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GESTAO AMBIENTAL COMO RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS ORGANIZACOES

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UNISALESIANO 
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium 
Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Gestão Empresarial com 
Ênfase em Marketing e Recursos Humanos 
 
 
 
 
 
Érica Cristiane dos Santos Campaner 
Gladiz Mery de Souza Araújo 
Renata Costa Pinheiro 
 
 
 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL COMO 
RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS 
ORGANIZAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
LINS – SP 
2009 
 
2 
ÉRICA CRISTIANE DOS SANTOS CAMPANER 
GLADIZ MERY DE SOUZA ARAÚJO 
RENATA COSTA PINHEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL COMO RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS 
ORGANIZAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Banca 
Examinadora do Centro Universitário 
Católico Salesiano Auxilium, como 
requisito parcial para obtenção do título de 
Especialista em Gestão Empresarial com 
Ênfase em Marketing e Recursos 
Humanos sob a orientação das 
Professoras M. Sc. Máris de Cássia 
Ribeiro Vendrame e M. Sc. Heloisa 
Helena Rovery da Silva. 
 
 
 
 
 
 
LINS – SP 
2009 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campaner, Érica Cristiane dos Santos; Araújo, Gladiz Mery de 
Souza; Pinheiro, Renata Costa. 
Gestão Ambiental como Responsabilidade Social das 
Organizações / Érica Cristiane dos Santos Campaner; Gladiz Mery 
de Souza Araújo; Renata Costa Pinheiro. – – Lins, 2009. 
70p. il. 31cm. 
 
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico 
Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins, SP para Pós-Graduação 
“Lato Sensu” em Gestão Empresarial com Ênfase em marketing e 
Recursos Humanos, 2009 
Orientadores: Máris de Cássia Ribeiro Vendrame; Heloisa 
Helena Rovery da Silva 
 
1. Gestão Ambiental. 2. Responsabilidade Social. I Título. 
 
CDU 796 
 
P49g 
 
4 
ÉRICA CRISTIANE DOS SANTOS CAMPANER 
GLADIZ MERY DE SOUZA ARAÚJO 
RENATA COSTA PINHEIRO 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL COMO RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS 
ORGANIZAÇÕES 
 
 
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, 
como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Gestão 
Empresarial com Ênfase em Marketing e Recursos Humanos. 
 
 
Aprovada em: ____/_____/____ 
 
 
Banca Examinadora: 
 
Profª M.Sc. Máris de Cássia Ribeiro Vendrame 
Mestre em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba – 
UNIMEP 
 
 
 
Profª M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva 
Mestre em Administração pela CNEC/FACECA – MG 
 
 
 
 
LINS – SP 
2009 
 
5 
 
Dedicamos: 
 
AOS NOSSOS AMADOS PAISAOS NOSSOS AMADOS PAISAOS NOSSOS AMADOS PAISAOS NOSSOS AMADOS PAIS 
Dedicamos e agradecemos por serem nosso porto seguro, onde sempre encontramos amor, carinho, 
dedicação, respeito, apoio, paciência e compreensão. Vocês são a raiz de nossas existências e o 
alicerce de nossas vidas. Somos eternamente gratas pelo amor incondicional. 
 
AOS FAMILIARESAOS FAMILIARESAOS FAMILIARESAOS FAMILIARES 
Por todo amor, apoio, paciência e compreensão que tiveram quando, muitas vezes, tivemos que 
abdicar de nosso tempo para desenvolver este trabalho. Somos eternamente gratas. 
 
ÉRICA, GLADÉRICA, GLADÉRICA, GLADÉRICA, GLADIZ E RENATAIZ E RENATAIZ E RENATAIZ E RENATA 
 
 
“À“À“À“ÀS MINHAS COMPANHEIRAS E AMIGAS... GLADIZ e RENATA”S MINHAS COMPANHEIRAS E AMIGAS... GLADIZ e RENATA”S MINHAS COMPANHEIRAS E AMIGAS... GLADIZ e RENATA”S MINHAS COMPANHEIRAS E AMIGAS... GLADIZ e RENATA” 
“À vocês que neste momento de alegria, no qual celebramos o final de mais uma longa etapa, além de 
estarem comigo nos dias mais anônimos, nas horas mais simples, e ainda contribuíram para a 
realização deste trabalho, expresso minha sincera gratidão e reconhecimento pela atenção a mim 
dedicada nestes anos de simples convivência e pela nossa amizade. Adoro vocês!” 
Com carinho, ÉRICAÉRICAÉRICAÉRICA 
 
 
""""ÀÀÀÀS MINHAS QUERIDAS AMIGAS ÉRICA eS MINHAS QUERIDAS AMIGAS ÉRICA eS MINHAS QUERIDAS AMIGAS ÉRICA eS MINHAS QUERIDAS AMIGAS ÉRICA e GLADIZ" GLADIZ" GLADIZ" GLADIZ" 
““““Conhecê-las foi uma honra ‘tempos da faculdade’, e desenvolver esse trabalho com vocês um grande 
presente que Deus me deu. Palavras não são suficientes para dizer o quanto sou grata, não só pela 
missão cumprida mas por fazerem parte da minha história, da minha vida. Vocês serão eternas em 
meu coração.” 
Carinhosamente da amiga RENATARENATARENATARENATA 
 
 
AMIGAS ÉRICA E RENATA...AMIGAS ÉRICA E RENATA...AMIGAS ÉRICA E RENATA...AMIGAS ÉRICA E RENATA... 
 
Dedico à vocês que sempre estiveram ao meu lado, me acolhendo e dando total apoio, amigos são 
uma dádiva de Deus, uma amizade fraterna e eterna, mesmo que as nossas vidas tomem caminhos 
diferentes nunca vou me esquecer de vocês, um forte abraço e um grande beijo, com carinho... 
 GLADIZGLADIZGLADIZGLADIZ 
 
 
 
Agradecemos: 
 
A A A A DEUSDEUSDEUSDEUS 
Por transformar mais essa conquista em realidade, ensinando-nos a olhar as dificuldades 
e os obstáculos como degraus para vencer. 
O SENHOR é a luz e a força que ilumina e impulsiona a todas nós, dando nos a 
inspiração e a determinação na realização do nosso trabalho. 
 ...”Ele é o m ...”Ele é o m ...”Ele é o m ...”Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei.” (Sl 91, 2)eu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei.” (Sl 91, 2)eu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei.” (Sl 91, 2)eu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei.” (Sl 91, 2) 
 
 
ÀS MESTRESÀS MESTRESÀS MESTRESÀS MESTRES:::: PROFª MÁRIS DE CÁSSIA e PROFª HELOISA HELENA PROFª MÁRIS DE CÁSSIA e PROFª HELOISA HELENA PROFª MÁRIS DE CÁSSIA e PROFª HELOISA HELENA PROFª MÁRIS DE CÁSSIA e PROFª HELOISA HELENA 
Às nossas orientadoras, que no período de desenvolvimento da nossa monografia, nos 
proporcionaram conhecimentos acadêmicos com determinação, incentivo e apoio. 
Dedicação, comprometimento, responsabilidade, perseverança são características 
encontradas em profissionais como vocês. Agradecemos pelo tempo dedicado, vocês 
fazem parte desta conquista. 
 
 
AO UNISALESIANO e INBRAPEAO UNISALESIANO e INBRAPEAO UNISALESIANO e INBRAPEAO UNISALESIANO e INBRAPE 
Que nos deram a oportunidade de desenvolver nosso trabalho e aplicar nossos 
conhecimentos proporcionando ao grupo o amadurecimento profissional. 
A todos os colaboradores pelo empenho em nos conceder as informações necessárias 
para alcançar com êxito nosso objetivo. Somos eternamente gratas. 
 
 
 
 
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a finalização de mais esta 
conquista. 
 
 
ÉRICA, GLADÉRICA, GLADÉRICA, GLADÉRICA, GLADIIIIZ E RENATAZ E RENATAZ E RENATAZ E RENATA 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
Empurrada pelos rápidos avanços tecnológicos, a sociedade atual se 
encontra num processo de intensa mudança. Mudança esta que inclui a 
maneira de pensar, as perspectivas, metas e objetivos das pessoas. Portanto, 
a nova maneira de encarar as questões ambientais estão inseridas no contexto 
histórico em que se vive. Diante desta nova proposta de conscientização, a 
educação ambiental objetiva a formação de indivíduos capazes de 
compreender o mundo e agir nele de forma consciente, ou seja, uma sociedade 
socialmente responsável. Os empresários neste novo papel, tornam-se cada 
vez mais aptos a compreender e participar das mudanças estruturais na 
relação de forças nas áreas ambiental, econômica e social, pois a demandapor 
produtos cultivados ou fabricados de forma ambientalmente compatíveis cresce 
mundialmente. Os consumidores tendem a dispensar produtos e serviços que 
agridem o meio ambiente, e que não atendam as exigências descritas nas leis 
e normas ambientais promulgadas em todos os países do mundo. A 
organização deve estabelecer e manter um procedimento para identificar e ter 
acesso à legislação e outros requisitos por ela apoiados, ou aplicáveis aos 
aspectos ambientais de suas atividades, produtos ou serviços. A disseminação 
rápida da informação e a vigilância cada vez maiores de entidades civis, ONG’s 
e do próprio consumidor aumentam o nível de exigência em relação aos 
programas das empresas e a forma como eles são comunicados. A medida 
que a humanidade vai tomando consciência do seu papel social, muito tem se 
questionado acerca da Responsabilidade Social de algumas empresas, pois 
embora muitas organizações, em todo o mundo, consideram-se socialmente 
responsáveis o assunto responsabilidade social só ganhou maior destaque a 
partir dos anos 90, período em que ocorreu uma maior pressão da sociedade, 
dos meios de comunicação e de ONG’s sobre o mundo organizacional. A 
responsabilidade social vai além da expressão de compromisso com causas 
sociais incorporando-se no mundo corporativo como modelo de gestão. A 
gestão sócio-ambiental é o caminho para as organizações que decidiram 
assumir responsabilidade social e adotar as melhores práticas para tornar mais 
sustentáveis seus processos produtivos. 
 
