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TRABALHO DE DIREITO CIVIL GILI (1)

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FACULDADE SALESIANA DE SANTA TERESA
DIREITO
BRENDA GANDARILLAS FIGUEROA
CIBELLY MENDONÇA
HARISON JUNIOR DOS SANTOS FERRAZ
NICOLLE MIKELINA PEREIRA ASSAD
RODRIGO SANTOS RACHID
SÉRGIO HENRIQUIE COSTA MARQUES HOYOS
DA REDUÇÃO DAS DISPOSIÇÕES TESTAMENTARIAS
DA REVOGAÇÃO DO TESTAMENTO
CORUMBÁ-MS
2017
BRENDA GANDARILLAS FIGUEROA
CIBELLY MENDONÇA
HARISON JUNIOR DOS SANTOS FERRAZ
NICOLLE MIKELINA PEREIRA ASSAD
RODRIGO SANTOS RACHID
SÉRGIO HENRIQUIE COSTA MARQUES HOYOS
DA REDUÇÃO DAS DISPOSIÇÕES TESTAMENTARIAS
DA REVOGAÇÃO DO TESTAMENTO
Trabalho apresentado a Faculdade Salesiana de Santa Teresa, na disciplina de Direito Civil IX, para obtenção da nota da AV2, sob a orientação da Professora Gillielen Laura Alves Lobo Ruso.
CORUMBÁ-MS
2017
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	3
2 DA REDUÇÃO DAS DISPOSIÇÕES TESTAMENTARIAS	4
2.1 Redução nas doações inoficiosas	5
2.2 Ordem das reduções	5
2.3 Redução de legado em bem imóvel	6
2.4 Ação de redução	7
2.5 Superveniência de descendente sucessível	7
2.6 Surgimento de herdeiros necessários ignorados	8
2.7 Subsistência do testamento se conhecia a existência de herdeiros necessários	8
3 DA REVOGAÇÃO DO TESTAMENTO	9
3.1 Formas de revogação do testamento	9
3.2 Revogação por testamento ineficaz	9
3.3 Revogação do testamento	10
3.4 Sobre o reconhecimento de paternidade	10
CONCLUSÃO	11
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS	12
1. INTRODUÇÃO
O Direito das sucessões significa a forma pela qual uma pessoa assume o lugar de outra, substituindo-a na titularidade de determinado bens. Por exemplo, o comprador sucede o vendedor, porque adquiri todos os direitos que pertenciam a ele. De mesma forma, o cedente sucede o cessionário, o mesmo acontece no vários modos de adquirir o domínio ou o direito.
A sucessão não acontece só no direito das obrigações, mas também no direito das coisas, onde acontece com a tradição, e no direito de família, quando os pais são substituídos pelo tutor, que foi nomeado pelo juiz. É assim que ocorre a sucessão “inter vivos”.
Direito das Sucessões é uma parte especial do direito civil, pois regula o destino do patrimônio de uma pessoa depois de sua morte. Trata apenas das pessoas naturais. Não abrange as pessoas jurídicas. Direito das Sucessões no sentido objetivo, é o conjunto de normas que regulam a transmissão de bens e obrigações de uma pessoa em decorrência de sua morte. No sentido subjetivo, seria o direito de suceder, ou seja, de receber o acervo hereditário de um defunto. É grande a importância das sucessões no Direito Civil, porque o homem morre, porém seus bens continuam.
Como já sabido o de cujus pode dispor apenas de 50% de seus bens que poderão ser destinados a quem lhe for de vontade, estando os outros 50% assegurados aos herdeiros necessários, visto isso trataremos aqui do instituto da redução testamentaria e da revogação do testamento que trata de casos de quando esse limite disponível é ultrapassado ou quando clausulas do testamento são alteradas.
2- DA REDUÇÃO DAS DISPOSIÇÕES TESTAMENTARIAS
Ainda que contra sua vontade, os herdeiros necessários do de cujus, não podem ser privados de seu direito sucessório, já que nosso direito adotou o regime da parcial liberdade de testar.
Se há herdeiros necessários, o testador só pode dispor da metade de seus bens, pois a outra parte constitui a legítima, assegurada no art. 1846; porém se não há, plena será a sua liberdade de testar, podendo afastar da sucessão os herdeiros colaterais simplesmente dispondo de seu patrimônio sem os contemplar.
