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04/10/2017 1 Disciplina: Espectrometria Atômica 2017/2 Aula 5 Interferências em AAS Prof. Dr. Anderson S. Ribeiro Profa. Dra. Mariana A. Vieira 1 * São perturbações provocadas pelas espécies químicas presentes na amostra/chama na resposta do analito de interesse • Pertubações: toda e qualquer modificação do sinal analítico devido à presença do meio sujeito à análise. • Efeito de matriz: conjunto de efeitos de um meio complexo sobre o elemento a ser determinado •Interferências e características analíticas: EXATIDÃO – PRECISÃO – SENSIBILIDADE Interferências Interferências sinal na amostra versus sinal no padrão amostra = analito + matriz padrão = analito + ? A correção pode ser: -Instrumental (corretor de fundo) -Técnica de calibração -Aditivos químicos Interferências Classificação - IUPAC Espectrais Não-Espectrais ����Interferências químicas e físicas: termos em desuso Afeta o sinal da amostra diferentemente aos padrões de calibração. ocorrem quando a absorção medida na amostra é errônea devido a presença de outra espécie a qual também absorve radiação no mesmo λ A) Interferências Espectrais � Separação incompleta entre a radiação absorvida pelo analito e a radiação emitida ou absorvida que é detectada e processada pelo instrumento. � Não específica para o analito, específica para o λ ou intervalo de λ. Concentração A b so rv ân ci a Absorção não específica Interferências Espectrais 1. Sobreposição espectral de linhas de absorção 324.45 324.52 324.59 324.66 324.73 0.000 0.004 0.008 Ab so rb a n ce PO 324.62 nm Wavelength / nm Fe 324.602 nm � Poucos casos � Depende do grau de sobreposição da linha de emissão com a linha de absorção do interferente � Depende, em muitos casos, da concentração do interferente (alargamento do perfil de absorção) 04/10/2017 2 Sobreposição de Linhas Atômicas Causa / Ocorrência: Linha analítica muito próxima à linha de algum elemento da matriz → o monocromador não as resolve (∆λ = 0,2 a 0,5 nm) 7 324.45 324.52 324.59 324.66 324.73 0.000 0.003 0.006 0.009 Cu 324.754 nm Ab so rb an ce Wavelength / nm PO 324.62 nm � Quando a qualidade da lâmpada é boa e é monoelementar, a ocorrência de interferências espectrais é rara � Sobreposições espectrais podem ocorrer quando são usadas lâmpadas multi-elementares ou fendas muito largas � Pode ser necessário a seleção de fendas mais estreitas para eliminar a linha interferente Analito λ / nm Interferente λ / nm Ca 422,673 Ge 422,657 Cd 228,802 As 228,812 Cu 324,754 Eu 324,753 Hg 253,652 Co 253,649 Mg 285,213 Fe 285,179 Mn 279,482 Fe 279,501 Pb 241,173 Pd 247,643 Zn 213,856 Fe 213,859 Sobreposição espectral de linhas - exemplos Interferências Espectrais 2. Absorção, por concomitantes, de radiação emitida pela fonte que não é separada pelo monocromador � Linhas não-absorvidas: redução na linearidade da curva de calibração (radiação espúria) � Linhas absorvidas: interferência!! � Dependência da concentração e do coeficiente de absorção do concomitante � Fenda espectral!! A) Interferências Não-Espectrais Divididas em: -Interferência de transporte: não específica para o analito -Interferência de volatilização do soluto: em geral, específica -Interferência na fase vapor: específica. Provoca deslocamento no equilíbrio de dissociação ou de ionização. Interferências nas técnicas de F AAS e GF AAS • F AAS: principais interferências são causadas por produtos de combustão na chama (Não-espectrais) •GF AAS: principais interferências são causadas por componentes da matriz. •Não-espectrais: Fase condensada e fase vapor •Espectrais 04/10/2017 3 1. Técnica de Chama (F AAS) a) Interferências de ionização (não-espectral) * A temperatura da chama pode ser alta o suficiente para excitar alguns dos átomos ou até mesmo remover os elétrons (ionização), criando íons. * Isto faz com que o número de átomos no estado fundamental seja menor, diminuindo a absorção da radiação. * Afeta as intensidades de absorção e emissão, principalmente de metais alcalinos, causando decréscimo na sensibilidade. 