 
Palavras-chave: Gestão Ambiental. Responsabilidade Social. 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
Pushed by the rapid technological advances, modern society It is found in an 
intensive changing process. This change is includes people’s way of thinking, 
perspectives, aims and goals. Therefore, the new manner of facing 
environmental questions are inserted in the historical context of one’s life. 
Before this new awareness proposal, environmental education aims the 
formation of capable individuals of to understand the world and to act it in of 
conscious manner, e.g. a socially responsible society. The businessmen in this 
new role, become ever capable of understanding and participating in the 
structural changes in the struggle of forces upon environmental, social and 
economical areas, as a demand for cultivated or manufactured products 
produced environmentally compatible, grows worldwide. The consumers tend to 
discharge products and services that attacked are non-environmental friendly 
and that are not in accordance with environmental laws and norms, currently in 
place in countries all over the world. The organization must establish and 
maintain a procedure to identify and to have access to legislation and other 
requirements by it supported or applicable in the environmental aspects of its 
activities, products or services. The fast dissemination of information and the 
vigilame more and more civil entities, NGOs and by the consumer itself, 
increases demand level in relation to company’s programmes and to the form 
as they are communicated. Conscious of its social role, a lot has been asked 
about the Social Responsibility from some companies, as although many 
organizations worldwide, they are considered socially responsible, the issue 
social responsibility only became highlighted from the 90’s onwards, period in 
which occurred a bigger social, means of communication and NGOs on the 
organizational world. The social responsibility goes beyond the expression of 
compromise with the social cases It is incorporated in the corporate world as a 
standard of management. Social environment management is the way for 
organizations who decided to assume social responsibility and to adopt better 
practice to become more sustainable its productive processes. 
 
 
Key-words: Environmental Administration. Social Responsibility 
 
 
 
 
9 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente 
ISO: International Organization for Standardization 
ONG: Organização Não Governamental 
ONU: Organização das Nações Unidas 
RSE: Responsabilidade Social Empresarial 
SGA: Sistema de Gestão Ambiental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO................................................................................................. 12 
 
 
CAPÍTULO I – GESTÃO AMBIENTAL ........................................................... 14 
1 HISTÓRIA DA GESTÃO AMBIENTAL..................................................14 
1.1 Desenvolvimento sustentável................................................................ 16 
1.2 Evolução ............................................................................................... 20 
1.3 Educação ambiental.............................................................................. 21 
1.4 ISO 14000............................................................................................. 26 
1.4.1 ISO 14001............................................................................................. 28 
1.5 Legislações ........................................................................................... 29 
1.6 Organizações não governamentais (ONG’s)......................................... 30 
 
 
CAPÍTULO II – RESPONSABILIDADE SOCIAL ............................................ 34 
2 CONCEITO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL..................................34 
2.1 Responsabilidade ética ......................................................................... 34 
2.2 Responsabilidade legal ......................................................................... 35 
2.3 Evolução da responsabilidade social .................................................... 36 
2.4 A importância da responsabilidade social ............................................. 36 
2.5 Voluntariado: uma razão de ser ............................................................ 37 
2.6 O Terceiro setor .................................................................................... 39 
2.7 As sete diretrizes da responsabilidade social empresarial .................... 39 
2.8 Responsabilidade social empresarial (RSE) ......................................... 40 
2.9 Ética nas organizações ......................................................................... 41 
2.10 Marketing social .................................................................................... 43 
 
 
CAPÍTULO III – GESTÃO AMBIENTAL COMO RESPONSABILIDADE 
SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES..................................................................... 45 
3 O PROFISSIONAL DE GESTÃO AMBIENTAL ....................................45 
3.1 Mas a profissão de gestor ambiental existe? ........................................ 47 
3.2 Ser mais responsável socialmente é fator de competitividade.............. 48 
 
11 
3.3 Marketing verde e marketing ecológico: sinônimos do marketing 
ambiental ......................................................................................................... 50 
3.4 Encontrando o caminho para a gestão socialmente responsável ......... 52 
3.5 Transformações empresariais, gestão ambiental e responsabilidade 
social................................................................................................................ 54 
3.6 Gestão com pessoas e questões ambientais e de responsabilidade 
social................................................................................................................ 56 
3.7 Gestão ambiental e responsabilidade social: uma questão 
passageira?.... ................................................................................................. 57 
3.8 Nova visão empresarial.........................................................................58 
3.9 Cenários para o futuro das organizações.............................................. 59 
3.9.1 Primeiro Cenário: passado e presente das organizações privadas 
brasileiras. ....................................................................................................... 59 
3.9.2 Segundo Cenário: a gestão empresarial e o futuro das organizações 
privadas brasileiras. ......................................................................................... 61 
3.10 Gestão do conhecimento e da inovação tecnológica na organização... 62 
 
 
CONCLUSÃO.................................................................................................. 63 
 
 
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
INTRODUÇÃO 
 
 
A gestão ambiental deixou de ser um assunto somente de ecologistas 
para se tornar assunto da atualidade. 
A ameaça à sobrevivência humana em fase de degradação dos recursos 
naturais, a extinção das espécies da fauna e da flora, e o aquecimento da 
temperatura devido à emissão de gases poluentes fizeram com que a questão 
ambiental ocupasse um lugar de destaque nos diversos debates mundiais, 
facilitando o engajamento das organizações (empresas, companhias, 
corporações, firmas e instituições), governos e comunidade. 
Nesse contexto, gestão ambiental não é apenas uma atividade 
filantrópica ou tema para ecologistas e ambientalistas, mas 
também uma atividade que pode propiciar ganhos financeiros 
para as empresas. Se existe uma maneira de garantir o 
sucesso de uma gestão sócio ambiental ela está diretamente 
ligada à conscientização de todos, indústrias, chefes de 
governo, órgãos ambientais, entidades e sociedade. 
(TACHIZAWA, 2006, p. 26) 
 
Esse novo estilo de administração induz à gestão ambiental associada à 
ideia de resolver problemas ecológicos e ambientais da organização. Ela 
demanda uma dimensão ética, cujas principais, motivações são a observância 
das leis e a melhoria da imagem da organização. 
Essa não é mais uma moda passageira que teve um pico e depois 
entrou em declínio, pelo contrário, indica que todos estão muito mais 
comprometidos com as questões ambientais, pois a responsabilidade social é a 
forma de gestão empresarial pautada pela relação ética com todos os públicos 
com os quais ela se relaciona. 
Poucos assuntos cresceram tanto em importância nas organizações 
quanto a gestão ambiental e responsabilidade social corporativa. As 
organizações têm cada vez mais aumentado sua preocupação com estes 
temas, ingressando nesta tendência mundial e aperfeiçoando sua visão sobre o 
que é ser socialmente responsável. O desafio atual enfrentado pelas 
organizações é de alcançar soluções capazes de harmonizar o plano 
econômico, ambiental e social. 
 
13 
A gestão sócio-ambiental é o caminho para as organizações que 
decidiram assumir responsabilidade social e adotar as melhores práticas para 
tornar mais sustentáveis seus processos produtivos. 
Segundo Tachizawa (2006), a gestão ambiental e a responsabilidade 
social, tornam-se importantes instrumentos gerenciais para capacitação e 
criação de condições de competitividade para as organizações, qualquer que 
seja seu segmento econômico. 
Portanto, a pesquisa pretende demonstrar que: as organizações que 
primam pela preservação do meio ambiente são reconhecidas como 
organizações socialmente responsáveis? 
E, para enfatizar os objetivos e responder ao problema, foi realizada 
uma pesquisa bibliográfica, como forma de pressuposto teórico e análise. 
O trabalho está estruturado em três capítulos distintos: 
Capítulo I – Gestão Ambiental, descreve os conceitos teóricos como 
histórico, desenvolvimento, evolução, importância, normas e legislações e 
Ong’s 
Capítulo II – Responsabilidade Social, apresenta as definições sobre 
conceito, evolução, importância e diretrizes sobre o assunto abordado. 
Capítulo III – Gestão Ambiental como Responsabilidade Social das 
Organizações, é relatado o estudo objetivo deste trabalho bem como, as 
considerações propostas que vislumbra a análise do tema. Engloba referencial 
teórico e prática a partir da literatura existente. 
E por fim, o trabalho está concluído através de comentários sobre o 
estudo. 
 