Como modo de assegurar o direito da legítima, impedindo que a quota disponível deixada a terceiros ultrapasse o limite de 50%, a lei dispõe aos interessados o direito de redução das disposições testamentárias, pelo qual se limita as liberdades excessivas do testador em detrimento da legítima, restringindo essa liberdade aos limites legais, às justas proporções.
 	O instituto da redução dessa liberalidade visa, preservar a integridade desta.
 	A redução pode ser feita nos próprios autos do inventário, sendo corrigido na planilha essa desigualdade, se houver acordo entre os interessados. Caso não haja acordo, a redução só se fará se o excesso se mostrar evidente e a questão não for de alta indagação. Podem os herdeiros necessários, seus sucessores ou credores, ou ainda os cessionários de seus direitos, tentar ação de redução para recompor a parte legítima com os bens que excedem a quota disponível. Cabe ressaltar que quem não aceita a herança não pode intentar com a ação.
Um breve exemplo: 
Herança = 100.000,00
Deixou:
Para A = 16 mil;
Para B = 24 mil;
Para C = 48 mil.
Totaliza 88 mil, o que supera a legítima em 38 mil.
Qual a relação de cada um a 88 mil?
Para A: 16 mil dividido por 88 mil = 18,1818%
Para A: 24 mil dividido por 88 mil = 27,2727%
Para A: 48 mil dividido por 88 mil = 54,5455%
Tomo os 50 mil, que devem ser deixados, e multiplico pelos percentuais:
Para A = 9,09 mil
Para B = 13,64 mil
Para C = 27,27 mil. 
Somando os novos valores, encontro 50 mil (o valor da parte disponível)
2.1 REDUÇÃO NAS DOAÇÕES INOFICIOSAS
A proteção da legítima dos herdeiros não ocorre apenas pela redução das disposições testamentárias que excedem a quota disponível, mas também nas chamadas doações inoficiosas, ou seja as que excedem o que o doador, “no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento”, na dicção do art. 549 do Código civil.
O referido artigo declara “nula” somente a parte que extrapolar tal limite, e não toda a doação. Ressaltando que havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade de seus bens, pois a outra “pertence de pleno direito” aos referidos herdeiros.
Não há dúvidas a respeito do momento em que se deve calcular o valor da liberalidade, visto que o art. 549 dispõe, expressamente que tal apuração seja feita tendo em vista o momento da liberalidade. Desse modo, se na data da concessão da doação o doador era homem abastado e a doação não ultrapassou os limites, o negócio é absolutamente lícito, e eficaz, mesmo que se tenha empobrecido posteriormente e morrido na miséria.
2.2 ORDEM DAS REDUÇÕES
Se opera a redução testamentária consoante a ordem estabelecida no art. 1967 e parágrafos do Código Civil.
Deve-se apurar, assim, primeiro, o valor do monte, a extensão da massa hereditária deixada pelo de cujus, a fim de que se determinem definitivamente a porção disponível e a legítima.
Essa verificação obedece ao critério estabelecido na lei. Calcula-se a parte legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão, abatidas as dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se em seguida o valor dos bens sujeitos a colação. As dividas constituem a parte passiva do de cujus e devem ser abatidas do monte para que se apure o patrimônio líquido e real transmitido aos herdeiros. Se absorverem todo o patrimônio, não há herança. As despesas de funeral constituem dispêndios desta, que devem ser atendidas de preferência aos herdeiros e legatários.
Ultrapassando as disposições testamentarias à metade disponível, será reduzida proporcionalmente, até onde baste, ou seja, até o necessário para se ter o perfeito equilíbrio entre a porção disponível e a quota legitimaria, seguindo a ordem de preferência instituída no art. 1967 e parágrafos.
Em primeiro lugar, a redução atinge o herdeiro instituído, cujo a herança é reduzida até se obter a recomposição da parte legítima, ainda que se esgote totalmente.
Se a redução não bastar, se passará aos legados, na proporção do seu valor, até que se complete a legítima dos herdeiros necessários. Os legados não serão reduzidos enquanto não desaparecer toda a herança deixada pelo testador ao herdeiro instituído sem que a legítima ainda esteja integrada.