1. Técnica de Chama (F AAS) a) Interferências de ionização (não-espectral) Correção: Uma estratégia para resolver este problema é adicionar um supressor de ionização à amostra, padrões e branco. Os mais comuns são K, Na, Rb e Cs, metais alcalinos que se ionizam facilmente e tornam a chama rica em elétrons, desfavorecendo a formação de outros cátions. O analito presente na amostra se ionizará menos facilmente. Outra estratégia é trabalhar com chamas mais frias, que diminuem os efeitos da ionização. 1. Técnica de Chama (F AAS) b) Interferências de dissociação (não-espectral) Se a amostra na chama pode produzir um composto termicamente estável do analito que se quer analisar e que não se decompõe com a energia da chama, a população de átomos do analito que podem absorver será reduzida. Isto diminuirá a sensibilidade da análise. - Usar temperatura mais alta da chama (onde o composto é instável e pode ser quebrado). 1. Técnica de Chama (F AAS) b) Interferências de dissociação (não-espectral) Correção - Adição de um agente sequestrante: O agente sequestrante é um cátion que compete com o analito de interesse pela formação do composto estável. *Se o agente seqüestrante está em concentração mais alta, o analito de interesse é liberado para formar o estado atômico. Exemplo: Adição de lantânio na determinação de Ca em amostras que contém fosfato. A adição de lantânio em excesso, que também forma um composto termicamente estável com o fosfato, libera o cálcio para o estado atômico e permite que ele seja detectado com boa sensibilidade, mesmo quando se usa ar/acetileno como mistura para produzir chama. No caso de se usar óxido nitroso/acetileno, esta técnica não é necessária, já que esta chama é bem mais quente e consegue quebrar o fosfato de cálcio. 1. Técnica de Chama (F AAS) b) Interferências de dissociação (não-espectral) Correção * Ocorrem quando o concomitante muda a quantidade de amostra que chega na chama * Mudanças nas propriedades físicas das soluções (viscosidade, tensão superficial e densidade) influenciam mais, seguidas pela temperatura da solução. 1. Técnica de Chama (F AAS) a) Interferências de transporte (não-espectral) 04/10/2017 4 1. Técnica de Chama (F AAS) a) Interferências de transporte (não-espectral) Correção - Ajuste de matriz (matrix matching): ajustar os padrões e o branco de acordo com a amostra. - Calibração por adição do analito 2. Técnica de forno de grafite (GF AAS) 2. Técnica de forno de grafite (GF AAS) a) Volatilização do soluto (não-espectral) • Perda do analito durante a etapa de pirólise: as perdas durante a pirólise se tornam uma fonte de erro quando o analito tem sua volatilidade alterada em relação à solução analítica, pela presença de concomitantes. • Halogenetos de alcalinos e alcalinos-terrosos • Ácido Perclórico • Formação de carbetos e compostos de intercalação • Utilização de tubos metálicos ou revestimento do tubo com folha de Ta: elementos formadores de carbetos • W, Mo, La, Ta ou Zr. Correção: * Otimizar adequadamente as temperaturas de pirólise avaliando o sinal analítico. 2. Técnica de forno de grafite (GF AAS) b) Interferências na fase vapor (não-espectral) • São interferências ocasionadas por deslocamentos no equilíbrio de dissociação e de ionização provocados pelos interferentes e pela recombinação dos átomos com os concomitantes. - Ionização - Nitrogênio - Haletos - Não isotermicidade do forno - Correção: ? ...A técnica de GF AAS está sujeita a interferências porqueo analito e os componentes da matriz ficam concentrados no interior do tubo... ...O aumento da temperatura de aquecimento do tubo, na etapa de pirólise, tem a finalidade de minimizar as interferências... Na década de 70, o controle destas interferências era difícil... Slavin et al. (1981): conceito STPF (Stabilized Temperature Platform Furnace) (Forno Plataforma com Temperatura Estabilizada): * estabelece as melhores condições para a técnica de GF AAS. Esta condições devem ser usadas em conjunto. 