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Doença de Abelhas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL 
CAMPUS REALEZA 
INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL 
PROFESSORA KARINA STARIKOFF 
ACADÊMICOS MARLON, YURI, SANDRO E WILLIAM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOENÇAS NA APICULTURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REALEZA, 
2015 
1. Doenças na Apicultura 
 
As abelhas são muito importantes em nosso meio, uma vez que suas atividades de 
polinização potencializam a reprodução das culturas vegetais de forma a melhorar a qualidade e 
quantidade de frutos que as mesmas produzem. (SILVA, 2010) 
Assim como todos os animais, as abelhas também podem ficar doentes através de varios 
organismos, que podem se manifestar tanto na fase de larva quanto na fase adulta. Na fase de 
larva, as doenças são causadas principalmente por bactérias, fungos e vírus, já na fase adulta, 
os principais causadores são os protozoários, acaros e insetos. A ocorrência das doenças nas 
abelhas, variam conforme varios fatores, como o manejo que é usado pelo produtor e 
principalmente pela região onde a propriedade está localizada. No Brasil, os danos causados 
pelas doenças são reduzidos, tanto pelo clima, que é menos favorável a disseminação das 
mesmas, quanto pela africanização das abelhas utilizadas, as quais possuem maior ressistência. 
Desta maneira, a produção fica facilitada, uma vez que a necessidade de uso de antibióticos e 
pesticidas nas colméias fica reduzido, garantindo um produto livre de resíduos químicos. 
(EMBRAPA, 2003) (UFPEL, 2003) 
Porém, mesmo com essas facilidades, o apicultor deve manter-se atento a situação 
sanitárias de suas colméias para impedir a introdução de doenças. Caso contrário, deverá tomar 
medidas de correção, como o isolamento das colméias acometidas e o envio de amostras para 
diagnóstico, alem de notificar produtores para evitar disseminação da doença. (EMBRAPA, 2003) 
A ocorrências das doenças podem levar a prejuísos na produção, acarretando em menor 
produtividade e aumento da mortalidade. Se a mortalidade for muito alta, o produtor pode perder 
a colméia inteira, uma vez que as abelhas africanas abandonam a colméia quando a população 
cai muito. Não se pode esquecer o gasto com o tratamento das doenças e os prejuísos 
decorrentes dos resíduos de antibióticos que inviabilizam a comercialização do produto. 
(EMBRAPA, 2003) 
São varias as doenças que podem afetar as abelhas, como por exemplo, nas crias: cria 
pútrida européia, cria pútrida americana e cria ensacada, e nas adultas: nosemose, acariose, 
paralisia, amebíase, septicemia e varroase. As principais doenças serão tratadas na sequência. 
 
2. CRIA PÚTRIDA EUROPEIA (CPE) 
 
2.1 Agente Etiológico e Características 
Causada pela bactéria ​Melissococus pluton​, ​gram-positiva​, anaeróbia para microaerofila, 
não formadora de esporos e que pode ficar viavel no favo por até três anos, e desta forma causar 
reinfecções nos anos seguintes. O M. pluton se aloja no intestino da larva, e compete por 
alimento, causando a morte da larva por inanição. Pode ocorrer também a ação de bactérias 
secundárias, como: Bacterium enrydice, Bacilus alvei, Streptococus faecalis e Bacillus 
lateroporus. As larvas se contaminam quando ingerem o alimento, sendo essa uma doença 
bacteriana extremamente patológica e que causa graves prejuízos para a apicultura em todo o 
mundo. Possui notificação obrigatória pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e ocorre 
em todo o território brasileiro. (OLIVEIRA, 2013) (SILVA,2010) 
 
2.2 Sinais e Sintomas 
 
Do mesmo modo que ocorre na doença da cria americana, nesta os favos que possuem 
as crias infectadas terão falhas, decorrente da retirada das crias mortas pelos operários, porém 
em menor intensidade por ser mais comum atingir e matar a larva que está desoperculada. Ainda 
opérculos perfurados, larvas doentes em posições não habituais e com coloração que varia ​de 
amarelo-pardo até marrom-escura. Cheiro pútrido por conta da morte das abelhas. As larvas 
acometidas se encontram em posição anormal, contorcidas nas paredes dos alveolos e podem 
adquirir coloração que varia de branco a amarelo podendo chegar à marrom. Após a morte, os 
opérculos se apresentam escurecidos, afundados e perfurados. Ausencia de crias com menos de 
cinco dias é indicio da permanencia da doença. ​(OLIVEIRA, 2013) ​(EMBRAPA, 2003) 
 
