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Zoologia Completo (1)

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ZOOLOGIA.indb 1 29/05/12 12:02
ZOOLOGIA.indb 2 29/05/12 12:02
ZOOLOGIA.indb 3 29/05/12 12:02
 
SOBRE O CURSO 
DE CIÊNCIAS 
BIOLÓGICAS
 O Curso de Licenciatura em Ciências 
Biológicas na Modalidade de Educação a 
Distância foi idealizado de forma a ofertar 
gratuitamente um Curso de qualidade com 
a possibilidade de formação de Biólogos 
e Professores capazes de atuarem na 
Educação básica. O Curso faz parte do 
Programa Universidade Aberta do Brasil-
UAB-que foi implementado pelo Ministério 
da Educação, em 2005, com o objetivo 
de ampliar, em caráter experimental, a 
oferta do ensino superior gratuito e de 
qualidade no Brasil. Tem como público alvo 
Professores vinculados ao sistema público 
de ensino que não possuem Licenciatura. O 
candidato deve ser aprovado no processo 
de seleção da Instituição Pública vinculada 
ao Sistema Universidade Aberta do Brasil-
UAB e atender a todos os requisitos exigidos 
para poder ingressar no sistema nacional de 
educação superior a distância como aluno 
regularmente matriculado.
 O Curso de Licenciatura em Ciências 
Biológicas objetiva-se a formar professores 
e capacitar profissionais para um contexto 
educacional de mercado, pautado em uma 
ética, cujo propósito final seja a melhoria 
qualitativa da educação básica no País. O 
curso permite ao licenciando a formação 
específica da área de biologia, mas também 
uma formação geral articulada à prática 
docente, assegurando ao futuro licenciado 
uma visão global do processo educativo.
ZOOLOGIA.indb 4 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores 09
1. Informações prévias 11
2. Classificação dos seres vivos 13
3. Reino Protozoa 14
3.1. Protozoários (grego: protos - primeiro; zoon - animal) 16
4. Características gerais dos animais 28
4.1. Simetria 29
4.2. Diferenciação celular 30
4.3. Camadas germinativas 31
4.4. Cavidades corporais 32
5. Filo Porifera 32
5.1. Características gerais 32
5.2. Tipos morfológicos 35
5.3. Reprodução 35
5.4. Classes do Filo Porifera 38
6. Filo Cnidaria 43
6.1. Características gerais 43
6.2. Classificação e reprodução 46
7. Filo Platyhelminthes 55
7.1 - Características gerais 55
7.2 - Classificação e reprodução 58
8. Filo Nematoda ou Nemathelminthes 66
8.1- Características gerais 66
8.2 - Classificação 70
Glossário 75
Referências 78
UNIDADE 2
Zoologia de Invertebrados Superiores 79
1. Filo Mollusca 82
1.1 - Características gerais 82
1.2 - Classificação 89
1.3 - Importância do estudo de moluscos 98
2. Filo Annelida 106
2.1 - Características gerais 106
2.2 - Classificação 113
3. Filo Arthrophoda 122
3.1 - Características gerais 122
3.2 - Classificação 125
4 - Grupo dos Lofoforados 150
4.1 - Filo Phoronida 151
4.2 - Filo Bryzoa 152
4.3 - Filo Brachiopoda 152
5. Filo Chaetognatha 164
6. Filo Equinodermata 164
6.1. Características gerais 164
6.2. Classificação 168
Glossário 179
Referências 182
SUMÁRIO
ZOOLOGIA.indb 5 29/05/12 12:02
Prezado estudante, a proposta deste material é levar ao 
aluno de Ciências Biológicas o entendimento científico (teórico e 
prático) de um dos grupos biológicos mais interessantes existentes na 
Terra. É pela zoologia, no entanto, que se permite, essencialmente, 
o estudo descritivo e sistematizado dos invertebrados, mas nada 
nos impede de o fazermos sob as abordagens evolutivas e ecológicas 
quanto ao desenvolvimento das estruturas, que desempenham 
funções específicas, bem como o papel destes organismos no 
ambiente. Então, não há dúvida de que este conteúdo é essencial 
para a sua formação profissional.
O grupo dos invertebrados é bastante diverso e de 
distribuição cosmopolita, abrangendo os ambientes aquáticos 
(dulcícolas e marinhos) e terrestres. Dentro desse grupo, existem 
alguns animais que são comuns no nosso cotidiano, como, por 
exemplo, os caracóis, as minhocas e os insetos, de um modo 
geral; outros, já são menos comuns, como as esponjas e as águas-
vivas. Por causa desta diversidade pouco compreendida é que 
os invertebrados ainda geram tantas confusões entre as pessoas 
(quase todo mundo acha que aranha é inseto, não é mesmo?). 
Por esta razão, a fim de diminuir substancialmente as 
dúvidas recorrentes sobre este grupo, mas considerando ainda o 
vasto conteúdo de Zoologia de Invertebrados, este material foi 
preparado didaticamente em duas unidades, contendo informações 
básicas primordiais, baseadas em bibliografias científicas clássicas 
sobre o assunto. Na primeira unidade, estudaremos os Invertebrados 
Inferiores e, na segunda, os Invertebrados Superiores, ambas nos 
seus aspectos morfológicos, fisiológicos, sistemáticos, ecológicos e 
evolutivos. Para que haja uma compreensão adequada do assunto, 
sugiro que leia atentamente todo o material e que faça todas as 
atividades propostas, porque muito o auxiliarão no seu aprendizado. 
Desta forma, tenha um ótimo proveito deste material e 
bom estudo!
ZOOLOGIA.indb 6 29/05/12 12:02
ZOOLOGIA.indb 7 29/05/12 12:02
ZOOLOGIA.indb 8 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
9
ZOOLOGIA.indb 9 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
10
INTRODUÇÃO
Caro estudante, seja bem vindo ao início do estudo sobre a Zoologia de Invertebrados. 
Nesta unidade, começaremos a observar as principais características zoológicas inerentes 
aos invertebrados que, didaticamente, classificamos como inferiores. Veremos, além das 
características morfo-fisiológicas, alguns fatores evolutivos e ecológicos que contribuíram 
para que este grupo tivesse sucesso no nosso ambiente, ao longo das diversas transformações 
por que a Terra passou. 
A Unidade tem por objetivo:
 @ Entender o porquê dos invertebrados inferiores receberem esta denominação;
 @ Conhecer o funcionamento das principais características morfológicas dos 
invertebrados inferiores;
 @ Identificar as principais características evolutivas e ecológicas deste grupo;
 @ Conhecer os principais aspectos médicos e econômicos relacionados aos 
invertebrados inferiores.
ZOOLOGIA.indb 10 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
11
1. INFORMAÇÕES PRÉVIAS
Vamos começar o estudo deste conteúdo com o seguinte questionamento: quando 
falamos em Animais Invertebrados, você pensa em quê? Certamente, logo nos remetemos 
àquele antigo conceito aprendido ainda no ensino fundamental, de que “animais invertebrados 
são aqueles que não possuem vértebras”. Daí, pensamos logo naqueles animais que, segundo 
a maioria das pessoas, são vistos como inimigos “asquerosos”, que, às vezes, nem têm 
aparência de animal.
Antes de prosseguirmos, vamos entender, primeiramente, o que é um animal! 
Considerando que os invertebrados são seres vivos classificados como pertencentes 
ao Reino Animal, como poderíamos, então, definir um ser vivo “animal”? Para um organismo 
ser classificado como animal, ele deve ser eucarionte, pluri celular e se alimentar através 
da ingestão.
Já é sabido que o Reino Animal (ou Animalia) é subdivido em dois grupos: os 
Invertebrados e os Vertebrados. Embora sejamos mais familiarizados com os animais 
vertebrados (p.e.: jacaré, peixe, cachorro, pássaro, etc), os invertebradossão o maior 
grupo, correspondendo a aproximadamente 95% de todo o Reino Animal. Esta subdivisão se 
dá pela característica inerente aos vertebrados: a presença da coluna vertebral (também 
conhecida como espinha dorsal), que passa a ser referência de comparação de todo o Reino 
Animal. 
Por esta razão, alguns autores consideram esta classificação artificial, especialmente 
manifesta quando se observa a vasta heterogeneidade de grupos que são amontoados nesta 
categoria, porque não há uma única característica positiva comum a todos os invertebrados 
(RUPPERT; BARNES, 1996). É imensa a variação no tamanho, na diversidade e na adaptação 
a diferentes modos de existência deste grupo.
Como há uma enorme diversidade de espécies reunidas dentro de invertebrados, 
podemos dividi-lo, ainda, em invertebrados inferiores e invertebrados superiores. 
Então, atenção a este comentário!
Vamos deixar claro, antes de qualquer coisa, que esta classificação é 
meramente didática e não está correta sob o ponto de vista evolutivo. Este 
tipo de expressão (“superior” e “inferior”) é usado mais frequentemente 
do que deveria nas áreas das ciências biológicas, infelizmente, e não 
tem respaldo na sistemática moderna e muito menos na compreensão do 
ponto de vista evolutivo. O ideal seria usarmos os termos “primitivo” e 
“derivado”, porque esta dicotomia marca apenas qual destes estados, 
uma característica qualquer (por exemplo: morfológica) se modificou, 
ou seja, a ideia é de uma característica mais ancestral e uma mais 
nova, tendo-se a segunda “derivado” da mais “primitiva”, a primeira.
