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O que foi a Guerra Fria? É chamada dessa forma por ter sido uma intensa guerra econômica, diplomática e ideológica travada pela conquista de zonas de influência. Nunca houve um confronto direto, quer dizer, também ficou assim conhecida porque ambos os países nunca se enfrentaram diretamente num conflito armado em seus territórios. Após a Segunda Guerra Mundial, o cenário político de todo o mundo passava por um período de grande tensão: de um lado o capitalista EUA, do outro a socialista URSS. O fato de que as duas potências possuíam a bomba atômica, foi fundamental para que um conflito direto não acontecesse entre elas, pois ambos os lados sabiam que uma vez iniciada uma guerra, ela não acabaria sem a destruição total do inimigo e, talvez, de boa parte do planeta. Ações soviéticas e americanas no plano econômico e político Investimentos em tecnologia, armas e propaganda foram elementos centrais na Guerra Fria. Cada um dos lados buscava provar para o mundo sua superioridade e a do modelo econômico que defendia. A competição chegou a ultrapassar os limites do próprio planeta Terra no final da década de 1950 com a chamada Corrida Espacial, isso é, a disputa pelo pioneirismo na conquista do espaço quando, em 4 de outubro de 1957, os soviéticos lançaram o primeiro satélite artificial do planeta, o Sputnik. Corrida Armamentista É a denominação da prática das nações rivais acumularem e melhorarem o desempenho e a quantidade de armas em tempos de “paz”. Trata-se de um confronto político e ideológico que resulta no incentivo à pesquisa e desenvolvimento de armas, bem como no aperfeiçoamento de táticas militares. Essa última disputa impôs uma nova denominação à prática, que passou a ser chamada também de "corrida nuclear". Isso ocorre pelo ápice do desenvolvimento de armas nucleares, iniciado pelos Estados Unidos. Bombas Nucleares As bombas atiradas sobre Hiroshima e Nagasaki impuseram uma nova postura mundial diante da corrida armamentista. 217 mil pessoas morreram nas duas cidades, que ficaram completamente destruídas, em um dia! O alcance das armas não estava limitado à área onde ocorriam as batalhas e representava destruição em massa não observada até então. Às armas de destruição em grande escala estavam adicionadas as biológicas e químicas como resultado de intensas pesquisas sobre os métodos mais eficientes para matar. Corrida Espacial Muito dinheiro, tempo e estudo foram investidos pela URSS e pelos EUA para saber quem dominaria também a órbita terrestre. Os soviéticos saíram na frente, em 1961 o astronauta russo Yuri Gagarin (1934-1968) foi o primeiro homem à ir para o espaço. Porém, os americanos foram mais longe e em 20 de julho de 1969 o astronauta norte americano, Neil Armstrong (1930-2012), se tornou o primeiro homem a pisar na superfície lunar. A corrida espacial não incluía somente o objetivo de levar pessoas ao espaço. Também fazia parte do projeto desenvolver armas de longo alcance, como mísseis intercontinentais e escudos espaciais. Crise dos Mísseis Esse é considerado o momento em que a Guerra Fria ficou mais próxima de um conflito nuclear. Em 1961, havia ocorrido a tentativa de derrubar o governo de Fidel Castro, de regime socialista. O episódio ficou conhecido como “invasão da Baía dos Porcos”, e foi realizado por um grupo paramilitar de exilados cubanos anticastristas, apoiados pelos Estados Unidos. Esse acontecimento, somado ao fato dos EUA terem mísseis nucleares na Itália e Turquia – países próximos a URSS, fez com que os soviéticos buscassem implantar mísseis em Cuba, país mais próximo dos EUA. Os Estados Unidos imediatamente pediram a retirada dos mísseis, sob pena de realizarem um ataque nuclear à URSS se a requisição não fosse atendida. Seguiram 13 dias de forte tensão entre os dois blocos, em que o conflito nuclear parecia iminente. Após esse período, as duas superpotências chegaram a um acordo: a URSS removeu seus mísseis de Cuba e, posteriormente, os EUA retiraram seus mísseis da Itália e Turquia. Influências soviéticas e americanas no cenário geopolítico A fim de unir militarmente os países alinhados do Ocidente, foi criada a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em 4 de abril de 1949, com a participação de Estados Unidos, Canadá, Portugal, Itália, Noruega, Dinamarca, Islândia, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, França e Reino Unido. Já os países alinhados a URSS, como Alemanha Oriental, Bulgária, Hungria, Polônia, Tchecoslováquia e Romênia organizaram-se, em 14 de maio de 1955, no Pacto de Varsóvia. As duas organizações tinham por objetivo garantir a proteção mútua dos seus membros, assim, caso um país fosse atacado, seus aliados deveriam intervir e/ou enviar ajuda. Com isso, apesar de não terem combatido diretamente, Estados Unidos e União Soviética envolveram-se em outros conflitos como a Guerra do Vietnã (1959-1975), Guerra