 
 
 
 
 
14 
CAPÍTULO I 
 
GESTÃO AMBIENTAL 
 
 
1 HISTÓRIA DA GESTÃO AMBIENTAL 
 
 
Há algumas décadas as pessoas perceberam que a preservação do 
planeta Terra significava também a preservação da própria vida. Inicialmente 
era apenas com a extinção de animais, derrubada das florestas, poluição do ar 
e logo passou a poluição agrícola (contaminação dos alimentos), a poluição 
gerada pelos países em desenvolvimento, falta de infra-estrutura urbana onde 
foram identificados as grandes conseqüências da poluição mundial e seus 
riscos como o efeito estufa e o rompimento da camada de ozônio. (WEBER, 
1999) 
No início havia alguns idealistas alertando para os problemas que 
pareciam surreais, mas que passou a contar com organizações internacionais e 
alguns governos comprometidos com a preservação, e claro, com milhões de 
pessoas perplexas diante dos visíveis efeitos e os possíveis cenários previstos 
para o futuro do planeta. 
De acordo com Pereira; Antonio (2006), as diferentes causas foram 
apontadas, tais como: o incremento populacional, a moderna indústria e o 
consumismo supérfluo, os sistemas de dominação hierárquicos próprios da 
sociedade industrial capitalista, a distribuição de riquezas entre países e de 
populações. 
Hoje, toda sociedade reconhece a gravidade da crise ambiental que 
alcançou uma escala planetária, decorrente não de ações irresponsáveis de 
alguns, mas reflexo do modelo de desenvolvimento. 
O desequilíbrio foi tão acentuado nos ecossistemas terrestre que se 
tornou necessário e urgente a construção de um processo de junção das 
ciências de gestão com o intuito de enriquecer os instrumentos daquilo que se 
denomina gestão ambiental. 
O surgimento da nova consciência ambiental ocorreu no bojo das 
 
15 
transformações culturais que aconteceu nas décadas de 60 e 70, ganhando 
dimensão e situando no meio ambiente como um dos princípios fundamentais 
do homem moderno. Nos anos 80, os gastos com proteção ambiental 
começaram a serem vistos pelas empresas líderes não como custos, mas sim 
como investimentos no futuro e, paradoxalmente, como vantagem competitiva. 
(LOZANO; OLIVEIRA, 2006). 
Para explicar o que é gestão ambiental precisa-se saber primeiro o que 
é meio ambiente: 
Conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem 
física, química e biológica, que permite, abriga e rege vida em 
todas as suas formas, bem como da expressão recursos 
ambientais, definida como a atmosfera, as águas interiores, 
superficiais e subterrâneas, os estatuários, o mar territorial, o 
solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. 
(WOLFF apud PEREIRA; ANTONIO, 2006, p. 34) 
 
Então pode-se dizer que gestão ambiental é, antes de tudo, uma 
questão de sobrevivência, tanto de sustentabilidade do ser humano no planeta, 
quanto das organizações no mercado, tendo em vista que o meio ambiente é 
parte do processo produtivo e não mais uma externalidade. 
Atuar de maneira ambientalmente responsável é um diferencial entre as 
organizações, mas em um futuro muito breve se transformará em um pré-
requisito. 
Para Meyer (apud KRAEMER, 2006, p. 9) a gestão ambiental: 
a) tem, a medida do possível, o objetivo de manter o meio ambiente 
saudável, a fim de atender as necessidades humanas atuais, sem 
comprometer as necessidades das futuras gerações; 
b) trata-se de um meio de atuar sobre as modificações causadas no 
meio ambiente pelo uso ou descarte dos bens e detritos geradospelas atividades humanas, a partir de um plano de ação viável 
técnica e economicamente, com prioridade perfeitamente definidas; 
c) utiliza instrumentos de monitoramento, controles, taxações, 
imposições, subsídios, divulgação, obras e ações mitigadoras, além 
de treinamento e conscientização; 
d) é base de atuação de diagnósticos – cenários – ambientais da área 
de atuação, a partir de estudos e pesquisas dirigidos em busca de 
soluções para os problemas que forem detectados. 
 
16 
A gestão ambiental pode ser entendida então como o conjunto de 
princípios, estratégias e diretrizes de ações e procedimentos para proteger a 
integridade dos meios físicos e bióticos, bem como a dos grupos sociais que 
deles dependem. 
De uma forma geral, as economias dependem dos serviços dos 
ecossistemas, mas vale lembrar que o uso excessivo dos recursos naturais 
rompe o equilíbrio do sistema ambiental, social e econômico. 
 
 
1.1 Desenvolvimento sustentável 
 
 
Em 1983, a ONU criou a Comissão Mundial sobre meio ambiente e 
desenvolvimento sustentável como um organismo independente. Em 1987, 
sobre a presidência de Gro Harlem Brundtland, primeira ministra da Noruega, 
materializa um dos mais importantes documentos do tempo – o relatório Nosso 
Futuro Comum, onde motiva a importância da preservação ambiental para 
atingir o desenvolvimento sustentável. 
O conceito de desenvolvimento sustentável tornou-se um dos assuntos 
mais discutidos no mundo após sua publicação, responsável pelas primeiras 
conceituações oficiais, formais e sistematizadas sobre o desenvolvimento 
sustentável, como afirmam Andrade; Tachizawa e Carvalho (2000). 
Segundo Donaire (apud KRAEMER, 2006), o desenvolvimento 
sustentável atende às necessidades do presente sem comprometer a 
capacidade das futuras gerações. 
Capra (2008, p. 19) define: “a humanidade tem a capacidade de atingir o 
desenvolvimento sustentável, ou seja, de atender às necessidades do presente 
sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender às próprias 
necessidades”. Já Brown apud Andrade, Tachizawa e Carvalho (2000, p.1), 
salientam: “uma sociedade sustentável é aquela que satisfaz suas 
necessidades sem diminuir as perspectivas das gerações futuras”. 
O desenvolvimento sustentável apresenta cinco dimensões: 
a) a sustentabilidade social: que se entende como a criação de um 
processo de desenvolvimento sustentável por uma civilização com 
 
17 
maior equidade na distribuição de renda e bens, de modo a reduzir o 
abismo entre os padrões de vida dos ricos e dos pobres; 
b) a sustentabilidade econômica: que deve ser alcançada através do 
gerenciamento e alocação mais eficientes dos recursos e de fluxo 
constante de investimento público e privado; 
c) a sustentabilidade ecológica: pode ser alcançada através da 
capacidade de utilização dos recursos, limitação do consumo de 
combustíveis fósseis e de outros recursos privados; 
d) a sustentabilidade espacial: que deve ser dirigida para a obtenção de 
uma configuração rural-urbana mais equilibrada e uma melhor 
distribuição territorial dos assentamentos humanos e das atividades 
econômicas; 
e) a sustentabilidade cultural: incluindo a procura por raízes endógenas 
de processos de modernização e de sistemas agrícolas integrados, 
que facilitem as gerações de soluções específicas para o local, o 
ecossistema, a cultura e a área. 
A sustentabilidade do desenvolvimento tem como preocupação 
compatibilizar o crescimento econômico com a preservação ambiental, pois, o 
objetivo maior da gestão ambiental deve ser a busca permanente de melhoria 
da qualidade ambiental dos serviços, produtos e ambiente de trabalho de 
qualquer organização que tem um papel extremamente relevante. 
Conforme Lozano; Oliveira (2006), para ajudar as empresas, a Câmara 
de Comércio Internacional reconhecendo a proteção ambiental como uma das 
principais prioridades de qualquer tipo de negócio, estabeleceu em 27 de 
Novembro de 1990, o Business Charter for Sustainable Development, que 
contém 16 princípios da gestão ambiental e que deve ser buscado pelas 
organizações, isto é, princípios que segundo as organizações são essenciais 
para atingir o desenvolvimento sustentável. Os 16 princípios são: 
1º prioridade organizacional – estabelecer políticas, programas e 
práticas no desenvolvimento das operações voltadas para a questão 
ambiental. Reconhecer que ela é a questão-chave e prioridade da 
empresa; 
2º gestão integrada – integrar as políticas, programas e práticas 
ambientais em todos os negócios como elementos indispensáveis de 
 
18 
administração em todas suas funções; 
3º processos de melhoria – continuar melhorando as políticas 
corporativas, os programas e performance ambiental, tanto no 
mercado interno quanto externo, levando em conta o 
desenvolvimento tecnológico, o conhecimento científico, as 
necessidades dos consumidores e os anseios da comunidade como 
ponto de partida das regulamentações ambientais; 
4º educação do pessoal – educar, treinar e motivar o pessoal no sentido 
de que possam desempenhar suas tarefas de forma responsável 
com relação ao ambiente; 
5º prioridade de enfoque – considerar as repercussões ambientais 
antes de iniciar nova atividade ou projeto e antes de instalar novos 
equipamentos e instalações ou de abandonar alguma unidade 
produtiva; 
6º produtos e serviços – desenvolver e produzir produtos e serviços que 
não sejam agressivos ao ambiente e que sejam seguros em sua 
utilização e consumo, que sejam eficientes no consumo de energia e 
de recursos naturais e que possam ser reciclados, reutilizados e 
armazenados de forma segura; 
7º orientação ao consumidor – orientar e, se necessário, educar 
consumidores, distribuidores e o público em geral sobre o correto e 
seguro uso, transporte, armazenagem e descarte dos produtos 
produzidos; 
8º equipamentos e operacionalização – desenvolver, desenhar e operar 
máquinas e equipamentos levando em conta o eficiente uso da água, 
energia e matérias– primas, o uso sustentável dos recursos 
renováveis, a minimização dos impactos negativos ao ambiente e a 
geração de poluição bem como o uso responsável e seguro dos 
resíduos existentes; 
9º pesquisa – conduzir ou apoiar projetos de pesquisas que estudem os 
impactos ambientais das matérias–primas, produtos, processos, 
emissões e resíduos associados ao processo produtivo da empresa, 
visando à minimização de seus efeitos; 
10º enfoque preventivo – modificar a manufatura e o uso de produtos ou 
 
