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APOSTILA 49529

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APOSTILA 
 
TÉCNICAS E TÁTICAS DE 
COMBATE A INCÊNDIOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho
 
Tática	e	Técnica	de	Combate	a	incêndios	
Curso	de	Engenharia	de	Segurança	 	 	
Professores:	Engº	Luiz	Rubens	/	Engº	Jurandir		
 
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ÍNDICE 
 
 
ASSUNTO Página 
Introdução 03 
Cap. I - Conceitos Básicos 04 
Cap. II - Propagação do calor 07 
Cap. III - Pontos de Temperatura 09 
Cap. IV - Classificação dos Incêndios 11 
Cap. V - Técnicas de Extinção 15 
Cap. VI - Equipamentos para Combate a Incêndio 16 
Extintores 16 
Sistemas Hidráulicos 28 
Cap. VII - Sinalização 31 
Cap. VIII - Orientações Básicas para Brigada de Incêndio 33 
Cap. IX - Tática de Combate à Incêndio 36 
Cap. X – Combate a Incêndio "Classe A" 49 
Cap. XI - Combate a Incêndios em Líquidos Combustíveis e Inflamáveis 52 
Cap. XII – Vazamento de gases inflamáveis 55 
Cap XIII - Fenômenos em Incêndios 58 
 
 
“O INCÊNDIO OCORRE ONDE FALHA A PREVENÇÃO” 
 
 
 
Professores	Engº	Luiz	Rubens	Pinto	de	Carvalho	Junior,	Coronel	Res.	Corpo	de	Bombeiros	Engº	Jurandir	Antonio	da	Silva,	Coronel	Res.	Corpo	de	Bombeiros	
 
 
 
2018 
 
Tática	e	Técnica	de	Combate	a	incêndios	
Curso	de	Engenharia	de	Segurança	 	 	
Professores:	Engº	Luiz	Rubens	/	Engº	Jurandir		
 
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APOSTILA DE TÉCNICA E TÁTICA DE COMBATE À INCÊNDIO 
 
 
 
INTRODUÇÃO	
 
 
 O fogo é indiscutivelmente uma essencial necessidade da vida moderna assim como foi 
para nossos antepassados. Na Idade da Pedra já era conhecido e usado para o aquecimento de 
cavernas. 
 Atualmente ele participa diretamente no desenvolvimento e no progresso mundial, quer 
na indústria ou em nossos lares. Contudo o fogo deve ser controlado, porque ao fugir do nosso 
controle, transforma-se num grande inimigo e pode causar danos incalculáveis. 
 O primeiro prejuízo afeta o ser humano resultando graves ferimentos ou até mesmo a 
morte. Em segundo lugar, destacamos os danos ambientais que podem gerar sérios impactos 
sociais e econômicos. Há de se considerar ainda as perdas materiais, gerando graves consequências 
sociais, afetando o patrimônio conquistado com sacrifício e, por vezes, danos irreversíveis ao 
patrimônio público ou privado. Dentro deste contexto, principalmente frente à competitividade atual, 
mais um fator deve ser levado em conta que é a credibilidade da marca quando determinadas 
Empresas são afetadas por um sinistro com ou sem vítimas, podendo manchar sua reputação, 
especialmente nos casos de negligência. 
 Diante de todas essas consequências apresentadas, procuraremos, nesta pequena 
coletânea, conhecer a natureza do fogo, as medidas de segurança contra incêndios e as técnicas 
necessárias de combate para evitar a sua propagação, sem qualquer pretensão de esgotar o assunto, 
que, devido à sua amplitude e complexidade, deve ser alvo de constante estudo. 
 
 
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I - CONCEITOS BÁSICOS 
 
 
 Descobriu o grande químico francês Lavoisier que, para que exista fogo, há necessidade 
de três elementos: 
 - COMBUSTÍVEL 
 - COMBURENTE (OXIGÊNIO) 
 - CALOR 
 No entanto, para o efetivo controle e extinção de um incêndio necessitamos entender a 
natureza química e física do fogo. Isso inclui informações sobre fontes de calor, composição e 
características dos combustíveis e as condições necessárias para a combustão. 
 Combustão é uma reação química de oxidação, auto-sustentada, com liberação de luz, 
calor, podendo incluir fumaça e gases de acordo com o tipo e composição da substância combustível. 
 Com o passar do anos e através de estudos mais aprofundados os pesquisadores 
concluíram que um quarto elemento seria necessário para sustentabilidade da combustão: a 
REAÇÃO QUÍMICA EM CADEIA. 
 Para efeito didático, adota-se o tetraedro (quatro faces) para exemplificar e explicar a 
combustão, atribuindo-se, a cada face, um dos elementos essenciais da combustão. 
 A Figura a seguir representa a união dos quatro elementos essenciais do fogo, que são: 
Calor, Combustível, Comburente e Reação Química em Cadeia 
 
 
 Não podemos esquecer que existe a necessidade, quando forem sólidos ou líquidos, 
serem transformados primeiramente em gases, para se combinarem com o oxigênio existente no ar, o 
qual, ativado por uma fonte de calor, resultará em fogo. 
 
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COMBUSTÍVEL - COMBURENTE - CALOR 
 
 
	-	Componentes	necessários	para	existência	do	fogo	-	
 
 
COMBUSTÍVEL 
 
 É o elemento que alimenta o fogo e compreende vários tipos de materiais que 
encontramos em nosso dia-a-dia , tais como: papel , madeira , tecidos , tintas , gasolina , graxa , GLP, 
etc. 
 
Os combustíveis podem se apresentar sob três estados físicos: 
 
01- Sólido ( Ex: madeira, papel etc.) 
02- Líquido (Ex: gasolina, álcool, graxa, etc.) 
03- Gasoso (Ex: acetileno, butano, propano, etc.) 
 
SÓLIDO 
 Os combustíveis sólidos em regra sofrem decomposição (pirólise), queimam em 
superfície e profundidade e, ao final, comumente deixam resíduos. 
 
LÍQUIDO 
 Todos os líquidos inflamáveis não se incendeiam no estado líquido, portanto, para 
queimá-los é preciso, inicialmente, gaseificá-los (processo de evaporação) para que formem misturas 
inflamáveis com o ar. 
 
GASOSO 
 O perigo dos gases reside principalmente nas possibilidades de vazamento, podendo 
formar com o ar ambiente misturas explosivas. 
 Quando escapam, podem facilmente atingir uma fonte de ignição, incendiando-se 
rapidamente. 
 Quando o recipiente contendo gás inflamável ficar exposto às chamas de um incêndio ou 
de qualquer outra fonte de calor, a explosão é muito mais provável que simplesmente a ocorrência de 
um foco de incêndio. Ex: tanque de combustível vazio de veículo automotor. 
 
 
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- COMBURENTE : 
 
 O comburente (oxigênio) é o elemento que possibilita a vida às chamas e intensifica 
a combustão. Ambientes onde não haja oxigênio numa determinada proporção (menos de 13 %) 
o fogo não tem chamas, acontecendo o contrário quando o ambiente é rico em oxigênio. 
 O ar que respiramos é composto de 21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e 1% de 
gases nobres e outros gases. Com isto, podemos afirmar que o oxigênio é um elemento constante 
na nossa vida e que está presente em praticamente todos os incêndios. 
 Como prova da necessidade do oxigênio para a combustão, demonstra-se a seguinte 
experiência: 
 - Coloca-se uma vela acesa coberta com uma campânula, a vela continua acesa mas, 
aos poucos, sua chama vai diminuindo até que ela se apaga. 
 A vela não se apagou porque o oxigênio existente dentro da campânula se acabou, 
mas sim porque sua porcentagem caiu de 21% iniciais para menos 13%, não mais alimentando a 
combustão. 
 É bom lembrar que existem combustíveis que já possuem oxigênio em sua 
composição, como é o caso da pólvora, nitrato e outros que podem queimar-se em qualquer 
lugar, com ou sem a presença de ar atmosférico. 
 
 
- CALOR : 
 É o elemento (energia térmica) que dá início à combustão, que a mantém e que 
favorece a propagação. 
 O calor necessário para vaporizar uma substância varia de uma para outra. Por 
exemplo, a gasolina vaporiza a temperaturas baixas, enquanto a madeira exige mais energia 
calorífica. 
 
 
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II - PROPAGAÇÃO DO CALOR 
 
 A proporção de um incêndio é consequência direta do calor gerado o qual pode se 
propagar por três processos: 
01- CONDUÇÃO 
02- CONVECÇÃO 
03- IRRADIAÇÃO 
 
 - Condução 
 É a transmissão de calor por intermédio das próprias moléculas do material. 
 A taxa de condução de calor vai depender basicamente da condutibilidade térmica, bem 
como sua superfície e espessura. 
 
 
 
 
 
 
 - Convecção 
 
 É a transmissão de calor através da circulação do ar aquecido ou dos gases emanados, 
existentes no local do fogo. 
 
 
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 - Irradiação 
 É a transmissão de calor por meios de raios ou ondas. Desta maneira é que recebemos o 
calor do sol. 
 
 
 
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III - PONTOS DE TEMPERATURA 
 
 
 
 Cada material, dependendo da energia calorífica a que estiver submetido, liberará maior 
ou menor quantidade de vapores. Para melhor compreensão do fenômeno, definem-se alguns 
marcadores, conforme veremos: 
 a) Ponto de fulgor 
 b) Ponto de combustão 
 c) Temperatura de ignição 
 
 
a) PONTO DE FULGOR 
 
 É a temperatura mínima na qual os corpos combustíveis começam a desprender vapores 
que incendeiam em contato com uma fonte externa de calor, entretanto a chama não se mantém 
devido a insuficiência da quantidade de vapores desprendidos. 
 Com a aproximação da chama, os gases são queimados. Afastada a fonte de calor, cessa 
a combustão. 
 
 b) PONTO DE COMBUSTÃO 
 
 É a temperatura mínima na qual os vapores desprendidos dos corpos combustíveis, ao 
entrarem em contato com uma fonte externa de calor, entram em combustão e continuam a queimar. 
 
 
 c) TEMPERATURA DE IGNIÇÃO 
 
 É a temperatura mínima na qual os gases desprendidos dos combustíveis entram em 
combustão, apenas pelo contato com o oxigênio do ar, independente de qualquer outra fonte externa 
de calor. 
 
