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1
UNIDADE 1
UM CONVITE À SOCIOLOGIA: 
CONCEITOS E APLICAÇÕES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• compreender os antecedentes históricos da Sociologia;
•	 entender	as	concepções	sobre	as	finalidades	da	Sociologia;
• conhecer o pensamento clássico da Sociologia;
• compreender as relações entre a Sociologia clássica e a educação.
Esta unidade está dividida em três tópicos, sendo que em cada um deles você 
encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.
TÓPICO 1 – SOCIOLOGIA: PRIMEIROS PASSOS
TÓPICO 2 – KARL MARX E MAX WEBER: EDUCAÇÃO
TÓPICO 3 – DURKHEIM, BOURDIEU E BAUMAN E A EDUCAÇÃO
Assista ao vídeo 
desta unidade.
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
SOCIOLOGIA: OS PRIMEIROS PASSOS
1 INTRODUÇÃO
Nas conversas do dia a dia é muito comum as pessoas opinarem sobre a 
sociedade,	 emitindo	desde	 críticas	ou	até	mesmo	pareceres	 com	sofisticação	ou	
não,	sobre	determinados	setores	específicos.	Podemos	até	dizer	que	algumas	destas	
pessoas podem ter um parecer com maior consistência teórica, outras podem 
buscar fatos e dados estatísticos para comprovar a sua versão sobre a sociedade 
ou, ainda, alguns não conseguem sustentar com fundamento algum o seu parecer 
sobre propostas de mudanças ou anomalias no interior da sociedade. 
E	nestas	opiniões	sobre	a	sociedade	podem	se	 fazer	presentes	elementos	
como: família, poder, política, educação, dentre outros, que retratam sobre o 
funcionamento, as anomalias e os possíveis impactos na sua área de atuação ou 
na educação.
Na história da humanidade, você pode encontrar várias teorias sobre a 
sociedade ou até mesmo propostas para melhorar o funcionamento da mesma ou, 
inclusive, explicar as anomalias. Estas teorias dependem de época para época, de 
sociedade para sociedade e de pensador para pensador. Ou ainda, de área para 
área de estudo. E uma das áreas de estudo que tem se dedicado ao entendimento 
do	funcionamento	da	sociedade,	dentre	outras	finalidades, é a Sociologia. 
Neste tópico você estudará o contexto do surgimento da Sociologia e os 
antecedentes	históricos,	algumas	concepções	sobre	a	Sociologia	e	as	suas	finalidades	
e áreas de estudo.
2 SOCIOLOGIA: SUAS ORIGENS
A Sociologia é uma das áreas de estudo que surgiu no início da modernidade 
com o propósito de compreender a sociedade de um modo geral (é claro, os 
primeiros sociólogos tinham cada qual o seu entendimento sobre a sociedade). 
A Sociologia surge no início da modernidade. Todavia, o período anterior 
à modernidade é conhecido como a Idade Média, historicamente está situada 
entre o século V ao século XV (para tal período é possível encontrar o termo pré-
modernidade). 
UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
4
A Sociologia surge no início da modernidade, ou seja, num período de 
profundas transformações, como: o Renascimento cultural, a Reforma Protestante, 
até as grandes navegações que permitiram ao homem superar os obstáculos da 
natureza.	Ou	seja,	em	tal	período	a	mentalidade	do	homem	toma	outros	rumos,	
principalmente o de colocar em suas mãos o seu próprio destino. 
Entretanto, o período anterior à modernidade é conhecido como a Idade 
Média, quando a mentalidade predominante do homem era a salvação da alma, a 
fé e, principalmente, o homem deveria guiar-se pela vontade de Deus. Ou seja, o 
homem de mentalidade medieval ocidental preocupava-se muito com a salvação 
da	alma,	no	sentido	de	fazer	parte	do	paraíso	celeste	e	não	habitar	no	inferno,		e	
para tanto deveria preparar-se para salvar a sua alma.
FIGURA 1 – PINTURA MEDIEVAL REPRESENTANDO O INFERNO
FONTE: Disponível em: <http://gratefultothedead.wordpress.
com/2011/08/28/getting-medieval-on-the-doctrine-of-hell/>. Acesso em: 
20 de dez. de 2011.
Desta	forma,	podemos	afirmar	que	na	Idade	Média,	de	um	modo	geral,	a	
religião	teve	um	papel	relevante	na	vida	das	pessoas.	Influenciava	na	política,	na	
educação,	na	economia,	na	cultura,	na	organização	da	sociedade	e	até	mesmo	no	
entendimento sobre a mesma. A visão de certa forma predominante na Europa era 
a visão teocêntrica do mundo. Ou seja, do grego (théos: Deus), e neste sentido, o 
teocentrismo	medieval	significava	que	Deus	era	o	centro	das	atenções	e/ou	ainda,	
Deus era a medida de todas as coisas. Inclusive, em tal cenário, as igrejas medievais, 
de certa forma, frente à sua imponência, tornavam o homem inferior frente a Deus.
TÓPICO 1 | SOCIOLOGIA: OS PRIMEIROS PASSOS
5
FIGURA 2 – A IMPONÊNCIA DE UMA IGREJA MEDIEVAL
FONTE: Disponível em: <cidademedieval.blogspot.com>. Acesso em: 20 out. 2011.
No	âmbito	social,	a	sociedade	medieval	era	composta	pelo	clero,	a	nobreza	
e os servos. Era assim porque era “a vontade de Deus”. Ou seja, a sociedade era 
desta	 forma	porque	Deus	quis	assim.	Se	a	 sociedade	deveria	 ser	organizada	de	
outra maneira, Deus teria feito o mundo de outra maneira.
Neste sentido, na mentalidade medieval tinha-se a percepção de que o 
mundo era como era porque Deus quisera assim, ou seja, era sua vontade. E se 
deveria ser de outra maneira o mundo, Deus o teria feito de outro modo. Pode-se 
dizer	que	a	crença	que	se	tinha	no	período	medieval	era	de	que	a	sociedade	era	
imutável	e	para	isso	buscavam-se	justificativas	das	mais	variadas,	mas	tendo	como	
o ponto de sustentação a vontade de Deus.
Para efeito de entendimento da sociedade medieval, alguns homens 
dedicavam-se a servir a Deus, louvá-lo e pregar as palavras de Cristo no mundo 
(clero). Outros teriam a função de defender a cristandade com armas em mãos, 
bem	como	defender	os	fracos	(nobreza).	E,	por	fim,	os	que	tinham	a	incumbência	
de	trabalhar	para	que	não	faltasse	pão	para	si	e	para	os	que	defendiam	(nobreza)	
e	rezavam	(clero).	E	neste	sentido,	o	lugar	que	cada	pessoa	ocupava	na	sociedade	
medieval era vontade divina, por isso não deveria ser alterada a ordem social. 
Como	 mencionado	 anteriormente,	 as	 justificativas	 para	 a	 sociedade	
medieval ser da maneira como era estavam em Deus. No entanto, com o início 
da	modernidade,	novas	 ideias	começam	a	se	 fazer	presentes	com	maior	 força	e	
UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
6
intensidade, e de certa forma contribuíram para outras maneiras de compreender 
a sociedade. E neste cenário, outras áreas de estudo, como a Sociologia, começam 
a dar os seus primeiros passos. 
Entretanto, caro(a) acadêmico(a), outras áreas do conhecimento começam 
também a estar em evidência e apresentar suas teorias, como a Física, a Química, 
entre outras.
Nos séculos XV e XVI, período do surgimento conhecido como modernidade, 
há	uma	mudança	significativa	de	mentalidade.	O	homem	começa	a	valorizar	com	
mais ênfase as suas capacidades racionais, com o propósito de desvendar com 
mais	afinco	a	estrutura	da	natureza	e	o	seu	funcionamento.	
Entretanto, destaca-se que muitos homens e mulheres foram perseguidos 
devido à nova postura de pensar no período medieval, ou desejar pensar diferente. 
E a título de registro, cita-se: os aparelhos de tortura medievais, que de certa 
forma buscavam coibir o surgimento de novas ideias ou pessoas que tinham outra 
maneira de ver e pensar o mundo.
FIGURA 3 – APARELHOS DE TORTURA MEDIEVAIS 
FONTE: Disponível em: <http://www.planetaeducacao.com.br/portal/impressao.
asp?artigo=541>. Acesso em: 20 dez. de 2011. 
TÓPICO 1 | SOCIOLOGIA: OS PRIMEIROS PASSOS
7
Neste sentido, a cultura teocêntrica perde espaço para a cultura 
antropocêntrica (antropo: homem: medida de todas as coisas, ou homem sendo 
o	centro	das	atenções).	Pode-se	dizer	que	uma	nova	forma	de	ver,	agir	e	pensar	
aparece, lentamente, entre os homens daquele período e que de certa forma 
contribuiu	 para	 impulsionar	 diversas	 transformações	 que	 estavam	 se	 fazendo	
presentes naquela época e que tiveram consequências nas diversasáreas do saber. 
Veja, por exemplo, Leonardo da Vinci e as suas invenções, que é um retrato da 
nova postura do homem frente ao mundo. Ou seja, um homem que cria, inventa, 
transforma	o	mundo	do	qual	faz	parte.
FIGURA 4 – UMA DAS INVENÇÕES DE LEONARDO DA VINCI – PARAFUSO VOADOR
FONTE: Disponível em: <http://hypescience.com/leonardo-da-vinci-melhores-ideias/>. 
Acesso em: 20 out. 2011.
De acordo com Andery et al. (1996, p. 175):
na nova visão de mundo, que veio a substituir a medieval, o homem, 
no seu sentido mais genérico, era a preocupação central. As relações 
Deus-homem,	que	eram	enfatizadas	pelo	teocentrismo	medieval,	foram	
substituídas	pelas	relações	homem	e	a	natureza.	 Isso	significava,	com	
relação	 ao	 conhecimento,	 a	 valorização	 da	 capacidade	 do	 homem	
conhecer e transformar a realidade. 
Alguns	eventos	que	se	fizerem	presentes	entre	o	final	da	 Idade	Média	e	
início da modernidade, de certa forma, estão em consonância com a “nova” 
mentalidade	que	se	faz	presente	(URBANESKI,	2008).
UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
8
De forma breve, destacaremos a seguir:
	Renascimento comercial: o sistema vigente na Idade Média era o feudalismo, 
no	qual	a	economia	era	basicamente	agrária	e	autossuficiente.	Contudo,	a	partir	
da segunda metade da Idade Média, o comércio começou a ser reativado, e 
dentre	os	fatores	que	contribuíram	estão	as	cruzadas	e	a	produção	excedente.	
Além disso, outros fatores estiveram presentes neste período, como: ascensão 
do capitalismo, incremento do sistema bancário, o mercantilismo e o surgimento 
de uma nova classe social: a burguesia. 
	Renascimento urbano: a vida no período medieval era predominantemente 
rural, viviam em torno dos castelos medievais. Contudo, com o renascimento 
comercial, surgem os burgos (pequenas vilas), onde as pessoas se encontravam 
para	comercializar	e	trocar	ideias,	e	lentamente	começam	a	surgir	as	cidades,	
inicialmente chamadas de burgos.
	As grandes navegações: “a descoberta” da América (1494) por Cristóvão 
Colombo;	Vasco	da	Gama	chega	às	Índias	(1498)	e	Pedro	Álvares	Cabral	chega	
ao	Brasil	(1500).	Foram	fatos	que	contribuíram	para	ampliar	o	mundo	conhecido	
e eliminar as ideias de que o mundo era plano, ou ainda, que houvesse monstros 
nos mares, dentre outras ideias. E, além disso, enalteceu a noção de que o 
homem	 era	 capaz	 de	 atravessar	 os	mares	 e	 conquistar	 outros	 continentes	 e	
inclusive	colonizá-los:	como	a	África	e	a	América	(Novo	Mundo).	
	Renascimento científico: o racionalismo e a preocupação com o entendimento 
da	 natureza	 estimularam	 as	 pesquisas	 científicas.	 Pensadores	 como	 Pietro	
Pomponazzi,	Galileu	Galilei,	Copérnico	e	Leonardo	da	Vinci	se	fazem	presentes	
com	novas	ideias,	experimentos	ou	inventos.	Por	exemplo:	Pomponazzi	pregou	
a	supremacia	da	razão,	negou	a	Criação,	a	imortalidade	da	alma	e	os	milagres.	
Eram escritos avançados para a época e que questionavam a estrutura existente 
e até a forma do homem compreender o mundo. 
	Reforma religiosa ou Reforma Protestante: que foi, a grosso modo, um 
movimento com características religiosas, políticas e econômicas e que iniciou 
com Lutero na Alemanha, no século XVI (vale destacar que outros pensadores 
já estavam criticando a Igreja anteriormente). Esta reforma provocou a 
separação de uma parte da comunidade católica da Europa, dando origem ao 
protestantismo. 
	Renascimento cultural: que foi um movimento intelectual, artístico e literário 
ocorrido na Europa, especialmente na Itália, nos séculos XV e XVI, o qual teve 
entre as suas características: a inspiração nas obras da antiguidade greco-
romana, a exaltação da vida, o sensualismo e o gosto artístico. Este movimento 
foi muito importante para a construção de uma nova mentalidade humana, pois 
as	artes	deram	impulsos	para	mudar	a	forma	de	ver	o	mundo.	Veja	as	figuras	a	
seguir, sendo que a Figura 5 representa a mentalidade medieval e a Figura 6 a 
mentalidade renascentista.
TÓPICO 1 | SOCIOLOGIA: OS PRIMEIROS PASSOS
9
FIGURA 5 – A MENTALIDADE MEDIEVAL
FONTE: Disponível em: <http://www.snpcultura.org/tvb_giotto_e_fra_angelico_o_melhor_de_
dois_pintores.html>. Acesso em: 20 out. 2011.
FIGURA 6 – MENTALIDADE RENASCENTISTA
FONTE: Disponível em: <nospassosdahistoria.blogspot.com>. Acesso 
em: 20 out. 2011.
UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
10
Caro(a) acadêmico(a), você pode se perguntar: como era a educação medieval? 
Você deve ter em mente que os aspectos religiosos tinham muita importância neste período, 
ou seja, a educação era objeto de reflexão, principalmente de pensadores que, de forma direta 
ou indireta, pensavam de acordo com as ideias vigentes naquele contexto. 
Neste	 sentido,	 para	 efeito	 de	 registro,	 diz	 Suchodolski	 (1992,	 p.	 20):	 “a	
verdadeira educação cumpre ligar ao homem a sua verdadeira pátria, a pátria 
celeste, e destruir ao mesmo tempo tudo o que prende o homem à sua existência 
terrestre”.	 Ou	 ainda,	 Craver	 e	 Ozmon	 (2004,	 p.	 65)	 apontam	 que	 para	 Santo	
Agostinho, um dos pensadores medievais: “o grande objetivo da educação [...], 
é a perfeição do ser humano e a derradeira reunião da alma com Deus. [...] uma 
educação	adequada	direciona	o	aprendiz	para	um	conhecimento	que	conduz	ao	
verdadeiro ser, progredindo de uma forma inferior para uma forma mais elevada”. 
Ou seja, é aceitável mencionar que os propósitos educacionais deste período não 
destoavam com a mentalidade então vigente.
Caro(a) acadêmico(a), você percebeu que no início da Idade Moderna 
aconteceram fatos e eventos que possibilitaram a mudança do desenho da 
sociedade da época e, de certa maneira, impactaram sobre a forma dos pensadores 
teorizarem	sobre	o	mundo	ou	mentalizarem	propostas	de	organização	social	que	
também	influenciaram	o	campo	educacional.	
Neste sentido, até mesmo o entendimento sobre a sociedade começa a 
mudar, e a Sociologia aparece como uma das áreas de investigação que tem como 
objeto de estudo a sociedade, principalmente para entender, a princípio, a nova 
ordem social, econômica e política que estava emergindo naquele período, tendo 
como	base	os	postulados	científicos	que	estavam	ganhando	força	na	época.
As primeiras tentativas de se introduzir a Sociologia no Brasil deram-se por meio 
de sua inserção nos currículos secundários. Antes de 1920 já haviam sido tomadas algumas 
iniciativas para introdução da Sociologia, na forma de Sociologia da Educação ou da sociologia 
associada à moral, nos cursos secundários, com forte orientação positivista, isto é, buscando-
se análise objetiva para a compreensão da realidade, tendo por padrão o pensamento 
durkheimiano sobre a educação. Mas foi durante os anos 20, precisamente entre 1925-1928, 
que a Sociologia passou a integrar os currículos secundários (MAZZA, 2004, p. 97).
UNI
NOTA
TÓPICO 1 | SOCIOLOGIA: OS PRIMEIROS PASSOS
11
Caro(a) acadêmico(a), frente ao exposto acima, você percebeu uma nova 
forma do homem pensar e entender o mundo no início da modernidade.
Para este período, salientam Andery et al. (1996, p. 177):
aliada ao rompimento do mundo medieval rompeu-se também a 
confiança	 nos	 velhos	 caminhos	 para	 a	 produção	 do	 conhecimento:	 a	
fé, a contemplação não eram mais consideradas vias satisfatórias para 
se chegar à verdade. Um novo caminho, um novo método, precisa ser 
encontrado,	que	permitisse	superar	as	incertezas	[...].
	Neste	sentido,	o	homem	busca	na	razão	e	na	ciência	caminhos	que	possam	
assegurar	mais	confiança	nos	seus	conhecimentos	do	que	até	então	adotados,	ou	
seja, abandona as explicações que tinham alicerce em Deus para buscar explicações 
que tenham a ciência como guia. E neste contexto, a Sociologia surge amparada 
nos	conhecimentos	científicos	para	as	suas	 investigações.	É	 importante	ressaltar	
que, neste período, pensadorescomo Descartes, Galileu, Copérnico, dentre outros, 
debruçaram	 seus	 estudos	 sobre	 o	 conhecimento	 científico.	 E	 neste	 contexto,	 a	
busca do conhecimento não estava vinculada às tradições religiosas, à fé ou até 
mesmo à Bíblia. 
Comte primeiramente colocou o nome desta disciplina de Física Social. Mais 
tarde, em 1836, alterou o nome para Sociologia, que vem do latim “socius” e do grego “logos”, 
significando o estudo do social.
