Buscar

️P C️PC PA - DELTA - SIMULADO 01 - COMENTADO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 175 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 175 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 175 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SIMULADO 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caderno de Comentários 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
2 
 
 
DIREITO PENAL 
 
01 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
 
No que tange à Teoria da Pena, analise as assertivas abaixo. 
 
I – Com exceção da reincidência, as circunstâncias agravantes não incidem nos crimes 
culposos. 
II – Folha de antecedentes criminais não é um documento válido para comprovar maus 
antecedentes ou reincidência 
III - A incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico ilícito de 
entorpecentes exige o reconhecimento da traficância pelo acusado, não bastando a mera 
admissão da posse ou propriedade para uso próprio. 
IV - Na sentença condenatória por crime de homicídio culposo na direção de veículo 
automotor (Lei 9.503/97, art. 302, caput), a reincidência pode ser considerada para efeito 
de fixação de regime inicial fechado para o cumprimento da pena privativa de liberdade; 
 
Estão corretas as afirmativas: 
 
a) I e III 
b) I e IV 
c) III e IV 
d) I, II e III 
e) II, III e IV 
 
COMENTÁRIO 
ESTÃO CORRETAS AS AFIRMATIVAS I e III 
 
I – CORRETA 
Como regra as agravantes são aplicáveis apenas aos crimes dolosos. Há um 
acórdão do STJ que admite a consideração de motivos nos crimes culposos, mas 
se trata de uma decisão isolada. 
 
II – INCORRETA – Súmula 636, STJ: 
Súmula 636-STJ: A folha de antecedentes criminais é documento suficiente a 
comprovar os maus antecedentes e a reincidência. (Súmula aprovada em 2019!) 
 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
3 
 
¯ Fique atento! 
Se o réu for reincidente, sofrerá diversos efeitos negativos no processo penal. O 
principal deles é que, no momento da dosimetria da pena em relação ao segundo 
delito, a reincidência será considerada como uma agravante genérica (art. 61, I do 
CP), fazendo com que a pena imposta seja maior do que seria devida caso ele 
fosse primário. 
 
Outras consequências da reincidência: Além de ser uma agravante, a 
reincidência produz inúmeras outras consequências negativas para o réu. 
Vejamos as principais: 
 
a) Torna mais gravoso o regime inicial de cumprimento de pena (art. 33, § 2º do 
CP); 
b) O reincidente em crime doloso não tem direito à substituição da pena 
privativa de liberdade por restritiva de direitos (art. 44, II); 
c) O reincidente em crime doloso não tem direito à suspensão condicional da 
pena – sursis (art. 77, I), salvo se condenado apenas a pena de multa (§ 1º do 
art. 77); 
d) O réu reincidente não poderá ser beneficiado com o privilégio no furto (art. 
155, § 2º), na apropriação indébita (art. 170), no estelionato (art. 171, § 1º) e na 
receptação (art. 180, § 5º, do CP); 
e) A reincidência impede a concessão da transação penal e da suspensão 
condicional do processo (arts. 76, § 2º, I e 89, caput da Lei nº 9.099/95); 
f) No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite 
indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as 
que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do 
agente e da reincidência (art. 67 do CP); 
g) Influencia no tempo necessário para a concessão do livramento condicional 
(art. 83); 
h) O prazo da prescrição executória aumenta em 1/3 se o condenado é reincidente 
(art. 110) (obs.: não influencia na prescrição da pretensão punitiva); 
i) É causa de interrupção da prescrição executória (art. 117, VI); 
j) É causa de revogação do sursis (art. 81, I e § 1º), do livramento condicional (art. 
86, I e II, e art. 87) e da reabilitação, se a condenação for a pena que não seja de 
multa (art. 95). 
 
 
III – CORRETA 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
4 
 
Súmula 630-STJ: A incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de 
tráfico ilícito de entorpecentes exige o reconhecimento da traficância pelo 
acusado, não bastando a mera admissão da posse ou propriedade para uso 
próprio. (Súmula aprovada em 2019!) 
 
IV – INCORRETA 
Como regra a reincidência leva ao regime fechado. Só que isso não acontece se o 
crime é punido com detenção, como é o caso do homicídio culposo previsto no 
CTB. Na detenção não cabe regime fechado. 
 
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor 
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a 
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
 
 
RESPOSTA: A 
 
 
02 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
a) A reincidência ficta, aceita pelo Código Penal, ocorre quando o sujeito pratica a nova 
infração após cumprir, total ou parcialmente, a pena imposta em face do crime anterior; 
enquanto a reincidência real ocorre quando o sujeito comete o novo crime após haver 
transitado em julgado sentença que o tenha condenado por delito anterior. 
b) Condenações anteriores transitadas em julgado podem ser utilizadas como conduta 
social desfavorável aptas a elevar a pena-base. 
c) Havendo previsão em lei especial da cominação cumulativa de pena privativa de 
liberdade e pecuniária, é vedada a substituição da prisão por multa. 
d) O juiz não pode reconhecer a teoria da coculpabilidade como sendo uma atenuante 
genérica prevista no art. 66 do Código Penal, em razão do princípio da legalidade estrita 
que rege o direito penal. 
e) O sistema da exasperação foi adotado em relação ao concurso material (art. 69), ao 
concurso formal imperfeito ou impróprio (art. 70, caput, 2.ª parte), e, pelo texto da lei, 
ao concurso das penas de multa (art. 72). 
 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
5 
 
COMENTÁRIO 
LETRA C – CORRETA (GABARITO) - Súmula 171, STJ. 
Súmula 171 – STJ - Cominadas cumulativamente, em lei especial, penas privativa de 
liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da prisão por multa. 
 
LETRA A – INCORRETA - A assertiva troca os conceitos de reincidência ficta e 
reincidência real! 
 
Reincidência real � ocorre quando o sujeito pratica a nova infração após cumprir, total 
ou parcialmente, a pena imposta em face do crime anterior 
 
Reincidência ficta � aceita pelo Código Penal, ocorre quando o sujeito comete o novo 
crime após haver transitado em julgado sentença que o tenha condenado por delito 
anterior. 
 
LETRA B – INCORRETA – Info 639 
Condenações anteriores transitadas em julgado não podem ser utilizadas como 
conduta social desfavorável. A circunstância judicial “conduta social”, prevista no art. 
59 do Código Penal, representa o comportamento do agente no meio familiar, no 
ambiente de trabalho e no relacionamento com outros indivíduos. Os antecedentes 
sociais do réu não se confundem com os seus antecedentes criminais. São circunstâncias 
distintas, com regramentos próprios. Assim, não se mostra correto o magistrado utilizar 
as condenações anteriores transitadas em julgado como “conduta social desfavorável”. 
Não é possível a utilização de condenações anteriores com trânsito em julgado como 
fundamento para negativar a conduta social. STF. 2ª Turma. RHC 130132, Rel. Min. 
Teori Zavascki, julgado em 10/5/2016 (Info 825). STJ. 5ª Turma. HC 475436/PE, Rel. 
Min. Ribeiro Dantas, julgado em 13/12/2018. STJ. 6ª Turma. REsp 1760972-MG, Rel. 
Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 08/11/2018 (Info 639). 
 
LETRA D– INCORRETA 
É possível, a depender do caso concreto, que o juiz reconheça a teoria da 
coculpabilidade como sendo uma atenuante genérica prevista no art. 66 do 
Código Penal. STJ. 5ª Turma. HC 411.243/PE, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 
07/12/2017. 
 
¯ Fique atento! 
Por coculpabilidade entende-se a reprovação que deve recair sobre o Estado quando este 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
6 
 
não proporcionar ao autor do delito a oportunidade de escolher não se enveredar pela 
senda criminosa. Esclarece a doutrina que “há sujeitos que têm um menor âmbito de 
autodeterminação, condicionado desta maneira por causas sociais. Não será possível 
atribuir estas causas sociais ao sujeito e sobrecarregá-locom elas no momento da 
reprovação de culpabilidade " (ZAFFARONI e PIERANGELI. Manual de direito penal 
brasileiro - Parte Geral. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997. p. 613). 
 