 
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 OBS: Exemplificamos em seguida os Pontos de Fulgor e as temperaturas de ignição de 
alguns de alguns produtos usados nas indústrias. 
 
PRODUTO PONTOS DE FULGOR TEMPERATURA DE 
IGNIÇÃO (º C) 
Acetona -19 538 
Acetileno Gás 335 
Álcool Etílico 12,6 371 
Benzol - 11 538 
Éter - 40 180 
Fenol 79,5 714 
Gasolina - 42,8 257 
Óleo de Linhaça 222 343 
Parafina 199 245 
 
 
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 IV - CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS 
 
 
 
O fogo, em seu início, é muito mais fácil de se controlar e de extinguir. Quanto mais 
rápido for o ataque às chamas, maiores serão a possibilidades de reduzi-las ou eliminá-las. 
 A principal preocupação no ataque, consiste em desfazer ou romper o tetraedro do fogo.
 Mas que tipo de ataque se faz ao fogo em seu início ? 
 Qual a solução que deve ser tentada ? 
 Como os incêndios são de diversos tipos, as soluções serão diferentes e os equipamentos 
de combate serão diversificados. É preciso conhecer, identificar bem o incêndio que se vai combater, 
para escolher o equipamento correto. Um erro de escolha de extintor, pode tornar inútil o esforço de 
combate as chamas, aumentando-as, espalhando-as ou criando novos focos de incêndio (Ex: curtos- 
circuitos). 
 Os incêndios são divididos em quatro classes: 
 
 
 Classe " A" 
 
 Compreende os fogos em combustíveis sólidos comuns e de fácil combustão, tais como 
plástico, tecido, madeira e outros que, após queimados, deixam cinzas e brasas, ardem em razão de 
seu volume, isto é, em superfície e profundidade. 
 São portanto, os fogos em combustíveis sólidos e secos, encontrados em armazéns, 
escritórios, moinhos, depósitos, interior de veículos, etc. 
 
 
Classe " B " 
 
 Compreendem os fogos em líquidos inflamáveis e substâncias pastosas, tais como 
gasolina, álcool, graxas e solventes que, após queimados, não deixam cinzas nem brasas e ardem 
unicamente em razão de sua superfície. 
 Mais adiante estudaremos técnicas específicas para extinção desta classe de incêndio. 
 
 
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Classe " C " 
 
São os ocorridos em equipamentos elétricos e energizados e que oferecem riscos ao 
combatente pela presença de corrente elétrica. 
A dificuldade na identificação de materiais energizados é um dos grandes perigos 
enfrentados pela guarnição no atendimento de ocorrência. 
Para sua extinção, deve-se utilizar agentes extintores não condutores de eletricidade, 
como PQS, CO2 e HALON. Não se deve utilizar aparelhos extintores de água ou espuma 
(química ou mecânica), devido ao perigo de choque elétrico para o operador, podendo causar-lhe 
a morte. 
A água contém impurezas que a tornam condutora, daí, na sua aplicação em 
incêndios em materiais energizados, deve-se considerar todos os riscos de o bombeiro levar um 
choque elétrico. 
Os incêndios da classe C tem sua origem principalmente por curto-circuito, 
sobrecarga, proteções ineficientes e/ou mau isolamento. 
 
 Classe " D " 
 
Incêndios em metais combustíveis (magnésio, sódio metálico, selênio, antimônio, 
lítio, cádmio, potássio, alumínio, zinco, titânio, sódio, zircônio) exigem, para a sua extinção, 
agentes que se fundam em contato com o material ou que retirem o calor destes. Metais 
combustíveis queimam em temperaturas extremamente altas e reagem com a água, arremessando 
partículas. A reação será tanto maior quanto mais fragmentado estiver o metal. 
Estes incêndios podem ser reconhecidos pela cor esbranquiçada das chamas. Uma 
camada cinza poderá cobrir o material, dando a impressão de que não há fogo. 
Quando o material estiver em forma de limalha (fragmentado), deve-se isolar a parte 
que está queimando do resto por processo mecânico (retirada do material) e utilizar o agente 
extintor próprio, cobrindo todo o material em chama. 
O maior problema do bombeiro numa emergência com combustíveis classe "D" é a 
obtenção de agentes extintores adequados à situação específica. Isso porque os metais 
combustíveis não apresentam um comportamento padrão para um determinado agente extintor. 
Portanto, deve-se agir com extrema cautela nestes casos. O melhor método de extinção é o 
abafamento. 
Este tipo de incêndio será extinto com o emprego de agentes especiais, tais como 
grafite seco, cloreto de sódio, areia seca e nitrogênio. 
É importante que se obtenha o máximo de informação sobre o produto em chamas, 
bem como se há no local o agente extintor apropriado. 
 
ATENÇÃO: Muito cuidado deve ser tomado em relação ao Lítio que requer um 
poderoso agente extintor a base de cobre, sendo o único agente conhecido para esse tipo de 
metal. 
 
 
 
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Classe “K” (NFPA 10) 
 
Classificação do fogo em óleo e gordura em cozinhas (fritadeiras, grelhas, assadeiras, etc). 
Os agentes extintores da classe K, a base de Acetato de Potássio, aplicados em jato tipo neblina 
controlam rapidamente o fogo, formandouma camada protetora na superfície em chamas. 
O fogo é extinto por resfriamento e pelo efeito asfixiante da espuma (saponificação). 
Extinguem o fogo interrompendo a reação química de combustão. 
 
 
 
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V - TÉCNICAS DE EXTINÇÃO 
 
 Eliminação do calor - Resfriamento 
 
 É o método mais usado. Consiste em retirar o calor do material incendiado. Esse 
processo é baseado na aplicação da água por existir em abundância na natureza, além de ter maior 
capacidade de absorver calor. 
 
 -Eliminação de comburente - Abafamento 
 
 É o mais difícil método de extinção de um incêndio. Consiste em diminuir ou isolar o 
oxigênio do ar, reduzindo de 21% para 13%, apagando o fogo por redução ou retirada do 
comburente. 
 Na realidade você vai retirar uma das partes do tetraedro do fogo. Esse método somente 
poderá ser usado quando o combustível estiver restrito a um compartimento ou recipiente. 
 
 - Eliminação do combustível 
 
 Também denominada remoção ou isolamento, consiste no controle do combustível. Esse 
método não exige aparelhos especializados e resume-se na retirada, diminuição ou interrupção, com 
suficiente margem de segurança no campo de propagação do fogo, do material ainda não atingido 
pelo incêndio. Como exemplo de emprego deste tipo de extinção, cita-se o aceiro praticado nas 
matas e o estancamento do gás que está escapando. 
 Já sabemos que para eliminar um foco de incêndio temos que desmanchar o nosso 
tetraedro do fogo, retirando no mínimo um dos seus lados. 
 Acontece, porém, que na maioria dos casos temos que utilizar extintores de incêndio 
portáteis para eliminar um dos lados do tetraedro e nesse caso precisamos saber o que temos em 
nossa instalação e a forma correta de utilização. 
 
QUADRO-RESUMO 
 
CLASSE EXEMPLO 
MATERIAL 
MEDIDAS DE 
CONTROLE 
TIPO DE 
AGENTE 
EXTINTOR 
A Tecido, madeira, 
papel, fibras, etc. 
Retirada do calor Água, espuma 
 
B 
Graxas, vernizes, 
tintas, gasolina, etc. 
Retirada do 
comburente 
(oxigênio) 
Gás carbônico, pó 
químico, espuma 
 
 
C 
Motores, 
transformadores, 
quadros de 
distribuição, fios sob 
tensão, etc. 
Interrupção da 
corrente e 
abafamento 
Gás carbônico, pó 
químico 
 
D 
Magnésio, zircônio, 
titânio, etc. 
Formação de 
camadas para 
abafamento (isola 
oxigênio) 
Pó químico 
(especial) 
Areia 
 
 
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VI - EQUIPAMENTOS PARA COMBATE A INCÊNDIO 
 
EXTINTORES 
 
 Passaremos a explanar abaixo sobre os aparelhos extintores mais comuns 
comercialmente, indicando suas características técnicas básicas. 
IMPORTANTE: 
CABE RESSALTAR QUE, EMBORA NO TEXTO SEJAM INDICADAS AS CAPACIDADES 
VOLUMÉTRICAS E DE PESO DOS RESPECTIVOS APARELHOS, VEREMOS MAIS 
ADIANTE QUE A ESPECIFICAÇÃO DE APARELHOS EXTINTORES PARA PROTEÇÃO DE 
EDIFICAÇÕES E ÁREAS DE RISCO DEVE LEVAR EM CONTA TÃO SOMENTE A 
CAPACIDADE EXTINTORA DOS APARELHOS QUE CONTÊM O AGENTE EXTINTOR 
ADEQUADO AO RISCO, O QUE PODE VARIAR DE FABRICANTE PARA FABRICANTE, 
EMBORA ALGUNS APARELHOS POSSUAM CAPACIDADE VOLUMÉTRICAS OU PESO 
IDÊNTICOS. 
 Tais critérios encontram-se na Instrução Técnica nº. 21 do Corpo de Bombeiros da 
Polícia Militar do Estado de São Paulo. 
 
