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DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 1 SIMULADO 01 Caderno de Comentários DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 2 DIREITO PENAL 01 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA No que tange à Teoria da Pena, analise as assertivas abaixo. I – Com exceção da reincidência, as circunstâncias agravantes não incidem nos crimes culposos. II – Folha de antecedentes criminais não é um documento válido para comprovar maus antecedentes ou reincidência III - A incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico ilícito de entorpecentes exige o reconhecimento da traficância pelo acusado, não bastando a mera admissão da posse ou propriedade para uso próprio. IV - Na sentença condenatória por crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor (Lei 9.503/97, art. 302, caput), a reincidência pode ser considerada para efeito de fixação de regime inicial fechado para o cumprimento da pena privativa de liberdade; Estão corretas as afirmativas: a) I e III b) I e IV c) III e IV d) I, II e III e) II, III e IV COMENTÁRIO ESTÃO CORRETAS AS AFIRMATIVAS I e III I – CORRETA Como regra as agravantes são aplicáveis apenas aos crimes dolosos. Há um acórdão do STJ que admite a consideração de motivos nos crimes culposos, mas se trata de uma decisão isolada. II – INCORRETA – Súmula 636, STJ: Súmula 636-STJ: A folha de antecedentes criminais é documento suficiente a comprovar os maus antecedentes e a reincidência. (Súmula aprovada em 2019!) DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 3 ¯ Fique atento! Se o réu for reincidente, sofrerá diversos efeitos negativos no processo penal. O principal deles é que, no momento da dosimetria da pena em relação ao segundo delito, a reincidência será considerada como uma agravante genérica (art. 61, I do CP), fazendo com que a pena imposta seja maior do que seria devida caso ele fosse primário. Outras consequências da reincidência: Além de ser uma agravante, a reincidência produz inúmeras outras consequências negativas para o réu. Vejamos as principais: a) Torna mais gravoso o regime inicial de cumprimento de pena (art. 33, § 2º do CP); b) O reincidente em crime doloso não tem direito à substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (art. 44, II); c) O reincidente em crime doloso não tem direito à suspensão condicional da pena – sursis (art. 77, I), salvo se condenado apenas a pena de multa (§ 1º do art. 77); d) O réu reincidente não poderá ser beneficiado com o privilégio no furto (art. 155, § 2º), na apropriação indébita (art. 170), no estelionato (art. 171, § 1º) e na receptação (art. 180, § 5º, do CP); e) A reincidência impede a concessão da transação penal e da suspensão condicional do processo (arts. 76, § 2º, I e 89, caput da Lei nº 9.099/95); f) No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência (art. 67 do CP); g) Influencia no tempo necessário para a concessão do livramento condicional (art. 83); h) O prazo da prescrição executória aumenta em 1/3 se o condenado é reincidente (art. 110) (obs.: não influencia na prescrição da pretensão punitiva); i) É causa de interrupção da prescrição executória (art. 117, VI); j) É causa de revogação do sursis (art. 81, I e § 1º), do livramento condicional (art. 86, I e II, e art. 87) e da reabilitação, se a condenação for a pena que não seja de multa (art. 95). III – CORRETA DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 4 Súmula 630-STJ: A incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico ilícito de entorpecentes exige o reconhecimento da traficância pelo acusado, não bastando a mera admissão da posse ou propriedade para uso próprio. (Súmula aprovada em 2019!) IV – INCORRETA Como regra a reincidência leva ao regime fechado. Só que isso não acontece se o crime é punido com detenção, como é o caso do homicídio culposo previsto no CTB. Na detenção não cabe regime fechado. Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. RESPOSTA: A 02 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA Assinale a alternativa correta: a) A reincidência ficta, aceita pelo Código Penal, ocorre quando o sujeito pratica a nova infração após cumprir, total ou parcialmente, a pena imposta em face do crime anterior; enquanto a reincidência real ocorre quando o sujeito comete o novo crime após haver transitado em julgado sentença que o tenha condenado por delito anterior. b) Condenações anteriores transitadas em julgado podem ser utilizadas como conduta social desfavorável aptas a elevar a pena-base. c) Havendo previsão em lei especial da cominação cumulativa de pena privativa de liberdade e pecuniária, é vedada a substituição da prisão por multa. d) O juiz não pode reconhecer a teoria da coculpabilidade como sendo uma atenuante genérica prevista no art. 66 do Código Penal, em razão do princípio da legalidade estrita que rege o direito penal. e) O sistema da exasperação foi adotado em relação ao concurso material (art. 69), ao concurso formal imperfeito ou impróprio (art. 70, caput, 2.ª parte), e, pelo texto da lei, ao concurso das penas de multa (art. 72). DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 5 COMENTÁRIO LETRA C – CORRETA (GABARITO) - Súmula 171, STJ. Súmula 171 – STJ - Cominadas cumulativamente, em lei especial, penas privativa de liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da prisão por multa. LETRA A – INCORRETA - A assertiva troca os conceitos de reincidência ficta e reincidência real! Reincidência real � ocorre quando o sujeito pratica a nova infração após cumprir, total ou parcialmente, a pena imposta em face do crime anterior Reincidência ficta � aceita pelo Código Penal, ocorre quando o sujeito comete o novo crime após haver transitado em julgado sentença que o tenha condenado por delito anterior. LETRA B – INCORRETA – Info 639 Condenações anteriores transitadas em julgado não podem ser utilizadas como conduta social desfavorável. A circunstância judicial “conduta social”, prevista no art. 59 do Código Penal, representa o comportamento do agente no meio familiar, no ambiente de trabalho e no relacionamento com outros indivíduos. Os antecedentes sociais do réu não se confundem com os seus antecedentes criminais. São circunstâncias distintas, com regramentos próprios. Assim, não se mostra correto o magistrado utilizar as condenações anteriores transitadas em julgado como “conduta social desfavorável”. Não é possível a utilização de condenações anteriores com trânsito em julgado como fundamento para negativar a conduta social. STF. 2ª Turma. RHC 130132, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 10/5/2016 (Info 825). STJ. 5ª Turma. HC 475436/PE, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 13/12/2018. STJ. 6ª Turma. REsp 1760972-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 08/11/2018 (Info 639). LETRA D– INCORRETA É possível, a depender do caso concreto, que o juiz reconheça a teoria da coculpabilidade como sendo uma atenuante genérica prevista no art. 66 do Código Penal. STJ. 5ª Turma. HC 411.243/PE, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 07/12/2017. ¯ Fique atento! Por coculpabilidade entende-se a reprovação que deve recair sobre o Estado quando este DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 6 não proporcionar ao autor do delito a oportunidade de escolher não se enveredar pela senda criminosa. Esclarece a doutrina que “há sujeitos que têm um menor âmbito de autodeterminação, condicionado desta maneira por causas sociais. Não será possível atribuir estas causas sociais ao sujeito e sobrecarregá-locom elas no momento da reprovação de culpabilidade " (ZAFFARONI e PIERANGELI. Manual de direito penal brasileiro - Parte Geral. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997. p. 613). “A teoria da coculpabilidade ingressa no mundo do Direito Penal para apontar e evidenciar a parcela de responsabilidade que deve ser atribuída à sociedade quando da prática de determinadas infrações penais pelos seus 'supostos cidadãos'” (...) “pode acontecer que alguém pratique determinada infração penal porque, marginalizado pela própria sociedade, não consegue emprego e, por essa razão, o meio social no qual foi forçosamente inserido entende que seja razoável tomar com as suas próprias mãos aquilo que a sociedade não lhe permite conquistar com seu trabalho. A divisão da responsabilidade entre o agente e a sociedade permitirá a aplicação de uma atenuante genérica, diminuindo, pois, a reprimenda relativa à infração penal por ele cometida.” (GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Geral. Ímpetus, 2007. p. 425-426) Assim, a Teoria da coculpabilidade é uma espécie de corresponsabilidade social (do Estado) quanto à criminalidade, na medida em que, estabelecidos determinados direitos e garantias pela Constituição Federal, deveriam estes ser concretizados na vida de todos os cidadãos. Não concretizados tais direitos, deve a reprovabilidade da conduta criminosa dos cidadãos aos quais não foram oferecidas condições plenas de desenvolvimento pessoal ser mitigada, pois a culpa pela formação desses agentes criminosos seria em parte do Estado, aplicando-se a atenuante genérica do art. 66 do CP. A tese da coculpabilidade depende da verificação, no caso concreto, de elementos que demonstrem que o Estado tenha deixado de prestar a devida assistência ao acusado. LETRA E – INCORRETA O sistema do cúmulo material foi adotado em relação ao concurso material (art. 69), ao concurso formal imperfeito ou impróprio (art. 70, caput, 2.ª parte), e, pelo texto da lei, ao concurso das penas de multa (art. 72). RESPOSTA: C DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 7 03 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA Em relação às penas no Direito penal, julgue os itens a seguir: I - As penas têm finalidade eclética, isto é, retributiva e preventiva, enquanto as medidas de segurança destinam-se exclusivamente à prevenção de novas infrações penais (prevenção especial). II – Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, salvo no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. III – No caso de concurso formal perfeito de infrações, a pena de multa deve receber o mesmo acréscimo imposto à pena privativa de liberdade. IV – Poderá ser substituída por pena restritiva de direitos a pena privativa de liberdade aplicada a réu reincidente, anteriormente condenado pela prática do crime de lesões corporais culposas e sentenciado a pena de cinco anos de reclusão pela prática de homicídio culposo. V – É possível a extinção da punibilidade independentemente do pagamento da multa aplicada cumulativamente à pena privativa de liberdade. Assinale a alternativa que corresponde às afirmativas corretas: a) Todas as afirmativas estão corretas b) Todas as afirmativas estão incorretas c) Há apenas 1 afirmativa correta d) Há 2 afirmativas corretas e) Há 3 afirmativas corretas COMENTÁRIOS HÁ 3 AFIRMATIVAS CORRETAS: I, IV e V I – CORRETA CORRETA – MASSON, Cleber. Direito penal esquematizado – Parte geral – vol.1. 9.ª ed. São Paulo: MÉTODO, 2015.p. 962 II – INCORRETA – ALTERAÇÃO PROMOVIDA PELO PACOTE ANTICRIME! Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 8 III – INCORRETA Multas no concurso de crimes Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente IV –CORRETA Por força do art. 44 do CP: "As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I – Aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; II – O réu não for reincidente em crime doloso; III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente"). V – CORRETA O inadimplemento da pena de multa impede a extinção da punibilidade mesmo que já tenha sido cumprida a pena privativa de liberdade ou a pena restritiva de direitos? NÃO. Nos casos em que haja condenação a pena privativa de liberdade e multa, cumprida a primeira (ou a restritiva de direitos que eventualmente a tenha substituído), o inadimplemento da sanção pecuniária não obsta o reconhecimento da extinção da punibilidade.Em outras palavras, o que importa para a extinção da punibilidade é o cumprimento da pena privativa de liberdade ou da restritiva de direitos. Cumpridas tais sanções, o fato de o apenado ainda não ter pago a multa não interfere na extinção da punibilidade. Isso porque a pena de multa é considerada dívida de valor e, portanto, possui caráter extrapenal, de modo que sua execução é de competência exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública. Assim, cumprida a pena privativa de liberdade (ou restritiva de direitos), extingue-se a execução penal e se restar ainda pendente o pagamento da multa, esta deverá ser cobrada pela Fazenda Pública, no juízo competente, tendo se esgotado, no entanto, a jurisdição criminal. STJ. 3ª Seção. REsp 1.519.777-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/8/2015 (recurso repetitivo) (Info 568). RESPOSTA: E 04 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 9 Assinale a alternativa incorreta: a) A reabilitação é o instituto jurídico-penal que se destina a promover a reinserção social do condenado, a ele assegurando o sigilo de seus antecedentes criminais, bem como a suspensão condicional de determinados efeitos secundários de natureza extrapenal e específicos da condenação. b) Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima superior a 4 anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito. c) O ressarcimento do dano causado pelo crime ou a demonstração da absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exibição de documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida, é requisito para que haja reabilitação. d) Na Lei de Organização Criminosa, a condenação de funcionário público implicará a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função pública ou cargo público pelo prazo de 8 anos subsequentes ao cumprimento da pena, sendo o referido efeito automático. e) Em caso de transação penal, não se aplicam os efeitos extrapenais previstos no art. 91 do Código Penal. COMENTÁRIOS LETRA A – CORRETA Masson, Cleber. Direito penal esquematizado – Parte geral – vol.1. 9.ª ed. São Paulo: MÉTODO, 2015, p. 951/952. LETRA B – INCORRETA (GABARITO) ATENÇÃO para a recente alteração legislativa promovida pela Lei nº 13.964/2019, que inseriu o art. 91-A no Código Penal: Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima superior a 6 anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes àdiferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito. § 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do condenado todos os bens: I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou indireto, na data da infração penal ou recebidos posteriormente; e DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 10 II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do início da atividade criminal. § 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita do patrimônio. § 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada. § 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e especificar os bens cuja perda for decretada. § 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e milícias deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do Estado, dependendo da Justiça onde tramita a ação penal, ainda que não ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública, nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos crimes. LETRA C – CORRETA art. 94, CP. A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado: I - Tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; II - Tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento público e privado; III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida. LETRA D– CORRETA O §6º do art. 2º da Lei 12.850/13 estabelece que a condenação de funcionário público implicará a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função pública ou cargo público pelo prazo de 8 anos subsequentes ao cumprimento da pena. LETRA E – CORRETA As consequências jurídicas extrapenais previstas no art. 91 