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Demonstrativos financeiros e tomada de decisões estratégicas

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135 Aula 10: Demonstrativos financeiros e tomada de decisões estratégicas 
Demonstrativos financeiros e 
tomada de decisões estratégicas
 – Apresentação
Nesta Aula 10 vamos discutir diversos aspectos da análise das demonstrações Fi-
nanceiras com foco no papel do contador e do gestor na administração do negócio.
Primeiro vamos tratar da figura do contador, que é a peça-chave na contabilização 
e apuração dos números de qualquer empresa. Segundo, vamos pensar no papel do ges-
tor, que trabalha focado na maximização dos resultados, do aumento da produtividade 
e do lucro da firma. 
Concluiremos nosso estudo tratando de alguns tópicos avançados sobre as possi-
bilidades e limitações da análise dos Demonstrativos Financeiros, as novas visões do 
mercado, o papel da empresa na produção de seu Balanço Social e o desempenho da 
empresa no mundo globalizado. Bom estudo!
AULA
10
NESTA AULA 
– A	gestão	financeira	do	negócio
– Lucros,	dividendos,	participação	acionária	e	custo	de	oportunidade
– Retorno	do	investimento	na	empresa
– Padronização	das	Demonstrações	Financeiras
METAS DE COMPREENSÃO 
– 	Compreender	o	papel	do	administrador	financeiro	no	desempenho	da
empresa		e	a	análise	de	desempenho	do	negócio.
– Entender	a	avaliação	do	negócio	com	foco	na	sua	efetiva	rentabilidade,
produtividade	e	lucratividade	com	base	nas	informações	obtidas	dos
demonstrativos.
– 	Saber	analisar	o	retorno	do	investimento	da	empresa	a	partir	das	informações
fornecidas.
Fundamentos do Orçamento de Capital136
A gestão financeira do negócio
Sabemos	que	todo	financista	pode	obter	inúmeros	tipos	de	
informações	a	partir	dos	Demonstrativos	Financeiros	forneci-
dos	e	chegar	a	diversas	conclusões	importantes	a	respeito	da	
empresa	e	de	seus	números	publicados.
Stock-xchng
Além	disso,	estes	profissionais	têm	em	mãos	diversos	índi-
ces	calculados	a	partir	dos	Demonstrativos	Financeiros	que,	
combinados	de	diversas	maneiras,	poderão	auxiliá-los	enor-
memente	na	análise	do	resultado,	do	desempenho,	e	também	
no	conhecimento	do	negócio	analisado.
Sabemos	que	o	contador	exerce	um	papel	muito	importante	na	empresa.	
Cabe	a	ele	efetuar	os	lançamentos	financeiros,	preparar	as	Demonstrações	
Financeiras,	cuidar	dos	controles	dos	números	reportados	e,	também,	ana-
lisar	 as	 evoluções	 das	 contas	 apresentadas	 nos	 demonstrativos	 em	 cada	
período	(ou	exercício	fiscal).	
Na	verdade,	será	este	profissional	o	grande	responsável	pelo	trabalho	de	
verificação		do		desempenho		da		organização,	levantando		e		contabilizan-
do	os		movimentos			e		cuidando		da		qualidade		dos		números		apresentados	
à	alta	administração.		
Assim	sendo,	é	de	responsabilidade	do	contador	a	constante	apuração	
da	lucratividade	do	negócio,	os	cálculos	dos	índices	e	os	levantamentos	de	
diversas	informações	cruciais	para	o	dia	a	dia	da	empresa.	
Conforme	estudamos	em	nossas	aulas	anteriores,	será	na	contabilidade	
que	ocorrerá	a	organização	e	a	publicação	dos	números	nos	formatos	exigi-
dos	pelas	leis	do	país,	cumprindo	regras	claras	de	como	apurar	as	receitas,	
custos,	despesas,	lucro,	impostos	etc.	Tudo	isto,	de	forma	a	permitir	que	
nós	tenhamos	bases	de	comparação	de	números	reportados	em	diferentes	
períodos	de	apuração,	seja	este	mensal,	trimestral	semestral	ou	anual.