 
EXTINTOR DE ESPUMA MECÂNICA 
 
- Princípio 
 Para incêndios em combustíveis comuns (classe A) e líquidos inflamáveis (classe B), 
sendo encontrados nos modelos: pressurizados (manômetro) e com injeção de pressão (ampola 
externa). O agente extintor é o AFFF (Aqua Form Foam Film), extrato sintético que forma uma 
película aquosa que diminui sensivelmente a probabilidade de reignição. NBR 11751 
 Veja a diferença entre "Pressurizado" e com "Injeção de Pressão". 
 
- Funcionamento 
 Quanto ao funcionamento , podemos distinguir dois tipos : 
 1- Pressurizado : 
 O agente extintor (AFFF) encontra-se pressurizado através de gás propulsor (nitrogênio). 
No topo do cilindro há uma válvula dotada com manômetro, através da qual é liberado o agente 
extintor. 
 2- Com injeção de pressão 
 Consta de dois cilindros, sendo que o agente propulsor (CO2) é confinado no cilindro 
menor, onde há uma válvula que , quando acionada, submete o agente extintor (cilindro maior) a uma 
pressão de trabalho. Acionando-se o gatilho há a liberação do agente extintor. 
 
- Manejo : 
 Quebrar o lacre, soltar a trava do gatilho e apertar o mesmo, se o extintor for do tipo 
pressurizado ou quebrar lacre, abrir o registo da ampola e apertar o gatilho se o aparelho for de 
injeção de pressão. 
 Testar o aparelho com um leve acionamento do gatilho antes de se aproximar do fogo. 
 Dirigir o jato para a base do fogo em incêndios da classe A, ou nas bordas dos 
recipientes nos incêndios da classe B. 
 
- Capacidade 
 Extintores portáteis - 9 litros (mais comum) e 10 litros 
 
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 Carretas – 75 litros 
 O peso deste extintor é de aproximadamente de 16 Kg (carregado) sendo que seu jato 
atinge uma distância média de 5 metros com um tempo de descarga de 50 a 70 segundos, gerando 
aproximadamente 112 litros de espuma. 
- Vantagens e desvantagens 
 Seu funcionamento é bem mais prático do que o extintor de espuma química , não tendo 
que virá-lo para que o mesmo entre em ação facilitando inclusive o seu transporte. 
 Outra vantagem, comparando com o extintor de espuma química tradicional, é de poder 
interromper o jato após a extinção do fogo. 
 Este aparelho também não pode ser utilizado em incêndios da classe C (aparelhos 
elétricos energizados) por ser condutor de corrente elétrica. 
 Sua recarga deve observar recomendações do fabricante (NBR 12962) 
 A inspeção deve ser realizada a cada 12 meses (NBR 12962) 
 A vistoria deve ser realizada a cada 05 anos (NBR 13485) 
 
 
 
 
 
 
 
Extintor portátil espuma mecânica de 
pressão injetada 
Extintor portátil espuma mecânica pressurizado 
 
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- EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZADA 
 
 
- Princípios 
 O elemento extintor é a água que age através do resfriamento da área do material em 
combustão. O agente propulsor é um gás (CO2 , nitrogênio ou ar comprimido). Recomendado para 
incêndios da classe A. (NBR 11715) 
 
- Funcionamento 
 Dois tipos : pressurizado e com injeção de pressão. 
 1- Pressurizado 
 Dentro do recipiente do cilindro há água sob pressão de um gás propulsor, sendo o seu 
acionamento feito através de uma válvula dotada de manômetro que permite o controle de vazão, 
liberando o agente extintor. 
 2- Com injeção de pressão 
 Características idênticas ao extintor de espuma mecânica. 
 
- Manejo 
 Idêntico ao descrito no extintor de espuma mecânica, contudo não é recomendável para 
incêndios em líquidos inflamáveis, pois a água em forma de jato espalha o fogo. 
 
- Capacidade 
 Extintores portáteis - 10 litros 
 Carretas - de 75 a 150 litros. 
 
 O peso dos extintores portáteis é de aproximadamente 16 Kg (carregado) sendo que seu 
jato atinge uma distância de 8,50 a 11,00 metros, com tempo de descarga aproximadamente de 55 
segundos. As carretas atingem o seu jato a uma distância de 13 metros, com um tempo de duração de 
180 segundos aproximadamente. 
 
- Vantagens e desvantagens 
 Restrito à incêndios em combustíveis comuns (classe A), não devendo ser usados em 
equipamentos elétricos energizados, pois, como o extintor de espuma, é condutor de corrente elétrica. 
É ideal para serutilizado em escritórios, arquivos mortos, depósitos em geral, etc. 
 A ampola deve ser pesada a cada 04 meses, além de verificar o manômetro mensalmente 
e, ocorrendo a perda de pressão, providenciar sua reinjeção. 
 Sua recarga deve observar recomendações do fabricante (NBR 12962) 
 A inspeção deve ser realizada a cada 12 meses (NBR 12962) 
 A vistoria deve ser realizada a cada 05 anos. (NBR 13485) 
 
 
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Extintor portátil de água pressurizada 
 
 
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EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO BC 
 
- Princípio 
 O agente extintor pode ser bicarbonato de sódio ou bicarbonato de potássio 
propulsionados por gás CO2 ou nitrogênio. O agente extintor forma inicialmente sobre a chama, uma 
nuvem de pó que visa a exclusão do oxigênio. Posteriormente são acrescidos às nuvens o CO2 e o 
vapor da água devido a queima do pó (NBR 10721). 
 
 
- Funcionamento 
 Quanto ao funcionamento, podemos distinguir dois tipos: 
 O agente extintor (pó químico) encontra-se pressurizado através de um gás propulsor 
(nitrogênio). No topo do cilindro há uma válvula dotada com manômetro, através da qual é liberado o 
agente extintor. 
 
- Com injeção de pressão 
 
 Consta de dois cilindros, o agente propulsor CO2 é confinado no cilindro menor, onde há 
uma válvula que quando acionada eleva o agente extintor (cilindro maior) a uma pressão de trabalho. 
Pressionando a válvula na extremidade da mangueira há a liberação do agente extintor. 
 Os extintores portáteis pesam de 7 a 19 Kg (conforme sua capacidade), atingindo seu 
jato uma distância média de 5 a 7 metros, com tempo de duração de 10 a 24 segundos. 
 As carretas atingem de 8 a 11 metros com a duração de 30 a 150 segundos, conforme sua 
capacidade. 
 
- Manejo 
 - Quebrar o lacre soltar a trava do gatilho e apertar o mesmo se o extintor for do tipo 
pressurizado ou quebrar o lacre, abrir o registro da ampola e apertar o gatilho se o aparelho for de 
injeção de pressão. 
 -Testar o aparelho com um leve aperto no gatilho antes de se aproximar do fogo. 
 -Apertar o gatilho, efetuando movimentos rápidos no sentido horizontal sobre as chamas. 
 
- Capacidade 
 Tipo portátil – 01 (veículos) a 12 Kg 
 Tipo Carreta – 20, 30, 50, 70 e 100 Kg 
 
- Vantagens e desvantagens 
 O extintor de pó é mais eficiente que o de CO2, pois sofre menos influência das 
correntes de ar, permitindo que o operador permaneça mais longe da chama. 
 O pó não conduz eletricidade, entretanto não é recomendado o seu uso em ambientes 
onde haja circuitos com componentes eletrônicos, pois o mesmo é corrosivo. 
 Pode ser utilizado nas classes A, B e C, sendo mais eficaz em incêndios de líquidos 
inflamáveis. 
 Para os incêndios da classe D (metais pirofóricos), utiliza-se um pó químico seco 
especial à base de cloreto de sódio e grafite em pó. 
 OBS: é necessário pesar a ampola dos extintores com injeção de pressão a cada 04 
meses, verificar pressão do manômetro dos pressurizados mensalmente e verificar a condição do pó 
anualmente. Quando o peso da ampola estiver abaixo de 10% de seu peso total ou o manômetro 
indicar perda de pressão, o aparelho deverá ser recarregado. 
 
 
 
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- Manejo 
 - Levar o extintor ao local do fogo. Observar a direção do vento. 
 - Acionar a válvula do cilindro de gás. 
 - Empunhar a pistola difusora. 
 - Atacar o fogo, procurando cobrir toda a área atingida com a movimentação rápida da 
mão. 
 
 Sua recarga deve observar recomendações do fabricante (NBR 12962) 
 A inspeção deve ser realizada a cada 12 meses (NBR 12962) 
 A vistoria deve ser realizada a cada 05 anos. (NBR 13485) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Extintor portátil de pó BC 
 
 
 
 
 
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EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO (CO2) 
 
- Princípios 
 O gás carbônico é um produto não condutor de corrente elétrica que pesa sobre o fogo 
com a retirada do oxigênio , tendo também uma pequena ação de resfriamento (NBR 11716) 
 
- Funcionamento 
 O CO2 é encerrado no interior do cilindro de aço onde permanece liquefeito, submetido 
a uma pressão de 126 bar. Ao ser acionada a válvula, o CO2 liquefeito passa por um sifão situado na 
válvula e posteriormente pelo difusor passando ao estado gasoso. 
 A passagem do produto de alta para baixa pressão faz com que ocorra absorção do calor 
das paredes do condutor, vindo então a congelar o difusor, motivo pelo qual deve-se empunhar 
corretamente pela manopla a fim de evitar queimaduras pelo frio nas mãos. 
 
- Manejo 
 - Quebrar o lacre e puxar a trava do gatilho 
 - Soltar o difusor do suporte do mesmo segurando-o pelo cabo. 
 - Testar o aparelho com um leve toque no gatilho antes de aproximar-se do fogo 
 - Apertar o gatilho efetuando movimentos rápidos no sentido horizontal sobre as chamas. 
 