19 
serviços e mesmo os processos produtivos, de forma consistente 
com os mais modernos conhecimentos técnicos e científicos, no 
sentido de prevenir as sérias e irreversíveis degradações do meio 
ambiente; 
11º fornecedores e subcontratados – promover a adoção dos princípios 
ambientais da empresa junto aos subcontratados e fornecedores 
encorajando e assegurando, sempre que possível, melhoramentos 
em suas atividades, de modo que elas sejam uma extensão das 
normas utilizadas pela empresa; 
12º planos de emergência – desenvolver e manter, nas áreas de risco 
potencial, planos de emergência idealizados em conjunto entre os 
setores da empresa envolvidos, os órgãos governamentais e a 
comunidade local, reconhecendo a repercussão de eventuais 
acidentes; 
13º transferência de tecnologia – contribuir na disseminação e 
transferência das tecnologias e métodos de gestão que sejam 
amigáveis ao meio ambiente junto aos setores privado e público; 
14º contribuição ao esforço comum – contribuir no desenvolvimento de 
políticas públicas e privadas, de programas governamentais e 
iniciativas educacionais que visem à preservação do meio ambiente; 
15º transparência de atitude – propiciar transparência e diálogo com a 
comunidade interna e externa, antecipando e respondendo a suas 
preocupações em relaçãoaos riscos potenciais e impacto das 
operações, produtos e resíduos; 
16º atendimento e divulgação – medir o desempenho ambiental. 
Conduzir auditorias ambientais regulares e averiguar se os padrões 
da empresa cumprem os valores estabelecidos na legislação. Prover 
periodicamente informações apropriadas para a alta administração, 
acionistas, empregados, autoridades e o público em geral. 
Foi no ECO/92, no Rio de Janeiro, que assuntos como desenvolvimento 
sustentável foram abordados, reafirmando não somente o conceito, mas 
criando um comitê técnico para a regulamentação da questão ambiental nas 
organizações, as quais, através de representantes de governo, se 
comprometeram a seguir estratégias para amenizar a poluição, isto é, 
 
20 
reconhecendo a importância de assumir a ideia de sustentabilidade em 
qualquer programa de atividade de desenvolvimento. (BATISTA; PAGLIUSO, 
2006) 
 
 
1.2 Evolução 
 
 
A percepção da questão ambiental evoluiu principalmente nos últimos 10 
anos e as organizações perceberam que o uso eficiente dos recursos naturais 
é um bom negócio. 
Segundo Donaire (1999, p. 15), ”no princípio as organizações 
precisavam preocupar-se apenas com a eficiência dos sistemas produtivos”. 
Gerar um lucro cada vez maior, padronizar cada dia mais o desempenho dos 
funcionários, era uma visão industrial que as organizações idealizavam e ao 
longo do tempo, foi tornando cada vez mais enfraquecida. 
Ainda conforme o autor, os administradores começaram a ver que suas 
organizações não se baseavam somente nas responsabilidades referentes a 
resolver problemas econômicos fundamentais (o que produzir, como produzir e 
para quem produzir), mas também em preocupar-se com o ambiente em que 
operam. (DONAIRE, 1999, p.15). 
Tais mudanças nas organizações começaram nos anos 80 e 90, depois 
que a população começou a cobrar uma postura mais responsável em relação 
ao meio ambiente. E antes, houveram alguns movimentos vertentes, que 
segundo Grazinoli (2001) foram: 
a) movimento ambientalista alternativo: vigorou na década de 1960, 
com o movimento hippie a frente, o qual revalorizava as filosofias 
orientais milenares, enfatizando a vida comunitária e campestre com 
críticas ao Estado; 
b) movimento ambientalista neomalthusiano: década de 1970, seguiu a 
teoria de Malthus, com a preocupação na necessidade de limitar a 
população terrestre, evitando a degradação da qualidade de vida e 
defendendo a restrição do crescimento demográfico; 
c) movimento ambientalista zerista: surgiu nos debates pré-conferência 
 
21 
de Estocolmo (1972), autores do relatório Meadows, pelo clube de 
Roma, defendia o crescimento zero para o mundo todo sob pena de 
uma catástrofe ambiental; 
d) movimento ambientalista marxista: debates pré-conferência de 72, 
preocupava-se com o consumismo extremado, defendia a ideia da 
luta ecológica como meio de alcançar o fim do capitalismo para 
eliminar problemas ambientais; 
e) movimento ambiental verde ou ecologista social: surgiu na Alemanha 
com um anti-partido, em 1983, defendendo a autogestão, a 
descentralização, a autonomia e o não-consumo. A economia era 
voltada para as necessidades e não para o lucro; 
f) movimento ambientalista fundamentalista ou ecologia profunda: visão 
egocêntrica, não-humanista, não-antropocêntrista, acreditando que a 
espécie humana era apenas uma forma de vida dentre as demais 
sem direitos para ameaçar outras criaturas vivas; 
g) movimento ambientalista ecotecnicista: espécie de ambientalismo 
otimista e acomodado, acreditava na superação da crise ambiental 
por meio do desenvolvimento da ciência e de suas técnicas. 
Durante essa trajetória o meio ambiente passou por momentos de 
extrema importância, salienta Grazinoli (2001): 
a) a ONU convocou os países para debater questões globais na busca 
de soluções aos problemas ambientais; 
b) publicação do documento Nosso Futuro Comum, fruto do relatório da 
Comissão Brundtland; 
c) conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e 
desenvolvimento (ECO/92) no Rio de Janeiro; 
d) as nações fizeram um balanço da evolução de proteção ambiental 
mundial desde a ECO/92, Convenção Rio+10, em Joanesburgo, em 
2002. 
 
 
1.3 Educação ambiental 
 
 
 
22 
Ao longo de milhares de anos o ser humano foi desenvolvendo 
mecanismos e sistemas para geração de bens e serviços com um padrão de 
qualidade continuamente melhorado, porém, a consideração ambiental foi 
subvertida em função das ideias de que o desenvolvimento, a qualquer custo, 
seria necessário para o atingimento do conforto e felicidade da humanidade. 
 Diante do imenso e assustador cenário que se encontra o planeta terra, 
atingindo a todos, independente de sua classe social, não há como negar, 
precisa–se urgentemente reeducar as interrelações entre os seres humanos, 
suas culturas e seus meios biofísicos. 
 Foi a partir da década de 60, do séc. XX, a partir dos movimentos 
contraculturais, que surgiu o movimento ecológico que trazia como uma de 
suas propostas a difusão da educação ambiental como ferramenta de 
mudanças nas relações do homem com o ambiente. 
A educação ambiental surge como resposta à preocupação da 
sociedade com o futuro da vida, pois sua proposta é superar a dicotomia entre 
a natureza e sociedade, através da formação de uma atitude ecológica nas 
pessoas, que tem como fundamento principal a visão sócio-ambiental, que 
afirma que o meio ambiente é um espaço de relações, é um campo de 
interações culturais, sociais e naturais (a dimensão física e biológica dos 
processos). (CARVALHO, 2008) 
Foi na Conferência Inter-governamental sobre educação em Tbilisi na 
antiga URSS, considerado um dos eventos mais decisivos nos rumos da 
educação ambiental, que foram elaborados os objetivos, princípios, estratégias 
e recomendações. Inclusive, como resultado dessa, reunião emergiram 
critérios orientados para o desenvolvimento da proposta que sugerem que a 
educação deve: 
a) ser atividade contínua, acompanhando o cidadão em todas as fases 
de sua vida; 
b) ter caráter interdisciplinar integrando o conhecimento de diferentes 
áreas; 
c) ter um perfil pluridimensional, associando os aspectos econômicos, 
políticos, cultural, social e ecológico da questão ambiental; 
d) ser voltada para a participação social e para a solução dos 
problemas ambientais; 
 
23 
e) visar a mudança de valores, atitudes e comportamentos sociais. 
A educação ambiental veio a se tornar lei em 27 de abril de 1999. 
Conforme está descrito na lei nº 9.795, Educação Ambiental pode ser definida 
como: 
Os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade 
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, 
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio 
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia 
qualidade de vida e sua sustentabilidade. (MOUSINHO, 2008, 
p. 349) 
 
De acordo com Mousinho (2008), educação ambiental é um componente 
essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de 
forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em 
caráter formal e não-formal. 
a) formal: processo institucional que ocorre nas unidades de ensino; 
b) informal: caracteriza-se por sua realização fora de escola, 
envolvendo flexibilidade de métodos e de conteúdos e um público 
alvo muito variável em suas características (faixa etária, nível de 
escolaridade, nível de conhecimento da problemática ambiental, 
etc.). 
Segundo ainda Mousinho (2008), como parte do processo educativo 
mais amplo, todos têm o direito à educação ambiental, incumbindo: 
a) ao poder público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição 
Federal, definir políticas públicas que incorporem a dimensão 
ambiental, promoverem a educação ambiental em todos os níveis de 
ensino e o engajamentoda sociedade na conservação, recuperação 
e melhoria do meio ambiente; 
b) às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, 
promover programas destinados a capacitação dos trabalhadores, 
visando a melhoria e o controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, 
bem como sobre as repercussões do processo produtivo no meio 
ambiente. 
Educação ambiental é um ramo da educação cujo objetivo é a 
disseminação do conhecimento sobre o ambiente, a fim de ajudar à 
preservação e utilização sustentável dos seus recursos. É uma metodologia de 
 
