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Formação de placa, cárie e doenças periodontais

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Instituto de Desenvolvimento Educacional 
do Alto Uruguai - IDEAU 
Getúlio Vargas – RS www.ideau.com.br 
Profª D. Sc. Morgana Karin Pierozan 
MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA 
PARA ODONTOLOGIA 
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Formação de placa bacteriana ou biofilme dental 
 A placa dental ou biofilme são definidos como um aglomerado de 
bactérias aderidas aos tecidos duros e moles da boca, embebidas em 
uma matriz extracelular (polissacarídeos, exopolissacarídeos) e saliva; 
 
 Ou seja, biofilme é uma comunidade cooperativa, bem organizada, de 
células microbianas aderidas a uma superfície úmida e aglomerada por 
matriz de polissacarídeos; 
 
 Os biofilmes mais comuns são de natureza heterogênea e multiespécies 
(2 ou mais espécies); 
 
 Os produtos do metabolismo podem auxiliar ou matar outras espécies; 
 
 
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 Envolve relações entre bactérias e hospedeiros e interbactérias; 
 
 No decorrer do desenvolvimento da comunidade microbiana ocorrem 
alterações na composição em decorrência do tempo chamada sucessão 
microbiana; 
 
 O aumento da comunidade ocorre enquanto ela está em equilíbrio com 
o ambiente – comunidade clímax; 
 
 E estabilidade entre os micro-organismos e as condições ambientais 
locais chama-se homeostasia microbiana. 
 
Formação de placa bacteriana ou biofilme dental 
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Pode ocorrer após erupção dentárias e após sua higienização 
 
Formação de placa bacteriana ou biofilme dental 
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 Formação película adquirida (PA); 
 Aderência microbiana até 2 horas após a formação da PA; 
 Colonizadores primários; 
 Fase adaptativa – sem crescimento até 8 à 12 horas; 
 Ocorre a coagregação bacteriana (lectinas –carboidratos de bactérias); 
 Assim presença dos colonizadores secundários; 
 Multiplicação microbiana. 
 
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Forças físicas e moléculas de adesão 
 As bactérias são, em geral, carregadas negativamente e a PA em função 
das proteínas tem carga elétrica positiva, podem se ligar também por: 
 
 Adesinas: localizados na superfície bacteriana ligam-se à outras bactérias 
e superfície dental (ligam-se à α-amilase, proteínas, prolina e etc); 
 
 Lectinas: proteínas localizadas na superfície bacteriana, agem como 
adesinas; 
 
 Fímbrias: apêndices da parede celular bacteriana – aderência dos micro-
organismos à proteínas ricas em prolina; 
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 Dieta 
 Dietas ricas em carboidratos fermentáveis, desequilibra a homeostasia microbiana, 
reduzindo a formação do biofilme, porém, desenvolve a microbiota ácido-tolerante (S. 
mutans e Lactobacilos), o baixo pH desmineraliza o dente e este biofilme ácido torna-
se cariogênico (sacarose – cariogênicos – mais virulentos); 
 
 Controle mecânico 
 Método simples que desorganiza a microbiota bucal com a escovação e uso de fio 
dental; 
 
 Controle químico 
 Uso de agentes químicos, agem impedindo a colonização microbiana com enxaguatórios, 
géis, gomas de mascar, pastilhas (clorexidina, dentre outros); 
 
 Controle com produtos naturais 
 Uso de produtos naturais para controlar o biofilme dental cariogênico com própolis, 
chá verde (Camellia sinensis), óleos essenciais de alecrim (Rosmarinus officinalis), 
hortelã (Mentha piperita). 
 
Fatores que interferem na formação do biofilme 
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Formação de cárie dental 
 O desenvolvimento da cárie dental, uma das principais doenças da 
boca, ocorre devido à união de quatro fatores: 
 Biofilme dental – cariogênico; 
 Dieta – rica em carboidratos fermentáveis (não fibrosos); 
 Saliva – presença de anticorpos e efeito tamponante; 
 Susceptibilidade do hospedeiro – sistema imune. 
 
 O processo envolve a desmineralização do esmalte dental devido a 
altas concentrações de ácidos produzidos pelas bactérias presentes 
nos biofilmes em presença de carboidratos. 
 
Ácido carbônico (H2CO3) 
 Bicarbonato (HCO3
-) 
Cárie inicial Cárie aguda – clara, sensível ao frio, doces e dor Cárie crônica – escura (proteólise), indolor 
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 A cárie dentária ocorre quando a fase de acidificação (desmineralização) não 
consegue ser controlada pela fase de tamponamento (remineralização), 
causando amolecimento da estrutura do dente e acesso à bactérias como 
Lactobacillus sp. e Streptococcus mutans; 
 
 
 
 
 
 
 
