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PRF Direito Penal Aula 09 - Ponto dos concursos

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CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS – ICMS-DF 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
1 
DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 2016 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 09 
 
Direito Penal 
Crimes Contra a Fé Pública / Hediondos e Dignidade Sexual 
Professor: Pedro Ivo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS – ICMS-DF 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
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DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 2016 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
AULA 09 - CRIMES CONTRA: A FÉ PÚBLICA / CRIMES 
HEDIONDOS / CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
 
Olá, Pessoal! Sejam bem-vindos a nossa última aula!!! 
Hoje vamos tratar de temas importantíssimos para quem deseja ser um futuro 
Servidor Público. 
Iremos começar com a análise dos crimes contra a fé pública, presentes na parte 
especial do Código Penal. Posteriormente, estudaremos os crimes hediondos e os 
crimes contra a dignidade sexual. 
 
Bons estudos! 
 
***************************************************************** 
9.1 CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA 
 
Um dos aspectos fundamentais para a vida em sociedade é a crença na 
veracidade dos documentos, símbolos e sinais que são usados pelo homem no 
convívio social. A essa presunção relativa de veracidade dá-se o nome de fé 
pública. 
Passaremos, a partir de agora, a estudar as condutas típicas que visam 
resguardar a credibilidade da sociedade nos documentos que fazem parte de 
nosso dia a dia. Assim, com foco na PROVA, vamos começar! 
 
9.2 DA MOEDA FALSA 
 
 9.2.1 MOEDA FALSA 
 
O tipo fundamental do delito encontra-se expresso no art. 289 do Código Penal 
nos seguintes termos: 
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica 
ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro: 
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS – ICMS-DF 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
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3 
DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 2016 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Protege-se com o tipo penal a confiança que a população deve ter nas moedas 
em circulação no país 
 
 9.2.1.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
 SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por 
qualquer pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: Primariamente é o Estado e secundariamente o 
lesado pelo delito. 
 
 ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: É núcleo do tipo: 
 Falsificar. A falsificação pode ocorrer mediante fabricação ou 
alteração. 
 
2. SUBJETIVO: 
 Dolo; 
 
 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. O crime é consumado com a fabricação ou alteração da moeda. 
Atenção, caro (a) aluno (a) que não se exige que a moeda seja 
posta em circulação nem que venha causar dano a outrem. 
2. É admissível a tentativa (Ex: O particular é surpreendido quando 
vai iniciar a cunhagem da primeira moeda). 
 
 FIGURA TÍPICA PRIVILEGIADA 
 
1. Encontra previsão no art. 2º do art. 289. Observe: 
 
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DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 2016 
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§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, 
moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de 
conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a 
dois anos, e multa. 
 
A conduta incriminada consiste no fato de o agente, após receber 
moeda falsa e tendo ciência da falsidade, colocá-la novamente em 
circulação. 
Assim, imagine a seguinte situação: Tício, após comprar um saco 
de pipocas de R$2,00, paga com R$100,00 e recebe R$98,00 de 
troco. 
Ao chegar em casa, verifica que a nota de R$50,00, dada como 
troco pelo pipoqueiro, era falsa e, com isso, fica pensando em 
meios de se livrar da moeda falsa. 
No dia seguinte, ao pegar um táxi, entrega a nota falsa. 
Neste caso, poderá responder Tício pelo crime definido no 
parágrafo 2º do art. 289. 
 
 FIGURA EQUIPARADA 
 
Dispõe o parágrafo 4º do art. 289 que nas mesmas penas da figura 
fundamental do crime de moeda falsa incorre quem desvia e faz circular 
moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada. 
 
 9.2.1.2 CIRCULAÇÃO DE MOEDA FALSA 
 
Nos termos do parágrafo 1º do art. 289: 
 
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou 
alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, 
guarda ou introduz na circulação moeda falsa. 
 
Trata-se da definição de um crime de ação múltipla em que responde o 
sujeito por uma só infração quando realiza as várias condutas descritas. 
Assim, por exemplo, comete um só crime quem adquire, guarda e introduz 
na circulação moeda falsa. 
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DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 2016 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
 
9.2.1.3 FABRICAÇÃO OU EMISSÃO IRREGULAR DE MOEDA 
 
Encontra previsão no parágrafo 3º do art. 289. Veja: 
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o 
funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de 
emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão: 
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei; 
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada. 
 
Trata-se de crime próprio, pois só pode ser cometido por funcionário 
público, diretor, gerente ou fiscal de banco de emissão de moeda. 
Obviamente, não se trata de qualquer funcionário público, mas sim daquele 
que infringe especial dever funcional inerente ao ofício junto à atividade 
estatal de emissão de moedas. 
 
9.2.1.4 CRIMES ASSIMILADOS AO DE MOEDA FALSA 
 
O art. 290 do Código Penal define como crime a seguinte conduta: 
 
Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda 
com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; 
suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de 
restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir 
à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já 
recolhidos para o fim de inutilização: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
 
Podemos dividir o supracitado tipo penal em três figuras típicas: 
 
1. Formação de cédula, nota ou bilhete representativo de moeda 
 O agente, através de partes de notas, cédulas ou bilhetes 
representativos de moeda verdadeira forma outra nota / cédula ou 
bilhete representativo. 
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POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 2016 
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2. Supressão de sinal indicativo de sua inutilização  Nesta figura 
típica o agente age no sentido de retirar da nota / cédula ou bilhete 
representativo sinal que confirme a inutilização. 
3. Restituição de moeda à circulação  O agente restitui a circulação 
cédula, nota ou bilhete nas condições anteriormente tratadas. 
 
Além da figura típica fundamental o Código Penal traz a previsão do tipo 
qualificado. Observe: 
 
Art. 290 [...] 
Parágrafoúnico - O máximo da reclusão é elevado a doze anos e 
multa, se o crime é cometido por funcionário que trabalha na 
repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil 
ingresso, em razão do cargo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9.2.2 PETRECHOS PARA FALSIFICAÇÃO DE MOEDA 
PARA PENSAR... 
 
Imagine que Tício apõe em uma determinada nota números e letras de 
outra, com a finalidade daquela apresentar maior valor. Neste caso, 
responderá Tício pelo crime previsto no art. 289 ou 290? 
 
 
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de 
curso legal no país ou no estrangeiro. 
 
Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de 
cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete 
recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; 
restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o 
fim de inutilização. 
 
A resposta é que responderá pelo crime do art. 289, pois Tício ALTERA 
uma nota. Tal fato é diferente da situação em que Tício cria uma nota 
com fragmentos de outras !!! 
 
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Trata-se de delito definido no art. 291 do Código Penal nos seguintes termos: 
 
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, 
possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer 
objeto especialmente destinado à falsificação de moeda: 
 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
 
 9.2.2.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
 SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por 
qualquer pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o Estado 
 
 ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: São núcleos do tipo: 
 Fabricar; 
 Adquirir; 
 Fornecer; 
 Possuir; ou 
 Guardar. 
 
2. SUBJETIVO: 
1. Dolo; 
 
 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
Maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer 
objeto especialmente destinado à falsificação de 
moeda. 
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1. Consuma-se com a fabricação do objeto, com a aquisição, 
fornecimento, posse ou guarda (modalidade permanente). Cabe 
ressaltar que se o agente usa o instrumento para fabricar ou 
falsificar moeda, responde somente pelo crime definido no art. 
289, pois este ABSORVE o delito do art. 291. 
2. É admissível a tentativa. 
 