- Capacidade 
Encontramos este aparelho com as seguinte capacidades e características: 
 
Capacidade Kg Peso Total Gás Liberado 
(l) 
Dist.Med. Jato Duração do 
Jato Segundos 
 2 8 750 2,0 22 
 4 14,5 1.500 2,5 24 
 6 21,0 2.250 2,5 26 
- Vantagens e desvantagens 
 O CO2 não é corrosivo, não deixa resíduos e não perde suas características com o passar 
do tempo. Substitui a espuma (com limitações) em incêndios onde há dissolução de espuma 
(ACETONAS, ÉTERES, ÁLCOOL METÍLICO, BUTÍLICO E ETÍLICO). Graças a sua nuvem de 
descarga pode ser utilizado em escapamentos de gases. 
 
 Em contrapartida é um extintor muito pesado e devido ao pequeno alcance de seu jato, 
exige que o operador se aproxime em demasia das chamas. 
 
 Não deve ser usado sobre chamas em pó metálicos ou metais alcalinos (Classe D). 
 É muito eficiente em incêndios de classe C, pois o CO2 não é condutor de corrente 
elétrica. 
 Obs: Embora em fase de desativação, pelos risco de asfixia, o CO2 pode ainda ser 
encontrado em sistemas fixos conforme comentaremos adiante. 
 
- Manejo 
 - Levar o extintor ao local do fogo, e observar a direção do vento. 
 - Retirar o pino de segurança. 
 - Retirar o difusor. 
- Atacar o fogo, dirigindo o jato para a base do fogo, movimentando o difusor. 
 
 Sua recarga deve observar recomendações do fabricante (NBR 12962) 
 A inspeção deve ser realizada a cada 06 meses (NBR 12962) 
 
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 A vistoria deve ser realizada a cada 05 anos (NBR 13485) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Extintor portátil de CO2 
 
 
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Falando de agentes extintores, além dos que já conhecemos existem outros tipos. Vejamos: 
 
 
 
PÓ QUÍMICO ABC 
 
 A base de fosfato monoamônico e sulfato de amônia. Os aparelhos carregados com 
esse agente têm propriedade de cobrir um risco onde haja possibilidade de ocorrência de 
incêndio da classe A, B e C. São conhecidos também como do tipo universal ou de aplicação 
múltipla. São comumente encontrados com cargas de 1 Kg; 2,0 Kg; 2,3 Kg; 4,5 Kg; 5,0 Kg; 8,1 
Kg e 9,0 Kg. 
 Estes aparelhos não devem ser confundidos com os extintores usados para cobrir o 
risco de fogo da classe D.Extintor portátil de pó ABC 
 
 
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EXTINTOR DE COMPOSTO HALOGENADO 
 
Pertence à família dos agentes extintores limpos e são utilizados para classes de incêndio A, B e C. 
O gás halogênio sempre foi um agente de combate ao fogo muito eficaz e, portanto, é amplamente 
utilizado em aeronaves e operações militares. 
Embora de uma forma geral o halogênio tenha sido proibido em alguns países em razão dos danos à 
camada de ozônio, já existem compostos que não oferecem esse risco, como o FE-36. 
 
 
 
 
 
 
 
- PÓS SECOS (ESPECIAIS) - PARA PRINCÍPIO DE INCÊNDIO - CLASSE D 
 
Normalmente à base de Cloreto de Sódio, exceto para o Lítio que será a base de cobre. 
O princípio de incêndio é extinto através do isolamento entre o metal e a atmosfera e por 
resfriamento. 
O agente é depositado no metal em chamas através de um longo aplicador que promove um 
fluxo controlado e lento. 
 
Extintor portátil halogenado FE-36 
Extintor portátil Classe D 
 
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 Você teve uma sucinta noção sobre extintores de incêndio, agora deve se preocupar 
em estudar mais profundamente o assunto !!!! 
 
 
TABELA - AGENTES EXTINTORES POR CLASSE DE INCÊNDIO 
 
 
 
 
 
Fonte: Bucka Spiero (www.bucka.com.br) 
 
 
 
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Extintores sobre rodas: 
 
 
 
 
 
 
 
Extintor sobre rodas – Água Extintor sobre rodas – Espuma mecânica 
Extintor sobre rodas – Pó BC Extintor sobre rodas – CO2 
 
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SISTEMAS HIDRÁULICOS 
 
 Por sistema hidráulicos entendemos como sendo o conjunto de peças e acessórios 
hidráulicos utilizados nas operações de combate a incêndios. 
 
 Dividem-se: 
 
 A) INSTALAÇÕES SOB COMANDO (HIDRANTE) 
 
 Estas instalações dependem de operadores treinados e o conjunto de peças e acessórios 
utilizados nas operações deve ser composto dos seguintes materiais : 
 - Reservatório 
 São os recipientes apoiados no solo, elevados ou subterrâneos que contém certa 
quantidade de água inviolável, específica para o uso em incêndios, denominada Reserva Técnica de 
Incêndio. 
- Tubulação 
Canalização específica de distribuição de água aos hidrantes, dimensionadas 
hidraulicamente para suprir as vazões requeridas nos hidrantes. 
 - Hidrantes 
 São tomadas de água (válvulas de ângulo) colocadas na canalização exclusiva de 
incêndio, com uma ou mais saídas, destinadas ao abastecimento das mangueiras. São dimensionados 
conforme Instrução Técnica nº 22 do Corpo de Bombeiros da PMESP. 
 - Abrigos 
 São caixas metálicas, localizadas próximas aos hidrantes, destinadas a guardar 
mangueiras e acessórios. 
 - Mangueira 
 Condutor flexível destinado a transportar água de uma fonte abastecedora até o local do 
incêndio. São mais utilizadas as mangueiras com diâmetros de 11/2" (geralmente prédios residenciais 
e comerciais) e 2 1/2" ( geralmente indústrias e Corpos de Bombeiros). 
 Cuidados a serem tomados com este equipamento : 
 -Não deixar a mangueira permanentemente acoplada ao hidrante, pois toda a água que 
por qualquer motivo vier a vazar através do registro, manterá a mesma úmida, criando mofo e 
apodrecendo-a com muito mais facilidade. 
 -Usá-las a cada três meses, evitando com isto o endurecimento e possível ressecamento 
do forro de borracha. 
 -Submeter a teste de pressão anualmente, comprovando sua resistência. 
 -Não devem ser utilizadas para outros fins que não sejam treinamento e combate a 
incêndios, e por elementos que não sejam habilitados para tal , o que concorreria para estragá-la antes 
do tempo. 
 As mangueiras, após usadas, devem ser postas a enxugar em lugar seco, fora da 
incidência de raios solares e distendidas em plano inclinado ou dependuradas no sentido vertical por 
um período de oito dias. Após a secagem , recomenda-se a colocação de talco industrial no interior 
da mesma para evitar ressecamentos. 
 
 b) Esguichos 
 Peça metálica adaptada à extremidade da linha de mangueiras destinada a dar forma e 
controlar o jato de água. Podem ser de vários tipos : 
 -Agulheta - proporciona jato sólido 
 -Regulável - Proporciona jato sólido e neblina. 
 -Universal- Permite acoplar aplicador de neblina 
 -Lançadores - Proporciona jatos de espuma. 
 
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 -Proporcionadores- Permite a formação de espuma. 
 
 c) Juntas de união (conexões) 
 
 São peças metálicas destinadas a juntar as extremidades das mangueiras , esguichos e 
hidrantes. As freqüentemente utilizadas e padrão do Corpo de Bombeiros do estado de São Paulo são 
as do tipo "Storz" (engate rápido), embora ainda possamos encontrar uniões com rosca. 
 Além destes materiais básicos anteriormente citados, outros acessórios são encontrados 
para auxiliar o combate a incêndios, quando no emprego de hidrantes. 
 Descreveremos abaixo os mais utilizados : 
 -Requinte 
 Peça metálica removível colocada na parte anterior do esguicho agulheta , cujo diâmetro 
regula a formação do jato , alcance e também o maior volume de água dispendido. 
 -Derivante 
 Aparelho destinado a permitir desdobrar uma linha adutora de mangueiras em duas ou 
mais linha de ataque de menor diâmetro. 
 - Chave de mangueira 
 Destina-se a complementar o acoplamento e desacoplamento das juntas da união 
(conexões). 
 -Redução 
 Peça metálica de engate rápido utilizada para a transformação de uma linha de 
abastecimento em outra de menor diâmetro. 
 - Tampão 
 Peça metálica destinada a vedar as expedições desprovidas de registro que estejam em 
uso e a proteger as extremidades das juntas de união contra eventuais golpes que possam danificá-las, 
 
 
Moto - Bomba 
 
 As moto-bombas são constituídas de bomba hidráulica acoplada a um motor 
propulsionado por combustão interna ou energia elétrica. 
 São dos mais diversos modelos, capacidades de vazão, pressão e outros requisitos. 
 
 
 
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B) INSTALAÇÕES AUTOMÁTICAS (SPRINKLERS) 
 
 O sistema de extinção de incêndios por CHUVEIROS AUTOMÁTICOS , que consiste 
na distribuição de encanamentos, cujos diâmetros diminuem a proporção que se afastam do 
equipamento central . 
 Os chuveiros, sensíveis ao calor, à fumaça ou à gases resultantes de um princípio de 
combustão, são distribuídos pelas instalações e abrem automaticamente, permitindo a passagem do 
agente extintor, que pode ser água , gás carbônico ou halogenado. 
 Embora de alta eficiência, é um sistema com custo de instalação relativamente elevado, 
especialmente em relação à reserva de água requerida e complexidade para instalação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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VII - SINALIZAÇÃO 
 
 
 A sinalização contra incêndio e pânico tem a finalidade de reduzir o risco de 
incêndio e garantir ações adequadas frente à situação de risco. A sinalização básica é constituída 
por cinco categorias a saber: de proibição, de alerta, de comando, de orientação e 
salvamento, de equipamentos de combate e alarme. Consultar NR –26 , NBR 13434, NBR 
13435 e Instrução Técnica 20 do Corpo deBombeiros. 
 