“A teoria da coculpabilidade ingressa no mundo do Direito Penal para apontar e 
evidenciar a parcela de responsabilidade que deve ser atribuída à sociedade quando da 
prática de determinadas infrações penais pelos seus 'supostos cidadãos'” (...) “pode 
acontecer que alguém pratique determinada infração penal porque, marginalizado pela 
própria sociedade, não consegue emprego e, por essa razão, o meio social no qual foi 
forçosamente inserido entende que seja razoável tomar com as suas próprias mãos aquilo 
que a sociedade não lhe permite conquistar com seu trabalho. A divisão da 
responsabilidade entre o agente e a sociedade permitirá a aplicação de uma atenuante 
genérica, diminuindo, pois, a reprimenda relativa à infração penal por ele cometida.” 
(GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Geral. Ímpetus, 2007. p. 425-426) 
 
Assim, a Teoria da coculpabilidade é uma espécie de corresponsabilidade social (do 
Estado) quanto à criminalidade, na medida em que, estabelecidos determinados direitos e 
garantias pela Constituição Federal, deveriam estes ser concretizados na vida de todos os 
cidadãos. Não concretizados tais direitos, deve a reprovabilidade da conduta criminosa 
dos cidadãos aos quais não foram oferecidas condições plenas de desenvolvimento 
pessoal ser mitigada, pois a culpa pela formação desses agentes criminosos seria em parte 
do Estado, aplicando-se a atenuante genérica do art. 66 do CP. 
A tese da coculpabilidade depende da verificação, no caso concreto, de elementos que 
demonstrem que o Estado tenha deixado de prestar a devida assistência ao acusado. 
 
 
LETRA E – INCORRETA 
O sistema do cúmulo material foi adotado em relação ao concurso material (art. 69), ao 
concurso formal imperfeito ou impróprio (art. 70, caput, 2.ª parte), e, pelo texto da lei, 
ao concurso das penas de multa (art. 72). 
 
 
RESPOSTA: C 
 
 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
7 
 
03 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
 
Em relação às penas no Direito penal, julgue os itens a seguir: 
 
I - As penas têm finalidade eclética, isto é, retributiva e preventiva, enquanto as medidas de 
segurança destinam-se exclusivamente à prevenção de novas infrações penais (prevenção 
especial). 
II – Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o juiz 
da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida 
ativa da Fazenda Pública, salvo no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da 
prescrição. 
III – No caso de concurso formal perfeito de infrações, a pena de multa deve receber o 
mesmo acréscimo imposto à pena privativa de liberdade. 
IV – Poderá ser substituída por pena restritiva de direitos a pena privativa de liberdade 
aplicada a réu reincidente, anteriormente condenado pela prática do crime de lesões 
corporais culposas e sentenciado a pena de cinco anos de reclusão pela prática de 
homicídio culposo. 
V – É possível a extinção da punibilidade independentemente do pagamento da multa 
aplicada cumulativamente à pena privativa de liberdade. 
 
Assinale a alternativa que corresponde às afirmativas corretas: 
 
a) Todas as afirmativas estão corretas 
b) Todas as afirmativas estão incorretas 
c) Há apenas 1 afirmativa correta 
d) Há 2 afirmativas corretas 
e) Há 3 afirmativas corretas 
 
COMENTÁRIOS 
 
HÁ 3 AFIRMATIVAS CORRETAS: I, IV e V 
 
I – CORRETA 
CORRETA – MASSON, Cleber. Direito penal esquematizado – Parte geral – 
vol.1. 9.ª ed. São Paulo: MÉTODO, 2015.p. 962 
 
II – INCORRETA – ALTERAÇÃO PROMOVIDA PELO PACOTE 
ANTICRIME! 
 
Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada 
perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as 
normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às 
causas interruptivas e suspensivas da prescrição. 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
8 
 
 
III – INCORRETA 
Multas no concurso de crimes 
Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e 
integralmente 
 
IV –CORRETA 
Por força do art. 44 do CP: "As penas restritivas de direitos são autônomas 
e substituem as privativas de liberdade, quando: 
I – Aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não 
for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a 
pena aplicada, se o crime for culposo; 
II – O réu não for reincidente em crime doloso; 
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do 
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa 
substituição seja suficiente"). 
 
V – CORRETA 
O inadimplemento da pena de multa impede a extinção da punibilidade mesmo 
que já tenha sido cumprida a pena privativa de liberdade ou a pena restritiva de 
direitos? 
NÃO. Nos casos em que haja condenação a pena privativa de liberdade e multa, 
cumprida a primeira (ou a restritiva de direitos que eventualmente a tenha 
substituído), o inadimplemento da sanção pecuniária não obsta o 
reconhecimento da extinção da punibilidade.Em outras palavras, o que importa 
para a extinção da punibilidade é o cumprimento da pena privativa de liberdade 
ou da restritiva de direitos. Cumpridas tais sanções, o fato de o apenado ainda 
não ter pago a multa não interfere na extinção da punibilidade. Isso porque a 
pena de multa é considerada dívida de valor e, portanto, possui caráter 
extrapenal, de modo que sua execução é de competência exclusiva da 
Procuradoria da Fazenda Pública. 
Assim, cumprida a pena privativa de liberdade (ou restritiva de direitos), 
extingue-se a execução penal e se restar ainda pendente o pagamento da multa, 
esta deverá ser cobrada pela Fazenda Pública, no juízo competente, tendo se 
esgotado, no entanto, a jurisdição criminal. 
STJ. 3ª Seção. REsp 1.519.777-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 
26/8/2015 (recurso repetitivo) (Info 568). 
 
 
RESPOSTA: E 
 
 
04 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
9 
 
 
Assinale a alternativa incorreta: 
 
a) A reabilitação é o instituto jurídico-penal que se destina a promover a reinserção social 
do condenado, a ele assegurando o sigilo de seus antecedentes criminais, bem como a 
suspensão condicional de determinados efeitos secundários de natureza extrapenal e 
específicos da condenação. 
b) Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima superior a 
4 anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime, 
dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e 
aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito. 
c) O ressarcimento do dano causado pelo crime ou a demonstração da absoluta 
impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exibição de documento que 
comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida, é requisito para que haja 
reabilitação. 
d) Na Lei de Organização Criminosa, a condenação de funcionário público implicará a 
perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de 
função pública ou cargo público pelo prazo de 8 anos subsequentes ao cumprimento 
da pena, sendo o referido efeito automático. 
e) Em caso de transação penal, não se aplicam os efeitos extrapenais previstos no art. 91 
do Código Penal. 
 
COMENTÁRIOS 
 
LETRA A – CORRETA 
Masson, Cleber. Direito penal esquematizado – Parte geral – vol.1. 9.ª ed. São 
Paulo: MÉTODO, 2015, p. 951/952. 
 
LETRA B – INCORRETA (GABARITO) 
ATENÇÃO para a recente alteração legislativa promovida pela Lei nº 
13.964/2019, que inseriu o art. 91-A no Código Penal: 
 
Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena 
máxima superior a 6 anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como 
produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes àdiferença entre o valor 
do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento 
lícito. 
 
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por 
patrimônio do condenado todos os bens: 
 
I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício 
direto ou indireto, na data da infração penal ou recebidos posteriormente; e 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
10 
 
II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, 
a partir do início da atividade criminal. 
 
§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a 
procedência lícita do patrimônio. 
 
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo 
Ministério Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da 
diferença apurada. § 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da 
diferença apurada e especificar os bens cuja perda for decretada. 
 
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações 
criminosas e milícias deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do 
Estado, dependendo da Justiça onde tramita a ação penal, ainda que não 
ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública, nem 
ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos crimes. 
 
LETRA C – CORRETA 
art. 94, CP. A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia 
em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, 
computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicional, 
se não sobrevier revogação, desde que o condenado: 
I - Tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; 
II - Tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom 
comportamento público e privado; 
III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta 
impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que 
comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida. 
 
 
LETRA D– CORRETA 
O §6º do art. 2º da Lei 12.850/13 estabelece que a condenação de funcionário 
público implicará a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a 
interdição para o exercício de função pública ou cargo público pelo prazo de 8 
anos subsequentes ao cumprimento da pena. 
 
LETRA E – CORRETA 
As consequências jurídicas extrapenais previstas no art. 91 do Código Penal são 
decorrentes de sentença condenatória. Tal não ocorre, portanto, quando há 
transação penal, cuja sentença tem natureza meramente homologatória, sem 
qualquer juízo sobre a responsabilidade criminal do aceitante. As consequências 
geradas pela transação penal são essencialmente aquelas estipuladas por modo 
consensual no respectivo instrumento de acordo. STF. Plenário. RE 795567/PR, 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
11 
 
Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 28/5/2015 (Info 787). 
 