9.3 DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS 
 
Para começarmos a tratar deste tópico precisamos diferenciar dois importantes 
institutos: A FALSIDADE MATERIAL DA FALSIDADE IDEOLÓGICA. Podemos definir 
as duas espécies da seguinte forma: 
 
 FALSIDADE IDEOLÓGICA: CONSISTE EM OMITIR EM DOCUMENTO PÚBLICO OU 
PARTICULAR DECLARAÇÃO QUE DELE DEVIA CONSTAR, OU NELE INSERIR OU 
FAZER INSERIR DECLARAÇÃO FALSA OU DIVERSA DA QUE DEVIA SER ESCRITA 
COM O FIM DE PREJUDICAR, CRIAR, OBRIGAÇÕES OU ALTERAR A VERDADE 
SOBRE FATO JURÍDICO RELEVANTE. 
 
 FALSIDADE MATERIAL: É A QUE SE COMETE PELA FABRICAÇÃO DE COISA 
FALSA, ELABORANDO UM DOCUMENTO FALSO, OU PELA ALTERAÇÃO DA 
VERDADE, DIVERGE DA FALSIDADE IDEOLÓGICA, ONDE O DOCUMENTO SE 
MOSTRA VERDADEIRO, MAS NÃO EXPRIME A VERDADE. 
 
Assim, podemos resumir da seguinte forma: Na falsidade ideológica o documento 
é verdadeiro, mas as informações são falsas. Diferentemente, na falsidade 
material há falha no próprio documento. Vamos exemplificar: 
Tício pega a sua identidade e, através da inserção de pequenos pontos pretos, 
altera a sua data de nascimento. Neste caso, se a identidade for entregue, por 
exemplo, a um perito, ele conseguirá determinar a falsificação? 
A resposta é sim, pois o perito, através da análise, pode detectar os pequenos 
pontos pretos e constatar a alteração. Assim, trata-se de FALSIDADE MATERIAL. 
Imaginemos agora que Mévio elabora um currículo em que, com apenas 23 anos, 
ele diz ser formado em Direito pela USP, diz ter Mestrado em Direito Penal, e 
afirma ser doutor em Direito Processual Penal. Neste caso, se entregarmos o 
currículo a um perito, simplesmente olhando para o documento poderá ele dizer 
se o papel é falso ou verdadeiro? 
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A resposta é não, pois o documento não possui falhas. O que o perito terá que 
fazer (e isso poderia ser feito por qualquer pessoa) é verificar os FATOS, AS 
INFORMAÇÕES. Assim, podemos afirmar que é caso de FALSIDADE IDEOLÓGICA. 
 
Bom, entendidos estes conceitos, vamos passar às criminalizações... 
 
9.3.1 FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS 
 
Encontra previsão no art. 293 do Código Penal, nos seguintes termos: 
 
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: 
 
I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer 
papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo; 
 
 
 
 
 
 
II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; 
 
 
 
III - vale postal; (Revogado e substituído pelo art. 36 da Lei nº 
6.538/78). 
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica 
ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito 
público; 
 
 
 
Considera-se selo a estampilha postal, adesiva ou fixa, bem 
como a estampa feita por máquina de franquear, destinadas a 
comprovar o pagamento de taxas e prêmios. 
Papel de crédito público é o título da dívida pública, como as 
apólices e letras do Banco Central 
Cautela de penhor constitui título de crédito. Trata-se de 
documento público expedido pelas caixas econômicas. 
Caderneta de depósito de caixa econômica ou outro 
estabelecimento corresponde ao documento expedido e entregue 
ao depositante, contendo informações das importâncias 
depositadas. 
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V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo 
a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que 
o poder público seja responsável; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte 
administrada pela União, por Estado ou por Município: 
 
 
 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
 
 9.3.1.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
 SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o Estado. 
 
Este inciso refere-se a papéis relacionados com a receita de rendas 
públicas ou com depósito ou cauções de responsabilidade do Estado. 
 
Recibo corresponde à declaração de quitação de uma dívida. 
 
Guia é o documento expedido por entidade arrecadadora para o 
recolhimento de importâncias. 
 
Alvará é o documento com destinação de autorizar o recolhimentode 
rendas públicas ou depósito ou caução por que o poder público é 
responsável. 
 
Talão é a parte que pode ser destacada do caderno ou livro oficial, 
permanecendo um canhoto com as mesmas anotações. 
Abrange o transporte aéreo, marítimo, terrestre ou fluvial. 
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DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 2016 
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 ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: É núcleo do tipo: 
 Falsificar; 
2. SUBJETIVO: 
1. Dolo; 
 
 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. A consumação ocorre com a falsificação, independentemente de 
qualquer resultado. 
2. É admissível a tentativa. 
 
 CONDUTAS EQUIPARADAS: As condutas equiparadas ao tipo 
fundamental encontram-se presentes no parágrafo 1º do art. 293 nos 
seguintes termos: 
 
Art. 293 [...] 
§ 1o Incorre na mesma pena quem: 
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a 
que se refere este artigo; 
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, 
guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a 
controle tributário; 
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em 
depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de 
qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício 
de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria: 
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle 
tributário, falsificado; 
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária 
determina a obrigatoriedade de sua aplicação. 
 
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DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 2016 
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Cabe ressaltar que se equipara a atividade comercial, para os fins do 
inciso III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, 
inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos e em 
residências. 
 
 TIPO QUALIFICADO 
Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do 
cargo, aumenta-se a pena de sexta parte (ART. 295). 
 
 9.3.1.2 OUTROS DELITOS PRESENTES NO ART. 293 
 
Aqui, para sua PROVA, cabe apenas uma noção geral. Vamos 
esquematizar: 
 
CRIME CONDUTA OBSERVAÇÕES 
SUPRESSÃO DE SINAIS 
INDICATIVOS DE 
INUTILIZAÇÃO DE 
PAPÉIS PÚBLICOS. 
Suprimir, em qualquer dos 
papéis citados no art. 293, 
quando legítimos, com o fim 
de torná-los novamente 
utilizáveis, carimbo ou sinal 
indicativo de sua inutilização 
O delito exige dois elementos 
subjetivos: 
O primeiro é o dolo e o segundo 
está contido na expressão “com 
o fim de torná-los novamente 
utilizáveis”. 
 
USO DE PAPÉIS 
PÚBLICOS COM 
INUTILIZAÇÃO 
SUPRIMIDA 
Incorre na mesma pena 
quem usa, depois de 
alterado, qualquer dos 
papéis a que se refere o 
delito acima apresentado 
A consumação ocorre com o uso 
do papel público em que foi 
suprimido o carimbo ou sinal 
indicativo de sua inutilização. 
A tentativa não é admissível, 
pois com o primeiro ato de uso o 
delito já é tido como consumado. 
 
RESTITUIÇÃO À 
CIRCULAÇÃO 
Quem usa ou restitui à 
circulação, embora recibo 
de boa-fé, qualquer dos 
papéis falsificados ou 
alterados, a que se referem 
Trata-se de um tipo privilegiado. 
Exige três elementos subjetivos: 
1-O dolo; 
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o art. 293, depois de 
conhecer a falsidade ou 
alteração, incorre na pena 
de detenção, de seis meses 
a dois anos, ou multa 
2-“embora recebido de boa-
fé”; 
3-“depois de conhecer a 
falsidade ou alteração”. 
 
 9.3.2 PETRECHOS PARA FALSIFICAÇÃO 
 
Trata-se de delito definido no art. 294 do Código Penal nos seguintes termos: 
 
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto 
especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis 
referidos no artigo anterior: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
 
 9.3.2.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
 SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por 
qualquer pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o Estado 
 
 ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: São núcleos do tipo: 
 
 
 
 Fabricar; 
 Adquirir; 
 Fornecer; 
Objetos destinados à falsificação dos papéis 
referidos no art. 293. 
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 Possuir; ou 
 Guardar. 
 
