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Biogeografia Brown, J.H.. & Lomolino, M.V. 2006. Biogeografia 2ªed. rev. e ampl 691p. FUNPEC. Carvalho, C.J.B. & Almeida, E.A.B. (eds). 2011. Biogeografia da América do Sul. Padrões & Processos. Ed. Roca. 306 p. Bibliografia • Como as espécies estão distribuídas • Porque a biota varia de local para local • É o estudo da distribuição geográfica dos organismos, no passado e no presente. Procura explicar: •Por que há tantos seres vivos? •Como e por que uma espécie ou um grupo taxônomico superior está(ão) ocupando a presente área de ocorrência? •O que possibilita uma espécie a viver onde se encontra e o que impossibilita a colonizar outra área? •Qual o papel do clima, solo, topografia, e interações com outros organismos limitando a distribuição de uma espécie? •Como dada espécie ficou restrita a uma determinada área de ocorrência? •Quais são as espécies aparentadas e onde são encontradas? Em que local vivem seus ancentrais? •Como eventos históricos, tais como, a deriva continental e as glaciações no Pleistoceno afetaram a distribuição das espécies? •Por que há muito mais espécies nos trópicos do que em latitudes temperadas ou árticas? Como ilhas oceânicas isoladas são colonizadas e por que há quase sempre um número reduzido de espécies em ilhas do que nos mesmos tipos de habitats no continente? Principais questões da Biogeografia A Ciência Biogeografia tem evoluído em função do conhecimento adquirido em diversas outras ciências. • Geografia • Geologia • Paleontologia • Climatologia • Genética e Evolução • Ecologia de Populações e Comunidades • Sistemática Filogenética (Cladística) • Primeiras culturas já sabiam onde achar espécies/alimento, montanhas, rios, etc.. • Registros nas pinturas rupestres História da Biogeografia Pinturas Rupestres História da Biogeografia Tupã e a criação do mundo Criou o infinito, depois Jaci (Lua), Iara (irmã de Jaci) deusa dos lagos, Guaraci (Sol, irmão de Jaci), que deram vida a tudo. Pirarucu, deus do mal e Curupira, deus protetor das florestas. Depois criou o homem e a mulher. Os deuses fizeram os animais e plantas que se dispersaram. Da criação do mundo, origem e dispersão das espécies O jardim do Éden (Gênesis 1440 ac) Deus cria o homem e os “bichos” no 5-6 dia, eles se espalham Arca de Noé Não levou Plantas ou sementes???? • Dilúvio, extinção e dispersão • Geração espontânea. Santo Agostinho (354-430 dc) • Como as espécies chegaram às Ilhas? • “carregadas por anjos por meio da intervenção Divina” • Escola dispersionista: inclui os pensadores que hipotetizavam como as espécies terrestres poderiam ter atravessado oceanos... Idade Média • Queimando bruxas e “livros” • Imperava a Teoria do Geocentrismo Era das trevas Grandes navegações • Renascimento (1400...dc) Criação divina: Deus falou para o homem, “catalogue tudo” Terra, clima, espécies. Carolus Linnaeus ( 1707-1778) Supôs que a vida tinha se originado, ou sobrevivido a dilúvio bíblico, ao longo das encostas do Monte Ararat. À medida que se subia na montanha, os distintos ambientes iam se sucedendo, desde os desertos até as tundras alpinas. Assim cada uma dessas zonas abrigava um conjunto distinto de espécies, cada uma imutável, mas perfeitamente adaptável àquele ambiente. Uma vez que o dilúvio recuou, essas espécies migraram da base da montanha e se espalharam, colonizando seus respectivos ambientes em diferentes regiões do globo (Brown e Lomolino,2006. pg 14-15). Monte Ararat (Armênia/Turquia) Buffon Buffon examinou as espécies de mamíferos do Velho Mundo conhecidas na época e mostrou que a maioria delas não possuía correspondentes na América, isto é, eram espécies exclusivas do Velho Mundo. A partir de suas descobertas foi formulada a Lei de Buffon, segundo a qual diferentes regiões do globo, apesar de compartilharem as mesmas condições, são habitadas por diferentes espécies de animais e plantas. Os estudos de Buffon sugerem causas históricas para os padrões de distribuição, ou seja, ou o grupo de organismos surgiu naquela dada área ou veio de outro lugar. No primeiro caso, implica em dizer que a especiação ocorreu naquela área; no segundo caso, houve dispersão e consequente colonização( (Brown e Lomolino,2006. pg 15-16). (1707 - 1788 ) • Escola dos Extensionistas • “os oceanos já estiveram próximos no passado, ou haviam “pontes” que ligaram os continentes