 Extintores instalados na parede 
 Em ambientes que depósito, garagens ou haja movimentação de mercadorias, deverá 
ser deverá ser pintado no piso um quadrado de 0,70 x 0,70 m na cor vermelha e com borda de 
0,15 m na cor amarela, totalizando 1 m². 
 Acima do extintor deverá ser afixada uma sinalização de parede conforme a 
Instrução Técnica n.º 20, a uma altura mínima de 1,80 m do piso acabado. 
 Hidrantes 
 O sistema de sinalização para os hidrantes segue as mesmas normas. No caso de 
instalação em coluna deverá ser obedecido o padrão do Corpo de Bombeiros local, 
principalmente em áreas de depósitos. 
 A demarcação do piso em volta do hidrante deverá ser suficiente para a realização 
das operações de treinamento e combate a incêndios e limitar quaisquer armazenamentos ao seu 
redor. 
 Carretas (extintores sobre rodas) 
 A sinalização dos equipamentos extintores montados sobre carretas é o mesma 
aplicada para o caso de extintores instalados em paredes ou colunas. 
 Quanto à demarcação do piso, a carreta deve ficar no centro da área demarcada. 
 
 Extintores ou Hidrantes instalados em colunas 
 Neste caso a cor fundamental (vermelho) deverá ser pintada em volta de toda a 
coluna com a inicial do equipamento de combate gravado na cor branca em todas as faces. E – 
extintores , H – hidrantes. 
 
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 A faixa deverá estar pintada a uma altura superior a 2,5 metros de tal modo que seja 
visível de qualquer ponto das proximidades, considerando a altura de empilhamento dos 
produtos e mercadorias. 
 
SINALIZAÇÃO DE ORIENTAÇÃO E SALVAMENTO (ROTAS DE FUGA) 
 Visa indicar as rotas de saída e as ações necessárias para o seu acesso e uso. 
 A sinalização de saída de emergência apropriada deve assinalar todas as mudanças 
de direção, saídas, acessos, rampas e escadas, sendo instalada segundo sua função, a saber: 
 A sinalização de portas de saída de emergência deve ser localizada imediatamente 
acima das portas, no máximo a 0,10m da verga, ou diretamente na folha da porta, centralizada a 
uma altura de 1,80m medida do piso acabado à base da sinalização; 
 A sinalização de orientação das rotas de saída deve ser localizada de modo que a 
distância de percurso de qualquer ponto da rota de saída até a sinalização seja de, no máximo, 
15m. Adicionalmente, esta também deve ser instalada, de forma que na direção de saída de 
qualquer ponto seja possível visualizar o ponto seguinte, respeitado o limite máximo de 30,0m. 
A sinalização deve ser instalada de modo que a sua base esteja a 1,80m do piso acabado; 
 A sinalização de identificação dos pavimentos no interior da caixa de escada de 
emergência deve estar a uma altura de 1,80m medido do piso acabado à base da sinalização, 
instalada junto à parede, sobre o patamar de acesso de cada pavimento, de tal forma a ser 
visualizada em ambos os sentidos da escada (subida e descida). 
 A mensagem escrita “SAÍDA” deve estar sempre grafada no idioma português. 
 Caso exista a necessidade de utilização de outras línguas estrangeiras, devem ser 
aplicados textos adicionais. 
 Em escadas contínuas, além da identificação do pavimento de descarga no interior da 
caixa de escada de emergência, deve-se incluir uma sinalização de saída de emergência com seta 
indicativa da direção do fluxo através dos símbolos (Anexo B – código S3 ou S4 na parede 
frontal aos lances de escadas e S5 acima da porta de saída, de forma a evidenciar o piso de 
descarga). 
 A abertura das portas em escadas não deve obstruir a visualização de qualquer 
sinalização. 
 
VIDE ILUSTRAÇÕES E DEMAIS CATEGORIAS NA INSTRUÇÃO TÉCNICA n.º 20 DO 
CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DE SÃO PAULO. 
 
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VIII - ORIENTAÇÕES BÁSICAS PARA BRIGADA DE INCÊNDIO 
 
 
 
BRIGADAS DE INCÊNDIO 
 
 Nenhum sistema de combate a incêndios, por mais eficiente e sofisticado que seja, 
funcionaria corretamente sem a presença do homem treinado para operá-lo. 
 Para isso, cada Setor da Empresa deve possuir um grupo de pessoas que fazem parte da 
brigada de incêndio. 
 Brigada de Incêndio é um grupo de pessoas treinadas para a prevenção e combate a 
incêndios, com a função prioritária de eliminar princípios de incêndios e orientar outros 
colaboradores no sentido de prevenir situações que possam provocar incêndios ou explosões 
causando danos às pessoas ao meio ambiente e ao patrimônio. 
 Com a finalidade de orientar a atuação das Brigadas de Incêndio, elaboramos a seguinte 
relação de atividades : 
 
 
 1) Formação de Brigada 
 
O Decreto Estadual 56.819/11 (SP) prevê, dentre outras exigências, para alguns tipos de 
edificações e/ou áreas de risco, a Brigada de Incêndio, passando a ser requisito indispensável para 
obtenção do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). 
 De acordo ainda com a NR-23 (revisão de 06/05/2011) todos os empregadores devem adotar 
medidas de prevenção de incêndios em conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas 
aplicáveis e devem providenciar para todos os trabalhadores informações sobre procedimentos para 
evacuação dos locais de trabalho com segurança. 
 De acordo com a Norma do Seguro, CIRCULAR SUSEP 006 de 16/03/97 (item 1.2), “é 
exigida a organização e manutenção de um grupo de pessoas devidamente treinadas e 
habilitadas que comporão a brigada própria de incêndio da empresa , suficiente para manejar , 
em qualquer momento, o aparelhamento de proteção existente”(vide ainda item 5.3.5). O número 
mínimo de pessoas deverá ser de 10 (dez) membros por turno de trabalho. O total de membros ficará 
a critério da própria Empresa. 
 O grupo deverá ter um Chefe , ao qual caberá a responsabilidade de dirigir as atividades 
da Brigada, com ajuda e coordenação do supervisor de segurança da Empresa. 
 A formação dos brigadistas deverá obedecer aos critérios previstos na Instrução 
Técnica n.º 17 do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. 
 
 
 2) Ponto de reunião da Brigada 
 Deverá ser determinado um local para servir de ponto de reunião da Brigada. Essa 
dependência, localizar-se-á em ponto estratégico às demais edificações da Unidade. A área deverá 
ser suficiente para a guarda da viatura, dos equipamentos de extinção de incêndio, escadas de 
incêndio, roupas especiais, capacetes e outros. 
 
 3) Alarme 
 Deverá existir sistema de alarme específico ou aproveitar-se os recursos existentes como 
sirenes, apitos, etc; para que, através de sinais sonoros pré-determinados, possam ser convocados e 
reunidos rapidamente todos os membros da Brigada no respectivo ponto de reunião. 
 
 
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 4) Reuniões ordinárias 
 
 Brigada de Incêndio, sob coordenação do seu Chefe e Supervisor de Segurança da 
Unidade, reunir-se-á regularmente para discutir e realizar trabalhos inerentes à prevenção e combate 
a Incêndios, tais como; treinamentos, inspeções à áreas de risco, manutenção de extintores, etc. Essa 
reunião poderá ser realizada semanal, quinzenal ou mensalmente, de acordo com a necessidade e 
disponibilidade dos membros participantes. 
 O Chefe de Brigada, elaborará a lista de presença contendo o nome dos membros da 
Brigada, registrando sua presença naquela reunião. Os membros que estiverem na empresa no dia do 
treinamento e não comparecerem ao treinamento deverão ter sua falta justificada pelo seu respectivo 
chefe. 
 O não comparecimento nas reuniões e treinamentos por três vezes sem motivo 
justificado,determinará a eliminação do funcionário, da Brigada de Incêndio, e sua substituição 
imediata. 
 
 5) Formação de grupos 
 
 Grupo 1 : Evacuação 
 A equipe dirige-se ao ponto de reunião para inteirar-se da situação e, logo em seguida, 
encaminha-se ao Setor pré-determinado, onde coordenará a retirada dos funcionários, a qual deverá 
ser realizada com a maior calma possível e preferencialmente em fila indiana. 
 Após a evacuação dos funcionários e condução ao local preestabelecido, deverá conferir 
a presença de todos da forma mais eficiente possível . 
 
 Grupo 2 : Extinção 
 A equipe , sob o comando do líder da Brigada , usará dos meios disponíveis para 
extinguir o foco de incêndio ou pelo menos mantê-lo sob controle até a chegada do Corpo de 
Bombeiros. 
 Após a chegada dos bombeiros deverá apresentar-se ao Comandante da Guarnição e 
seguir suas orientações. 
 De forma alguma deverá adentrar a área incendiada sem treinamento e EPI 
adequados para tal. 
 
 Grupo 3: Apoio 
 O Grupo de Apoio será formado por membros responsáveis pela ligação da moto-
bomba, colocação de roupas especiais , máscaras , transporte de escadas , distribuição de 
equipamentos , etc. 
 Devem seguir estritamente as orientações do líder da Brigada ou Comandante da 
guarnição do Corpo de Bombeiros. 
 
 6) Equipamentos de proteção individual (EPI) indicados aos componentes da Brigada de 
Incêndio: 
 - Capacete (qualquer um homologado para brigadistas/bombeiros); 
 - Luvas (de raspa ou vaqueta); 
 - Capa (tecido resistente a chamas – “nomex”); 
 - Calça (tecido resistente a chamas – “nomex”); e 
 - Botas (de couro ou borracha com proteção em aço no solado e na biqueira). 
 