2. SUBJETIVO: 
2. Dolo; 
 
 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. Consuma-se com a fabricação do objeto, com a aquisição, 
fornecimento, posse ou guarda (modalidade permanente). Cabe 
ressaltar que se o agente fabrica o petrecho e comete a falsificação 
só responde pelo último delito (princípio da consunção). 
2. É admissível a tentativa. 
 
 TIPO QUALIFICADO 
 
Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do 
cargo, aumenta-se a pena de sexta parte (ART. 295). 
 
9.4 DA FALSIDADE DOCUMENTAL 
 
9.4.1 FALSIFICAÇÃO DE SELO OU SINAL PÚBLICO 
 
O delito encontra previsão no art. 296 do Código Penal. Observe: 
 
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: 
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de 
Estado ou de Município; 
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a 
autoridade, ou sinal público de tabelião: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
 
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 9.4.1.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
 SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: Crime comum podendo ser cometido por qualquer 
pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o Estado. 
 
 ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: É núcleo do tipo: 
 
 Falsificar; 
 
2. SUBJETIVO: 
1. Dolo; 
 
 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. O delito tem-se por consumado com a fabricação ou alteração do 
objeto material. 
2. É admissível a tentativa. 
 
 CONDUTAS EQUIPARADAS: As condutas equiparadas ao tipo 
fundamental encontram-se presentes no parágrafo 1º do art. 296 nos 
seguintes termos: 
 
§ 1º - Incorre nas mesmas penas: 
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; 
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em 
prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio. 
Selo público destinado a autenticar atos oficiais 
da União, de Estado ou de Município; 
Selo ou sinal atribuído por lei a entidade de 
direito público, ou a autoridade, ou sinal 
público de tabelião. 
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III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, 
siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de 
órgãos ou entidades da Administração Pública. 
 
 TIPO QUALIFICADO 
 
Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do 
cargo, aumenta-se a pena de sexta parte (ART. 296, § 2º). 
 
9.4.2 FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO 
 
Com o intuito principal de proteger a fé pública, no que diz respeito aos 
documentos de natureza pública, dispõe o Código Penal: 
 
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou 
alterar documento público verdadeiro: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
 
Para que você compreenda corretamente esta tipificação, cabe um importante 
questionamento: O que é documento público? 
Documento público é aquele elaborado por funcionário público, no exercício de 
suas funções. São também considerados documentos públicos os translados, 
fotocópias com autenticação e as certidões. 
Cabe ressaltar que as cópias não autenticadas não são consideradas 
documentos para fins penais. 
Ainda dentro da definição de documento público, é importantíssimo para a sua 
PROVA ter conhecimento do parágrafo 2º do art. 297 que leciona: 
 
Art. 297 [...] 
[...] 
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o 
emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou 
transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os 
livros mercantis e o testamento particular. 
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Assim, do supracitado dispositivo, podemos retirar que são documentos 
públicos por equiparação: 
 
1. O EMANADO DE ENTIDADE PARAESTATAL; 
2. O TÍTULO AO PORTADOR OU TRANSMISSÍVEL POR 
ENDOSSO; 
3. AS AÇÕES DE SOCIEDADE COMERCIAL; 
4. OS LIVROS MERCANTIS; E 
5. O TESTAMENTO PARTICULAR (HOLÓGRAFO). 
 
 
 9.4.2.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
 SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por 
qualquer pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: Primariamente é o Estado e secundariamente o 
indivíduo lesado (caso haja). 
 
 ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: São núcleos do tipo: 
 Falsificar (no todo ou em parte, documento público); 
 Alterar (documento público verdadeiro). 
 
 
 
 
2. SUBJETIVO: Dolo; 
Nos dois casos, para a caracterização do delito, a falsificação 
deve ser capaz de ludibriar a vítima. Caso seja grosseira 
inexiste o delito em face da ausência de potencialidade lesiva. 
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 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. Consuma-se no momento da falsificação ou alteração. 
2. Admite-se a tentativa. 
 
 TIPO QUALIFICADO 
 
O tipo qualificado do crime de falsificação de documento público encontra 
previsão no parágrafo primeiro do art. 297. Veja: 
 
Art. 297 [...] 
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. 
 
 CONDUTAS EQUIPARADAS – FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO 
PÚBLICO PREVIDENCIÁRIO 
 Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: 
 
1. Na folha de pagamento ou em documento de informações que 
seja destinado a fazer prova perante a previdência social, 
pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; 
2. Na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou 
em documento que deva produzir efeito perante a previdência 
social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido 
escrita; 
3. Em documento contábil ou em qualquer outro documento 
relacionado com as obrigações da empresa perante a 
previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria 
ter constado. 
 
Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados 
acima, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a 
vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. 
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 9.4.2.2 FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO X ESTELIONATO 
 
Trataremos agora de um tema bem controvertido na doutrina e na 
jurisprudência. 
Há diversas orientações a respeito da tipicidade do fato de o sujeito, após 
falsificar um documento empregá-lo na prática de um delito. Vamos 
conhecer, a partir de agora, o que interessa para sua PROVA. 
Segundo o entendimento do STJ o crime de estelionato absorve o crime de 
falsificação de documento público. Tal posicionamento está estampado na 
súmula 17 do STJ que dispõe: 
 
"Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade 
lesiva, é por este absorvido". 
 
Ocorre, entretanto, que diferentemente do entendimento supra-
apresentado, o STF se posiciona no sentido de que há concurso formal 
entre o estelionato e a falsificação de documento público. Segundo a 
Suprema Corte há unidade de ação, de desígnio e pluralidade de bens 
jurídicos violados. 
 
Para a sua PROVA, leve como regra o entendimento do STF, ou seja, há 
concurso formal entre o estelionato e a falsificação de documento 
público. 
Firme-se na súmula 17 somente nos casos em que a banca pergunta: 
Segundo o entendimento do STJ [...]. 
 
9.4.3 FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR 
 
O legislador penal, visando resguardar a fé publica com relação à 
autenticidade dos documentos particulares, definiu o crime de falsificação de 
documento particular que encontra previsão no art. 298 do Código Penal nos 
seguintes termos: 
 
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Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou 
alterar documento particular verdadeiro: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
 
Antes de prosseguirmos, cabe-nos conceituar o objeto material do delito, ou 
seja, o documento particular. 
Segundo Damásio “documento é o escrito elaborado por autor certo em que se 
manifesta a narração de fato ou a exposição de vontade, possuindo 
importância jurídica. Não tem formalidade especial, é feito por um particular, 
não sofrendo a intervenção de funcionário público. Entretanto, o documento 
público, quando nulo por vício de forma, é considerado documento particular”. 
Podemos resumir que o documento particular apresenta as seguintes 
características: 
 
1. Forma escrita; 
2. Autor determinado (não sofrendo a intervenção de funcionário público); 
3. Deve conter exposição de fato ou manifestação de vontade; 
4. Relevância Jurídica 
 
 9.4.3.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
 SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por 
qualquer pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: Primariamente é o Estado e secundariamente o 
indivíduo lesado (caso haja). 
 
 ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: São núcleos do tipo: 
 Falsificar (no todo ou em parte, documento público); Alterar (documento público verdadeiro). 
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2. SUBJETIVO: Dolo; 
 
 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. Consuma-se no momento da falsificação ou alteração. 
2. Admite-se a tentativa. Ex: O agente é surpreendido no momento 
em que está inserindo números no documento. 
 