no passado Johann Reinhold Forster (1729 - 1798): Fez uma das primeiras deduções iniciais do que viria a ser chamado de biogeografia de ilhas e a teoria da diversidade das espécies. Ele notou que comunidades insulares possuíam menos espécies vegetais do que no continente, e que o número de espécies nas ilhas aumentava de acordo com recursos disponíveis. Também notou a tendência de diminuição da diversidade vegetal do equador aos pólos, um padrão que ele atribuiu à direções latitudinais de elevação da temperatura na superfície terrestre ( (Brown e Lomolino,2006. p. 15-16). Alexander von Humboldt ( 1769 - 1859 ): Pai da fitogeografia. Notou que o zoneamento florístico que Forster descreveu ao longo dos gradientes latitudinais também poderia ser observado em uma escala mais local ao longo de gradientes altimétricos. Percebeu que mesmo no interior das regiões, as plantas estavam distribuídas em zonas de altitude, ou cinturões florísticos, variando de equivalentes equatoriais tropicais em baixas elevações até equivalentes boreais árticos nos topos (Brown e Lomolino,2006. pg 15-16). Augustin P. Candolle ( 1778 – 1841): Adicionou que os organismos não são somente influenciados pela luz, calor e água, como também competem por esses recursos. Adicionou nas observações de Fosters que enquanto o número das espécies é, em maioria, grandemente influenciado pela área insular (área da ilha), outros fatores, como a idade da ilha, vulcanismos, clima e insolamento também influenciam a diversidade florística dentro de uma ilha. Foi um dos primeiros a escrever sobre a competição e a luta pela existência em plantas, um tema que viria a ser central para o desenvolvimento da teoria evolutiva e ecológica (Brown e Lomolino, 2006. pg 15-17). Charles Lyell ( 1797 - 1875 ): Considerado o pai da Geologia, concluiu junto com Adolphe Brongniart (1801 - 1876) pai da Paleobotânica, que o clima da Terra era altamente mutável. Lyell também percebeu que o nível do mar também mudou e que o soerguimento e a erosão das montanhas alteraram a superfície da Terra. sendo para ele, essa a explicação plausível para a presença de fósseis marinhos nos topos das montanhas. Também forneceu evidências para o processo de extinção (Brown e Lomolino,2006. pg 16-19). Charles Darwin (1809 - 1882): • Acumulou conhecimentos em suas viagens com o Beagle • Comparou fauna e flora de diversas regiões • Encontrou muitos fósseis com espécies desconhecidas • Questionou: Por que variavam na morfologia? Desenvolveu sua Teoria da Evolução, considerando a seleção natural como o principal mecanismo através do qual novas formas de vida se originavam, e ainda se origina. Essa teoria se classifica como um dos mais importantes avanços científicos de todos os tempos e está intrinsecamente relacionada a todos os aspectos da biogeografia (Brown e Lomolino,2006. pg 19-25). Alfred Russel Wallace ( 1823 - 1913): Considerado o Pai da Zoogeografia. Co-autor da Teoria da Evolução Explicou endemismo e regiões biogeográficas Regiões Zoogeográficas da Terra Foseph Dalton Hooker ( 1817 - 1911): Considerado o fundador da biogeografia histórica. Hooker compartilhou com Darwin suas ideias sobre distribuição geográfica das plantas e foi umdos poucos a encorajar Darwin a continuar trabalhando, e mais tarde publicar, A origem das espécies. Hooker afirmava que, na maioria das vezes, a dispersão a longa distância era uma explicação insuficiente para as distribuições das espécies. Ele argumentou que os padrões biogeográficos e a peculiaridade da flora do Hemisfério Sul não eram compatíveis com a hipóteses dispersionistas de Darwin, ao contrário, acreditava na hipótese de todos serem membros de uma flora extensa e mais contínua de terra... e que foi separada por fatores geológicos e climáticos, um dos princípios propostos por ele da biogeografia vicariante (Brown e Lomolino,2006. pg 19-25). LEÓN CROIZAT (Pai da Biogeografia Vicariante) - a história geológica pode ajudar-nos a compreender a história dos organismos, assim como a história dos organismos pode ajudar-nos a entender a história de nosso planeta. A partir dos preceitos de Croizat surge o pensamento vicariante, contraposto diretamente ao pensamento dispersalista, paradigma dominante à época. A teoria vicariante, exprime que barreiras geográficas e eventos de extinção e dispersão foram capazes de conferir, ao longo do tempo, a diversidade