O	papel	da	contabilidade	é,	portanto,	crucial	na	preparação	das	infor-
mações,	 tanto	 para	 o	 administrador	 como	 para	 o	 investidor	 ou	 analista	
de	investimentos,	que	estão	do	lado	de	fora	da	empresa.	Ao	preparar	as	
demonstrações	financeiras	padronizadas	e	uniformes,	este	profissional	está	
na	verdade	facilitando	o	controle	e	a	análise	dos	resultados	através	destes	
valiosos	“meios	de	controle”,	que	são	os	demonstrativos	financeiros.
O GESTOR E A TOMADA DE DECISÃO
Stock-xchng
Somado	aos	pontos	destacados,	os	demonstrativos	prepara-
dos	pela	contabilidade	oferecem	−	além	destes	dados	financei-
ros	 sobre	o	desempenho	e	a	 rentabilidade	−	 informações	das	
mais	diversas,	como	por	exemplo:	risco,	retorno,	eficiência	e	
produtividade	do	negócio,	cruciais	para	a	elaboração	do	plane-
jamento	estratégico	da	empresa.
137 Aula 10: Demonstrativos financeiros e tomada de decisões estratégicas 
VOCÊ SABIA?
Você sabe o que é planejamento estratégico?
Planejamento estratégico é o processo de levantamento de informações e a aplicação 
de recursos de forma organizada, que permite o estabelecimento de planos de ação e a 
definição de metas a serem alcançadas pela empresa.
Procura também elevar o grau de ligação entre os ambientes interno (empresa) 
e externo (mercado) bem como, responder a algumas questões essenciais: por que a 
organização existe? O que e como a organização produz? Quais são os seus objetivos de 
curto, médio e longo prazo? Como ela se enxerga no futuro? Como devemos trabalhar 
com os números informados?
Pense nisso!
Sabemos	que	trabalhar	com	os	números	apresentados	pelos	demonstra-
tivos	financeiros	exige	muito	mais	que	simples	interpretação	de	resultados	
ou	mesmo	análise	dos	índices	econômicos	e	financeiros.	É	necessário	tam-
bém	que	o	analista	saiba	questionar	e	avaliar	profundamente	cada	informa-
ção,	coletando	e	comparando	dados	de	forma	a	agregar	valor	ao	trabalho.	
Vejamos	a	seguir	o	que	Iudícibus	(2009)	diz	a	respeito	deste	tema:
PALAVRA DE AUTOR
Nenhuma fórmula ou “receita de bolo” ou quadro especial etc. irá substituir o 
julgamento e a “arte” de cada analista, em cada caso [...]. O que se pode formar, 
através da apreciação conjunta dos quocientes, o mais das vezes, é uma opinião 
em conjunto, mais do que um “veredicto”. O equilíbrio e a ponderação devem ser 
as características dominantes do analista. 
(Iudícibus, 2009, p. 123). 
Logo,	quanto	mais	crítico	e	questionador	for	o	analista,	e	quanto	mais	
cautelosamente	agir	durante	a	análise	dos	números	publicados,	maior	se-
gurança	ele	estará	oferecendo	ao	seu	público-alvo,	sejam	estes	clientes	os	
proprietários,	 investidores	ou	demais	 interessados	em	entender	as	 infor-
mações	apuradas.
Portanto,	atenção!
Devemos	estar	 sempre	atentos	quando	analisarmos	os	Demonstrativos	
Financeiros,	pois	eles	podem	apresentar	algumas	imperfeições:
Primeiramente,	devemos	sempre	lembrar	que	os	demonstrativos	são	o	
“passado”	da	empresa	e	não	o	seu	“presente”.	Portanto,	não	representa	o	
que	está	acontecendo	hoje	na	empresa.
Segundo,	os	demonstrativos	devem	ser	utilizados	com	muito	cuidado	e	
Fundamentos do Orçamento de Capital138
atenção,	especialmente	quando	fizerem	parte	dos	processos	de	tomada	de	
decisão	e	de	planejamento	estratégico.	Será	sempre	importante	analisar	
cada	número	reportado	nas	contas	dos	demonstrativos	financeiros	com	cui-
dado,	executando	sempre	quase	que	um	trabalho	de	“auditor”,	ou	seja,	
questionando	e	avaliando	cada	valor	apresentado.
Todos	estes	pontos	convergem	na	responsabilidade	da	contabilidade	por	
efetuar		os	registros	financeiros	com	precisão	e	por	trabalhar	de	forma	a	
garantir		a		solidez	das	informações	publicadas.	E,	não	raro,	por	ser	obri-
gada	 periodicamente	 a	 submeter	 seus	 números	 ao	 parecer	 de	 auditores	
internos	ou	externos.