2.3 Diagnóstico 
 
Varios sinais servem de indicativo da cria pútrida européia, sendo eles: 
● Ausência de crias com idade de três a cinco dias, uma vez que morte ocorre geralmente 
na fase de larva, antes que os alvéolos sejam operculados; 
● Favos falhados pela retirada das crias mortas pelos operários; 
● Larvas em posições anormais dentro do alveolo; 
● Coloração das larvas, que podem ​variar de branco a amarelo podendo chegar à marrom; 
A associação destes sinais, juntamente, quando necessário, com o exame laboratorial por 
isolamento e identificação do agente, nos leva ao diagnóstico da ​cria pútrida européia. (SILVA, 
2010) 
 
Na imagem à esqueda, ​Favos com crias saudáveis e na da direita, sintomas de Cria Pútrida Européia: área de crias com muitas 
falhas (a) e mudança de posição e coloração das larvas (b). 
Fonte:http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/SPMel/doencas.htm 
 
2.4 Tratamento 
 
Segundo Oliveira (2013), o tratamento é baseado em antibióticos de amplo uso na 
medicina veterinária, como a terramicina, estreptomicina, auremicina e a tetraciclina. Para 
aplicação, no caso da terramicina, deve-se usar uma colher de sopa bem cheia do antibiótico, 
misturado à um quilo e meio de açucar de confeiteiro. Essa mistura deve ser espalhada sobre os 
quadros, na medida de quatro colheres de sopa por colméia. Outra opção de diluição da 
terramicina, é uma colher de sopa bem cheia do antibiótico em três litros de charope 50%, que 
será aplicado frio nos alimentadores internos. 
O tratamento deve ser feito a cada dois dias na primeira semana e a cada três dias na 
segunda semana e não é recomendado em épocas de grandes floradas por conta da 
contaminação do mel, ao menos que realmente seja necessário, nesse caso o mel não pode ser 
destinado à alimentação humana. ​(OLIVEIRA, 2013) 
 
2.5 Controle 
 
Algumas medidas devem ser tomadas buscando o controle da cria pútrida europeia, entre 
elas, remover os quadros que possuam crias doentes, se a rainha for susceptivel a doença, 
troca-la por uma mais resistente, e ainda, ter cuidado no manejo dos equipamentos de manejo, 
para não carrear a doença das colmeias afetadas para as sadias. (EMBRAPA, 2003) 
 
3. CRIA ENSACADA 
 
3.1 Características 
 
Essa doença é caracterizada por ser causada por um virus denominado SBV (Sac Brood 
Virus) que em portugues significa “Virus da cria ensacada” e também pode ter uma etiologia 
diferente, induzida pelo polen da planta ​Stryphnodendron sp ou mais conhecida como 
Barbatimão. Deste modo, a doença causada pelo virus se denomina Cria Ensacada, e a doença 
induzida pelo pólen da planta é denominada Cria Ensacada Brasileira. (SILVA, 2010) 
A cria ensacada brasileira (CEB) é uma doença que cursa com alta e rápida mortalidadedas larvas pré-pupas . A colméia doente costuma apresentar invasão de outros insetos como 
formigas e forídeos (​Pseudohypocera kertesi​), ou fuga de enxames. Pode ocorrer um grande 
número de mortalidade de pupas e pré-pupas, que podem culminar com o enfraquecimento de 
um enxame em pouco tempo. Devido a africanização das abelhas brasileiras, que são 
consideradas resistentes, o problema sido mais controlado na maioria das regiões (PACHECO, 
2007). 
 