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RECOMENDAÇÕES PARA O CASO DE INCÊNDIOS 
 
 
Procedimentos em caso de princípio de incêndio: 
- Se for brigadista, efetuar o combate ao princípio de incêndio; 
- Se o fogo não for extinto, acionar o alarme de incêndio (normalmente próximo aos hidrantes); 
- Abandonar do local; 
- Acionar o Corpo de Bombeiros pelo TELEFONE 193. 
 
Recomendações: 
- Sempre manter a calma; 
- Toda área deve ser evacuada. Os curiosos e as pessoas de boa vontade muitas vezes atrapalham 
o serviço e correm riscos desnecessários; 
- Todos aparelhos e maquinários devem ser desligados da tomada de força; 
- Nunca utilizar o elevador; 
- Nunca retornar ou permitir que retornem para buscar objetos; 
- Sair de forma ágil, mas sem correr; 
- Seguir todas as orientações da Brigada de Incêndio; 
- Pessoas portadoras de necessidades especiais devem sempre ser auxiliadas por um funcionário 
ou brigadista. 
 
 
 
JAMAIS UTILIZAR OS ELEVADORES EM CASO DE 
INCÊNDIO ! 
 
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IX - TÁTICA DE COMBATE A INCÊNDIOS 
 
TÁTICA - CONCEITUAÇÃO E GENERALIDADES 
 
 
 O estudo da tática visa dar aos alunos quando investidos da ação de comando em 
incêndios, noções gerais que os tornem capazes de solucionar os problemas com que se defrontarão 
no local de ação. Os incêndios, principalmente de grande porte , são problemas complexos e sempre 
diferentes. Não é possível estudar todos os casos e propor-lhes solução definitiva , pois aparecerá 
sempre um novo problema que desafiará os Cmt da Emergência exigindo soluções rápidas e 
eficientes. Podemos, evidentemente analisar problemas semelhantes (incêndios em hotéis, escolas, 
GLP, etc) e propor normas gerais de ação. Mas antes disso , proporemos uma série de princípios 
básicos , adaptáveis às provas de diversas situações, segundo a habilidade de cada comandante. 
 O estudo tático repousa sobre o conhecimento profissional. O sucesso ou fracasso de um 
comandante depende de sua capacidade de avaliar a situação , pesar os vários fatores , aplicar os 
princípios táticos básicos , formular o plano de operações e zelar pelo seu cumprimento , rápido e 
eficiente. 
 “Uma batalha não dá oportunidade para estudos; cada qual faz o possível para aplicar 
o que já conhece e, portanto, é necessário possuir conhecimentos sólidos e que seja capaz de usá-
los com rapidez”. São palavras do Marechal Foch, aplicadas à guerra e uma verdade bastante real 
com relação aos incêndios. 
 A concepção moderna de combate a incêndio exige grande soma de conhecimentos 
profissionais e habilidades para aplicá-los. E não se pode esperar que esses conhecimentos e essa 
habilidade sejam adquiridas unicamente através da experiência. Ela é muito importante como 
complemento de estudos sistemáticos e apropriados. É fora de dúvidas que , após anos de experiência 
, um mandante hábil poderá desenvolver um sistema próprio de apreciar uma situação e empregar 
adequadamente os meios de que se dispõe em incêndio. Embora , nem sempre tenha consciência 
nítida desse fato. Mas este tipo de experiência poderá ser obtido através de acertos e erros que 
poderão custar muito caro. É portanto , uma maneira perigosa e cara de treinamento que deve ser 
substituído por estudo adequado de tática de combate ao fogo. 
 
 
OBJETIVO GERAL 
 
 Ressaltar a importância da função de comando, cujas decisões nas ocorrências de 
incêndios serão primordiais para o bom sucesso da operação. 
 
 
 
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COMBATE AO FOGO 
 
 
 INTRODUÇÃO 
 
 
 O combate ao fogo pode ser comparado a uma batalha militar na qual se enfrenta um 
inimigo: o fogo. 
 
 
 Existem três fases que devem ser consideradas: 
 
1-) A PREPARAÇÃO 
2-) A TÁTICA 
3-) A TÉCNICA 
 
 
1 - PREPARAÇÃO 
 
 Compreende segundo seu próprio nome a preparação de campo de batalha , onde se dará 
combate ao inimigo , evitando improvisos, para isto os meios de combate deverão estar em condições 
de um uso imediato. 
 A preparação deve ser sempre melhorada, por este motivo quando se participa de um 
incêndio, este deve ser analisado para se tirar o máximo proveito dos ensinamentos que possa 
oferecer , corrigindo os erros que possam ter acontecido. 
 
2 - TÁTICA DE COMBATE À INCÊNDIO 
 
 Compreende o estudo do emprego adequado, no momento do fogo, de todos os meios 
providenciados na preparação, conjugando-o de modo a obter o máximo de eficiência, e no mais 
curto tempo possível. 
 Começa com a preparação dos homens no que se refere à sua instrução individual e 
coletiva, no uso correto do material de combate a incêndio. 
 Devemos, em qualquer luta, nos estabelecer em terreno seguro e com meios suficientes 
para atacarmos o inimigo em seus pontos fracos . 
 Para se ter êxito num combate devemos conhecer as armas inimigas, os fatos que 
contribuem para o desenvolvimento do fogo, e contra esses fatos, nossas ações devem contrapor: 
a - o tempo decorrido entre o início do fogo e o começo do combate 
b - propagação do fogo durante aquele período ou fenômenos que possam ocorrer, tais como “flash 
over“ e “backdraft”. 
c - velocidade de combustão e poder calorífico do material combustível 
 
 Esses dados serão estudados na análise da situação 
 
3 - TÉCNICA DE COMBATE À INCÊNDIO 
 
 Compreende a maneira como são usados acertadamente todos os meios disponíveis. 
Envolve o conhecimento adquirido nos estudos, treinamentos e simulações. 
 A tática de incêndio só será empregada com êxito no combate ao fogo quando os 
bombeiros que a empregarem conhecerem suficientemente a técnica de extinção de incêndio, os 
 
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riscos e fenômenos no local de incêndio, o emprego do agente extintoradequado e o 
conhecimento do emprego técnico de todo o material de bombeiro para utilizá-lo corretamente. 
 
4 - CONCLUSÃO 
 
 A prevenção é levada a efeito antes do fogo se manifestar. Compreende os meios e 
disposições preventivas contra os incêndios, compreendendo a Prevenção Contra Incêndio. 
 A técnica compreende as habilidades, bem como o conhecimento do comportamento do 
fogo e das formas de detê-lo. 
 A tática compreende o estudo do emprego adequado no momento do fogo de todos os 
meios providenciados na preparação, conjugando-os de modo a se obter o máximo de eficiência e seu 
emprego no mais curto tempo possível. 
 
 
VI - REFERÊNCIAS 
 
- Cel Orlando Secco. Manual de Prevenção e Combate de Incêndio (pg. 214 a 218) 
 
 
FASES TÁTICAS 
 
 
 1 - ANÁLISE DA SITUAÇÃO 
 
 A análise da situação deve ser feita continuamente desde o contato inicial até o rescaldo. 
 Poderíamos, sempre de um ponto de vista didático, dividir a análise em partes, uma 
primeira, rápida, que determina o início das operações, outra, que se desenvolve em cada uma das 
fases que definimos. Além disso, existe uma análise global permanente, que modifica a medida que o 
combate se desenvolve, pelos fatores que seguem ou desaparecem. 
 A responsabilidade da análise repousa sobre o primeiro elemento em função de 
comando, em local de ocorrência, até que seja substituído nessa função. O responsável deve, ao 
chegar ao local de incêndio: 
 
 
1- COMPREENDER E ANALISAR RAPIDAMENTE A SITUAÇÃO; 
2- CONSIDERAR OS DADOS QUE ELA APRESENTA; 
3- ANALISAR OS MEIOS DISPONÍVEIS; 
4- DECIDIR QUAIS AS AÇÕES QUE DEVEM SER POSTAS EM PRÁTICA; 
5- FORMULAR UM PLANO DE OPERAÇÕES E COLOCÁ-LO EM PRÁTICA; 
6- ZELAR PARA QUE SEJA PERFEITAMENTE EXECUTADO (FISCALIZAÇÃO). 
 
 Tudo isto deve ser feito do modo mais rápido possível. Geralmente, o primeiro contato 
com um incêndio desenrola-se de modo confuso e exerce grande pressão sobre o Ch da Operação, 
deixando-o nervoso e tenso, pois é o peso da responsabilidade. Devemos lembrar-nos que o que for 
feito nessa fase determinará o sucesso ou fracasso da operação. 
 
 A sequência acima estabelecida, constitui o que chamamos de análise da situação. Deve 
ser automatizada ao máximo , de maneira a possibilitar ao Cmt sobrepor-se ao nervosismo natural 
naquelas situações. Devem ser feitos treinamentos frequentes , para solução de problemas táticos, 
aplicando-se o sistema aqui proposto até se obter esse automatismo , de maneira a que a análise seja 
uma sequência lógica e não se omitam fatores essenciais. 
 
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a) DESDOBRAMENTO DA ANÁLISE DA SITUAÇÃO 
 
 Faremos a seguir, um desdobramento da análise da situação, discorrendo sobre cada um 
de seus pontos: 
 
 
- Dados 
- Riscos 
- Meios 
- Decisão 
- Plano de Operações 
 
- Dados - 
 
 O comandante deverá verificar quais os dados essenciais da situação e dispô-los em sua 
mente de maneira ordenada. 
 
 
1-) Localização no tempo (dia, mês e hora, dia da semana, etc ...); 
 De maneira geral estes dados já fazem parte, automaticamente, do raciocínio do Cmt. 
 
