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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI CAMPUS ALTO PARAOPEBA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ANA FLÁVIA MORAES DE SOUZA AGLOMERANTES E AMOSTRAGEM DE AGREGADOS 2° SEMESTRE/2018 1. INTRODUÇÃO A disciplina de Materiais de Construção estuda as características e propriedades dos materiais utilizados nos diversos segmentos da Engenharia Civil, visando uma melhor aplicação dos mesmos. Uma parte importante desse conhecimento são os aglomerantes, elementos usados nas construções civis para aglomerar e fixar agregados. Eles apresentam inicialmente forma de pó e, quando misturados com água, se transformam em uma pasta que, devido à secagem ou a reações químicas, se torna resistente. A partir desses aglomerantes e agregados originam-se materiais de suma importância para as obras: as argamassas e o concreto. Assim, nesse relatório está descrito alguns equipamentos e procedimentos realizados para se conhecer características e determinações do cimento Portland, assim como a verificação da amostragem de agregados, ambos importantes para a obtenção do concreto. 2. ENSAIO 1 – DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA DO CIMENTO PORTLAND (NBR NM 23:2001) 2.1. MATERIAIS Frasco volumétrico de Lê Chatelier (com 250 mm de altura e bulbo de aproximadamente 250 cm³ de capacidade até a marca zero da escala); Balança de precisão; Recipiente com capacidade suficiente para conter a amostra de cimento; Funil de vidro; Fio de aço; Espátula; 250 ml de querosene; 60 g de cimento. 2.2. PROCEDIMENTOS O conhecimento da massa específica do cimento é importante, pois permite controlar a quantidade de escória de alto forno e pozolana que estão misturados com o clínquer e o gesso. Para se conhecer essa massa específica, primeiramente é colocado no frasco Lê Chatelier 250 ml de querosene, submetendo-se o frasco a um banho termorregulador durante 15 minutos. Após esse tempo, é observada a altura inicial do líquido (Lo) na parte inferior do menisco. Depois de feita essa primeira observação, os 60 g de cimento são colocados no frasco com auxílio da espátula e do funil de vidro. É de suma importância que se coloque o cimento de forma bem lenta, assegurando que ele não agarre nas paredes do recipiente. Após colocado todo o cimento, o frasco é fechado e balançado alternadamente em ambos sentidos, até que, voltando para a sua posição normal, fique sem a presença de bolhas de ar. Logo depois o frasco deve ficar novamente por 15 minutos no banho termorregulador, para que se tenha um equilíbrio térmico da mistura. Por fim, o frasco é retirado do termorregulador e a leitura final (Lf) é feita. Esse procedimento deve ser feito duas vezes e a diferença de volume não pode ser maior que 0,01 cm³. Caso seja maior, as medições devem ser feitas mais vezes. Assim, o valor usado é a média dessas duas observações. Figura 1 – Frasco de Lê Chatelier Fonte: Autora 2.3. RESULTADOS Os resultados são obtidos a partir das Equações 1 e 2 a seguir: V = Lf - Lo Equação 1 Onde: V = volume (cm³); Lf = leitura do volume final (cm³); Lo = leitura do volume inicial (cm³). Substituindo os valores na equação, temos uma leitura inicial de 0,4 cm³ e uma leitura final de 20,7 cm³. Assim, o volume do ensaio foi de 20,3 cm³. ᵨ = Equação 2 Onde: ᵨ = massa específica (g/cm³); M = massa inicial do cimento (g); V = volume da mistura (cm³). Substituindo os valores na equação, temos uma massa inicial de 60 g para o cimento e o volume da mistura (obtido na Equação 1) de 20,3 cm³. Assim, encontramos a massa específica do cimento de 2,956 g/cm³. 3. ENSAIO 2 – DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE PEGA DO CIMENTO PORTLAND (NBR NM 65:2003) 3.1. MATERIAIS Aparelho de Vicat; Balança de precisão; Proveta de vidro; Cronômetro; Espátula. 3.2. PROCEDIMENTOS Inicialmente foi preparada uma pasta de cimento. Essa pasta teve 500 g de cimento e foi precisamente pesada, do mesmo modo que foi pesada a água necessária à pasta de consistência normal. O molde foi então preenchido com essa pasta e foi rasado com o auxílio de uma espátula. O aparelho de Vicat foi então ajustado com a agulha de Vicat de inicio de pega e, após um tempo mínimo do enchimento do molde de 30 minutos, a pasta foi colocada no aparelho, sob a agulha. A agulha foi descida lentamente de modo a haver o contato com a pasta e, depois de 2 segundos nessa posição, as partes móveis foram soltas rapidamente permitindo que a agulha penetrasse verticalmente a pasta. A indicação na