É	sempre	bom	lembrar	que	o	administrador	financeiro	deve	agir	como	
interlocutor	entre	a	Contabilidade	e	seus	“clientes	internos”	(departamen-
tos	que	utilizam	os	Demonstrativos	Financeiros)	e	os	“clientes	externos”	
(investidores,	credores,	 instituições	financeiras,	acionistas,	entre	outros)	
interessados	em	entender	ou	estudar	os	números	publicados.	Este	admi-
nistrador	 deve,	 portanto,	 trabalhar	 de	modo	a	 atender	 os	 objetivos	 dos	
acionistas	e/ou	proprietários	da	empresa.	
Dessa	maneira,	toda	gestão	bem	sucedida	necessariamente	atende	aos	
objetivos	e	expectativas	no	que	se	refere	às	metas	de	vendas,	crescimento,	
geração	de	caixa	e	lucros	do	negócio.	Nesta	mesma	linha	de	pensamento,	
para	Gitman	(2007,	p.13),	o	objetivo	da	empresa	e,portanto,	de	todos	os	
seus	administradores	e	funcionários	é	maximizar	a	riqueza	de	seus	proprie-
tários,	em	nome	dos	quais	ela	é	gerida.	Assim,	a	riqueza	dos	proprietários,	
numa	sociedade	por	ações	é	medida	pelo	preço	da	ação,	que	por	sua	vez	
se	baseia	na	distribuição	dos	resultados	(fluxos	de	caixa)	no	tempo,	em	sua	
magnitude	e	em	seu	risco.	
Por	outro	lado,	além	de	atender	aos	objetivos	estabelecidos	pelos	seus	
proprietários	e/ou	acionistas,	toda	empresa	é	hoje	obrigada	a	pensar	tam-
bém	a	respeito	de	seu	papel	na	sociedade,	através	da	publicação	de	suas	
informações	de	natureza	social	e	ambiental.	
DICA
A partir de 1 de janeiro de 2006, foi instituída a Resolução CFC 1.003/2004 
que aprovou a NBC T 15 (Informações de Natureza Social e Ambiental), que 
trata das informações de natureza social e ambiental. 
Caso você queira ler mais a respeito, sugiro visitar o site do Conselho Federal 
de Contabilidade, para uma pesquisa mais detalhada sobre este tema. 
Disponível em: <www.cfc.org.br>. Acesso em: 15 abr. 2013.
PENSE NISSO
Qual seria o papel do administrador financeiro 
face aos objetivos da empresa nos dias de hoje?
139 Aula 10: Demonstrativos financeiros e tomada de decisões estratégicas 
PENSE NISSO
Neste	sentido,	é	que	vemos	muitas	organiza-
ções,	preocupadas	com	o	seu	compromisso	social	
e	a	sua	imagem	perante	os	clientes	e	o	mercado,	
publicando	seu	Balanço Social	juntamente	com	
demais	Demonstrativos	Financeiros.
Veja	uma	apresentação	que	acompanhou	re-
centemente	 a	 publicação	 do	 Balanço	 Social	 ou	
Relatórios	 de	 Sustentabilidade	 de	 uma	 institui-
ção	financeira.	Leia	o	texto	a	seguir,	extraído	do	
site	de	Relações	com	Investidores	do	Banco	Bra-
desco	S.A.	em	2013.	
Balanço Social: 
Conjunto de informações 
demonstrando atividades de uma 
entidade privada com a sociedade 
que a ela está diretamente 
relacionada, com objetivo de 
divulgar sua gestão econômico-
social, e sobre o seu relacionamento 
com a comunidade, apresentando o 
resultado de sua responsabilidade 
social. Entende-se por informações 
de natureza social e ambiental: 
a) a geração e a distribuição de
riqueza; b) os recursos humanos;
c) a interação da entidade com o
ambiente externo; d) a interação
com o meio ambiente.
Qual a sua opinião?
Este texto esclarece um pouco mais a respeito do 
que pensam as empresas do Balanço Social? 
Agora	você	já	deve	ter	percebido	que	o	objetivo	de	uma	empresa	nos	dias	
de	hoje	não	se	restringe	apenas	à	obtenção	do	Lucro	Máximo;	muitos	outros	
fatores	estão	também	envolvidos	no	dia	a	dia	do	trabalho	de	um	administrador	
financeiro,	que	lhe	impõem	diversos	desafios	e	responsabilidades!	