 
RESPOSTA: B 
 
 
05 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
 
Considerando os institutos do sursi da pena e do livramento condicional, analise as 
alternativas abaixo: 
 
I – Segundo entendimento do STF, durante a suspensão condicional da pena não corre o 
prazo prescricional. 
II – A suspensão condicional da pena será obrigatoriamente revogada se, no curso do 
prazo, o beneficiário pratica novo crime doloso. 
III – Enquanto no sursis o período de prova é representado pelo restante da pena ainda 
não cumprido, no livramento condicional o período de prova deve ser estipulado dentro 
dos parâmetros legalmente indicados: entre 2 (dois) e 4 (quatro) anos 
IV – É possível a revogação do livramento condicional em virtude de condenação por 
crime cometido antes de sua vigência. 
V - Nos casos de livramento condicional, para o condenado por crime doloso, cometido 
com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do benefício ficará também 
subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não 
voltará a delinquir. 
Está correto o que se afirma em: 
 
a) I, II e III 
b) I, III e IV 
c) II, III e IV 
d) I, IV e V 
e) I, II, IV e V 
 
COMENTÁRIO 
I – CORRETA – Info 744 
Ao analisar um pedido de extradição, o STF confirmou a conclusão (pacífica) de 
que durante a suspensão condicional da pena (art. 77 do CP), não corre prazo o 
prescricional. STF. 2ª Turma. Ext 1254/Romênia, Rel. Min. Teori Zavascki, 
julgado em 29/4/2014 (Info 744). 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
12 
 
 
Segundo o art. 112, I, do CP, a prescrição somente começa a correr do dia em que 
for revogada a suspensão condicional da pena (sursis). 
 
II – INCORRETA - art. 81, I do CP 
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: 
I - É condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso". 
Portanto, não basta o cometimento de um crime, é necessário que seja doloso e 
haja sentença irrecorrível 
 
III – INCORRETA 
A assertiva trocou! 
Livramento condicional � período de prova é representado pelo restante da pena 
ainda não cumprido 
Sursis � período de prova deve ser estipulado dentro dos parâmetros legalmente 
indicados: entre 2 (dois) e 4 (quatro) anos. 
 
IV – CORRETA 
Art. 86, CP - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena 
privativa 
de liberdade, em sentença irrecorrível: 
I - Por crime cometido durante a vigência do benefício 
II - Por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código 
 
V – CORRETA – art. 83, §único 
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena 
privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: 
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou 
grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à 
constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não 
voltará a delinquir. 
 
 
RESPOSTA: D 
 
 
06 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
13 
 
Acerca da prescrição, assinale a alternativa correta: 
 
a) Segundo entendimento majoritário da doutrina e do STJ, o acórdão que confirma ou 
reduz a pena não interrompe a prescrição. 
b) A denominada prescrição retroativa é modalidade de prescrição da pretensão punitiva e 
o respectivo prazo deve ser aumentado de 1/3 (um terço), se o condenado for 
reincidente. 
c) Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na 
sentença, computando-se o acréscimo decorrente da continuação. 
d) A prescrição pela pena em concreto é somente da pretensão executória da pena 
privativa de liberdade, devendo as demais modalidades de prescrição serem regulares 
pela pena em abstrato cominada ao delito. 
e) Em recente alteração legislativa, a Lei nº 13.963/2019 passou a prever que a prescrição 
ficará suspensa enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução 
penal. 
 
COMENTÁRIOS 
 
LETRAS A – CORRETA (GABARITO) 
Acórdão que confirma ou reduz a pena interrompe a prescrição? 
SIM. É a posição atual da 1ª Turma do STF. O acórdão confirmatório da sentença 
implica a interrupção da prescrição. STF. 1ª Turma. HC 136392, Rel. Min. Marco 
Aurélio, julgado em 03/10/2017. 
 
NÃO. É a posição da doutrina, do STJ e da 2ª Turma do STF. O art. 117, IV do CP 
estabelece que o curso da prescrição interrompe-se pela publicação da sentença ou 
acórdão condenatórios recorríveis. Se o acórdão apenas CONFIRMA a condenação 
ou então REDUZ a pena do condenado, ele não terá o condão de interromper a 
prescrição. STF. 2ª Turma. ARE 1033206 AgR-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado 
em 27/10/2017. STJ. Corte Especial. AgRg no RE nos EDcl no REsp 1301820/RJ, 
Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 16/11/2016. 
 
Letras B – INCORRETA 
O erro da letra C está em afirmar que a reincidência se aplica para fins de cálculo 
da prescrição retroativa, mas na verdade só se aplica para a modalidade de 
prescrição da pretensão executória, após trânsito em julgado da sentença, senão 
vejamos o art. 110,CP 
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória 
regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os 
quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. 
 
LETRA C – INCORRETA – Súmula 497, STF 
Súmula 497, STF - Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
14 
 
pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da 
continuação. 
 
LETRA D – INCORRETA 
Esse era o teor da Súmula 604 do STF, que, no entanto, está superada! 
Embora a prescrição da pretensão executória seja calculada pela pena em concreto, 
ela não é a única. A prescrição intercorrente e a prescrição retroativa também são 
calculadas pela pena em concreto. Logo, não se pode dizer que a prescrição pela 
pena em concreto somente ocorre no caso de pretensão executória. 
 
LETRA E – INCORRETA – novidade legislativa!!! 
A lei 13.964/2019 de fato inseriu tal possibilidade no Código de Processo Penal. No 
entanto, trata-se de uma causa impeditiva da prescrição, e não suspensiva. 
Vejamos: 
 
Causas impeditivas da prescrição 
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: 
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o 
reconhecimento da existência do crime; 
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; (LEI 13964/19) III - na pendência 
de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando 
inadmissíveis; e (LEI 13964/19) 
IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal. 
(LEI 13964/19) 
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a 
prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro 
motivo. 
 
 
RESPOSTA: A 
 
 
07 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
 
Assinale a opção correta: 
 
a) Na interpretação sistemática, busca-se utilizar métodos indutivos, dedutivos de 
dialética, tentando encontrar o sentido da lei, a partir da razão, enquanto na 
interpretação progressiva, busca-se o fundamento de criação da norma. 
b) Entende-se por analogia o processo de averiguação do sentido da norma jurídica, 
valendo-se de elementos fornecidos pela própria lei, através de método de semelhança. 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
15 
 
c) De acordo com a jurisprudência do STJ, a aplicação do princípio da consunção 
pressupõe a existência de ilícitos penais que funcionem como fase normal de 
preparação ou de execução de outro crime com evidente vínculo de dependência ou 
subordinação entre eles. 
d) Ocorre o crime progressivo ou progressão criminosa quando o agente, para alcançar o 
resultado mais gravoso, passa por outro, necessariamente menos grave. 
e) Leis penais em branco em sentido amplo são aquelas leis penais, cuja norma de 
complementação é oriunda de fonte diversa daquela que a editou. 
 
COMENTÁRIO 
LETRA A – INCORRETA 
• Interpretação sistemática: busca-se analisar o sistema em que a norma está 
inserida. 
• Interpretação progressiva: busca-se o significado legal de acordo com a 
ciência que está progredindo. 
• Interpretação lógica: busca-se utilizar métodos indutivos, dedutivos de 
dialética, tentando encontrar o sentido da lei, a partir da razão. 
• Interpretação histórica: busca-se o fundamento de criação da norma. 
 
LETRA B – INCORRETA 
Analogia não é a "averiguação do sentido da norma jurídica", nem temos uma 
norma jurídica para averiguar, por isso usamos o dispositivo da analogia. O 
processo de averiguar o sentido da norma cabe à interpretação. 
 