 
 
 
3.2 Sintomas 
 
Quando um enxame é acometido por esta enfermidade, costumam apresentar favos com 
falhas e opérculos afundados, além de que as crias não conseguem completar a ecdise para 
pupa e podem apresentar coloraçoes marrom ou acinsentada. (SILVA, 2010) 
 
Em alguns casos pode acontecer de a cria morta nao apresentar mudança de coloração, 
porem, está envolvida por uma especie de capsula com conteudo liquido no interior, que pode 
ser decorrente de uma atrofia dos tecidos internos ao exoesqueleto em formação, um acumulo 
de liquido que pode ser induzidos pelas propriedades toxicas do pólen do Barbatimão. (SILVA, 
2010) 
 
4.3 Tratamento 
 
Como a doença é viral o tratamento não passa pelo uso de antibiioticos, como pode ser 
feito indiscriminadamente por alguns apicultores desprovidos de informação. A maneira de tratar 
a doença é através de medidas de controle e erradicação do agente. No caso de cria ensacada 
Brasileira, como parte do controle pode-se adotar medidas como o corte das plantas que 
induzem este tipo de reação como o Barbatimão, porém, o corte destas arvores é ilegal, todavia 
pode-se optar pela transferencia do enxame para um local a um raio de 6km de distancia deste 
tipo de planta. (SILVA, 2010) 
Quando a doença tem o virus como agente etiologico, a solução é a identificação e 
eliminação dos favos acometidos, transferindo os sadios para uma outra caixa, deste modo 
realizar este processo varias vezes para controlar a contaminação pelo virus que é muito dificil 
de se conseguir eficientemente uma vez acometidos. Pode-se utilizar-se de imersão dos 
equipamentos em agua clorada para esterilização. (SILVA, 2010) 
 
3.4 Controle 
 
O controle como supracitado passa por medidas que evitem a exposição de enxames a 
presença de plantas como o Barbatimão e o contado com caixilhos ou favos contaminados 
procedentes de outras caixas. Pode-se utilizar também da alimentação artificial com polen nas 
epocas de floração do Barbatimão. Além de utilizar a esterilização dos equipamentos atraves de 
imersão em hipoclorito a 0,5%. (SILVA, 2010) 
 
 
 
4. NOSEMOSE 
 
4.1 Características 
 
A Nosemose é uma doença causada pelo o desenvolvimento de um microsporideo 
Nosema apis ​ou ​Nosema cerenae nas células da mucosa do intestino médio das abelhas 
adultas: acometendo zangões, operárias, rainhas, as larvas e ninfas não são acometidas. O 
microsporideo se desenvolve em uma temperatura de 30-34Cº, ou seja, compativel com a de 
dentro da comeia, completando seu ciclo evolutivo em 3-4 dias sob estas condiçoes. (NUNES, 
2015) 
A Nosemose é uma doença que teve notavel incidencia nos anos 80, atualmente no Brasil 
pouco é relatada, existe uma teoria que a africanização das abelhas tenham influenciado para 
que tal doença tenha aparecido com menor frequência, visto que estas abelhas tem a 
caracteristicas de apresentar maior resistência. (SILVA, 2010) 
 
4.2 Sintomas 
 
Os sinais clinicos não são bem definidos ainda, mas acredita-se que os sinais mais 
especificos seria a disenteria das abelhas acometidas por ​Nosema apis, juntamente com um 
sinal mais inespecifico de abelhas “cambaleantes”, com tremores e dificuldade para voar. As 
abelhas acometidas por ​Nosema cerenae ​tendem a ter ausencia de diarreia, e sim, uma 
disfunção intestinal, causando-lhes constipação e morte súbita. (SILVA, 2010) 
De uma forma geral a doença acomete as abelhas afetando seu desempenho produtivo, 
con consequencia queda de produção e diminuindo a longevidade das abelhas individualmente e 
a perpetuação do enxame. (SILVA, 2010) 
 
4.3 Tratamento 
 
Quando a prevenção falha, é necessario atuar sob os enxames com tratamento atraves 
de produtos, que devem ser igualmente eficientes para o combate tanto de ​Nosema apis ​e 
Nosema cerenae. É importante se ter atenção com o uso de antibioticos que eliminar apenas a 
forma vegetativa do microsporideo (ex.:fumagalina), pois durante o ciclo evolutivo o 
microsporideo pode formar esporos, muitos resistentes que servem como fonte de contaminação 
podendo tornar o problema recorrente. (SILVA, 2010) 
 