24 
análise que surge a partir do crescente interesse do homem em assuntos como 
o ambiente devido as grandes catástrofes naturais que têm assolado o mundo 
nas últimas décadas. (EDUCAÇÃO..., 2008) 
Os 16 princípios para a educação ambiental, que foram compilados 
pelos participantes do Fórum Global da Conferência da ONU sobre 
Desenvolvimento e Meio Ambiente, no Rio-92, no Rio de Janeiro, são: 
a) a educação é um direito de todos; todos são aprendizes e 
educadores; 
b) a educação ambiental deve ter como base o pensamento crítico e 
inovador, em qualquer tempo ou lugar, em seu modo formal ou 
informal, promovendo a transformação e a construção da sociedade; 
c) a educação ambiental é individual e coletiva. Tem o propósito de 
formar cidadãos com consciência local e planetária, que respeitem a 
autodeterminação dos povos e a soberania das nações; 
d) a educação ambiental não é neutra, mas ideológica. É um ato 
político, baseado em valores para a transformação social; 
e) a educação ambiental deve envolver uma perspectiva holística, 
enfocando a relação entre ser humano, a natureza e o universo de 
forma interdisciplinar; 
f) a educação ambiental deve estimular solidariedade, e igualdade e o 
respeito aos direitos humanos, valendo-se de estratégias democratas 
e interação entre as culturas; 
g) a educação ambiental deve tratar as questões globais críticas, suas 
causas e inter-relações em uma perspectiva sistêmica, em seu 
contexto social e histórico. Aspectos primordiais relacionados ao 
desenvolvimento e ao meio ambiente, tais como população, saúde, 
paz, direitos humanos, democracia, fomo, degradação da flora e 
fauna, devem ser abordados dessa maneira; 
h) a educação ambiental deve facilitar a cooperação mútua e equitativa 
nos processos de decisão, em todos os níveis e etapas; 
i) a educação ambiental deve recuperar, reconhecer, respeitar, refletir 
e utilizar a historia indígena e culturas locais, assim como, promover 
a diversidade cultural, lingüística e ecológica. Isto implica em uma 
revisão da história dos povos nativos para modificar os enfoques 
 
25 
etnocêntricos, até de estimular a educação bilíngüe; 
j) a educação ambiental deve estimular e potencializar o poder das 
diversas populações, promover oportunidades para as mudanças 
democráticas de base que estimulem os setores populares da 
sociedade, isto é, implica que as comunidades devem retomar a 
condução de seus próprios destinos. 
k) a educação ambiental valoriza as diferentes formas de 
conhecimento. Este é diversificado, acumulado e produzido 
socialmente, não devendo ser patenteado ou monopolizado; 
l) a educação ambiental deve ser planejada para capacitar as pessoas 
a trabalharem conflitos de maneira justa e humana; 
m) a educação ambiental deve promover a cooperação e o diálogo entre 
indivíduos e instituições, com a finalidade de criar novos modos de 
vida, étnicas, físicas, de gênero, idade, religião, classe ou mentais; 
n) a educação ambiental requer democracia dos meios de comunicação 
de massa e seu comprometimento com interesses de todos os 
setores da sociedade. A comunidade é direito inalienável e os meios 
de comunicação de massa devem ser transformados em um canal 
privilegiado de educação, não somente disseminando informações 
em bases igualitárias, mas também promovendo intercâmbio de 
experiências, métodos e valores; 
o) a educação ambiental deve integrar conhecimentos, aptidões, 
valores, atitudes e ações, devendo converter cada oportunidade em 
experiências educativas de sociedades sustentáveis; 
p) a educação ambiental deve ajudar a desenvolver uma consciência 
ética sobre todas as formas de vida com as quais compartilha-se 
este planeta, respeita seus ciclos vitais e impor limites a expressão 
dessas formas de vida pelos humanos. (PRINCÍPIOS..., 2008) 
No Brasil, a educação ambiental assume uma perspectiva mais 
abrangente, não restringindo seu olhar a proteção e ao uso sustentável de 
recursos naturais, mas incorporando fortemente proposta de construção de 
sociedades sustentáveis, fazendo mais do que um segmento da educação, a 
educação em sua complexidade de completude. 
 
26 
1.4 ISO 14000 
 
 
Passado a Segunda Guerra Mundial, em 1946, delegados de 25 países, 
em reunião especial realizada em Londres, decidiram criar uma nova 
organização internacional de normalização internacional denominada ISO, cuja 
sigla é conhecida como International Organization for Standardization. 
(BATISTA; PAGLIUSO, 2006). 
Segundo Kraemer (2007), a ISO foi criada para desenvolver padrões de 
manufatura, do comércio e comunicação, tais como linhas de padrão de 
parafusos, tamanhos do recipiente de transporte, formatos de vidros, etc. 
Tais padrões são para facilitar o comércio internacional aumentando a 
confiabilidade e a eficácia dos bens e serviços (benefícios econômicos e 
estratégicos). 
 A nova organização, ISO, começou suas atividades no dia 23 de 
fevereiro de 1947. A ISO é uma federação internacional civil de organização de 
normalização com sede em Genebra, na Suíça, sem fins lucrativos, não 
governamental, composta de 110 países membros, que são responsáveis por 
aproximadamente 95% do PIB mundial, associando as diversas entidades de 
normalização dos países, sem deixar de respeitar suas peculiaridades. 
(BATISTA; PAGLIUSO, 2006) 
Criar uma linguagem internacional comum para a gestão ambiental é um 
dos objetivos de todo o processo da ISO 14000, onde se destaca os seguintes 
termos e definições: organização, meio ambiente, aspecto ambiental, impacto 
ambiental, SGA, auditoria do sistema de gestão ambiental, desempenho 
ambiental e melhorias contínuas, que conforme Bogo (1998) estão descritas 
abaixo: 
a) organização: é mencionada como uma empresa, corporação, firma, 
empreendimento, instituição e partes ou combinações destas, 
mesma que não pertençam a mesma razão social pública e privada, 
que tenham sua própria função e administração – Cláusula 3.12 da 
ISO 14001; 
b) meio ambiente: é definido como os arredores no qual uma 
organização opera, incluindo ar, água, terra, recursos naturais, flora, 
 
27 
fauna, seres humanos e suas interrelações. O meio ambiente se 
alonga do interior da organização até o sistema global; 
c) aspecto ambiental: é definido como um elemento da atividade, 
produtos ou serviços de uma organização que possa interagir com o 
meio ambiente, ficando a cargo da organização, identificar os 
aspectos ambientais de seus produtos, processo e serviços ao 
estabelecer um SGA; 
d) impacto ambiental: qualquer mudança, seja adversa ou benéfica, 
resultante total ou parcialmente das atividades, produtos e ou 
serviços de uma organização; 
e) SGA: parte do sistema total que inclui a estrutura organizacional, as 
atividades de planejamento, as responsabilidades práticas, 
procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, 
alcançar, proceder a avaliação crítica e manter as políticas 
ambientais; 
f) auditoria do SGA: processo de verificação sistemático e 
documentado para obter e avaliar objetivamente evidências para 
determinar se o SGA de uma organização está em conformidade 
com os critérios de auditoria formados pela própria organização; 
g) desempenho ambiental: refere-se a resultados mensuráveis doSGA, 
relacionadas com o controle dos aspectos ambientais de uma 
organização baseados em suas políticas, objetivos e alvos 
ambientais; 
h) melhorias contínuas: processo de aperfeiçoar o SGA, para atingir 
melhorias no desempenho ambiental total em alinhamento com as 
políticas da organização. 
De acordo com Kraemer (2007), existem dois padrões que consiste a 
ISO 14000: 
a) padrão de organização: onde podem ser usados para executar e 
avaliar o SGA dentro de uma organização, incluindo a ISO 1410 
(padrões de auditoria ambiental) e ISO 1430 (avaliação de 
desempenho ambiental); 
b) padrões de produtos: usados para avaliar os impactos ambientais 
dos produtos e dos processos, fazendo parte desse grupo a ISO 
 
28 
1420 (padrão de rotulagem ambiental), ISO 1440 (padrão do ciclo da 
vida) e a ISO 14060 (padrão do produto). 
 
 
1.4.1 ISO 14001 
 
 
Os requisitos do SGA que estão contidos na ISO 14001 – cláusula 4.0 – 
diz que, o requisito mais básico é estabelecer e manter um SGA que inclua 
todos os requisitos descritos na norma. Segundo Bogo (1998), os requisitos 
possuem cinco etapas: 
a) comprometimento e política: nesta fase a organização define uma 
política ambiental e assegura seu comprometimento com ela; 
b) planejamento: a organização formula um plano que satisfaça às 
políticas; 
c) implementação: a organização coloca um plano em ação, fornecendo 
os recursos e mecanismo de apoio; 
d) medição e avaliação: a organização mede, monitora e avalia seu 
desempenho ambiental contra objetivos e alvos; 
e) análise crítica e melhoria: a organização realiza uma análise crítica e 
implementa continuamente melhorias em seu SGA para alcançar 
melhorias no desempenho ambiental total. 
Segundo Tibor (apud Bogo, 1998), a ISO 14001 requer planejamento, 
mas necessariamente plano estratégico. 
A finalidade básica da ISO 14001 é a de fornecer as organizações os 
requisitos básicos de um sistema de gestão ambiental eficaz. 
A norma ISO 14001 é relativamente curta, direta e simples. Algumas 
empresas já têm adotado esses sistemas gerenciais bem desenvolvidos e 
estão a caminho da conformidade com os requisitos da ISO 14001 (TIBOR 
apud BOGO, 1998), já organizações com menos desenvolvimento poderão 
levar muito mais tempo para implementar esses requisitos. 
Enfim, a questão ambiental é uma realidade que chegou definitivamente 
nas organizações modernas, como uma estratégia de negócio. 
 