Se ainda assim não se inteirar a porção legitimaria, recorrer-se-á à redução das doações, começando pelas mais novas. Se da mesma data, a redução será proporcional.2.3 REDUÇÃO DE LEGADO EM BEM IMÓVEL
De acordo com o artigo 1968, procura o legislador evitar a comunhão, que é fonte de atritos. Se o prédio for divisível a redução será feita de forma simples, ou seja, dividindo-se proporcionalmente o bem.
Se, todavia, o imóvel for indivisível, cumpre verificar, primeiro, o montante da redução. Na hipótese de o excesso ser de mais de um quarto do valor do prédio, o legatário o deixará o imóvel inteiro na herança e receberá do herdeiro o restante do valor, em dinheiro.
No caso de o excesso não ser de mais de um quarto do valor do prédio, fica o legatário com o imóvel e entrega, em dinheiro, aos herdeiros, a quantia correspondente à diferença.
2.4 AÇÃO DE REDUÇÃO
A ação de redução é a conferida ao herdeiro necessário para reclamar o seu direito a integração de sua legítima hereditária, quando esta se houver desfalcado, pela liberdade efetuada pelo de cujus.
E pode ser promovida pelo herdeiro necessário lesado em sua legítima, por seus sucessores ou credores, ou ainda pelos cessionários de seus direitos.
Qualquer herdeiro, que tenha aceitado a herança, pode isoladamente pleitear a referida ação, porque ela é de natureza divisível, como ocorre em geral com as ações hereditárias. Mas a sentença, se favorável, só beneficiará o autor da ação, pois se presume que os demais quiseram respeitar a última vontade do finado.
2.5 DO ROMPIMENTO DO TESTAMENTO
A ruptura do testamento se dá nos casos de circunstâncias relevantes, capaz de alterar a manifestação de vontade do testador, como por exemplo, o surgimento de um herdeiro necessário. O rompimento do testamento é, então, determinado pela lei, pois se presume que o testador não teria disposto de seus bens se soubesse da existência de tal herdeiro.
2.5 SUPERVENIÊNCIA DE DESCENDENTE SUCESSÍVEL
O artigo 1973, contém a denominada revogação presumida, que é fundada no fato de que o testador certamente não teria disposto de seus bens se tivesse descendente, ou já conhecesse o existente.
Se enquadram nesse preceito legal: 
a) o nascimento posterior de filho, ou outro descendente; 
b) o aparecimento de descendente, que o testador supunha falecido, ou cuja existência ignorava; 
c) o reconhecimento voluntário ou judicial do filho, ou a adoção, posteriores a lavratura do ato causa mortis”.
Para o testamento ser revogado nessas hipóteses apontadas é preciso que o descendente superveniente ou ignorado sobreviva ao testador, ou deixe descendência que o represente.
Observa-se, por fim, que, em qualquer das hipóteses mencionadas, não se torna ineficaz unicamente a parte disponível, mas todo o testamento, levando-se em conta de que havendo descendente, a ele o testador deixaria todo o patrimônio.
2.6 SURGIMENTO DE HERDEIROS NECESSÁRIOS IGNORADOS, DEPOIS DO TESTAMENTO
Segundo o artigo 1974, há a possibilidade de ruptura do testamento no caso dos ascendentes e do cônjuge. Porém só há esse rompimento do testamento se o testador imaginava que não tinha ascendente algum, nem cônjuge.
2.7 SUBSISTÊNCIA DO TESTAMENTO SE CONHECIA A EXISTÊNCIA DE HERDEIROS NECESSÁRIOS
No artigo 1975, não há incidência de presunção em favor dos herdeiros, porque o testador sabe da existência deles, mas, mesmo assim, não quer contempla-los. Nesse caso, não se rompe o testamento, porque o testador esta ciente da existência dos herdeiros necessários, ou, mesmo prevendo a possibilidade da existência ou superveniência de filhos, ainda assim dispõe soberanamente, de acordo com a sua vontade, mesmo sabedor de que a forma escolhida implicará sacrifício dos direitos destes.
3- DA REVOGAÇÃO DO TESTAMENTO
A revogação testamentaria é feita pelo testador, que em vida, manifesta-se conscientemente com o fim de tornar o testamento ineficaz.
Para Maria Helena Diniz, a revogação do testamento “funda-se no principio da autonomia da vontade, daí ser irrenunciável, não prevalecendo qualquer cláusula testamentária em que o testador declare que nunca revogará seu testamento.”