4.4 Controle 
 
A Nosemose deve ser tratada com uma doença focada na pervenção, que de preferência 
ocorrer no periodo de final do outono que coincide com o periodo das chuvas. É importante evitar 
recipientes com água que possam coletar fezes de abelhas contaminando outras abelhas que 
possam ir utilizar da água, também deve procurar controlar traças e outros artropodes que 
possam servir como disseminador atraves da postura de ovos e migração entre os ninhos. 
(SILVA, 2010) 
 
5. VARROASE 
 
5.1 Características 
A Varroase é uma doença parasitária que acomete abelhas, podendo atingir todos os 
insetos de uma mesma colméia, em qualquer fase da vida. A doença é causada por um 
ectoparasita, o ácaro ​Varroa destructor ​. a doença foi registrada inicialmente em abelhas Apis 
cerana, na Indonésia, em 1904. No ano de 2000 foi descoberto uma nova espécie, com 
virulência diferente da espécie V. destructor, a V. jacobsonir (APISANTOS , 2015). 
A Varroase, ou Varrotose, é hoje em dia, segundo Costa (2008) a principal doença, é a 
doença que mais tem restringido a produção apícola na Europa e USA, ou em demais países 
produtores apícolas em regiões de clima temperado. A Varroase é uma doença que faz com que 
as novas abelhas nasçam fracas, “miudas”, ou ainda faz com que as abelhas morram antes da 
eclosão dos ovos, quando a esfoliação causada por um ou por mais ácaros é muito intensa 
(silva, 2010). 
A contaminação de uma colméia, de acordo com ApiSantos (2015) ocorre pela introdução 
do ácaro por uma abelha que saiu a campo, acabou se contaminando e retornando para a 
colméia, oura forma de contaminação é a pilhagem de colméias contaminadas por abelhas de 
outras colméias ainda saudáveis. 
Na abelha Apis cerana ao longo do tempo estabelece um equilíbrio na parasitose, onde o 
parasita não coloca a colméia em risco, devido a mecanismos que esta abelha desenvolveu para 
se proteger do agente, como a limpeza, onde a abelha realiza uma dança de pedido de ajuda, e 
com o auxilio de outras abelhas, ocorre a retirada de cerca de 99% dos ácaros presentes no 
corpo da enquanto que na Apis melífera este numero cai para 0,3% (APISANTOS 2015). 
De acordo com ApiSantos (2015) a apis melífera também pode ser parasitada pela 
Varroase, com conseqüências mais graves, por ser um tipo de abelha com menos defesas contra 
esta doença (COSTA 2008). 
O ácaro fêmea se alimenta da hemolinfa de abelhas adultas, e em alguns casos das 
próprias larvas de abelhas, enquanto que os machos, larvas e ninfas do parasito se alimentam 
da hemolinfa das ninfas de abelhas (COSTA 2008). 
O ciclo de desenvolvimento de ​Varroa destructor​ acontece no mesmotempo que o ciclo 
de desenvolvimento da abelha operaria ou de macho, durante a fase postura. 
No verão um ácaro de Varroase pode sobreviver por três meses em uma colônia, 
enquanto que no inverno este tempo se eleva para seis meses (APISANTOS 2015). 
abelha parasitada por ​Varroa destructor 
 
Fonte: http://naturfoto-hecker.photoshelter.com/image/I0000K8pr_f236vg 
 
A Varroatose está espalhada por todos os continentes, a proxima figura mostra a 
distribuição, as areas em escuro mostram as regiões acometidas pela doença. 
 
Fonte:http://entnemdept.ufl.edu/creatures/misc/bees/varroa_mite.htm 
 
No Brasil o ácaro foi encontrado pela primeira vez em 1978, afirma Silva (2010), e 
atualmente pode ser encontrado em praticamente todo o teritório nacional. O surgimento no 
Brasil foi pela importação de Rainhas do Paraguai, de origem japonesa, que estavam 
contaminadas, porém, pelo fato de muitas espécies brasileiras terem se “africanizado” a 
enfermidade tem se mantido sob controle no Brasil, com baixas populações do ácaro, sem 
grandes prejuísos economicos (silva, 2010). 
 