ZOOLOGIA.indb 11 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
12
Neste caso, consideraremos como invertebrados inferiores (Figura 1), os 
organismos mais simples que os demais, em estrutura morfológica e fisiológica, como: os 
poríferos, cnidários, platelmintos e nematelmintos, que são os organismos que trataremos 
individualmente nesta unidade. Os invertebrados que consideraremos superiores (Figura 2) 
(moluscos, anelídeos, artrópodes e equinodermos) serão trabalhados na segunda unidade. 
Figura 1 - Os invertebrados inferiores são grupos com organização simples. As esponjas 
(A) são poríferos filtradores. A anêmona (B), um cnidário, possui tentáculos venenosos 
para captura de suas presas. Entre os platelmintos, a planária (C) é de vida livre, já 
a tênia (D) é parasita. Nos nematelmintos encontramos o Ascaris (E), um parasita 
humano.
 
Figura 2 - Os invertebrados superiores são grupos com grau de desenvolvimento maior 
que os invertebrados inferiores. Nos anelídeos, a minhoca (A) apresenta importância 
na fertilização do solo. Os moluscos, como o caracol (B) e o polvo (C) apresentam o 
corpo mole. Nos artrópodes, com patas articuladas, encontramos os insetos (D) e os 
aracnídeos (E). Já os equinodermos são representados pela estrela-do-mar (F) e pelo 
ouriço-do-mar (G).
ZOOLOGIA.indb 12 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
13
2. CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS
A classificação dos seres vivos, de modo simplificado, é o agrupamento dos organismos 
vi vos com base na descrição de suas características e similaridades encontradas. Os padrões 
envolvidos na distribuição dos caracteres entre os organismos é que vão determinar tal 
processo classificatório. 
A necessidade de agrupar os seres vivos em categorias, deu-se, então, graças à 
imensa diversidade de organismos vivos existentes na Terra, numa tentativa de universalizar 
os nomes e minimizar as mudanças que, geralmente, ocorriam de um lugar para outro. Assim, 
o principal objetivo da classificação é contribuir para identificar (determinar) e dis tinguir, 
de forma precisa e unânime, cada grupo biológico, através do estudo de suas propriedades.
 Por causa disto, foi criado um sistema de classificação dos organismos, baseado 
numa nomenclatura internacional de designação dos seres, de forma a organizá-los para 
facilitar a identificação e, consequentemente, seu uso. O mentor deste sistema foi o sueco 
Carl von Linné (ou simplesmente Lineu), que propôs regras para classificar e denominar 
animais e plantas. Segundo este sistema de classificação, cada organismo seria conhecido por 
dois nomes apenas, seguidos e inseparáveis. Desta forma, surgiu a nomenclatura binomial, 
a qual é ainda hoje utilizada.
Lineu criou uma série de categorias taxonômicas que definem níveis hierárquicos de 
agrupamento, na qual, a espécie, é um agrupamento de indivíduos considerado de menor 
abrangência. Atualmente, são reconhecidas as seguintes categorias taxonômi cas: Espécie, 
Gênero, Tribo, Família, Ordem, Classe, Filo (ou Divisão para plantas) e Reino (Figura 3). 
Existem, ainda, categorias intermediárias formadas pela adição dos prefixos: Super, Sub e 
Infra.
Figura 3: Categorias taxonômicas atuais.
Fonte: http://nossomeioporinteiro.wordpress.com/category/zoologia/taxonomia/
ZOOLOGIA.indb 13 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
14
Precisamos ter uma noção básica a respeito desta distribuição 
taxonômica para começarmos a nos familiarizar com estes termos que 
aparecerão em todo o material. Convido a todos, então, a iniciarmos o 
estudo particular de cada grupo de animais invertebrados inferiores! 
Antes de começarmos o estudo de cada grupo invertebrado, acesse os 
links abaixo e assista aos vídeos. Estes vídeos fazem uma introdução 
muito interessante sobre a vida no mundo dos invertebrados. Divirta-
se!
• http://www.youtube.com/watch?v=U2EyYnTAZC0
• http://www.youtube.com/watch?v=RPQiD6fENZA&feature=fvwrel
• http://www.youtube.com/watch?v=kpah7x0WNjc&feature=related
3. REINO PROTOZOA
Estudante, caso não tenha observado, em nenhum momento até então os organismos 
protistas foram mencionados no texto, mas, como são tradicionalmente estudados dentro de 
Zoologia de Invertebrados, faremos aqui uma apresentação deste grupo. 
Já vimos anteriormente que o Reino Animal se divide em dois grandes grupos: 
invertebrados e vertebrados. Dentro de cada um destes grupos, existem categorias 
inferiores, de Filo, que representam modelos estruturais organizacionais básicos, claramente 
diferenciados na literatura científica. Mas, infelizmente, a classificação do mundo animal 
não é definitiva e está longe de ser. Quanto mais os pesquisadores se aprofundam nos estudos 
da zoologia, mais surgem dúvidas e mudanças na posição de alguns grupos. Por esta razão, 
surgem grupos de posição duvidosa, seja pela apresentação de caracteres híbridos entre 
dois ou mais tipos, seja por apresentar características próprias, mas cujo peso específico, do 
ponto de vista taxonômico, ainda não está claro. Assim, dependendo do autor que se está 
estudando, tais informações podem variar.
Neste contexto, surgem os protistas (Figura 4), que englobam organismos eucariontes, 
unicelulares, autótrofos e heterótrofos. Neste reino, ainda, são colocadas as algas inferiores: 
euglenófitas, pirrófitas (dinoflagelados) e crisófitas (diatomáceas), que são protistas 
autótrofos (fotossintetizantes), que não serão tratadas, neste material. Pelo fato de serem 
organismos fotossintetizantes, as algas são geralmente estudadas dentro do Reino Vegetal 
(ou Plantae), em disciplinas como Sistemática Vegetal, mas atenção: não são pertencentes 
ao Reino Vegetal, mas ao Reino Protista (WHITTAKER, 1969). Segundo os sistemas lineanos 
de classificação, os protistas heterotró ficos são agrupados como protozoários dentro do Reino 
Animalia e os protistas autotróficos como algas, no Reino Plantae. Os protozoários, por sua 
vez, são protistas heterótrofos.
ZOOLOGIA.indb 14 29/05/12 12:02UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
15
Figura 4: Exemplos de organismos protistas.
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos/bioprotista.php
O Reino Protista é definido, ainda, como eucariontes uni celulares (WHITTAKER, 
1959), devido às características estruturais dos protistas comporem a organiza ção estrutural 
de uma célula eucarionte: membrana citoplasmática (plasmalema), organelas membranares 
(complexo de Golgi, vacúolos, dictiossomos, mitocôndrias, plastos, membrana nuclear), 
presença de núcleo, etc. Tais componentes celulares são estudados na disciplina de Biologia 
Celular.
O núcleo dos protistas é bem típico ao de um eucarionte, apresentando um envoltório 
membranoso, conhecido como carioteca. A maioria dos protis tas tem um ou vários núcleos 
monomórficos (com o mesmo tama nho e forma). Entretanto, outros, como os ciliados, 
possuem núcleos dimórficos, possuindo um macronúcleo (de função vegetativa) e um mi-
cronúcleo (de função reprodutiva). 
A forma de vida tipicamente unicelular, inerente aos protistas, estabelece restrições 
e condições únicas, muito específicas a este grupo e, isto, acaba refletindo diretamente na 
estrutura corporal destes organismos. Desta forma, veremos, por partes, cada uma de suas 
características.
ZOOLOGIA.indb 15 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
16
3.1. PROTOZOÁRIOS (GREGO: PROTOS - PRIMEIRO; ZOON - ANIMAL)
3.1.1. ASPECTOS GERAIS
Os protozoários constituem um grupo de eucariontes com cerca de 80 mil organismos, 
que surgiram na Terra há, aproximadamente, 3,5 bilhões de anos, na forma de procariontes 
fermentadores. O nível de organização celular é a única característica comum a todos os 
protozoários. Nos demais aspectos, é um grupo diversificado, heterogêneo, que evoluiu a 
partir de algas unicelulares. 
A maioria dos protozoários é microscópica, entretanto, alguns deles podem ser 
vistos a olho nu. Podem ser encontrados como células isoladas ou em colônias, mas existem, 
ainda, aqueles que são de vida livre, podendo ser encontrados em qualquer lugar que tenha 
umidade. Também existem as espécies que são parasitas, comensais e mutualistas. A troca 
de gases respiratórios do protozoário se processa em toda a superfície celular.
3.1.2. PRINCIPAIS ORGANELAS DOS PROTOZOÁRIOS
A maioria dos protozoários apresenta um corpo composto por uma única célula, que 
pode variar de poucos micrômetros (nos coanoflagelados) a até muitos centímetros (alguns 
dinoflagelados, foraminíferos ou amebas). Esta arquitetura corpórea do protozoário é limitada 
pela membrana celular. A flexibilidade ou rigidez do corpo e de sua forma são dependentes 
do citoesqueleto, localizado logo abaixo da membrana celular. Assim, o citoesqueleto e a 
membrana formam uma “película”, que é como uma “parede corporal” destes organismos.
As organelas locomotoras dos protozoários, são tão importantes que servem 
como características para definir os grupos dos protozoários: podem ser flagelos, cílios ou 
pseudópodos (extensões fluidas do corpo). Estes grupos e suas estruturas locomotoras serão 
discutidos a fundo daqui a pouco. 