9.4.4 FALSIDADE IDEOLÓGICA 
 
O art. 299 do Código Penal tipifica a seguinte conduta: 
 
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração 
que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração 
falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar 
direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato 
juridicamente relevante: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é 
público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é 
particular. 
 
A fim de relembrarmos a falsidade ideológica, diferenciando-a da falsidade 
material, necessário se faz transcrever as palavras do Nobre Jurista, Damásio 
de Jesus: 
“Na falsidade material o vício incide sobre a parte exterior do documento, 
recaindo sobre o elemento físico do papel escrito e verdadeiro. O sujeito 
modifica as características originais do objeto material por meio de rasuras, 
borrões, emendas, substituição de palavras ou letras, números, etc. (...) Na 
Nos dois casos, para a caracterização do delito, a falsificação deve 
ser capaz de ludibriar a vítima. Caso seja grosseira inexiste o delito 
em face da ausência de potencialidade lesiva. 
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falsidade ideológica (ou pessoa) o vício incide sobre as declarações que o 
objeto material deveria possuir, sobre o conteúdo das idéias. Inexistem 
rasuras, emendas, omissões ou acréscimos. O documento, sob o aspecto 
material é verdadeiro; falsa é a idéia que ele contém. Daí também chamar-se 
ideal. Distinguem-se, pois, as falsidades material e ideológica.” 
Neste sentido, observamos que a falsidade ideológica leva em consideração o 
conteúdo intelectual do documento, não a sua forma. 
 
 9.4.4.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
 SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por 
qualquer pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: Primariamente é o Estado e secundariamente o 
indivíduo lesado (caso haja). 
 
 ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: São núcleos do tipo: 
 
 Omitir (declaração que devia constar do objeto material); 
 Inserir (declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita 
– inserção direta); 
 Fazer inserir (declaração falsa ou diversa da que devia ser 
escrita – inserção indireta) 
 
Nota-se que são três as modalidades de condutas praticadas pelo 
agente sendo, a de omitir, inserir ou fazer inserir declaração falsa no 
documento. 
Na omissão de declaração o agente deixa de relatar, não menciona, 
oculta fato que era obrigado a fazer constar. 
Na conduta de inserir o agente declara de forma falsa ou diversa da 
que devia ser escrita. 
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Já na conduta de fazer inserir o agente atua de forma indireta, 
utilizando-se de terceiro para introduzir no documento a declaração 
falsa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. SUBJETIVO: São dois que precisam co-existir para a caracterização 
da falsidade ideológica: 
 
 Dolo; 
 “Com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a 
verdade sobre fato juridicamente relevante” 
 
 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. Consuma-se o delito com a omissão ou inserção direta ou indireta 
da declaração, no momento em que o documento, já com a 
falsidade, se completa 
OBSERVAÇÃO 
 
Para a caracterização do delito, a falsificação deve ser capaz de ludibriar a 
vítima. Caso seja grosseira inexiste o delito em face da ausência de 
potencialidade lesiva. Além disso, deve recair sobre “fato jurídico relevante”. 
Observe elucidativo entendimento jurisprudencial: 
 
Para a caracterização do delito de falsidade ideológica é mister que se 
configurem os quatro requisitos componentes do tipo penal, a saber: 
 
a) alteração da verdade sobre o fato juridicamente relevante; 
b) imitação da verdade; 
c) potencialidade de dano; 
d) dolo. 
 
Se não há na ação dos agentes entrelaçamento desses requisitos, relevância 
jurídica do falso dano efetivo ou mesmo potencial e, ainda dolo (porque o falso 
decorre de simples erro), não está caracterizado tal crime. E o remédio 
heróico pode validamente ser impetrado para, em tais circunstâncias, trancar a 
ação penal. 
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2. Admite-se a tentativa nas condutas de inserir ou fazer inserir. Na 
omissão, não se admite a forma tentada. 
 
 CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 
 
O tipo qualificado do crime de falsidade ideológica encontra previsão no 
parágrafo único do art. 299. Assim, a pena será aumentada de sexta 
parte nas seguintes situações: 
 
1 - SE O AGENTE É FUNCIONÁRIO PÚBLICO, E COMETE O CRIME 
PREVALECENDO-SE DO CARGO; 
2 - SE A FALSIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO É DE ASSENTAMENTO DE REGISTRO 
CIVIL (EX: INSCRIÇÕES DE NASCIMENTO, CASAMENTO, ÓBITO ETC.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9.4.4.2 FALSIDADE EM FOLHA EM BRANCO 
 
Trataremos agora de mais um caso que gera inúmeras discussões na 
jurisprudência e doutrina. 
Imagine que uma folha em branco, devidamente assinada, é entregue por 
Tício à Mévio. Tendo a posse da folha, Mévio a preenche com informações 
falsas. Neste caso, haverá crime de falsificação? 
A pergunta é pertinente, pois nosso Código Penal não define exatamente o 
fato. Só a título de conhecimento, o código de 1890, por exemplo, deixava 
claro a conduta delituosa. Veja: 
 
OBSERVAÇÕES: 
 
 
1 – O delito de registrar filho alheio como próprio, antes enquadrado 
no parágrafo único do art. 299, encontra previsão no art. 242. 
 
2 – A conduta de “promover no registro civil a inscrição de nascimento 
inexistente” constitui crime previsto no art. 241. 
 
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"Abusar do papel com assinatura em branco, de que tenha 
se apossado, ou lhe haja sido confiado com obrigação de 
restituir, ou fazer dele uso determinado, e nele escrever ou 
fazer escrever um ato, que produza efeito jurídico em 
prejuízo daquele que o firmou, e ainda no inciso 9° usar de 
qualquer fraude para constituir outra pessoa em obrigação 
que não tiver em vista, ou não puder satisfazer ou cumprir". 
 
A dificuldade do atual enquadramento da conduta como crime contra a fé 
pública reside no fato de que a folhade papel em branco assinada, por não 
apresentar conteúdo, não pode ser considerada um documento. 
A situação, todavia, é resolvida através do entendimento de que após o 
preenchimento das informações a folha torna-se documento, o que 
caracteriza o crime. Além disso, para a correta definição da forma típica a 
ser aplicada, deve-se verificar as circunstâncias em que a folha ingressou 
na esfera de disponibilidade do agente. 
Assim: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9.4.5 FALSO RECONHECIMENTO DE FIRMA OU LETRA / 
CERTIDÃO OU ATESTADO FALSO / FALSIDADE DE ATESTADO 
MÉDICO 
 
Agora trataremos de alguns delitos que não são muito exigidos em PROVA. 
Assim, a exigência restringe-se ao conhecimento da conduta típica e de 
pequenas particularidades. Vamos esquematizar: 
SE A FOLHA ASSINADA EM BRANCO FOI ENTREGUE E CONFIADA AO 
AGENTE PELA VÍTIMA, SEU PREENCHIMENTO ABUSIVO CONFIGURA A 
FALSIDADE IDEOLÓGICA. 
 
SE A FOLHA EM BRANCO ASSINADA FOI APOSSADA PELO AGENTE OU 
OBTIDA POR MEIO DA PRÁTICA DE ALGUM CRIME (EX. FURTO), SEU 
PREENCHIMENTO CARACTERIZARÁ O FALSO MATERIAL. TAMBÉM HAVERÁ 
FALSO MATERIAL NO PRIMEIRO CASO QUANDO A AUTORIZAÇÃO ANTERIOR 
DADA PELA VÍTIMA FOR POR ELA REVOGADA. 
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CRIME CONDUTA OBSERVAÇÕES 
FALSO 
RECONHECIMENTO 
DE FIRMA OU LETRA 
Reconhecer, como 
verdadeira, no exercício 
de função pública, firma 
ou letra que o não seja. 
 