5.2 Agente Etiológico 
 
O Agente etiológico é um ácaro, ​Varroa destructor. ​Apresenta dimorfismo sexual bem 
destacado no estagio adulto, existindo a fêmea, que é quem dissemina a doença, o macho, as 
formas larvais, e as ninfas, que ainda estão imaturas. A fêmea vive na abelha adulta, e no local 
de postura de ovos, enquanto os machos somente na postura de ovos (APISANTOS 2015). 
O ácaro é globoso, visivel a “olho nu” com coloração castanho amarela, o macho mede 
cerca de um mm, e a femêa pode chegar a dois mm, comumente este parasita é chamado 
carrapato das abelhas. 
Ácaro ​Varroa destructor 
 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Varroa_destruc​tor 
 
5.3 Sintomas 
 
A Varroase não apresenta sintomas clínicos até o momento em que esta em um estagio 
de desenvolvimento em que a doença se torna critica para a colméia, a um ponto que dificilmente 
a colônia de abelhas irá se recuperar (COSTA 2008). 
Um dos sintomas é decorrente da ação mecânica do ácaro, que fica presente em áreas 
de movimento na abelha, importantes para que ela desempenhe suas funções, deste modo a 
abelha tem sua movimentação obstruída, na conseguindo voar em um primeiro momento, e 
posteriormente nõ conseguindo desempenhar sua função na colméia. Quando a uma grande 
pressão do parasita na colméia, serão observados abelhas mortas na colméia, abelhas e ninfas 
atrofiadas, larvas recém nacidas presentes na prancha de vôo, abelhas que se arrastam ao sol, 
andando de modo desorientado, abelhas com asas deformadas, em alguns casos enegrecidas, 
ou ainda asas assimétricas. Ocorre ainda, pelo fato de a rainha estar afetada, uma diminuição na 
postura da mesma, ou postura em mosaico, ninfas vivas atrofiadas (APISANTOS 2015). 
Todos estes sintomas são evidentes quando a colméia provavelmente já esteja 
condenada, de modo que os sinais que podem ser observados para impedir que isto ocorra, e a 
intervenção seja realizada a tempo, são asas atrofiadas e presença de ácaros no corpo das 
abelhas. 
 
 
 
 
 
 
Imagens de colméia parasitada pelo ​Varroa destructor 
 
Fonte:http://nadainteressante.blog.br/2015/05/os-primeiros-21-dias-da-vida-das-abelhas-em-um-hi
pn 
Fonte:http://adventuresinbeeland.com/2012/10/21/3rd-honey-bee-pests-diseases-and-poisoning-revi
sion-post-the-lifecycle-of-varroa-destructor-and-monitoringtreatment-techniques/ 
 
 
5.4 Tratamento 
 
Em casos em que não houve prevenção, e que exista um reconhecimento precoce, ou 
desconfiança que a colméia esteja sendo acometida por Varroase existem formulações químicas 
que podem proteger a colméia, que são: Folbex, Sineacar, Keltane, Varrostar, e Galekron, 
todavia estes tratamentos não são recomendados, pela toxicidade dos acaricidas, e possivel 
intoxicação das abelhas, ou do mel ou outros produtos, outras alternativas no tratamento são a 
colocação de cartões de enxofre, e fumaça de fumo de corda (APISANTOS 2015). 
 
 
5.5 Controle 
 
Silva (2010) mostra que quando ocorrem infecções reincidentes em uma mesma colonia 
é recomendado que se faça a troca da rainha por rainhas provenientes de colméias mais 
resistentes, tornando as abelhas resistentes, através de seleção genética. Para o controle 
pode-se também fazer a retirada dos favos de zangõees da colméia, pois são onde a maior 
reprodução dos ácaros da varroa, e os mesmos não são importantes para a colônia, visto que 
em épocas de copula são atraidos zangões externos a colméia, atravez de feromônios. Outra 
alternativa é a seleção genética para abelhas com alto padrão higiênico, para que as mesmas 
retirem os ácaros dos seus corpos (SILVA, 2010) 
 