Diante	do	cenário	exposto,	a	Sociologia,	de	um	modo	geral,	pode-se	dizer	
que nasceu num ambiente de profundas mudanças sociais, políticas e econômicas. 
E esta Nova Ciência, que tem como objeto de estudo a sociedade, foi construída 
paulatinamente desde o século XVI e estabelecendo relações com diversas 
correntes de pensamento, dentre elas o racionalismo, o iluminismo, o marxismo, 
dentre outras.
3 CONCEPÇÕES DE SOCIOLOGIA
Você	 pode	 se	 perguntar:	 o	 que	 faz	 a	 Sociologia?	Ao	 se	 debruçar	 sobre	
tal	 temática,	 diversas	 concepções	 de	 Sociologia	 e	 sua	 finalidade,	 você	 poderá	
encontrar:
A Sociologia, de modo bem simples, é o estudo sistemático do 
comportamento	social	e	dos	grupos	humanos.	Ela	focaliza	as	relações	
sociais,	como	essas	relações	influenciam	o	comportamento	das	pessoas,	
e como as sociedades, a soma de tais relações, se desenvolvem e mudam 
(SCHAEFER,	2006,	p.	3).
UNI
UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
12
A Sociologia é uma das formas de compreender o ser humano no aspecto 
social. Mas não enfoca na personalidade do indivíduo como causa do seu 
comportamento, mas sim, na interação social, nos padrões sociais, a exemplo: os 
papéis sociais, a classe social, o poder político, a cultura. A sociologia, neste sentido, 
tem como âncora a ideia de que o homem deve ser entendido no contexto da sua 
vida	social	e	como	somos	influenciados	pelos	padrões	sociais	(CHARON,	1999).
A sociologia não é a única ciência social envolvida com a compreensão da vida 
social moderna. Ao longo deste período, praticamente toda a reflexão sobre a ordem política, 
econômica e cultural procurou adaptar-se ao surgimento da ciência (SELL, 2006, p. 32).
Na	 posição	 de	 Boneti	 (2008),	 a	 Sociologia	 é	 uma	 ciência	 que	 estuda	 a	
sociedade,	 especificamente	 o	 homem	 na	 sociedade,	 ou	 seja,	 o	 comportamento	
humano enquanto construção coletiva e os processos que interligam os indivíduos 
em ações, associações, grupos e instituições.
Assim como toda ciência, a Sociologia pretende explicar a totalidade dos 
fenômenos que lhe cabem, embora isto não seja objetivamente possível, 
mas	 a	 partir	 de	 fenômenos	 micros	 busca	 construir	 generalizações	
teóricas,, assim como, ao contrário, a partir de enfoque teórico genérico, 
busca compreender os acontecimentos e fatos sociais numa dimensão 
micro. Assim, hoje os sociólogos pesquisam as estruturas referentes à 
organização	da	sociedade,	como	raça	ou	etnia,	classe	social	ou	gênero,	
além de instituições, como é o caso da família e da educação (BONETI, 
2008,	p.	1).
Caro(a) acadêmico(a), além das concepções acima, você poderá encontrar 
outras,	inclusive	mencionando	sobre	as	finalidades	da	sociologia	e	as	suas	áreas	
temáticas. Por isso, Charon (1999) menciona que os sociólogos diferem sobre as 
temáticas,	 o	qual	 aponta,	 a	 saber:	 sociedade,	 organização	 social,	 instituições	ou	
sistemas institucionais, interação face a face e problemas sociais. 
A explicação que o senso comum apresenta a respeito da sociedade não tem 
a objetividade que muitos, sem discussão, acreditam que elas possuam. Mas se é verdade 
que a Sociologia, como qualquer outra ciência, pode errar nas suas explicações, as teorias 
desta disciplina são demonstravelmente mais confiáveis do que as elaborações intelectuais 
espontâneas de qualquer povo sobre si mesmo, em razão dos cuidados de que o sociólogo 
procura se cercar para formular as suas teorias (VILA NOVA, 2000, p. 26).
IMPORTANT
E
NOTA
TÓPICO 1 | SOCIOLOGIA: OS PRIMEIROS PASSOS
13
Enfim,	 como	 já	 foi	 mencionado,	 a	 Sociologia,	 como	 ciência,	 teve	 a	 sua	
origem na modernidade, e desde o seu início até os dias atuais, diversas foram as 
concepções	de	Sociologia	e	suas	finalidades.	Portanto,	será	comum	você	encontrar	
diversos	autores	apresentando	o	seu	parecer	sobre	a	Sociologia	e	suas	finalidades,	
objeto de estudo e que, para isso, buscam construir teorias das mais diversas 
ordens. Contudo, salienta-se que mesmo com a diversidade de concepções de 
Sociologia e seus propósitos, também são diversos os ramos da Sociologia, e um 
deles é a educação, como mencionada acima por Charon (1999).
4 SOCIOLOGIA E EDUCAÇÃO
Ao pesquisar sobre os ramos da Sociologia, você poderá encontrar os 
mais diversos, como: Sociologia Urbana, Sociologia da Religião, Sociologia do 
Conhecimento,	 Sociologia	 do	 Esporte,	 Sociologia	 das	 Organizações,	 Sociologia	
Jurídica, Sociologia da Educação, entre outros ramos. No entanto, para Boneti 
(2008),	a	Sociologia	como	ciência	que	estuda	a	sociedade	tem	como	um	dos	seus	
principais objetos de estudo a educação.
A educação é uma instituição porque se constitui de uma necessidade 
e	de	uma	atividade	humana,	refletindo	frente	ao	conjunto	de	normas,	
regras, valores e atitudes. Tudo isso se constituindo de elementos 
passíveis de serem estudados pela Sociologia. Por outro lado, a Sociologia 
tem a educação como campo investigativo, considerando que qualquer 
atividade humana constrói e é construída por processos educativos. Isto 
é,	a	educação,	mesmo	aquela	constituída	de	aprendizados	construídos	
no mundo da vida, é um campo de investigação sociológica, isto é, o que 
a	educação	representa	para	a	Sociologia	(BONETI,	2008,	p.	6).
De	acordo	com	Tura	(2004),	a	Sociologia	tem	uma	importante	contribuição	
a	 dar	 para	 o	 entendimento	 da	 organização	 da	 educação.	 O	 entendimento	 da	
educação, a partir dos parâmetros sociológicos, envolve questionamentos amplos 
a	respeito	da	natureza	humana	e	da	sociedade	e,	além	disso,	a	compreensão	das	
formas	de	justificação	e	legitimação	de	ações	e	políticas	educacionais,	e	também	
envolve nestas discussões os mecanismos de transmissão e assimilação de 
conhecimentos	e	diferentes	processos	de	socialização.
Boneti	 (2008)	 destaca	 que	 a	 origem	 da	 Sociologia	 da	 Educação	 iniciou	
no	 século	 XIX	 com	 o	 sociólogo	 Émile	 Durkheim,	 com	 seu	 livro	 “Educação e 
Sociologia”, o qual considerou a educação como fato social e objeto primordial de 
investigação da Sociologia.
É	claro,	caro(o)	acadêmico(a),	que	desde	o	surgimento	da	sociologia	esta	se	
especializou	em	ramos	distintos,	sendo	a	educação	uma	área	de	estudo	da	mesma.	
É	comum	na	atualidade	encontrarmos	livros,	artigos	científicos	e	pesquisas	deste	
campo do saber.
 
UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
14
*A visão predominante na mentalidade medieval era o Teocentrismo: 
“Deus é o centro de tudo”. As obras de artes e livros mais importantes tratam 
de temas religiosos e o prédio de maior destaque de uma cidade era a igreja. Na 
mentalidade renascentista predominava o Antropocentrismo: o ser humano no 
centro	das	atenções	e	valoriza-se	a	vida	terrena.	
*	Na	mentalidade	medieval,	o	ser	humano	era	visto	com	certo	desprezo,	
pois este era um pecador. E desta forma, o homem deveria aceitar o sofrimento, 
pois o homem merece sofrer porque é pecador. Já na mentalidade moderna, o 
homem é a mais perfeita das criaturas (feito à sua imagem e semelhança), porém, 
capaz	de	 fazer	 coisas	maravilhosas:	máquinas,	prédios,	viagens	de	descobertas,	
pinturas,	estudo	sobre	a	natureza	e	mudar	o	seu	próprio	destino,	mudar	de	classe	
social, por exemplo, e não aceitar as coisas como vontade divina.
* Na mentalidade medieval, a vida terrena, bem como os bens materiais e o 
corpo,	tinham	pouca	importância.	O	que	era	precioso	era	a	salvação	daalma.	Fazer	
parte dos eleitos que habitariam o céu (Paraíso). Já a mentalidade renascentista 
continua cristã, porém considera que a vida material é muito importante, e, além 
disso,	valoriza	em	muito	o	corpo.	
*	 Na	 mentalidade	 medieval,	 tudo	 o	 que	 acontece	 na	 natureza	 deve	
ser explicado pela vontade de Deus (a ordem social, castigos de Deus, pestes, 
terremotos). E devemos conhecer o mundo para admirar a obra de Deus e louvá-lo 
pela	sua	criação.	Já	para	a	mentalidade	renascentista,	os	fenômenos	da	natureza	
LEITURA COMPLEMENTAR
Você deve estar pensando: entre o século XV e o XVI, muitos fatos e 
eventos aconteceram. Isso deve ter contribuído para mudar a forma de pensar 
das pessoas. Sim, muitas pessoas começaram a pensar diferente, escrever outras 
ideias, buscar outras explicações para os fatos e eventos. Todavia, é salutar 
pensar	sobre	que	ideias	ainda	fazem	parte,	nos	dias	atuais,	tanto	da	mentalidade	
medieval como da mentalidade moderna, inclusive no campo educacional. Para 
efeitos	de	ilustração,	lembre-se	de	que	o	conhecimento	científico	ganhou	espaço	
no período moderno e, de certa forma, tem estado presente em boa parte dos 
conteúdos lecionados nas escolas.
Leia atentamente e verifique as diferenças de mentalidade (SCHIMIT, 1999): a 
medieval e a renascentista (esta última foi um dos suportes para a mentalidade moderna em 
geral). Por isso, de forma didática, a seguir você terá duas formas diferentes de pensar. 
ATENCAO
TÓPICO 1 | SOCIOLOGIA: OS PRIMEIROS PASSOS
15
devem	ser	explicados	pelo	homem,	que,	com	o	uso	da	razão	e	da	ciência,	consegue	
conhecer	a	natureza.	
*Na mentalidade medieval, as pessoas deveriam se conformar com o 
mundo tal como ele é porque foi Deus que o quis assim. Se o mundo deveria ser 
diferente, Deus o teria feito. E a única grande mudança possível seria o apocalipse. 
Entretanto, na mentalidade renascentista, o homem pode e deve ser o criador, 
aventureiro,	sonhador	e	dominador	da	natureza.
*	Na	mentalidade	medieval,	a	natureza	é	fonte	de	pecado.	Para	a	mentalidade	
renascentista,	o	homem	faz	parte	da	natureza	e	deve	conhecê-la	para	conhecer	a	
si próprio. 
*	E	finalmente,	se	na	mentalidade	medieval	a	razão	(capacidade	humana	
de pensar) deve estar subordinada à fé, na mentalidade renascentista a fé deve 
prevalecer	no	sentido	religioso,	mas	a	razão	deve	ter	prioridade	sobre	a	fé	quando	
o	assunto	é	o	estudo	da	natureza.
FONTE: URBANESKI, Vilmar. Filosofia da Religião. Indaial: Editora Uniasselvi, 2008, p. 50-51.
16
Caro(a) acadêmico(a), neste tópico você viu:
• O contexto do surgimento da Sociologia.
• As diferenças de mentalidade medieval e moderna.
• Na Idade Média, Deus era o centro das atenções e, com o Renascimento, o 
Homem torna-se o centro.
•	 Na	mentalidade	medieval,	tudo	o	que	acontece	na	natureza	deve	ser	explicado	
pela vontade de Deus. Já para a mentalidade renascentista, os fenômenos da 
natureza	devem	ser	explicados	pelo	homem,	que	com	o	uso	da	razão	e	da	ciência	
consegue	conhecer	a	natureza.	
 
• A Sociologia, dentre as suas diversas áreas de atuação, tem como propósito 
estudar	os	 fenômenos	 sociais,	da	ação	ou	 influência	mútua	e	da	organização	
social.
• A Sociologia é uma área de estudo que surgiu no início da modernidade com o 
intuito de compreender a sociedade de um modo geral, ou até mesmo nas suas 
peculiaridades.
• A Sociologia, ao estudar a sociedade, tem como um dos seus objetos de estudo 
a educação.
RESUMO DO TÓPICO 1
17
1 A partir do estudo do Tópico 1 desta unidade, conceitue Sociologia. 
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
2 Aponte as principais características da mentalidade medieval e da 
renascentista.
AUTOATIVIDADE
Mentalidade medieval Mentalidade renascentista
3	Analise	as	sentenças	a	seguir	e	classifique		V	para	as	sentenças		verdadeiras	
e F as falsas:
( ) A visão predominante na mentalidade medieval é o Teocentrismo (Deus é 
o centro de tudo). 
( ) Na mentalidade medieval, o homem é a mais perfeita das criaturas (feito 
à	 sua	 imagem	e	 semelhança),	 e	 ainda	 é	 capaz	de	 fazer	 coisas	maravilhosas:	
máquinas,	prédios,	viagens	de	descobertas,	pinturas,	estudo	sobre	a	natureza	e	
mudar o seu próprio destino. 
(	 )	Na	mentalidade	medieval,	o	ser	humano	era	visto	com	certo	desprezo,	
pois este era um pecador. Desta forma, o homem deveria aceitar o sofrimento, 
pois merece sofrer porque é pecador. 
(	 )	Para	a	mentalidade	medieval,	tudo	o	que	acontece	na	natureza	deve	ser	
explicado pela vontade de Deus (a ordem social, castigos de Deus, pestes, 
terremotos).	 Já	 na	mentalidade	moderna,	 os	 fenômenos	da	 natureza	devem	
ser	explicados	pelo	homem,	que,	com	o	uso	da	razão	e	da	ciência,	consegue	
conhecer. Além disso, o homem pode e deve ser criador, aventureiro, sonhador 
e	dominador	da	natureza.	
Agora,	assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:	(0,5p).
a) ( ) F – F – V – V. 
b) ( ) V – V – F – V. 
18
c) ( ) F – F – V – F. 
d) ( ) F – F – F – V. 
e) ( ) V – F – V –V. 
4	De		um	modo	geral,	pode-se	dizer	que	Deus	deixa	de	ser	o	centro		do	mundo	
medieval		e,	lentamente,	o	homem	torna-se	o	centro,	e	este	é	valorizado		como	
um ser individual e que busca descortinar as suas potencialidades humanas. 
Assim, o homem moderno deseja superar os obstáculos e desenvolver-se 
enquanto	ser	humano	e	também	o	mundo	de	que	ele	faz	parte.		De	acordo	com	
Andery et al. (1996, p. 175), “na nova visão de mundo, que veio a substituir a 
medieval, o homem, no seu sentido mais genérico, era a preocupação central”. 
Afirmação	anterior	refere-se	à	passagem.	Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a) ( ) Da pré-modernidade para a modernidade.
b) ( ) Da modernidade para a pós-modernidade.
c) ( ) Da pré-modernidade para a pós-modernidade.
d) ( ) Do período medieval para a pós-modernidade.
5 Analise as sentenças a seguir e julgue: 
I-	A	Sociologia	é	uma	ciência	que	surgiu	no	final	do	século	XVI	com	o	intuito	de	
sanar	os	problemas	de	cunho	social	que	envolviam	a	nobreza	e	o	clero	somente	
nos aspectos religiosos e econômicos. 
II- Estudar como as sociedades funcionavam e continuam funcionando ao 
longo do tempo e de como a interpretação da vida humana e dos grupos sociais 
é função da Sociologia. 
III-	 Uma	 das	 formas	 de	 definir	 a	 Sociologia	 é	 que	 esta	 é	 uma	 disciplina	
acadêmica que examina o ser humano como um ser social, resultado de 
interação,	socialização	e	padrões	sociais.	
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas. 
b) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
c) ( ) Somente a sentença III está correta. 
d) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
Assista ao vídeo de 
resolução da questão 3
19
TÓPICO 2
KARL MARX E MAX WEBER: EDUCAÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Como você estudou no tópico anterior, a Sociologia surge com o intuito 
de compreender a sociedade. E os pensadores desta área buscam, cada qual, 
apresentar o seu parecer sobre o modo de ser da sociedade. Por isso, podemos 
afirmar	 que	 estes	 pensadores,	 ainda	 na	 atualidade,	 têm-se	 feito	 presentes	 nas	
discussões, principalmente no âmbito acadêmico. Porém, no âmbito da educação, 
cada qual tem as suas peculiaridades. 
Neste tópico você estudará sobre Karl Marx e Marx Weber. Cada qual com 
a sua forma de entender o mundo. Por isso, estude cada qual e depois faça as suas 
reflexões	sobre	como	cada	um	pôde	contribuir	para	a	compreensão	da	sociedade	
e da educação.
Leiao livro de Leandro Konder, “Em torno de Marx”, 2010, que aborda os 
pensamentos filosóficos de Karl Marx.
2 KARL MARX: PROPOSTA PARA UMA NOVA SOCIEDADE
O	pensador	Karl	Heinrich	Marx	nasceu	em	5	de	maio	de	1818,	em	Trier,	na	
Renânia,	região	que	fazia	parte	da	antiga	Prússia,	atualmente	Alemanha.	O	pai	de	
Marx	era	advogado	e	teve	sucesso	profissional.	Marx	cresceu	com	os	confortos	de	
uma	família	da	pequena	burguesia	da	época.	Faleceu	em	14	de	março	de	1883,	dois	
anos após a morte de sua esposa Jenny.
As	suas	ideias	influenciaram	várias	áreas	do	conhecimento,	a	saber:	Filosofia,	
Sociologia, Política, Economia, Religião, dentre outras. Foi um dos precursores 
intelectuais dos movimentos de cunho revolucionário no meio operário, pois entre 
as suas ideias estava a necessidade de acabar com a exploração sobre o trabalhador 
e a necessidade de uma sociedade mais justa e igualitária. Quanto às suas obras, 
destacam-se:	“A	Sagrada	Família”,	“O	18	Brumário”,	“A	Miséria	da	Filosofia”	e	“O	
Capital”.