 
Áreas de desmineralização (áreas esbranquiçadas 
e opacas) de esmalte dentário 
provocadas pela alta frequência de ingestão de 
carboidratos. 
Formação de cárie dental 
Fatores que podem causar biofilme e cárie dental 
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Evolução da cárie dental 
1 – A cárie inicia quando os resíduos alimentares e as bactérias interagem, 
produzindo ácidos (pH ‹ 5,5) que destroem o esmalte (desmineralização); 
2 – Se não diagnosticado e tratado, atinge a dentina, causando a sensibilidade; 
3 – o progresso continua provocando dor e mal hálito até causar a morte da polpa 
e abcesso – tratamento endodôntico; 
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 Dieta 
 Dietas ricas em carboidratos fermentáveis, desenvolve a microbiota ácido-tolerante (S. mutans e 
Lactobacillus sp.); 
 
 Controle químico 
 Uso de antimicrobianos (clorexidina – principal), associado à fluoretos; 
 Clorexidina em soluções para bochecho 0,12 ou 0,2% - não efetiva para cárie; 
 Aplicações diárias (5’) de gel de clorexidina 5% por 2 semanas ou escovação com gel 2 x ao dia 
durante 14 dias tem efeitos positivos. 
 
 Terapia de substituição 
 Uso de micro-organismos antagonistas a patógenos para a prevenção de doenças, como de S. mutans 
com virulência atenuada para prevenção da cárie dental – sem evidências; 
 
 Uso de probióticos 
 Estudos indicam que o uso de Probióticos (micro-organismos vivos não patogênicos) como espécie de 
Lactobacillus acidophillus e Bifidobacterium lactis além de S. carevisiae (fungo), inibem o 
crescimento das EGM, mesmo em presença de sacarose, quando usado em alimentos infantis e 
associados à uso de clorexidina; 
 
 Uso de peptídios antimicrobianos (PAMs) 
 São polipeptídeos de 30 à 100 aminoácidos, que podem lesar os micro-organismos (S. 
mutans) e promover estabelecimento da microbiota não patogênica. 
 
 
 
Fatores que interferem na formação da cárie 
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Formação da doença periodontal 
 O periodonto é um complexo tecidual composto por gengiva, ligamento 
periodontal, cemento e tecido ósseo; 
 
 
 
 
 
 
 
 A função do periodonto é proteger e manter o dente; 
 
 As doenças periodontais afetam os dentes e são classificadas em dois 
grupos: gengivites e periodontites; 
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Formação da doença periodontal 
Comparação entre periodonto saudável e com doença periodontal 
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 Gengivites 
 É inflamação da gengiva e sangramento à sondagem, sem destruição do 
ligamento periodontal ou de tecido ósseo, com aprofundamento do sulco 
gengival; 
 
 São respostas ao biofilme ou por trauma, predisposição genética, doenças 
sistêmicas, reação a corpos estranhos ou decorrer de infecções 
específicas por bactérias, vírus ou fungos, dentre outros; 
 
 
Formação da doença periodontal 
 Podem apresentar inchaços, vermelhidão, 
alterações morfológicas, dentre outros; 
 
 Seus efeitos são causados pelo sistema 
imune e substâncias como interleucinas, 
prostaglandinas e etc. 
Ex: Inflamação vias aéreas – tosse, coriza – uso de corticoides antinflamatórios; 
 Infecções vias aéreas – pneumonia – bactérias – antibióticos. 
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 Periodontites 
 Além dos sinais da gengivite a periodontite é caracterizada por inflamação 
do periodonto e destruição do ligamento periodontal e do osso alveolar, 
podendo haver retração gengival, aprofundamento do sulco gengival e 
formação de bolsa periodontal; 
 
 É a maior causa de perda dentária; 
Formação da doença periodontal 
 Ocorre em indivíduos saudáveis e sua 
velocidade aumenta em indivíduos 
apresenta doenças sistêmicas como 
distúrbios hematológicos (anemias e 
etc), distúrbios genéticos (Síndrome de 
Down), diabetes e etc; 
 
 São classificadas em crônicas e 
agressivas; 
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 Periodontite crônica 
 Progressão lenta e associada ao acúmulo de biofilme e cálculo (tártaro); 
 Fatores como: doenças sistêmicas, restaurações mal realizadas, estresse e 
tabaco, aceleram a progressão da doença; 
 
 Periodontite agressiva 
 Progressão rápida (3 a 4 vezes mais rápida); 
 Não está associada totalmente associada ao acúmulo de biofilme; 
 
 Periodontite severa 
 Leva a perda do dente e acomete cerca de 5 a 15% da população adulta e de 1 a 
2 % dos jovens; 
Formação da doença periodontal 
Problema de saúde pública, além de perda dos dentes, os pacientes apresentam riscos de 
doenças cardiovasculares, infecções respiratórias, neonatos prematuros e com baixo peso, 
artrite e diabetes. 
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Evolução da doença periodontal 
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 Periodontite crônica 
 São os micro-organismos classificados no complexo vermelho de 
Socransky: Porphyromonas gingivalis, Tannerella denticola e T. forsythia 
(bacilos gram-negativos, anaeróbios estritos e proteolíticos); 
 
 Periodontite agressiva 
 Associada principalmente ao patógeno Actinobacillus 
actinomycetesmcomitans (bacilo gram-negativo, anaeróbio facultativo e 
requer CO2 para se desenvolver). 
 
Micro-organismos nas diferentes periodontites

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