Isto	porque,	mesmo	nas	economias	capitalistas	como	a	brasileira,	espera-
-se	das	Organizações	muitos	outros	compromissos	como,	por	exemplo,	agir	se-
gundo	princípios	éticos,	preocupar-se	com	a	comunidade	e	oferecer	qualidade
de	vida	aos	seus	colaboradores.	Tudo	isto,	é	aliado	a	uma	maior	preocupação
com	seus	consumidores,	o	que	acaba	por	forçar	a	empresa	a	“conectar-se”	de
forma	mais	positiva	com	todo	o	seu	mercado	e	a	sociedade	a	sua	volta.
SAIBA
As ações de Responsabilidade Social fazem parte do conjunto de estratégias 
do Bradesco, expressam um compromisso de todos os seus colaboradores e 
atendem às modernas exigências de sustentabilidade corporativa.
O Bradesco afere permanentemente a eficácia de suas práticas e o valor 
gerado para os públicos a que se destinam.
Além disso, há uma preocupação constante em avaliar as novas demandas 
e buscar formas de atendê-las. Este Relatório sintetiza essas ações. 
Disponível em: 
<www.bradescori.com.br/abertura.html> Acesso em: 15 abr. 2013. 
Fundamentos do Orçamento de Capital140
LEITURAS INDICADAS
Sugiro acessar em nossa biblioteca 
virtual, o livro Princípios de Administração 
Financeira de Gitman L.J. e ler “Objetivos 
da Empresa”, Capítulo 1, pp. 12-13.
Lucros, dividendos, participação 
acionária e custo de oportunidade
Antes	de	analisarmos	alguns	outros	índices	financeiros	importantes,	va-
mos	passar	a	você	algumas	definições,	conforme	veremos	a	seguir:
LUCRO
Quando	pensamos	em	controle	das	empresas	
pensamos	em	 faturamento	e	 lucro.	Entretanto,	
o importante	 é	 na	 verdade	 conseguir	 entender
o que	vem	a	ser	“Lucro”	e	qual	o	montante	de
lucro	que	realmente	interessa	à	empresa	analisa-
da.	Sabemos	que	os	Lucros	são	os	recursos	gera-
dos	em	decorrência	das	atividades	da	empresa	e
que	podem	ser	distribuídos	aos	seus	sócios	sob	a
forma	de	dividendos.
Na	verdade,	o	lucro	que	uma	empresa	gera	é	
o excedente	que	a	empresa	produz	em	razão	de
sua	 atividade	 comercial,	 industrial	 ou	 da	 pres-
tação	de	 serviços.	Caso	uma	administração	efi-
ciente	de	um	determinado	negócio	gere	 lucros	aos	 seus	proprietários	ou	
acionistas,	estes	serão	a	remuneração	do	capital	(dinheiro)	 investido	ini-
cialmente	na	montagem	do	negócio.
Stock-xchng
DIVIDENDOS
Estes	são	representados	pela	parcela	do	lucro	líquido	gerado	pela	em-
presa	que	é	distribuído	para	os	acionistas	ao	final	do	exercício	fiscal,	nor-
malmente	são	distribuídos	por	semestre	ou	anualmente.
TROCANDO IDEIAS
No ambiente virtual, compartilhe sua opinião a respeito do papel das 
empresas no século XXI. Além do resultado e lucros, qual o papel do 
administrador e do profissional de finanças e contabilidade na atualidade?
141 Aula 10: Demonstrativos financeiros e tomada de decisões estratégicas 
Vejamos	um	exemplo	bem	simples.
Imaginemos	uma	fábrica	de	doces	que	produz	uma	determinada	quantidade	
de	caixas	gastando	com	a	sua	fabricação,	a	administração	da	fábrica	e	com	as	
vendas	um	total	de	R$	20	mil.	
Estes	doces	foram	totalmente	vendidos	por	R$	22,5	mil	gerando	como	resul-
tado	o	lucro	de	R$	2,5	mil	já	descontados	todos	os	impostos.	Serão	exatamente	
estes	R$	2,5	mil	de	 lucro	que	poderão	ser	distribuídos	entre	seus	 sócios	na	
proporção	de	suas	participações	acionárias	na	empresa.	