DICAS
20
UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
A principal obra de Karl Marx, “O Capital”, é	publicada	em	1867,	mas	a	
continuidade da obra passa por intempéries devido a problemas de saúde que o 
autor enfrentava.
FIGURA 7 – TÚMULO DE MARX EM HIGHGATE
FONTE: Disponível em: <http://www.entrelinhasweb.com.br>. Acesso em: 20 ago. 2011.
2.1 ALGUMAS IDEIAS DE MARX
Caro(a) acadêmico(a): Marx, ao pensar sobre a sociedade no sentido de 
compreender	 seu	 funcionamento,	utiliza	 termos	como	proletários,	materialismo	
dialético, mais-valia, infraestrutura e superestrutura, alienação, dentre outros. 
Para muitos, Marx foi um revolucionário, ou seja, as propostas de Marx tinham 
como propósito compreender a sociedade. Além disso, transformar o seu modo 
de ser, principalmente devido às desigualdades sociais existentes na época, em 
virtude da exploração burguesa sobre os operários. Já para outros, Marx era um 
inimigo a ser combatido, devido às suas ideias. Entretanto, há de se mencionar que 
as	suas	ideias	se	fizeram	ou	fazem	presentes	em	diversos	campos	do	saber,	desde	
a economia até a educação. 
De	acordo	com	Sell	(2006,	p.	55):
Karl	Marx	foi	um	sociólogo	de	profissão.	Toda	a	sua	obra	foi	construída	
tendo em vista oferecer à classe operária um entendimento a respeito 
da possibilidade de supressão e transcendência dos mecanismos de 
exploração e alienação do modo de produção capitalista. Só assim, 
julgava Marx, seria possível construir uma forma superior de sociedade: 
21
TÓPICO 2 | KARL MARX E MAX WEBER: EDUCAÇÃO
o comunismo. [...]. A partir de Marx desenvolveu-se na sociologia 
uma vertente intitulada “teoria crítica”, cujo objetivo é vincular a 
compreensão da realidade com as potencialidades de emancipação 
social. Interpretar a obra de Marx é uma tarefa difícil. O seu pensamento 
era	 dinâmico	 e	 jamais	 foi	 sistematizado	 pelo	 autor,	 permanecendo,	
inclusive, inacabado. 
Frente	ao	exposto,	algumas	das	ideias	de	Marx	merecem	destaque.	É	claro,	
caro(a) acadêmico(a), que a obra de Marx merece maior aprofundamento, devido à 
sua amplitude, porém, aqui você terá algumas ideias iniciais que podem contribuir 
para aprofundar-se no assunto.
 Vejamos algumas destas ideias. 
Para Marx, o trabalho foi o elemento essencial da sociedade humana no 
decorrer da história e que manteve a estrutura e o desenvolvimento da mesma. 
E, na história da humanidade, podemos observar que o trabalho foi executado 
pelos escravos, pelos servos e, na época de Marx, pelos proletários. E eram esses 
(proletários) que mantinham a estrutura econômica capitalista e enriqueciam os 
burgueses.
Para Marx, o elemento fundamental da economia é o trabalho. O ser 
humano	 precisa	 produzir	 os	 bens	 necessários	 à	 sua	 sobrevivência.	 É	
através	 do	 trabalho	 que	 o	 homem	 transforma	 a	 natureza	 e	 reproduz	
sua existência. De acordo com o esquema dialético de Marx, através do 
trabalho o homem supera sua condição de ser apenas natural e cria 
uma nova realidade: a vida social. A sociedade é justamente a síntese 
do	eterno		processo	dialético	pelo	qual	o	homem	atua	sobre	a	natureza	
(SELL,	2006,	p.	78-79).
 Em termos gerais, a base para a sociedade, a sua formação, suas instituições 
e regras de funcionamento, suas ideias, seus valores, são derivados das condições 
materiais. Desta forma, a base da sociedade é o trabalho.
Assim, para Marx, a base da sociedade, assim como a característica 
fundamental	do	homem,	estão	no	trabalho.	É	do	trabalho	que	o	homem	
se	 faz	 homem,	 constrói	 a	 sociedade,	 é	 pelo	 trabalho	 que	 o	 homem		
transforma	a	sociedade	e	faz	a		história.	O	trabalho	torna-se		categoria	
essencial que permite não apenas explicar o mundo e a sociedade, o 
passado e a constituição do homem, como lhe permite antever o futuro 
e propor uma prática transformadora ao homem, propor-lhe como 
tarefa	construir		uma	nova	sociedade	(ANDERY,	2006,	p.	401).
Enfim, o trabalho de Marx pode ser visto como uma interpretação de como 
o	modo	capitalista	de	produção	mercantiliza	as	relações,	as	pessoas	e	as	coisas,	
como ele transforma as próprias pessoas em mercadorias.
 Os modos de produção da história da humanidade estruturam-se da 
seguinte maneira:
a) o modo de produção antigo, no qual a base estava na agricultura e na escravidão 
(relação:		senhor/escravo);	
22
UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
b) o modo de produção feudal, tendo como base a agricultura e a servidão (relação: 
senhor	feudal/servo);	
c) e o modo de produção liberal estrutura-se em torno da indústria e do trabalho 
assalariado	e	a	propriedade	privada	(relação:	burguesia/proletariado).	
O modo de produção, de um modo geral, pode ser entendido como a 
maneira	como	a	sociedade	tem	se	organizado	no	decorrer	da	história	em	torno	da	
sua produção de bens que são necessários à sobrevivência do ser humano.
"A história de todas as sociedades até hoje existentes é a história das lutas de 
classe" (Manifesto Comunista).
Outras ideias são discutidas por Marx, como a infraestrutura e a 
superestrutura.	Neste	 sentido,	podemos	dizer	que	 a	base	da	 sociedade	 é	modo	
de produção material, seja a economia ou a tecnologia que permitem a produção 
de bens (usando ferramentas, máquinas, terra, matéria- prima, dentre outros), e 
é entendido como infraestrutura. Já a superestrutura constitui-se das instituições 
jurídicas, aspectos políticos, normas, leis, que mantêm o ordenamento da sociedade, 
principalmente no funcionamento da infraestrutura.
Quanto ao fetichismo, este representa uma contradição fundamental da 
produção de mercadorias: confusão de relações entre pessoas com relações entre 
coisas. O fetichismo é o exemplo mais simples do modo pelo qual as formas 
econômicas do capitalismo (valor, capital, lucro) ocultam as relações sociais 
subjacentes.	A	 reificação	 significa	a	 transformação	dos	 seres	humanos	 em	seres	
semelhantes a coisas, que se comportam de acordo com as leis do mundo das 
coisas.	Neste	sentido,	a	reificação	é	um	caso	especial	de	alienação.
Outro	conceito	de	relevância	em	Marx	é	a	mais-valia,	a	qual	é	produzida	
nas	 organizações	pelo	 emprego	da	 força	de	 trabalho	do	proletário.	No	 caso	do	
capitalismo, a compra da força de trabalho do proletário é paga em troca de salário. 
Segundo	Sell	(2006,	p.	98):
[...] existem duas formas principais pelas quais é possível extrair o 
lucro: Mais-Valia Absoluta: o lucro obtido pelo aumento da jornada 
de trabalho, [...] Mais-Valia Relativa: o lucro é obtido pelo aumento 
da produtividade. Nesse processo o capitalista só precisa aumentar o 
tempo	do	trabalho.	Basta	fazer	o	trabalho	do	operário	render	mais.
IMPORTANT
E
23
TÓPICO 2 | KARL MARX E MAX WEBER: EDUCAÇÃO
O lucro do burguês possibilita o seu enriquecimento, e ao proletário o 
empobrecimento.Esta dinâmica está assentada no capitalismo, o qual tem como 
propósito o lucro. 
Neste	sentido,	Sell	afirma	que:
Podemos	 sintetizar	 a	 crítica	 de	 Marx	 ao	 capitalismo	 em	 duas	 teses	
principais: Tese da exploração: o capitalismo é um sistema econômico 
no	 qual	 a	 riqueza	 é	 produzida	 pela	 exploração	 de	 uma	 classe	 social	
sobre a outra. O conceito central que enuncia a tese da exploração é a 
categoria “Mais-valia”. Tese da alienação: o capitalismo é um sistema 
econômico no qual o conjunto dos indivíduos e da sociedade passa a ser 
determinado pelo poder impessoal do dinheiro (capital) e da própria 
esfera	econômica	que	foge	do	controle	social.	[...]	(2006,	p.	89/90,	grifos	
do autor).
“Num certo estágio de sua evolução, as forças produtivas materiais da sociedade 
entram em choque com as relações de produção existentes. Inaugura-se, então, uma época 
de revolução social”. (Marx, na Crítica da Economia Política).
As contribuições de Marx podem ser as mais variadas e para os diversos 
campos	 do	 saber,	 como:	 economia,	 política,	 filosofia,	 educação	 e	 sociologia.	
Entretanto, o historiador inglês Eric Hobsbawm, de acordo com Trevisan (1997, p. 
2), analisa os benefícios e os limites da contribuição marxista:
[...] o marxismo tem contribuído de algum modo para entender a 
História,	mas,	 realmente,	 não	 o	 suficiente.	 Por	 exemplo,	 o	marxismo	
vulgar	diz	que	todas	as	coisas	ocorrem	em	virtude	de	fatores	econômicos	
e, obviamente, isso não é uma explicação adequada. Insisto que o 
importante é distinguir o marxismo vulgar de uma interpretação mais 
sofisticada	do	sentido	da	obra	de	Marx	ou,	em	verdade,	de	Karl	Marx	por	
ele	mesmo.	Acho	que	o	marxismo	pode	fazer	isso.	Hoje,	podemos	falar	
sobre	isso,	como	estamos	fazendo,	porque	hoje	nós	podemos	distinguir	
aqueles trechos das análises marxistas que pareciam ser válidos, mas 
claramente não o são. Por exemplo, se você realmente lê o Manifesto 
Comunista	de	1848,	ficará	surpreso	com	o	fato	de	que	o	mundo,	hoje,	é	
muito	mais	parecido	com	aquele	que	Marx	predisse	em	1848.		A	ideia	
do poder capitalista dominando o mundo inteiro, como também uma 
sociedade burguesa, destruindo todos os velhos valores tradicionais, 
parece ser muito mais válida hoje do que quando Marx morreu. Por 
outro	lado,	por	exemplo,	a	previsão	de	que	a	classe	trabalhadora	ficaria	
cada	vez	mais	pauperizada	não	é	verdade.	 Isso	não	quer	dizer	que	a	
classe	 trabalhadora	 não	 tenha	 suficientes	 boas	 razões	 para	 protestos.	
Uma	coisa	interessante	que	faz	a	análise	marxista	bastante	moderna	é	a	
análise das tendências de longa duração. 
IMPORTANT
E
24
UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
Caro(a) acadêmico(a), as ideias e os conceitos de Marx são os mais diversos. 
Mas	é	salutar	mencionar	que,	para	Karl	Marx,	o	homem	é	parte	da	natureza,	porém	
não se confunde com a mesma e, além disso, o homem é um ser social e histórico, 
que	transforma	a	natureza	e	a	si	próprio	neste	processo.	
FILME: Edukators.
Título original: (Die Fetten Jahre Sind Vorbei).
Lançamento: 2004 (Alemanha).
Direção: Hans Weingartner 
Atores: Julia Jentsch, Stipe Erceg, Burghart Klaubner, Claudio Caolo.
Duração: 126 min.
Gênero: drama.
Sinopse
Jan (Daniel Brühl) e Peter (Stipe Erceg) são dois jovens que acreditam que podem mudar o 
mundo. Eles se autodenominam "Os Educadores", rebeldes contemporâneos que expressam 
sua indignação de forma pacífica: eles invadem mansões, trocam móveis e objetos de lugar e 
espalham mensagens de protesto. Jule (Julia Jentsch) é a namorada de Peter, que está passando 
por problemas financeiros e, por causa deles, está saindo de seu apartamento alugado. 
Tempos atrás, Jule se envolveu em um acidente de carro, que destruiu o carro de um rico 
empresário. Condenada pela justiça, ela precisa pagar um novo carro no valor de 100 mil euros, 
o que praticamente faz com que trabalhe apenas para pagar a dívida que possui. Como Peter 
viaja para Barcelona, Jan vai ajudá-la na mudança. Eles se conhecem melhor e Jan termina por 
contar a ela a verdade sobre os Educadores. 
Empolgada com a notícia, Jule insiste que ela e Jan invadam a casa de Hardenberg (Burghart 
Klaubner), o empresário que a processou. Após uma certa resistência, Jan concorda. 
Na casa, eles agem como os Educadores, mudando os móveis de lugar, mas cometem um 
grave erro: Jule esquece no local seu celular. No dia seguinte, com Peter já tendo retornado 
da viagem, mas sem saber do ocorrido, Jan e Jule decidem invadir novamente a casa de 
Hardenberg, para recuperar o celular. No entanto, o que eles não esperavam era que o 
empresário os surpreendesse dentro da casa, o que os força a sequestrá-lo.
FONTE: Disponível em: <pt.wikipedia.org/wiki/Os_Edukadores>. Acesso em: 15 out. 2011.
Caro(a) acadêmico(a), a seguir apresentamos o texto da jornalista Sucena 
Shkrada	Resk	que	retrata	algumas		ideias	do	pensamento	marxista	sobre	a	ecologia.	
Boa leitura!
DICAS
25
TÓPICO 2 | KARL MARX E MAX WEBER: EDUCAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR 1
A ECOLOGIA DE MARX
Antes mesmo da concepção de sustentabilidade e das preocupações ambientais 
modernas, Marx já escrevia sobre a necessidade de cuidados com a natureza. 
Para ele, o homem é parte integrante dela. Entretanto, esses conceitos dividem 
opiniões até hoje. 
 
Sucena	Shkrada	Resk
Reduzir	o	pensamento	do	economista	e	filósofo	alemão	Karl	Marx	(1818-1883)	
ao materialismo dialético é um equívoco, na visão de estudiosos contemporâneos. 
A	reflexão	sobre	questões	ecológicas	não	pode	ser	desprezada	em	seus	escritos	-	ao	
lado	de	Friedrich	Engels	(1820-1895)	-,	mas	não	é	mais	difundida	e	discutida	por	
causa de interpretações enviesadas de muitos de seus discípulos e críticos e pela 
falta	de	contextualização	dos	seus	estudos.
 
Contudo, quando o mundo ainda não tratava de sustentabilidade, Marx já 
falava, em outras palavras, sobre a importância do consumo consciente e de uma 
economia equilibrada, da justiça social e da manutenção da qualidade do meio 
ambiente.	 Os	 conceitos	 expressos	 pelo	 filósofo	 remetem	 aos	 temas,	 hoje	muito	
discutidos, de desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas e aquecimento 
global,	que	surgiram	principalmente	a	partir	dos	anos	1970.	O	mote	do	modelo	
de desenvolvimento proposto, desde os primórdios da Revolução Industrial, no 
século XVIII, é considerado como um elemento importante a ser revisto no mundo 
contemporâneo, desde aquela época. 
E é em O Capital	(1867)	que	
as	 reflexões	 de	Marx	 sobre	 o	 tema	
se sobressaltam, aproximando-o de 
questões ambientais e ecológicas, 
diante das quais podemos concluir 
que as discussões que assolam 
nossos dias e que abordam 
consumo excessivo e poluição já 
eram uma preocupação para o 
filósofo,	 no	 século	 XIX.	 O	 termo	
ecossocialismo, segundo o cientista 
social brasileiro Michael Löwy, da 
Escola de Altos Estudos em Ciências 
Sociais da Universidade de Paris, 
tem seus fundamentos em alguns 
pensamentos de Marx sobre essa 
lógica do capital. Xangai, a maior cidade da China. Ambiente dos 
trabalhadores nas grandes cidades era visto por Marx 
como "poluição universal"
26
UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
Para	ele,	 é	 justamente	em	O	Capital	que	o	filósofo	alemão	afirmava	que	
o sistema capitalista esgotava as forças do trabalhador e da Terra. Marx, nesta 
exposição, trata, de certa forma, do conceito conservacionista, que vigora nos 
dias	de	hoje,	de	que	a	natureza	não	é	algo	 intocado,	como	por	muito	 tempo	os	
preservacionistas	propuseram.	Isso	significa	que	o	homem	é	parte	integrante	do	
meio ambiente e deve ter um papel de guardião. 
E o tema foi alvo de alguns estudos, como o do cientista político e professor 
de Sociologia da Universidade de Oregon, John Bellamy Foster, que escreveu o livro 
A	Ecologia	de	Marx	-	Materialismoe	Natureza.	Foster	analisa	que	Marx	utilizou	
a	 ótica	 do	 ateniense	 Epicuro	 (341	 a.C	 -	 270	 a.C.)	 para	 atribuir	 uma	 concepção	
materialista	de	 que	 a	 natureza	 só	 é	percebida	 através	dos	nossos	 sentidos	pela	
cognição, em um processo ao longo de nossas vidas. 
Isso	 infere	a	prática	da	percepção	unida	à	memória,	ao	raciocínio,	 juízo,	
imaginação e ao ato do pensamento e do discurso. Outra obra que aborda o assunto 
é História e Meio Ambiente, em que o mestre em Sociologia e doutor em História, 
Marcos	Lobato	Martins,	diz	que	seria	um	equívoco	colocar	Marx	entre	os	adeptos	
do paradigma de que os seres humanos estão imunes aos fatores ambientais, numa 
visão antropocêntrica. 
A mesma análise é também feita por Foster. Ambos ilustram o trecho 
escrito	pelo	filósofo	 alemão	 em	Manuscritos	 econômico-filosóficos,	 de	 1844:	 “O	
homem	vive	da	natureza,	isto	é,	a	natureza	é	seu	corpo,	e	tem	que	manter	com	ela	
um	diálogo	ininterrupto	se	não	quiser	morrer.	Dizer	que	a	vida	física	e	mental	do	
homem	está	ligada	à	natureza	significa	simplesmente	que	a	natureza	está	ligada	a	
si mesma, porque o homem é parte dela” (MARX).