 
29 
 
1.5 Legislações 
 
 
A evolução para um mundo com cidades mais silenciosas, com fábricas 
sem a geração de resíduos e com a qualidade de vida mais elevada, estimula a 
busca de alternativas que possibilitem equilibrar a atividade produtiva e 
econômica dentro da dimensão ambiental. 
As legislações ambientais têm como objetivo assegurar a qualidade do 
meio ambiente, bem como garantir a proteção da saúde das populações, e 
como forma de garantir que tais objetivos sejam atingidos, criou-se direitos e 
deveres para os cidadãos, instrumentos de conservação do meio ambiente, 
normas de uso dos diversos ecossistemas, normas para disciplinar as 
atividades relacionadas a ecologia e ainda diversos tipos de unidade de 
conservação. 
As leis brasileiras por exemplo, proíbem a caça e a comercialização de 
animais silvestres com algumas exceções, a pesca fora de temporada, a 
manutenção em cativeiro desses animais por particulares (com algumas 
exceções), regulam a extração de madeiras nobres, o corte de árvores nativas, 
a exploração de minas que possam afetar o meio ambiente, a conservação de 
uma parte da vegetação nativa nas propriedades particulares e a criação de 
animais em cativeiro. (LEGISLAÇÃO..., 2008) 
Diversos estudos demonstram que a legislação tem sido um instrumento 
muito importante no controle e fiscalização das atividades industriais, pois, 
contribui para a melhoria da gestão das organizações, inclusive para a 
implantação de medidas que resultam em proteção ambiental. 
Legislação ambiental exige cada vez mais, respeito acima de tudo com o 
meio ambiente, exigência que conduz coercitivamente a uma maior 
preocupação ambiental. Pressões públicas de cunho local, nacional e até 
mesmo internacional exigem cada vez mais responsabilidades ambientais das 
organizações, fazendo disso um marco histórico no mundo moderno. 
O Ministério Público pode propor uma ação civil pública para que o 
responsável pelo dano ambiental recomponha o ambiente afetado e ainda 
indenize as populações afetadas. O órgão ambiental na esfera administrativa 
 
30 
poderá estabelecer uma multa, exigindo a reparação do dano ambiental e 
ainda a implementação de obras ou procedimentos necessários. (PEREIRA; 
ANTONIO, 2006) 
A legislação ambiental brasileira é o conjunto de normas jurídicas que se 
destinam a disciplinar a atividade humana tornando-a compatível com a 
proteção do meio ambiente. A conservação ambiental brasileira começou a ser 
votada a partir do ano de 1981, criando a partir daí a Política Nacional do Meio 
Ambiente, leis que foram promulgadas, vindo a formar um sistema bastante 
completo de proteção ambiental. (LEGISLAÇÃO...,2008) 
Para que a Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de 
Outubro de 1988, viesse a reconhecer a existência de um direito ao meio 
ambiente, um longo caminho foi percorrido, em seu artigo 225, a questão 
ambiental é colocada da seguinte forma: 
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e a 
coletividade e o dever de defendê-lo, e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações. (BRASIL, 1998 apud BATISTA; 
PAGLIUSO, 2006, p. 44) 
 
Apesar de ser reconhecida e avançada em muitos aspectos, infelizmente 
a legislação ambiental é muito falha no ponto de vista penal, pois crimes contra 
o meio ambiente ficam impunes, devido à falta de consciência política, 
ambiental e de fiscalização, conseqüência do baixo número de fiscais em 
proporção ao território brasileiro. (BATISTA; PAGLIUSO, 2006). 
 
 
1.6 Organizações não governamentais (ONG’s) 
 
 
Existentes desde a década de 20 em 1940, o termo passou a ser 
utilizada para designar diferentes entidades executoras de projetos 
humanitários ou de interesse público, ganhando mais tarde um papel consultivo 
em várias agências e fundos das Nações Unidas, sobrevivendo graças as 
doações e ao trabalho voluntário de militantes e simpatizantes. Mais tarde 
passou a contar com o apoio de organizações, organismos internacionais, 
 
31 
governo, entidades privadas e de campanhas arrecadadoras e, em muitos 
casos, também cobrando pela prestação de serviços como forma de obter 
receita. 
O termo ONG vem do inglês Non Governamental e foi introduzido 
oficialmente pelas Nações Unidas no ano 1950, no Conselho Econômico e 
Social (ECOSOC), sendo definida como organização internacional a qual não 
foi estabelecida por acordos governamentais. (BERNA, 2008) 
As ONG’s são as entidades de direito civil, sem fins lucrativos nem 
vínculo com governos, sindicatos ou partidos políticos. Atuando em vários 
ramos, trabalham com projetos sociais e de promoção da cidadania, defendem 
o meio ambiente, os diretos das minorias e fazem campanhas contra a 
discriminação. 
De acordo com Delgado (2005), a finalidade precípua da ONG é 
fiscalizar os atos do Estado, seja em âmbito federal, estadual ou municipal, 
acompanhando os atos praticados pelos poderes executivo, legislativo, 
judiciário, ou para cuidar de certos setores específicos da sociedade, como: 
meio ambiente, legiferantes e administrativos estando adequados ao que 
determina os mais variados diplomas legislativos que regem Estado 
democrático e constitucional de direito. 
As ONG’s devem operar, em termos de estrutura interna, 
obrigatoriamente, com órgãode natureza deliberativa (Assembléia Geral) e 
órgão de natureza decisória (Diretoria, que pode ser denominada, também, de 
Conselho Administrativo). Conforme Tachizawa (2006) são: 
a) a diretoria: pode ser exercida por uma única pessoa, podendo, 
entretanto ser exercida de forma colegiada, que é um modelo de 
gestão mais democrático e participativo e, normalmente, a situação 
mais comum. 
b) a assembléia geral: é a reunião legalmente obrigatória e periódica 
dos membros da ONG, para os fins de deliberação sobre diretrizes, 
procedimentos e práticas a serem adotadas pela organização, onde 
se elege a diretoria e se tomam as grandes decisões estratégicas da 
organização. 
Para fundar uma entidade ambientalista é necessário seguir cinco 
passos, que segundo Svirsky (2000) são: 
 
32 
a) 1º passo: convocação = pessoas de uma determinada região 
(comunidade, bairro, escola clube, etc.), que tenham como objetivo a 
defesa do meio ambiente, estarão aptas a criar uma entidade 
ambientalista. Podendo estar preocupadas por exemplo com a 
defesa de um rio, de uma cidade, de uma praça, praia ou com a 
riqueza natural, cultural e até mesmo os diretos de comunidades 
(índios, caiçaras, pescadores etc.). É necessário se juntar e se 
mobilizar, convocando uma reunião através de telefonemas, cartas, 
anúncios na rádio local, panfletos e jornais ou então através de 
outros meios para atrair pessoas para a importância da causa de que 
estão criando. Na reunião todos os objetivos da entidade devem ser 
colocados de forma clara a todos, além da definição de uma 
comissão de preparação das próximas reuniões, como divisão de 
tarefas e responsabilidade; 
b) 2º passo: a Assembléia Geral = a assembléia da entidade, na qual 
será oficializada a mesma, com a convocação de todos os 
interessados, deverá ocorrer após a definição da missão da entidade 
e regida a primeira proposta de Estatuto, precedida de uma carta 
convite, contendo o dia, hora, local além dos objetivos da e pauta da 
reunião; 
c) 3º passo: estatuto = a comissão deve ler o estatuto e distribuir uma 
cópia para cada presente, onde cada artigo que seja considerado 
pela assembléia polêmico ou destacado, deve ser discutido, se 
necessário modificado e por fim aprovado. Alguns itens essenciais 
que devem estar contidos nos Estatutos, são: nome e sigla da 
entidade; sede e foro; finalidades e objetivos; se os sócios 
respondem pelas obrigações da sociedade; quem responde pela 
entidade; os sócios e seus tipos, entrada e saída, direitos e deveres; 
poderes, tais como assembléia, diretoria, conselho fiscal; tempo de 
duração; como os estatutos são modificados; como a entidade é 
dissolvida e qual o destino do patrimônio, em caso de dissolução; 
d) 4º Passo: a posse da diretoria = a eleição da diretoria deve seguir o 
que foi aprovado no Estatuto; após eleita, deve ser conferida a posse 
dos cargos aos eleitos, onde foi finalmente fundada a Entidade no 
 
33 
Estatuto, aguardando somente alguns procedimentos burocráticos 
para que seja legalizada; 
e) 5º Passo: como proceder para o registro legal = é necessária muita 
paciência devida a grande burocracia e as exigências específicas de 
cada cartório, e não é recomendado colocar o endereço da entidade 
no estatuto, pois a cada mudança ocorrerá a mesma burocracia. 
A documentação terá que ser reunida e encaminhada ao cartório de 
Registro Civil de pessoas jurídicas, além de pagar as taxas, registrar o livro de 
atas, os estatutos e publicar um extrato dos membros, aprovados no Diário 
Oficial. Essa documentação faz com a entidade passe a ter uma personalidade 
jurídica, mas sendo necessário também que a entidade tenha um CGC/CNPJ, 
para caso tenha que realizar operações financeiras, abrir conta bancária ou 
celebrar contratos. 
Ainda segundo Svirsky (2000), a documentação poderá variar de acordo 
ao cartório: 
a) 3 cópias dos Estatutos em papel timbrado; 
b) 3 cópias da ata de fundação datilografada, assinadas pelo presidente 
e demais diretores com firma reconhecida; 
c) livro de atas original; 
d) pagamento de taxas do cartório (se houver); 
e) 3 cópias da relação qualificada da diretoria (nome, cargo, estado 
civil, nascimento, endereço, profissão, identidade e CPF); 
f) 3 cópias da relação de sócios fundadores; 
g) um resumo contendo os principais pontos dos Estatutos, que às 
vezes, é solicitado pelo cartório para que seja apresentada no Diário 
Oficial. 
 