do Código Penal são decorrentes de sentença condenatória. Tal não ocorre, portanto, quando há transação penal, cuja sentença tem natureza meramente homologatória, sem qualquer juízo sobre a responsabilidade criminal do aceitante. As consequências geradas pela transação penal são essencialmente aquelas estipuladas por modo consensual no respectivo instrumento de acordo. STF. Plenário. RE 795567/PR, DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 11 Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 28/5/2015 (Info 787). RESPOSTA: B 05 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA Considerando os institutos do sursi da pena e do livramento condicional, analise as alternativas abaixo: I – Segundo entendimento do STF, durante a suspensão condicional da pena não corre o prazo prescricional. II – A suspensão condicional da pena será obrigatoriamente revogada se, no curso do prazo, o beneficiário pratica novo crime doloso. III – Enquanto no sursis o período de prova é representado pelo restante da pena ainda não cumprido, no livramento condicional o período de prova deve ser estipulado dentro dos parâmetros legalmente indicados: entre 2 (dois) e 4 (quatro) anos IV – É possível a revogação do livramento condicional em virtude de condenação por crime cometido antes de sua vigência. V - Nos casos de livramento condicional, para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do benefício ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir. Está correto o que se afirma em: a) I, II e III b) I, III e IV c) II, III e IV d) I, IV e V e) I, II, IV e V COMENTÁRIO I – CORRETA – Info 744 Ao analisar um pedido de extradição, o STF confirmou a conclusão (pacífica) de que durante a suspensão condicional da pena (art. 77 do CP), não corre prazo o prescricional. STF. 2ª Turma. Ext 1254/Romênia, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 29/4/2014 (Info 744). DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 12 Segundo o art. 112, I, do CP, a prescrição somente começa a correr do dia em que for revogada a suspensão condicional da pena (sursis). II – INCORRETA - art. 81, I do CP Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: I - É condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso". Portanto, não basta o cometimento de um crime, é necessário que seja doloso e haja sentença irrecorrível III – INCORRETA A assertiva trocou! Livramento condicional � período de prova é representado pelo restante da pena ainda não cumprido Sursis � período de prova deve ser estipulado dentro dos parâmetros legalmente indicados: entre 2 (dois) e 4 (quatro) anos. IV – CORRETA Art. 86, CP - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: I - Por crime cometido durante a vigência do benefício II - Por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código V – CORRETA – art. 83, §único Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir. RESPOSTA: D 06 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 13 Acerca da prescrição, assinale a alternativa correta: a) Segundo entendimento majoritário da doutrina e do STJ, o acórdão que confirma ou reduz a pena não interrompe a prescrição. b) A denominada prescrição retroativa é modalidade de prescrição da pretensão punitiva e o respectivo prazo deve ser aumentado de 1/3 (um terço), se o condenado for reincidente. c) Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, computando-se o acréscimo decorrente da continuação. d) A prescrição pela pena em concreto é somente da pretensão executória da pena privativa de liberdade, devendo as demais modalidades de prescrição serem regulares pela pena em abstrato cominada ao delito. e) Em recente alteração legislativa, a Lei nº 13.963/2019 passou a prever que a prescrição ficará suspensa enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal. COMENTÁRIOS LETRAS A – CORRETA (GABARITO) Acórdão que confirma ou reduz a pena interrompe a prescrição? SIM. É a posição atual da 1ª Turma do STF. O acórdão confirmatório da sentença implica a interrupção da prescrição. STF. 1ª Turma. HC 136392, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 03/10/2017. NÃO. É a posição da doutrina, do STJ e da 2ª Turma do STF. O art. 117, IV do CP estabelece que o curso da prescrição interrompe-se pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis. Se o acórdão apenas CONFIRMA a condenação ou então REDUZ a pena do condenado, ele não terá o condão de interromper a prescrição. STF. 2ª Turma. ARE 1033206 AgR-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/10/2017. STJ. Corte Especial. AgRg no RE nos EDcl no REsp 1301820/RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 16/11/2016. Letras B – INCORRETA O erro da letra C está em afirmar que a reincidência se aplica para fins de cálculo da prescrição retroativa, mas na verdade só se aplica para a modalidade de prescrição da pretensão executória, após trânsito em julgado da sentença, senão vejamos o art. 110,CP Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. LETRA C – INCORRETA – Súmula 497, STF Súmula 497, STF - Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 14 pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação. LETRA D – INCORRETA Esse era o teor da Súmula 604 do STF, que, no entanto, está superada! Embora a prescrição da pretensão executória seja calculada pela pena em concreto, ela não é a única. A prescrição intercorrente e a prescrição retroativa também são calculadas pela pena em concreto. Logo, não se pode dizer que a prescrição pela pena em concreto somente ocorre no caso de pretensão executória. LETRA E – INCORRETA – novidade legislativa!!! A lei 13.964/2019 de fato inseriu tal possibilidade no Código de Processo Penal. No entanto, trata-se de uma causa impeditiva da prescrição, e não suspensiva. Vejamos: Causas impeditivas da prescrição Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; (LEI 13964/19) III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis; e (LEI 13964/19) IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal. (LEI 13964/19) Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. RESPOSTA: A 07 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA Assinale a opção correta: a) Na interpretação sistemática, busca-se utilizar métodos indutivos, dedutivos de dialética, tentando encontrar o sentido da lei, a partir da razão, enquanto na interpretação progressiva, busca-se o fundamento de criação da norma. b) Entende-se por analogia o processo de averiguação do sentido da norma jurídica, valendo-se de elementos fornecidos pela própria lei, através de método de semelhança. DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 15 c) De acordo com a jurisprudência do STJ, a aplicação do princípio da consunção pressupõe a existência de ilícitos penais que funcionem como fase normal de preparação ou de execução de outro crime com evidente vínculo de dependência ou subordinação entre eles. d) Ocorre o crime progressivo ou progressão criminosa quando o agente, para alcançar o resultado mais gravoso, passa por outro, necessariamente menos grave. e) Leis penais em branco em sentido amplo são aquelas leis penais, cuja norma de complementação é oriunda de fonte diversa daquela que a editou. COMENTÁRIO LETRA A – INCORRETA • Interpretação sistemática: busca-se analisar o sistema em que a norma está inserida. • Interpretação progressiva: busca-se o significado legal de acordo com a ciência que está progredindo. • Interpretação lógica: busca-se utilizar métodos indutivos, dedutivos de dialética, tentando encontrar o sentido da lei, a partir da razão. • Interpretação histórica: busca-se o fundamento de criação da norma. LETRA B – INCORRETA Analogia não é a "averiguação do sentido da norma jurídica", nem temos uma norma jurídica para averiguar, por isso usamos o dispositivo da analogia. O processo de averiguar o sentido da norma cabe à interpretação. LETRA C- CORRETA - Este é o posicionamento do STJ. RECURSO ESPECIAL. PENAL E PROCESSUAL PENAL. POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO COM NUMERAÇÃO RASPADA E RESISTÊNCIA. INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO.IMPOSSIBILIDADE. CONDUTAS AUTÔNOMAS.AUSÊNCIA DE NEXO DE DEPENDÊNCIA OU SUBORDINAÇÃO ENTRE OS DELITOS. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1. De acordo com a atual jurisprudência consolidada deste Superior Tribunal de Justiça, a aplicação do princípio da consunção pressupõe a existência de ilícitos penais (delitos meio) que funcionem como fase de preparação ou de execução de outro crime (delito fim), com evidente vínculo de dependência ou subordinação entre eles; não sendo obstáculo para sua aplicação a proteção de bens jurídicos diversos ou a absorção de infração mais grave pelo de menor gravidade. Precedentes. 2. No caso, inaplicável o princípio DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 16 da consunção ante o delineamento fático do caso, no qual o porte de arma de fogo constituiu-se conduta autônoma relativamente ao delito de resistência, mormente pela circunstância de que a abordagem feita pela polícia ocorreu de forma aleatória quando realizam patrulhamento de rotina; o que evidencia a ausência de nexo de dependência ou subordinação entre os delitos. 3. Recurso parcialmente provido para, cassando o acórdão recorrido, determinar o retorno dos autos ao Tribunal de origem para que, afastada a incidência do princípio da consunção, aprecie as demais teses da apelação defensiva. LETRA D – INCORRETA Crime progressivo NÃO se confunde com progressão criminosa: no crime progressivo o agente, desde o princípio, já quer o crime mais grave. Na progressão, primeiro o sujeito quer o crime menos grave (e consuma) e depois decide executar outro, mais grave. Em ambos o réu responde por um só crime. De acordo com Rogério Sanches: • Crime progressivo: se dá quando o agente para alcançar um resultado/ crime mais grave passa, necessariamente, por um crime menos grave. Por exemplo, no homicídio, o agente tem que passar pela lesão corporal, um mero crime de passagem para matar alguém. • Progressão criminosa: o agente substitui o seu dolo, dando causa a resultado mais grave. O agente deseja praticar um crime menor e o consuma. Depois, delibera praticar um crime maior e também o concretiza, atentando comtra o mesmo bem juiríâico. Exemplo de progressão criminosa é o caso do agente que inicialmente pretende somente causar lesões na vítima, porém, após consumar os ferimentos, decide ceifar a vida do ferido, causando-lhe a morte. Somente incidirá a norma referente ao crime de homicídio, artigo 121 do Código Penal, ficando absorvido o delito de lesões corporais. LETRA E – INCORRETA – O conceito trazido pela assertiva é de lei penal em branco em sentido estrito, própria ou heterogênea. De acordo com Rogério Sanches: Normal penal em branco: é aquela que depende de complemento normativo. DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 17 É dizer: seu preceito primário (descrição da conduta proibida) não é completo, dependendo de complementação a ser dada por outra norma. Esta espécie comporta as seguintes classificações • Norma penal em branco própria (ou em sentido estrito ou heterogênea): o seu complemento normativo não emana do legislador, mas sim de fonte normativa diversa. Exemplo: a Lei n° 11 . 343/2006 (editada pelo Poder Legislativo) disciplina os crimes relacionados com o comércio de drogas, porém a aplicabilidade dos tipos penais depende de complemento encontrado em portaria do Ministério da Saúde, a Portaria no 344/2008 (editada pelo Poder Executivo) • Norma penal em branco imprópria (ou em sentido amplo ou hoMOgênea): o complemento normativo, neste caso, emana do próprio legislador, ou seja, da mesma fonte de produção normativa. Por motivos de técnica legislativa, o complemento poderá ser encontrado no próprio diploma legal ou em diploma legal diverso. Assim, teremos: -‐ Norma penal em branco imprópria homovitelina: o complemento emana da mesma instância legislativa (norma incompleta e seu complemento integram a mesma estrutura normativa). Exemplo: o artigo 312 do Código Penal trata do crime de peculato , conduta praticada por funcionário público. O conceito de funcionário público, para fins penais, está positivado em outro artigo, mais precisamente o 327, também do CódigoPenal . -‐ Norma penal em branco heterovitelina: o complemento da norma emana de instância legislativa diversa (norma incompleta e seu complemento integram estruturas normativas diversas). Exemplo: o artigo 236 do Código Penal depende de complemento encontrado no Código Civil, instância legislativa diversa. Note-se que o conceito de "impedimento" é encontrado em diploma legal distinto (Código Civil) . -‐ Norma penal em branco ao revés (ou invertida): na norma penal em branco ao revés, o complemento refere-se à sanção, preceito secundário, não ao conteúdo proibitivo (preceito primário). Exemplo: A Lei n° 2.889/56 , que cuida do crime de genocídio, não cuidou diretamente da pena, fazendo DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 18 expressa referência a outras leis no que diz respeito a esse ponto. O complemento da norma penal em branco ao revés deverá, necessariamente, ser encontrado em lei. RESPOSTA: B 08 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA Em relação à lei penal no tempo e no espaço, assinale a alternativa incorreta: a) Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. b) De acordo com o disposto no CP, fica sujeito à lei penal brasileira, mesmo cometido no estrangeiro, e ainda que lá absolvido o agente, o crime praticado contra o patrimônio de sociedade de economia mista. c) A homologação de sentença estrangeira para obrigar o condenado à reparação do dano, quando da aplicação de lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, depende de pedido da parte interessada. d) No que diz respeito à lei penal no tempo, a regra é a aplicação da lei apenas durante o seu período de vigência; a exceção é a extra-atividade da lei penal mais benéfica, que comporta duas espécies: a retroatividade e a ultra-atividade e) Se um indivíduo praticar uma série de crimes da mesma espécie, em continuidade delitiva e sob a vigência de duas leis distintas, aplicar-se-á, em processo contra ele, a lei mais benéfica ao caso. COMENTÁRIO LETRA A e B – CORRETAS Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 19 governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - Os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; LETRAS C – CORRETA Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; II - sujeitá-lo a medida de segurança. Parágrafo único - A homologação depende: a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. LETRA D – CORRETA Como regra geral, a lei penal deverá respeitar a extra-atividade, ou seja, não poderá retroagir nem ser aplicada ulteriormente (aplicar com efeitos para frente). Isso se dá pela questão da segurança jurídica, é preciso saber-se por qual lei será uma pessoa julgada. No entanto, a lei penal comporta ressalva no caso de haver benefício para o réu, portanto a lei penal pode ser extra-ativa. Esse pensamento vem expressado no art. 2º, caput e parágrafo único do CP. LETRA E – INCORRETA (GABARITO) De acordo com a Súmula 711 do Supremo Tribunal Federal, “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência”. Assim, caso o crime estiver acontecendo e houver inovações de leis no tempo, ao DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 20 fato deve ser aplicada a lei correspondente ao momento do último ato de execução, ainda que a ocorrência do delito se prolongue por duração real (crime permanente, como o extorsão mediante sequestro - art. 149, CP. Dessa forma, para a Súmula 711 do STF, analisando-se apenas o momento da ocorrência do fato, este sempre será regido pela lei vigente no momento da cessação da conduta do agente (último ato executório), ainda que ela seja mais grave do que a lei que vigia no início do ato de execução. RESPOSTA: E 09 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA De acordo com o