“O homem vive da natureza [...] e tem que manter com ela um diálogo ininterrupto 
se não quiser morrer” (MARX).
Como	base	 científica	 para	 explicar	 as	 relações	 sociais,	Marx	 e	 Engels	 se	
debruçaram	sobre	as	pesquisas	do	naturalista	inglês	Charles	Darwin	(1809-1882).	
Em	uma	de	suas	cartas	a	Engels,	Marx	escreve,	em	1862,	o	seguinte,	sobre	a	obra	
“Origem das Espécies”:	“É	notável	como	Darwin	redescobre,	no	meio	dos	animais	
e plantas, a sociedade da Inglaterra com as suas divisões de trabalho, competição, 
abertura de novos mercados, invenções e a luta pela existência malthusiana. É a 
bellum omnium contra omnes de Hobbes”. Marx acreditava que o cientista oferecia uma 
perspectiva materialista compatível à sua, embora aplicada a outro conjunto de 
fenômenos, e fornecia uma base na ciência natural para a luta de classes (FOSTER, 
2005,	p.	274-275).	
FONTE: Disponível em: <portalcienciaevida.uol.com.br/ESFI/edicoes/41/artigo158665-2.asp>. 
Acesso em: 15 out. 2011.
27
TÓPICO 2 | KARL MARX E MAX WEBER: EDUCAÇÃO
2.2 MARX E BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A EDUCAÇÃO
As	ideias	de	Marx	também	têm	influenciado	o	campo	educacional,	de	forma	
direta ou indireta, tanto nas teorias que norteiam a prática educativa, como nas 
pesquisas educacionais, a exemplo de programas de pós-graduação em Educação 
ou Sociologia da Educação. Podemos encontrar, no campo educacional, autores 
e pesquisadores que ancoram as suas ideias ou teses no pensamento de Marx. 
Entretanto, é necessário ressaltar que não necessariamente estas podem estar em 
consonância com os escritos originais de Marx. 
Por isso, devemos lembrar que Marx escreveu no período da Revolução 
Industrial e os trabalhadores viviam em condições precárias nas cidades, 
submetendo-se a salários irrelevantes, com jornadas de trabalho longas e sem 
amparo das leis trabalhistas.
Neste	cenário,	quanto	à	educação,	Rodrigues	(2007,	p.	43)	diz:
Marx conclui que a educação dada às crianças operárias era tão 
precária que só poderia servir para perpetuar as relações de opressão 
às quais essas crianças e seus pais estavam sujeitos. O descaso era tanto 
que qualquer um que tivesse uma casa e alegasse ser ali uma escola, 
poderia fornecer os “atestados de frequência a aulas” de que as fábricas 
precisavam	para	livrar-se	da	fiscalização.	
Marx	não	escreveu	especificamente	sobre	a	educação.	Entretanto,	algumas	
ideias podem ser concluídas sobre o assunto a partir do seu pensamento. A educação 
faz	parte	da	superestrutura	a	qual	era	dirigida	pelas	classes	dominantes	–	na	época	
de Marx, a burguesia. Por isso, de certa forma, a educação não possibilitava à classe 
trabalhadora perceber os interesses de sua classe e, sim, a educação era um meio 
para perpetuar as condições sociais existentes. 
Desta forma, a educação é um dos instrumentos para a reprodução 
do conhecimento e da sociedade. Ou seja, a educação pode servir como meio 
(superestrutura)	para	reproduzir	a	sociedade	tal	como	ela	é	(e	no	caso	do	sistema	
capitalista, reforçar a estrutura vigente). Mas, por outro lado, a educação pode ser 
um elemento que serve como meio para a transformação da sociedade e do mundo. 
Neste sentido, a educação deveria romper com os moldes propostos para a época, 
de	uma	educação	que	reproduzia	esta	divisão,	incentivava	o	trabalho	produtivo,	o	
conformismo e uma pedagogia da obediência.
No princípio do comunismo, Engels explicita de modo bastante claro 
o	que	esperava	afinal	da	nova	educação.	Diz	ele:	a	educação	dará	aos	
jovens a possibilidade de assimilar rapidamente na prática de produção 
e lhe permitirá passar sucessivamente de um ramo de produção a outro, 
segundo as necessidades da sociedade ou suas próprias inclinações. 
Por conseguinte, a educação nos libertará deste caráter unilateral 
que a divisão atual do trabalho impõe a cada indivíduo. Assim, a 
sociedade	organizada	sobre	as	bases	comunistas	dará	a	seus	membros	
a possibilidade de empregar em todos os aspectos suas faculdades 
desenvolvidas	universalmente	(RODRIGUES,	2007,	p.	48).
28
UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
A	educação	deveria	ser	um	instrumento	que	deveria	mobilizar	a	população	
(no caso, a classe operária) para a transformação da sociedade e superar a 
exploração capitalista. E, além disso, a educação deveria ser um caminho que leve 
o respeito ao homem na sua totalidade, suas potencialidades, e não uma educação 
que tinha como propósito formar pessoas para o mercado de trabalho dos moldes 
capitalistas	e	com	o	fim	último	de	exploração	do	trabalhador. 
Em termos gerais, a educação deveria ser um instrumento para aquisição de 
conhecimento e de transformação para a classe trabalhadora. Ou seja, a educação 
deveria ter um caráter revolucionário, pois a classe trabalhadora (o proletariado), 
por si, não consegue adquirir a consciência de classe social e consciência política. 
Por isso, o processo educativo poderia ser um instrumento propício para que o 
trabalhador tomasse consciência da sua situação e de classe social e buscasse uma 
sociedade alternativa. Em contrapartida, a educação era usada como um elemento 
essencial para a burguesia manter a hierarquia social e sua ideologia.
Enfim,	caro(a)	acadêmico(a),	a	obra	de	Marx	é	vasta,	e	as	interpretações	das	
suas ideias são as mais diversas, tanto dos que são oponentes quanto dos que seguem 
as mesmas. Por isso, sugere-se, a modo de seu interesse, aprofundar as ideias que 
podem	estar	presentes	na	educação	e	fazer	as	suas	devidas	considerações,	pois	no	
âmbito educativo podemos encontrar discursos que postulam que a educação deve 
ser transformadora, crítica e emancipatória, que podem ter ou não fundamento em 
Marx.
3 MAX WEBER E ALGUMAS DAS SUAS IDEIAS
Max Weber nasceu na cidade de Erfurt, na Turíngia, no dia 21 de abril 
de	1864.
FIGURA 8 – MAX WEBER EM 1917
FONTE: Disponível em: <http://quotationsbook.com>. Acesso em: 15 out. 2011.
29
TÓPICO 2 | KARL MARX E MAX WEBER: EDUCAÇÃO
Seu	falecimento	ocorre	no	dia	14	de	junho	de	1920,	na	cidade	de	Munique.
FIGURA 9 – MAX WEBER, FALECIDO EM 14 DE JUNHO DE 1920
FONTE: Disponível em: <http://quotationsbook.com>. Acesso em: 20 ago. 2011.
A	análise	sociológica	deveria	ser	isenta	de	juízos	de	valor,	ou	seja,	deveria	
ser objetiva e neutra em questões morais. De acordo com as ideias deste pensador, 
o	 objetivo	 da	 Sociologia	 é	 identificar	 e	 compreender	 como	 e	 por	 que	 as	 regras	
nascem na sociedade e como elas funcionam. 
Em termos gerais, a Sociologia deveria compreender os fenômenos “no 
nível	do	significado”	dos	atores;	além	disso,	compreender	como	os	atores	veem	
e sentem as suas ações na sociedade. Neste sentido, análise de cunho sociológico 
deve ater-se a duas situações:sendo a primeira referente às experiências dos 
atores, e a segunda, referente aos sistemas culturais e sociais nos quais os atores 
estão inseridos. 
		Ao	se	retratar	sobre	Weber,	é	comum	a	seguinte	afirmação:	“A sociedade 
e seus sistemas não pairam acima e não são superiores ao indivíduo”. Desta 
afirmação	 é	 correto	 dizer	 que	 as	 regras	 e	 normas	 sociais	 não	 são	 analisadas	
como sendo exteriores à vontade dos indivíduos. E sim, estas são resultado de 
um conjunto complexo de ações individuais, nas quais os indivíduos estariam 
escolhendo, a todo o momento, diferentes formas de conduta. Neste sentido, o 
Estado, o mercado, as religiões existem em virtude de que muitos indivíduos 
orientariam reciprocamente suas ações em determinado sentido comum. 
Para	Durkheim	(1973),	a	sociedade	é	superior	ao	indivíduo.	Poderíamos	
dizer	que	para	Weber	o	indivíduo	é	o	fundamento	da	sociedade.	Esta	
30
UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
afirmação	vai	muito	além	do	fato	de	que	uma	sociedade	não	existe	sem	
indivíduos.	A	existência	da	sociedade	somente	se	realiza	pela	ação	 	e	
interação	recíprocas	entre	os	agentes	sociais	(SELL,	2007,	p.	197).
Enfim,	caro(a)	acadêmico(a),	podemos	dizer	que	no	pensamento	de	Weber	
a parte é privilegiada em relação ao todo. A ação dos indivíduos sobre a sociedade 
é que determina a relação indivíduo-sociedade.
Outro aspecto no pensamento de Weber que deve ser mencionado são os 
três tipos de dominação, que são: o legal, o tradicional e o carismático.
Dominação legal: obediência apoia-se na crença na legalidade da lei 
e	dos	direitos	de	mando	das	pessoas	autorizadas	a	comandar	pela	lei.
Dominação tradicional: sua legitimidade apoia-se na crença de que o 
poder de mando tem caráter sagrado, herdado dos tempos antigos.
Dominação carismática: a legalidade da autoridade do líder carismático 
lhe	é	conferida	pelo	afeto	e	confiança	que	os	indivíduos	depositam	nele	
(SELL,	2007,	p.	211-212,	grifos	do	autor).
Quanto às ideias de Weber, há de se mencionar que o objeto de estudo da 
Sociologia é a ação social.
Ação: é um comportamento [...] sempre que e na medida em que o 
agente ou os agentes se relacionem com sentido subjetivo. Ação social: 
significa	 uma	 ação	 que,	 quanto	 a	 seu	 sentido	 visado	 pelo	 agente	 ou	
pelos agentes, se refere ao comportamento de outros, orientando por 
este em curso (WEBER,	1994,	p.	3	apud	SELL,	2007,	p.	181).	
Quanto a explicações das ações humanas, podemos encontrar as mais 
diversas, e neste sentido cabe à Sociologia explicar os motivos e a própria existência 
da	ação	social.		Neste	contexto,	Sell	(2007,	p.	182)	diz	que	“[...]	a	teoria	sociológica	
de Weber é chamada de metodologia compreensiva: seu objetivo é compreender o 
significado	da	ação	social”.	
Ao tratar sobre ação social, Weber estabeleceu quatro tipos. 
1. Ação afetiva: aquela ação determinada de modo afetivo, ou seja, pelos afetos ou 
estados sentimentais atuais.
2. Ação tradicional: aquela ação determinada por um costume ou um hábito 
arraigado.
3. Ação social: é aquela referente aos valores. A ação é determinada pela crença de 
valor (ético, estético e religioso).
4. Ação social referente aos fins: a ação é determinada por expectativas quanto 
ao comportamento dos objetos do mundo exterior ou de outras pessoas (SELL, 
2007).
Ao	 contrário	 dos	 filósofos	 iluministas	 e	 mesmo	 do	 positivismo,	 que	
viam o progresso material e até da felicidade individual, Weber tinha 
31
TÓPICO 2 | KARL MARX E MAX WEBER: EDUCAÇÃO
uma posição crítica a respeito. O aumento do grau de racionalidade 
do mundo moderno não leva necessariamente a um estágio superior 
da	 vida	 social.	 Weber	 sabia	 que	 o	 processo	 de	 racionalização	 	 e	
desencantamento	com	o	mundo,	dos	quais	a	organização	capitalista	e	
a	organização	burocrática	do	Estado	eram		as	maiores	expressões,	tinha	
também	o	seu	lado	negativo.	É	neste	sentido	que	ele	nos	apresenta	o	seu	
diagnóstico da modernidade: a perda de sentido e perda da liberdade 
(SELL,	2007,	p.	202).
Enfim,	 caro(a)	 acadêmico(a),	 você	 estudou	 algumas	 ideias	 de	 Weber,	
as quais podem contribuir ainda, nos dias atuais, para compreender o que está 
acontecendo na sociedade atual. A título de exemplo: pode contribuir para 
entender	as	forças	motrizes	da	sociedade	atual,		o	poder	do	Estado,	o	significado	
das	leis	nas	relações	sociais,	o	processo	de	urbanização	de	populações	nas	cidades	
e as suas consequências. Além disso, os sistemas de crenças e valores no cotidiano 
das pessoas. 
Neste	sentido,	pode-se	dizer	que:	
ao contrário de outras teorias, que hoje apresentam sinais de 
crise, o pensamento de Max Weber tem sido relido na atualidade, 
proporcionando à sociologia novos instrumentos de compreensão de 
seus próprios fundamentos e para interpretação do mundo moderno. 
Crítico	 do	 marxismo	 e	 positivismo,	 Weber	 realizou	 um	 cuidadoso	
estudo das religiões mundiais, mostrando que a marca fundamental da 
modernidade	é	a	emergência	de	uma	forma	específica	de	racionalismo:	
o racionalismo da dominação do mundo. Para Weber, o racionalismo 
ocidental se encarna em instituições como a economia capitalista 
e a burocracia do Estado, é uma força que, por um lado, aumenta a 
eficiência	 e	 produtividade,	 mas,	 ao	 mesmo	 tempo,	 ”desencanta”	 o	
mundo, ocasionando a perda de liberdade e sentido da vida (SELL, 
2006,	p.167).
3.1 WEBER E A EDUCAÇÃO: CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Para	Vilela	(2002),	Weber	não	produziu	uma	teoria	do	âmbito	da	Sociologia	
da	Educação,	ou	seja,	não	considerou	a	organização	social	da	escola	ou	a	instituição	
como	objeto	de	análise.	Outrossim,	há		estudos	significativos	sobre	Weber	a	respeito		
da educação, onde os sistemas escolares se desenvolvem como um processo de 
imposição dos caracteres dos grupos sociais e do poder estabelecido. 
Weber,	nas	suas	reflexões,	abordou	sobre	a	racionalização	e	a	burocratização,	
e estas alteraram radicalmente os modos de educar.
Educar	no	sentido	da	racionalização	passou	a	ser	fundamental	para	o	
Estado, porque ele precisa de um direito racional e de uma burocracia 
montada	 em	 moldes	 racionais.	 Educar	 no	 sentido	 da	 racionalização	
também passou a ser fundamental para a empresa capitalista, pois ela se 
pauta pela lógica do lucro, do cálculo de custos e benefícios, precisando 
de	profissionais	treinados	para	isso	(SELL,	2007,	p.	65-66).
32
UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
 Neste cenário, a educação, para Weber, não é mais uma preparação para 
que o membro de todo orgânico aprenda sua parte no comportamento harmônico 
do organismo social, mas sim, tem como propósito despertar o carisma e preparar 
o aluno para uma conduta de vida social. 
 
 Outrora, “a educação sistemática, analisa ele, passou a ser um pacote 
de conteúdos e de disposições voltadas para o treinamento de indivíduos que 
tivessem de fato condições de operar essas novas funções, de pilotar o Estado, as 
empresas	e	a	própria	política,	de	um	modo	racional”	(RODRIGUES,	2007,	p.	64).	
A educação esteve sob o prisma da racionalidade, da obediência à lei e 
do treinamento das pessoas para executar as tarefas burocráticas do Estado. Este 
modelo de educação tinha dentre os seus propósitos: o treinamento dos indivíduos 
que tivessem de fato condições de executar tarefas e atividades no aparato estatal. 
Neste sentido, a educação passou a ser primordial para o Estado, pois este precisa 
de pessoas para atuar numa burocracia montada em moldes racionais. E quanto 
a esta forma de educar, também era primordial para a empresa capitalista, pois 
esta estava assentada sobre o lucro, o cálculo de custos e os benefícios, por isso 
precisava	de	profissionais	treinados	para	desempenhar		tais	funções.
[…]	Mais	que	profissionais	da	empresa	ou	da	administração	pública,	
o capitalismo e oEstado capitalista forjaram um novo homem: um 
homem racional, tendencialmente livre de concepções mágicas, para 
o qual não existe mais lugar reservado à obediência, que não seja a 
obediência ao direito racional. Para este homem, o mundo perdeu o 
encantamento. Não é mais o mundo do sobrenatural e dos desígnios 
de	Deus	ou	dos	imperadores.	É	o	mundo	do	império,	da	lei	e	da	razão.	
Educar num mundo assim, certamente, não é o mesmo que educar antes 
dessa grande transformação, provocada pelo advento do capitalismo 
moderno	(RODRIGUES,	2007,	p.	65-66).
Quanto à educação, vale destacar que os três tipos de dominação se 
configuram	 em	 três	 modelos	 particulares	 de	 sistemas	 de	 educação,	 os	 quais	
orientam para a formação de três tipos de sujeitos sociais.
Uma educação carismática: orientada para despertar a capacidade 
considerada como um dom puramente pessoal. [...] o aluno tem que 
negar-se em seu estado atual e tratar de alcançar, ou recuperar, sua 
identidade. Como exemplos, a educação típica de guerreiros e dos 
sacerdotes [...]
Uma educação formativa: orientada, sobretudo, para cultivar um 
determinado modo de vida, que admita atitudes e comportamentos 
particulares.	 [...].	 Assume	 a	 finalidade	 de	 educar	 para	 determinadas	
atitudes frente à vida (pode até vir acompanhado por um carisma e por 
um saber ou conhecimento, mas não se exige). Esse segundo tipo de 
sistema educativo constitui a instância reprodutora de uma categoria 
estamental,	 isto	é,	de	uma	categoria	social	que	define	sua	posição	em	
termos	de	conduta	de	vida,	o	que	se	traduz	em	prestígio.
Uma educação especializada: está orientada para instruir o aluno em 
conhecimentos, de saberes concretos, necessários, principalmente para 
o	exercício	de	papéis	sociais	específicos	das	sociedades	racionalizadas,	
como	profissionais	ou	políticos	(VILELA,	2002,	p.	92-93,	grifos	nossos).
