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1 Rotatividade: o ladrão do trabalho do RH 2 ÍNDICE 3 6 14 17 29 Introdução Capítulo 1 | Políticas de retenção Capítulo 2 | Após a saída Capítulo 3 | De volta à entrada Conclusão Todo herói possui um arquiinimi- go. Se o seu departamento de re- cursos humanos fosse um herói, seu grande inimigo certamente seria o desprezível vilão da rotativ- idade. Infelizmente, a despeito da contratação em carteira e suposta estabilidade funcional que esse método cria, a rotatividade em alguns setores da economia ain- da é brutal. Há segmentos nos quais muitos dos colaboradores mal chegam a cumprir o período probatório, exigindo processos de recrutamento que praticamente nunca terminam. Rotatividade: o ladrão do trabalho do RH 3 Mais do que o trabalho que isso gera, o principal pro- blema está na desintegração de equipes já consoli- dadas e também no processo de formação de novas equipes, estáveis e eficientes. É como se sempre fal- tasse uma peça para formar o quebra-cabeças, e seu departamento de RH estivesse sempre em busca de uma peça nova, que ao entrar na estrutura, é imedia- tamente substituída por uma outra peça faltante. 4 O grande problema afeta também o processo de treinamento. Se levar- mos em conta que a grande maioria das funções exige ao menos semanas ou alguns poucos meses de treinamento, até que o profissional se torne apto a realizá-las, temos um problema ainda maior: parte do quadro mal chega a cumprir essa etapa e, no ato de uma próxima contratação, um maior período será requerido para treinamento. Especialmente em um momento no qual a eco- nomia não vai muito bem, o nível de rotatitivi- dade tende a aumentar. Muitos profissionais recorrem a concursos públicos ou arriscam empreendimentos próprios, especialmente quando se veem sem perspectivas em relação ao papel que desempenham em sua empresa. 5 Há ainda empresários que subestimam os efeitos dano- sos da rotatividade, inclusive sobre suas marcas e tam- bém clientes. A máxima de que “tudo é substituível” de fato existe, mas como empresário,você não pode esque- cer: sua empresa também pode ser substituída. 6 Há basicamente dois lados a trabalhar quando falamos em rotatividade. O primeiro deles ocorre no ato da contratação, mas comecemos falando da segunda etapa: a retenção dos colaboradores já atuantes no quadro. Entre as entradas e saídas de funcionários, é fato que sua empresa precisa sempre estar com um quadro completo. A matemática é simples – quanto mais gente ficar, menos candidatos você terá de acionar para preencher as lacunas. Políticas de retenção 7 Os motivos para a evasão ou aumento da rotatividade são muitos e a maioria deles vêm sendo trabalhada nos últimos anos de forma mais proativa por parte de profissionais de Recursos Humanos. 8 Salários são apenas a ponta do iceberg, mas também são importantes. A maioria das empresas vêm desenvolvendo políticas de benefícios que estejam mais em linha com as necessidades pessoais de seu quadro – por incrível que pareça, ainda há muitas companhias que perdem colaboradores, por exemplo, para planos de saúde melhores e mais abrangentes em concorrentes. 9 Outro fator importante é o reconhecimento – não estamos falando ne- cessariamente de promoções, mas sim do simples reconhecimento de um bom trabalho realizado. Sistemas internos como premiações para boas ideias, índices de desempenho com ganho de bônus e eventos empresariais para nomeação dos melhores profissionais vêm sendo desenvolvidos com certo sucesso, retendo alguns talentos que, de outro modo, acabariam sendo absorvidos pelo mercado. 10 O trabalho próximo a chefias e lideranças também é es- sencial. Muitos brasileiros ainda deixam seus empregos por conta de más experiências com chefes ou gerentes. Casos de assédio moral e pressão desnecessária devem ser evitados ao máximo e, no caso de ocorrências, se- tores como o RH devem entrar imediatamente em ação, sugerindo mudanças e políticas de contenção para que a situação, se irreversível, não possa contaminar outros colaboradores. 11 Não há milagres, mas você pode começar a desenvolver hoje mesmo uma boa política de retenção de talentos em sua empresa, seguindo alguns passos simples e eficazes: • Conceda a lideranças, como chefes de setor, supervisores e gerentes, autonomia para recompensar funcionários com base em indicadores padronizados, atrelando bônus e premiações ao desempenho comprovado. • Desenvolva um ambiente de trabalho equilibrado, que per- mita um bom desenvolvimento de cada função, conforto sob o ponto de vista físico e mental e que prime pela qualidade de vida do colaborador também no trabalho. 