Salvo algumas características específicas em cada um dos grupos de protozoários, 
de um modo geral, o alimento ingerido ocupa uma vesícula ou vacúolo alimentar, que se 
conjuga e se funde aos lisossomos primários já presentes na célula. À medida que a fusão 
ocorre, são liberadas no interior do vacúolo ácidos lisossômicos e enzimas hidrolíticas. 
Os produtos da digestão intracelular (porque ocorreu dentro de uma organela, no caso, 
o vacúolo) difundem-se do vacúolo para o citoplasma celular, onde podem ser utilizados 
no metabolismo por outras organelas ou armazenados em formas como o glicogênio e o 
lipídio. O material que não é digerido pela célula, ou seja, a excreta, é liberado para o seu 
exterior também por meio da fusão de vesícula (agora, denominada vesícula residual) com 
a membrana celular. Este processo final é conhecido como exocitose (Figura 5). Os resíduos 
sólidos não digeridos são expelidos em qualquer ponto da periferia, por extrusão do vacúolo, 
ou num ponto determinado da membrana, denominado citopígeo ou citoprocto (Figura 6).
ZOOLOGIA.indb 16 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
17
Figura 5: Esquema da digestão de um protozoário.
Fonte: http://lidjajessica.blogspot.com/2011_02_01_archive.html
Figura 6: Esquema da digestão de um protozoário, evidenciando o citopígeo.
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos/bioprotista2.php
O processo de excreção pode ocorrer também através de uma organela especializada 
denominada vacúolo pulsátil ou contrátil, que está presente nos protozoários de água doce e 
também possui a função de regulação osmótica ou osmorregulação da célula. Os protozoários 
de água doce são hipertônicos em relação ao meio em que se encontram e por isso ocorre, 
por osmose, uma entrada contínua de água por seu interior. Para evitar que o protozoário 
ZOOLOGIA.indb 17 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
18
inche e estoure, o vacúolo contrátil bombeia continuamente o excesso de água para fora do 
protozoário (Figura 7). 
Figura 7: Esquema da digestão de um protozoário
.
Fonte: http://lidjajessica.blogspot.com/2011_02_01_archive.html
3.1.3. REPRODUÇÃO
Na maioria dos protozoários, a reprodução ocorre assexuadamente (mitose) por: 
i) fissão (ou divisão) binária (ou cissiparidade, ou divisão simples, ou bipartição), quando 
a divisão do organismo resulta em duas células-filhas semelhantes (Figura 8); em ii) 
brotamento, quando uma célula-filha é muito menor que a outra ou por iii) esquizogonia 
(ou fissão múltipla), após divisões nucleares múltiplas dentro da célula-mãe, visto que ela 
divide-se em um número variável de células-filhas (Figura 9). 
 Figura 8: Esquema da reprodução assexuada por fissão binária do protozoário Paramecium. 
 Fonte: http://bio-portefolio.blogspot.com/2008/10/reproduo-assexuada.html
ZOOLOGIA.indb 18 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
19
Figura 9: Esquema da reprodução assexuada 
por esquizogonia. 
Fonte: http://bio-portefolio.blogspot.com/2008/10/reproduo-assexuada.html
A reprodução sexuada também ocorre em algumas espécies, podendo ser por: i) 
conjugação, na qual ocorre união temporária de dois indivíduos, com troca mútua de materiais 
nucleares (Figura 10) e ii) singamia (ou fecundação), onde a união de um microgameta com 
um macrogameta origina um ovo ou zigoto, o qual poderá dividir-se. 
Figura 10: Esquema da reprodução sexuada por conjugação. Os dois ciliados fusionados são denominados 
conjugantes. Esta fusão pode durar horas e somente os micronúcleos funcionam na conjugação, já que o 
macronúcleo se desintegra durante o processo sexuado.
Fonte: http://www.infoescola.com/reino-protista/ciliados/
3.1.4. CLASSIFICAÇÃO
Os quase vinte filos de protistas podem ser estudados, didaticamente, em quatro 
grupos artificiais: os ameboides, os flagelados, os ciliados e os parasitas formadores de 
esporos (Figura 11). Estes organismos são classificados, especialmente, pela forma que se 
locomovem ou pela forma que se reproduzem. Então, vamos por partes!
ZOOLOGIA.indb 19 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
20
 Figura 11: A classificação dos protozoários segundo o sistemalocomotor.
 Fonte: http://www.brasilescola.com/biologia/protozoarios.htm
Os protozoários se locomovem por meio de três estruturas principais: pseudópodos, 
flagelos e cílios. Além disso, algumas espécies podem desenvolver um movimento de 
deslizamento por flexões do corpo, sem o uso de estruturas especializadas.
A. FILO RHIZOPODA OU SARCODINA
Os principais representantes deste filo são as amebas, protozoários que se 
locomovem por meio de expansões citoplasmáticas, os pseudópodos (do grego pseudos: falso 
e podos: pé). Esta estrutura é uma projeção temporária de parte do citoplasma daqueles 
protozoários que não apresentam uma película rígida. É utilizado pelas amebas (sarcodina) 
para locomoção e captura de alimento (Figura 12). Estes organismos apresentam vacúolo 
alimentar, também chamado de fagossomo, que se une ao lisossomo e se transforma em 
vacúolo digestivo, durante o processo digestivo.
Figura 12: Esquema de uma ameba.
Fonte: http://www.infoescola.com/reino-protista/
protozoarios-ameboides-rizopodes/
ZOOLOGIA.indb 20 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
21
O termo “Sarcodina” (do grego sarkos: carne) refere-se ao aspecto “carnudo”, 
consistente, das amebas, que são os principais representantes do grupo. Já o termo 
“Rhizopoda” (do grego rhiza: raiz) refere-se ao aspecto, às vezes, ramificado, dos pseudópodos 
de certas amebas.
As amebas incluem espécies de vida livre, típicas de ambientes aquáticos ou úmidos, 
que podem ocorrer no corpo do homem e de outros animais, como parasitas (por exemplo: 
Entamoeba histolytica) ou não (por exemplo: Entamoeba coli). 
Existem algumas amebas que possuem 
uma carapaça revestindo a célula externamente, 
denominadas tecamebas (Figura 13), que podem 
ser encontradas na água doce e em solos úmidos. 
Suas carapaças podem ser secretadas pela própria 
célula ou formadas por pequenas partículas que se 
aglutinam ao redor de suas células.
Os foraminíferos (do latim foramem: buraco, furo) são sarcodíneos principalmente 
marinhos planctônicos, que possuem carapaça secretada pelo organismo ou aglutinada 
(grãos de areia ao redor da célula), formada por várias câmaras. Estas carapaças são 
bastante vistosas, feitas de calcário (carbonato de cálcio) ou sílica. O formato das carapaças 
é bastante diverso e varia entre espécies. O estudo destes organismos é muito importante, 
porque servem como indicadores da existência de jazidas de petróleo no fundo do mar 
devido à imensa presença de representantes fósseis (Figura 14).
Figura 14: Foraminíferos.
Figura 13: Tecameba
Fonte: http://www.naturamediterraneo.
com/forum/topic.asp?TOPIC_
ID=77050&whichpage=2
ZOOLOGIA.indb 21 29/05/12 12:02
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22
Prezado estudante, você quer saber mais sobre os foraminíferos? Quer 
saber qual é a importância ecológica dele no nosso mundo? Então, 
acesse o artigo “Abordagens faunísticas e geoquímicas em microfósseis 
calcários e suas aplicações à paleoceanografia e paleoclimatologia”, 
no link: http://scielolab.iec.pa.gov.br/pdf/bmpegcn/v3n2/v3n2a02.pdf e 
tenha uma ótima leitura. O artigo é atual e tráz informações muito 
interessantes sobre a utilização de foraminíferos em estudos ecológicos. 
Outros representantes do filo Sarcodina são os heliozoários (do grego helios: Sol) 
e os radiolários (do grego radio: raio), que recebem tais denominações por apresentarem 
pseudópodos afiados, projetando-se como raios em torno da célula (Figura 15). Esses 
protozoários possuem um esqueleto intracelular constituído de sílica, responsável por sua 
forma bem definida e característica. A maioria dos heliozoários é de água doce, mas os 
radiolários são exclusivamente marinhos.
 Figura 15: Radiolários
Fonte: http://bioiva.blogspot.com/2010_05_01_archive.html
B. FILO MASTIGOPHORA (FLAGELADOS)
Os flagelados (mastix: flagelo; phoros: portar, ter) são protozoários que possuem 
flagelo (Figura 16). Este filo é convenientemente dividido em fitoflagelados e zooflagelados. 
Os fitoflagelados possuem cloroplastos, geralmente têm um ou dois flagelos e contêm a 
maioria dos membros de vida livre, como Euglena e Chlamydomonas. Os zooflagelados 
possuem de um a muitos flagelos, não têm cloroplastos, são heterótrofos e, a maioria dos 
organismos, é comensal, simbiótica ou parasita de outros animais (por exemplo, artrópodes 
e vertebrados).
ZOOLOGIA.indb 22 29/05/12 12:02
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23
Figura 16: Esquema de um organismo flagelado.
 O flagelo é a principal característica responsável 
pela locomoção destes protozoários, pois sofre 
ondulações que tanto empurram como puxam o corpo 
do animal. O flagelo dos protozoários tem estrutura 
interna semelhante a dos flagelos das células dos 
demais eucariontes.