04/10/2017 5 * Calibração indireta de um instrumento de análise Os resultados de métodos analíticos instrumentais baseiam-se em uma curva de calibração na qual uma medida quantitativa é plotada como função da concentração de uma série de padrões. Devido ao erro indeterminado, que sempre acompanha uma medida experimental, nem todos os pontos caem exatamente sobre a linha, deste modo é preciso que se derive a melhor linha reta representativa destes pontos. Sensibilidade A definição mais frequentemente utilizada de sensibilidade é a sensibilidade da calibração, ou a variação no sinal de resposta pela variação da unidade de concentração do analito. Sensibilidade da calibração = a inclinação da curva de calibração Se a curva de calibração for linear, a sensibilidade será constante e independente da concentração. Se a curva de calibração não for linear, a sensibilidade variará com a concentração e não tem um valor único. 29 y = ax + b y = resposta medida (absorvância, altura ou área do pico, etc.); x = concentração; a = inclinação da curva de calibração = sensibilidade; b = interseção com o eixo y, quando x=0. Regressão linear 0 1 2 3 4 5 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 Ab so rv ân ci a Concentração / mg L-1 Para um sistema ideal, a resposta analítica será diretamente proporcional à concentraçao do analito. Equação da reta 30 04/10/2017 6 3131 Técnicas de calibração comumente usadas em Espectrometria Atômica 1. Técnica de calibração externa 2. Técnica de calibração com adição do analito. 32 1- Curva de calibração externa (curva analítica) * Construção de uma curva de calibração: -Solução padrão: solução que contém concentrações conhecidas de analito. -Soluções em branco: contém todos os reagentes e solventes usados na análise, mas nenhum analito. O branco mede a resposta do método analítico para impurezas ou espécies interferentes nos reagentes. Calibração com Padrão Externo � Um padrão externo é preparado separadamente da amostra. � Padrões externos são utilizados para calibrar instrumentos e procedimentos quando não há efeitos de interferência de componentes da matriz na solução do analito. Curva de calibração: Uma série de padrões externos contendo o analito em concentrações conhecidas é preparada, usando geralmente os mesmos reagentes usados no preparo da amostra. Mínimo 3 soluções de calibração devem ser preparadas para o processo de calibração. 3535 - Cada técnica requer sua própria curva de calibração. - O ideal é fazer uso de uma solução padrão, de concentração do analito conhecida para se calcular a concentração do analito na solução desconhecida (amostra). Solução padrão: É uma solução onde uma quantidade exata de um material de alta pureza é dissolvido e diluído a um volume conhecido. 2. Técnica de adição de analito A amostra é dividida em alíquotas, que são enriquecidas com o analito, exceto uma. A concentração é determinada por extrapolação da curva absorvância versus concentração adicionada para A = 0. Amostra Solvente Analito v v’ A bs o rv ân ci a Concentração Adicionada 04/10/2017 7 Calibração por Adição de Analito �Uso: amostras de composição desconhecida; interferências não-espectrais �Determinar concentração do analito no branco separadamente (própria amostra) Vantagens: � Eliminação de influência de concomitantes � Correção de interferências não específicas multiplicativas Requisitos / Limitações: �Não corrige interferências espectrais ou dependentes de concentração (p. ex., ionização) ! Requer comportamento