Código Penal e a jurisprudência dos Tribunais Superiores, analise as alternativas abaixo: I – Anderson subtraiu, com o emprego de grave ameaça, os aparelhos celulares de cinco passageiros de um ônibus, além do dinheiro que o cobrador portava. Nessa situação, como houve a violação de patrimônios distintos, Anderson praticou o crime de roubo simples em concurso material. II- Rodrigo agrediu fisicamente seu desafeto Filipe, causando-lhe vários ferimentos, e, durante a briga, decidiu mata-lo, efetuando um disparo com sua arma de fogo, sem, contudo, acertá-lo. Nessa situação hipotética, Alex responderá pelos crimes de lesão corporal em concurso material com tentativa de homicídio III - Leonardo, mediante grave ameaça exercida com o emprego de arma de fogo, subtraiu bens pertencentes de Cíntia e, ainda, exigiu dela a entrega de cartão bancário e senha para a realização de saques. Nessa situação, Leonardo praticou, em concurso formal, os crimes de roubo circunstanciado e extorsão majorada. IV – Natália, maior e capaz, burlou, juntamente com Letícia e Bia, ambas menores de dezoito anos, todas com unidade de desígnios, o furto a uma loja de roupas, e dela subtraíram, em horário comercial, três bolsas totalizando um valor de R$ 3.000,00. As três foram presas em flagrante, na residência de Natália, três horas depois de terem cometido o delito. Nessa situação, se ausentes quaisquer excludentes e comprovados os fatos, Natália deverá ser condenado por crime de furto qualificado e dois delitos de corrupção de menores, todos em concurso formal. Estão corretas as assertivas: DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 21 a) Somente a assertiva I está correta b) Somente a assertiva III está correta c) Somente a assertiva IV está correta d) Estão corretas as assertivas as assertivas II e III e) Estão corretas as assertivas I e V COMENTÁRIO SOMENTE A ASSERTIVA IV ESTÁ CORRETA I – INCORRETA Estamos diante de uma hipótese de concurso formal, pois há apenas uma conduta que ocasiona dois ou mais crimes. O sujeito entra no ônibus e, com arma de fogo em punho, exige que oito passageiros entreguem seus pertences (dois desses passageiros eram marido e mulher). O agente irá responder por oito roubos majorados (art. 157, § 2º-A, I, do CP) em concurso formal (art. 70). Atenção: não se trata, portanto, de crime único. Ocorre concurso formal quando o agente, medianteuma só ação, pratica crimes de roubo contra vítimas diferentes, ainda que da mesma família, eis que caracterizada a violação a patrimônios distintos. STJ. 5ª Turma. HC 207.543/SP , Rel. Min. Gilson Dipp, julgado em 17/04/2012. Nesse caso, o concurso formal é próprio ou impróprio? Concurso formal PRÓPRIO. Praticado o crime de roubo mediante uma só ação contra vítimas distintas, no mesmo contexto fático, resta configurado o concurso formal próprio, e não a hipótese de crime único, visto que violados patrimônios distintos. STJ. 6ª Turma. HC 197684/RJ , Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 18/06/2012. STJ. 5ª Turma. HC 455.975/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 02/08/2018. II – INCORRETA A situação hipotética narrada cuida da progressão criminosa, que é diferente de crime progressivo. Na progressão criminosa o agente intenciona praticar um crime menos grave e o faz, mas depois decide praticar outro mais grave e pratica, quando se dá a chamada substituição de dolo. Na situação hipotética narrada, Rodrigo intencionava praticar contra Filipe um crime menos grave (lesão corporal) e o fez, mas depois decidiu praticar outro crime mais grave (homicídio) e tentou, quando se deu a substituição de dolo (“animus laedendi” para “animus DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 22 necandi”). Nesse caso, não será aplicado o concurso de crimes, seja o material, formal ou a continuidade delitiva, e sim o princípio da consunção. Tanto no caso de crime progressivo quanto no caso de progressão criminosa, aplica-se o princípio da consunção, pelo qual o crime mais grave absorve o menos grave, razão pela qual Alex responde só pelo crime de tentativa de homicídio, por configurar-se a progressão criminosa e tratar-se de delito único. Nesse sentido: APELAÇÃO CRIMINAL. LESÕES CORPORAIS. PROGRESSÃO CRIMINOSA. PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. TENTATIVA DE HOMICÍDIO. Inexistência de prova da materialidade do crime de lesões corporais. Ademais, verificase hipótese de progressão criminosa, pois o agente, dentro do mesmo iter criminis, inicialmente praticou o crime de lesões corporais contra a vítima, e posteriormente, passando a querer um resultado mais grave, tentou matá-la, já tendo sido, inclusive, condenado pelo crime de tentativa de homicídio. Sentença absolutória mantida. APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Crime Nº 70051721991, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Lizete Andreis Sebben, Julgado em 19/12/2013) Fonte: MASSON, Cleber. Direito penal esquematizado: parte geral. São Paulo: Método, 8ª edição, 2014. III – INCORRETA Estamos diante de uma hipótese de concurso material, pois os crimes praticados por Leonardo se encontram em tipos penais diversos. Não há continuidade delitiva entre os crimes de roubo e extorsão, ainda que praticados em conjunto. Isso porque, os referidos crimes, apesar de serem da mesma natureza, são de espécies diversas. STJ. 5ª Turma. HC 435.792/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/05/2018. STF. 1ª Turma. HC 114667/SP, rel. org. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 24/4/2018 (Info 899). Não há como reconhecer a continuidade delitiva entre os crimes de roubo e o de latrocínio porquanto são delitos de espécies diversas, já que tutelam bens jurídicos diferentes. STJ. 5ª Turma. AgInt no AREsp 908.786/PB, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 06/12/2016. IV – CORRETA A prática de crimes em concurso com dois adolescentes dá ensejo à condenação por dois crimes de corrupção de menores. Ex: João (20 anos de idade), em conjunto com Maikon (16 anos) e Dheyversson (15 anos), praticaram um roubo. DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 23 João deverá ser condenado por um crime de roubo qualificado e por dois crimes de corrupção de menores, em concurso formal (art. 70, 1ª parte, do CP). STJ. 6ª Turma.REsp 1680114-GO, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 10/10/2017 (Info 613). RESPOSTA: C 10 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA Em relação aos crimes contra a fé pública, assinale a alternativa incorreta: a) Apologia de crime culposo não é punível, pois não pode haver instigação, direta ou indireta, à prática de um ato involuntário. b) Basta que o agente incite publicamente a prática de delitos de forma genérica para que se configure o crime de incitação ao crime (art. 286, CP), não sendo necessário apontar fato determinado. c) Caso haja apenas três agentes e a participação de um dos sujeitos ativos não for demonstrada nos autos, vindo ele a ser absolvido, o delito de associação criminosa estará descaracterizado. d) De acordo com o CPP, o crime de associação criminosa previsto no art. 288 do Código Penal, terá a pena aumentada até a metade se houver a participação de criança ou adolescente. e) O art.288-A do Código Penal constitui um tipo penal aberto, posto que o legislador deixara de definir o que se pode entender por “organização paramilitar”, “milícia particular”, “grupo” e “esquadrão. Para a configuração do crime, exige-se, ainda, um elemento subjetivo especial previsto no tipo. COMENTÁRIO LETRA A – CORRETA Consiste a figura delituosa em fazer, publicamente, apologia (elogio, exaltação) de fato criminoso ou de autor de crime. Novamente, afasta-se o crime na hipótese de o agente se referir a contravenção ou ao contraventor. Apologia de crime culposo não é punível, pois não pode haver instigação, direta ou indireta, à prática de um ato involuntário. Cunha. Rogério Sanches. Manual de Direito Penal Especial. 11ª ed. Juspodivm. 