33
TÓPICO 2 | KARL MARX E MAX WEBER: EDUCAÇÃO
As	ideias	de	Weber	exerceram	influência	no	Brasil,	e	uma	das	formas	foi	na	
produção acadêmica discente dos programas de pós-graduação nacionais.
 
Leia, na Leitura Complementar a seguir, uma parte do trabalho apresentado 
na ANPED (Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Educação).
LEITURA COMPLEMENTAR 2
MAX WEBER NOS PROGRAMAS NACIONAIS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM 
EDUCAÇÃO: UM BALANÇO DA PRODUÇÃO ACADÊMICA DISCENTE 
NOS ÚLTIMOS 20 ANOS 
 
Wânia	R.C.	Gonzalez
Max Weber é um autor pouco citado na produção acadêmica discente dos 
programas de pós-graduação nacionais. Em levantamento feito em um período 
de	 20	 anos,	 encontrei	 apenas	dez	dissertações	 e	 uma	 tese	 que	 incorporaram	as	
reflexões	teóricas	do	autor.
O	 presente	 trabalho	 tem	 por	 finalidade	 refletir	 sobre	 a	 apropriação	 da	
teoria	sociológica	weberiana	nas	pesquisas	acadêmicas	realizadas	nos	mestrados	
e doutorados em educação. As principais questões que nortearam a minha 
investigação	foram	as	seguintes:	Quais	os	temas	pesquisados	à	luz	da	sociologia	de	
Weber?	Quais	os	aspectos	da	teoria	sociológica	weberiana	que	são	valorizados	nas	
dissertações	e	 teses	defendidas	nos	programas	de	pós-graduação	em	educação?	
Quais	são	as	obras	de	Weber	mais	utilizadas?	É	frequente	a	leitura	de	comentadores	
da	obra	do	sociólogo	alemão	em	substituição	à	leitura	da	obra	do	próprio	autor?	
Tal substituição, quando ocorre, acarreta uma compreensão equivocada da teoria 
sociológica	de	Weber?					
Fiz	o	levantamento	das	dissertações	e	teses	defendidas	recorrendo	à	consulta	
do CD-ROM da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação 
(ANPED), que, editado em 1997, contém um resumo da produção discente, 
concluída	 no	 período	 de	 1981	 a	 1996,	 com	 o	 apoio	 do	 INEP.	 Complementei	 o	
levantamento mediante a consulta ao Banco de Teses e Dissertações da Coordenação 
e	Aperfeiçoamento	do	Pessoal	do	Ensino	de	Nível	Superior	(CAPES),	para	localizar	
os	 trabalhos	concluídos	no	período	de	1997	a	2001.	 	Os	passos	seguintes	 foram:	
leitura dos resumos e seleção dos trabalhos que se coadunavam com o objetivo de 
minha pesquisa. 
Posteriormente,	busquei	 localizá-los	na	Biblioteca	Nacional.	Quando	não	
obtive	êxito,	utilizei	o	 sistema	COMUT	 (Programa	de	Comutação	Bibliográfica)	
e o contato direto com as bibliotecas das universidades às quais pertencem os 
programas de pós-graduação. Convém esclarecer que não foi possível obter a 
34
UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
cópia de três trabalhos1, cujos resumos informavam a adoção da teoria sociológica 
weberiana no desenvolvimento das pesquisas. Considero também oportuno 
mencionar	 a	 possibilidade	 de	 outros	 trabalhos	 não	 terem	 sido	 localizados	 em	
função de não constarem nas fontes de dados pesquisadas. 
Uma outra falha provável na busca dos trabalhos acadêmicos refere-se à 
falta	de	amplitude	das	palavras	descritoras	selecionadas	para	localizar	a	totalidade	
dos trabalhos que abordam Max Weber nos programas de pós-graduação nacionais. 
Ciente destas possíveis lacunas, acredito ter obtido uma boa amostra da produção 
acadêmica	que	 incorpora	as	reflexões	do	sociólogo	alemão	nos	últimos	20	anos:	
uma	tese	de	doutorado	e	dez	dissertações.		
Optei por apresentar os trabalhos de forma sucinta, em virtude de os resumos 
estarem disponíveis nos locais citados anteriormente. Também tive a preocupação 
de não me deter na descrição dos referidos trabalhos e, sim, buscar neles aspectos 
que pudessem fomentar discussões no âmbito da sociologia da educação. 
Informações gerais da produção discente 
Apesar de o CD-ROM da ANPED abranger um período de 15 anos da pós-
graduação em	 educação,	 localizei	 apenas	 quatro	 dissertações	 de	mestrado	 que	
citam	Max	Weber	 em	seus	 resumos.	Tais	 estudos	provêm	de	 cursos	 localizados	
em diferentes estados, tais como: Paraná (1), Rio Grande do Sul (1) e São Paulo (2). 
Na consulta ao Banco de Teses e Dissertações da Capes, encontrei seis 
dissertações de mestrado e uma tese dos seguintes estados: São Paulo (4); Rio 
de Janeiro (2), Brasília (1). Convém ressaltar que o mencionado Banco de Dados 
abrange um período de apenas cinco anos. Comparativamente aos resultados 
encontrados	 no	 CD-ROM	 da	 ANPED,	 verifiquei	 um	 aumento	 do	 número	 de	
trabalhos acadêmicos que incorporam algum aspecto da obra do sociólogo alemão. 
A busca dos referidos trabalhos teve como palavras descritoras: Max Weber, 
burocracia,	 dominação,	 racionalização	 e	 autoridade.	 No	 tocante	 à	 orientação,	
constatei a existência de apenas duas dissertações3 orientadas pelo mesmo 
professor, Bruno Pucci, da Universidade Metodista de Piracicaba. O mestrado 
em educação dessa universidade é o que possui o maior número de dissertações 
analisadas na pesquisa.
Temas abordados nas dissertações analisadas
Em	onze	11	dissertações	 e	um	 tese,	 constatei	uma	diversidade	 temática.	
Contudo,	verifiquei	que	há	uma	concentração	de	quatro	estudos	que	 tratam	do	
tema da burocracia, cujos títulos são: A burocracia no sistema escolar público do 
1 A racionalidade das políticas educacionais: o projeto da universidade do Tocantins - UNITINS, de Verdana 
Medeiros de Barros, tese de mestrado em educação, defendida na Universidade de Brasília, em 
setembro de 1995; Concepções de mundo, ideologia e ensino de qualidade, de Maria Medeiros da Silva, tese 
de	mestrado	em	educação,	defendida	na	Universidade	Federal	de	Pernambuco,	em	dezembro	de	1995;	
Relações de poder na escola pública de ensino fundamental: uma radiografia à luz de Weber e Bourdieu, de 
Magali de Castro, tese de doutorado em Educação, defendida na Universidade de São Paulo, em 1994.
35
TÓPICO 2 | KARL MARX E MAX WEBER: EDUCAÇÃO
Estado de São Paulo: A direção da escola; Estruturas de burocracia e poder na educação. 
Análise das relações entre diretor, professor e aluno; Burocracia na administração da escolapública brasileira e Desmistificando o tempo livre como tempo para práticas educativas 
nas sociedades administradas. O tema “Max Weber e a educação” é abordado em 
dois trabalhos, com os títulos de: Modernidade e ação pedagógica em Max Weber e 
Educação e Desencantamento do mundo: contribuições de Max Weber para a Sociologia 
da Educação. Os demais temas são: educação e religião, em A educação luterana 
no Brasil: um estudo sobre desenvolvimento histórico, filosófico e sociológico das escolas 
luteranas no Paraná (1853-1992); expectativas socioeducacionais dos alunos, 
em Expectativas socioeducacionais de um grupo de alfabetizandos, jovens e adultos no 
distrito federal; autoridade dos professores, em A autoridade do professor: um estudo 
das representações de autoridade em professores de 1º e 2º graus; representações das 
crianças e dos adolescentes, em Um estudo de caso: as representações das crianças e 
dos adolescentes pobres de rua atendidos pela linha emergencial da associação beneficente 
São Martinho da rua, da família, da escola e do trabalho; e educação e modernidade, em 
Educação e Emancipação: Da Revolução à Resistência. [...]
Limites e potencialidades dos trabalhos acadêmicos em foco
Fátima	 (1997),	 Nunes	 (1999),	 Porto	 (1986)	 e	 Santos	 (1990)	 apresentam	
uma	 abordagem	 da	 teoria	 sociológica	 weberiana	 de	 maneira	 superficial,	 não	
as vinculando às discussões originadas do referencial teórico de Weber com as 
conclusões da dissertação. Em	 contrapartida,	 Farias	 (2001)	 retoma	 conceitos	 de	
Weber	 nas	 conclusões,	mas	 não	 incorpora	 as	 reflexões	 do	 autor	 para	 pensar	 a	
educação. Outro exemplo de uma leitura apressada das formulações do autor foi 
encontrado	no	estudo	de	Farenzena	(1990),	quando	a	autora	responsabiliza	Weber	
pelo crescimento da burocracia nos sistemas educacionais. 
A	 referida	 autora,	 conforme	 foi	 ressaltado	 anteriormente,	 utilizou	
conceitos de Weber e Marx sem dar maiores esclarecimentos ao leitor sobre as 
suas	escolhas	 teóricas	 tão	 contraditórias.	Lemke	 (1992)	 faz	 referências	à	 teoria	
weberiana	 utilizando-se	 dos	 comentadores	 de	 sua	 obra	 –	 recurso	 frequente	
nos trabalhos analisados. No entanto, observa-se um certo exagero nessa 
apropriação:	 o	 autor	 da	 dissertação	 afirma	 que	Weber	 ficou	 sem	 amigos	 por	
conta	da	neutralidade	axiológica.	Afirma,	ainda,	que	"Weber	passava	por	ateu,	
mas	a	sociologia	religiosa	é	fundamental	para	a	análise	da	sociedade"	(Lemke,	
1992,	p.	5).	Declara,	sem	citar	a	fonte,	que	"Weber	tinha	consciência	das	falhas	
de sua teoria. Muitos o condenaram. Ele respondeu: 'enquanto não tivermos 
algo melhor” (Lemke,	1992,	p.	5).	Nunes	 (1999),	apesar	de	citar	dois	 livros	do	
sociólogo nas referências, se ampara em comentadores da obra de Weber para 
as suas conclusões a respeito de interpretações controvertidas da obra do autor. 
As	 avaliações	 imprecisas	 e	 superficiais	 da	 obra	 de	 Weber	 servem	 para	
reforçar	o	argumento	de	Costa;	Silva	(2002)	sobre	a	dificuldade	de	relacionamento	
entre a sociologia e a educação, em função de muitos trabalhos basearem-se em 
leituras rápidas e acríticas das teorias sociológicas citadas. 
36
UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
Acrescento	 a	 esta	 constatação	 a	 seguinte	 advertência	 de	Alves-Mazzotti	
(2002,	p.	33):	“Em	qualquer	circunstância,	porém,	a	literatura	revista	deve	formar	
com os dados um todo integrado: o referencial teórico servindo à interpretação e as 
pesquisas anteriores orientando a construção do objeto e fornecendo parâmetros 
para a comparação com os resultados e conclusões do estudo em questão”. 
Enfim,	 o	 problema	 detectado	 não	 é	 uma	 particularidade	 dos	 estudos	
focalizados	 no	 presente	 trabalho	 e,	 sim,	 uma	 deficiência	 a	 ser	 enfrentada	 nos	
programas de pós- graduação em educação. Convém ressaltar um outro aspecto 
problemático na análise dos trabalhos citados anteriormente, que consiste na falta 
de	 referências	 entre	 si	 de	 trabalhos	 que,	muitas	 vezes,	 tratam	do	mesmo	 tema.	
Um	exemplo:	Gonzalez	(2000),	ao	abordar	o	tema	Max	Weber	e	a	educação,	não	
menciona a dissertação de Carvalho (1997). Este aspecto também é observado nas 
dissertações que tratam do tema da burocracia.
Observei o resgate da teoria sociológica de Weber tanto a partir de suas 
formulações sobre a sociologia compreensiva como em abordagens em temas 
focais, como nas dissertações que tratam da burocracia. Contudo, constatei, 
também, que as formulações teóricas do sociólogo, nas duas perspectivas, são 
timidamente articuladas à compreensão dos fenômenos educacionais. Em função 
deste aspecto, considero valiosas as contribuições dos estudos que tratam do tema 
Max Weber e a educação. 
FONTE: Disponível em: <www.anped.org.br/reunioes/26/.../waniareginacoutinhogonzalez.rtf>. 
Acesso em: 2 jan. 2012.
37
RESUMO DO TÓPICO 2
Caro (a) acadêmico(a), neste tópico você viu que:
• Diferente de outros pensadores da Sociologia em épocas passadas, Karl Marx 
não foi apenas um pensador, mas também um revolucionário.
• O fetichismo representa uma contradição fundamental da produção de 
mercadorias: confusão de relações entre pessoas com relações entre coisas.
• O marxismo prevê que o proletariado se libertará dos vínculos com as forças 
opressoras e, com isso, dará origem a uma nova sociedade.
• Em “O Capital”,	Marx	 realiza	 uma	 investigação	 profunda	 sobre	 o	modo	 de	
produção capitalista e as condições de superá-lo, rumo a uma sociedade sem 
classes e na qual a propriedade privada seja extinta.
•	 Para	Marx,	o	homem	é	parte	da	natureza.	Ele	afirma	que	Darwin	redescobre,	em	
meio a animais e plantas, o funcionamento da sociedade.
• A educação, para Marx, participa do processo de transformação das condições 
sociais, mas, ao mesmo tempo, é condicionada pelo processo.
•	 Max	 Weber	 afirmou	 que	 a	 Sociologia	 deve	 sempre	 buscar	 compreender	 os	
fenômenos	“no	nível	do	significado”	dos	atores,	o	que	os	atores	veem	e	sentem	
durante suas ações na sociedade. Também é necessário examinar o contexto 
cultural criado quando os atores sociais interagem.
• Weber considera que resta ao homem moderno enfrentar o destino com coragem 
frente	às	exigências	do	cotidiano	e	não	ficar	à	espera	de	novos	profetas	e	novos	
salvadores.
•	 Weber	inspira	ainda	uma	autorreflexão	contínua	na	academia	sobre	as	tradições	
e	 a	modernidade,	 não	 podendo	 de	 forma	 alguma	 ser	 desprezado	 por	 quem	
deseja compreender a nossa sociedade. 
• Para Weber, o objetivo fundamental do educador é proporcionar aos alunos um 
conteúdo	que	 incentive	a	reflexão	própria,	porém	para	que	 isso	aconteça	não	
basta somente estar atento ao conteúdo, mas também à maneira como este é 
transmitido.
•	 O	tema	da	educação	ou	da	pedagogia	em	Weber	fica	mais	claro	em	sua	análise	
da	política,	tanto	como	disciplina	científica	quanto	como	ação	dos	indivíduos.
•	As	ideias	de	Weber	ainda	têm	reflexo,	principalmente	no	âmbito	da	educação.
38
1	 Sintetize	 as	 principais	 ideias	 de	 Karl	 Marx	 no	 campo	 da	 Sociologia	 da	
Educação.
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2	Sintetize	as	principais	ideias	de	Max	Weber	sobre	a	educação.
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3 Escreva exemplos do cotidiano, onde podemos observar as ideias de Karl 
Marx e Max Weber. Apresente as ideias discutidas, que você acredita serem 
válidas, ou não, ainda hoje. Argumente em defesa da sua posição.
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4	Weber	afirmava	que	a	análise	sociológica	deveria	ser	isenta	de	juízos	de	valor,	
ou objetiva e neutra em questões morais. E, além disso, aponta que... Assinale 
a alternativa CORRETA:
a) ( ) Que o objetivo da sociologia é criticar as desigualdades sociais. 
b) ( ) Que a sociologia nada pode contribuir para sanar as desigualdades 
sociais. 
c) ( ) Que o objetivo da existência da sociedade é para que alguns homens 
vivam para dominar os que não têm condições de guiar-se na sociedade. 
d)	(	 )	O	objetivo	da	Sociologia	é	identificar	e	entender	como	e	por	que	nascem	
as regras na sociedade e como elas funcionam.
AUTOATIVIDADE
39
5 Assinale a alternativa CORRETA:
Entre as ideias de Marx estão:
a)	(	 )	 A	 natureza	 da	 sociedade	 era	 contraditória,	 por	 isso	 os	 proletários	
deveriam unir-se na construção de uma sociedade mais justa. 
b) ( ) Cada homem é dono de uma propriedade (o corpo) e cada um ganha 
conforme o valor agregado à sua propriedade. Sendo assim, nada mais justo, 
aos que agregam mais valor à sua propriedade, ganharem mais. 
c)	(	 )	O	capitalismo	é	sistema	justo	e	beneficia	os	que	trabalham	com	dedicação.	
d) ( ) Os proletários estavam em tal situação porque não souberam aproveitar 
as oportunidades que o capitalismo ofereceu.
FONTE: Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABsAcAA/sociologia-prova-
online-unidade-1-uniasselvi>. Acesso em: 23 abr. 2012.
6 Assinale a alternativa CORRETA:
De acordo com Marx, o modo de produção burguês estrutura-se em torno da:
a) ( ) Agricultura e da escravidão. 
b) ( ) Indústria e o trabalho assalariado. 
c) ( ) Agricultura e indústria. 
d) ( ) Indústria e o trabalho escravo.
7 Assinale a alternativa CORRETA:
	Na	análise	do	aspecto	social,	o	indivíduo	satisfaz	suas	necessidades	de	adquirir	
os produtos e Marx mostra formas bastante diversas de renda, que podem ser 
classificadas	em	três	grupos:
a) ( ) O capital: rende a cada ano ao capitalista um lucro; a terra: rende ao 
proprietário rural uma renda fundiária; e a força de trabalho em condições 
normais e enquanto permanece útil, rende ao operário um salário. 
b) ( ) O capital: não rende a cada ano ao capitalista um lucro; a terra: não 
rende ao proprietário rural uma renda fundiária. 
c) ( ) O capital: não rende a cada ano ao capitalista um lucro; e a força de 
trabalho em condições normais e enquanto permanece útil, rende ao operário 
um lucro. 
d) ( ) A terra: rende ao trabalhador rural uma renda fundiária; e a força de 
trabalho em condições normais e enquanto permanece útil, rende ao operário 
muito dinheiro.