3.1 FORMAS DE REVOGAÇÃO DO TESTAMENTO
O testamento pode ser revogado pelo mesmo modo e forma que ele pode ser feito, por qualquer outro testamento, seja ele público, cerrado, particular, marítimo, aeronáutico ou militar. O codicilo (documento que encerra certas disposições de última vontade) não revoga testamento, nem escritura pública, mas o testamento pode revogar o codicilo.
Não importa a forma do testamento que revoga o anterior.
A revogação pode ser total ou parcial. Será total, quando retirar a inteira eficácia do testamento, e parcial, quando atingir apenas algumas cláusulas.
A revogação pode ser expressa, tácita ou presumida. Expressa, resulta de uma declaração do testador, que se manifesta em um novo testamento.
A tácita, poderá ocorrer em duas hipóteses. A primeira é quando o testador não declara que revoga o testamento anterior, mas no entanto há incompatibilidade entre as disposições deste e as do novo testamento.
A segunda hipótese ocorre em caso de dilaceração ou abertura do testamento cerrado, pelo testador ou por outra pessoa, com o seu consentimento. Essa abertura só poderá ser feita pelo juiz. Se outro abrir, será nulo, mas se o testador abrir ou for aberto com o seu consentimento, o testamento será revogado.
Revogação presumida, que ocorrerá quando a lei considerar um fato importante e capaz de alterar a manifestação de vontade do testador.
3.2 REVOGAÇÃO POR TESTAMENTO INEFICAZ
O artigo 1.971 do Código Civil expressa: “A revogação produzirá efeitos, ainda quando o testamento, que a encerra vier a caducar por exclusão, incapacidade ou renúncia do herdeiro nele nomeado; não valerá, se o testamento revogatório for anulado por omissão ou infração de solenidades essenciais ou por vícios intrínsecos”.
Se o testamento posterior não for valido, este não produzirá o efeito revogatório pretendido pelo de cujus. Apesar de ser válido, o testamento é ineficaz se ele for revogado, rompido ou se ele caducar.
3.3 REVOGAÇÃO DO TESTAMENTO REVOGATÓRIO
Revogada a revogação, não se restaura automaticamente o testamento primitivo. Revogando o testamento posterior, o testador poderá determinar que se revigorem as disposições do testamento anterior, ocorrendo assim a repristinação (revogação) por força do mandamento expresso do de cujus.
3.4 SOBRE O RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE
O testamento sendo público, prevalece o ato como sendo um reconhecimento.
Sendo o testamento cerrado e rompido o fecho ou dilacerada a cédula, prevalecerá como declaração paterna de reconhecimento. O reconhecimento de filhos, no testamento, é irrevogável.
Conclui-se assim que a revogação é a manifestação da vontade do autor da herança, o testamento é revogável, onde é nula a cláusula que imponha a irrevogabilidade.
Independente de como foi feito, o testamento pode vir a ser revogado por qualquer outra forma válida. Podendo essa revogação ser total ou parcial, expressa, tácita ou presumida.
CONCLUSÃO
Se por algum motivo ocorrer malícia, desconhecimento, desvalorização ou diminuição dos bens, que ultrapassem os bens que deveriam ser deixados para os herdeiros legítimos, faz-se a redução testamentária, dentro do que é estabelecido em lei.
A redução é um direito que os herdeiros necessários possuem, para garantir seus direitos, ou seja, a metade de todos os bens deixados em herança. Busca a ação de redução garantir esses direitos.
Não possuindo herdeiros legítimos, o testador poderá dispor como quiser de seus bens, e neste caso não haverá motivos para que hajam  reduções. No Brasil faz-se uso do princípio da liberdade de testar, não de forma absoluta. Neste caso, o testador deve respeitar os direitos legítimos, ou seja, dispor somente de metade de seus bens. Se não o fizer, as partes testadas são reduzidas, até garantir a legítima
E no que tange a revogação do testamento, chegamos à conclusão que o testador tem o total amparo do ordenamento jurídico para revogar o seu testamento ao tempo que quiser, podendo facultar quanto à suaextensão e forma, de acordo com a sua vontade.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito Civil Brasileiro Vol. 7. Direito das Sucessões. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
GONÇALVES, Carlos Roberto, Sinopses Jurídicas Vol. 4. Direito das Sucessões. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

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