do Afeganistão (1979–1989) e a Guerra das Coreias (1950-1953), em que cada uma das potências apoiou belicamente um grupo armado diferente, a fim de que seus interesses fossem defendidos naquelas regiões. Cortina de Ferro Em 1946, Winston Churchill (primeiro ministro britânico) fez um famoso discurso nos Estados Unidos, usando a expressão "Cortina de Ferro" para se referir à influência da União Soviética sobre os países socialistas do leste europeu. Churchill defendia a ideia de que, após a Segunda Guerra Mundial, a URSS se transformou na grande inimiga dos valores ocidentais (democracia e liberdade, principalmente). Caça às Bruxas Os EUA lideraram uma forte política de combate ao comunismo em seu território e no mundo. Usando o cinema, a televisão, os jornais, as propagandas e até mesmo as histórias em quadrinhos, divulgaram uma campanha, que valorizava o "American Way of Life" (estilo de vida americano). Vários cidadãos americanos foram presos ou marginalizados por defenderem idéias próximas ao socialismo. O Macarthismo, comandado pelo senador republicano Joseph McCarthy, perseguiu muitas pessoas nos EUA. Essa ideologia também chegou aos países aliados dos EUA, como uma forma de identificar o socialismo com tudo que havia de ruim no planeta. Na URSS não foi diferente, já que o Partido Comunista e seus integrantes perseguiram, prenderam e até mataram todos aqueles que não seguiam as regras estabelecidas pelo governo. Sair destes países, por exemplo, era praticamente impossível. Um sistema de investigação e espionagem foi muito usado por ambos os lados. Enquanto a espionagem norte-americana cabia aos integrantes da CIA, os funcionários da KGB faziam os serviços secretos soviéticos. Doutrina Truman O presidente Truman lançou, em 1947, a Doutrina Truman, com o discurso de que os Estados Unidos defenderiam (do comunismo) os povos livres em todo o mundo. Uma das primeiras ações sob esse discurso foi a ajuda monetária à Grécia e à Turquia, tendo o objetivo de expandir o poder norte-americano no Mediterrâneo. Plano Marshall Com o objetivo de reforçar o capitalismo, o secretário de Estado americano, George Marshall, lança o Plano Marshall que era um oferecimento de empréstimos com juros baixos e investimentos para que os países arrasados na Segunda Guerra Mundial pudessem se recuperar economicamente. A partir desta estratégia a União Soviética criou, em 1949, o Comecon, que era uma espécie de contestação ao Plano Marshall que impedia seus aliados socialistas de se interessar ao favorecimento proposto pelo então inimigo político. A Alemanha por sua vez, aderiu o Plano Marshall para se restabelecer, o que fez com que a União Soviética bloqueasse todas as rotas terrestres que davam acesso a Berlim. Desta forma, a Alemanha, apoiada pelos Estados Unidos, abastecia sua parte de Berlimpor vias aéreas provocando maior insatisfação soviética e o que provocou a divisão da Alemanha em Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental. Entre os países que mais receberam ajuda dos estadunidenses, o Reino Unido lidera a lista, seguido, respectivamente, por França, Japão, Itália, Alemanha Ocidental, entre outros. Plano Molotov Em resposta ao Plano Marshall, a União Soviética elaborou o chamado Plano Molotov, com o igual objetivo de realizar uma ampla ajuda econômica aos outros territórios a fim de ampliar o seu espaço de influência pelo mundo. Esse ajuda financeira envolveu praticamente todos os países de influência socialista, como a Alemanha Oriental, Polônia, Bulgária, Cuba e muitos outros. Fim da Guerra Fria A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas. No começo da década de 1990, o então presidente da União Soviética, Gorbachev, começou a acelerar o fim do socialismo naquele país e nos aliados. Com reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas. Brasil na Guerra Fria Como um país seguidor do sistema capitalista e com fortes laços comerciais com EUA e Europa Ocidental, o Brasil ficou posicionado ao lado do bloco norte-americano. Quando no começo de 1964, o então presidente brasileiro João Goulart começou a adotar algumas medidas consideradas socialistas, ocorreu o golpe militar. Com os militares no poder, o Brasil estreitou ainda mais as relações com os EUA. Fontes de Pesquisa - Brasil Escola: Guerra Fria: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/guerra-fria.htm - Politize!: GUERRA FRIA: A GUERRA IDEOLÓGICA ENTRE DUAS POTÊNCIAS: http://www.politize.com.br/guerra-fria/ - TodaMatéria: Guerra Fria: https://www.todamateria.com.br/guerra-fria/ - TodaMatéria: Corrida Armamentista: https://www.todamateria.com.br/corrida-armamentista/ - InfoEscola: Guerra Fria: https://www.infoescola.com/historia/guerra-fria/ - Só História: Guerra Fria: https://www.sohistoria.com.br/ef2/guerrafria/ - SuaPesquisa.com: Guerra Fria: https://www.suapesquisa.com/guerrafria/
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