6. Cria Pútrida Americana (CPA) 
 
6.1 Características e agente etiológico 
Ela é uma enfermidade bacteriana que é causada pelo ​Paenibacillus larvae​, aonde esse 
microrganismo é móvel por flagelos e tem forma que se assemelha a um bastão com 
cerca de 2,5 a 5 micros de largura por 0,4 a 0,8 micros de comprimento e ele possui dois 
estágios, sendo um vegetativo, que é durante a qual ela se reproduz principalmente 
dentro do intestino, e o estágio de esporos onde é altamente resistente as condições 
adversas do meio, sendo o responsável pela dificuldade de extermínio e controle da 
doença (Silva, 2010). Ainda segundo o mesmo autor, os esporos de Paenibacillus larvae 
são altamente resistentes ao calor, aos desinfetantes químicos, ao cloro, a radiação UV, 
iodados e a água quente com qualquer aditivo, e ainda podem permanecer infectantes 
por mais de 40 anos. 
A doença não acomete as abelhas adultas, mas as mesmas podem ser fontes de 
contaminação para as larvas, o uso de alimentos ou introdução de rainha, ambos 
possibilitam a disseminação do microrganismo e a ocorrência da doença, ou até mesmo 
pela compra de enxames que estejam contaminados, são posteriormente misturados e 
podem disseminar a doença pelo apiário (Silva, 2010). 
No Brasil já foram isolados esporos dessa bactéria em abelhas e mel provenientes de 
colméias sem sintomas da doença, no Estado do Rio Grande do Sul, onde a 
contaminação pode ter ocorrido pela alimentação das abelhas com mel e pólen 
importados, contaminados com a bactéria, ou mesmo pela coleta, por abelhas 
campeiras, de alimento contaminado em entreposto, conseqüentemente foi realizado um 
programa de contingenciamento pelo Comitê Consultivo Científico em Sanidade Apícola 
do MAPA visando controlar o foco (Lopes et al., 2004). 
 
6.2 Sintomas e Sinais 
De acordo com Lopes 2004 e colaboradores, os principais sintomas e sinais de que 
estão ocorrendo à doença no apiário, são os seguintes: 
·​ ​Favos de cria falhados com opérculos perfurados, escurecidos e afundados; 
· ​A cria morre na fase larva (pré-pupa) ou pupa, quando o corpo está em posição vertical 
na célula; 
· ​Larvas com mudança de cor, passando do branco-pérola para amarelo até marrom 
escuro; 
·​ ​Cheiro pútrido da cria (pré-pupa ou pupa); 
· ​As larvas mortas apresentam consistência viscosa, principalmente quando apresentam 
coloração marrom-escura. Para verificar esse sintoma, deve-se fazer o teste do palito 
que consiste em inserir um palito de madeira (como o de fósforo ou similar) na cria, 
esmagá-la e puxar o palito devagar, observando se ocorre a formação de um fio viscoso 
e longo, com 2,5cm ou mais; 
· ​Quando a morte ocorre na fase de pupa, observa-se geralmente a língua da pupa 
estendidade um lado para o outro do alvéolo. 
· No estágio final da doença, a cria fica escura e ressecada formando escamas finas e 
achatadas, geralmente de cor marrom ou preta, que ficam aderidas nas paredes do 
alvéolo e de difícil remoção. Para observar as escamas é importante ter boa iluminação. 
 
Sintomas de cria pútrida americana: favos falhados (a) e opérculos perfurados (b). 
 
 
Sintomas de cria pútrida americana: consistência viscosa da cria – teste do palito. 
 
 
 
Sintomas de cria pútrida americana: restos de crias mortas e ressecadas. 
 