idêntico do analito adicionado e do analito naturalmente presente na amostra (difícil...) ! Só pode ser utilizada na região linear da curva de calibração �Precisão é, em geral, menor que com calibração padrão (extrapolação) �Para amostras com composições significativamente distintas, é necessária a construção de uma curva de calibração para cada amostra Interferências Reconhecendo uma interferência -Técnica da adição do analito (≈ recuperação) Analytical Methos for AAS, Perkin Elmer -1 0 1 2 3 4 5 0.02 0.04 0.06 0.08 0.10 0.12 0.14 Padrões Aquosos Padrões Solução Etanólica 40 % Adição de Analito A bs o rv ân ci a Concentração de Cu, µµµµg mL-1 4141 Construção da curva de calibração ☺Amostras de composição semelhante → calibração por adição CA Cx CB Absorvância Concentração Adicionada 04/10/2017 8 43 Exemplo: Análises de álcool etílico hidratado (AEHC) de diferentes postos de abastecimento. Determinação de sódio Parâmetros de mérito A) Precisão -Condições de repetibilidade: resultados são obtidos por repetidas medidas no mesmo laboratório, pelo mesmo operador, usando o mesmo equipamento é método, em intervalos curtos de tempo. -Condições de reprodutibilidade: resultados são obtidos por repetidas medidas usando-se o mesmo método, em laboratório diferente, com diferente operador usando equipamento diferente. A precisão é expressa por: 1n )xx( s N 1i 2 i r − − = ∑ = n x x N 1i i ∑ = = 100. x s s r rel = Desvio padrão Média Desvio padrão relativo (RSD) 46 46 Precisão 5% é o limite máximo admitido pelo MAPA. Exemplo Burin, R., Burin, V. M., Taha, P., Bordignon, M. T. Validação de uma metodologia analítica para determinação de cálcio em produtos cárneos - Ciência e Tecnologia de Alimentos 28 (2008) 973-978. Parâmetros de mérito b) Exatidão 47 Proximidade de um valor medido em relação ao valor verdadeiro ou aceito. - É expressa em termos de erro absoluto ou erro relativo. Erro absoluto: E = Xi - XV O sinal do erro absoluto lhe diz se o valor em questão é mais alto ou mais baixo. Erro relativo: %100. V Vi R X XXE −= 48 Avaliação da Exatidão (“Validação”) 1) Material de referência certificada (CRMs); 2) Amostra de controle; 3) Teste de adição e recuperação; 4) Técnica alternativa. 04/10/2017 9 49 1) Material de referência certificado (CRM) e Amostras de controle Os CRMs são usados como parte de todo protocolo de medida química para avaliar a calibração e exatidâo de um instrumento ou método analítico. Os valores de concentração são assegurados pelo fabricante do material, independe do tempo e espaço e se tudo está funcionando corretamente no laboratório, o analista deve recuperar os valores com segurança. Essa coerência permite que o laboratório forneça resultados confiáveis frente aos outros laboratórios, com rastreabilidade em suas medições e autenticando suas determinações. 50 50 51 52 3 - Testes de recuperação A recuperação do analito pode ser estimada pela análise de amostras adicionadas com quantidades conhecidas do mesmo (spike). As amostras podem ser adicionadas com o analito em pelo menos três diferentes concentrações: *próximo ao limite de detecção, *próximo à concentração máxima permissível e; *em uma concentração próxima à média da faixa de uso do método. 53 53 Exatidão 80 - 120% FDA 3 níveis Burin, R., Burin, V. M., Taha, P., Bordignon, M. T. Validação de uma metodologia analítica para determinação de cálcioem produtos cárneos - Ciência e Tecnologia de Alimentos 28 (2008) 973-978. c) Massa (m0) ou concentração (c0) característica: é a concentração ou massa do analito, que produz uma absorvância de 0,0044 s (1% de absorção) sendo “a” a inclinação da curva analítica ≡ sensibilidade a 0,0044 cou m 00 = Parâmetros de mérito 04/10/2017 10 d) Limite de detecção (LOD): é a menor concentração ou massa do analito na amostra que produz um sinal que pode ser distinguido do sinal