Os flagelados são o grupo de protozoários 
que apresentam a maioria das espécies de vida livre, 
locomovendo-se na água através dos flagelos (por 
exemplo: Euglena, que possui clorofila e realiza 
fotossíntese); algumas formas são sésseis, fixas ao 
substrato; enquanto outras formas vivem em colônias. 
Alguns zooflagelados apresentam uma 
característica distinta: presença de um “colarinho” 
de microvilos ao redor da base do flagelo único. Este 
colarinho serve para a captura de partículas alimentares 
e têm estrutura muito semelhante aos coanócitos, 
células típicas das esponjas, que veremos a seguir nesta 
unidade. Estes organismos são, portanto, chamados 
coanoflagelados (Figura 17), que podem viver solitários 
ou em colônias, livre-natantes ou sésseis. 
 
 Figura 17: Coanoflagelado.
Este filo apresenta muitos 
organismos que são parasitas de 
humanos (por exemplo: Leishmania 
braziliensis, Trypanosoma cruzi, 
Giardia lamblia e Trichomonas 
vaginalis), que serão vistos a fundo 
no conteúdo de Parasitologia. 
C. FILO CILIOPHORA
Os ciliados (Figura 18) são o filo maior e mais homogêneo dentro dos protozoários. 
São seres especializados que apresentam distribuição cosmopolita, presentes em ambientes 
Fonte:http://seteantigoshepta.blogspot.
com/2009/09/flagelo-bacteriano-teoria-
de-michael.html
Fonte: http://www.fotolog.com/roseagu/41843759/
ZOOLOGIA.indb 23 29/05/12 12:02
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24
de água doce, marinhos e solo úmido. A maioria das espécies vive como ecto e endocomensais 
ou parasitas.
 Figura 18: Esquema de um organismo ciliado.
 Fonte: http://2.profandrea.com/?conteudo=883&noticia=10&id_cad=13386
Os cílios, assim como os flagelos, são as estruturas de locomoção deste grupo, bem 
como para captura de alimento, porém, é mais curto e menos móvel que os flagelos. Uma 
característica distinta dos ciliados é a presença de um sistema infraciliar, composto de 
corpos basais celulares ou cinetossomos, localizados abaixo do nível da superfície celular e 
associados a fibrilas que ocorrem em várias direções. 
O ciliado mais comumente estudado, encontrado em lagos e poças de água doce, é o 
Paramecium. Ele é um ciliado de vida livre e sua forma é bastante característica, parecendo 
uma sola de chinelo (Figura 6). Eles acabam se deslocando muito mais rapidamente que os 
flagelados e as amebas por causa dos inúmeros cílios que se projetam da parede do corpo.
A ingestão de alimentos pelo paramécio ocorre através de um sulco (chamado sulco 
oral) e de localização constante na célula. O alimento entra neste sulco (que também é 
ciliado) através da batida coordenada do cílio, passando pelo citóstoma (cito: célula; stoma:boca), localizado no final do sulco oral. Há a formação do vacúolo digestivo que passa a 
circular pelo citoplasma, distribuindo o alimento digerido. Os restos não aproveitados pela 
célula são eliminados por uma região específica, denominada citopígeo, citoprocto ou poro 
anal (Figura 6).
Os ciliados apresentam reprodução assexuada e sexuada. A reprodução assexuada se 
dá por fissão binária. A reprodução sexuada se dá por conjugação (Figura 10). 
ZOOLOGIA.indb 24 29/05/12 12:02
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25
D. FILO SPOROZOA (APICOMPLEXA)
Os esporozoários são também conhecidos como aplicomplexos, por causa da presença 
de um complexo de organelas filamentosas, tubulares e anelares na extremidade apical do 
corpo, visível apenas ao microscópio eletrônico, que ainda não tem função bem definida.
Os esporozoários formam esporos e compreendem os protozoários que não possuem 
estruturas locomotoras, por isso tornam-se infectantes. Apresentam representantes de 
ciclos de vida complexos, com algumas fases se desenvolvendo num hospedeiro e outras 
em hospedeiros diferenciados. O ciclo de vida envolve uma fase assexuada e uma sexuada. 
A reprodução assexuada ocorre por divisão múltipla, ou esquizogonia. Lembra que falamos 
desta divisão no início? Quando as divisões nucleares são interrompidas, uma membrana 
plasmática circunda cada núcleo, juntamente com parte do protoplasma da célula inicial. 
São formadas, então, várias células-filhas com um só núcleo de tamanho pequeno, que são 
liberadas. 
A esporogonia é um tipo de reprodução, característica dos esporozoários, (daí o 
nome do grupo), na qual são formadas várias células que lembram esporos (denominadas, 
desta maneira, esporozoítos). Esse tipo de reprodução ocorre logo após a formação do zigoto, 
durante o ciclo reprodutivo dos esporozoários. O zigoto sofre um encistamento e, após uma 
divisão meiótica, originam-se quatro esporozoítos com metade do número cromossômico 
do zigoto. Essas células multiplicam-se, por mitoses sucessivas, originando muitos outros 
esporozoítos, que são finalmente liberados do cisto. Este desenvolvimento do esporo, por 
esporogonia, explica grande parte de muitos ciclos biológicos de doenças parasitárias que 
acometem os seres humanos e outros animais.
Os esporozoários se alimentam por absorção direta dos nutrientes dos organismos 
que parasitam. 
Estudante, agora é que entraremos no estudo do Reino Animal, 
propriamente dito. Antes de continuarmos, dê uma paradinha para 
resolver os exercícios abaixo a respeito do que vimos até agora. Lembre-
se de que resolver exercícios é sempre importante para fixarmos os 
conteúdos que foram vistos!
ZOOLOGIA.indb 25 29/05/12 12:02
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1. Por que alguns autores consideram a divisão do Reino Animal em Invertebrados 
e Vertebrados uma classificação artificial? 
2. Por que é feita a divisão dos grupos biológicos da Zoologia de Invertebrados 
em: Invertebrados Inferiores e Invertebrados Superiores?
3. Porque não é correto usar os termos “inferior” e “superior” para os organismos 
vivos, do ponto de vista evolutivo?
4. Para um organismo ser considerado como pertencente ao Reino Animal, quais 
características ele tem de apresentar?
5. Marque I nas alternativas que correspondem aos invertebrados inferiores e S 
para os invertebrados conhecidos como superiores.
( ) Platelmintos ( ) Moluscos
( ) Equinodermos ( ) Cnidários
( ) Poríferos ( ) Anelídeos
( ) Artrópodes ( ) Nematelmintos
ATIVIDADES
ZOOLOGIA.indb 26 29/05/12 12:02
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6. Qual é o principal objetivo de classificar os seres vivos?
7. Defina espécie.
8. Um organismo, para pertencer ao Reino Protista, tem que ter quais características 
biológicas?
9. Quais são as principais organelas típicas de um protozoário? 
10. Quais são os tipos mais comuns de reprodução entre os protozoários? 
Exemplifique.
11. Faça uma tabela comparativa entre os quatro filos de protozoários trabalhados 
nesta unidade. Destaque as características intrínsecas a cada um dos filos. 
Esquematize cada estrutura. 
ZOOLOGIA.indb 27 29/05/12 12:02
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12. Veja a charge abaixo e observe atentamente cada ação:
 Fonte: http://amebaverde.blogspot.com/2009_11_01_archive.html
Responda:
a) Identifique qual filo dos protozoários pertencem os organismos da charge.
b) Que tipo de reprodução está acontecendo na figura?
c) Explique o porquê da ameba “fêmea” ficar com esta expressão de decepção?
ZOOLOGIA.indb 28 29/05/12 12:02
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4. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS ANIMAIS
Caro estudante, antes de começarmos o estudo do Reino Animal, vamos parar um 
pouquinho para vermos as características gerais dos animais, que os diferem, obviamente, 
dos protistas que acabamos de estudar.
As características primordiais que classificam um animal (ser eucarionte, pluri-
celular e se alimentar por ingestão), já foram vistas no início da unidade. Porém, o velho 
ditado: - “para toda regra tem uma exceção”, cabe bem neste contexto. Existem animais, 
por conta das suas estratégias de vida ou pelo meio que habitam, nessa imensa diversidade 
biológica, que não apresentam uma ou outra característica animal. Por exemplo, existem 
alguns endoparasitas (como as tênias) que perderam a capacidade de ingerir nutrientes, 
passando a obtê-los por absorção direta. Isto é facilmente explicável pelo ambiente em que 
vivem. 
Desta forma, a arquitetura de um animal vai muito além das características físicas. 
Todas as estruturas e processos descritos até hoje são resultados de milhões de anos de evolução 
das respostas adaptativas em níveis que ultrapassam as condições básicas de sobrevivência 
de um indivíduo (MOREIRA, 2009). Algumas destas características são encontradas apenas 
durante o desenvolvimento embriológico dos animais e não somente num organismo adulto. 
Vamos ver brevemente, a seguir, cada uma destas características.
Estudante, quando me refiro às características gerais dos animais, 
que acabam diferenciando-os de outros tipos de seres vivos, em que 
você pensa? Quais características você acha que seriam essenciais para 
distinguir um invertebrado, por exemplo, de um protozoário? A seguir, 
conceituaremos alguns termos essenciais para este entendimento.