 
6.3 Tratamento 
 
Segundo Silva, 2010 não há tratamento preconizado e o uso de antibióticos deve ser 
evitado, pois pode levar ao aumento de resistência do microrganismo ao fármaco, bem 
como mascarar os sinais da doença, mantendo a contaminação na colméia e em seus 
produtos, facilitando com isso a disseminação da enfermidade. E ao invés de antibióticos 
podem ser usado produtos clorados que agem bem sobre doenças bacterianas e virais 
das abelhas, sem deixar efeito residual nas instalações da colméia, devido a sua 
volatilidade ou ainda produtos iodados, que tem boa ação sobre a maioria dos 
microrganismos (vírus, fungos, protozoários e bactérias), mas evita​-se o seu uso por 
poder deixar resíduos que alcancem os produtos das abelhas. 
Nos Estados Unidos da América, várias drogas já foram testadas, mas nenhuma 
conseguiu erradicar efetivamente a doença. O método mais eficaz consiste em queimar 
as colônias. 
 
 
6.4 Prevenção e Controle 
 
Como dito anteriormente, não deve se utilizar antibióticos para o tratamento preventivo 
ou curativo, pois pode levar à resistência da bactéria e contaminar os produtos da 
colméia, além de ser um gasto adicional para o apicultor e esse tratamento preventivo 
pode ainda “esconder” os sintomas da doença. 
Segundo Lopes et al. 2004, quando o apicultor suspeitar da ocorrência da CPA em seu 
apiário deve tomar as seguintes medidas: 
· Marcar as colônias com sintomas de CPA; 
· Realizar anotações sobre as colônias afetadas e relatar a ocorrência para sua 
associação e instituições competentes, tais como: instituições de ensino e 
pesquisa que trabalhem com Apicultura, Confederação Brasileira de Apicultura 
(CBA), Superintendência Federal de Agricultura, Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (ANVISA); 
· Enviar amostras dos favos com sintomas para análise em laboratórios 
especializados no diagnóstico de doenças de abelhas; 
· Limpar equipamentos de manejo (luvas, formão, fumigador etc.) e não utilizá- 
los nas colônias sadias. A esterilização de equipamentos pode ser feita com 
hipoclorito de sódio (água sanitária). 
· Após comprovação da doença por meio do resultado da análise laboratorial, 
destruir as colônias afetadas; para isso, pode ​se optar pela queima da colméia 
completa ou, se o apicultor quiser preservar as caixas, cuja madeira esteja em 
bom estado, deve matar as abelhas adultas e depois queimá-las juntamente com 
os favos. Para o reaproveitamento das caixas, elas devem ser esterilizadas com 
vassoura de fogo ou ateando fogo; 
· As esterilizações das caixas também podem ser feitas com uso de produtos 
químicos de duas maneiras: mergulhando as peças em parafina a 160° C durante 
10 minutos ou em solução de hipoclorito de sódio a 0,5% durante 20 minutos. 
Para evitar que essa doença grave seja disseminada em no Brasil, os apicultores devem 
ficar atentos para nunca utilizarem mel ou pólen importados, para a alimentação de suas 
abelhas no período de entressafra, pois eles podem estar contaminados e 
conseqüentemente, contaminarão as colméias (Silva, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
 
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<http://www.apisantos.com/1/varrose_328717.html>. Acesso em: 22 jun. 2015. 
 
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PRODUÇÕES. ​2008. Professor Adjunto MSc. da Universidade Estadual do Sudoeste da 
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<http://www.apacame.org.br/mensagemdoce/128/artigo2.htm>. Acesso em: 22 jun. 2008. 
 
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http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/SPMel/doencas.htm. Acessado 
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SILVA, Felipe Silveira da. ​Revisão das Doenças que podem acometer Apis mellifera. 
2010. 116 f. TCC (Graduação) - Curso de Medicina Veterinária, Faculdade de 
Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. Disponível 
em: 
<https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/39035/000822359.pdf?sequence=1>. 
Acesso em: 17 jun. 2015. 
 
NUNES, Felipe; RELVA, Carlos. ​Nosemose, Doença e consequências. Disponível em: 
<http://www.somosdoagro.com.br/pdf.api/Nosemose_doenca.pdf>. Acesso em: 17 jun. 
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LOPES, Maria Tereza do Rego; GONÇALVEZ, Janaina de Carvalho; MESSAGE, Dejair; 
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<http://www.cpamn.embrapa.br/publicacoes/documentos/2004/doc_103.pdf>. Acesso 
em: 17 jun. 2015.

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