LETRA C- CORRETA - Este é o posicionamento do STJ. RECURSO 
ESPECIAL. PENAL E PROCESSUAL PENAL. POSSE ILEGAL DE ARMA 
DE FOGO COM NUMERAÇÃO RASPADA E RESISTÊNCIA. INCIDÊNCIA 
DO PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO.IMPOSSIBILIDADE. CONDUTAS 
AUTÔNOMAS.AUSÊNCIA DE NEXO DE DEPENDÊNCIA OU 
SUBORDINAÇÃO ENTRE OS DELITOS. RECURSO PARCIALMENTE 
PROVIDO. 1. De acordo com a atual jurisprudência consolidada deste Superior 
Tribunal de Justiça, a aplicação do princípio da consunção pressupõe a 
existência de ilícitos penais (delitos meio) que funcionem como fase de 
preparação ou de execução de outro crime (delito fim), com evidente vínculo de 
dependência ou subordinação entre eles; não sendo obstáculo para sua aplicação 
a proteção de bens jurídicos diversos ou a absorção de infração mais grave pelo 
de menor gravidade. Precedentes. 2. No caso, inaplicável o princípio 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
16 
 
da consunção ante o delineamento fático do caso, no qual o porte de arma de 
fogo constituiu-se conduta autônoma relativamente ao delito de resistência, 
mormente pela circunstância de que a abordagem feita pela polícia ocorreu de 
forma aleatória quando realizam patrulhamento de rotina; o que evidencia a 
ausência de nexo de dependência ou subordinação entre os delitos. 3. Recurso 
parcialmente provido para, cassando o acórdão recorrido, determinar o retorno 
dos autos ao Tribunal de origem para que, afastada a incidência 
do princípio da consunção, aprecie as demais teses da apelação defensiva. 
 
LETRA D – INCORRETA 
 
Crime progressivo NÃO se confunde com progressão criminosa: no crime 
progressivo o agente, desde o princípio, já quer o crime mais grave. Na 
progressão, primeiro o sujeito quer o crime menos grave (e consuma) e depois 
decide executar outro, mais grave. Em ambos o réu responde por um só crime. 
 
De acordo com Rogério Sanches: 
• Crime progressivo: se dá quando o agente para alcançar um resultado/ crime 
mais grave passa, necessariamente, por um crime menos grave. Por exemplo, 
no homicídio, o agente tem que passar pela lesão corporal, um mero crime de 
passagem para matar alguém. 
 
• Progressão criminosa: o agente substitui o seu dolo, dando causa a resultado 
mais grave. O agente deseja praticar um crime menor e o consuma. Depois, 
delibera praticar um crime maior e também o concretiza, atentando comtra o 
mesmo bem juiríâico. Exemplo de progressão criminosa é o caso do agente 
que inicialmente pretende somente causar lesões na vítima, porém, após 
consumar os ferimentos, decide ceifar a vida do ferido, causando-lhe a morte. 
Somente incidirá a norma referente ao crime de homicídio, artigo 121 do 
Código Penal, ficando absorvido o delito de lesões corporais. 
 
 
LETRA E – INCORRETA – O conceito trazido pela assertiva é de lei penal em 
branco em sentido estrito, própria ou heterogênea. 
 
De acordo com Rogério Sanches: 
Normal penal em branco: é aquela que depende de complemento normativo. 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
17 
 
É dizer: seu preceito primário (descrição da conduta proibida) não é completo, 
dependendo de complementação a ser dada por outra norma. Esta espécie 
comporta as seguintes classificações 
 
• Norma penal em branco própria (ou em sentido estrito ou heterogênea): o 
seu complemento normativo não emana do legislador, mas sim de fonte 
normativa diversa. Exemplo: a Lei n° 11 . 343/2006 (editada pelo Poder 
Legislativo) disciplina os crimes relacionados com o comércio de drogas, 
porém a aplicabilidade dos tipos penais depende de complemento encontrado 
em portaria do Ministério da Saúde, a Portaria no 344/2008 (editada pelo 
Poder Executivo) 
 
• Norma penal em branco imprópria (ou em sentido amplo ou hoMOgênea): o 
complemento normativo, neste caso, emana do próprio legislador, ou seja, 
da mesma fonte de produção normativa. Por motivos de técnica legislativa, o 
complemento poderá ser encontrado no próprio diploma legal ou em diploma 
legal diverso. 
 
Assim, teremos: 
-­‐ Norma penal em branco imprópria homovitelina: o complemento emana da 
mesma instância legislativa (norma incompleta e seu complemento integram 
a mesma estrutura normativa). Exemplo: o artigo 312 do Código Penal trata 
do crime de peculato , conduta praticada por funcionário público. O conceito 
de funcionário público, para fins penais, está positivado em outro artigo, mais 
precisamente o 327, também do CódigoPenal . 
 
-­‐ Norma penal em branco heterovitelina: o complemento da norma emana de 
instância legislativa diversa (norma incompleta e seu complemento integram 
estruturas normativas diversas). Exemplo: o artigo 236 do Código Penal 
depende de complemento encontrado no Código Civil, instância legislativa 
diversa. Note-se que o conceito de "impedimento" é encontrado em diploma 
legal distinto (Código Civil) . 
 
-­‐ Norma penal em branco ao revés (ou invertida): na norma penal em 
branco ao revés, o complemento refere-se à sanção, preceito secundário, não 
ao conteúdo proibitivo (preceito primário). Exemplo: A Lei n° 2.889/56 , que 
cuida do crime de genocídio, não cuidou diretamente da pena, fazendo 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
18 
 
expressa referência a outras leis no que diz respeito a esse ponto. O 
complemento da norma penal em branco ao revés deverá, necessariamente, 
ser encontrado em lei. 
 
 
RESPOSTA: B 
 
 
08 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
 
Em relação à lei penal no tempo e no espaço, assinale a alternativa incorreta: 
 
a) Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as 
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo 
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no 
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 
b) De acordo com o disposto no CP, fica sujeito à lei penal brasileira, mesmo cometido 
no estrangeiro, e ainda que lá absolvido o agente, o crime praticado contra o 
patrimônio de sociedade de economia mista. 
c) A homologação de sentença estrangeira para obrigar o condenado à reparação do dano, 
quando da aplicação de lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, 
depende de pedido da parte interessada. 
d) No que diz respeito à lei penal no tempo, a regra é a aplicação da lei apenas durante o 
seu período de vigência; a exceção é a extra-atividade da lei penal mais benéfica, que 
comporta duas espécies: a retroatividade e a ultra-atividade 
e) Se um indivíduo praticar uma série de crimes da mesma espécie, em continuidade 
delitiva e sob a vigência de duas leis distintas, aplicar-se-á, em processo contra ele, a lei 
mais benéfica ao caso. 
 
COMENTÁRIO 
LETRA A e B – CORRETAS 
 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras 
de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 1984) 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional 
as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
19 
 
governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as 
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, 
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
 I - Os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
 b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, 
de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, 
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
 
LETRAS C – CORRETA 
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na 
espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: 
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos 
civis; 
II - sujeitá-lo a medida de segurança. 
Parágrafo único - A homologação depende: 
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; 
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de 
cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de 
requisição do Ministro da Justiça. 
 
LETRA D – CORRETA 
Como regra geral, a lei penal deverá respeitar a extra-atividade, ou seja, não 
poderá retroagir nem ser aplicada ulteriormente (aplicar com efeitos para frente). 
Isso se dá pela questão da segurança jurídica, é preciso saber-se por qual lei será 
uma pessoa julgada. No entanto, a lei penal comporta ressalva no caso de haver 
benefício para o réu, portanto a lei penal pode ser extra-ativa. Esse pensamento 
vem expressado no art. 2º, caput e parágrafo único do CP. 
LETRA E – INCORRETA (GABARITO) 
De acordo com a Súmula 711 do Supremo Tribunal Federal, “A lei penal mais 
grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é 
anterior à cessação da continuidade ou da permanência”. 
Assim, caso o crime estiver acontecendo e houver inovações de leis no tempo, ao 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
20 
 
fato deve ser aplicada a lei correspondente ao momento do último ato de 
execução, ainda que a ocorrência do delito se prolongue por duração real (crime 
permanente, como o extorsão mediante sequestro - art. 149, CP. Dessa forma, 
para a Súmula 711 do STF, analisando-se apenas o momento da ocorrência do 
fato, este sempre será regido pela lei vigente no momento da cessação da 
conduta do agente (último ato executório), ainda que ela seja mais grave do que 
a lei que vigia no início do ato de execução. 
 