4.1. SIMETRIA
Simetria é um conceito relacionado com a forma do corpo, em que é estabelecida, 
de forma imaginária, uma divisão do corpo de um organismo em metades especulares 
(idênticas) ou, em um ou mais planos de simetria. Assim, um ser vivo que pode ser “cortado” 
por, pelo menos, um plano de simetria, é considerado simétrico. Se isto não é possível, o 
animal é chamado, então, de assimétrico, como é o caso das amebas e os poríferos (que 
veremos mais tarde) (Figura 19). 
ZOOLOGIA.indb 29 29/05/12 12:02
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Figura 19: Exemplos de animais assimétricos: (A) ameba e (B) poríferos.
Existem vários tipos de simetria, mas as mais comumente relatadas são as simetrias 
radial e bilateral (Figura 20). Um animal que tem simetria do tipo radial vai apresentar 
mais que um plano de simetria, como é o caso dos pólipos de cnidários, algumas esponjas e 
equinodermos.Neste caso, planos longitudinais passam pelo centro do corpo do animal e o 
divide em partes iguais. Os que 
têm simetria do tipo bilateral, 
vai haver apenas um único 
plano de simetria possível a 
ser traçado, ou seja, haverá 
apenas um plano dividindo o 
corpo em partes iguais (lado 
direito e lado esquerdo), 
encontrado na maioria dos 
animais. As peculiaridades 
sobre os diferentes tipos de 
simetria serão abordadas ao 
longo do estudo dos animais 
invertebrados.
 
 
4.2. DIFERENCIAÇÃO CELULAR
Os protistas são considerados seres vivos unicelulares, com organização corporal 
simples e nunca formarão tecidos verdadeiros. Já os animais (conhecidos também por 
“Metazoa”) são pluricelulares e, por causa disto, têm presença de tecido verdadeiro, o 
que os distinguem claramente dos organismos unicelulares. O grande detalhe é que dentro 
do Reino Animal, existe uma hierarquia de acréscimo de complexidade estrutural, onde 
Figura 20: Esquema representando as simetrias radial (à esquerda) e 
bilateral (à direita).
Fonte: http://www.universitario.com.br/celo/topicos/subtopicos/
zoologia/simetria/simetria.html
ZOOLOGIA.indb 30 29/05/12 12:02
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nem sempre é encontrado o tecido verdadeiro. Por esta razão, existem as classificações em 
graus “Mesozoa” e “Parazoa”, que atingem o nível de pseudotecido, muito semelhantes aos 
protistas mais complexos. O nível de tecido verdadeiro é apenas atingido nos organismos de 
grau “Eumetazoa” (MOREIRA, 2009; RUPPERT et al., 2006). 
Organismos correspondentes ao grau “Mesozoa” são aqueles que não apresentam 
tecidos verdadeiros. Apresentam apenas tecidos com diferenciação celular incompleta. 
Na fase embrionária, chegam ao máximo ao estado de blástula. Os representantes dos 
mesozoários são Filo Placozoa, Rhombozoa e Ortenectida, pouco conhecidos.
O grau “Parazoa” (para: ao lado; zoa: animal) também é composto por animais sem 
tecido verdadeiro e diferem-se dos mesozoários por possuírem uma grande complexidade 
estrutural, pela presença de um intrincado de canais internos e várias camadas com tipos 
de pseudotecidos diferentes. Além disso, o desenvolvimento embrionário pode ultrapassar o 
estágio de blástula. O filo dos poríferos é o único representante atual dos parazoários. 
O grau “Eumetazoa” (eu: verdadeiros, metazoa: animal) é composto por animais 
que, no período embrionário, desenvolvem sempre a gastrulação, levando à formação de 
camadas de tecidos verdadeiros. Este grupo encontra-se dividido em dois graus, de acordo 
com o número de folhetos embrionários: diploblásticos e triploblásticos. 
4.3. CAMADAS GERMINATIVAS
A formação das camadas germinativas durante o desenvolvimento embrionário está 
relacionada com o crescimento do corpo e a complexidade estrutural. Podemos distinguir, 
então, os animais em dois grupos: diploblásticos ou triploblásticos (Figura 21). Os diploblásticos 
(ou somente diblásticos) possuem dois folhetos germinativos: a ectoderme, mais externa e 
a endoderme, mais interna. O único representante deste grupo são os cnidários. Os animais 
triploblásticos (ou simplesmente triblásticos) formam uma camada intermediária entre 
a endoderme e a ectoderme, chamada mesoderme, derivada da endoderme. Neste tipo 
de tecido ocorre maior grau de diferenciação celular, dando origem às arquiteturas mais 
complexas. 
Figura 21: Folhetos embrionários: (A) diblásticos e (B) triblásticos. 
ZOOLOGIA.indb 31 29/05/12 12:02
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4.4. CAVIDADES CORPORAIS
O celoma é uma cavidade corporal que se forma na mesoderme (o terceiro folheto 
embrionário), utilizado como referência de classificação dos animais. Os animais triblásticos 
têm simetria bilateral e, dependendo do tipo de cavidade corporal, podem ser divididos 
em três níveis (Figura 22): acelomados (não possuem cavidade corporal além do aparelho 
digestório, por exemplo: Filo dos Platelmintos); pseudocelomados, atualmente chamados 
blastocelomados (possuem uma cavidade corporal além do aparelho digestório, mas a 
cavidade ainda não é um celoma verdadeiro, é um resquício da blastocele embrionária) e 
celomados ou eucelomados (maioria dos animais). 
Figura 22: O esquema mostra cortes transversais esquemáticos em organismos acelomados, pseudocelomados e 
celomados.
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/embriologia/reproducao12.php
5. FILO PORIFERA (DO LATIM, PORUS: PORO; FERRE: POSSUIR)
5.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS
Os representantes do filo dos poríferos são conhecidos também como esponjas. 
Como foi mencionado acima, estes animais pertencem ao grau Parazoa, caracterizado pela 
ausência de tecido verdadeiro. Seu corpo é constituído por um grande número de células que 
tendem a ser totipotentes, que mudam de forma e função à medida que há necessidade. 
Estes organismos são exclusivamente aquáticos, podendo ser marinhos ou dulcícolas. 
Apresentam simetria radial, mas os adultos são assimétricos. São organismos sésseis. Por esta 
característica, por muito tempo confundiu os naturalistas, que achavam que tais organismos 
se tratavam de plantas. 
As esponjas são animais filtradores que possuem um corpo formado por um sistema 
de canais e câmaras por onde passa a água. As paredes internas do corpo das esponjas são 
revestidas por coanócitos, células que possuem um “colarinho”, responsáveis pela nutrição 
ZOOLOGIA.indb 32 29/05/12 12:02
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do animal (Figura 23). Os coanócitos são células flageladas e, por causa do movimento 
sincronizado dos flagelos, é possível ocorrer corrente de água dentro da esponja.
Figura 23: O esquema mostra o corpo de uma esponja presa a um 
substrato. Além disso, está evidente a estrutura de um coanócito, sua 
posição nas paredes internas da esponja e os poros, por onde a água 
entra na esponja. 
Fonte: http://biologia.laguia2000.com/biologia/coanocito
O design corpóreo da esponja é constituído de três camadas: pinacoderme, 
coanoderme e meso-hilo. A pinacoderme (formada por células denominadas pinacócitos) 
é a camada externa, a coanoderme (sob a qual se encontram dispostos os coanócitos) é a 
interna e o meso-hilo (ou mesênquima), uma camada intermediária. O corpo da esponja é 
sustentado por elementos esqueléticos minerais na forma de espículas, que podem ser de 
formas variadas, formadas por sílica ou carbonato de cálcio (calcárias). Além disso, estão 
presentes elementos esqueléticos orgânicos, como fibras de colágeno, chamadas esponginas. 
Os poros da superfície dos poríferos são formados pelos porócitos, tipo celular que 
tem a forma de um tubo, estendendo-se da superfície externa até o átrio. Esta cavidade do 
tubo forma os poros, ou óstios, que podem abrir-se e fechar-se por contração. O porócito é 
derivado de um pinacócito, através do surgimento de uma perfuração intracelular (Figura 
24). 
ZOOLOGIA.indb 33 29/05/12 12:02
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Figura 24: Estrutura de um espongiário.
Fonte: http://exercicios.brasilescola.com/biologia/exercicios-sobre-poriferos.htm
O meso-hilo é uma camada localizada abaixo da pinacoderme, constituída por uma 
matriz proteica gelatinosa onde estão imersos o material esquelético e as células amebóides. 
As células amebóides são células que possuem movimento amebóide e detêm a característica 
de totipotência, ou seja, são capazes de se diferenciarem em outros tipos celulares. Neste 
contexto, existem os arqueócitos, células grandes e móveis, que sãoamebócitos ainda 
indiferenciados (capazes de se diferenciar em outro tipo de célula). Estas células têm como 
função principal a digestão e o transporte de alimentos, podendo participar também de 
outros processos dentro do corpo do animal.
A grande maioria das espécies de esponjas parecem vasos decorados, com cores 
fortes e vistosas. O tamanho é variável, determinado, principalmente, pela estrutura 
interna dos organismos. Assim, toda vez que nos referirmos a estes organismos, sempre será 
apresentado um padrão corpóreo básico, baseado no exemplar mais simples (Figura 24). 
Na superfície corpórea estão presentes algumas pequenas aberturas (denominadas 
poros, de onde deriva o nome do filo), que se abrem na cavidade interior, denominada átrio. 