escala é medida 30 segundos após o inicio da penetração da agulha e o procedimento é repetido de 10 em 10 minutos. O tempo de pega é definido então como o intervalo de tempo transcorrido desde a adição de água ao cimento até o momento em que a agulha consegue penetrar a pasta até uma distância de (4+-1)mm da placa da base. Após esse procedimento, iniciou-se a análise do fim de pega. Para isso, a agulha de Vicat foi substituída pela agulha de fim de pega, com formato e grossura diferentes da anterior. O molde foi invertido de posição, fazendo o ensaio na face oposta do corpo-de-prova. O ensaio consiste em observar o tempo que a agulha gastará para conseguir penetrar pela primeira vez os 0,5 mm na pasta. As medições foram feitas em intervalos de tempo pequenos, mas é indicado que se comesse a observar de 30 em 30 minutos e que depois esses intervalos sejam diminuídos. Figura 2 – Ensaio de Fim de Pega Fonte: Autora 3.3. RESULTADOS Devido ao longo processo de observação que deve ser feito para determinar o tempo de pega do cimento, não foi possível fazer essa conclusão no laboratório. Assim, o procedimento foi apenas demonstrado no aparelho de Vicat. Analogamente a essa demonstração, foi observado o endurecimento do cimento e do gesso, ambos misturados com a mesma quantidade de água. No final da aula, o gesso já apresentava alta dureza, enquanto o cimento ainda estava mole. Figura 3 – Endurecimento do Gesso e do Cimento CPII F Tipo 2 Fonte: Autora 4. ENSAIO 3 – AMOSTRAGEM DE AGREGADOS A amostragem de agregados é de grande importância, visto que cada tipo de solo possui uma característica que pode ser boa ou ruim para determinados tipos de obras. Essa análise de material é feita, então, em laboratório, onde é estudado o comportamento que esses terão quando tensões de variados tipos lhe forem aplicadas. Os agregados são classificados de acordo com sua granulometria em miúdos ou graúdos. Nos miúdos temos como exemplo a areia e nos graúdos temos como exemplo a brita. Esses materiais apresentam diferentes formas de estudo e de redução. Assim, para que se tenha uma correta análise desses agregados, esses devem ser retirados da forma mais representativa possível do local que estão, pegando todas as variações que o material tenha. Para isso, existem algumas técnicas de redução da amostra: separador mecânico, quartiamento e tomadas aleatórias. 4.1. SEPARADOR MECÂNICO Para agregados miúdos são utilizadas no mínimo oito calhas de igual abertura, enquanto para agregados graúdos são utilizadas doze calhas de igual abertura. Foi feita a separação tanto da areia quanto da brita. A amostra foi colocada no separador, distribuindo de forma homogênea ao longo domesmo, de modo que o material conseguisse passar para o recipiente abaixo dele. O procedimento foi feito várias vezes até que se conseguiu a redução necessária do material. 4.2. QUARTIAMENTO A amostra de agregado miúdo foi colocada sobre uma superfície plana e rígida, onde não havia riscos de contaminação do material. A amostra foi homogeneizada algumas vezes e, por fim, foi criado um formato de cone com essa areia. Após esse procedimento, o material foi achatado e dividido em quatro partes iguais, com a ajuda de uma pá. Duas dessas quatro partes foram sendo eliminadas e o procedimento foi repetido algumas vezes, até conseguir chegar ao tamanho de amostra necessário. 4.3. TOMADAS ALEATÓRIAS A amostra de agregado miúdo foi novamente colocada em local plano e rígido, sem possibilidades de acontecer contaminações. O material foi misturado por algum tempo e, na última virada, o material de baixo foi colocado ao topo do cone que se formou. A amostra reduzida nesse ensaio é obtida através de retiradas aleatórias desse material, tendo que pegar, no mínimo, 5 tomadas em lugares diferentes. Figura 4 – Métodos de Redução de Agregados Fonte: Autora 5. CONCLUSÃO A resistência do concreto e das argamassas está totalmente ligada à escolha correta dos materiais utilizados na composição dos mesmos, de acordo com as necessidades de cada obra. Assim, de acordo com os ensaios feitos, foi possível observar e compreender essa importância de uma análise criteriosa dos materiais que serão utilizados em uma construção civil. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAUER, L. A. (2012). Materiais de Construção. RJ: LTC. AGREGADOS PARA CONCRETO. (s.d.). Acesso em 9 de Setembro de 2018, disponível em Portal do Concreto: http://www.portaldoconcreto.com.br/cimento/concreto/agregado.html
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