 
RESPOSTA: E 
 
 
09 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
 
De acordo com o Código Penal e a jurisprudência dos Tribunais Superiores, analise as 
alternativas abaixo: 
 
I – Anderson subtraiu, com o emprego de grave ameaça, os aparelhos celulares de cinco 
passageiros de um ônibus, além do dinheiro que o cobrador portava. Nessa situação, como 
houve a violação de patrimônios distintos, Anderson praticou o crime de roubo simples em 
concurso material. 
II- Rodrigo agrediu fisicamente seu desafeto Filipe, causando-lhe vários ferimentos, e, 
durante a briga, decidiu mata-lo, efetuando um disparo com sua arma de fogo, sem, 
contudo, acertá-lo. Nessa situação hipotética, Alex responderá pelos crimes de lesão 
corporal em concurso material com tentativa de homicídio 
III - Leonardo, mediante grave ameaça exercida com o emprego de arma de fogo, subtraiu 
bens pertencentes de Cíntia e, ainda, exigiu dela a entrega de cartão bancário e senha para a 
realização de saques. Nessa situação, Leonardo praticou, em concurso formal, os crimes de 
roubo circunstanciado e extorsão majorada. 
IV – Natália, maior e capaz, burlou, juntamente com Letícia e Bia, ambas menores de 
dezoito anos, todas com unidade de desígnios, o furto a uma loja de roupas, e dela 
subtraíram, em horário comercial, três bolsas totalizando um valor de R$ 3.000,00. As três 
foram presas em flagrante, na residência de Natália, três horas depois de terem cometido o 
delito. Nessa situação, se ausentes quaisquer excludentes e comprovados os fatos, Natália 
deverá ser condenado por crime de furto qualificado e dois delitos de corrupção de 
menores, todos em concurso formal. 
 
Estão corretas as assertivas: 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
21 
 
 
a) Somente a assertiva I está correta 
b) Somente a assertiva III está correta 
c) Somente a assertiva IV está correta 
d) Estão corretas as assertivas as assertivas II e III 
e) Estão corretas as assertivas I e V 
 
COMENTÁRIO 
SOMENTE A ASSERTIVA IV ESTÁ CORRETA 
 
I – INCORRETA 
Estamos diante de uma hipótese de concurso formal, pois há apenas uma 
conduta que ocasiona dois ou mais crimes. 
 
O sujeito entra no ônibus e, com arma de fogo em punho, exige que oito 
passageiros entreguem seus pertences (dois desses passageiros eram marido e 
mulher). O agente irá responder por oito roubos majorados (art. 157, § 2º-A, I, do 
CP) em concurso formal (art. 70). Atenção: não se trata, portanto, de crime único. 
Ocorre concurso formal quando o agente, medianteuma só ação, pratica crimes 
de roubo contra vítimas diferentes, ainda que da mesma família, eis que 
caracterizada a violação a patrimônios distintos. STJ. 5ª Turma. HC 207.543/SP , 
Rel. Min. Gilson Dipp, julgado em 17/04/2012. Nesse caso, o concurso formal é 
próprio ou impróprio? Concurso formal PRÓPRIO. Praticado o crime de roubo 
mediante uma só ação contra vítimas distintas, no mesmo contexto fático, resta 
configurado o concurso formal próprio, e não a hipótese de crime único, visto 
que violados patrimônios distintos. STJ. 6ª Turma. HC 197684/RJ , Rel. Min. 
Sebastião Reis Júnior, julgado em 18/06/2012. STJ. 5ª Turma. HC 455.975/SP, 
Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 02/08/2018. 
 
II – INCORRETA 
A situação hipotética narrada cuida da progressão criminosa, que é diferente de 
crime progressivo. Na progressão criminosa o agente intenciona praticar um 
crime menos grave e o faz, mas depois decide praticar outro mais grave e pratica, 
quando se dá a chamada substituição de dolo. Na situação hipotética narrada, 
Rodrigo intencionava praticar contra Filipe um crime menos grave (lesão 
corporal) e o fez, mas depois decidiu praticar outro crime mais grave (homicídio) 
e tentou, quando se deu a substituição de dolo (“animus laedendi” para “animus 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
22 
 
necandi”). Nesse caso, não será aplicado o concurso de crimes, seja o material, 
formal ou a continuidade delitiva, e sim o princípio da consunção. Tanto no caso 
de crime progressivo quanto no caso de progressão criminosa, aplica-se o 
princípio da consunção, pelo qual o crime mais grave absorve o menos grave, 
razão pela qual Alex responde só pelo crime de tentativa de homicídio, por 
configurar-se a progressão criminosa e tratar-se de delito único. 
 
Nesse sentido: APELAÇÃO CRIMINAL. LESÕES CORPORAIS. 
PROGRESSÃO CRIMINOSA. PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. TENTATIVA 
DE HOMICÍDIO. Inexistência de prova da materialidade do crime de lesões 
corporais. Ademais, verificase hipótese de progressão criminosa, pois o agente, 
dentro do mesmo iter criminis, inicialmente praticou o crime de lesões corporais 
contra a vítima, e posteriormente, passando a querer um resultado mais grave, 
tentou matá-la, já tendo sido, inclusive, condenado pelo crime de tentativa de 
homicídio. Sentença absolutória mantida. APELAÇÃO DESPROVIDA. 
(Apelação Crime Nº 70051721991, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça 
do RS, Relator: Lizete Andreis Sebben, Julgado em 19/12/2013) Fonte: MASSON, 
Cleber. Direito penal esquematizado: parte geral. São Paulo: Método, 8ª edição, 
2014. 
 
III – INCORRETA 
Estamos diante de uma hipótese de concurso material, pois os crimes praticados 
por Leonardo se encontram em tipos penais diversos. 
 
Não há continuidade delitiva entre os crimes de roubo e extorsão, ainda que 
praticados em conjunto. Isso porque, os referidos crimes, apesar de serem da 
mesma natureza, são de espécies diversas. STJ. 5ª Turma. HC 435.792/SP, Rel. 
Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/05/2018. STF. 1ª Turma. HC 114667/SP, rel. 
org. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 
24/4/2018 (Info 899). Não há como reconhecer a continuidade delitiva entre os 
crimes de roubo e o de latrocínio porquanto são delitos de espécies diversas, já 
que tutelam bens jurídicos diferentes. STJ. 5ª Turma. AgInt no AREsp 
908.786/PB, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 06/12/2016. 
 
IV – CORRETA 
A prática de crimes em concurso com dois adolescentes dá ensejo à condenação 
por dois crimes de corrupção de menores. Ex: João (20 anos de idade), em 
conjunto com Maikon (16 anos) e Dheyversson (15 anos), praticaram um roubo. 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
23 
 
João deverá ser condenado por um crime de roubo qualificado e por dois 
crimes de corrupção de menores, em concurso formal (art. 70, 1ª parte, do CP). 
STJ. 6ª Turma.REsp 1680114-GO, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 
10/10/2017 (Info 613). 
 
 
RESPOSTA: C 
 
 
10 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
 
Em relação aos crimes contra a fé pública, assinale a alternativa incorreta: 
 
a) Apologia de crime culposo não é punível, pois não pode haver instigação, direta ou 
indireta, à prática de um ato involuntário. 
b) Basta que o agente incite publicamente a prática de delitos de forma genérica para que 
se configure o crime de incitação ao crime (art. 286, CP), não sendo necessário 
apontar fato determinado. 
c) Caso haja apenas três agentes e a participação de um dos sujeitos ativos não for 
demonstrada nos autos, vindo ele a ser absolvido, o delito de associação criminosa 
estará descaracterizado. 
d) De acordo com o CPP, o crime de associação criminosa previsto no art. 288 do 
Código Penal, terá a pena aumentada até a metade se houver a participação de criança 
ou adolescente. 
e) O art.288-A do Código Penal constitui um tipo penal aberto, posto que o legislador 
deixara de definir o que se pode entender por “organização paramilitar”, “milícia 
particular”, “grupo” e “esquadrão. Para a configuração do crime, exige-se, ainda, um 
elemento subjetivo especial previsto no tipo. 
 