2019. Pg. 713/714 DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 24 LETRA B – INCORRETA (GABARITO) Não é bastante que o agente incite publicamente a prática de delitos de forma genérica para que se configure o crime, devendo apontar fato determinado, como, por exemplo, conclamar publicamente titulares de determinado direito a fazer justiça com suas próprias mãos, o que constitui o crime de exercício arbitrário das próprias razões. (CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal parte especial, volume único. 11ª edição. 2019. Páginas 714) & De olho na jurisprudência: Info 831, STF Deputado que, em entrevista à imprensa, afirma que determinada Deputada "não merece ser estuprada" pratica, em tese, incitação ao crime (art. 286 do CP) LETRA C – CORRETA Agente absolvido: se a participação de um dos sujeitos ativos não é demonstrada nos autos, vindo ele a ser absolvido, o delito de associação criminosa estará descaracterizado, a não ser que ainda restem outras três pessoas que o integrem. (Alexandre Salim, Marcelo André De Azevedo. Direito Penal. parte especial - dos crimes contra a incolumidade pública aos crimes contra a administração da justiça –5ª Ed. Salvador: Juspodivm, 2017, p. 135/136.) LETRA D – CORRETA Art.288 (...). Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente. LETRA E – CORRETA Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. O tipo exige, além do dolo, como elementar expressa, o fim especial do agente, sendo imprescindível, portanto: a vontade de realizar o verbo da figura típica + a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos no CP. Não se esqueça! DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 25 • Milícia privada: associação permanente e estável, de, ao menos, três pessoas. Extinção da punibilidade de um agente não descaracteriza o crime. • Não abrange contravenções penais e crimes previstos em leis extravagantes. Todos os crimes devem estar previstos no CP. • Objeto material: organização paramilitar, milícia particular, grupo e esquadrão. • Elemento subjetivo: dolo, acrescido do elemento subjetivo específico “com a finalidade de praticar qualquer doscrimes previstos neste Código”. Não admite a modalidade culposa. • Tentativa: não admite (crime obstáculo). • Ação penal: pública incondicionada. RESPOSTA: B 11 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA Com relação aos crimes previstos na parte especial do Código Penal, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta I - Aquele que, ao se omitir, provoca, culposamente, a exposição de outrem ao perigo, pratica o crime de omissão de socorro. II - A pena é aumentada de metade se, do abandono de incapaz, resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. III – O crime de perigo de contágio de moléstia venérea, tipificado no artigo 130 do CP, é crime de ação pública incondicionada. IV - O crime de rixa, previsto no art. 137 do Código Penal, é crime plurissubjetivo ou de concurso necessário, sendo certo que, quem a provoca culposamente, sem dela participar, responde também pelo crime. V - O crime de maus tratos é crime próprio, pois exige especial vinculação jurídica entre os sujeitos. Está correto o que se diz em: a) Todas as afirmativas estão corretas. b) Todas as afirmativas estão incorretas. DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 26 c) Há 1 afirmativa correta. d) Há 2 afirmativas corretas. e) Há 3 afirmativas corretas. COMENTÁRIO SOMENTE A AFIRMATIVA V ESTÁ CORRETA I – INCORRETA O crime de omissão de socorro admite apenas a conduta dolosa, seja a título de dolo direto ou eventual. Não admite a modalidade culposa Omissão de socorro Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. II – INCORRETA – A assertiva trocou com o crime de omissão de socorro! Cuidado! No crime de omissão de socorro a lesão corporal de natureza grave ou morte configuram majorantes de pena, ao passo que no crime de abandono de incapaz configuram qualificadoras. Abandono de incapaz Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: Pena - detenção, de seis meses a três anos. § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Aumento de pena § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: I - se o abandono ocorre em lugar ermo; DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 27 II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima. III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos III – INCORRETA Perigo de contágio venéreo Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 2º - Somente se procede mediante representação. IV – INCORRETA O tipo penal de rixa não prevê modalidade culposa, a qual poderia abarcar a hipótese de imprudência. Assim, sendo a rixa um crime apenas doloso, impossível que se configure a participação culposa, pois é o elemento dolo imprescindível. V – CORRETA O tipo penal reclama uma vinculação especial entre o autor e a vítima dos maus tratos (crime próprio). O ofendido deve estar sob a autoridade, guarda ou vigilância do agente, para fins de educação, ensino, tratamento ou custódia, pouco importando o grau de instrução ou a classe social do responsável pela conduta criminosa. (MASSON, Cleber. Código Penal Comentado. 7ª edição. 2019. Pg. 642) RESPOSTA: C 12 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA Tendo em vista os crimes previstos na parte especial, assinale a alternativa incorreta: a) O crime de violação a domicílio, tipificado no art. 150 do Código Penal, pode ser praticado tanto na forma omissiva como na forma comissiva. DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 28 b) No crime de violação de domicílio, existe uma circunstância de especial aumento de pena segundo a qual aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso de poder. c) No crime de aliciamento para o fim de emigração, pune-se a conduta de recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro, como forma de se garantir a proteção à organização do trabalho. d) Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho configura crime contra a organização do trabalho. e) O agente que pratica o crime de impedimento ou perturbação de enterro ou cerimônia funerária mediante violência, responde pelo crime em questão com a pena aumentada de 1/3, sem prejuízo da pena da violência. COMENTÁRIO LETRA A – CORRETA De fato, pode ser praticado através de conduta omissiva, e se consuma quando o sujeito permanece (deixa sair) na casa alheia contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito. Destarte, ainda que resista (exemplo: determinada sua retirada de uma festa, o agente se recusa a deixar o local, trancando-se em um banheiro), o crime já estará consumado com sua negativa em abandonar o domicílio alheio LETRA B – CORRETA Violação de domicílio Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. § 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência. § 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 29 LETRA C – CORRETA TÍTULO IV: DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO. Aliciamento para o fim de emigração Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro. (Redação dada pela Lei nº 8.683, de 1993) Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. LETRAS D – INCORRETA (GABARITO) O crime de Redução à condição análoga a de escravo é crime contra a liberdade individual e não crime contra a organização do trabalho. LETRA E – CORRETA Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência. RESPOSTA: D 13 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA Assinale a alternativa correta: a) Não é viável a punição de pessoa que tem em seu poder carimbos falsos, com o comprovado intuito de, futuramente, falsificar documentos, se ainda não deu efetivo início à sua confecção, por tal conduta ser considerada mero ato preparatório. b) No tocante ao crime de apropriação indébita previdenciária (art. 168-A do CP), a jurisprudência majoritária tem entendido que se trata de crime omissivo impróprio. c) O crime de apropriação indébita pressupõe a posse ou detenção lícita, mas vigiada, do agente sobre coisa móvel alheia, com subsequente inversão do título da posse ou detenção.d) Configura-se o crime de resistência quando o agente se opõe à execução de ato legal de funcionário público competente. Se praticado mediante violência ou grave ameaça, a pena é aumentada de 1/3 a 1/2; DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 30 e) O crime de usurpação da função pública, previsto no art. 328 do Código Penal, exige como especial fim de agir que o agente aufira alguma vantagem em razão do fato. COMENTÁRIO LETRA A – CORRETA (GABARITO) Ao contrário do que ocorre nos Capítulos I (moeda falsa) e II (títulos e papéis públicos) do Título em estudo (Crimes contra a fé pública), que punem condutas relacionadas a “petrechos” para falsificação (arts. 291 e 294 do CP), no Capítulo III (falsidade documental), não existe tal previsão, que, portanto, deve ser considerada como mero ato preparatório e, assim, impunível. Dessa forma, não é viável a punição de pessoa que tem em seu poder carimbos falsos, com o comprovado intuito de, futuramente, falsificar documentos, se ainda não deu efetivo início à sua confecção. Gonçalves, Victor Eduardo Rios. Direito penal esquematizado: parte especial. 8. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2018, p. 770/773. LETRA B – INCORRETA Trata-se de crime omissivo próprio, onde o agente "deixa de..."; sendo que a omissão, por si só, já se mostra apta para consumar o delito, independente do emprego de qualquer fraude material; LETRA C – INCORRETA No crime de apropriação indébita, a posse da coisa é lícita e desvigiada. LETRA D – INCORRETA O crime de resistência tem como elementar do tipo o emprego de violência ou ameaça. Se se tratar de resistência passiva, como fugir, correr, se agarrar a uma árvore, não configura tal crime, vez que a simples oposição, sem apresentar violência ou ameaça, não configura resistência, e sim desobediência. Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois anos. LETRA E – INCORRETA O crime de usurpação de função pública não exige a obtenção de vantagem por parte do agente. No entanto, se esta ocorrer, estará configurada a qualificadora do delito em DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 31 questão. Usurpação de função pública Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. RESPOSTA: LETRA A 14 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA Rodolfo, por três vezes seguidas, agindo da mesma forma e nas mesmas condições, praticou atos libidinosos diversos com Gabi, sua enteada de apenas 12 anos. Cássia, mãe de Gabi e companheira de Rodolfo, ao descobrir a prática do marido, nada fez por medo de perdê-lo. O fato fora levado ao conhecimento da autoridade policial, que instaurou procedimento próprio. Considerando o caso em tela, assinale a alternativa correta: a) Rodolfo responderá pelo crime de assédio sexual na forma continuada, e Cássia não praticou fato típico. b) Rodolfo responderá pelo crime de estupro de vulnerável na forma continuada e Cássia não praticou fato típico. c) Rodolfo e Cássia responderão pelo crime de estupro de vulnerável na forma continuada. d) Rodolfo responderá pelo crime de estupro de vulnerável na forma majorada, por ser a vítima sua enteada, e Cássia responderá pelo mesmo crime, pois tinha o dever jurídico de impedir o resultado. e) Rodolfo responderá pelo crime de estupro de vulnerável na forma continuada sem causa de aumento de pena, e Cássia pela mesma infração, porém incidindo sobre ela a majorante do art. 226 por ser a vítima sua filha. COMENTÁRIO RESPOSTA: LETRA D (RESPONDE TODAS AS ALTERNATIVAS) DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 32 No caso em tela, houve o crime de estupro de vulnerável, pois Rodolfo praticou atos libidinosos com menor de 14 anos (art. 217-A do CP). Incide em relação a ele a causa de aumento de pena prevista no art. 226, II do CP, pois praticou a conduta abusando das relações familiares, de intimidade ou de confiança que mantinha com a vítima. Tratando-se de 3 condutas cometidas nas mesmas circunstâncias de tempo, local e modo de execução, incidem as regras do crime continuado, aplicando-se a pena de acordo com o sistema da exasperação. Cássia responderá pelo mesmo delito pois, na condição de mãe da vítima, tinha por lei obrigação de cuidado, proteção e vigilância a fim de que impedisse o crime, caracterizando a omissão imprópria do que trata o art. 13, §2º “a” do CP. Estupro de vulnerável Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela; (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018) Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) RESPOSTA: D 15 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA No que se refere aos crimes contra a paz pública, analise os itens a seguir: DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 33 I - A pena é dobrada se a associação for armada ou se houver a participação de criança ou adolescente. II - A conduta de custear milícia privada para a prática de homicídios é tipificada como crime de associação criminosa. III – O crime de associação criminosa exige a demonstração do elemento subjetivo especial consistente no ajuste prévio entre os membros com a finalidade específica de cometer crimes indeterminados. IV - O crime de associação criminosa somente irá se consumar quando o grupo iniciar suas atividades criminosas. V - Tem caráter hediondo, a despeito de ter pena menor do que a associação para o tráfico, que não é equiparado ao hediondo. De acordo com as assertivas acima, é possível afirmar que: a) Todas as afirmativas estão corretas b) Há 1 afirmativa correta c) Há 2 afirmativas corretas d) Há 3 afirmativas corretas e) Nenhuma afirmativa está correta COMENTÁRIO Somente a afirmativa III está correta (GABARITO – B) É imprescindível que a reunião seja efetivada antes da deliberação dos delitos (se primeiro identificam-se os crimes a serem praticados e depois reúnem-se seus autores, haverá mero concurso de agentes). (CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal parte especial, volume único. 11ª edição. 2019. Página 718) I – INCORRETA Associação Criminosa: Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes. Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente II – INCORRETA A conduta de custear milícia privada para a prática de homicídios (ou de outros crimes) é tipificada como constituição de milícia privada. (CP, art. 288-A: “Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 34 crimes previstos neste Código”) IV – INCORRETA O crime se consuma, em relação aos fundadores, no momento em que aperfeiçoada a convergência de vontades entre ao menos três pessoas, e, quanto àqueles que venham posteriormente a integrar-se ao grupo jáformado, na adesão de cada qual (RTJ 181/680). lndepende da prática de algum crime pelos integrantes. É posição pacífica nos Tribunais Superiores (STF e STJ) ser a associação criminosa crime autônomo, que independe da prática de delitos pelo grupo (aliás, eventuais infrações praticadas gera, para seus autores - que participaram, direta ou indiretamente da execução-, concurso material entre o crime praticado e o art. 288 do CP). (CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal parte especial, volume único. 11ª edição. 