Trata-se de crime próprio 
que só pode ser praticado 
por funcionário público. 
É considerado pela doutrina 
uma modalidade típica de 
falsidade ideológica. 
Consuma-se com o ato do 
reconhecimento, indepen-
dentemente de qualquer 
resultado. 
 
CERTIDÃO OU 
ATESTADO 
IDEOLOGICAMENTE 
FALSO 
Atestar ou Certificar 
falsamente, em razão de 
função pública, fato ou 
circunstância que habilite 
alguém a obter cargo 
público, isenção de ônus 
ou de serviço de caráter 
4público, ou qualquer 
outra vantagem. 
Trata-se de crime próprio 
que só pode ser praticado 
por funcionário público. 
É considerado pela doutrina 
uma modalidade típica de 
falsidade ideológica. 
Atinge sua consumação 
com a entrega da certidão 
falsa ao terceiro. 
Se o crime é praticado com 
o fim de lucro, aplica-se, 
além da pena privativa de 
liberdade, a de multa. 
FALSIDADE 
MATERIAL DE 
ATESTADO OU 
CERTIDÃO 
Falsificar, no todo ou em 
parte, atestado ou 
certidão, ou alterar o teor 
de certidão ou de atestado 
verdadeiro, para prova de 
fato ou circunstância que 
habilite alguém a obter 
cargo público, isenção de 
ônus ou de serviço de 
caráter público, ou 
qualquer outra vantagem. 
 
Trata-se de crime comum 
que pode ser praticado por 
qualquer pessoa. 
Se o crime é praticado com 
o fim de lucro, aplica-se, 
além da pena privativa de 
liberdade, a de multa. 
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FALSIDADE DE 
ATESTADO MÉDICO 
Dar o médico, no exercício 
da sua profissão, atestado 
falso. 
 
Trata-se de crime próprio 
que só pode ser praticado 
por médico. 
É considerado pela doutrina 
uma modalidade típica de 
falsidade ideológica. 
Atinge sua consumação 
com a entrega da certidão 
falsa ao terceiro. 
Se o crime é cometido com 
o fim de lucro, aplica-se 
também multa. 
 
9.4.6 USO DE DOCUMENTO FALSO 
 
O art.304 define o crime de uso de documento falso da seguinte forma: 
 
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou 
alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: 
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. 
 
A conduta passível de punição é a de fazer uso de documento falso como se 
fosse verdadeiro. Assim, incrimina-se o uso de documento público ou 
particular material ou ideologicamente falso, de documento com falso 
reconhecimento de firma ou letra, de atestado, certidão ou atestado médico 
falsos. 
Para a caracterização do delito a utilização pode ser tanto na esfera judicial 
quanto extrajudicial. Exige-se a utilização do documento, não caracterizando o 
crime o uso de fotocópia ou cópia. 
 
 9.4.6.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
 SUJEITOS DO DELITO: 
 
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1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por 
qualquer pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: Primariamente é o Estado e secundariamente o 
indivíduo lesado (caso haja). 
 
 ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: É núcleo do tipo: 
 Fazer (uso); 
 
 
 
 
 
 
2. SUBJETIVO: 
 Dolo; 
 
 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. O crime é consumado com o uso do documento falso. Para 
complementar, observe os seguintes julgados: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO 
O uso de documento que o sujeito sabe ou deve saber falso ou 
inexato na prática de crime contra a ordem tributária se 
encontra descrito no art. 1º, IV da lei nº 8.137 (Lei que define 
os crimes contra a ordem tributária. 
STJ, HC 145.824/MS, DJ 22.02.2010 
Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é 
irrelevante, para a caracterização do crime de uso de documento 
falso, que o agente use o documento por exigência da autoridade 
policial. 
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2. Não se admite a tentativa, pois o simples tentar usar já caracteriza 
o crime. 
 
9.4.7 SUPRESSÃO DE DOCUMENTOS 
 
Segundo De Plácido e Silva, a supressão de documentos, notadamente em 
sentido do Direito Penal, é a subtração do documento aos efeitos jurídicos 
pretendidos, na intenção de se favorecer ao supressor, ou a outrem, em 
prejuízo de alguém. 
O crime de supressão de documentos encontra-se previsto no art. 305 do 
Código Penal. Veja: 
 
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de 
outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular 
verdadeiro, de que não podia dispor: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa, se o 
documento é público, e reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e 
multa, se o documento é particular. 
 
O tipo penal tem como objetivo proteger a fé pública, evitando que seja 
atingida, infringida, ofendida com a supressão de determinado documento. 
STJ, HC 148.479/MG, DJ 05.04.2010 
Consolidou-se nesta Corte o entendimento de que a atribuição de 
falsa identidade, visando ocultar antecedentes criminais, constitui 
exercício do direito de autodefesa. 
No caso, ao ser abordado por policiais, o paciente apresentou 
documento falso, buscando ocultar a condição de foragido e evitar 
sua recaptura. 
Ordem parcialmente concedida para, afastando a condenação 
referente ao crime de uso de documento falso reduzir a pena recaída 
sobre o paciente de 8 (oito) anos para 5 (cinco) anos. 
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Busca-se, aqui, assegurar a proteção ao documento que, via de regra, é 
imbuído de força probante em relação a certo fato. 
O objeto material deve reunir as condições de documento e ser verdadeiro. 
Caso se trate de documento falso, não poderá ser caracterizado o delito em 
tela, podendo surgir outro crime como, por exemplo, o favorecimento pessoal 
(art. 348) ou fraude processual (art. 347). 
 
 9.4.7.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
 SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por 
qualquer pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: Primariamente é o Estado e secundariamente o 
indivíduo lesado (caso haja). 
 
 ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: São núcleos do tipo: 
 Destruir; 
 Suprimir; 
 Ocultar. 
 
2. SUBJETIVO: São dois que precisam co-existir para a caracterização 
do crime: 
 Dolo; 
 “em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio” 
 
 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. O crime é consumado com o ato de destruir, suprimir ou ocultar. A 
consumação independe do resultado. 
Documento público ou particular verdadeiro 
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POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 2016 
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2. É possível a tentativa. Seria o caso, por exemplo, do documento 
que é colocado em um picador, mas é retirado antes de ser 
destruído. 
 
9.5 DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO 
 
A Lei nº 12.550/2011 incluiu no Código Penal o art. 311-A que assim dispõe: 
 
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de 
beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do 
certame, conteúdo sigiloso de: 
 
I - concurso público; 
 
- avaliação ou exame públicos; 
 
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou 
 
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: 
 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por 
qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações 
mencionadas no caput. 
 
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração 
pública: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
 
§ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido 
por funcionário público. 
 
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POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 2016 
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O tipo penal em comento foi criado com o objetivo de tipificar as fraudes em 
concursos públicos, vestibulares e outros certames de interesse público, 
considerando o vácuo legislativo existente, que impedia a imputação criminal aos 
fraudadores dos mesmos. Aliás, já havia posição consolidada sobre o assunto 
afirmando serem atípicas condutas nesse sentido, daí a necessidade da inovação 
legal. 
Cabe ressaltar que a Lei nº 12.550/2011 também incluiu o inciso V ao art. 47, do 
CP, que passou a ter a seguinte redação: 
 
Interdição temporária de direitos 
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: 
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, 
bem como de mandato eletivo; 
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que 
dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do 
poder público; 
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. 
IV – proibição de freqüentar determinados lugares. 
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou 
exame públicos. (grifei) 
 
Conforme se vê, agora há a possibilidade do magistrado aplicar, como pena 
restritiva de direito a proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou 
exame públicos. 
Trata-se de medida que reforça a tutela dos certames de interesse público, pois o 
condenado por fraudá-los pode ser, na sentença penal condenatória (se 
preenchidos os demais requisitos legais), proibido de participar de outros 
concursos. 
 