2-) Localização da emergência; 
 Localização do prédio ou prédios envolvidos 
 
3-) Sua posição em relação aos prédios vizinhos, espaços livres e arredores em geral; 
 
4-) Aspecto físico geral da zona onde não se desenvolveu as operações, principalmente com relação 
às condições que possam interferir como fios elétricos, tubulações de gás , etc... 
 
5-) Natureza da emergência: incêndio, explosão, fumaça , escapamento de gases, etc... 
 
6-) Perigo de vida: verificar qual a ocupação do prédio, n.º de pessoas envolvidas, se existe perigo 
imediato para sua segurança; 
 
7-) Perigo de propagação do fogo: verificar se há perigo imediato de propagação do fogo e quando 
este causa prejuízos às estruturas vizinhas; 
 
8-) Prédio(s) envolvido: ocupação - conteúdo - carga incêndio - tipo de construção - área aberta para 
outras propriedades - escadas externas - aberturas verticais - sistema de ar condicionado - sistema de 
instalação hidráulica predial com incêndio (automáticos ou não); 
 
9-) O incêndio em si : natureza - volume - fumaça andares envolvidos - envolvimento externo - 
combustível - extensão - volume e envolvimento - ; áreas de maior envolvimento - fase de 
desenvolvimento - localização de dispositivos que dificultem a propagação do fogo; e 
 
10-) condições atmosféricas: vento (sua direção e intensidade), temperatura e umidade relativa do ar. 
 
 
 
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 - Riscos - 
 
 Em seguida à coleta dos dados que apresentem interesses dispostos já em ordenamento 
lógico, devemos passar à análise dos riscos e perigos apresentados pela emergência ou dela 
decorrente. 
 Esses riscos, em ordem de importância e na sequência que o raciocínio deve obedecer 
são: 
 
1-) de acidentes/morte 
 - aos ocupantes do prédio envolvido 
 - aos ocupantes dos prédios vizinhos 
 - aos espectadores 
 - aos bombeiros ou brigadistas 
 
2-) de propagação do fogo 
 - aos prédios ou materiais vizinhos 
 - às partes não atingidas do prédio 
 
3-) de explosões 
 - da fumaça ou gases em suspensão 
 - de pós ou do conteúdo do prédio 
 
4-) de colapso de partes componentes do prédio 
 - telhados 
 - pisos 
 - paredes 
 
5-) de modificação das condições atmosféricas 
 - vento (direção e velocidade) 
 - chuva 
 
6-) de danos evitáveis causados pela água, fogo, fumaça, etc. 
 - ao prédio envolvido e seu conteúdo 
 - aos prédios vizinhos e seus conteúdos 
 
 
 - Meios - 
 
 O trabalho mental do Cmt da operação agora é o de verificar os meios de que dispõe e 
confrontá-los com a situação que se desenha através dos dados e riscos levantados. 
 
1-) pessoal, viaturas e equipamentos (esguichos, mangueiras, agentes extintores especiais); 
 
2-) suprimento de água (nos reservatórios, nas válvulas próximas, caixas d’água dos prédios ou 
indústrias, hidrante público nas proximidades, etc); 
 
3-) reforço - confrontados os meios com os dados e riscos, determinar quais os esforços necessários. 
É necessário conhecê-los perfeitamente, de maneira a solicitá-los com objetividade e clareza; 
 
 
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4-) medidas de proteção existentes na estrutura incendiada: 
 - sprinklers, paredes e portas corta-fogo, hidrantes, mangueiras, etc. 
 - considerar sua importância para o plano de operações assegurando seu funcionamento nas 
melhores condições possíveis; 
 
5-) operações automáticas ou de rotina 
 Certas operações podem ser automáticas em locais de incêndio. Tais operações devem ser 
consideradas de maneira a integrar perfeitamente o plano de operações. 
 
 
 - Decisão - 
 
 Terminada a coleta dos dados importantes da situação, dispostos esses dados, 
mentalmente, em uma ordem lógica e examinados os riscos ou perigos que a situação oferece e os 
meios de que dispõe para controlá-la, deve o Chefe das Operações chegar a uma conclusão sobre os 
objetivos a serem atingidos e quais as ações que deve por em prática para atingir esses objetivos. 
 Até este ponto ele havia estudado apenas os vários fatores da situação, agora ele vai 
tomar a decisão baseada no exame desses fatores. É portanto, a fase da análise da situação e constitui 
a sua própria finalidade. 
 Somente depois de analisados fatores da situação, no próprio local, é que ela se define 
completamente. 
 O princípio básico que deve presidir sua decisão é que sua missão principal é impedir 
maiores prejuízos à vida e à propriedade do que os que já foramcausados. 
 Às vezes, a situação exige que o comandante empenhe em determinadas ações 
(salvamento ou outras extremamente urgentes) uma parte de seus meios sem ter tido tempo de 
completar sua análise da situação. Isso, no entanto, só deve ser feito quando absolutamente 
necessário. 
 O emprego dos meios a esmo, sem a complementação da ideia de manobra, e do plano 
de operações, redunda em desperdício de tempo e esforço, tornando às vezes, impossível remediar 
uma disposição errada. Isto não significa que se deva imobilizar completamente os meios, 
aguardando a complementação da análise da situação. Durante o procedimento desta, o comandante 
das operações, vai expedindo ordens e instruções às unidades sob seu comando a fim de colocá-las 
em condições e em posição para executar sua decisão inicial. 
 Há uma ideia de manobra inicial, complementada por outras decisões suplementares, 
para fazer face às modificações apresentadas pela situação. A análise da situação num incêndio, não 
sofre solução de continuidade. 
 
 
 - Plano de Operações - 
 
 É a concretização da ideia de manobra. Concebida esta, o chefe arma um diagrama 
mental mostrando como pretende empregar seu pessoal, viaturas, equipamentos e agentes extintores 
para executar a decisão e alcançar seus objetivos. 
 O plano de operações deve ser, antes de tudo, simples. Deve ser também flexível, de 
modo a poder comportar modificações e acertos, para levar a efeito as decisões suplementares. 
 É inteiramente mental a sua execução e é feita por meio de ordens e instruções verbais e 
supervisionada pelo próprio chefe. Uma decisão indispensável é o emprego dos meios sem fracionar 
a sua unidade tática, o grupo de brigadistas . O bombeiro ou brigadista executa um serviço de equipe 
e nunca individual. 
 Quando possível, os Ch das equipes devem ser esclarecidos quanto a situação. Idéia de 
manobra e plano de operações. 
 
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 Isto os torna capazes de formular um melhor juízo da missão que lhes cabe e 
proporcionar uma cooperação mais inteligente na execução de suas ordens e instruções. Aos Cmt de 
unidades devem ser atribuídas missões bem definidas, de acordo com o plano de operações. Cada 
qual deve saber onde sua unidade deve ser empregada e os objetivos a alcançar. 
 Nos incêndios pequenos o problema da supervisão não apresenta dificuldade alguma e o 
chefe pode facilmente dominar todo o conjunto. Nos grandes, já é um problema de comunicação e o 
chefe tem de estabelecer um POSTO DE COMANDO, na melhor situação possível para a 
supervisão e exercer esta supervisão por meio de um estafeta e homens especialmente treinados para 
este fim. 
 A coordenação do combate à incêndio deverá ficar à cargo do Oficial do Corpo de 
Bombeiros profissional, no entanto, o ENGENHEIRO DE SEGURANÇA, nos locais onde houver e 
como coordenador da Brigada de Incêndio, provavelmente um dos primeiros no local, deverá ter 
conhecimento dos procedimentos básicos e ordenados a serem executados a fim de evitar a 
propagação do fogo, facilitando desta forma a sua extinção. Para isso descreveremos a seguir uma 
sequência de ações a serem desencadeadas após a Análise de Situação. 
 Para melhor memorização das fases táticas de combate à incêndio fora proposto por um 
bombeiro inglês, Lloyd Leyman, por volta de 1953, uma palavra que possuísse as iniciais das 
referidas fases a fim de facilitar as ações, trata-se da palavra (em português): 
 
 
S I C E R 
 
 
 Analisando a referida palavra chegaremos às seguintes fases, as quais devem ser 
seguidas respectivamente nesta ordem: 
 
 
 
S = Salvamento 
 
 É a primeira fase a ser executada, visto que a vida é o maior bem a ser preservado. 
 Todas as pessoas que não participam do combate direto ao fogo deverão ser retiradas das 
proximidades da área incendiada. 
 Essas operações são perigosas e delicadas, tendo prioridade absoluta sobre qualquer 
outra. Muitas vezes há necessidade de se armar linhas de mangueiras, não para combate ao fogo, 
porém para proteger o bombeiro que vai penetrar no local sinistrado e efetuar o salvamento. 
 Logo após a chegada da equipe de socorro ao local do incêndio, o chefe das operações, 
simultaneamente à ação de conhecimento já analisa a situação tendo em vista a possibilidade de 
manter operações de salvamento, essa análise inicial deve responder às seguintes questões: 
a- o incêndio ou emergência é de natureza tal que possa colocar em perigo a vida dos ocupantes do 
prédio ou de outras pessoas ? 
b- há pessoas no interior do prédio ? 
c- as condições existentes exigem a remoção imediata das pessoas que se encontram no interior do 
prédio? 
d- quantas pessoas devem ser removidas ? 
e- há meios suficientes em pessoal e material para a execução da missão ? 
 Os problemas de salvamento são extremamente variados. Apenas um pequeno número 
de princípios gerais pode ser dado para orientar um chefe de equipe na solução de um problema mais 
sério de salvamento. 
 