Assista ao vídeo de 
resolução da questão 6
40
8	Complete	as	lacunas	da	sentença	a	seguir.
Marx	mostra	criticamente	que	a	________é	produzida	nas	organizações	pelo 
emprego da força de trabalho. O capital compra a força de trabalho e paga em 
troca	o	salário.	Trabalhando,	o	operário	produz	um	novo	valor,	que	não	 lhe	
pertence	e	sim	ao	capitalista.	É	preciso	que	ele	trabalhe	um	certo	tempo	para	
restituir unicamente o valor do salário. Mas isso feito, ele não para, trabalha 
ainda	mais.	 O	 novo	 valor	 que	 ele	 vai	 produzir	 agora	 e	 que	 passa	 então	 ao	
montante do salário, se chama________.
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) mais - valia - mais-valia. 
b) ( ) mais - valia - salário agregado. 
c) ( ) salário - mais-valia. 
d) ( ) salário - salário agregado.
FONTE: Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABsAcAA/sociologia-prova-
online-unidade-1-uniasselvi>. Acesso em: 23 abr. 2012.
41
TÓPICO 3
DURKHEIM, BOURDIEU E BAUMAN 
E A EDUCACÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a), você já estudou sobre a origem da sociologia, as 
ideias iniciais de Marx e Weber. Porém, na Sociologia podemos encontrar outros 
pensadores, com maior ou menor destaque no campo acadêmico.
Neste tópico você estudará sobre algumas ideias do pensamento de 
Durkheim,	Bourdieu	e	Bauman	e	as	possíveis	implicações	para	o	campo	educativo.	
Vale ressaltar que há outros sociólogos, inclusive no cenário brasileiro, que 
contribuíram para a difusão da Sociologia no Brasil. Dentre eles podemos destacar: 
Oliveira Viana, Octávio Ianni, Betinho, Alberto Guerreiro Ramos, Ricardo Antunes, 
José Pastore, Fernando Henrique Cardoso, Francisco de Oliveira, entre outros.
2 ÉMILE DURKHEIM: CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Émile	Durkheim	nasceu	em	1858		e	faleceu	em	1917.	Durkheim	vive	num	
período da Revolução Industrial, iluminismo, Revolução Francesa, positivismo e, 
além	disso,	num	contexto	de	intelectuais,	se	faziam	presentes	ideias	de	pensadores	
como: Marx, Weber, Comte, Montesquieu, Hegel, dentre outros, que, em termos 
intelectuais,	produziram	diversas	teorias.
Condizente	 com	 uma	 visão	 positivista	 da	 ciência,	 Durkheim	 (1973)	
defendia uma sociologia neutra e imparcial, que deveria estar distante 
das	lutas	sociais	e	dos	conflitos	políticos.	O	papel	da	sociologia	deveria	
apenas analisar os fenômenos e descrever o funcionamento da 
sociedade. Ela poderia até detectar as causas dos problemas sociais e, 
neste caso, contribuir com a sua solução, mas não caberia envolver-se 
com objetivos políticos e com a busca de uma sociedade melhor (SELL, 
2006,	p.	154).
Neste	cenário,	a	Sociologia,	no	ponto	de	vista	de	Durkheim,	deveria	manter	
a “saúde” do corpo social (sociedade) e incentivar transformações políticas, como 
outros pensadores postulavam. Uma das suas ideias centrais era que os fatos 
sociais existem independentemente da vontade dos indivíduos, e atuam sobre 
estes. Os fatos sociais são independentes das escolhas ou vontades individuais, 
por exemplo: a moeda e idioma de um país e as leis.
 
42
UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
Durkheim	(1973)	sustentava	a	 tese	de	que	a	explicação	da	vida	social	
tem	seu	fundamento		na	sociedade,	e	não	no	indivíduo.	Esta	afirmação	
não	 significa	 	 que	 uma	 sociedade	 possa	 existir	 sem	 indivíduos,	 o	
que	seria	 totalmente	 ilógico.	O	que	desejava	ressaltar	é	que,	uma	vez	
criadas pelo homem, as estruturas sociais passam a funcionar de modo 
independente dos atores sociais, condicionando as sua ações. Para 
Durkheim,	a	sociedade	é	muito	mais	que	a	soma	dos	indivíduos	que	a	
compõem	(SELL,	2006,	p.129).
Neste contexto de pensamento, o objeto de estudo da Sociologia será o 
fato	social.	E	este	deve	ser	entendido	como	toda	a		maneira	de	agir,	fixa	ou	não,	que	
é	capaz	de	exercer	sobre	os	indivíduos	uma	coerção	exterior.	E	este	fato	social	tem	
existência própria e é independente das manifestações individuais. 
A	 sociologia,	 enuncia	 Durkheim,	 é	 o	 estudo	 dos	 fatos	 sociais.	 E	 os	
fatos sociais são justamente aqueles modos de agir que exercem sobre 
o indivíduo uma coerção exterior eque apresentam uma existência 
própria, independente das manifestações individuais que possam 
ter. Os fatos sociais, em suma, devem ser considerados como coisas. 
Durkheim	nota	que	na	vida	cotidiana	temos	uma	ideia	vaga	e	confusa	
dos fatos sociais, como: o Estado, a liberdade, ou o que quer que seja, 
justamente porque, sendo eles uma realidade vivida, temos a ilusão de 
conhecê-los	(RODRIGUES,	2007,	p.19	-20).
A	 sociologia	dever	 	 ter	 a	finalidade	de	não	 só	 explicar	 a	 sociedade	 (seu	
funcionamento), como também de encontrar remédios para as patologias da vida 
social. A sociedade, sendo um organismo, apresenta tanto estado normal como 
patologias. 
Os fatos normais são aqueles fatos que não estão além dos limites dos 
acontecimentos que são gerais de uma sociedade, ou seja, são aqueles valores 
e condutas que a maioria da população aceita. Já o patológico são aqueles fatos 
que estão fora dos limites permitidos pela ordem social e pela moral de uma 
determinada	sociedade.	“Durkheim	afirma	tacitamente	que	o	fato	social	normal	
representa um estado de saúde e que o fato social patológico um estado de doença. 
O argumento é que um fato social é geral (e, portanto, normal) quando contribui 
para	a	preservação	da	vida	social”	(SELL,	2006,	p.	155).
Para	entender	 	o	raciocínio	de	Durkheim	(1978),	o	seu		método	pode	ser	
sintetizado		em	três	ideias	principais:
1. A sociedade é semelhante a um corpo vivo.
2. A sociedadee (como corpo) é composta de várias partes.
3.	Cada	parte	(da	sociedade)	cumpre	uma	função	em	relação	ao	todo	(SELL,	2006).
43
TÓPICO 3 | DURKHEIM, BOURDIEU E BAUMAN E A EDUCACÃO
FILME RECOMENDADO: ENTRE OS MUROS DA ESCOLA
Título original: (Entre Les Murs)
Lançamento: 2007 (França)
Direção: Laurent Cantet 
Atores: François Bégaudeau, Nassim Amrabt, Laura Baquela, Cherif Bounaïdja Rachedi.
Duração: 128 min
Gênero: Drama
Sinopse
François Marin (François Bégaudeau) trabalha como 
professor de Língua Francesa em uma escola de 
ensino médio, localizada na periferia de Paris. Ele 
e seus colegas de ensino buscam apoio mútuo na 
difícil tarefa de fazer com que os alunos aprendam 
algo ao longo do ano letivo. François busca estimular 
seus alunos, mas o descaso e a falta de educação são 
grandes complicadores.
FONTE: Disponível em: <http://www.adorocinema.com/filmes/entre-os-muros-da-escola/>. 
Acesso em: 19 out. 2011.
Quanto	à	educação,	esta	ocupa	um	lugar	importante	nas	obras	de	Durkheim.	
De acordo com a sua visão, era especialmente na escola, através da educação moral 
e	cívica,	que	as	crianças	deveriam	ser	socializadas	e	preparadas	para	o	convívio	
social	(SELL,	2006).	
Para	 Durkheim	 (1978),	 a	 sociedade	 teria	 benefícios	 através	 do	 processo	
educativo,	e	quanto	mais	eficiente	este	processo,	melhor	seria	o	desenvolvimento	
da	comunidade	em	que	a	escola	faz	parte.	Além	disso,	a	“[...]	a	educação,	para	Émile	
Durkheim,	é	essencialmente	o	processo	pelo	qual	aprendemos	a	ser	membros	da	
sociedade.	Educação	é	socialização”	(RODRIGUES,	2007,	p.	27).
Nas	 ideias	de	Durkheim	 (1973)	 sobre	a	Educação,	podemos	notar	que	o	
papel das atividades educativas é formar um cidadão que fará parte de um espaço 
público	e	não	somente	o	desenvolvimento	individual	de	cada	aluno	em	específico.	
A educação é ação exercida pelas gerações adultas sobre as que ainda 
não estão maduras para a vida social. Tem por objetivo suscitar e 
desenvolver na criança determinados números de estados físicos, 
intelectuais e morais que dele reclamam, por um lado, a sociedade 
política	 em	 seu	 conjunto	 e,	 por	 outro,	 o	meio	 específico	 ao	 qual	 está	
destinado (DURKHEIM, 1973, p. 44).
Em termos gerais, a educação tem como objetivo suscitar e desenvolver, 
nos	indivíduos,	estados	físicos,	intelectuais	e	morais,	neste	sentido	que	fazem	parte	
DICAS
44
UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
da	sociedade	em	que	estes	indivíduos	fazem	parte.	Além	disso,	a	ação	educativa	
permite	a	integração	do	indivíduo	e	também	desenvolverá	uma	forte	identificação	
com	a	sociedade	de	que	este	faz	parte.
A	criança	só	pode	conhecer	o	dever	através	de	seus	pais	e	mestres.	É	
preciso	 que	 estes	 sejam	 para	 ela	 a	 encarnação	 e	 a	 personificação	 do	
dever. Isto é, que a autoridade moral seja a qualidade fundamental do 
educador. A autoridade não violenta consiste em certa ascendência 
moral. Liberdade e autoridade não são termos excludentes, eles se 
implicam.	A	liberdade	é	filha	da	autoridade	bem	compreendida.	Pois	
ser	livre	não	consiste	em	fazer	aquilo	que	se	tem	vontade	e	em	ser	dono	
de	si	próprio,	e	saber	agir	segundo	a	razão	e	cumprir	com	o	dever.	É	
justamente a autoridade de mestre que deve ser empregada em dotar 
a criança desse domínio sobre si mesma (DURKHEIM, 1973, p. 47).
A educação nos permite viver em sociedade e é isso que permite que a 
sociedade	viva	em	nós.	 	É	só	a	educação	que	é	capaz	de	nos	fazer	assim,	pois	a	
mesma	é	um	processo	social	(RODRIGUES,	2007).
AUTORIDADE DO PROFESSOR
Durkheim (1973) sugeria que a ação educativa funcionasse de forma normativa. A criança 
estaria pronta para assimilar conhecimentos - e o professor bem preparado, dominando as 
circunstâncias. "A criança deve exercitar-se a reconhecer [a autoridade] na palavra do educador 
e a submeter-se ao seu ascendente; é por meio dessa condição que saberá, mais tarde, 
encontrá-la na sua consciência e aí se conformar a ela", propôs ele. "Em Durkheim, a autonomia 
da vontade só existe como obediência consentida", diz Heloísa Fernandes, da Faculdade de 
Ciências Sociais da USP. O sociólogo francês foi criticado por Jean Piaget (1896-1980) e Pierre 
Bourdieu (1930-2002), defensores da ideia de que a criança determina seus juízos e relações 
apenas com estímulos de seus educadores, sem que estes exerçam, necessariamente, força 
autoritária sobre ela.
“Émile Durkheim, o criador da sociologia da educação”, escrito pelo professor Márcio Ferrari 
(2011).
FONTE: Disponível em:<http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/emile-
durkheim-307266.shtml>. Acesso em: 20 out. 2011.
E	quanto	aos	fins	da	educação,	está	relacionada	com	a	manutenção	do	que	é	
comum para a coletividade e a continuidade das estruturas sociais, com o intuito 
de garantir a existência da própria sociedade. Por isso, a ação educativa deve, 
além	de	aperfeiçoar	dons	inatos,	buscar	a	integração	dos	alunos	na	organização	
social e que estes respondam às expectativas dos diferentes meios sociais com os 
quais irão conviver.
Não podemos desconhecer os serviços que a pedagogia pode prestar à 
ciência do indivíduo e nos empenhamos em demonstrar a importância 
desta colaboração. No entanto, cremos ainda que, mesmo no círculo 
UNI
45
TÓPICO 3 | DURKHEIM, BOURDIEU E BAUMAN E A EDUCACÃO
de problemas em que ela pode utilmente esclarecer o pedagogo, não 
deverá	desprezar	as	luzes	da	sociologia.	Por	isso	que	os	fins	da	educação	
são	 sociais.	 Os	 meios	 pelos	 quais	 esses	 fins	 podem	 ser	 plenamente	
atingidos devem ter, necessariamente, caráter social. E, na verdade, 
entre	todas	as	instituições	pedagógicas,	não	há	uma	só,	talvez,	que	não	
seja	análoga	a	uma	instituição	social	de	que	ela	reproduza,	sob	forma	
reduzida	e	como	que	condensada,	os	traços	capitais.	Há	uma	disciplina	
na	escola,	como	na	cidade.	As	regras	que	fixam	os	deveres	aos	escolares	
são comparáveis às que prescrevem ao homem feito a sua conduta. As 
penas e as recompensas que lhes estão ligadas como consequências 
não deixam de ter semelhança com as penas e recompensas de que dão 
sanção	às	leis	dos	adultos	(DURKHEIM,	1978,	p.	87-88).
3 PIERRE BOURDIEU EM FOCO
Pierre	Bourdieu	nasceu	em	1º	de	agosto	de	1930.	Em	1982	foi	eleito	para	
a cadeira de Sociologia no Collége de France. Crítico acérrimo do liberalismo 
econômico.	Faleceu	em	23	de	janeiro	de	2002,	em	Paris,	com	71	anos.	Bourdieué considerado uma das maiores referências das ciências sociais no mundo 
contemporâneo.
FONTE: Adaptado de: <http://www.homme-moderne.org/societe/socio/bourdieu/mort/port0125.
html>. Acesso em: 23 abr. 2012.
Devido à complexidade das obras de Pierre Bourdieu, há possibilidade de se 
cometer equívocos, no sentido de interpretação inadequada do seu pensamento. A 
sociologia, de acordo com este autor, deve preocupar-se em revelar fatos e relações 
nem	sempre	explícitas,	fazendo	emergir	questões	onde	se	aparenta	naturalidade.	
Todavia, algumas ideias do seu pensamento são relevantes: 
a) Uma das suas preocupações estava em analisar a desigualdade e a diferença 
de classes em um nível estrutural e não ideológico, mas sem sucumbir à ilusão 
“objetivista” do estruturalismo.
b) Outra preocupação era permitir que a ciência fosse além dos clichês, estereótipos 
e	classificações	dos	doxa universalmente inquestionáveis e, como consequência, 
explicar as relações de poder inscritas na realidade social, em um determinado 
campo social. 
Enquanto muitos pensadores postulavam que a sociologia estava em 
estado de crise, Bordieu aponta a importância da sociologia e que esta deve ser 
elevada	a	um	alto	grau	de	cientificidade	e	de	objetividade.	E	em	termos	gerais,	a	
sociologia deve ter uma função crítica e desvelar os processos de funcionamento 
social, especialmente os de dominação.
Nas ideias de Bourdieu encontramos uma série de conceitos, entre eles: 
habitus, capital, legitimação, com os quais buscar compreender os mecanismos 
46
UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
de perpetuação da sociedade vigente nas suas variadas faces. Por isso, veremos a 
seguir alguns dos seus conceitos. 
●	 Habitus: pode ser entendido como as disposições inculcadas no dia a 
dia das pessoas, através das práticas familiares e sociais, que agem como 
automatismos nas maneiras de agir e designam o comportamento regular 
sem ser conscientemente coordenado e regido por alguma regra. O habitus, de 
certa	forma,	traduz	os	estilos	de	vida,	aspectos	políticos,	morais	e	estéticos	do	
indivíduo, que são	 formados	 durante	 sua	 socialização.	Desde	 o	 nascimento,	
relacionamento familiar, educação, religião, trabalho, ou seja, todos os meios 
que contribuíram para a formação do indivíduo e na sua forma de agir, pensar 
e ver o mundo. 
O habitus está	enraizado	no	corpo	de	tal	maneira	que	perdura	no	decorrer	da	
vida da pessoa e opera de forma quase inconscientemente. Desta forma, podemos 
afirmar	que	as	estruturas	mentais	dos	indivíduos		sofrem	condicionamento	social	
em virtude de que há uma dimensão do social inscrita nos indivíduos. 
De acordo com Bourdieu	(1983b,	p.	65	apud	SETTON,	2002,	p.	62),	habitus é 
aqui compreendido como “[...] um sistema de disposições duráveis e transponíveis 
que, integrando todas as experiências passadas, funciona a cada momento como 
uma	matriz de percepções, de apreciações e	de	ações	–	e	torna	possível	a	realização	
de tarefas infinitamente	 diferenciadas,	 graças	 às	 transferências analógicas de 
esquemas [...]”. 
Para aprofundar seu conhecimento sobre o Habitus em Bordieu, acesse o 
site:<http://www.anped.org.br/rbe/rbedigital/RBDE20/RBDE20_06_MARIA_DA_GRACA_
JACINTHO_SETTON.pdf>. Acesso: 10 de dez. 2011.
●	 Campo:	 podemos	 dizer	 que	 é	 o	 espaço	 social	 onde	 no	 seu	 interior	 ocorrem	
diferentes	lutas,	sejam	profissionais	ou	partidárias.	E	cada	campo	define	suas	
maneiras	específicas	de	dominação	e	estabelece	suas	próprias	regras.	Ou	seja,	
é espaço estruturado de posições, onde os dominantes e os dominados lutam 
para manter e obter determinados postos.
 
Caro(a) acadêmico(a), para obter maior conhecimento, leia o texto a seguir: 
“A utilização do conceito de habitus em Pierre Bourdieu para a compreensão da 
formação docente”,	de	Maria	Aparecida	de	Souza	Silva.