do branco, dentro de certo critério estatístico. Em geral é definido como 3 vezes o desvio padrão de pelo menos 10 medidas do branco. sendo “a” a inclinação da curva analítica a 3sLOD B= Parâmetros de mérito e) Limite de quantificação (LOQ): menor concentração ou massa do analito que pode ser determinada quantitativamente com uma certeza estatística de 95 %. LOQ = 9 sr/a sendo “a” a inclinação da curva analítica Parâmetros de mérito Intervalo de trabalho: intervalo de concentração ou massa no qual o método está calibrado e no qual são obtidos valores quantitativos de suficiente certeza estatística Limite inferior: LOQ Limite superior: concentração ou massa que pode ser determinada com a mesma certeza estatística que o LOQ Parâmetros de mérito Validação ����Checagem de contaminação ����Determinação de LOQ e LOD ����Checagem para interferências ����Comparação de resultados com métodos alternativos ����Comparação de resultados com outros laboratórios ����Determinação da precisão na série e entre as séries ����Análise de materiais de referência certificados Aspectos Instrumentais: Corretores de Fundo Corretores de Fundo At = Aa + F Fundo: espalhamento da radiação + absorção molecular (não específico) Em geral, maior, em λλλλ menores (UV) 04/10/2017 11 1. Origens do Fundo 2. Providências para evitar ou reduzir o fundo 3. Correção do fundo 4. Corretores: - Contínuo - Smith-Hieftje - Baseados no efeito Zeeman 5. Fundo medido próximo da linha analítica 6. Correção do fundo em HR-CS AAS 1. Origens do fundo Nomes: absorção de fundo, atenuação pelo fundo, atenuação não específica, absorção não específica, fundo Causa 1: Espalhamento das radiações por partículas Lei de Rayleigh: t = (24 pi2 v2 N) / λ4 t = fração espalhada v = volume da partícula N = densidade de partículas λ = comprimento de onda Espalhamento Causa: Volatilização incompleta do soluto → partículas no caminho ótico Ocorrência: Soluções muito salinas (sais refratários) Análise direta de sólidos Característica: Segue a lei de Rayleigh Pouco intenso na chama Considerável no forno 63 Causa 2: Absorção molecular - Contínuo de absorção: NaCl, NaBr, NaI, SO3, SO2, etc. SO3 + hγ → SO2 + O - Transições eletrônicas (estrutura hiperfina): PO, NO, CS, C2, S2. Chama: CaOH, OH. Forno: CN, C2, carbetos, etc. Absorção Molecular Causa: Atomização incompleta da matriz → moléculas no caminho ótico Ocorrência: Soluções muito salinas Compostos estáveis Matéria orgânica Análise direta de sólidos Característica: Espectro molecular Pode ser considerável na chama Frequente no forno 65 2. Providências para eliminar ou reduzir o fundo - Linha alternativa; - Diluição. Na chama: - Nebulizador/queimador com produção mais homogênea de partículas pequenas; - Chama de temperatura mais alta. No forno: - Forno mais isotérmico; - Plataforma de L’vov; - Temperatura de pirólise mais alta (modificador); - Temperatura de atomização mais alta. 04/10/2017 12 Métodos Não Espectrais para Correção 2.1) Chama: Conjunto nebulizador-queimador bem desenhado Chama de temperatura adequada 2.2) Forno: Otimização do programa de temperatura 2.3) Geral: Padrões semelhantes às amostras Mudança da linha analítica Controle da fenda (resolução) 67 3. Correção do fundo - Branco da amostra; - Método da linha adjacente; - Corretores. A técnica da adição do analito não corrige o fundo Métodos Espectrais para Correção • Método das linhas adjacentes • Corretor contínuo (lâmpada de deutério) • Corretor Zeeman • Corretor Smith-Hieftje 69 Correção exata requer medida do fundo: 1. Na mesma posição no atomizador que a absorvância total; 2. No mesmo comprimento de onda; 3. No mesmo tempo. 