi tomada a escritura antenupcial, quando o regime não for o da comunhão ou o le‑ gal que, sendo conhecido, será declarado expressamente; c Arts. 1.640 e 1.653 a 1.657 do CC. 8o) o nome, que passa a ter a mulher, em vir‑ tude do casamento; 9o) os nomes e as idades dos filhos havidos de matrimônio anterior ou legitimados pelo casamento; c Art. 227, § 6o, da CF. 10) à margem do termo, a impressão digital do contraente que não souber assinar o nome. Parágrafo único. As testemunhas serão pelo menos duas, não dispondo a lei de modo diverso. Capítulo VII DO REGISTRO DO CASAMENTO RELIGIOSO PARA EFEITOS CIVIS Art. 71. Os nubentes habilitados para o casa‑ mento poderão pedir ao oficial que lhes for‑ neça a respectiva certidão, para se casarem perante a autoridade ou ministro religioso, nela mencionando o prazo legal de validade da habilitação. Art. 72. O termo ou assento do casamento religioso, subscrito pela autoridade ou minis‑ tro que o celebrar, pelos nubentes e por duas testemunhas, conterá os requisitos do artigo 70, exceto o 5o. Art. 73. No prazo de trinta dias a contar da rea‑ lização, o celebrante ou qualquer interessado poderá, apresentando o assento ou termo de casamento religioso, requerer‑lhe o registro ao oficial do cartório que expediu a certidão. § 1o O assento ou termo conterá a data da cele‑ bração, o lugar, o culto religioso, o nome do ce‑ lebrante, sua qualidade, o cartório que expediu a habilitação, sua data, os nomes, profissões, residências, nacionalidades das testemunhas que o assinarem e os nomes dos contraentes. § 2o Anotada a entrada do requerimento, o ofi‑ cial fará o registro no prazo de vinte e quatro horas. § 3o A autoridade ou ministro celebrante ar‑ quivará a certidão de habilitação que lhe foi apresentada, devendo, nela, anotar a data da celebração do casamento. Art. 74. O casamento religioso, celebrado sem a prévia habilitação perante o oficial de registro público, poderá ser registrado desde que apre‑ sentados pelos nubentes, com o requerimento de registro, a prova do ato reli gio so e os do‑ cumentos exigidos pelo Código Civil, suprindo eles eventual falta de requisitos no termo da celebração. c Art. 1.525 do CC. Parágrafo único. Processada a habilitação com a publicação dos editais e certificada a inexistência de impedimentos, o oficial fará o registro do casamento religioso, de acordo com a prova do ato e os dados constantes do processo, observado o disposto no artigo 70. Art. 75. O registro produzirá efeitos jurídicos a contar da celebração do casamento. c Art. 226, § 2o, da CF. Capítulo VIII DO CASAMENTO EM IMINENTE RISCO DE VIDA Art. 76. Ocorrendo iminente risco de vida de algum dos contraentes, e não sendo possível a presença da autoridade competente para pre‑ sidir o ato, o casamento poderá realizar‑se na presença de seis testemunhas, que comparece‑ rão, dentro de cinco dias, perante a autoridade judiciária mais próxima, a fim de que sejam reduzidas a termo suas declarações. § 1o Não comparecendo as testemunhas, es‑ pontaneamente, poderá qualquer interessado requerer a sua intimação. § 2o Autuadas as declarações e encaminhadas à autoridade judiciária competente, se outra for a que as tomou por termo, será ouvido o órgão do Ministério Público e se realizarão as diligên‑ cias necessárias para verificar a inexistência de impedimento para o casamento. § 3o Ouvidos dentro de cinco dias os interessa‑ dos que o requererem e o órgão do Ministério Público, o juiz decidirá em igual prazo. § 4o Da decisão caberá apelação com ambos os efeitos. § 5o Transitada em julgado a sentença, o juiz mandará registrá‑la no Livro de Casamento. Capítulo IX DO ÓBITO Art. 77. Nenhum sepultamento será feito sem certidão do oficial de registro do lugar do fale‑ cimento, extraída após a lavratura do assento de óbito, em vista do atestado de médico, se houver no lugar, ou em caso contrário, de duas pessoas qualificadas que tiverem presenciado ou verificado a morte. § 1o Antes de proceder ao assento de óbito de criança de menos de um ano, o oficial verificará se houve registro de nascimento, que, em caso de falta, será previamente feito. § 2o A cremação de cadáver somente será feita daquele que houver manifestado a vontade de ser incinerado ou no interesse da saúde pública e se o atestado de óbito houver sido firmado por dois médicos ou por um médico legista e, no caso de morte violenta, depois de autoriza‑ da pela autoridade judiciária. Art. 78. Na impossibilidade de ser feito o re‑ gistro dentro de vinte e quatro horas do faleci‑ mento pela distância ou qualquer outro motivo relevante, o assento será lavrado depois, com a maior urgência, e dentro dos prazos fixados no artigo 50. Art. 79. São obrigados a fazer declaração de óbito: 1o) o chefe de família, a respeito de sua mulher, filhos, hóspedes, agregados e fâmulos; 2o) a viúva, a respeito de seu marido, e de cada uma das pessoas indicadas no nú‑ mero antecedente; 3o) o filho, a respeito do pai ou da mãe; o irmão, a respeito dos irmãos, e demais pessoas de casa, indicadas no no 1; o pa‑ rente mais próximo, maior e presente; 1063 Le g. C o m pL em en ta r Lei no 8.069/1990 § 1o Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas, visando ao plane‑ jamento, à implementação e à avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao alei‑ tamento materno e à alimentação comple‑ mentar saudável, de forma contínua. § 2o Os serviços de unidades de terapia in‑ tensiva neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta de leite humano. c §§ 1o e 2o acrescidos pela Lei no 13.257, de 8-3-2016. Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimen‑ tos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a: I – manter registro das atividades desenvolvi‑ das, através de pron tuários individuais, pelo prazo de dezoito anos; II – identificar o recém‑nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas nor ma ti zadas pela autoridade administrativa competente; III – proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolis‑ mo do recém‑nascido, bem como prestar orien‑ tação aos pais; IV – fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato; V – manter alojamento conjunto,possibilitan‑ do ao neonato a permanência junto à mãe; VI – acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quan‑ to à técnica adequada, enquanto a mãe per‑ manecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente. c Inciso VI acrescido pela Lei no 13.436, de 12-4-2017 (DOU de 13-4-2017), para vigorar após 90 dias de sua publicação. Art. 11. É assegurado acesso integral às li‑ nhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. § 1o A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação ou segre‑ gação, em suas necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação. § 2o Incumbe ao poder público fornecer gra‑ tuitamente, àqueles que necessitar em, me‑ dicamentos, órteses, próteses e outras tecno‑ logias assistivas relativas ao tratamento, ha‑ bilitação ou reabilitação para crianças e ado‑ lescentes, de acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas necessidades específicas. § 3o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças na primei‑ ra infância receberão formação específica e permanente para a detecção de sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer necessário. Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados intermediá‑ rios, deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente. c Arts. 11 e 12 com a redação dada pela Lei no 13.257, de 8-3-2016. Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degra‑ dante e de maus‑tratos contra criança ou ado‑ lescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. c Caput com a redação dada pela Lei no 13.010, de 26-6-2014. § 1o As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude. c Parágrafo único renumerado para § 1o e com a re- dação dada pela Lei no 13.257, de 8-3-2016. § 2o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, os serviços de assistência social em seu componente especializado, o Centro de Referência Especializado de Assis‑ tência Social (Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância com suspei‑ ta ou confirmação de violência de qualquer natureza, formulando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se necessário, acompanhamento domiciliar. c § 2o acrescido pela Lei no 13.257, de 8-3-2016. Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontoló‑ gica para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos. § 1o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. c Parágrafo único renumerado para § 1o pela Lei no 13.257, de 8-3-2016. § 2o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mulher e à criança. § 3o A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré‑natal, e, pos‑ teriormente, no sexto e no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bucal. § 4o A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será atendida pelo Sistema Único de Saúde. c §§ 2o a 4o acrescidos pela Lei no 13.257, de 8-3-2016. § 5o É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro instrumento construído com a finalidade de facilitar a detecção, em consulta pediátrica de acom‑ panhamento da criança, de risco para o seu desenvolvimento psíquico. c § 5o acrescido pela Lei no 13.438, de 26-4-2017 (DOU de 27-4-2017), para vigorar após 180 dias de sua publicação. Capítulo II Do DIreIto à LIberDaDe, ao respeIto e à DIgnIDaDe Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pes‑ soas humanas em processo de desenvolvimen‑ to e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis. Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: I – ir, vir e estar nos logradouros públicos e es‑ paços comunitários, ressalvadas as restrições legais; c Art. 5o, LXVIII, da CF. II – opinião e expressão; III – crença e culto religioso; IV – brincar, praticar esportes e divertir‑se; V – participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; VI – participar da vida política, na forma da lei; VII – buscar refúgio, auxílio e orientação. Art. 17. O direito ao respeito consiste na in‑ violabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abran gendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. c Art. 5o, X, da CF. Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo‑os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. Art. 18‑A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disci‑ plina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família amplia‑ da, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá‑los, educá‑los ou protegê‑los. Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera‑se: I – castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que resulte em: a) sofrimento físico; ou b) lesão; II – tratamento cruel ou degradante: condu‑ ta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que: a) humilhe; ou b) ameace gravemente; ou c) ridicularize. Art. 18‑B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públi‑ cos executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá‑los, educá‑los ou protegê‑los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes me‑ didas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: I – encaminhamento a programa oficial ou co‑ munitário de proteção à família; II – encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; III – encaminhamento a cursos ou programas de orientação; IV – obrigação de encaminhar a criança a trata‑ mento especializado; V – advertência. Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais. c Arts. 18-A e 18-B acrescidos pela Lei no 13.010, de 26-6-2014. 1082 Lei no 8.069/1990 § 1o Se o adolescente não tiver defensor, ser‑lhe‑á nomeado pelo juiz, ressalvado o di‑ reito de, a todo tempo, constituir outro de sua preferência. c Art.186, § 2o, desta Lei. § 2o A ausência do defensor não determina‑ rá o adiamento de nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito do ato. § 3o Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de defensor nomeado ou, sendo constituído, tiver sido indicado por oca‑ sião de ato formal com a presença da autori‑ dade judi ciária. Capítulo VII Da Proteção JuDICIaL Dos Interesses InDIVIDuaIs, DIfusos e CoLetIVos Art. 208. Regem‑se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e ao adolescen‑ te, referentes ao não oferecimento ou oferta irregular: I – do ensino obrigatório; II – de atendimento educacional especia lizado aos portadores de deficiência; III – de atendimento em creche e pré‑escola às crianças de zero a cinco anos de idade; c Inciso III com a redação dada pela Lei no 13.306, de 4-7-2016. IV – de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; V – de programas suplementares de ofer‑ ta de material didático‑escolar, transporte e assistência à saúde do educando do ensino fundamental; VI – do serviço de assistência social visando à proteção à família, à maternidade, à infância e à adolescência, bem como ao amparo às crian‑ ças e adolescentes que dele necessitem; VII – de acesso às ações e serviços de saúde; VIII – de escolarização e profissionalização dos adolescentes privados de liberdade; IX – de ações, serviços e programas de orien‑ tação, apoio e promoção social de famílias e destinados ao pleno exercício do direito à con‑ vivência familiar por crianças e adolescentes; c Inciso IX acrescido pela Lei no 12.010, de 3-8-2009. X – de programas de atendimento para a exe‑ cução das medidas socioeducativas e aplicação de medidas de proteção; c Inciso X acrescido pela Lei no 12.594, de 18-1-2012. XI – de políticas e programas integrados de atendimento à criança e ao adolescente víti‑ ma ou testemunha de violência. c Inciso XI acrescido pela Lei no 13.431, de 4-4-2017 (DOU de 5-4-2017), para vigorar após 1 ano de sua publicação. § 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial outros interes‑ ses individuais, difusos ou coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos pela Constituição e pela Lei. c Antigo parágrafo único renumerado para § 1o pela Lei no 11.259, de 30-12-2005. § 2o A investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes será realizada ime‑ diatamente após notificação aos órgãos com‑ petentes, que deverão comunicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e compa‑ nhias de transporte interestaduais e internacio‑ nais, fornecendo‑lhes todos os dados necessá‑ rios à identificação do desaparecido. c § 2o acrescido pela Lei no 11.259, de 30-12-2005. Art. 209. As ações previstas neste capítulo se‑ rão propostas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juí‑ zo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça Federal e a competência originária dos Tribu‑ nais Superiores. Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou difusos, consideram‑se legitimados concor ren te men te: I – o Ministério Público; II – a União, os Estados, os Municípios, o Distri‑ to Federal e os Territórios; III – as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a autorização da assembleia, se houver prévia autorização estatutária. § 1o Admitir‑se‑á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei. c Arts. 46 a 49 do CPC/1973. c Arts. 113 a 118 do CPC/2015. § 2o Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado poderá assumir a titularidade ativa. Art. 211. Os órgãos públicos legitimados po‑ derão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, o qual terá eficácia de título executivo extrajudicial. Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes. § 1o Aplicam‑se às ações previstas neste capí‑ tulo as normas do Código de Processo Civil. § 2o Contra atos ilegais ou abusivos de autori‑ dade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado de segurança. Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. § 1o Sendo relevante o fundamento da deman‑ da e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citando o réu. § 2o O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obriga‑ ção, fixando prazo razoável para o cumprimen‑ to do preceito. § 3o A multa só será exigível do réu após o trân‑ sito em julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento. Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do respectivo município. § 1o As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em julgado da decisão serão exigidas através de execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos, faculta‑ da igual iniciativa aos demais legitimados. § 2o Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em estabeleci‑ mento oficial de crédito, em conta com corre‑ ção monetária. Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspen‑ sivo aos recursos, para evitar dano irreparável à parte. Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao Poder Público, o juiz determinará a remessa de peças à autori‑ dade competente, para apuração da responsa‑ bilidade civil e administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão. Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá fazê‑lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados. Art. 218. O juiz condenará a associação auto‑ ra a pagar ao réu os honorários advocatí cios arbitrados na conformidade do § 4o do artigo 20 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, quando reconhecer que a pretensão é manifestamente infundada. c Art. 85, §§ 3o e 8o, do CPC/2015. Parágrafo único. Em caso de litigância de má‑fé, a associação autora e os diretores res‑ ponsáveis pela propositura da ação serão soli‑ dariamente condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de responsabilidade por perdas e danos. Art. 219. Nas ações de que trata este Capítu‑ lo, não haverá adiantamento de custas, emolu‑ mentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas. Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do Minis‑ tério Público, prestando‑lhe informações sobre fatos que constituam objeto de ação civil, e indicando‑lhe os elementos de convicção. Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízes e tribunais tiverem conhecimento de fa‑ tos que possam ensejar a propositura de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as providências cabíveis. Art. 222. Para instruira petição inicial, o inte‑ ressado poderá requerer às autoridades com‑ petentes as certidões e informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de quinze dias. Art. 223. O Ministério Público poderá ins‑ taurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a dez dias úteis. § 1o Se o órgão do Ministério Público, esgo‑ tadas todas as diligências, se convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação cível, promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças informati‑ vas, fazendo‑o fundamentadamente. § 2o Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no pra zo de três dias, ao Conselho Superior do Ministério Público. § 3o Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento, em sessão do Conselho Superior do Ministério Público, po‑ derão as associações legitimadas apresentar razões escritas ou documentos, que serão jun‑ 1084 Lei no 8.069/1990 II – membro de entidade, legalmente constituí da, que inclua, entre suas finalidades institu cionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referi dos neste parágrafo; III – representante legal e funcionários respon sáveis de provedor de acesso ou serviço pres tado por meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário. § 