9.6 DE OUTRAS FALSIDADES 
 
Para finalizarmos o tema, trataremos de algumas outras falsidades. Tais delitos 
aparecem muito pouco em prova e, quando presentes, a exigência restringe-se 
unicamente à conduta. 
Assim, atenha-se as condutas, tenha uma noção geral das criminalizações e... 
Siga em frente!!! 
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CRIME CONDUTA OBSERVAÇÕES 
FALSIFICAÇÃO DO 
SINAL 
EMPREGADO NO 
CONTRASTE DE 
METAL PRECIOSO 
OU NA 
FISCALIZAÇÃO 
ALFANDEGÁRIA 
Falsificar, fabricando-o ou 
alterando-o, marca ou sinal 
empregado pelo poder público 
no contraste de metal 
precioso ou na fiscalização 
alfandegária, ou Usar Marca 
ou sinal dessa natureza, 
falsificado por outrem. 
Trata-se de crime comum que 
se consuma com a fabricação, a 
alteração ou o uso da marca ou 
sinal. 
FALSA IDENTIDADE 
Atribuir-se ou atribuir a 
terceiro FALSA IDENTIDADE 
para obter vantagem, em 
proveito próprio ou alheio, ou 
para causar dano a outrem. 
 
 
Trata-se de crime comum que 
se consuma com a falsa 
atribuição de identidade. 
Não comete crime quem 
somente silencia a respeito da 
errônea identidade que lhe é 
atribuída. 
USO DE 
DOCUMENTO DE 
IDENTIDADE 
ALHEIA 
Usar, como próprio, 
passaporte, título de eleitor, 
caderneta de reservista ou 
qualquer documento de 
identidade alheia OU ceder a 
outrem, para que dele se 
utilize, documento dessa 
natureza, próprio ou de 
terceiro. 
Trata-se de crime comum que 
se consuma com o uso ou 
cessão do documento. 
 
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FRAUDE DE LEI 
SOBRE 
ESTRANGEIRO 
Usar o estrangeiro, para 
entrar ou permanecer no 
território nacional, nome que 
não é o seu. 
Trata-se de crime próprio que 
se consuma com efetivo uso 
pelo estrangeiro do nome 
imaginário ou de terceiro. 
 
FALSIDADE EM 
PREJUÍZO DA 
NACIONALIZAÇÃO 
DE SOCIEDADE 
Prestar-se a figurar como 
proprietário ou possuidor de 
ação, título ou valor 
pertencente a estrangeiro, nos 
casos em que a este é vedada 
por lei a propriedade ou a 
posse de tais bens. 
 
 
Trata-se de crime comum que 
se consuma no momento em 
que o agente assume a posição 
de proprietário ou possuidor 
dos bens. 
 
 
 
ADULTERAÇÃO DE 
SINAL 
IDENTIFICADOR 
DE VEÍCULO 
AUTOMOTOR 
Adulterar ou remarcar número 
de chassi ou qualquer sinal 
identificador de veículo 
automotor, de seu 
componente ou equipamento. 
Trata-se de crime comum que 
se consuma no instante da 
adulteração ou remarcação. 
Se o agente comete o crime no 
exercício da função pública ou 
em razão dela, a PENA É 
AUMENTADA de um terço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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***************************************************************** 
Futuro(a) Aprovado(a), 
 
Até aqui, tudo tranquilo? Claro que sim, afinal, você já 
venceu um grande caminho para chegar até esta aula. 
 
Sendo assim, MOTIVAÇÃO TOTAL, pois iniciaremos agora 
mais um importante assunto! 
 
Vamos em frente! Bons estudos! 
 
***************************************************************** 
9.7 CRIMES HEDIONDOS – LEI N° 8.072/90 - INTRODUÇÃO 
 
Os crimes hediondos, do ponto de vista da criminologia sociológica, são os crimes 
que estão no topo da pirâmide de desvaloração axiológica criminal, devendo, 
portanto, ser entendidos como crimes mais graves, mais revoltantes, que causam 
maior aversão à coletividade. Segundo Fátima Aparecida de Souza Borges: 
 
Crime hediondo diz respeito ao delito cuja lesividade é acentuadamente 
expressiva, ou seja, crime de extremo potencial ofensivo, ao qual denominamos 
crime de gravidade acentuada. 
 
9.8 ASPECTOS DA LEI Nº 8.072/90 
 
 9.8.1 DEFINIÇÃO DOS CRIMES HEDIONDOS 
 
A Constituição da República, no seu artigo 5º, XLIII, protegendo os direitos 
fundamentais dos brasileiros e estrangeiros residentes no País, determinou que 
alguns delitos, desde logo, fossem denominados hediondos e, assim, fossem 
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia. 
Dentre eles a tortura, o tráfico de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e 
outros que fossem classificados pelo legislador. 
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De acordo com a Lei 8.072, de 25/06/1990 – Lei de Crimes Hediondos – 
também são considerados crimes desta categoria: 
 
 Homicídio quando praticado em atividade típica de extermínio, ainda que 
cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, parágrafo 2º, 
incisos I,II, III,IV e V); 
 Latrocínio; 
 Extorsão qualificada pela morte; 
 Extorsão mediante sequestro e na forma qualificada; 
 Estupro, art.213 caput e §§1º e 2º; 
 Estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); 
 
 Epidemia com resultado morte; 
 Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a 
fins terapeuticos ou medicinais; 
 VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual 
de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 
2º). 
 Crime de genocídio previsto nos artigos 1º, 2º e 3º da lei 2889/56. 
 
 
OBSERVAÇÃO 
Com a redação que lhe deu a Lei n.º 12.015/09, o artigo 1.°, incisos V 
e VI, da Lei n. 8.072/90, dispõe que são considerados hediondos os 
seguintes crimes [...]: [...] V - estupro (art. 213, caput e §§ 1.º e 2.º); 
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1.º, 2.º, 3.º e 4.º). 
A menção clara às figuras do caput e dos parágrafos não deixa dúvida 
quanto à hediondez tanto das modalidades simples como das 
qualificadas desses delitos, pondo fim à controvérsia teórico-
jurisprudencial sobre a aplicabilidade da Lei dos Crimes Hediondos ao 
crime de estupro simples (e atentado violento ao pudor simples), ou 
com violência presumida, na anterior fórmula com que o Código Penal 
tratava a matéria. 
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 9.8.2 ANISTIA, GRAÇA E INDULTO 
 
A graça e o indulto juntamente com a anistia são formas de extinção da 
punibilidade (art.107, II, CP). 
Anistia conceitua-se como sendo um ato pelo qual uma autoridade concede o 
perdão a determinados indivíduos, geralmente por crimes de teor político. 
A graça destina-se a pessoa determinada e não ao fato, já o indulto, é uma 
medida de caráter coletivo. Ambas, só podem ser concedidas pelo Presidente 
da Republica que pode delegar tal atribuição a Ministro de Estado ou a outras 
autoridades. 
A graça, o indulto e a anistia não são aplicáveis aos delitos que se referem a 
“pratica de tortura, trafico ilícito de entorpecentes e drogas afim, o terrorismo e 
os definidos como crimes hediondos.” 
 