COMENTÁRIO 
LETRA A – CORRETA 
Consiste a figura delituosa em fazer, publicamente, apologia (elogio, exaltação) 
de fato criminoso ou de autor de crime. Novamente, afasta-se o crime na 
hipótese de o agente se referir a contravenção ou ao contraventor. Apologia de 
crime culposo não é punível, pois não pode haver instigação, direta ou indireta, à 
prática de um ato involuntário. Cunha. Rogério Sanches. Manual de Direito 
Penal Especial. 11ª ed. Juspodivm. 2019. Pg. 713/714 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
24 
 
 
LETRA B – INCORRETA (GABARITO) 
Não é bastante que o agente incite publicamente a prática de delitos de forma 
genérica para que se configure o crime, devendo apontar fato determinado, 
como, por exemplo, conclamar publicamente titulares de determinado direito a 
fazer justiça com suas próprias mãos, o que constitui o crime de exercício 
arbitrário das próprias razões. (CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito 
Penal parte especial, volume único. 11ª edição. 2019. Páginas 714) 
 
& De olho na jurisprudência: Info 831, STF 
Deputado que, em entrevista à imprensa, afirma que determinada Deputada 
"não merece ser estuprada" pratica, em tese, incitação ao crime (art. 286 do CP) 
 
 
LETRA C – CORRETA 
Agente absolvido: se a participação de um dos sujeitos ativos não é demonstrada 
nos autos, vindo ele a ser absolvido, o delito de associação criminosa estará 
descaracterizado, a não ser que ainda restem outras três pessoas que o integrem. 
(Alexandre Salim, Marcelo André De Azevedo. Direito Penal. parte especial - dos 
crimes contra a incolumidade pública aos crimes contra a administração da 
justiça –5ª Ed. Salvador: Juspodivm, 2017, p. 135/136.) 
 
LETRA D – CORRETA 
Art.288 (...). Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é 
armada ou se houver a participação de criança ou adolescente. 
 
LETRA E – CORRETA 
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização 
paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar 
qualquer dos crimes previstos neste Código: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. 
 
O tipo exige, além do dolo, como elementar expressa, o fim especial do agente, 
sendo imprescindível, portanto: a vontade de realizar o verbo da figura típica + a 
finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos no CP. 
 
Não se esqueça! 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
25 
 
• Milícia privada: associação permanente e estável, de, ao menos, três pessoas. 
Extinção da punibilidade de um agente não descaracteriza o crime. 
• Não abrange contravenções penais e crimes previstos em leis extravagantes. 
Todos os crimes devem estar previstos no CP. 
• Objeto material: organização paramilitar, milícia particular, grupo e 
esquadrão. 
• Elemento subjetivo: dolo, acrescido do elemento subjetivo específico “com a 
finalidade de praticar qualquer doscrimes previstos neste Código”. Não 
admite a modalidade culposa. 
• Tentativa: não admite (crime obstáculo). 
• Ação penal: pública incondicionada. 
 
 
RESPOSTA: B 
 
 
11 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
 
Com relação aos crimes previstos na parte especial do Código Penal, analise as assertivas 
abaixo e assinale a opção correta 
 
I - Aquele que, ao se omitir, provoca, culposamente, a exposição de outrem ao perigo, 
pratica o crime de omissão de socorro. 
II - A pena é aumentada de metade se, do abandono de incapaz, resulta lesão corporal de 
natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. 
III – O crime de perigo de contágio de moléstia venérea, tipificado no artigo 130 do CP, é 
crime de ação pública incondicionada. 
IV - O crime de rixa, previsto no art. 137 do Código Penal, é crime plurissubjetivo ou de 
concurso necessário, sendo certo que, quem a provoca culposamente, sem dela participar, 
responde também pelo crime. 
V - O crime de maus tratos é crime próprio, pois exige especial vinculação jurídica entre os 
sujeitos. 
 
Está correto o que se diz em: 
 
a) Todas as afirmativas estão corretas. 
b) Todas as afirmativas estão incorretas. 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
26 
 
c) Há 1 afirmativa correta. 
d) Há 2 afirmativas corretas. 
e) Há 3 afirmativas corretas. 
 
COMENTÁRIO 
SOMENTE A AFIRMATIVA V ESTÁ CORRETA 
 
I – INCORRETA 
O crime de omissão de socorro admite apenas a conduta dolosa, seja a título de 
dolo direto ou eventual. Não admite a modalidade culposa 
 
Omissão de socorro 
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, 
à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao 
desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro 
da autoridade pública: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa 
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão 
corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. 
 
II – INCORRETA – A assertiva trocou com o crime de omissão de socorro! 
Cuidado! 
No crime de omissão de socorro a lesão corporal de natureza grave ou morte 
configuram majorantes de pena, ao passo que no crime de abandono de incapaz 
configuram qualificadoras. 
 
Abandono de incapaz 
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou 
autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes 
do abandono: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos. 
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
Aumento de pena 
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: 
I - se o abandono ocorre em lugar ermo; 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
27 
 
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da 
vítima. 
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos 
 
III – INCORRETA 
Perigo de contágio venéreo 
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, 
a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 2º - Somente se procede mediante representação. 
 
IV – INCORRETA 
O tipo penal de rixa não prevê modalidade culposa, a qual poderia abarcar a 
hipótese de imprudência. Assim, sendo a rixa um crime apenas doloso, 
impossível que se configure a participação culposa, pois é o elemento dolo 
imprescindível. 
 
V – CORRETA 
O tipo penal reclama uma vinculação especial entre o autor e a vítima dos maus 
tratos (crime próprio). O ofendido deve estar sob a autoridade, guarda ou 
vigilância do agente, para fins de educação, ensino, tratamento ou custódia, 
pouco importando o grau de instrução ou a classe social do responsável pela 
conduta criminosa. (MASSON, Cleber. Código Penal Comentado. 7ª edição. 
2019. Pg. 642) 
 
 
RESPOSTA: C 
 
 
12 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
 
Tendo em vista os crimes previstos na parte especial, assinale a alternativa incorreta: 
 
a) O crime de violação a domicílio, tipificado no art. 150 do Código Penal, pode ser 
praticado tanto na forma omissiva como na forma comissiva. 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
28 
 
b) No crime de violação de domicílio, existe uma circunstância de especial aumento de 
pena segundo a qual aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por 
funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades 
estabelecidas em lei, ou com abuso de poder. 
c) No crime de aliciamento para o fim de emigração, pune-se a conduta de recrutar 
trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro, como 
forma de se garantir a proteção à organização do trabalho. 
d) Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos 
forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho 
configura crime contra a organização do trabalho. 
e) O agente que pratica o crime de impedimento ou perturbação de enterro ou cerimônia 
funerária mediante violência, responde pelo crime em questão com a pena aumentada 
de 1/3, sem prejuízo da pena da violência. 
 
COMENTÁRIO 
LETRA A – CORRETA 
De fato, pode ser praticado através de conduta omissiva, e se consuma quando o 
sujeito permanece (deixa sair) na casa alheia contra a vontade expressa ou tácita 
de quem de direito. Destarte, ainda que resista (exemplo: determinada sua 
retirada de uma festa, o agente se recusa a deixar o local, trancando-se em um 
banheiro), o crime já estará consumado com sua negativa em abandonar o 
domicílio alheio 
 
LETRA B – CORRETA 
Violação de domicílio 
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a 
vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas 
dependências: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o 
emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à 
violência. 
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário 
público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades 
estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. 
 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
29 
 
LETRA C – CORRETA 
TÍTULO IV: DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO. 
Aliciamento para o fim de emigração 
Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para 
território estrangeiro. (Redação dada pela Lei nº 8.683, de 1993) 
 Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. 
 
LETRAS D – INCORRETA (GABARITO) 
O crime de Redução à condição análoga a de escravo é crime contra a liberdade 
individual e não crime contra a organização do trabalho. 
 
LETRA E – CORRETA 
Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária 
Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. 
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, 
sem prejuízo da correspondente à violência. 
 
 
RESPOSTA: D 
 
 
13 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
a) Não é viável a punição de pessoa que tem em seu poder carimbos falsos, com o 
comprovado intuito de, futuramente, falsificar documentos, se ainda não deu 
efetivo início à sua confecção, por tal conduta ser considerada mero ato 
preparatório. 
b) No tocante ao crime de apropriação indébita previdenciária (art. 168-A do CP), a 
jurisprudência majoritária tem entendido que se trata de crime omissivo impróprio. 
c) O crime de apropriação indébita pressupõe a posse ou detenção lícita, mas vigiada, 
do agente sobre coisa móvel alheia, com subsequente inversão do título da posse 
ou detenção.d) Configura-se o crime de resistência quando o agente se opõe à execução de ato 
legal de funcionário público competente. Se praticado mediante violência ou grave 
ameaça, a pena é aumentada de 1/3 a 1/2; 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
30 
 
e) O crime de usurpação da função pública, previsto no art. 328 do Código Penal, 
exige como especial fim de agir que o agente aufira alguma vantagem em razão do 
fato. 
 