PARTICIPAÇÃO ACIONÁRIA
	Representa	a	porcentagem	que	cada	sócio	detém	no	capital	total	da	em-
presa.	Ou	seja,	caso	você	detenha	10%	das	ações	da	companhia,	terá	direito	
de	 receber	 sob	a	 forma	de	dividendos,	no	exemplo	acima,	um	valor	de	R$	
250,00	(ou	seja,	10%	dos	R$	2,5	mil	de	resultado	do	negócio	de	fabricar	doces).
Vamos	ver	mais	um	exemplo?
	Imagine	uma	fábrica	de	doces	que	pretende	dar	lucros	com	sua	operação	
de	fabricação	e	vendas	de	bombons.	Na	verdade,	o	lucro	esperado	estará	re-
lacionado	com	o	montante	de	recursos	(capital)	investido	pelos	novos	sócios.	
Imagine	que	João	invista	R$	5	mil	em	ações	nesta	fábrica.	Este	dinheiro	ele	
poderia	também	investir	em	um	CDB	–	Certificado	de	Depósito	Bancário	–	no	
banco	de	seu	bairro,	rendendo	10%	ao	ano	(ou	seja,	R$	500,00	de	rendimento	
garantido),	mas	prefere	as	ações	da	fábrica	de	doces!
Ao	final	do	primeiro	ano	de	atividade	da	fábrica,	João	é	informado	que	tem	
direito	a	R$	100,00	sob	a	forma	de	dividendos.	Ele	certamente	ficou	infeliz	
com	seu	rendimento,	muito	abaixo	do	CDB	do	banco.	Este	valor	é	5	vezes	me-
nor	que	o	ganho	com	juros!	Portanto,	o	retorno	sobre	o	investimento	em	fabri-
car	chocolates	é	de	apenas	2%	do	capital	investido	(R$	100,00	dos	R$	5.000,00	
investidos),	bem	inferior	à	média	dos	rendimentos	do	seu	CDB,	por	exemplo.	
Logo,	João	ficou	muito	infeliz	com	a	administração	e	exigiu	maior	controle	nas	
contas	da	empresa,	nos	gastos,	investimentos	etc.
CUSTO DE OPORTUNIDADE
Você	sabe	o	que	é	Custo	de	Oportunidade?	
Para	 responder	 a	 esta	 pergunta	 vamos	 pensar	 sobre	 o	 que	 ocorreu	 com	
João.	Sempre	que	alguém	escolhe	entre	alternativas	de	investimentos,	está	
na	realidade	abrindo	mão	de	uma	opção	em	favor	de	outra.	No	caso	de	João,	
ele	abriu	mão	de	ganhar	os	10%	ao	ano	no	banco	comprando	CDB,	investimento	
seguro,	certo	e	garantido,	para	investir	na	fábrica	de	doces	como	acionista,	
sem	nenhumagarantia	de	retorno	(ganhos).	
Além	do	mais,	o	investimento	em	ações	oferece	diversos	riscos	ao	investi-
dor	como	risco	de	crédito,	risco	fiscal	e	risco	operacional,	por	exemplo.	
Fundamentos do Orçamento de Capital142
O custo de oportunidade em investir em ações repre-
senta a remuneração certa de 10% que ele abriu mão de 
ganhar no CDB. Portanto, o investimento em ações da fá-
brica deve gerar ganhos (rentabilidade do negócio) aci-
ma destes 10% ao ano para ser interessante para João; 
caso contrário, é mais vantagem ele ficar com o dinheiro 
dela aplicado no banco.
Isto	feito,	vamos	agora	estudar	o	conceito	de	Retorno	do	Investimento	
na	empresa	que	nos	permite	compreender	o	real	retorno	que	a	empresa	
gerou	aos	seus	acionistas	ou	proprietários.
Retorno do investimento na empresa
Apesar	de	toda	essa	interessante	discussão	a	respeito	do	papel	da	em-
presa	no	mercado,	são	os	retornos	das	atividades	da	indústria,	do	comércio	
e	dos	serviços	que	mantêm	as	nossas	economias	em	funcionamento.	Portan-
to,	vamos	entender	como	devemos	proceder	como	financistas	e	contado-
res,	de	forma	a	analisar	o	Retorno	sobre	Investimentos	a	partir	dos	números	
publicados	pelas	empresas.