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: 
I - anistia, graça e indulto; 
 
 9.8.3 FIANÇA E LIBERDADE PROVISÓRIA 
 
O artigo 2°, inciso II da Lei 8072/90, em sua redação original, vedava 
expressamente a concessão de fiança e liberdade provisória nos crimes 
hediondos e equiparados. 
Porém, a Constituição Federal, em seu artigo 5°, inciso XLIII veda apenas a 
concessão de fiança (e não de liberdade provisória) nos crimes hediondos e 
equiparados: 
 
Art. 5º 
[...] 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de 
graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como 
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os 
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
 
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Fica claro que o que fez o poder constituinte foi restringir a concessão de fiança 
a certos crimes, mas de forma alguma objetivou proibir a liberdade provisória, 
pois esta pode ser concedida com ou sem fiança, nos termos da lei processual 
penal, conforme artigo 5°, inciso LXVI da CF: 
 
Art. 5º [...] 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei 
admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; 
 
Nesta linha, o legislador revogou o inciso II do artigo 2°, da Lei 8072/90 na 
parte em que vedada a liberdade provisória nos crimes hediondos e 
equiparados. Observe a atual redação: 
"Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito 
de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: 
I - anistia, graça e indulto; 
II - fiança e liberdade provisória. 
(...) 
II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)" 
 
Ora, no atual ordenamento constitucional a liberdade é a regra, e qualquer 
espécie de prisão cautelar deve ser devidamente fundamentada nos termos do 
artigo 312 do Código de Processo Penal. 
O STF já se manifestou inúmeras vezes nesse sentido. No HC 95.464-SP, o 
Ministro Celso de Mello enfatizou: "A PRISÃO CAUTELAR CONSTITUI MEDIDA 
DE NATUREZA EXCEPCIONAL" e "A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO 
CONSTITUI FATOR DE LEGITIMAÇÃO DA PRIVAÇÃO CAUTELAR DA 
LIBERDADE." (STF HC N. 95.464-SP. RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO) 
Portanto, qualquer prisão cautelar deve ser devidamente fundamentada com 
base em elementos reais, que serão analisados em cada caso concreto, de 
modo que a gravidade em abstrato do crime (seja hediondo ou não) não serve 
de fundamento para a restrição do status libertatis de alguém, sob pena de 
constrangimento ilegal. 
 
 9.8.4 PROGRESSÃO DE REGIME E APELAÇÃO EM LIBERDADE 
 
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Trataremos, inicialmente, de um ponto que, até pouco tempo, era objeto de 
inúmeros debates. Trata-se da possibilidade de progressão de regime nos 
crimes hediondos e equiparados. 
Para a sua PROVA, o importante é que você tenha o cabal entendimento de que 
agora, é legalmente admitida a progressão de regime prisional quando se 
tratar de condenação por crime hediondo e seus equiparados (tortura, tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins e terrorismo), uma vez que o novo §1º, 
do art. 2º da Lei dos Crimes Hediondos, diz que a pena, por tais crimes será 
cumprida inicialmente em regime fechado. 
 
Art. 2º [...] 
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida 
inicialmente em regime fechado. 
 
O §2º, do mencionado artigo, estabelece a quantidade que deve ser cumprida 
da pena, para que seja possível a progressão do regime (ou seja, 2/5 para 
apenados primários, e 3/5 para reincidentes). Veja: 
Art. 2º 
[...] 
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes 
previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois 
quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três 
quintos), se reincidente. 
 
Por fim, cabe ressaltar que segundo a lei nº 8.072/90, poderá a autoridade 
judicial permitir que o réu apele em liberdade. Observe: 
 
Art. 2º 
[...] 
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá 
fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. 
 
 9.8.5 DELAÇÃO PREMIADA 
 
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A delação premiada é o ato de um acusado, em troca da redução ou até 
isenção da pena, denunciar outros participantes do crime, indicar a localização 
da vítima em caso de sequestro ou contribuir, de alguma forma, para a 
resolução do caso. 
Na Lei dos Crimes Hediondos (Lei 8.072/90), em seu art. 8º, parágrafo único, 
está prevista uma forma de delação premiada chamada de traição benéfica. 
Observe: 
 
 Art. 8º [...] 
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à 
autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu 
desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços. 
 
A delação premiada prevista na lei de crimes hediondos tem como requisitos a 
existência de quadrilha ou bando, formada especificamente para a prática de 
crimes de tortura, terrorismo, tráfico de drogas ou crime hediondo, delatado à 
autoridade por um de seus coautores ou partícipes, bem como a eficácia da 
traição, consistente no desmantelamento do bando. 
Há uma reflexão que se deve fazer em relação ao reclamado 
desmantelamento: não há necessidade de comprovação futura no sentido de 
que a quadrilha ou bando deixou de atuar, se desfez completamente. 
Não seria razoável exigir que para a redução de pena o delator tivesse que 
contar com a comprovação de evento futuro e incerto, e sendo assim, para 
usufruir o benefício basta que as informações apresentadas sejam aptas à 
elucidação do emaranhado criminoso investigado, com resultado exitoso em 
termos de tornar possível a responsabilização penal. 
 
***************************************************************** 
 
Passemos, agora, ao último tema de nosso curso. 
 
***************************************************************** 
 
 
 
 
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10.1 CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL – NOÇOES 
INTRODUTÓRIAS 
 
10.1.1 INTRODUÇÃO 
 
Entrou em vigor no dia 10 de agosto de 2009, data de sua publicação, a Lei 
nº. 12.015, de 07 de agosto de 2009, que alterou o Título VI da Parte Especial 
do Código Penal. 
 A mudança começa com a denominação do Título VI da Parte Especial do 
Código Penal. A expressão crimes contra os costumes, criticada pela 
doutrina, foi substituída pela expressão crimes contra a dignidade sexual, 
seguramente mais adequada, pois indica real bem jurídico protegido. 
O Capítulo I manteve a nomenclatura crimes contra a liberdade sexual, mas 
seu conteúdo foi bastante alterado, a começar pela junção dos tipos penais 
estupro e atentado violento ao pudor, previstos, antes, nos artigos 213 e 214, 
respectivamente. 
O tipo objetivo de estupro era “constranger mulher à conjunção carnal, 
mediante violência ou grave ameaça”, enquanto o de atentado violento ao 
pudor era “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a 
praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso diverso da 
conjunção carnal”. A pena, para os dois crimes, era de reclusão, de 6 (seis) a 
10 (dez) anos. 
O novo tipo penal, previsto no artigo 213, ao qual foi atribuído o nome 
ESTUPRO, incrimina a ação de “constranger alguém, mediante violência ou 
grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se 
pratique outro ato libidinoso”. A pena foi mantida no mesmo patamar – 
reclusão de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
O Capítulo II, que antes tratava da sedução, abolida pela Lei nº. 11.106/05, 
e da corrupção de menores, recebeu a denominação dos crimes sexuais 
contra vulnerável, abrangendo quatro figuras delitivas: 
 
 
 
 
 
 
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 O estupro de vulnerável; 
 A corrupção de menores; 
 A satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente; e 
 O favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração de 
vulnerável. 
 