34 
CAPÍTULO II 
 
RESPONSABILIDADE SOCIAL 
 
 
2 CONCEITO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL 
 
 
Pode-se afirmar que a responsabilidade social é muito mais do que um 
conceito, é um valor pessoal e institucional que se reflete nas atitudes das 
organizações, dos empresários e de todos os colaboradores e parceiros. 
Assim, a responsabilidade social trata diretamente dos negócios das 
organizações e como ela os conduz. 
A base da responsabilidade social deve ser focada nos colaboradores da 
organização e principalmente nos clientes. Os clientes tendem a adquirir maior 
respeito por uma marca ou produto à medida que, a organização souber tratar 
com responsabilidade seus colaboradores, afirma Sovinski (2006). 
Os colaboradores estarão mais bem motivados ao trabalho, com efetivas 
práticas de gestão e critérios motivacionais apropriados, quando perceberem 
que a organização realmente importa-se com o ser humano a serviço da 
empresa e não os veem apenas como uma peça na engrenagem, que pode ser 
substituída a qualquer momento. 
Os clientes estão cada vez mais exigentes, sabendo distinguir as 
organizações que tem responsabilidade social com colaboradores, clientes e 
sociedade, daquelas que tem interesse apenas pelo bolso, pelo lucro rápido, 
sem levar em conta as necessidades humanas das pessoas que fazem parte 
da organização. 
Segundo Moreira; Pasquale; Dubner (1999, p. 319) “responsabilidade 
social é a obrigação de uma empresa melhorar seus efeitos positivos sobre a 
sociedade, reduzindo seus efeitos negativos”. 
 
 
2.1 Responsabilidade ética 
 
 
35 
 
Ética vem do grego ethos, e significa aquilo que deve ser, define o bem 
e o mal. A ética é a ciência que estuda e estabelece os fins que serão 
norteadores das ações (LIBERAL, 2006). 
Interagir eticamente nas questões sociais e na cultura sócio-política e 
econômica não deve ser somente uma questão dos países desenvolvidos, mas 
do mundo todo e também do Brasil, que ganha vigor no papel das 
organizações como agentes sociais no processo de desenvolvimento. É 
fundamental que as organizações assumam não só o papel de produtoras de 
bens e serviços, mas também o de responsável pelo bem-estar de seus 
colaboradores e pelo ambiente social no qual está inserida, determinando o 
sucesso mercadológico. 
A empresa para ser reconhecida como tal necessariamente 
tem que se embasar na ética e no cumprimento de todos os 
seus deveres perante o estado, os empregados e seus 
dependentes, seus acionistas, sua cadeia de fornecedores, 
instituições e sociedade de uma maneira geral. Deve ser 
incontestavelmente uma cumpridora das leis vigentes e 
preservadora do meio ambiente. (SIQUEIRA; SPERS, 2003, 
p.5) 
 
A ética, a moral e a responsabilidade determinam a perfeição do ser. 
Acostumados a confundir os meios com os fins, não se consegue visualizar 
claramente o fim último da existência humana. Por isso, o erro crasso de 
conceber a moral como um mero e fastidioso catálogo de proibições, salienta 
Gregório (2008). 
 
 
2.2 Responsabilidade legal 
 
 
A responsabilidade legal é a busca da sociedade a uma prestação de 
contas mais transparente e clara em relação dos resultados sociais das 
políticas públicas que se implementam, de modo a se ter não apenas o 
patrimônio econômico financeiro, mas também o balanço social. 
 
 
 
36 
2.3 Evolução da responsabilidadesocial 
 
 
Segundo o Instituto Ethos; Sebrae (2003), o movimento em torno da 
responsabilidade social no Brasil surgiu nos anos 1980, impulsionado por uma 
seqüência de eventos sociais e políticas que expressaram uma mudança de 
atitude por parte dos cidadãos, e em especial da comunidade empresarial 
brasileira. 
Em um conceito de responsabilidade social empresarial, o envolvimento 
popular e de organização da sociedade civil continuou a crescer durante os 
anos 1990. A conferência Rio 92 empurrou a questão ambiental para o topo da 
agenda mundial de discussões. 
A ênfase nas questões sociais e ambientais mudou o comportamento do 
cidadão brasileiro. Várias entidades empresariais foram criadas para lidar com 
temas sociais, direitos humanos e sustentabilidade ambiental, incentivando o 
desenvolvimento comunitário social e difundindo a responsabilidade corporativa 
dentre elas o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, 
organização criada para promover a cultura da gestão empresarial balizada 
pelos princípios éticos. 
Segundo Carvalho; Milani e Toledo (2003), a responsabilidade social é 
um processo que nunca se esgota. Não dá para dizer que uma organização 
chegou ao limite de sua responsabilidade social, pois sempre há algo a se 
fazer. 
Assim, o primeiro passo é a organização fazer uma auto-avaliação que 
possa indicar onde é necessário melhorar suas políticas e práticas, e a partir 
daí, estabelecer um cronograma de ações que devem ser realizadas pela 
mesma. É um processo educativo que evolui com o tempo. 
 
 
2.4 A importância da responsabilidade social 
 
 
Vários assuntos cresceram tanto em importância nas organizações 
quanto à responsabilidade social corporativa. As organizações têm cada vez 
 
37 
mais aumentado sua preocupação com este tema. A cada ano, mais 
organizações estão ingressando nessa tendência mundial e estão 
aperfeiçoando sua visão sobre o que é ser socialmente responsável. 
As organizações devem medir seu sucesso não só com base no 
desempenho financeiro, mas também sob o ponto de vista de seus impactos 
sobre a economia, meio ambiente e sociedade em que atuam, não só hoje, 
mas no futuro. Elas precisam preencher critérios de gestão responsável, meio 
ambiente e governança corporativa, incluindo fatores como direitos humanos e 
corrupção (MION, 2007). 
 No entanto, as organizações devem não apenas mostrar suas boas 
intenções, devem efetivamente contribuir para a sustentabilidade, garantindo o 
próprio futuro e o da sociedade. 
As organizações que adotam um modelo de gestão baseado na 
responsabilidade social está sintonizada com um mundo globalizado, cada vez 
mais exigente e dinâmico. 
Uma organização socialmente responsável deve ter valores 
internalizados em sua cultura e não somente publicados em banners ou em 
quadros que colocam na parede. Devem, portanto, mostrar na prática boas 
ações que influenciaram a vida de milhares de pessoas hoje e amanhã. Ou 
seja, ser socialmente responsável é ser competitivo, afirma Mion (2007). 
 
 
2.5 Voluntariado: uma razão de ser 
 
 
De acordo com Córullon (2008), em estudo realizado na Fundação 
Abrinq pelos direitos da criança, definiu-se o voluntário como um ator social e 
agente de transformação, que presta serviços não remunerados em benefício 
da comunidade; doando seu tempo e conhecimento. Além disso, realiza um 
trabalho gerado pela energia de seu impulso solidário, atendendo tanto as 
necessidades do próximo ou aos imperativos de uma causa, como as suas 
próprias motivações pessoais, sejam estas de caráter religioso, cultural, 
filosófico, político ou emocional. 
O voluntário presta atividade em prol de um bem social sem expectativa 
 
38 
de qualquer contrapartida financeira, podendo ou não ser praticado por 
intermédio de uma entidade beneficente. 
De acordo com Dohme (2006), para formar um voluntário são 
necessários dois componentes: um pessoal e outro social. 
a) pessoal: corresponde a uma inquietação interior, uma vontade de 
construir que se encontra dentro das pessoas; 
b) social: significa ter olhos para ver, e discernir o que está a sua volta, 
o que está certo ou não e o que precisa ser feito para melhorar. 
O voluntário doa seu trabalho, suas potencialidades e talentos numa 
função que o desafia e o gratifica em prol de uma realização pessoal. É a 
junção da vontade interior com o olhar crítico que leva a realização de um 
trabalho construtivo para a sociedade. 
Para Dohme (2006), o trabalho voluntário é uma ação de qualidade, feita 
com prazer em direção a uma solução que não precisa ser grande, mas dever 
ser eficiente. 
Assumir um trabalho voluntário é não pactuar com as desigualdades 
sociais, é dizer não a um futuro injusto. 
Segundo Dohme (2006), o voluntariado está orientado por três tipos de 
sentimentos: compaixão, solidariedade e indignação. O primeiro está vinculado 
às ações religiosas, o segundo se estabelece em relações de auto-ajuda e o 
terceiro à dimensão da militância e transformação social. Altruísmo e 
solidariedade são valores morais socialmente constituídos vistos como virtude 
do indivíduo. 
Do ponto de vista religioso, acredita-se que a prática do bem salva a 
alma; numa perspectiva social e política, pressupõe-se que a prática de tais 
valores zelará pela manutenção da ordem social e pelo progresso do homem. 
A caridade (forte herança cultural e religiosa), reforçada pelo ideal, as crenças, 
os sistemas de valores, e o compromisso com determinadas causas são 
componentes vitais do engajamento, afirma Córullon (2008). 
Não se deve esquecer, contudo, o potencial transformador que essas 
atitudes representam para o crescimento interior do próprio indivíduo. 
Todos podem ser voluntários, pois o trabalho voluntário é uma via de 
mão dupla, pois doa e recebe. No voluntariado todos ganham: o voluntário, 
aquele com quem ele trabalha e a comunidade. 
 