O átrio (ou espongiocele ou paragáster) é a cavidade interna oca das esponjas que se abre 
para o exterior através do ósculo, abertura localizada na parte superior da esponja. O fluxo 
da água que entra pela esponja segue, então, o seguinte caminho: ambiente externo --> 
poros --> átrio (trazendo nutrientes) --> ósculo (eliminando excretas) --> ambiente externo. 
Os poríferos realizam trocas gasosas e excretam restos metabólicos (particularmente 
a amônia) por difusão simples, e tais processos ocorrem na coanoderme. Desta forma, não 
apresentam sistema circulatório. Não existe sistema nervoso, nem mesmo células nervosas 
diferenciadas nos poríferos, mas são capazes de responder a estímulos ambientais através 
da transmissão de sustâncias mensageiras por difusão no meso-hilo por células amebóides se 
locomovendo. 
ZOOLOGIA.indb 34 29/05/12 12:02
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5.2. TIPOS MORFOLÓGICOS
Existem três tipos de arquiteturas morfológicas nas esponjas (Figura 25), variando 
de acordo com a complexidade do sistema aquífero que possuem (MOREIRA, 2009).
Asconoide (Ascon) – caracterizada por uma coanoderme simples e contínua, 
revestindo uma grande cavidade atrial. Neste tipo morfológico, no sistema aquífero, a água 
entra pelos óstios, passa pelos porócitos, chega ao átrio e é expelida pelo ósculo.
Siconoide (Sicon) – a coanoderme sofre dobras e forma canais flagelados (ou de 
coanócitos). No sistema aquífero, a água entra pelos poros, passa por canais aferentes e 
atinge os canais flagelados; em seguida, passa para o átrio e sai para o exterior pelo ósculo.
Leuconoide (Leucon) – o sistema aquífero é muito complexo e aumentado devido 
a um grande número de canais internos, nos quais a coanoderme é confinada, formando 
inúmeras câmaras flageladas. A água penetra através de poros, passa por condutos aferentes 
que desembocam nas câmaras flageladas que, a partir destas, é levada por condutos eferentes 
e sai pelo ósculo. Este tipo morfológico pode apresentar vários ósculos devido ao número e 
à complexidade dos canais internos.
Figura 25: Representação dos tipos morfológicos das esponjas.
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/esponjas/esponjas-3.php
5.3. REPRODUÇÃO 
5.3.1. ASSEXUADA
As esponjas podem apresentar alguns tipos de reprodução assexuada: gemulação, 
brotamento e regeneração. A gemulação (Figura 26) é comum em esponjas de água doce, 
mas pode ocorrer em algumas espécies marinhas. Esta reprodução ocorre pela formação 
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de gêmulas, estruturas de resistência, que são aglomerados de amebócitos e arqueócitos 
envolvidos por uma membrana rígida formada por espículas e por micrópila (material 
semelhante à espongina, que deixa uma pequena abertura). As gêmulas conferem proteção às 
esponjas quando em condições adversas do ambiente (secas extremas, baixas temperaturas, 
etc). O brotamento (Figura 27) ocorre pela formação de brotos, que são expansões laterais 
do corpo, podendo se desprender do corpo da esponja e, depois, se fixar em um substrato. 
Por fim, a regeneração (Figura 28) ocorre quando parte da esponja fragmenta-se e os pedaços 
dão origem a novos indivíduos. 
Figura 26: Reprodução assexuada por gemulação.
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/filo-porifera/
filo-porifera-16.php
 Figura 27: Reprodução assexuada por brotamento.
 Fonte: http://escoladabiologia.blogspot.com/2010/06/os-poriferos.html
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Figura 28: Reprodução assexuada por regeneração. As esponjas possuem extraordinário poder de 
regeneração, a tal ponto que, se passarmos uma esponja por uma peneira, cada pedaço resultante 
pode se regenerar e dar origem a uma nova esponja.
Fonte: http://escoladabiologia.blogspot.com/2010/06/os-poriferos.html
5.3.2. SEXUADA
A maioria dos poríferos é hermafrodita, mas também podem apresentar sexos 
separados. Os gametas (óvulos ou espermatozóides) são originados das células amebócitos e 
arqueócitos. Os gametas masculinos (espermatozóides) saem da esponja através do ósculo, 
seguindo o fluxo de água. Em seguida, penetram em outra esponja através dos poros, carregada 
pela corrente de água. Os coanócitos captam, então, os espermatozóides, modificam-se em 
células amebóides e o transportam até o óvulo presente no meso-hilo, onde a fecundação 
ocorre. A fecundação é considerada, portanto, interna. Após a fecundação, o zigoto é retido 
e passa a receber nutrientes da esponja, até haver a liberação de uma larva ciliada, que 
irá abandonar o corpo da esponja, nadar e se fixar em um substrato, originando um novo 
indivíduo (Figura 29). Os poríferos produzem larvas planctônicas, móveis por muitos flagelos, 
que são de dois tipos: as anfiblástulas e as parenquímelas.
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Figura 29: Reprodução sexuada. 
Fonte: http://escoladabiologia.blogspot.com/2010/06/os-poriferos.html
5.4. CLASSES DO FILO PORIFERA
Os poríferos são subdivididos em três classes principais: Classe Demospongiae (com 
espículas silicosas de vários tipos, exceto hexactinais), Classe Calcárea (com espículas 
calcárias) e Classe Hexactinellida (com espículas silicosas hexactinais).
5.4.1. CLASSE CALCAREA
Os representantes deste grupo são conhecidos como esponjas calcárias por possuírem 
espículas de carbonato de cálcio. Nessa classe, encontram-se esponjas dos tipos Ascon, Sycon 
e Leucon. São esponjas pequenas (menos de 10 cm de altura) e vivem em águas rasas. 
5.4.2. CLASSE DEMONSPOGIE
A esponja desta classe contém 90% das espécies distribuídas em águas rasas e 
profundas e, entre elas, estão as esponjas de banho cujo esqueleto é composto apenas por 
espongina. Possuem espículas silicosas, fibras de espongina ou ambas em seu esqueleto. 
Todas são leuconóides e apresentam formatos irregulares. Há uma família deste grupo, 
Spongidae, que contém as famosas esponjas de banho. Spongia e Hippospongia são dois 
gêneros de valor comercial coletadas em importantes fundos de pesca de esponjas no Golfo 
do México, Caribe e Mediterrâneo.
5.4.3. CLASSE HEXACTINELLIDA
Os membros deste grupo possuem espículas silicosas e, na maioria das vezes, essas 
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espículas formam uma rede que se assemelha a vidro quando seca, por isso são conhecidas 
como esponjas-de-vidro. O nome da classe é dado devido às espículas serem do tipo com seis 
pontas ou hexáctinas. A forma siconóide é dominante. Os organismos vivem principalmente 
em águas profundas e sãoexclusivamente marinhos. 
Uma curiosidade sobre este grupo! A malha de espículas similares a treliças confere 
grande beleza a estes organismos. Representantes do gênero Euplectella são chamados de 
cesta de flores de Vênus. Sua estrutura favorece uma relação ecológica bem interessante. Um 
casal de camarões juvenis (Spongicola) penetra na estrutura da esponja de vidro, crescem 
e não podem mais sair. Eles passam a vida como “prisioneiros do amor” e, por esta razão, a 
esponja e seus hóspedes são um presente de casamento tradicional no Japão, como símbolo 
de união eterna.
Prezado estudante, agora que terminamos nossa discussão sobre 
o primeiro grupo de invertebrados inferiores, acesse o link abaixo e 
assista a vídeo-aula. Aproveite para revisar o conteúdo para não passar 
nenhuma dúvida. 
• http://www.youtube.com/watch?v=LjSKjab2hUM
Gostou do vídeo? Depois de assistido, responda: O processo de 
regeneração pode mesmo ser considerado um tipo de reprodução 
assexuada?
1. Invertebrados sésseis, sem órgãos e sem tecidos, com digestão exclusivamente 
intracelular, são classificados como:
(Disponível em: <http://www.unificado.com.br/novo/didatico/228_file_arquivo.pdf>. Acesso em: 02 de março 
de 2012.)
a) esponjas. b) anêmonas-do-mar. c) lírios-do-mar. 
d) cracas. e) mexilhões.
2. Os poríferos, assim como ocorre em outros animais, têm grande capacidade 
de regeneração. Essa regeneração ocorre pela presença de células totipotentes 
capazes de se multiplicar originando outras células. Qual o nome dessas células?
(Disponível em: <http://exercicios.brasilescola.com/biologia/exercicios-sobre-poriferos.htm>. Acesso em: 02 de 
março de 2012.)
a) porócito b) amebócito c) coanócito
d) escleroblasto e) espongina
ATIVIDADES
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3. Explique o processo de nutrição de um porífero.
(Disponível em: <http://exercicios.brasilescola.com/biologia/exercicios-sobre-poriferos.htm>. Acesso em: 02 de 
março de 2012.)
4. O filo Porifera é representado pelas esponjas. Na figura abaixo, as letras A, B e C 
referem-se aos aspectos reprodutivos destes animais. Marque V, para alternativas 
verdadeiras e F, para as falsas.
(Disponível em:<http://colegio.uirapuru.edu.br/UirapuruColegio/Upload/Fase/Download/3_serie_ensino_
medio_poriferos_e_cnidarios.pdf>. Acesso em: 02 de março de 2012, adaptada.)
( ) A representa um tipo de reprodução assexuada. 