e padrão de distribuição destas espécies tal como vemos hoje. TEORIA VICARIÂNTE Biogeografia filogenética (ou Filogeografia) Hennig (1966): Filogenia incorporada na Biogeografia. • assume que especiação alopátrica e peripátrica é muito comum na natureza (isolamento geográfico) Alfred Lothar Wegener (1912) – Teoria da Deriva Continetal • Evidências fósseis • Evidências litológicas • Evidências da morfologia costeira dos continentes Teoria da Deriva Continetal • Wegener (1912) • MECANISMO??? Década de 60: Teoria da Tectônica de Placas Qual é o Centro de Origem e Dispersão das Espécies?? Jardim do Éden no topo de um morro tropical (que tem todas as estações do ano) Ilha tropical, continentes em expansão e dispersão. O Jardim do Éden !!! Vicariância • Separação de populações por barreiras devido a mudanças geológicas e climáticas. • Mecanismo para especiação alopátrica • Evidências: Cladograma de áreas de Maruins (Brudin, 1988) Mostram similaridades e dissimilaridades entre espécies • Separação de populações por barreiras devido a mudanças geológicas, climáticas e de habitat. • Mecanismo para especiação alopátrica • Evidências: • Cladograma de áreas de maruins (Brudin, 1988) • Congruência entre ≠ spp. Evidências: Cladograma de áreas de Maruins (Brudin, 1988) Escolas Biogeográficas (Resumo) • A Ciência Biogeografia se desenvolveu a partir de “explorações científicas” , por naturalistas e geólogos • A partir da catalogação de espécies, fatores climáticos e topografia começaram a comparar e questionar a criação divina. • As questões partem do “Centro de Origem” (Arca de Noé - Monte Ararat) e formas de dispersão • Escola dos Dispersionistas • Diversidade de fauna e flora similaridades e dissimilaridades nos continentes • “os oceanos já estiveram próximos no passado, ou haviam “pontes” que ligaram os continentes no passado • Escola dos Extensionistas • Aumento do conhecimento da Paleontologia (extinções e criações), Geologia (deriva dos continentes), Ecologia evolutiva (neodarwinismo) Cladística e Filogeografia • Escola contemporânea (atual) Períodos Biogeográficos A história da Biogeografia pode ser dividida em 3 períodos, marcados por rupturas conceituais: 1 - Período Clássico (1760-1860) – Este período ficou caracterizado pela publicação de vários volumes sobre história natural, publicadas entre 1749 e 1804, por Georges-Louis Leclerc, Comte de Buffon (1707- 1788). 2 - Período Wallaciano (1860-1960) – Alfred Wallace (1823-1913), contemporâneo de Darwin, utilizou a teoria evolucionária para explicar endemismos e regiões biogeográficas. 3 - Período Moderno (início em cerca de 1960 com o redescobrimento da moderna teoria da deriva continental/placas tectônicas). BIOGEOGRAFIA VICARIÂNCIA DISPERSÃO ECOLOGIA HISTÓRIA Especiação Peripátrica • é uma versão especial do modo de especiação alopátrica acontece quando uma das populações isoladas tem poucos indivíduos. 1. Desastre duplo: Não obstante as moscas da fruta da ilha estarem separadas geograficamente de seus parentes do continente, apenas algumas das larvas sobreviveram a viajem angustiante para finalmente colonizar a ilha. 2. Genes raros sobrevivem: Esses poucos sobreviventes por acaso levam alguns genes que são raros na população do continente. Um desses genes raros acaba causando uma pequena variação na dança do acasalamento. Outro causa uma ligeira diferença no formato da genitália masculina. Este é um exemplo do efeito fundador. Como ocorre? Ex hipotético: 3. Deriva da frequência gênica: Essas pequenas diferenças, que são raras no continente, derivam para fixação em pequenas populações da ilha ao longo de algumas gerações (ou seja, a população inteira da ilha acaba tendo esses genes). 4. Mais mudanças: Como a população da ilha cresce, as características únicas de reprodução na ilha resultam em uma cascata de mudanças causadas pela seleção sexual. Essas mudanças aperfeiçoam, ou pelo menos melhoram, o ajuste da genitália feminina e masculina um para o outro e a sensibilidade feminina para as sutilezas do ritual de acasalamento. As moscas também vivenciam a seleção natural que favorece indivíduos mais bem adaptados ao clima e alimentos da ilha. 5. Especiação: Depois de algumas gerações, as moscas da ilha tornam-se reprodutivamente isoladas das moscas do continente. Especiação Peripátrica ocorreu.
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