12 • Facilite a evolução e ofereça planos de carreira baseados na me- ritocracia, que deem perspectivas para profissionais de alto desempe- nho. • Crie ferramentas de engajamento, que permitam aos funcionários sentir-se parte do jogo, inclusive fora do ambiente de trabalho e do ho- rário comercial. • Priorize a retenção de colaboradores-chave e acompanhe de perto seu desenvolvimento e também suas necessidades. • Crie experiências que reforcem o companheirismo e o convívio social entre os colaboradores, como festas, churrascos e eventos de compartilhamento de experiências. • Desenvolva políticas que permitam a migração e movimentação de funcionários entre filiais e departamentos, conforme suas necessida- des e em linha com os ensejos profissionais de cada um. 13 A retenção é hoje um tema prioritário em qualquer departamento de recursos humanos atuante e bem estruturado, bem como entre consultorias de RH terceirizadas. Além dos custos intangíveis de se perder um talento, atualmente é possível mensurar em termos financeiros as perdas decorrentes de uma rotatividade indesejada. Além disso, precisamos somar a esse bolo todos os custos e gastos decorrentes da organização e condução de processos de recrutamento e seleção, novas seções de treinamento e também perdas relacionadas a carteiras de clientes e contatos, por exemplo, muitas vezes retidas pelo funcionário que deixa a empresa. 14 Após a saída Poucas empresas se preocupam com o que ocorre após a saída de um colaborador. O mais engraçado é que os colegas e companhei- ros parecem se preocupar. Mesmo após a saída de um funcionário, o mais provável é que esse profissional mantenha contato com seus ex-colegas de trabalho. Nunca subestime os efeitos negativos disso no caso de uma saída “não tão boa”. 15 Ex-funcionários que saiam de sua empresa em condições controversas e conflitantes podem minar a con- fiança de equipes e profissionais que permaneceram em seu quadro, por- tanto tente fazer um acompanhamen- to. Ações simples, como um chefe que demonstra preocupação sobre o destino de um funcionário recém-saí- do, podem operar milagres no mundo corporativo. 16 A imagem da empresa, interna e externamente, também conta pontos importantes quando o assunto é a retenção de talentos – todos querem trabalhar no Google, mas pouca gente realmente sabe como as coisas acontecem lá dentro até que alguém saia para contar. 17 Mas então, como podemos melhorar as probabilidades de que novos colaboradores permaneçam mais tempo em nossas empresas? A resposta não é uma só, mas talvez a principal delas esteja relacionada com o perfil comportamental de cada candidato. Imagine o mesmo caso do começo do texto, do colaborador que produz apenas 8 cadeiras por dia, embora a meta da empresa seja de 10 peças diárias. Esse funcionário produz apenas 8 peças porque algumas delas precisam ser remontadas, após serem reprovadas na etapa que checa a qualidade. De volta à entrada 18 O uso do perfil comportamental como estratégia de recrutamento no Brasilé algo relativamente recente. Muitas empresas ainda concentram todos os seus esforços em encontrar profissionais com bons currículos e, embora isso também seja importante, deixa de lado fatores importantes que podem fazer a diferença na hora de reduzir a rotatividade em seu negócio. 19 Cada função demanda um perfil específico que não pode ser simplesmente resumido nas qualificações de cada um. É preciso romper a camada do currículo e chegar até os pontos que motivam e desmotivam cada pessoa – somente assim você saberá onde e como colocar cada peça em seu quebra-cabeças. 20 É claro que a grande maioria das pessoas possui traços variados de cada um desses tipos de postura, mas predominantemente podem ser enquadradas em um desses grupos. Realizando esse tipo de estudo ainda no período de recrutamento, você pode de certo modo antever como tal profissional irá se adequar ou não ao cotidiano e processos de sua empresa, planejar o modo com que você poderá mantê-lo interessado e produtivo e também idealizar programas e planos que possam satisfazê-lo sob o ponto de vista de carreira. 21 Como falamos, a falta de perspectivas é um dos grandes problemas que leva pessoas a deixar seus empregos, ou a buscar oportunida- des em outros lugares. Conhecendo os fatores que motivam cada um, você pode não apenas remediar situações como essa, assim como preveni-las de forma proativa. 