4. Corretores de fundo a) Corretor com fonte contínua - Mede-se a At sobre o perfil da linha analítica emitida pela fonte de linha, enquanto que F é medido sobre a banda da fonte contínua transmitida pela fenda de saída. Lâmpada de arco de deutério: 190 nm a ~ 330 nm Corretor contínuo 04/10/2017 13 Correção de Fundo com Lâmpada Contínua: - Lâmpada de arco de deutério; - HCL de deutério; - Lâmpada de W ou de halogênio. O corretor de lâmpada de deutério tem o seguinte funcionamento: Um meio espelho girante permite que ora a radiação da lâmpada de catodo oco, ora a radiação da lâmpada de deutério, passe pela célula de absorção; a lâmpada de catodo oco é sensível à absorção específica (do analito) e à absorção do fundo. Já a lâmpada de deutério é sensível somente à absorção do fundo. O equipamento opera a subtração das absorvâncias fornecendo a absorvância específica. 74 Desvantagens do corretor contínuo: - Lâmpadas diferentes para UV e Vis; - Alinhamento das lâmpadas; - Corrige até cerca de 0,5 de absorvância; - Não corrige fundos estruturados: sub-compensação ou super-compensação Welz b) Corretor Smith-Hieftje - Baseia-se no alargamento da linha e na auto- reversão observados a altas correntes na fonte; - At medida em corrente normal; - F medido nas laterais da linha analítica, em alta corrente. (A) Corrente normal; (B) Corrente média; (C) Corrente alta. Correção de Fundo Smith-Hieftje: - A técnica é baseada no forte alargamento de linha e auto-reversão das linhas de ressonância observadas em HCL em altas correntes de operação. 04/10/2017 14 c) Corretor baseado no efeito Zeeman Efeito Zeeman: Quando o vapor atômico é submetido a um forte campo magnético os níveis eletrônicos são desdobrados. pipipipi σσσσ + σσσσ - Campo magnético fonte pipipipi: amostra + fundo σσσσ : background pipipipi - σσσσ Sinal analítico - Componentes pipipipi’s: polarizados linearmente no plano paralelo ao campo magnético; - Componentes σσσσ’s: polarizados circularmente em uma direção perpendicular ao campo magnético; - Componentes pipipipi’s ausentes, se campo magnético for longitudinal. Base da correção: Polarizando a radiação da fonte: deixa passar radiação ou no plano pipipipi ou no plano σσσσ. Se a radiação estiver polarizada em pipipipi, o componente σσσσ não absorve... - Mede-se a absorção total sem campo magnético e absorção de fundo com campo magnético em σσσσ, p. ex. Efeito Zeeman, Pieter Zeeman, 1897 - Interação de um campo magnético externo com o momento magnético de átomos que estão emitindo (efeito Zeeman direto) ou que estão absorvendo (inverso); - Que resulta no desdobramento dos níveis energéticos e, conseqüentemente, das linhas atômicas: ±∆γ±∆γ±∆γ±∆γ = eB/4pipipipime e, me = carga e massa do elétron B = densidade do fluxo magnético Normal (S = 0, singlete): 3 linhas: 1 pipipipi + 2 σσσσ’s (σσσσ+, σσσσ-) Anômalo(S ≠≠≠≠ 0): + de 3 linhas Desdobramentos das linhas Desdobramentos W el z 04/10/2017 15 Configurações - Magneto na fonte (direto) ou no atomizador (inverso); - Campo magnético paralelo (longitudinal) ou perpendicular (transverso) ao feixe da radiação; - Campo magnético permanente (DC) ou alternado (AC); - (Polarizador rotatório, se AC e fixo se DC). Configurações Direto: na lâmpada Inverso: no atomizador Transversal Longitudinal sem polarizador Campo permanente polarizadorrotatório Campo alternado polarizador fixo Exemplos: 1. Direto, transverso, campo permanente 2. Inverso, transverso, campo permanente 3. Inverso, transverso, campo alternado Direto: fontes especiais, magnetos grandes; Inverso: fontes normais, resfriamento dos magnetos (chama); Campo magnético: 10 kGauss (compromisso); Polarizador: melhor fixo; perda de intensidade da radiação. Direto, transversal, campo permanente Inverso, transversal, campo permanente 04/10/2017 16 Efeitos colaterais Fator Zeeman: Para os elementos que tem um desdobramento Zeeman normal, os componentes σσσσ’s podem ser removidos totalmente. Para os que exibem o efeito anormal, pode não ser possível remover totalmente os componentes σσσσ’s. Efeito