COMENTÁRIO 
LETRA A – CORRETA (GABARITO) 
Ao contrário do que ocorre nos Capítulos I (moeda falsa) e II (títulos e papéis públicos) 
do Título em estudo (Crimes contra a fé pública), que punem condutas relacionadas a 
“petrechos” para falsificação (arts. 291 e 294 do CP), no Capítulo III (falsidade 
documental), não existe tal previsão, que, portanto, deve ser considerada como mero ato 
preparatório e, assim, impunível. Dessa forma, não é viável a punição de pessoa que tem 
em seu poder carimbos falsos, com o comprovado intuito de, futuramente, falsificar 
documentos, se ainda não deu efetivo início à sua confecção. 
Gonçalves, Victor Eduardo Rios. Direito penal esquematizado: parte especial. 8. ed. – 
São Paulo : Saraiva Educação, 2018, p. 770/773. 
 
LETRA B – INCORRETA 
Trata-se de crime omissivo próprio, onde o agente "deixa de..."; sendo que a 
omissão, por si só, já se mostra apta para consumar o delito, independente do 
emprego de qualquer fraude material; 
 
LETRA C – INCORRETA 
No crime de apropriação indébita, a posse da coisa é lícita e desvigiada. 
 
LETRA D – INCORRETA 
O crime de resistência tem como elementar do tipo o emprego de violência ou 
ameaça. Se se tratar de resistência passiva, como fugir, correr, se agarrar a uma árvore, 
não configura tal crime, vez que a simples oposição, sem apresentar violência ou ameaça, 
não configura resistência, e sim desobediência. 
 
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário 
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
 
 
LETRA E – INCORRETA 
O crime de usurpação de função pública não exige a obtenção de vantagem por parte do 
agente. No entanto, se esta ocorrer, estará configurada a qualificadora do delito em 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
31 
 
questão. 
 
Usurpação de função pública 
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. 
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
 
 
RESPOSTA: LETRA A 
 
 
14 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
 
Rodolfo, por três vezes seguidas, agindo da mesma forma e nas mesmas condições, 
praticou atos libidinosos diversos com Gabi, sua enteada de apenas 12 anos. Cássia, mãe de 
Gabi e companheira de Rodolfo, ao descobrir a prática do marido, nada fez por medo de 
perdê-lo. O fato fora levado ao conhecimento da autoridade policial, que instaurou 
procedimento próprio. 
Considerando o caso em tela, assinale a alternativa correta: 
 
a) Rodolfo responderá pelo crime de assédio sexual na forma continuada, e Cássia não 
praticou fato típico. 
b) Rodolfo responderá pelo crime de estupro de vulnerável na forma continuada e Cássia 
não praticou fato típico. 
c) Rodolfo e Cássia responderão pelo crime de estupro de vulnerável na forma 
continuada. 
d) Rodolfo responderá pelo crime de estupro de vulnerável na forma majorada, por ser a 
vítima sua enteada, e Cássia responderá pelo mesmo crime, pois tinha o dever jurídico 
de impedir o resultado. 
e) Rodolfo responderá pelo crime de estupro de vulnerável na forma continuada sem 
causa de aumento de pena, e Cássia pela mesma infração, porém incidindo sobre ela a 
majorante do art. 226 por ser a vítima sua filha. 
 
COMENTÁRIO 
RESPOSTA: LETRA D (RESPONDE TODAS AS ALTERNATIVAS) 
 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
32 
 
No caso em tela, houve o crime de estupro de vulnerável, pois Rodolfo praticou 
atos libidinosos com menor de 14 anos (art. 217-A do CP). Incide em relação a ele 
a causa de aumento de pena prevista no art. 226, II do CP, pois praticou a 
conduta abusando das relações familiares, de intimidade ou de confiança que 
mantinha com a vítima. 
 
Tratando-se de 3 condutas cometidas nas mesmas circunstâncias de tempo, local 
e modo de execução, incidem as regras do crime continuado, aplicando-se a 
pena de acordo com o sistema da exasperação. 
Cássia responderá pelo mesmo delito pois, na condição de mãe da vítima, tinha 
por lei obrigação de cuidado, proteção e vigilância a fim de que impedisse o 
crime, caracterizando a omissão imprópria do que trata o art. 13, §2º “a” do CP. 
 
 
Estupro de vulnerável 
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 
14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
 II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, 
cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por 
qualquer outro título tiver autoridade sobre ela; (Redação dada pela Lei nº 
13.718, de 2018) 
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável 
a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o 
resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir 
para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 
RESPOSTA: D 
 
 
15 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
 
No que se refere aos crimes contra a paz pública, analise os itens a seguir: 
 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
33 
 
I - A pena é dobrada se a associação for armada ou se houver a participação de criança ou 
adolescente. 
II - A conduta de custear milícia privada para a prática de homicídios é tipificada como 
crime de associação criminosa. 
III – O crime de associação criminosa exige a demonstração do elemento subjetivo especial 
consistente no ajuste prévio entre os membros com a finalidade específica de cometer 
crimes indeterminados. 
IV - O crime de associação criminosa somente irá se consumar quando o grupo iniciar suas 
atividades criminosas. 
V - Tem caráter hediondo, a despeito de ter pena menor do que a associação para o tráfico, 
que não é equiparado ao hediondo. 
 
De acordo com as assertivas acima, é possível afirmar que: 
 
a) Todas as afirmativas estão corretas 
b) Há 1 afirmativa correta 
c) Há 2 afirmativas corretas 
d) Há 3 afirmativas corretas 
e) Nenhuma afirmativa está correta 
 
COMENTÁRIO 
Somente a afirmativa III está correta (GABARITO – B) 
É imprescindível que a reunião seja efetivada antes da deliberação dos delitos (se 
primeiro identificam-se os crimes a serem praticados e depois reúnem-se seus 
autores, haverá mero concurso de agentes). (CUNHA, Rogério Sanches. Manual 
de Direito Penal parte especial, volume único. 11ª edição. 2019. Página 718) 
 
I – INCORRETA 
Associação Criminosa: Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o 
fim específico de cometer crimes. 
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou 
se houver a participação de criança ou adolescente 
 
II – INCORRETA 
 A conduta de custear milícia privada para a prática de homicídios (ou de outros 
crimes) é tipificada como constituição de milícia privada. (CP, art. 288-A: 
“Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, 
milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
34 
 
crimes previstos neste Código”) 
 
IV – INCORRETA 
O crime se consuma, em relação aos fundadores, no momento em que 
aperfeiçoada a convergência de vontades entre ao menos três pessoas, e, quanto 
àqueles que venham posteriormente a integrar-se ao grupo jáformado, na adesão 
de cada qual (RTJ 181/680). lndepende da prática de algum crime pelos 
integrantes. É posição pacífica nos Tribunais Superiores (STF e STJ) ser a 
associação criminosa crime autônomo, que independe da prática de delitos pelo 
grupo (aliás, eventuais infrações praticadas gera, para seus autores - que 
participaram, direta ou indiretamente da execução-, concurso material entre o 
crime praticado e o art. 288 do CP). (CUNHA, Rogério Sanches. Manual de 
Direito Penal parte especial, volume único. 11ª edição. 2019. Página 719) 
 
V – INCORRETA - O crime de associação criminosa não se encontra tipificado 
no rol de crimes hediondos 
 
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados 
no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados 
ou tentados: 
I – Homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de 
extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 
121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII); 
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal 
seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente 
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema 
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou 
em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente 
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; 
II - Latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); 
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2º); 
IV - Extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 
2o e 3o); 
V - Estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); 
VI - Estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); 
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). 
VII-A – (VETADO) 
VII-B - Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a 
fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a 
redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
35 
 
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de 
criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). 
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o crime de genocídio 
previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de 
posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da Lei 
no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos tentados ou consumados. 
 
 
RESPOSTA: B 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
16 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
 
“É dever do magistrado superar a desidiosa iniciativa das partes na colheita do material probatório, 
esgotando todas as possibilidades para alcançar a verdade real dos fatos”. 
 
O enunciado em questão se refere ao: 
 
a) Princípio da verdade formal ou dispositivo. 
b) Princípio da economia processual. 
c) Princípio da persuasão racional do juiz. 
d) Princípio da oficiosidade. 
e) Princípio da verdade material ou da livre investigação das provas. 
 
COMENTÁRIO 
 
A – ERRADA. Regra de que o juiz depende, na instrução da causa, da iniciativa 
das partes quanto às provas e às alegações em que fundamentará sua decisão 
( iudex secundum al legata e t probata part ium iudicare debet ) . Segundo o 
princípio, pode o juiz dar-se por satisfeito, quanto à instrução do feito, com 
as provas produzidas pelas partes, rejeitando a demanda ou a defesa por falta 
de elementos de convicção. 
 