( ) B representa um tipo de reprodução sexuada. 
( ) C representa, pela presença de células sexuais, a reprodução sexuada. 
( ) A é denominado brotamento. 
( ) Para a formação do ovo, em C, deve ocorrer a fecundação. 
( ) Em A e B, os organismos produzidos por estes mecanismos possuem diferenças
 genéticas em relação ao indivíduo que lhe deu origem. 
( ) O fenômeno apresentado, em C, possibilita o aumento da variabilidade entre 
as esponjas.
ZOOLOGIA.indb 40 29/05/12 12:02
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 5. Observe o desenho e responda:
(Disponível em: <http://exercicios.brasilescola.com/biologia/exercicios-sobre-poriferos.htm>. Acesso em: 02 de 
março de 2012, adaptada)
a) O que é átrio ou espongiocele?
b) O que é ósculo?
c) Quais os diferentes tipos de células presentes 
nos poríferos e quais suas funções?
6. Nos poríferos existem estruturas denominadas gêmulas. Explique o que são 
tais estruturas e para quê servem. 
(Disponível em: <http://exercicios.brasilescola.com/biologia/exercicios-sobre-poriferos.htm>. Acesso em: 02 de 
março de 2012.)
7. O que são coanócitos? 
a) células reprodutivas dos poríferos;
b) células características dos cnidários;
c) células características dos espongiários (poríferos); 
d) formas jovens dos poríferos;
e) sinônimo de cnidoblastos
ZOOLOGIA.indb 41 29/05/12 12:02
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8. Nos poríferos, o mesênquima é uma massa gelatinosa, onde estão imersos 
elementos de sustentação, e os __________ são células de formato irregular que 
se movimentam por pseudópodos. Dentre outras funções, essas células participam 
na formação do esqueleto através dos(das) __________ e na distribuição dos 
nutrientes obtidos na digestão executada pelos __________. 
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas. 
(Disponível em: <http://www.professor.bio.br/provas_topicos.asp?topico=Poriferos%20-%20Esponjas>. Acesso 
em: 02 de março de 2012.)
a) coanócitos - espículas - pinacócitos 
b) amebócitos - pinacócitos - coanócitos 
c) amebócitos - espículas - coanócitos 
d) pinacócitos - amebócitos - porócitos 
e) porócitos - pinacócitos – amebócitos
9. As esponjas possuem diferentes formas, algumas mais simples e outras mais 
complexas. Observe o desenho e dê o nome de cada uma das formas.
(Disponível em: <http://exercicios.brasilescola.com/biologia/exercicios-sobre-poriferos.htm>. Acesso em: 02 de 
março de 2012.)
10. Um exame dos diferentes tipos celulares que formam o corpo de uma esponja 
nos revela que o revestimento externo destes animais está formado por células 
genericamente denominadas:
(Disponível em: http://www.professor.bio.br/provas_topicos.asp?topico=Poriferos%20-%20Esponjas>. Acesso em: 
02 de março de 2012.)
a) coanócitos. 
b) amebócitos. 
c) pinacócitos. 
d) arqueócitos. 
e) fibrócitos.
ZOOLOGIA.indb 42 29/05/12 12:02
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6. FILO CNIDARIA 
 Caro estudante, o link abaixo se trata de uma vídeo-aula sobre os animais 
cnidários. Antes de começarmos o estudo deste grupo, propriamente 
dito, acesse o link abaixo e assita ao vídeo. Aproveite a apresentação 
dos conteúdos antes de começar a leitura. 
http://www.youtube.com/watch?v=5Osi8-AEg6A&feature=related.
6.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS
Os cnidários são os primeiros animais com tecidos verdadeiros, estrutura corporal 
típica que os caracteriza como Eumetazoa. Estes organismos, por muito tempo, foram 
erroneamente conhecidos como celenterados (“Coelenterata”: o prefixo “coe” se lê “ce”), 
comumente utilizados como sinônimo de Cnidária. Atualmente, o termo “Coelenterata” é 
empregado para abranger dois filos distintos de animais: o Filo Cnidaria e o Filo Ctenophora. 
Desta forma, o termo celenterado passa a não ter mais valor taxonômico de filo, sendo 
apenas utilizado como um coletivo do grupo. Como o filo Ctenophora é pequeno, com poucas 
espécies conhecidas, nosso estudo se restringirá apenas ao filo Cnidaria. 
O filo Cnidaria apresenta representantes dulcícolas, mas a grande maioria é marinha, 
incluindo as hidras, medusas, anêmonas-do-mar e corais. É um grupo definido dentro do grau 
diblástico (consistindo, no entanto, dois tecidos: ectoderme – também denominada epiderme 
e endoderme – também denominada gastroderme), com simetria radial. Apresenta uma boca 
circundada por tentáculos e uma cavidade digestiva (denominada cavidade gastrovascular), 
que evolutivamente é muito importante, pois garante que os alimentos serão ingeridos 
em maiores proporções e digeridos na cavidade antes de penetrarem nas células. Desta 
forma, maior parte dos cnidários é carnívora, 
com digestão extracelular, inicialmente, e depois 
intracelular. Possuem, ainda, estruturas celulares 
de defesa características, chamadas cnidócitos, 
que acabou dando nome ao filo.
Os cnidócitos são células especializadas, 
responsáveis pela defesa e pela captura de 
alimentos, localizados por toda a epiderme, mas 
abundantes nos tentáculos (Figura 30). Estas 
células são constituídaspor uma cápsula de forma 
arredondada com uma abertura num dos lados, 
tapada por um opérculo. No seu interior, existe um 
tubo oco, longo e enrolado, chamado nematocisto, 
que durante a descarga é projetado explosivamente 
para o exterior da cápsula (processo que demora 
Figura 30: Esquema de um cnidócito.
Fonte:http://www.biorede.pt/page.asp?id=950
ZOOLOGIA.indb 43 29/05/12 12:02
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cerca de três milisegundos). Cada nematocisto é utilizado apenas uma vez. Posteriormente, 
é reabsorvido e substituído.
Os cnidários estão entre os organismos mais peçonhentos que se conhecem, devido 
à presença dos cnidócitos, que são células urticantes causadoras de queimadura na pele, 
ocasionando danos ao homem. Apesar da pouca atenção dada a este tipo de acidente 
no litoral brasileiro, os estudos existentes mostram que sua ocorrência é significativa. 
Caro estudante, acesse o link: 
http://www.scielo.br/pdf/csc/v12n1/22.pdf 
Leia o artigo “Levantamento de registros dos acidentes com cnidários 
em algumas praias do litoral de Pernambuco (Brasil)” para que você 
tenha esclarecimento sobre tais acidentes comuns no litoral do Brasil.
 
Na fase adulta, os cnidários apresentam duas morfologias, o pólipo (forma séssil) e 
a medusa (forma planctônica, de vida livre), podendo variar em dimensões microscópicas a 
metros (Figura 31). A superfície oral dos pólipos é voltada para cima, enquanto nas medusas 
é voltada para baixo; desta forma, as medusas têm forma de sino ou guarda-chuva e os 
pólipos uma forma mais cilíndrica. 
Figura 31: Esquema das morfologias pólipo e medusa.
Fonte: http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=
perguntas&perguntas=13
Eles podem viver solitários ou em colônias. A respiração, a circulação e a excreção 
ocorrem através de difusão direta de substâncias com o meio circundante. O sistema nervoso 
já aparece neste grupo, mesmo que ainda seja bastante primitivo. Diz-se que o sistema 
nervoso é difuso pelo corpo, no qual os neurônios são organizados em uma rede nervosa na 
base da epiderme e da gastroderme (Figura 32). 
ZOOLOGIA.indb 44 29/05/12 12:02
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Figura 32: Célula nervosa primitiva dos cnidários.
Fonte: http://biodiversidadecientifica.blogspot.com/
A parede do corpo dos cnidários é formada por três camadas: epiderme (composta por 
um epitélio que reveste todo o corpo externamente, onde se encontram células intersticiais, 
de defesa e sensoriais), mesogleia (intermediária, composta por uma fina membrana acelular 
ou uma camada espessa de material gelatinoso) e gastroderme (é o epitélio que reveste toda 
a cavidade gastrovascular, onde há células de nutrição que produzem pseudópodos para 
englobar os alimentos e células enzimáticas que secretam enzimas digestivas). 
Nos pólipos, a capacidade de locomoção é reduzida, podendo ser do tipo “mede-
palmos” ou “cambalhota” (Figura 33). Nas medusas, a locomoção é mais ativa, podendo 
ser realizada por um mecanismo denominado jato propulsão, em que as bordas do corpo se 
contraem e a água, acumulada na fase oral da medusa, é expulsa em jato, provocando o 
deslocamento do animal no sentido oposto.
Figura 33: Deslocamento tipo mede-palmos.
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/biocnidario.php
ZOOLOGIA.indb 45 29/05/12 12:02
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6.2. CLASSIFICAÇÃO E REPRODUÇÃO
O filo Cnidaria é classicamente dividido em três classes: Anthozoa (maior classe), 
Scyphozoa e Hydrozoa. A classe Anthozoa é caracterizada pela ausência de metagênese. 
Não apresenta nenhuma forma medusóide, apenas polipóides, e apresenta simetria radial 
modificada em birradial. Exemplares deste grupo são as anêmonas-do-mar (Figura 34 A), os 
corais escleratínicos produtores de exoesqueleto calcário, responsáveis pela formação dos 
recifes de corais (Figura 34 B) e octocorais característicos com oito tentáculos. 