22 Por exemplo, suponha que você contratou um profissional para determinada vaga que possui um forte perfil comunicador. Se essa vaga não possui projeção e visibilidade dentro e fora da empresa, são grandes as possibilidades de que esse profissional busque novas oportunidades, e bem rápido por sinal. O comunicador precisa aparecer, e não de maneira figurada. Esse tipo de perfil também busca ambientes que possuam grande potencial de sociabilidade, e tende a se desinteressar com facilidade no caso de tarefas repetitivas. 23 Por outro lado, se você contratou alguém com um perfil analista para a vaga, é bom que não crie exposições desnecessárias. Pessoas dessa natureza são reservadas e gostam de limitações claras a respeito de seu espaço de trabalho, tanto do ponto de vista físico quanto social. Eles valorizam os demais membros da equipe, mas são mais tímidos e calados, preferindo ter suas obras reconhecidas do que serem jogados à multidão. 24 As combinações são muitas e a análise do comportamento permite que você veja tendências nos candidatos que está entrevistando. As ferramentas de mapeamento de perfil comportamental não colocam apenas cada um em uma “caixa”, mas também simulam e apontam tendências de reação de cada um frente a problemas, desafios, pressão, situações inesperadas e metas. Há casos de vagas em que não há necessariamente uma resposta “correta”. Algumas ocupações podem abrigar qualquer tipo de perfil. Entretanto, para manter o profissional produzindo e satisfeito, ainda é essencial que você conheça sua natureza, para proporcionar a ele aquilo que realmente faz diferença na relação de troca que vocês estabeleceram como empregado e empregador. 25 Dito tudo isso, há ainda um conselho essencial para o empresário que deseja reduzir os níveis de rotatividade entre seu pessoal – saber ouvir. Isso não significa, a despeito do que alguns empreendedores mais conservadores possam supor, aceitar e “engolir” tudo o que seus funcionários dizem ou solicitam. Entretanto, há muito o que aprender a partir dos pleitos, solicitações, reclamações e também elogios deles. Saber ouvir 26 Cada colaborador está inserido em um contexto social que envolve todos os seus companheiros de equipe. Geralmente, há aspectos de foro íntimo, mas também aspectos coletivos de descontentamento. Ou seja, não ouvir o funcionário que acaba de deixar a empresa pode representar uma porta escancarada para que outros colegas também procurem outras oportunidades e resignem de seus postos. 27 Acima de tudo, a rotatividade é um problema decorrente de falhas de relacionamento – elas podem envolver o próprio ambiente de trabalho e colegas, uma chefia com uma abordagem ineficaz ou mesmo uma política da empresa que gere controvérsia, sem que seus donos sequer se deem conta disso. Com um conhecimento mais profundo do perfil comportamental de cada profissional e, é claro, um pouco de conversa, é possível manter as relações intactas mesmo no caso de uma eventual saída da empresa. 28 Ouvir é a maior ferramenta de todas para um empresário que quer manter uma equipe eficiente e talentosa em seu negócio. Questionários e sistemas ajudam muito na hora de gerenciar seu quadro, mas a palavra final, de um modo ou de outro, é sempre sua. Talvez seja a hora de reformular alguns de seus conceitos e políticas, não simplesmente para agradar funcionários que possam estar descontentes com suas posições, mas sim para sanar um problema que pode se tornar crônico e inclusive levar sua empresa a um período de incertezas e dificuldades. 29 O RH Portal é o maior portal brasileiro para profissionais de Recursos Humanos. São milhares de artigos para Gestores de RH: Recrutamento e Seleção, Cargos e Salários, Coaching, Gestão por Competências, Avaliação de Desempenho, Testes, Clima Organizacional, Remuneração Estratégica, Avaliações Comportamentais e Treinamentos, Currículos, Consultoria em RH, Treinamento e Desenvolvimento e material variado para Departamento Pessoal. Sobre o RH Portal Acesse o site O RH Portal é o maior portal brasileiro para profissionais de Recursos Humanos. São milhares de artigos para Gestores de RH: Recrutamento e Seleção, Cargos e Salários, Coaching, Gestão por Competências, Avaliação de Desempenho, Testes, Clima Organizacional, Remuneração Estratégica, Avaliações Comportamentais e Treinamentos, Currículos, Consultoria em RH, Treinamento e Desenvolvimento e material variado para Departamento Pessoal. Acesse o site 30 A Solides é especialista em software para identificação de perfil comportamental usado em milhares de empresas em processo de contratação, gestão e desenvolvimento de pessoas feito para Profissionais de RH, Coach, Educadores e Treinadores. Os principais benefícios gerados são aumento de produtividade através do ajuste adequado de perfil e função e a redução dos custos com a Rotatividade.
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