DICAS
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TÓPICO 3 | DURKHEIM, BOURDIEU E BAUMAN E A EDUCACÃO
A RELAÇÃO ENTRE OS SABERES ADVINDOS DA EXPERIÊNCIA E OS 
CONCEITOS DE HABITUS	E CAMPO EM BOURDIEU
Os saberes da experiência são saberes práticos e formam um conjunto 
de representações, a partir das quais os professores interpretam, compreendem 
e orientam sua formação e sua prática cotidiana. Na medida em que o professor 
enfrenta	dificuldades	e	interage	com	o	campo	social,	profissional	e	escolar,	ele	
utiliza,	amplia	e	modifica	o	seu	habitus.
O trabalho docente é uma atividade exercida em interação com outros 
sujeitos, no campo escolar, que é constituído por relações sociais hierárquicas. 
As experiências adquiridas nas interações vão sendo articuladas com o 
aprendizado	 passado	 e	 vão	 se	 constituindo	 numa	 nova	matriz	 geradora	 de	
saberes, que orienta a prática docente, conforme pode ser constatado por 
Bourdieu,	 quando	 diz	 que	 “o	 conhecimento	 prático	 é	 uma	 operação	 de	
construção	que	aciona	sistemas	de	classificação	que	organizam	a	percepção	e	a	
apreciação,	e	estruturam	a	prática”	(BOURDIEU,	1998,	p.	187).
A	 prática	 profissional	 do	 professor	 está	 associada	 aos	 saberes	
construídos	 e	 incorporados	 ao	 longo	da	 trajetória	 pessoal	 e	 profissional.	Ao	
longo da trajetória, o professor vai incorporando os saberes sobre como ensinar, 
sobre	as	imagens	e	papéis	de	professor,	sobre	crenças	e	certezas	sobre	a	prática.	
Na	opinião	de	Tardif	(2002),	os	saberes	adquiridos	durante	a	trajetória	
pessoal	ou	pré-profissional,	 sobretudo	os	adquiridos	quando	da	socialização	
primária	 que	 ocorre	 junto	 à	 família	 e	 quando	 da	 socialização	 escolar,	 têm	
um	peso	significativo	na	compreensão	da	natureza	dos	saberes	docentes	que	
serão	mobilizados	no	exercício	da	prática	profissional.	Cunha	(1998)	também	
compartilha	 com	 essa	 ideia,	 dizendo	 que	 o	 desempenho	 do	 professor	 está	
atrelado à sua experiência de vida, pois para ela “o conjunto de valores e 
crenças que dão origem à performance dos docentes é fruto de sua história e suas 
experiências de vida, dando contorno ao seu desempenho”.
FONTE: Disponível em: <http://www.sinprominas.org.br/imagensDin/arquivos/483.pdf>. Acesso 
em: 20 dez. de 2011.
● Capital: existem diferentes espécies de capital e não apenas o capital econômico, 
mas	 também	 a	 riqueza	 material,	 dinheiro,	 bens,	 os	 quais	 são	 meios	 para	 a	
conversão em outros capitais, como: o social, cultural, linguístico e escolar. Por 
exemplo: 
a) Capital cultural: é constituído pelos saberes, competências e outras aquisições 
de cunho cultural. O capital cultural assinala as diferenças e remarca a distinção 
entre classes sociais, pois cada qual pode ter os seus próprios capitais culturais 
que diferem de outros. 
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UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
b) Capital linguístico: que se refere à variedade linguística (palavras) de grupo 
dominante, se impõe como marca de prestígio, ou seja, a sua forma de falar e de 
se expressar. 
● Poder simbólico: (poder invisível, conhecido como tal e reconhecido como 
legítimo): designa não uma única forma, mas numerosas formas de exercício do 
poder, presentes na vida social. Pressupõe como condição de seu sucesso que os 
indivíduos a ele submetidos acreditem na legitimidade do poder daqueles que 
o exercem.
● Violência simbólica:	 (designa	a	 confiança,	 a	obrigação,	 a	fidelidade	pessoal,	
a hospitalidade, o dom, a dívida, a recompensa, a piedade, a generosidade e 
todas as demais virtudes que honram a moral do honrado): opõe-se à violência 
declarada e está baseada nos efeitos da autoridade, geradora de disciplina. Sob 
o véu de uma relação encantada, as estratégias doces e serenas dissimulam 
a dominação. A violência simbólica estaria presente nos símbolos e signos 
culturais, ou ainda, no reconhecimento tácito de uma determinada autoridade. 
É	claro,	caro(a)	acadêmico(a),	devido	à	amplitude	da	obra	de	Bourdieu	e	
à vasta produção acadêmica, a partir das suasideias sugere-se que você continue 
pesquisando	sobre	os	outros	conceitos	e	ideias	que	se	fazem	presentes	na	sua	área	
de	atuação.	Para	isso	você	deve	buscar,	principalmente,	artigos	de	cunho	científico	
em sites como: <www.scielo.org>.
3.1 BOURDIEU E EDUCAÇÃO: PROVOCAÇÕES INICIAIS
Em termos educacionais, podemos encontrar diversos estudos que têm 
como aparato teórico as ideias de Bourdieu. Entretanto, dentre as ideias de Bourdieu 
destaca-se que a função da educação pode ser um instrumento de legitimação das 
desigualdades sociais e a perspectiva libertadora. A escola, sendo conservadora, 
manterá a dominação dos dominantes e será como um instrumento que reforça 
as	desigualdades	e,	além	disso,	reproduz	os	aspectos	culturais,	segundo	a	origem	
cultural de cada classe.
A escola pode ignorar as diferenças socioculturais existentes entre as 
classes sociais e selecionar conhecimentos que estão de acordo com os valores 
culturais	das	classes	dominantes.	Além	disso,	a	escola	pode	reproduzir,	através	
de uma violência simbólica, as relações de dominação existentes na sociedade e 
reproduzir	a	ideologia	da	classe	dominante.
Ação pedagógica, portanto, é uma violência simbólica porque impõe, 
por um poder arbitrário, um determinado arbitrário cultural. Dito 
de	 modo	 simplificado,	 esse	 arbitrário	 cultural	 nada	 mais	 é	 do	 que	
a concepção cultural dos grupos dominantes, que é imposta a toda a 
sociedade através do sistema de ensino. Esta imposição, porém, não 
aparece	jamais	em	sua	verdade	inteira	e	a	pedagogia	nunca	se	realiza	
enquanto pedagogia, pois se limita à inculcação de valores e normas. 
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TÓPICO 3 | DURKHEIM, BOURDIEU E BAUMAN E A EDUCACÃO
Daí ser preciso, para que a ação pedagógica se efetive, uma autoridade 
pedagógica, por parte das instituições de ensino. Ela é necessária para 
que a inculcação possa ocorrer, sob a fachada dissimulada de uma 
alegada	pedagogia	(RODRIGUES,	2007,	p.	73-74).
Quanto ao processo educativo, este pode ser uma ação coercitiva, em 
virtude de impor predisposições de um certo código de normas e valores que 
pertencem a um certo grupo ou uma classe dominante, desprivilegiando a classe 
dominada. Nos sistemas escolares, dentre as suas funções está a de perpetuar a 
“ordem social” e formar hábitos.
No livro chamado Os Herdeiros, os autores (Bourdieu e colaboração 
com Passeron) atacam o discurso dominante, segundo o qual a conquista 
de uma “escola para todos”, de caráter igualitário, tornaria possível 
a	 realização	 das	 potencialidades	 humanas.	 E	 o	 fazem	 colocando	 em	
evidência o que a instituição escolar dissimula por trás de uma aparente 
neutralidade, ou seja, justamente a reprodução das relações sociais e 
de poder vigentes. Encobertos sob as aparências de critérios puramente 
escolares estão os critérios sociais de triagem e de seleção dos indivíduos 
para	ocupar	determinados	postos	na	vida.	[...].	O	sistema	de	ensino	filtra	
os	alunos	sem	que	eles	se	deem	conta	e,	com	isso,	reproduz	as	relações	
vigentes	(RODRIGUES,	2007,	p.	72).	
Caro(a) acadêmico(a), como já foi mencionado, a produção acadêmica 
tendo	 como	 aporte	 Bourdieu	 é	 ampla	 	 e,	 por	 isso,	 fica	 a	 sugestão	 de	 que	 você	
continue os seus estudos deste autor pesquisando sobre o papel do professor e 
a escola, bem como outros assuntos ligados ao campo da educação, e até mesmo 
tomar posição frente ao pensamento de Bourdieu em educação.
Para aprofundar os seus estudos, leia o texto “As apropriações da obra de Pierre 
Bourdieu no campo educacional brasileiro, através de periódicos da área”.
FONTE: Disponível em:<http://www.anped.org.br/rbe/rbedigital/RBDE17/RBDE17_07_
AFRANIO_-_DENICE_E_GILSON.pdf>.
4 ZYGMUNT BAUMAN
Na história contemporânea existem diversos sociólogos estudando diversas 
áreas do conhecimento e suas teorias podem ter impactos diretos ou não no campo 
educativo,	a	exemplo	de:	Durkheim,	Marx,	Weber	e	Bourdieu.	
Agora estudaremos Bauman, que nasceu na Polônia em 1925. Este 
sociólogo tem se feito presente nas discussões acadêmicas brasileiras somente nos 
últimos anos, e muitas das suas ideias são relevantes para o campo educacional, 
principalmente	 	 porque	 ele	 faz	diversas	 análises	 sobre	 a	 sociedade.	 	 Bauman	 é	
DICAS
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UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
também conhecido por ser o profeta da pós-modernidade, sendo reconhecido pela 
sua expressão intelectual, por intermédio de suas diversas obras. 
A seguir, caro acadêmico(a), você verá algumas ideias de Bauman. E 
a	título	de	sugestão,	você	pode	aprofundar	os	seus	estudos,	verificando	se	suas	
ideias	têm	influenciado	nas	discussões	ou	pesquisas	da	sua	área.	
Na obra “Mal-Estar da Pós-Modernidade (1997)”, Bauman retrata que o 
mundo		vigente	é	de	incertezas,	inseguro,	de	medo,	de	ameaças	constantes.	Além	
disso, a tecnologia em constante evolução exclui vagas de empregos e ao mesmo 
tempo cria novas oportunidades. No entanto, exigindo do ser humano novas 
competências e habilidades. Este processo que a sociedade está passando tem 
trazido	certo	mal-estar	para	a	sociedade,	devido	às	incertezas	quanto	ao	futuro.
Outra obra de Bauman é “Modernidade líquida (2000)”, onde o sociólogo 
retrata que, em oposição à modernidade sólida temos a modernidade líquida, que 
é	leve,	fluida	e	dinâmica.	A	título	de	comparação,	o	sólido,	via	de	regra,	mantém-
se em sua forma com facilidade, já o líquido está propenso a mudar e adaptar-se 
devido	à	sua	flexibilidade.	
“A	 vida	 líquida	 é	 uma	 vida	 precária,	 vivida	 em	 condições	 de	 incerteza	
constante”	 (BAUMAN,	2005b,	p.	8).	Desta	 forma,	a	sociedade	 líquida	é	flexível,	
maleável,	fluida	e,	frente	a	isso,	tem	a	capacidade	de	moldar-se	de	acordo	com	as	
infinitas	estruturas	já	existentes	ou	que	poderão	vir	a	existir.
Os líquidos, diferentemente dos sólidos, não mantêm sua forma com 
facilidade [...] Enquanto os sólidos têm dimensões especiais claras, mas 
neutralizam	o	impacto	e,	portanto,	diminuem	a	significação	do	tempo	
(resistem	efetivamente	a	seu	fluxo	ou	o	tornam	irrelevante),	os	fluidos	
não se atêm muito a qualquer forma e estão constantemente prontos (e 
propensos)	a	mudá-la	(BAUMAN,	2005a,	p.	8).
Em termos de sociedade, esta foi transformada pelo mercado. Ou seja, na 
sociedade	líquida	tudo	foi	reduzido	a	mercadoria	e	tem	valor	de	mercado.	Inclusive	
valores da vida, tido como importantes, passam a ter valor na esfera econômica.
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TÓPICO 3 | DURKHEIM, BOURDIEU E BAUMAN E A EDUCACÃO
A violenta destruição da vida e da propriedade inerente à guerra, o esforço e o 
alarme contínuos resultantes de um estado de perigo constante, vão compelir as nações 
mais vinculadas à liberdade a recorrerem, para seu repouso e segurança, a instituições cuja 
tendência é destruir seus direitos civis e políticos. Para serem mais seguras, elas acabam se 
dispondo a correr o risco de serem menos livres. 
Agora essa profecia está se tornando realidade. Uma vez investido sobre o mundo humano, 
o medo adquire um ímpeto e uma lógica de desenvolvimento próprio e precisa de poucos 
cuidados e praticamente nenhum investimento adicional para crescer e se espalhar - 
irrefreavelmente. Nas palavras de David L. Altheide, o principal não é o medo do perigo, mas 
aquilo no qual esse medo pode se desdobrar o que ele se torna. A vida social se altera quando 
as pessoas vivem atrás de muros, contratam seguranças, dirigem veículos blindados, portam 
porretes e revólveres, e frequentam aulas de artes marciais. O problema é que essas atividades 
reafirmam e ajudam a produzir o senso de desordem que nossas ações buscam evitar.
Os medos nos estimulam a assumir uma ação defensiva. Quando isso ocorre, a ação defensiva 
confere proximidade e tangibilidade ao medo. São nossas respostas que reclassificam 
as premonições sombrias como realidade diária, dando corpo à palavra. O medo agora 
se estabeleceu,saturando nossas rotinas cotidianas; praticamente não precisa de outros 
estímulos exteriores, já que as ações que estimula, dia após dia, fornecem toda a motivação 
e toda a energia de que ele necessita para se reproduzir. Entre os mecanismos que buscam 
aproximar-se do modelo de sonhos do moto-perpétuo, a autorreprodução do emaranhado 
do medo e das ações inspiradas por esse sentimento está perto de reclamar uma posição de 
destaque. É como se os nossos medos tivessem ganhado a capacidade de se autoperpetuar 
e se autofortalecer; como se tivessem adquirido um ímpeto próprio - e pudessem continuar 
crescendo com base unicamente nos seus próprios recursos. [...]
FONTE: BAUMAN, Zygmunt. Tempos Líquidos. Trad. de Carlos Alberto Medeiros. Rio de 
Janeiro: Jorge Zahar, 2007, p.15.
Na	obra	“Amor	líquido:	sobre	as	fragilidades	dos	laços	humanos	(2003)”,	
Bauman aponta que a modernidade líquida tornou os laços humanos frágeis, 
tornando as relações humanas inseguras, incertas e duvidosas. Inclusive 
transformou o amor em uma espécie de relação líquida onde os laços de relações 
humanas	são,	via	de	regra,	de	curto	prazo.		Neste	sentido,	as	relações	amorosas,	de	
acordo com Bauman, têm novos contornos e são designadas de relações líquidas 
e frouxas. 
Bauman publicou outras obras, como:
-	Ética	pós-moderna	(1993).	
-	Medo	Líquido	(2006).
- Modernidade e Ambivalência (1991). 
-	Vida	para	o	consumo	(2008).
-	Tempo	líquido	(2006).
-	Vida	Líquida	(2005),	dentre	outras.
IMPORTANT
E
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UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
O Caderno de Pesquisa v. 39, nº 137 - São Paulo May/Aug. 2009 - apresenta 
Zygmunt Bauman: entrevista sobre a educação. Desafios pedagógicos e modernidade líquida. 
Por isso, caro(a) acadêmico(a), em virtude das suas ideias terem influência na educação, leia 
uma parte da entrevista, na Leitura Complementar a seguir.
LEITURA COMPLEMENTAR
Zygmunt Bauman (Polônia, 1925). Sociólogo, catedrático emérito de 
Sociologia nas Universidades de Leeds e Varsóvia, autor de diversos ensaios, entre 
os	quais	se	encontram:	Globalização:	as	consequências	humanas	(1999),	Vida	para	
consumo:	a	transformação	das	pessoas	em	mercadoria	(2008),	Em	busca	da	política	
(2000),	Modernidade	 líquida	 (2001),	Vidas	desperdiçadas	 (2005).	 Seus	 trabalhos	
contribuíram	para	a	edificação	de	um	complexo	e	completo	instrumental	conceitual	
em torno da sociedade moderna. Embora seja frequentemente mencionado como 
um	pensador	"pós-moderno",	seus	livros	não	representam	uma	visão	entusiasmada	
do pós-modernismo; aliás, ele se distancia da separação dicotômica modernidade 
versus	pós-modernidade,	argumentando	que	ambas	as	configurações	coexistem	
como os lados de uma mesma moeda. Para dar conta desse fenômeno, cunhou os 
conceitos	de	"modernidade	sólida"	e	"modernidade	líquida".	
Pergunta (P): A educação foi concebida desde o Iluminismo como um 
sistema fortemente estruturado; em tempos mais recentes, a Bildung tem sido 
interpretada,	primeiro,	 como	um	processo,	depois	até	como	um	"produto"	para	
transmitir	e	conservar	o	conhecimento.	No	mutável	mundo	de	hoje,	onde	"correr	é	
melhor	que	caminhar",	onde	triunfam	entre	os	jovens	a	obviedade	e	as	ideologias,	o	
senhor	considera	ainda	plausível	uma	educação	voltada	para	"fixar	em	uma	forma"	
a	personalidade	dos	jovens	através	de	um	percurso	formativo	determinado?	
Resposta (R): A história da pedagogia esteve repleta de períodos cruciais 
em	 que	 ficou	 evidente	 que	 os	 pressupostos	 e	 as	 estratégias	 experimentadas	 e	
aparentemente	 confiáveis	 estavam	 perdendo	 terreno	 em	 relação	 à	 realidade	 e	
precisavam, pois, ser revistos ou reformados. Todavia, parece que a crise atual é 
diversa	daquelas	do	passado.	Os	desafios	do	nosso	tempo	infligem	um	duro	golpe	
à verdadeira essência da ideia de pedagogia formada nos albores da longa história 
da	 civilização:	 problematizam-se	 as	 "invariantes"	 da	 ideia,	 as	 características	
constitutivas da própria pedagogia (que, incólumes, resistiram às mudanças do 
passado); convicções nunca antes criticadas são agora consideradas culpadas de 
ter seguido o seu curso e, portanto, precisam ser substituídas. 