B – ERRADA. O processo é instrumento, não se podendo exigir um 
dispêndio exagerado com relação aos bens que estão em plena disputa. 
Exprime a procura da máxima eficiência na aplicação do direito, com o 
menor dispêndio de atos processuais possíveis. 
 
C – ERRADA. O juiz só decide com base nos elementos existentes no processo, 
mas os avalia segundo critérios críticos e racionais, devendo observar, na sua 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
36 
 
apreciação, as regras legais porventura existentes a as máximas de experiência. É 
o sistema que vale como regra. Opõe-se ao sistema da prova legal, que atribui 
valor absoluto aos elementos probatórios, obrigando o juiz a aplica-los 
mecanicamente, sem qualquer valoração subjetiva e ao sistema do julgamento 
secundum consc ient izam , onde a decisão é livre de qualquer critério. 
 
D – ERRADA. As autoridades públicas incumbidas da persecução penal 
devem agir de ofício, sem necessidade de provocação ou de assentimento de 
outrem. A regra não impede a provocação dos órgãos públicos por qualquer 
do povo. 
 
E – CORRETA. Característico do processo penal, dado o caráter público do 
direito material sub judice, excludente da autonomia privada. É dever do 
magistrado superar a desidiosa iniciativa das partes na colheita do material 
probatório, esgotando todas as possibilidades para alcançar a verdade real dos 
fatos, como fundamento da sentença. Por óbvio, é inegável que, mesmo nos 
sistemas em que vigora a livre investigação das provas, a verdade alcançada será 
sempre formal, porquanto “o que não es tá nos autos , não es tá no mundo” . 
 
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 21.ed. – São Paulo: Saraiva, 
2014. 
 
 
RESPOSTA: E 
 
 
17 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
 
Considerando as disposições constantes no Código de Processo Penal, acerca do inquérito 
policial, marque a resposta correta: 
 
a) A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas 
respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua 
autoria, excluindo a competência de autoridades administrativas, a quem por lei seja 
cometida a mesma função. 
b) Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado de ofício ou a 
requerimento da autoridade judiciária, apenas. 
c) Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito não caberá 
recurso. 
d) Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos 
informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à 
vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a 
instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
37 
 
e) O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, poderá 
sem ela ser iniciado, desde que, posteriormente, seja reduzido a termo. 
 
COMENTÁRIO 
 
A – ERRADA. Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais 
no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das 
infrações penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei nº 9.043, de 9.5.1995) 
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de 
autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. 
 
B – ERRADA. Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será 
iniciado: 
I - de ofício; 
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a 
requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. 
 
C – ERRADA. Art. 5o 
(...) 
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá 
recurso para o chefe de Polícia. 
 
D – CORRETA. 
A Lei 13.964/2019 promoveu mudanças significativas no Código de Processo 
penal, dentre elas a mudança no art. 28 do referido diploma legal. 
Dessa forma, com a mudança legislativa, o Ministério Público deve encaminhar o 
pedido de arquivamento para a instância e revisão ministerial para fins de 
homologação: 
 
ANTES DA LEI 13.964/2019 DEPOIS DA LEI 13.964/2019 
Art. 28. Se o órgão do Ministério 
Público, ao invés de apresentar a 
denúncia, requerer o arquivamento do 
inquérito policial ou de quaisquer 
peças de informação, o juiz, no caso 
de considerar improcedentes as razões 
invocadas, fará remessa do inquérito 
ou peças de informaçãoao 
procurador-geral, e este oferecerá a 
denúncia, designará outro órgão do 
Ministério Público para oferecê-la, ou 
insistirá no pedido de arquivamento, 
ao qual só então estará o juiz obrigado 
Art. 28. Ordenado o arquivamento do 
inquérito policial ou de quaisquer 
elementos informativos da mesma 
natureza, o órgão do Ministério 
Público comunicará à vítima, ao 
investigado e à autoridade policial e 
encaminhará os autos para a instância 
de revisão ministerial para fins de 
homologação, na forma da lei. 
 
§ 1º Se a vítima, ou seu representante 
legal, não concordar com o 
arquivamento do inquérito policial, 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
38 
 
a atender. 
 
poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do 
recebimento da comunicação, 
submeter a matéria à revisão da 
instância competente do órgão 
ministerial, conforme dispuser a 
respectiva lei orgânica. 
 
§ 2º Nas ações penais relativas a 
crimes praticados em detrimento da 
União, Estados e Municípios, a 
revisão do arquivamento do inquérito 
policial poderá ser provocada pela 
chefia do órgão a quem couber a sua 
representação judicial. 
 
 
E – ERRADA. Art. 5º 
(...) 
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, 
não poderá sem ela ser iniciado. 
 
 
RESPOSTA: D 
 
 
18 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
 
Considerando as disposições constantes do Código de Processo Penal, acerca do inquérito 
policial, marque a resposta correta: 
 
a) Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e 
Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela 
chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial. 
b) Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a 
autoridade policial deverá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não 
contrarie a moralidade ou a ordem pública. 
c) O inquérito deverá terminar no prazo de quinze dias, se o indiciado tiver sido preso em 
flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do 
dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, 
mediante fiança ou sem ela 
d) A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado no inquérito e enviará 
autos ao juiz competente, não podendo, contudo, indicar testemunhas que não tiverem 
sido inquiridas anteriormente 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
39 
 
e) Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá 
requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas 
no prazo de quarenta e oito horas. 
 
COMENTÁRIO 
 
A – CORRETA. Art. 28, §2º (INSERIDO PELA LEI Nº 13.964/2019) 
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, 
Estados e Municípios, a revisão do arquiva- mento do inquérito policial poderá 
ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial. 
 
 
B – ERRADA. Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido 
praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à 
reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a 
ordem pública. 
 
C – ERRADA. Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o 
indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, 
contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de 
prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
(…) 
 
D – ERRADA. Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o 
indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, 
contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de 
prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará 
autos ao juiz competente. 
§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido 
inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. 
 
E – ERRADA. Art. 10 
(...) 
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a 
autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores 
diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. 
 
 
RESPOSTA: A 
 
 
19 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
40 
 
 
Incumbe à autoridade policial, exceto: 
 
a) Fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e 
julgamento dos processos. 
b) Realizar diligências requisitadas pelo juiz ou Ministério Público. 
c) Cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias. 
d) Representar acerca da prisão preventiva. 
e) Determinar o arquivamento dos autos de inquérito. 
 
COMENTÁRIO 
 
A – CORRETA / B – CORRETA / C – CORRETA / D – CORRETA / E – 
ERRADA 
 
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: 
 I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e 
julgamento dos processos; 
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; 
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; 
IV - representar acerca da prisão preventiva. 
 
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. 
 
 
RESPOSTA: E 
 
 
20 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
 
Considerando as disposições constantes no Código de Processo Penal, acerca da ação 
penal, marque a resposta correta: 
 
a) Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério 
Público, e dependerá, em todo caso, de requisição do Ministro da Justiça, ou de 
representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. 
b) No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o 
direito de representação se extingue. 
c) Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos 
casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre 
o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção. 
d) A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o inquérito policial. 
e) A representação poderá ser retratada, depois de oferecida a denúncia. 
DEDICAÇÃO DELTA 
 
DELEGADO/PA 
 
 
 
41 
 
 
COMENTÁRIO 
 
A – ERRADA. Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por 
denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de 
requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem 
tiver qualidade para representá-lo. 
 
B – ERRADA. Art. 24 
(...) 
§ 1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão 
judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente 
ou irmão. (Parágrafo único renumerado pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993) 
 
C – CORRETA. Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa 
do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, 
por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os 
elementos de convicção. 
 
D – ERRADA. Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o 
auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade 
judiciária ou policial. 
 
E – ERRADA. Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a 
denúncia. 
 
 
RESPOSTA: C 
 
 
21 – EXCLUSIVO@DEDICACAODELTA 
 
Considerando as disposições constantes do Código de Processo Penal, acerca da ação 
penal, marque a resposta correta: 
 
a) Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito 
policial, poderá, no prazo de 10 dias do recebimento da comunicação, submeter a 
matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a 
respectiva lei orgânica 
b) Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada

Outros materiais