Segundo	Marion	(2009),	o	retorno	representa	o	lucro	obtido	pela	empre-
sa,	enquanto	que	o	investimento	(e	cujas	aplicações	estão	evidenciadas	no	
Ativo)	é	toda	aplicação	realizada	pela	empresa	com	o	objetivo	de	obter	
lucro	(retorno).	Assim,	as	aplicações	podem	estar	evidenciadas	nos	dispo-
níveis,	estoques,	imobilizados	ou	nos	investimentos,	por	exemplo.	A	com-
binação	de	todas	estas	aplicações	proporciona	resultado	para	a	empresa:	
lucro	ou	prejuízo.
Neste		caso,		temos		a		Taxa		de		Retorno		sobre		o		Investimento		(TRI)	
definida	como:
Lucro Líquido 
Ativo Total
Taxa de Retorno sobre 
o Investimento (TRI)
Segundo	o	autor,	o	mais	adequado	é	utilizar	o	Lucro	Operacional	para	o	
cálculo	da	TRI,	lucro	este	que	reflita	apenas	o	resultado	obtido	pela	atividade	
principal	da	empresa	conforme	especificado	em	seu	contrato	social.	Esta	taxa	
de	retorno,	por	sua	vez,	pode	ser	decomposta	em	dois	elementos	distintos:
143 Aula 10: Demonstrativos financeiros e tomada de decisões estratégicas 
MARGEM DE LUCRO LÍQUIDO
Representa	quantos	centavos	de	cada	real	(R$)	vendido	sobram	após	a	de-
dução	de	todas	as	despesas,	incluindo	a	dedução	de	Imposto	de	Renda	(IR).	
Certamente	que	devemos	ter	em	mente	que,	quanto	maior	a	margem	obtida,	
melhor	para	a	empresa.
Lucro Líquido 
Vendas
Margem de Lucro
GIRO DO ATIVO
Vai	representar	a	eficiência	do	uso	de	seus	ativos	pela	empresa	analisada,	
ou	seja,	a	capacidade	de	gerar	lucros	a	partir	de	vendas	efetuadas.	E	quanto	
maiores	as	vendas	geradas,	mais	eficientemente	são	utilizados	seus	ativos.
Vendas 
Ativo Total
Giro do Ativo
LEITURAS INDICADAS
No livro Análise das Demonstrações Financeiras, 
de Marion J.C., há um item que trata da rentabilidade e 
ramos de atividades de algumas empresas brasileiras. 
Recomendo a leitura na página 158.
Padronização das Demonstrações 
Financeiras
Importante	 lembrar	 também	–	e	mais	uma	vez	 –	que	os	princípios	finan-
ceiros	que	regem	as	elaborações	e	apresentação	de	todas	as	demonstrações	
Fundamentos do Orçamento de Capital144
Por	outro	lado,	existe	hoje	no	Brasil	uma	tendência	de	buscar	uma	padro-
nização	das	demonstrações	em	linha	com	os	padrões	normalmente	reportados	
nos	Estados	Unidos	e	Europa.	Neste	sentido,	a	Lei	N.	11.638/2007	procura	exa-
tamente	padronizar	os	procedimentos	hoje	seguidos	no	Brasil	com	os	exigidos	
no	exterior.
Isto	ocorre	também	porque	diversas	empresas	estrangeiras	que	operam	no	
Brasil,	além	de	produzirem	seus	demonstrativos	em	linha	com	as	leis	e	deter-
minações	locais	e,	em	conformidade	com	as	exigências	da	Lei	das	S.A.,	CVM,	
CPC	e	BACEN,	preparam	relatórios	financeiros	e	gerenciais	em	linha	com	as	
leis	de	seus	países	de	origem.	
Com	o	tempo,	certamente	as	empresas	nacionais	que	pensarem	em	atuar	
globalmente	ou	mesmo	atrair	mais	investidores	externos	terão	que	se	adaptar	
e	esta	nova	realidade	e	passar	a	apresentar	demonstrativos	em	conformidade	
também	com	as	regras	internacionais.	Fique	atento	às	tendências!
financeiras	brasileiras	são	determinados	pela	Lei	das	S.A.,	pela	Comissão	de	
Valores	Mobiliários	(CVM),	pelo	Comitê	de	Pronunciamentos	Financeiros	(CPC)	
e	pelo	Banco	Central	(BACEN).	