2019. Página 719) V – INCORRETA - O crime de associação criminosa não se encontra tipificado no rol de crimes hediondos Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: I – Homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII); I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; II - Latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2º); IV - Extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); V - Estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); VI - Estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). VII-A – (VETADO) VII-B - Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 35 VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos tentados ou consumados. RESPOSTA: B DIREITO PROCESSUAL PENAL 16 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA “É dever do magistrado superar a desidiosa iniciativa das partes na colheita do material probatório, esgotando todas as possibilidades para alcançar a verdade real dos fatos”. O enunciado em questão se refere ao: a) Princípio da verdade formal ou dispositivo. b) Princípio da economia processual. c) Princípio da persuasão racional do juiz. d) Princípio da oficiosidade. e) Princípio da verdade material ou da livre investigação das provas. COMENTÁRIO A – ERRADA. Regra de que o juiz depende, na instrução da causa, da iniciativa das partes quanto às provas e às alegações em que fundamentará sua decisão ( iudex secundum al legata e t probata part ium iudicare debet ) . Segundo o princípio, pode o juiz dar-se por satisfeito, quanto à instrução do feito, com as provas produzidas pelas partes, rejeitando a demanda ou a defesa por falta de elementos de convicção. B – ERRADA. O processo é instrumento, não se podendo exigir um dispêndio exagerado com relação aos bens que estão em plena disputa. Exprime a procura da máxima eficiência na aplicação do direito, com o menor dispêndio de atos processuais possíveis. C – ERRADA. O juiz só decide com base nos elementos existentes no processo, mas os avalia segundo critérios críticos e racionais, devendo observar, na sua DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 36 apreciação, as regras legais porventura existentes a as máximas de experiência. É o sistema que vale como regra. Opõe-se ao sistema da prova legal, que atribui valor absoluto aos elementos probatórios, obrigando o juiz a aplica-los mecanicamente, sem qualquer valoração subjetiva e ao sistema do julgamento secundum consc ient izam , onde a decisão é livre de qualquer critério. D – ERRADA. As autoridades públicas incumbidas da persecução penal devem agir de ofício, sem necessidade de provocação ou de assentimento de outrem. A regra não impede a provocação dos órgãos públicos por qualquer do povo. E – CORRETA. Característico do processo penal, dado o caráter público do direito material sub judice, excludente da autonomia privada. É dever do magistrado superar a desidiosa iniciativa das partes na colheita do material probatório, esgotando todas as possibilidades para alcançar a verdade real dos fatos, como fundamento da sentença. Por óbvio, é inegável que, mesmo nos sistemas em que vigora a livre investigação das provas, a verdade alcançada será sempre formal, porquanto “o que não es tá nos autos , não es tá no mundo” . CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 21.ed. – São Paulo: Saraiva, 2014. RESPOSTA: E 17 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA Considerando as disposições constantes no Código de Processo Penal, acerca do inquérito policial, marque a resposta correta: a) A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria, excluindo a competência de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. b) Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado de ofício ou a requerimento da autoridade judiciária, apenas. c) Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito não caberá recurso. d) Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 37 e) O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, poderá sem ela ser iniciado, desde que, posteriormente, seja reduzido a termo. COMENTÁRIO A – ERRADA. Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei nº 9.043, de 9.5.1995) Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. B – ERRADA. Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: I - de ofício; II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. C – ERRADA. Art. 5o (...) § 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. D – CORRETA. A Lei 13.964/2019 promoveu mudanças significativas no Código de Processo penal, dentre elas a mudança no art. 28 do referido diploma legal. Dessa forma, com a mudança legislativa, o Ministério Público deve encaminhar o pedido de arquivamento para a instância e revisão ministerial para fins de homologação: ANTES DA LEI 13.964/2019 DEPOIS DA LEI 13.964/2019 Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informaçãoao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 38 a atender. poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. § 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial. E – ERRADA. Art. 5º (...) § 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado. RESPOSTA: D 18 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA Considerando as disposições constantes do Código de Processo Penal, acerca do inquérito policial, marque a resposta correta: a) Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial. b) Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial deverá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. c) O inquérito deverá terminar no prazo de quinze dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela d) A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado no inquérito e enviará autos ao juiz competente, não podendo, contudo, indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas anteriormente DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 39 e) Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo de quarenta e oito horas. COMENTÁRIO A – CORRETA. Art. 28, §2º (INSERIDO PELA LEI Nº 13.964/2019) § 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do arquiva- mento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial. B – ERRADA. Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. C – ERRADA. Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. (…) D – ERRADA. Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. § 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. § 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. E – ERRADA. Art. 10 (...) § 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. RESPOSTA: A 19 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 40 Incumbe à autoridade policial, exceto: a) Fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos. b) Realizar diligências requisitadas pelo juiz ou Ministério Público. c) Cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias. d) Representar acerca da prisão preventiva. e) Determinar o arquivamento dos autos de inquérito. COMENTÁRIO A – CORRETA / B – CORRETA / C – CORRETA / D – CORRETA / E – ERRADA Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos; II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; IV - representar acerca da prisão preventiva. Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. RESPOSTA: E 20 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA Considerando as disposições constantes no Código de Processo Penal, acerca da ação penal, marque a resposta correta: a) Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, e dependerá, em todo caso, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. b) No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação se extingue. c) Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção. d) A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o inquérito policial. e) A representação poderá ser retratada, depois de oferecida a denúncia. DEDICAÇÃO DELTA DELEGADO/PA 41 COMENTÁRIO A – ERRADA. Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. B – ERRADA. Art. 24 (...) § 1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (Parágrafo único renumerado pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993) C – CORRETA. Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção. D – ERRADA. Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial. E – ERRADA. Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia. RESPOSTA: C 21 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA Considerando as disposições constantes do Código de Processo Penal, acerca da ação penal, marque a resposta correta: a) Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 10 dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica b) Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada
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