O Capítulo III que tratava do rapto foi completamente revogado. 
O Capítulo IV, com o título Disposições Gerais, abrange agora as 
disposições sobre a ação penal, aplicáveis agora aos crimes contra a liberdade 
sexual e aos crimes sexuais contra vulneráveis, bem como sobre causas de 
aumento de pena, aplicáveis aos mesmos crimes. 
O Capítulo V recebeu a denominação: Do Lenocínio e do tráfico de 
pessoa para fim de prostituição ou outra forma de exploração sexual. 
Apenas o artigo 227, que tipifica o crime de mediação para servir à lascívia de 
outrem, não foi alterado. Os demais sofreram mudança, em menor ou maior 
grau. 
Nenhuma alteração foi feita no Capítulo VI, que cuida do ultraje público ao 
pudor (arts. 233 e 234). 
Por fim, a Lei nº. 12.015/09 introduziu o Capítulo VII (Disposições Gerais), 
que prevê causas de aumento de pena aplicáveis a todos os crimes contra a 
dignidade sexual. 
A pena é aumentada de metade, se do crime resultar gravidez (art. 234-A, 
inc. III), e de um sexto até metade, se o agente transmite à vítima doença 
sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador 
(art. 234-A, inc. IV). 
O art. 234-B determina que os processos relativos a crimes contra a dignidade 
sexual correrão em segredo de justiça. 
Assim, agora que já traçamos um panorama legal do assunto, vamos analisar 
os delitos. 
 
10.2 CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL – DOS CRIMES CONTRA A 
LIBERDADE SEXUAL 
 
 
 
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 10.2.1 ESTUPRO 
 
O crime de estupro (art. 213 do CP) sofreu substancial alteração com o 
advento da Lei 12.015/09. Para compreendermos a verdadeira extensão do 
novo texto legal é necessário compará-lo com a norma anterior. Observe: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O novo artigo de lei uniu parte do texto do revogado art. 214 com o antigo 
art. 213, lhe dando o legislador nova tipificação. Assim, o legislador não 
alterou a conduta de manter conjunção carnal como uma das elementares do 
crime, mas acrescentou ao rol de condutas típicas do crime de estupro, 
praticar ou permitir que com ele (“alguém”– sujeito passivo) se pratique outro 
ato libidinoso. 
Verifica-se de plano que a expressão “MULHER” foi retirada do texto legal, 
cedendo espaço para a expressão “ALGUÉM”. Assim, com a nova expressão, 
podemos afirmar que o homem, até então desprotegido, agora pode ser 
vítima de estupro. 
Art. 213 - Constranger mulher à conjunção carnal, 
mediante violência ou grave ameaça. 
Antiga 
redação! 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou 
grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou 
permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. 
Nova 
redação! 
Art. 214 - Constranger alguém, mediante violência ou 
grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se 
pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal. 
 
ATENTADO 
VIOLENTO AO 
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Com a nova redação do art. 213 não há que se falar mais que estupro só 
ocorre com CONJUNÇÃO CARNAL que seria a introdução do pênis masculino 
na vagina feminina. A partir do novo texto legal basta a prática de 
QUALQUER ATO LIBIDINOSO. Desta forma, por exemplo, se houver a 
introdução de pênis postiço na vagina, haverá crime de estupro. 
Todas estas alterações fazem com que possamos afirmar que houve uma 
considerável ampliação no rol de sujeitos ativos passíveis de cometer o 
delito. Antes, só o homem poderia cometer o estupro. Agora, a mulher 
também pode figurar no polo ativo do crime, pois, como visto, o crime 
também ocorre quando alguém é constrangido mediante violência ou grave 
ameaça “a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. 
Desse modo, podemos afirmar também que é possível a ocorrência de um 
estupro de uma mulher perpetrado por outra mulher ou mesmo de um 
homem por outro homem (com a introdução de membro genital postiço na 
vagina ou no ânus da vítima, por exemplo). 
O crime que antes era bi-próprio (exigindo assim condição especial do sujeito 
ativo que somente poderia ser o homem, e do sujeito passivo que somente 
era a mulher), passou a ser crime comum, podendo ser praticado por homem 
ou mulher, bem como podendo ter como sujeito passivo o homem, a mulher e 
o transexual não importando se este realizou a operação para mudança 
definitiva de suas características sexuais. 
 
10.2.1.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
 SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por 
qualquer pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: É a pessoa física que tem a dignidade sexual 
afrontada. 
 
 OBJETO MATERIAL: A lei tutela o direito que o individuo tem de dispor 
de seu corpo. O estupro, atingindo a liberdade sexual, agride 
simultaneamente a dignidade do ser humano. O delito tem como objeto 
material a pessoa contra quem é dirigida a conduta ( homem ou 
mulher). 
 
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 ELEMENTOS: 
 
3. OBJETIVO: É núcleo do tipo: 
 Constranger  Forçar, compelir, obrigar. O constrangimento 
deve ser feito mediante violência física ou grave ameaça e 
deve haver dissenso da vitima. Na primeira figura o 
constrangimento visa conjunção carnal, sendo indiferente 
que a penetração seja completa ou que haja ejaculação. Na 
segunda figura compreende-se o sexo anal, oral, a 
masturbação etc. 
Observação: O legislador não fez distinção entre as diversas 
formas de sexo libidinoso, punindo com as mesmas penas 
um sexo anal e um toque em regiões intimas. 
 
4. SUBJETIVO: 
 O dolo é o elemento necessário ao crime de estupro. Não é 
admissível modalidade culposa por ausência de disposição 
legal. (Também, só faltava o indivíduo alegar que estuprou 
por negligência...). 
 
 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
3. Quando a conduta do agente for dirigida finalisticamente a ter 
conjunção carnal com a vítima, o delito de estupro se consuma 
com a efetiva penetração do pênis do homem na vagina da 
mulher, não importando se total ou parcial, não importando se 
houve inclusive ejaculação. 
A consumação da 2ª parte do art. 213, CP, ocorre no momento em 
que o constrangimento, levado a efeito mediante violência ou 
grave ameaça, obriga a vitima a praticar ou permitir que com ela 
se pratique outro ato libidinoso diverso da conjunção carnal. 
Assim, no momento em que o agente, por exemplo, valendo-se do 
emprego de ameaça, faz com que a vitima toque em si mesma, 
com o fim de masturbar-se, ou no próprio agente, ou terceira 
pessoa vier a atuar sobre o corpo da vitima, tocando em suas 
partes (seios, nádegas, pernas, vagina ), temos a consumação do 
delito. 
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4. A tentativa é admissível, mas de difícil comprovação. Exemplo: 
Tício prepara-se para estuprar Mévia. Após estar tudo preparado 
ele tira a sua roupa, mas lembra da pena de 06 a 10 anos de 
reclusão que o está aguardando. Neste momento, observa uma 
pequena falha fisiológica e fica impossibilitado de efetuar a 
conjunção carnal. Assim, envergonhado, veste a roupa e vai 
embora deixando Mévia às gargalhadas... Neste caso, configura-se 
a tentativa e neste sentido já se pronunciou o STJ: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 QUALIFICADORAS 
 
O estupro será qualificado em duas situações: 
 
 Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a 
vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos  
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. 
 Se da conduta resulta morte  Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 
(trinta) anos. 
 
 10.2.2 VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE 
 
O delito de violação sexual mediante fraude encontra-se definido no art. 215 
do código Penal nos seguintes termos: 
 
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com 
alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a 
livre manifestação de vontade da vítima: 
STJ, REsp 792.625/DF, DJ 27.11.06 
Dado início a execução do crime de estupro, consistente no emprego de 
grave ameaça à vítima e na ação, via contato físico, só não se realizando a 
consumação em virtude de momentânea falha fisiológica, alheia à vontade 
do agente, tudo isso, caracteriza a tentativa e afasta, simultaneamente, a 
denominada desistência voluntária. (Precedente desta Corte).

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