39 
2.6 O Terceiro setor 
 
 
Pode-se declarar que a nomenclatura terceiro setor se caracteriza por 
congregar as organizações privadas com finalidades públicas. No Brasil, a 
denominação terceiro setor foi introduzida pela Fundação Roberto Marinho e, 
desde a década de 1990, encontra ampla divulgação nas mídias impressas, 
radiofônicas, televisas e virtuais. 
Terceiro setor surge quando o estado entra em falência e não cumpre 
mais com suas obrigações em prol da sociedade. 
As organizações do terceiro setor diferem-se das do primeiro setor por 
não serem governamentais e das do segundo setor por não possuírem fins 
lucrativos. De outra maneira, pode-se afirmar que essas organizações são não-
governamentais e sem fins lucrativos e tem como objetivo gerar serviços de 
caráter público, salientam Prando; Milani Filho (2006). 
Um erro comum é confundir o terceiro setor com o setor terciário 
(serviços), utilizado em outras formas de classificação, particularmente pela 
ótica econômica. 
As organizações não-governamentais sem fins lucrativos tem 
personalidade jurídica de direito privado e podem ser: associações, fundações, 
organizações religiosas e partidos políticos. 
 
 
2.7 As sete diretrizes da responsabilidade social empresarial 
 
 
O Instituto Ethos trata da Responsabilidade Social Empresarial, 
dividindo-a em sete temas: valores e transparência, público interno, meio 
ambiente, fornecedores, consumidores e clientes, comunidade, governo e 
sociedade. Dentre as funções destacam-se: 
a) adotar valores e trabalhar com transparência: condutas e decisões 
cotidianas são resultados de valores e princípios que uma 
organização tem; 
b) valorizar empregados e colaboradores: organizações que valorizam 
 
40 
seus funcionários, valorizam a si mesmo; 
c) fazer sempre mais pelo meio ambiente: as organizações de um modo 
ou de outro dependem de insumos do meio ambientepara realizar 
tarefas, mas gerenciar com responsabilidade ambiental é procurar 
reduzir as agressões ao meio ambiente; 
d) envolver parceiros e fornecedores: toda organização socialmente 
responsável deve estabelecer um diálogo com seus fornecedores, 
sendo transparente em suas ações, cumprindo os contratos 
estabelecidos, contribuindo para seu desenvolvimento e incentivando 
os fornecedores para que também assumam compromissos de 
responsabilidade social; 
e) proteger os clientes: procedimentos de responsabilidade social no 
trato com os clientes são essenciais, pois uma organização 
socialmente responsável oferece qualidade não apenas durante o 
processo de venda, mas em toda rotina de trabalho; 
f) promover sua comunidade: a relação que uma organização tem com 
a comunidade é um dos principais exemplos dos valores com os 
quais está comprometida, respeitar os costumes e cultura local, 
contribuir em projetos educacionais, ONG’s, organizações 
comunitárias são algumas ações que demonstram o valor que uma 
empresa dá à comunidade,; 
g) comprometer-se com o bem comum: o relacionamento ético com o 
poder público, assim como os cumprimento das leis, faz parte da 
gestão de uma organização socialmente responsável. 
 
 
2.8 Responsabilidade Social Empresarial (RSE) 
 
 
Ainda que nebuloso para grande parte das organizações, o conceito de 
RSE vem sendo cada vez mais difundido e, principalmente, exigido pelo 
mercado. 
Uma organização socialmente responsável faz mais do que pagar os 
impostos e cumprir as leis. Ela compromete-se com toda sua cadeia de 
 
41 
negócios. Ouve todos os interessados e inclui suas demandas no planejamento 
estratégico da organização. 
A responsabilidade social empresarial não pode ser vista como um 
custo, mas como um investimento estratégico, ou seja, a sobrevivência da 
organização em longo prazo, diz o diretor executivo, Luiz Antônio de Godoy 
Alves, destaca Goulart (2005). 
Segundo Pereira (2007), o Instituto Ethos enfatiza: não adianta uma 
empresa, por um lado pagar mal seus funcionários, corromper a área de 
compras de seus clientes, pagar propinas a fiscais de governo e, por outro, 
devolver programas junto as entidades sociais da comunidade. 
Essa postura não condiz com uma organização que quer trilhar um 
caminho de Responsabilidade Social. 
Conforme Pereira (2007), pode-se dizer que a responsabilidade das 
organizações em relação à sociedade envolve quatro dimensões: a economia 
(obter lucro), a legal (obedecer às leis), a ética (integrar valores essenciais – 
honestidade, confiança, respeito e justiça – em suas práticas, para fazer o que 
é certo e justo) e a filantrópica (ser uma empresa responsável ou cidadã, 
especialmente através do repasse de recursos à comunidade, conhecido no 
meio empresarial como investimento social privado). 
A RSE não é uma criação dos dirigentes das entidades beneficentes ou 
dos profissionais de marketing das organizações, e sim uma evolução das 
teorias administrativas e econômicas. 
A responsabilidade social concretiza-se por meio de adoção de atitudes 
para concretizar o bem-comum e elevar a qualidade de vida de todos, quando 
aplicada em relação às organizações. 
 
 
2.9 Ética nas organizações 
 
 
 De acordo com Gonçalves et al (2006), a ética empresarial trata do valor 
que uma organização assegura ter sobre sua sobrevivência, sua reputação e, 
consequentemente, seus bons resultados. 
 A ética pode ser considerada um fator importantíssimo para a 
 
42 
sobrevivência das profissões e organizações, desde pequenas até grandes 
organizações. 
A ética é a base da responsabilidade social e se expressa através dos 
princípios e valores adotados pelas organizações. Não há responsabilidade 
social sem ética nos negócios. 
 Os valores éticos são representados como conjunto das ações éticas 
que a organização tem. Não há responsabilidade social sem ética nos 
negócios. 
 Não adianta uma organização, por um lado pagar mal seus funcionários, 
corromper a área de compras de seus clientes, pagar propinas aos fiscais do 
governo e, por outro, desenvolver programas junto a entidades sociais da 
comunidade. Essa postura não condiz com uma empresa que quer trilhar um 
caminho de responsabilidade social. É importante seguir uma linha de 
coerência entre ação e discurso (INSTITUTO ETHOS, 2009). 
 A responsabilidade social é um processo que nunca se esgota. Não dá 
para dizer que uma organização chegou ao limite de sua responsabilidade 
social, pois sempre há algo a se fazer, este é um processo educativo que 
evolui com o tempo. 
 A prática demonstra que um programa de Responsabilidade Social só 
traz resultados positivos para a sociedade e para a organização, se for 
realizado de forma autêntica. As organizações precisam ter a cultura da 
responsabilidade social incorporada ao seu pensamento. 
 Desenvolver programas sociais apenas para divulgar a organização, ou 
como forma compensatória, não traz resultados positivos sustentáveis ao longo 
do tempo. Porém, para aquelas que incorporam os princípios e os aplicarem 
corretamente, alguns resultados podem ser sentidos, como: a valorização da 
imagem institucional e da marca; maior lealdade do consumidor; maior 
capacidade de recrutar e manter talentos; flexibilidade e capacidade de 
adaptação e longevidade (INSTITUTO ETHOS, 2009). 
 O comportamento ético não consiste exclusivamente em fazer o bem a 
outrem, mas em exemplificar em si mesmo o aprendizado recebido. É o 
exercício da paciência em todos os momentos da vida, a tolerância para com 
as faltas alheias, a obediência aos superiores em uma hierarquia, o silêncio 
antes de uma ofensa recebida. 
 
43 
 
2.10 Marketing social 
 
 
Conforme Carvalho, Milani e Toledo (2003), marketing social muitas 
vezes é confundido com filantropia. Porém, a filantropia trata basicamente de 
ação social externa da empresa, tendo como beneficiário principal a 
comunidade em suas diversas formas (conselhos comunitários, organizações 
não-governamentais, associações comunitárias etc.) e organização. 
O termo marketing social surgiu em 1971, e é empregado para 
descrever o uso de princípios e técnicas de marketing na promoção de uma 
causa, ideia ou comportamento. Desde então, passou a significar uma 
tecnologia de gestão da mudança social, associada ao projeto, implantação e 
controle de programas voltados para o aumento da disposição de aceitação de 
uma ideia ou prática social em um ou mais grupos de adotantes escolhidos 
como alvo (CARVALHO; MILANI; TOLEDO, 2003). 
 No Brasil, o termo marketing social, vem sendo utilizado muito pela 
mídia, para designar a atuação empresarial no campo social com a finalidade 
de obterem diferenciais competitivos, sem que essas ações tenham o objetivo 
de influenciar um comportamento coletivo. A questão social tornou-se um ponto 
estratégico para as organizações nos dias atuais. 
 Praticando ações de responsabilidade social, as organizações mantêm 
vínculos com o ambiente interno e externo. O social incorpora valores e 
fortalece a imagem corporativa, faz a organização ganhar respeito, 
reconhecimento e simpatia de clientes, fornecedores, distribuidores e de toda a 
população. 
 Os programas baseados no marketing social são trabalhos cuidadosos de 
pesquisa, que procuram encontrar a raiz do problema social, identificando os 
focos de resistência a uma mudança e, então, definindo um planejamento de 
apresentação das ideias, de formulação das propostas e de preparação da 
estrutura necessária para dar sustentação à campanha. 
 Cada vez mais pessoas na sociedade necessitam de uma mudança 
social, mudanças de forma de vida, na economia e nos sistemas sociais. 
Essas mudanças sociais, políticas e econômicas, não podem passar 
 
44 
despercebidas pelo marketing social. (CARVALHO; MILANI; TOLEDO, 2003). 
 “Quando

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