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 Este tipo de trabalho exige homens excepcionalmente ágeis, fortes, ativos e, do chefe, 
um grande espírito de iniciativa. 
 Às vezes, é necessário montar operações de ventilação, extinção ou isolamento, para 
efetuar salvamentos. É sempre preferível contar, para as operações de salvamento, com pessoal e 
equipamento especializado. Isso se aplica também aos integrantes da segurança interna da empresa, 
que em determinados casos de grandes sinistros têm de cooperar com a equipe de bombeiros. 
 Um conhecimento prévio dos prédios auxilia muito a montagem das operações de 
salvamento. Para esse fim devem os bombeiros efetuar frequentes visitas aos estabelecimentos 
situados dentro de suas áreas de atuação, anotando os dados essenciais relativos aos prédios. 
 A idade, o sexo, a condição física e outros fatores dos ocupantes do prédio influem 
consideravelmente nas operações de salvamento. 
 Deve-se evitar que as pessoas salvas retornem ao prédio sob qualquer pretexto, assim 
como impedir que elementos não treinados penetrem no prédio a fim de auxiliar no salvamento, 
expondo-se a situações perigosas para as quais não estão preparados. 
 
I = Isolamento 
 
 O Isolamento tem por finalidade impedir que o incêndio propague de uma edificação 
para outra. Neste caso devemos atentar para as aberturas existentes entre a edificação incendiada e a 
edificação não atingida visto que as mesmas facilitam a propagação tornando-se necessário resfriar 
através de linhas de mangueira. O mesmo procedimento serve para tanques com combustível em 
chamas, onde devemos resfriar de imediato os tanques vizinhos. 
 Um fogo no interior de um prédio que ainda não abriu caminho para a atmosfera externa 
pode apresentar também um perigo de propagação aos prédios vizinhos. 
 No combate ao fogo, é da maior importância que uma ação rápida e inteligente seja 
levada a efeito, para prevenir a ignição de prédios expostos, cômodos ou materiais. 
 Imediatamente após o salvamento de vida humanas, a missão mais importante da equipe 
de combate ao incêndio é assegurar a não propagação aos prédios ou materiais expostos. 
 Quando houver perigo de vida para os ocupantes dos prédios expostos, a evacuação 
deverá ser conduzida sob supervisão da segurança interna. 
 Há vários tipos de proteção permanente para prédios expostos e podem ser resumidos do 
seguinte modo : 
a- distância do combustível exposto ao fogo (afastamentos) - quando é suficiente, a distância 
proporciona a mais efetiva proteção contra a propagação do fogo, cada situação apresenta suas 
próprias modalidades e, unicamente, por uma observação atenta no incêndio, pode a distância 
conveniente ser estabelecida; 
 
b-paredes corta-fogo sem aberturas - fornecem um tipo muito eficiente de proteção permanente, mas 
a sua eficiência pode ser reduzida ou destruída por: 
 - uma parede vizinha caindo sobre o telhado; 
 - estragos causados à parede por uma explosão; 
 - calor ou chamas passando por sobre parapeitos e incendiando telhados combustíveis, 
alpendre ou outra superestrutura; 
 - calor ou chamas estendem-se ao redor da parede corta-fogo e entrando no prédio por 
coberturas não protegidas; 
 - fagulhas ou partículas em ignição incendiando telhados combustíveis; 
 - fagulhas entrando nos prédios pelas aberturas; 
 - aberturas não autorizadas praticadas na parede; 
 
 
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c- paredes resistentes ao fogo sem abertura ou com aberturas protegidas - a eficiência das paredes 
resistentes ao fogo pode ser reduzida ou anulada por qualquer das causas acima enunciadas e ainda 
pelas seguintes: 
 - condução do calor através da parede para combustíveis dentro de prédios expostos; 
 - falhas nas portas corta-fogo ou outros dispositivos protetores em prevenir a extensão do 
fogo ao interior dos prédios expostos; 
 - falhas na parede devido a deficiência na estrutura 
 
d- sistemas de chuveiros automáticos (sprinklers) - falhas na manutenção do necessário suprimento 
de água e de pressão poderá anular a eficiência deste tipo de proteção. A eficiência de um sistema 
automático de sprinklers interno pode ser reduzida ou destruída pelos seguintes motivos: 
 - paredes laterais caindo sobre o telhado; 
 - ignição de telhado combustível; 
 - danos causados por uma explosão; 
 - quaisquer condições que possam causar ruptura do encanamento ou um número 
excessivo de bicos abertos, maior do que o abastecimento de água pode suportar; 
 - utilização da fonte abastecedora dos sprinklers pelos bombeiros (a menor que um 
suprimento adequado bombeado para o sistema sprinklers); 
 - conteúdo demasiado perigoso para o sistema de sprinklers comuns; 
 - telhados combustíveis - os vários tipos de proteção permanente já descritos podem 
tornar-se de valor limitado se os telhados dos prédios expostos são suscetíveis de destruição pelo 
fogo. 
 
 O fogo se propaga transmitindo o calor excessivo aos combustíveis expostos. O calor 
excessivo deve ser adequado em volume e intensidade para aumentar o conteúdo de calor contido 
nos combustíveis expostos a um grau suficiente para dar-se a auto combustão. Todos os combustíveis 
ordinários necessitam calor acima de 150ºC antes de entrarem em ignição. Isto é um conceito muito 
conservador à vista do fato de que muitos combustíveis ordinários exigem um grau de calor variando 
de 260º a 538ºC antes de que a sua auto combustão possa ocorrer. O calor acima de 150ºC é 
considerado como calor excessivo. 
 A água é a resposta da natureza para o problema da transferência do calor dos 
combustíveis envolvidos ou expostos. 
 A água exerce a sua máxima ação resfriadora (absorção do calor) no processo de 
vaporização. Portanto, para obter o máximo de ação controladora e extintora de um dado volume de 
água, ela deve ser aplicada sob uma forma e em quantidade tal que permita que uma alta 
porcentagem do volume total seja convertida em vapor. A água se vaporiza a 100ºC (nível do mar). 
Muitos combustíveis sólidos expostos não entram em ignição até que o calor exceda de muito o 
ponto de ebulição da água. Um jato de água numa parede ou num telhado determina se os materiais 
expostos contém calor excessivo. Isto se dá quando há a formação de uma nuvem de vapor 
condensado. O volume de vapor condensado vindo da zona de combustão dos materiais expostos é 
uma indicação positiva de que o volume de calor está sendo transferido dos materiais expostos ou 
envolvidos. Os chefes de equipe devem ressaltar a importância e necessidade da obtenção de uma 
alta porcentagem de vaporização no combate ao fogo. O pessoal deve ser treinado para reconhecer o 
vapor condensado e avaliar a informação que ele fornece no incêndio. 
 É impossível obter uma alta porcentagem de vaporização com o uso de jatos compactos. 
Uma alta porcentagem de vaporização depende de adequada superfície de exposição da água que está 
sendo aplicada e o único meio de se obter uma superfície adequada é projetar água sob a forma de 
partículas finamente divididas. O emprego tático apropriado de jato em forma de neblina de grande 
capacidade oferece a mais prática solução ao problema de controle de incêndio de maiores 
proporções. 
 
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 Alguns fatos essenciais que o chefe da equipe deve observar e avaliar ao fazer a 
estimativa de uma situação de exposição ao fogo , são os seguintes: 
 - natureza, volume e acondicionamento do combustível envolvido e não consumido; 
 - volume, altura e intensidade das chamas externas (a produção da chama governa a 
quantidade de calor gerado); 
 - intensidade do calor irradiado; 
 - caso o fogo tenha se estendido às exposições, a extensão do desenvolvimento deve ser 
determinada; 
 - proximidade das exposições; 
 - natureza, volume e acondicionamento do combustível exposto; 
 - suscetibilidade dos materiais expostos à ignição ou danos por calor excessivo; 
 - a mais perigosa direção da extensão provável considerando valores e outros fatores; 
 - condições de tempo, especialmente direção e velocidade de vento. 
 
 
C = Confinamento 
 
 O confinamento visa impedir que o fogo se propague dentro de uma edificação , fazendo 
com que o mesmo fique confinado em sua origem até que possa ser extinto. Trata-se de uma fase 
muito importante e que pode determinar o sucesso das operações. No caso de depósitos, armazéns ou 
vastas áreas construídas a não observância desta fase pode resultar na destruição total. 
 São operações idênticas ao isolamento, porém com a finalidade de restringir o fogo a um 
recinto no interior do prédio conflagrado; inclui as operações que são necessárias para prevenir a 
extensão de um fogo às seções ainda não envolvidas. 
 Um fogo com início num porão ou andares inferiores é mais difícil de confinar que os 
que têm início em andares superiores ou sótão. A propagação do fogo de cima para baixo é mais 
lenta e difícil que a horizontal e, principalmente, que a de baixo para cima. O fogo pode propagar-se 
dos seguintes modos : 
a - por explosão ou combustão rápida de fumaça, gases inflamáveis ou outros materiais 
altamente combustíveis; 
b - por intermédio de aberturas não protegidas, favorecendo o contato direto das chamas 
ou circulação de fumaça e gases aquecidos; 
c - por condução de excesso de calor através de vigamentos metálicos não protegidos, 
encanamentos ou condutores de ar ligados da área envolvida aos outros cômodos do 
prédio; 
d - por intermédio de espaços fechados em que o fogo conseguir penetrar, como o espaço 
entre o telhado e o forro, entre o assoalho e o chão, etc; 
e - por ignição de combustíveis demasiadamente juntos de paredes de aberturas 
protegidas; 
f - pela queda de paredes; 
g - pela queima de portas e paredes internas; 
h - pela queda de pisos e tetos; e 
i - por convecção (gases superaquecidos). 
 
 Um sistema de ar condicionado ou qualquer sistema de ventilação forçada ou 
aquecimento pode contribuir para a extensão do fogo. A operação desse sistema deve ser 
imediatamente suspensa, logo após a descoberta do fogo ou fumaça dentro de um prédio. Os sistemas 
modernos são usualmente, equipados com dispositivos automáticos que interrompem o 
funcionamento quando a atmosfera circulante fica contaminada com fumaça ou apresenta calor 
excessivo. 
 
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