Nos	 	Estados	 	Unidos,	por	exemplo,	os	princípios	que	determinam	os	pa-
drões	das	demonstrações	financeiras	são	os	do	USGAAP	–	United		States	Gene-
rally	Accepeted		Accounting		Principles,	ou		seja,	pelos		princípios		financeiros		
geralmente		aceitos	nos	EUA.	Já	na	Europa	são	exigidos	os	padrões	do	IASB	
– International		Accounting		Standard		Board,	comitê		de		padrões		de		conta-
bilização	internacional.
Nesta Aula 10 estudamos novos aspectos da análise das 
Demonstrações Financeiras com foco no papel do contador 
e do gestor na administração do negócio. 
Estudamos o importante papel do contador, peça-chave 
na contabilização e apuração dos números de qualquer 
empresa. Estudamos também o papel desempenhado pelo 
gestor, que trabalha focado na maximização dos resultados, 
do aumento da produtividade e do lucro da firma. 
Tratamos a respeito das enormes possibilidades e 
limitações da análise dos Demonstrativos Financeiros, 
as novas visões do mercado, a padronização destas 
Demonstrações linha com os padrões Internacionais, 
o papel da empresa na produção de seu Balanço Social e
também o desempenho da empresa no mundo globalizado.
Por fim, focamos nossa análise no cálculo de indicadores 
financeiros relacionados à lucratividade, margem de lucros, 
giro de ativos e taxas de retorno do negócio no período de 
análise das demonstrações. 
SÍNTESE
145 Aula 10: Demonstrativos financeiros e tomada de decisões estratégicas 
ATIVIDADES
EMPRESA LUCRATIVA Ltda
Balanço Patrimonial R$ R$ 
ATIVO 31/12/2009 31/12/2010
CIRCULANTE
Disponível 	60.000,0	 	38.500,0	
Duplicatas	a	Receber 	6.000,0	 	8.900,0	
Estoques 	5.000,0	 	20.400,0	
NÃO CIRCULANTE
Créditos	Administradores 	7.500,0	 	7.600,0	
Participação	Empresas 	15.500,0	 	18.000,0	
Imóveis	 	78.000,0	 	97.000,0	
Marcas	e	Patentes 	40.836,0	 	13.000,0	
Despesas	Pré-Operacionais 	1.000,0	 	9.200,0	
TOTAL ATIVO 213.836,0 212.600,0 
PASSIVO
CIRCULANTE
Empréstimos	Instituição	Financeira 	55.000,0	 	45.000,0	
Contas	a	Pagar	Curto	Prazo 	3.000,0	 	12.000,0	
Obrigações	Trabalhistas 	8.009,0	 	7.500,0	
NÃO CIRCULANTE
Empréstimos	e	Financiamento 	18.000,0	 	15.000,0	
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital	Social 	7.000,0	 	8.000,0	
Reserva	de	Capital 	7.000,0	 	8.000,0	
Reserva	de	Lucro 	8.000,0	 	9.000,0	
Reserva	de	Reavaliação 	9.209,0	 	500,0	
Lucro	Líquido	(ou	Prejuízos)	 	98.618,0	 	107.600,0	
TOTAL PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 213.836,0 212.600,0 
1. Veja o Balanço da Empresa Lucrativa Ltda.
Sabemos que as vendas da empresa somaram:
R$ 250.000,00 em 2009
R$ 360.000,00 em 2010
Com base nestas informações e no Balanço Patrimonial da empresa, calcule os três 
índices abaixo: 
1. A margem de Lucro Líquido
2. O Giro do Ativo
3. Taxa de Retorno sobre o Investimento (TRI)
Fundamentos do Orçamento de Capital146
ATIVIDADES
2. Continue a pensar nas operações da Empresa Lucrativa Ltda.
Reflita a respeito dos números calculados a partir dos dados fornecidos no Balanço
Patrimonial referente aos anos de 2009 e 2010.
Agora reflita a respeito dos resultados desta mesma empresa caso o preço dos produtos 
vendidos fossem reduzidos significativamente em 50% em 2011 – e sem que a empresa pudesse 
modificar sua estrutura de despesas e custos – e que continuasse a vender a mesma quantidade 
de produtos. Responda e analise criticamente:
a. Nestas condições a Empresa Lucrativa teria quais dos 3 índices calculados
anteriormentemodificados?
b. Sem a necessidade de executar cálculos com as novas vendas efetuadas, os índices
seriam melhores ou piores?

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