 Figura 34: Exemplares da classe Anthozoa: (A) Anêmona-do-mar e (B) Corais.
A Grande Barreira de Corais da Austrália é o grande espetáculo animal existente no 
planeta. É formada por uma infinidade de anéis como em uma corrente, estendendo-se por 
milhares de Km (aproximadamente 2.200 Km), que pode ser vista por um astronauta da Lua! 
Equivocadamente ao que se pensa, a barreira não é contínua. São milhões de formações de 
corais com várias formas diferentes umas próximas das outras, mas que, na maior parte de 
sua extensão, não se tocam, e, muitas vezes, estão até mesmo a dezenas de quilômetros de 
distância da sua vizinha. Também a Grande Barreira não é uma única linha. 
De um modo geral, a reprodução assexuada dos cnidários ocorre por brotamento ou 
fissão binária e a sexuada envolve a formação de gametas (fecundação). Nos antozoários, 
a reprodução pode ser sexuada ou assexuada, mas sem alternância de gerações (Figura 
35). A reprodução assexuada dos corais é simples e ocorre quando, por exemplo, pequenos 
fragmentos de corais se rompem de alguma forma (ou durante a alimentação ou durante algum 
evento ambiental, como tempestades) e são levados pelas correntes de água para diferentes 
locais, onde poderão se fixar, podendo colonizar novos ambientes. Neste caso, os pólipos 
que serão gerados são clones idênticos daquelas que lhes deram origem. À medida que os 
pólipos, ou unidades de corais, vão se dividindo, a colônia cresce. Na reprodução sexuada, os 
corais produzem óvulos e espermatozóides, liberados diretamente na água. Existem espécies 
que são hermafroditas (possuem os dois sexos dentro de um mesmo indivíduo) e espécies que 
A B
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produzem indivíduos com sexos separados. Desta última, os óvulos fecundados darão origem 
a uma larva de vida livre, chamada plânula, que vai se aderir a um substrato e se transforma 
em um pólipo. Este pólipo ao dividir-se, assexuadamente, produzirá vários indivíduos que 
formam uma colônia. O estágio larval móvel no ciclo de vida destes animais possibilita uma 
melhor distribuição espacial destas espécies no ambiente em que vivem.
Figura 35: Clico reprodutivo dos corais.
Fonte: http://www.geocities.ws/lavmbr/
corais_reproducao.htm
Caro estudante, pare um instante para acessar o link abaixo: 
http://preservblog.blogspot.com/2011/05/os-recifes-de-corais-e-
emissao-de-gases.html
Leia a reportagem e reflita sobre os efeitos ecológicos da emissão dos 
gases estufa sobre os recifes de corais. Lembre-se de que recifes de 
corais são formações rochosas calcárias que dão suporte a um amplo 
conjunto de plantas e animais marinhos.
Na classe Scyphozoa, os membros apresentam predominantemente a forma 
medusóide no seu ciclo de vida, com indivíduos geralmente maiores do que os da classe 
Hydrozoa e com complexidade maior. A forma de pólipo é restrita ao estágio larval. O 
representante mais conhecido são as águas-vivas (Aurelia) (Figura 36). 
ZOOLOGIA.indb 47 29/05/12 12:02
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Figura 36: Água-viva.
Fonte:http://petmag.uol.com.br/noticias/agua-viva-possui-
o-segredo-da-imortalidade/
Quanto à reprodução, a fecundação é interna. A plânula nada durante certo tempo 
e origina um pequeno pólipo fixo (cifístoma – geração assexuada). Este, por sua vez, dá 
origem, por estrobilação, a medusas jovens denominadas éfiras (reprodução assexuada, 
ainda). Estas,mais tarde, poderão se reproduzir sexuadamente, desenvolvendo a larva 
(plânula) que adquirirá forma polipóide, fechando o ciclo (Figura 37).
Figura 37: Reprodução da classe Scyphozoa.
Fonte: http://fabiologicamente.blogspot.com/2010/11/
os-cnidarios-algumas-informacoes.html
A classe Hydrozoa reúne um grande número de cnidários pequenos e pouco 
conhecidos. É a única classe que abriga representantes de água doce. Podem apresentar as 
formas polipóides e medusóides ou as duas, dependendo da fase do ciclo de vida. A Hydra 
(Figura 38) é um dos membros mais comuns desta classe. Ela é dulcícola e não possui o 
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estágio medusóide. Outro representante é a Obelia, com os dois estágios durante seu ciclo 
de vida e, por fim, a caravela portuguesa (Physalia), que é uma colônia natante de estrutura 
flutuante cheia de gás, apresentando medusas e pólipos modificados e um único tentáculo 
longo para a captura de alimento. 
 Figura 38: Hidra (A) e caravela portuguesa (B).
Alternância de gerações ou metagênese é um tipo de reprodução que ocorre em 
algumas espécies de cnidários que apresentam ciclo de vida complexo. Neste processo, se 
alternam gerações de pólipo e de medusa (como o próprio nome sugere). Em algumas espécies, 
a forma predominante no ciclo de vida é o pólipo, já em outras, a forma predominante é 
a medusa. No hidrozoário colonial Obelia, o ciclo é alternante, com predomínio de formas 
polipóides.
As hidras são 
dióicas (sexos separados) e 
apresentam desenvolvimento 
direto, ou seja, não há fase 
larval entre ovo e adulto. 
A hidra-macho lança os 
espermatozóides na água, 
enquanto a hidra-fêmea 
retém o óvulo maduro na 
superfície do corpo. O zigoto 
sofre as primeiras clivagens 
ainda preso ao corpo materno, 
originando um embrião, 
que logo se liberta e origina 
uma hidra jovem, a qual, na 
maturidade, repetirá o ciclo 
(Figura 39).
Figura 39: Reprodução sexuada das hidras.
Fonte:http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/filo-cnidaria/filo-
cnidaria-16.php
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Ainda há a reprodução assexuada por brotamento, onde brotos laterais ligados à 
hidra-mãe, dela se destacam dando origem a organismos idênticos à célula que lhe deu 
origem (Figura 40).
Figura 40: Reprodução assexuada por brotamento das hidras. 
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/biocnidario2.php
Uma colônia de Obelia possui dois tipos de pólipo: gastrozóides (pólipos alimentares) 
e gonozóides (pólipos reprodutores). Quando maduros, os gonozóides produzem medusas 
masculinas e femininas, por brotamento. Estas, depois de maduras, produzem gametas. A 
fecundação ocorre externamente e os zigotos formados se desenvolvem em larvas ciliadas, 
denominadas plânulas. Depois de nadar por algum tempo, as plânulas se fixam e originam 
pólipos, que formam novas colônias (Figura 41).
Figura 41: Reprodução por alternância de gerações na Obelia.
Fonte:http://fabiologicamente.blogspot.com/2010/11/os-cnidarios-algumas-informacoes.html
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1. Quais são os animais pertencentes ao filo Cnidaria? Em quais ambientes eles 
podem ser encontrados?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
2. Quais são os dois padrões morfológicos dos cnidários? Considerando a locomoção, 
como esses dois tipos se diferenciam um do outro?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
3. Considerando a complexidade dos tecidos, qual a diferença entre os cnidários 
e os poríferos?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
4. Quais são os tecidos embrionários presentes nos cnidários? Quais tecidos do 
animal eles originam?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
ATIVIDADES
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5. Por que o sistema digestório destes animais é denominado incompleto?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
6. Qual é o tipo de digestão que ocorre nos cnidários?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
7. O que são cnidócitos? Qual o nome da cápsula presente no interior do cnidócito? 
Qual a função biológica destas estruturas?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
8. Como se organiza o sistema nervoso nos cnidários?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
9. Sobre a reprodução dos cnidários, responda:
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012, adaptada.)
a. Quais são os tipos de reprodução presentes nos cnidários? 
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b. Qual o tipo de reprodução assexuada que ocorre nas hidras?
c. O que é metagênese? Qual o outro nome deste processo?
10. Qual o nome da larva dos corais e das anêmonas? Qual a importância biológica 
do estágio larval?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
11. Quais são as principais classes que formam o filo Cnidaria? Quais são os 
representantes de cada uma delas e em qual forma corporal (pólipo ou medusa) 
elas são encontradas?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
12. O que são corais?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
ZOOLOGIA.indb 53 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
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13. Como os cnidários são caracterizados quanto aos aspectos básicos da 
morfologia, tipo de simetria, presença de celoma, sistema digestório, sistema 
respiratório, sistema circulatório, sistema excretor, sistema nervoso e tipo de 
reprodução?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
14. Os acidentes em que as pessoas são “queimadas” por cnidários ocorrem com 
frequência no litoral brasileiro. Esses animais possuem cnidoblastos ou cnidócitos, 
células que produzem uma substância tóxica, que é composta por várias enzimas 
e fica armazenada em organelas chamadas nematocistos. Os cnidários utilizam 
essa substância tóxica para sua defesa e a captura de presas.
(Disponível em: <http://downloads.passeiweb.com/fuvest/2011/correcao_terceiro_dia/questao_03_biologia_
anglo.pdf>. Acesso 04 de janeiro de 2012.)
a) Em que organela(s) do cnidoblasto ocorre a síntese das enzimas componentes 
da substância tóxica?
b) Após a captura da presa pelo cnidário, como ocorrem

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