3o As pessoas referidas no § 2o deste arti go deverão manter sob sigilo o material ilícito referido. Art. 241‑C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, mon tagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual: Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, dis tribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produ zido na forma do caput deste artigo. Art. 241‑D. Aliciar, assediar, instigar ou cons tranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: I – facilita ou induz o acesso à criança de ma terial contendo cena de sexo explícito ou por nográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso; II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita. Art. 241‑E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situ ação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simula das, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordial mente sexuais. c Arts. 241‑A a 241‑E acrescidos pela Lei no 11.829, de 25‑11‑2008. Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuita mente ou entregar, de qualquer forma, a crian ça ou adolescente arma, munição ou explosivo: c Art. 16, parágrafo único, V, da Lei no 10.826, de 22‑ 12‑2003 (Estatuto do Desarmamento). Pena – reclusão, de três a seis anos. c Pena com a redação dada pela Lei no 10.764, de 12‑11‑2003. Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qual quer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar dependên cia física ou psíquica: Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave. c Artigo com a redação dada pela Lei no 13.106, de 17‑3‑2015. Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratui tamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provo car qualquer dano físico em caso de utilização indevida: Pena – detenção de seis meses a dois anos, e multa. Art. 244‑A. Submeter a criança ou adolescen te, como tais definidos no caput do artigo 2o desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual. Pena – reclusão de quatro a dez anos, e multa. § 1o Incorrem nas mesmas penas o pro prie tário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifique a submissão de criança ou ado lescente às práticas referidas no caput deste artigo. § 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de fun cionamento do estabelecimento. c Art. 244‑A acrescido pela Lei no 9.975, de 23‑6‑2000. Art. 244‑B. Corromper ou facilitar a corrup ção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindoo a praticála: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. c Súm. no 500 do STJ. § 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas utilizandose de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de batepapo da internet. § 2o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a in fração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990. c Art. 244‑B acrescido pela Lei no 12.015, de 7‑8‑2009. Capítulo II Das Infrações aDmInIstratIvas Art. 245. Deixar o médico, professor ou res ponsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, préescola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envol vendo suspeita ou confirmação de maustratos contra criança ou adolescente: c Arts. 13, 56 e 130 desta Lei. c Art. 136 do CP. c Art. 213 do CPM. Pena – multa de três a vinte salários de re ferência, aplicandose o dobro em caso de reincidência. Art. 246. Impedir o responsável ou funcioná rio de entidade de atendimento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do artigo 124 desta Lei: Pena – multa de três a vinte salários de re ferência, aplicandose o dobro em caso de reincidência. Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento de procedimento policial, administrativo ou judi cial relativo a criança ou adolescente a que se atribui ato infracional: c Art. 143 desta Lei. Pena – multa de três a vinte salários de re ferência, aplicandose o dobro em caso de reincidência. § 1o Incorre na mesma pena quem exibe, to tal ou parcialmente, fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente. c Art. 143 desta Lei. § 2o Se o fato for praticado por órgão de im prensa ou emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a apreensão da publicação ou a suspensão da programação da emissora até por dois dias, bem como da publicação do periódico até por dois números. c O STF, por unanimidade de votos, julgou proceden‑ te a ADIN no 869‑2, para declarar a inconstitucio‑ nalidade da expressão “ou a suspensão da progra‑ mação da emissora até por dois dias, bem como da publicação do periódico até por dois números”, contida neste parágrafo (DJ de 4‑6‑2004). Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária de seu domicílio, no prazo de cin co dias, com o fim de regularizar a guarda, adolescente trazido de outra comarca para a prestação de serviço
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