No	mundo	líquido	moderno,	de	fato,	a	solidez	das	coisas,	tanto	quanto	a	
solidez	das	relações	humanas,	vem	sendo	interpretada	como	uma	ameaça:	qualquer	
UNI
53
TÓPICO 3 | DURKHEIM, BOURDIEU E BAUMAN E A EDUCACÃO
juramento	 de	 fidelidade,	 compromissos	 a	 longo	 prazo,	 prenunciam	 um	 futuro	
sobrecarregado	de	vínculos	que	limitam	a	liberdade	de	movimento	e	reduzem	a	
capacidade de agarrar no voo as novas e ainda desconhecidas oportunidades. A 
perspectiva de assumir uma coisa pelo resto da vida é absolutamente repugnante 
e assustadora. E dado que inclusive as coisas mais desejadas envelhecem 
rapidamente, não é de espantar se elas logo perdem o brilho e se transformam, em 
pouco tempo, de distintivo de honra em marca de vergonha. 
Os editores de revistas de amenidades percebem o impulso do tempo: 
informam	regularmente	os	leitores	sobre	coisas	"para	fazer"	e	"ter"	a	todo	custo,	
dão-lhes conselhos sobre aquilo que é out e, portanto, descartável. O nosso mundo 
lembra	 cada	vez	mais	 a	 "cidade	 invisível"	de	Leônia,	descrita	por	 Ítalo	Calvino	
(1990),	 onde	 "mais	 do	 que	 as	 coisas	 que	 a	 cada	 dia	 são	 fabricadas,	 vendidas	 e	
compradas, a opulência de Leônia se mede pelas coisas que a cada dia são jogadas 
fora	 para	 dar	 lugar	 às	 novas".	A	 alegria	 de	 livrar-se	 das	 coisas,	 de	 descartar	 e	
eliminar é a verdadeira paixão de nosso mundo. 
A capacidade de durar bastante não é mais uma qualidade a favor das 
coisas.	Presume-se	que	as	coisas	e	as	relações	são	úteis	apenas	por	um	"tempo	fixo"	
e	são	reduzidas	a	farrapos	ou	eliminadas	uma	vez	que	se	tornam	inúteis.	Portanto	
é necessário evitar ter bens, sobretudo aqueles duráveis, dos quais é difícil se 
desprender. O consumismo de hoje não visa ao acúmulo de coisas, mas à sua máxima 
utilização.	Por	qual	motivo,	então,	"a	bagagem	de	conhecimentos"	construída	nos	
bancos	da	escola,	na	universidade,	deveria	ser	excluída	dessa	lei	universal?	Este	é	o	
primeiro	desafio	que	a	pedagogia	deve	enfrentar,	ou	seja,	um	tipo	de	conhecimento	
pronto	para	utilização	 imediata	e,	 sucessivamente,	para	sua	 imediata	eliminação,	
como aquele oferecido pelos programas de software	 (atualizados	 cada	 vez	 mais	
rapidamente e, portanto, substituídos), que se mostra muito mais atraente do que 
aquele proposto por uma educação sólida e estruturada. 
Em	consequência,	a	ideia	de	que	a	pedagogia	também	possa	ser	um	"produto"	
destinado à apropriação e à conservação é uma ideia desagradável e contrária 
à	 pedagogia	 institucionalizada.	 Para	 convencer	 as	 crianças	 da	 importância	 do	
conhecimento	e	do	uso	da	aprendizagem,	os	pais	de	antigamente	lhes	diziam	que	
"ninguém	nunca	poderá	roubar	a	sua	cultura";	o	que	soava	como	uma	promessa	
encorajadora	 para	 os	 filhos	 de	 então,	 seria	 uma	 horrenda	 perspectiva	 para	 os	
jovens de hoje. Os compromissos tendem a ser evitados, a menos que venham 
acompanhados	de	uma	cláusula	de	"até	nova	ordem".	[...]	
O	segundo	desafio	para	os	pressupostos	basilares	da	pedagogia	deriva	da	
natureza	excêntrica	e	essencialmente	imprevisível	das	mudanças	contemporâneas,	
o	que	reforça	o	primeiro	desafio.	O	conhecimento	sempre	foi	valorizado	por	sua	fiel	
representação do mundo, mas o que aconteceria se o mundo mudasse, recusando 
continuamente a verdade do conhecimento ainda existente e pegando de surpresa 
inclusive	 as	 pessoas	 "mais	 bem	 informadas"?	Werner	 Jaeger,	 autor	 de	 estudos	
clássicos	 sobre	 as	 antigas	 origens	 dos	 conceitos	 de	 pedagogia	 e	 aprendizagem,	
acreditava que a ideia de pedagogia (Bildung, formação) tenha nascido de duas 
hipóteses idênticas: aquela da ordem imutável do mundo que está na base de toda 
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UNIDADE 1 | UM CONVITEÀ SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
a	variedade	da	experiência	humana	e	aquela	da	natureza	igualmente	eterna	das	
leis	que	regem	a	natureza	humana.	
A	primeira	hipótese	justificava	a	necessidade	e	as	vantagens	da	transmissão	
do conhecimento dos professores aos alunos. A segunda incutia no professor a 
autossegurança necessária para esculpir a personalidade dos alunos e, como o 
escultor com o mármore, pressupunha que o modelo fosse sempre justo, belo e 
bom, portanto virtuoso e nobre. Se as ideias de Jaeger fossem corretas (e não foram 
refutadas),	 significaria	que	 a	pedagogia,	 	 como	a	 entendemos,	 se	 encontraria	 em	
dificuldades,	 porque	 hoje	 é	 necessário	 um	 esforço	 enorme	 para	 sustentar	 essas	
hipóteses, e outro ainda maior para reconhecê-las como incontestáveis. [...] 
Segundo o que há muito observou Ralph Waldo, quando se patina sobre 
gelo	fino	a	salvação	está	na	velocidade.	Seria	bom	aconselhar	àqueles	que	buscam	
a salvação a se moverem bastante rápido, de modo a não arriscar pôr à prova 
a	resistência	do	"problema".	No	mundo	mutável	da	modernidade	 líquida,	onde	
dificilmente	as	figuras	conseguem	manter	a	sua	forma	por	tempo	suficiente	para	dar	
confiança	e	solidificar-se	de	modo	a	oferecer	garantia	a	longo	prazo	(em	cada	caso,	
não	é	possível	dizer	quando	e	se	solidificarão	e	com	que	pequena	probabilidade,	
no	caso	de	isso	ocorrer),	caminhar	é	melhor	do	que	ficar	sentado,	correr	é	melhor	
que caminhar e surfar é melhor que correr. As vantagens do surf	estão	na	rapidez	e	
vivacidade	do	surfista;	por	outro	lado,	o	surfista	não	deve	ser	exigente	ao	escolher	
as marés e deve estar sempre pronto a deixar de lado suas habituais preferências. 
Tudo	 isto	 não	 corresponde	 àquilo	 que	 a	 aprendizagem	 e	 a	 pedagogia	
superaram	na	maior	parte	do	seu	curso	histórico.	Afinal,	foram	criadas	na	medida	
de um mundo duradouro, na esperança de que este permanecesse assim e fosse 
ainda mais durável do que havia sido até então. Em um mundo desse tipo, a 
memória era um elemento precioso e seu valor aumentava quanto mais conseguisse 
recuar	 e	durar.	Hoje	 esse	 tipo	de	memória	firmemente	 consolidada	demonstra-
se, em muitos casos, potencialmente incapacitante, em muitos outros enganosa e 
quase	sempre	inútil.	É	surpreendente	pensar	até	que	ponto	a	rápida	e	espetacular	
carreira dos servidores e das redes eletrônicas tem a ver com os problemas de 
memorização,	de	eliminação	e	reciclagem	dos	descartes	que	os	próprios	servidores	
prometiam	 resolver;	 com	uma	memorização	 que	procurava	mais	 descartes	 que	
produtos	utilizáveis	e	sem	ter	um	modo	confiável	para	decidir	de	antemão	quais,	
entre os produtos aparentemente úteis, se tornariam logo fora de moda e quais, 
entre	aqueles	aparentemente	inúteis,	haveriam	de	gozar	de	um	súbito	crescimento	
de	 demanda.	 A	 possibilidade	 de	 armazenar	 todas	 as	 informações	 dentro	 de	
recipientes mantidos a uma devida distância dos cérebros (onde as informações 
armazenadas	 poderiam	 subrepticiamente	 controlar	 o	 comportamento)	 parecia	
uma proposta providencial e atraente. 
O problema é que apenas a reforma das estratégias educativas, apesar de 
engenhosa	e	completa,	pode	fazer	pouco	ou	nada.	O	ritual	agressivo	e	repetitivo	
da corte do spinarello ou o repentino chamado da estratégia de vida de Don 
Giovanni não podem ser atribuídos aos educadores como culpas e negligências. O 
55
TÓPICO 3 | DURKHEIM, BOURDIEU E BAUMAN E A EDUCACÃO
tipo de mundo para o qual a escola preparava os jovens, como descrito por Myers 
ou Jaeger, era diverso daquele que os esperava fora da escola. No mundo de hoje 
se espera que os seres humanos busquem soluções privadas para os problemas 
derivados da sociedade, e não soluções derivadas da sociedade para problemas 
privados. 
Durante	 a	 fase	 "sólida"	 da	 história	 moderna,	 o	 cenário	 das	 ações	
humanas era criado para emular, o quanto possível, o modelo do labirinto dos 
comportamentistas, no qual a diferença entre os caminhos certos e errados era clara 
e	fixa,	de	modo	que	aqueles	que	erravam	ou	recusavam	os	caminhos	certos	eram	
constante e imediatamente punidos, enquanto aqueles que os seguiam obediente e 
velozmente	eram	recompensados.	Na	época	moderna	as	grandes	fábricas	"fordistas"	
e o recrutamento de massas para os exércitos, os dois braços mais longos do poder 
panótico,	 eram	 a	 personificação	 completa	 da	 tendência	 à	 rotina	 dos	 estímulos	
e	 da	 reação	 aos	 estímulos.	 O	 "domínio"	 consistia	 no	 direito	 de	 estabelecer	 leis	
infringíveis, vigiar o seu cumprimento, determinar obrigações para se seguir sob 
vigilância, realinhar os desviantes ou excluí-los, no caso do fracasso do esforço 
de reformá-los. Esse modelo de dominação exigia um compromisso recíproco e 
constante	dos	administradores	e	dos	administrados.	[...]	A	modernidade	"sólida"	
era verdadeiramente a era dos princípios duradouros e concernia, sobretudo, aos 
princípios	duráveis	que	eram	conduzidos	e	vigiados	com	grande	atenção.	
Na	 fase	 "líquida"	 da	 modernidade,	 a	 demanda	 por	 funções	 de	 gestão	
convencionais se exaure rapidamente. A dominação pode ser obtida e garantida 
com um dispêndio de energia, tempo e dinheiro muito menor: com a ameaça do 
descompromisso, ou da recusa do compromisso, mais do que com um controle 
ou uma vigilância inoportunos. A ameaça do descompromisso arrasta o onus 
probandi para o outro lado dominado. Agora, cabe aos subordinados comportar-se 
de	modo	a	obter	consensos	perante	os	chefes	e	levá-los	a	"adquirir"	seus	serviços	
e seus produtos criados individualmente (assim como os outros produtores e 
comerciantes procuram persuadir os prováveis clientes a desejar as mercadorias 
à	venda).	"Seguir	a	rotina"	não	seria	suficiente	para	alcançar	esse	objetivo.	Como	
descobriu	 Luc	 Boltanski	 e	 Ève	 Chiapelo	 (1999),	 quem	 quiser	 obter	 sucesso	 na	
organização	que	substituiu	o	modelo	dos	princípios	da	ocupação	que	podemos	
definir	 como	 "labirinto	 para	 ratos",	 deve	 demonstrar	 jovialidade	 e	 capacidade	
comunicativa, abertura e curiosidade, pondo à venda a própria pessoa, no seu 
todo, como valor único e insubstituível para aumentar a qualidade da equipe. 
Agora	 é	 tarefa	dos	 empregados,	 atuais	 ou	 futuros,	 se	 "autocontrolarem"	
para garantir serviços convincentes e provavelmente aprovados, mesmo nos casos 
de mudança do gosto dos observadores; ao contrário, os chefes não são obrigados 
a	 reprimir	 as	 idiossincrasias	 de	 seus	 subordinados,	 a	 homogeneizar	 os	 seus	
comportamentos, nem encerrar suas ações no interior da rígida estrutura da rotina. 
No	passado,	a	pedagogia	assumiu	diversas	formas	e	se	mostrou	capaz	de	
adaptar-se	às	mudanças,	de	fixar	novos	objetivos	e	criar	novas	estratégias.	Todavia,	
deixe-me repetir que as mudanças de hoje são diferentes daquelas ocorridas no 
56
UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
passado. Nenhuma reviravolta da história humana pôs os educadores diante de 
desafios	comparáveis	a	esses	decisivos	de	nossos	dias.	
Simplesmente, não havíamos estado até agora em situação semelhante. 
A arte de viver em um mundo ultrassaturado de informações ainda deve ser 
aprendida, assim como a arte ainda mais difícil de educar o ser humano neste 
novo modo de viver. [...].
FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-
15742009000200016&script=sci_arttext>. Acesso em: 20 de dez. 2011.
57
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você viu que:
•	 Para	 Durkheim	 (1978),	 a	 Sociologia	 deveria	 ser	 neutra	 e	 imparcial,	 e	 além	
disso,	deveria	estar	distante	das	 lutas	sociais	e	conflitos	políticos.	O	papel	da	
sociologia deveria apenas analisar os fenômenos e descrever o funcionamento 
da sociedade. 
•	 Bourdieu	reafirma	a	importância	da	sociologia	e	esta	deveria		ser	elevada	a	um	
alto	grau	de	cientificidade	e	de	objetividade.
•	 Para	Bourdieu	 (2001),a	 educação	 é	um	dos	 instrumentos	de	 legitimação	das	
desigualdades sociais.
•	 Para	Bourdieu	(2001),	a	escola,	sendo	conservadora,	manterá	a	dominação	dos	
dominantes e será como um instrumento que reforça as desigualdades e, além 
disso,	reproduz	os	aspectos	culturais,	segundo	a	origem	cultural	de	cada	classe.
•	 Bauman	 (2005)	 é	 também	 conhecido	 por	 ser	 o	 profeta	 da	 pós-modernidade,	
sendo reconhecido pela sua expressão intelectual, por intermédio de suas 
diversas obras. 
• Ação pedagógica, portanto, é uma violência simbólica porque impõe, por um 
poder	arbitrário,	um	determinado	arbitrário	cultural.	Dito	de	modo	simplificado,	
esse arbitrário cultural nada mais é do que a concepção cultural dos grupos 
dominantes, que é imposta a toda a sociedade através do sistema de ensino.
•	 O	poder	simbólico	surge	como	todo	o	poder	que	consegue	impor	significações,	
e impô-Ias como legítimas.
•	 O	sociólogo	Bauman	(2005)	retrata	que	a	modernidade	líquida		é	leve,	fluida	e	
dinâmica, a qual está em oposição ao que a modernidade sólida suplantou.
•	 Na	 sociedade	 líquida	 tudo	 é	 fluidez,	 maleabilidade,	 flexibilidade	 e	 tem	 a	
capacidade	de	moldar-se	de	acordo	com	as	infinitas	estruturas	já	existentes,	ou	
que poderão vir a existir.
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1 Assinale a alternativa CORRETA:
Segundo	 Bauman	 (2005),	 as	 relações	 humanas	 na	 pós-modernidade	 são	
frágeis, duvidosas, frouxas, livres e inseguras. Em sua fragilidade os vínculos 
humanos	são	misteriosos,	conflitantes	e	inseguros,	na	medida	em	que	o	homem	
contemporâneo está abandonado ao seu próprio aparelho de sentido, de 
modo que tal aparelho tem, ao mesmo tempo, grande facilidade de conceder 
e descartar sentido nas relações amorosas. As ideias anteriores de Bauman 
referem-se:
 
a) ( ) A sociedade brasileira, nos dias atuais, é frouxa em termos de relações 
amorosas, em virtude destas terem iniciado no período colonial devido à 
miscigenação étnica do povo brasileiro.
b) ( ) Ao surgimento da Revolução Industrial, quando as pessoas deixaram 
o campo para viver e trabalhar na cidade e, devido ao excesso de trabalho nas 
indústrias, as relações humanas tornaram-se frágeis, tendo como consequência 
direta, provada pela ciência e a estatística, o afrouxamento das relações 
amorosas.
 c) ( ) Ao início da modernidade, quando a mentalidade medieval começa 
a ser questionada e inclusive as relações amorosas, anteriormente tidas como 
eternas, passam a ser livres e frouxas e que, em virtude disso, afetou diretamente 
a sociedade atual. 
d) ( ) Na vida contemporânea, de um modo geral, as relações amorosas têm 
novos contornos e são designadas de relações líquidas e frouxas. 
2 Assinale a alternativa CORRETA: 
Segundo	 Bauman	 (2005),	 as	 relações	 humanas	 na	 pós-modernidade	 são	
frágeis, duvidosas, frouxas, livres e inseguras. Em sua fragilidade os vínculos 
humanos	são	misteriosos,	conflitantes	e	inseguros,	na	medida	em	que	o	homem	
contemporâneo está abandonado ao seu próprio aparelho de sentido, de 
modo que tal aparelho tem, ao mesmo tempo, grande facilidade de conceder 
e descartar sentido nas relações amorosas. Frente às lições desse Caderno de 
Estudos,	a	afirmação	anterior	está	em	consonância	com:
a) ( ) A pré-modernidade. 
b) ( ) A pós-modernidade. 
c) ( ) O positivismo. 
d) ( ) A modernidade.
AUTOATIVIDADE
Assista ao vídeo de 
resolução da questão 1
59
3	Escreva	as	principais	ideias	de	Durkheim	(1978)	quanto	ao	aspecto	educacional.
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4 Escreva algumas ideias de Bourdieu e Bauman que você considera relevantes 
para o campo da Educação.
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