rollover: Curva de calibração resulta da diferença de duas curvas: uma convencional (não linear) e outra medida nos componentes σσσσ’s (ainda linear) Fator Zeeman: Sensibilidade com BC/sensibilidade sem BC 0,9 Tesla, inverso, transverso,ac W el z Rollover Welz DC Corretor baseado no efeito Zeeman Sistema de três campos ac (3FZAAS) M.T.C. de Loos-Vollebregt, L. Galan, SAB, 37, 659, 1982 - O campo variável permite a otimização da intensidade do campo magnético necessária para promover a separação dos componentes pi’s e σ’s; - O sistema de 3 campos permite a correção do fundo, a extensão do intervalo de trabalho da curva de calibração e o deslocamento do rollover para concentrações maiores. 04/10/2017 17 AAS = log (Io/IH=0) ZAASdc = log (Iσ/Ipi) ZAASac = log (Iσ/IH=0) 3FZAAS = log [(IHmax-IH)/(IH-IH=0) Análise de manganês em solo e cinza Comparação: 2 campos vs. 3 campos amostra peso conc. RSD peso conc. RSD [mg] [mg/kg] [%] [mg] [mg/kg] [%] CRM 144 0,150 194 ± 11 7,5 0,325 195 ± 12 4,7 CRM 146 0,046 685 ± 75 35,1 0,165 345 ± 15 11,5 CTA FFA 1 ------- -------------- ------ 0,158 1099 ± 25 8,4 2- Campo 0.8 T 3-Campos 0.8 T / 0.4 T Concentração certificada: CRM 144 208 ± 3 mg/kg Mn CRM 146 324 ± 7 mg/kg Mn CTA FFA 1 1066 ± 41 mg/kg Mn N=5 04/10/2017 18 Conclusões sobre o Corretor Zeeman - Alta eficiência na correção; - Inverso, transversal, ac: correção no próprio comprimento de onda da linha analítica; - Inverso, longitudinal, ac: dispensa polarizador; - Maior freqüência do campo: correção mais próxima do tempo da leitura da absorvância total; - Campo variável permite otimizar a intensidade do mesmo para cada analito; - Três campos permite estender o intervalo linear e deslocar o rollover para concentrações maiores: dispensa diluição; - Preço, perda de sensibilidade e rollover para alguns analitos. 5. Fundo medido próximo da linha analítica - Usado com mono- ou policromadores de alta resolução, em CS AAS; - Também usado com monocromadores de baixa resolução, para estimar F, em uma linha adjacente. 6. Correção do fundo em HR-CS AAS A) Fundo contínuo (pixels adjacentes) - espalhamento da radiação; - absorção por moléculas gasosas (contínuo de absorção e excitação eletrônica de moléculas, exceto diatômicas). B) Fundo estruturado (mínimos quadrados) - absorção atômica de concomitantes; - absorção por moléculas gasosos diatômicas (estrutura fina) (A) Fundo contínuo A intensidade da radiação é integrada por 1-10 ms em cada pixel, sendo registrada e amplificada individual e simultaneamente para cada pixel; É feito automaticamente uma correção na avaliação do sinal para qualquer flutuação observada nos vários pixels selecionados; Todos os “eventos espectrais simultâneos e contínuos” que possam ser observados na faixa espectral, tais como ruído da lâmpada ou absorção de fundo contínua, são eliminados automaticamente. Pb (λλλλ = 217,0005 nm) Exemplo para correção de eventos contínuos (NIST 8414) 0 2 4 6 8 10 12 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 correção pixel 240 sem correção Ab so rv ân ci a Tempo, s 0 2 4 6 8 10 12 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 correção pixel 240 sem correção Ab so rv ân ci a Tempo, s (B) Exemplo da Correção por Mínimos Quadrados Espectro original - amostra de urina (Ta = 2000 ºC) Pb (λλλλ = 217,0005 nm) 04/10/2017 19 Pb (λλλλ = 217,0005 nm) Espectro de (NH4)H2PO4 sólido (Ta = 2000 ºC) Pb (λλλλ = 217,0005 nm) Após a subtração utilizando algoritmo dos mínimos quadrados. Correção do Fundo em HR-CS AAS utilizando o algoritmo de mínimos quadrados Tl em sedimento marinho Correção do Fundo em HR-CS AAS utilizando o algoritmo de mínimos quadrados Espectro de referência: KHSO4 Correção do Fundo em HR-CS AAS utilizando o algoritmo de mínimos quadrados Sinal final após correção
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