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CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 03 – FATOS JURÍDICOS – NEGÓCIO JURÍDICO Olá caros amigos!!! Estamos de volta em nossa aula 03. Vamos dar prosseguimento com nosso projeto de totalidade de acertos na prova de direito processual civil da Receita Federal. Na aula de hoje estudaremos os assuntos relacionados aos fatos jurídicos e negócio jurídicos. Dessa forma, prestem bastante atenção, e vamos juntos em mais essa etapa rumo à aprovação na Receita Federal. Preparados? Vamos lá... Um ótimo estudo a todos. Suzana Lopes CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 2 1. LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS 1. (VUNESP/ Exame de Ordem – OAB - SP / 2007) O reconhecimento da paternidade e a fixação de domicílio são exemplos de qual dos conceitos a seguir? a) Direito natural. b) Negócio jurídico. c) Ato jurídico stricto sensu. d) Fato não-jurídico. Comentário: Essa questão trata de um assunto que é bastante abordado nas diversas provas de concurso. Antes de analisarmos a questão propriamente dita, como é nossa primeira questão, vamos realizar uma rápida e eficiente revisão da matéria em questão. Podemos definir fato jurídico como sendo as diversas fases que ocorrem durante a existência do direito, que vem a produzir algum efeito jurídico. Pode-se fazer uma analogia com o ciclo vital do ser humano. Este nasce, cresce, se desenvolve e morre, ou seja, passa por diversas fases/etapas durante sua existência. O fato jurídico seria justamente essas variadas fases que ocorrem durante a vida do ser humano. Professora, então todo fato é um fato jurídico? Não, existem fatos que não possuem importância para o direito, não são relevantes para o direito. Ex: uma criança que está andando na rua e pede uma bala para sua mãe. Isso é um fato, sem dúvida, porém o direito não se preocupa com ele. Não necessitará de um juiz para avaliar se a mãe deve ou não dar a bala para a criança. Ou seja, são fatos sem relevância, que por sua vez se resolvem sem consulta de advogados ou juízes. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 3 Os fatos jurídicos podem ser subdivididos em algumas classificações distintas. Vamos observar o quadro abaixo para relembrarmos essas classificações. Bom, agora que já relembramos um pouco do que vem a ser o fato jurídico, vamos realizar a análise das questões, sempre realizando sucintas revisões, de forma a relembrarmos alguns assuntos mais importantes para a prova de vocês. Para respondermos essa questão, torna-se importante sabermos o que representa cada uma das alternativas, vejamos: FATO JURÍDICO INDEPENDE DA VONTADE HUMANA ORDINÁRIO: NASCIMENTO, MORTE ETC. EXTRAORDINÁRIO: FORÇA MAIOR E CASO FORTUITO. ATO JURÍDICO A VONTADE HUMANA É NECESSARIA PARA A REALIZAÇÃO DO ATO COMPRAR ALGO, COMER ALGO. FATO JURÍDICO FATOS NATURAIS ATOS JURÍDICOS (SENTIDO AMPLO) EXTRAORDINÁRIO ORDINÁRIO LÍCITO ILÍCITO NEGÓCIO JURÍDICO ATO-FATO JURÍDICO ATO JURÍDICO (SENTIDO RESTRITO) CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 4 Ambos os casos dependem da vontade humana para realização do ato, tendo o efeito da manifestação da vontade predeterminado na lei. No ato jurídico stricto sensu, muitas das vezes o efeito não é buscado nem imaginado pelo agente, mas decorre de uma conduta e é sancionado pela lei. DIREITO NATURAL CONSTITUIDO POR PRINCÍPIOS INERENTES A ESSENCIA HUMANA. DIREITO ESPONTANEO, QUE TEM SUAS ORIGENS NA NATUREZA SOCIAL DO HOMEM. SERVE DE PARAMETRO PARA OS LEGISLADORES DO DIREITO POSITIVO NÃO É ESCRITO DIREITO DE IR E VIR, DE SE REPRODUZIR, DE COMUNICAR- SE, DE TRABALHAR, DE CONSTITUIR FAMÍLIA... DIREITO POSITIVO CONSTITUIDO COM BASE NOS DIREITOS NATURAIS O HOMEM QUE CRIA SERVE DE PARAMETRO PARA A SOCIEDADE É ESCRITO NORMAS EMANADAS PELO ESTADO NEGÓCIO JURÍDICO DECLARAÇAO DE VONTADE PRIVADA COM FINALIDADE NEGOCIAL. VISA-SE A AQUISIÇÃO, CONSERVAÇÃO, MODIFICAÇÃO OU EXTINÇÃO DE DIREITOS, IMPLICANDO DECLARAÇÃO EXPRESSA DA VONTADE. Portanto, podemos concluir que os casos expressos na questão: reconhecimento da paternidade e a fixação de domicílio representam um ato jurídico stricto sensu, uma vez que: Gabarito “C” 2. (VUNESP / Exame de Ordem – OAB - SP/ 2007) São exemplos de fatos jurídicos stricto sensu a) a declaração, o testamento, a residência. b) o contrato, o testamento, a aluvião. c) a descoberta de tesouro, a dívida de jogo, o nascimento. d) o nascimento, a morte, a aluvião. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 5 Comentário: Coloquei essa questão para que todos vocês tomem cuidado para não confundirem os conceitos. Na questão anterior vimos o ATO jurídico stricto sensu, e nesta de agora é pedido os casos de FATO jurídico stricto sensu. Ato jurídico stricto sensu ��� há manifestação de vontade humana, mas seus efeitos jurídicos são determinados pela lei e não pelas partes. Fato jurídico stricto sensu ��� São os chamados fatos naturais, se subdividindo em ordinários e extraordinários. São fatos relevantes para o direito que decorrem da simples manifestação na natureza, ou seja, são alheios à vontade humana. Portanto: Gabarito: “D” 3. (MOVENS / Analista – Prefeitura de Manaus (AM) / 2010) Em relação aos fatos e atos jurídicos, assinale a opção correta. a) O dolo se caracteriza quando uma pessoa, sob premente necessidade ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. FATOS NATURAIS (FATO JURÍDICO STRICTO SENSU) ORDINÁRIOS EXTRAORDINÁRIOS São os esperados: nascimento, a morte, a maioridade, o decurso de tempo (ex. usucapião, prescrição e decadência), etc; São os imprevisíveis: terremoto, os raios, as tempestades, e todos os demais atos que se enquadram na categoria de caso fortuito ou força maior(Aluvião). CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 6 b) O agente que induz certo devedor a firmar novo negócio jurídico sob determinadas condições, mediante a ameaça de protestar o título vencido e não pago, que garante a dívida, age mediante coação. c) Conforme previsão expressa do Código Civil, não corre prescrição contra os absolutamente incapazes. d) É nulo o negócio jurídico por vício resultante de erro, dolo, coação,estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. Comentário: Essa questão aborda os defeitos dos negócios jurídicos. Pode-se resumir esses defeitos da seguinte maneira: DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS Erro Dolo Coação Estado de Perigo Lesão Fraude contra credores Essa questão é relativamente tranquila, pois pode ser respondida apenas com o conhecimento dos artigos do Código Civil. Vejamos: Alternativa “A”: O dolo se caracteriza quando uma pessoa, sob premente necessidade ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. Errada - Art. 157. OCORRE A LESÃO quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. Alternativa “B”: O agente que induz certo devedor a firmar novo negócio jurídico sob determinadas condições, mediante a ameaça de protestar o título vencido e não pago, que garante a dívida, age mediante coação. Errada - Art. 153. NÃO SE CONSIDERA COAÇÃO a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 7 Alternativa “C”: Conforme previsão expressa do Código Civil, não corre prescrição contra os absolutamente incapazes. Correta - Art. 198. Também não corre a prescrição: I - contra os incapazes de que trata o art. 3º; II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios; III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra. Para relembrar, observem o art. 3˚ do CC: Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Alternativa “D”: É nulo o negócio jurídico por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. Errada - Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é ANULÁVEL O NEGÓCIO JURÍDICO: [...] II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. Gabarito: “C” DICIONÁRIO JURÍDICO A coação é uma pressão exercida contra um determinado indivíduo, de forma que este concorde com algo. É um vício do consentimento que macula a manifestação da vontade, podendo dar causa à invalidade ou até mesmo à nulidade do negócio jurídico. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 8 • EX TUNC ��� RETROAGE • EX NUNC ��� NÃO RETROAGE, É DE AGORA PARA FRENTE 4. (TRF – 4ª REGIÃO / Juiz – TRF – 4ª REGIÃO/ 2010) Assinale a alternativa correta. É nulo o ato jurídico: a) Que tiver por objetivo fraudar lei imperativa. b) Se resultante de erro. c) Se resultante de coação. d) Praticado para fraudar terceiros. e) Todas as alternativas anteriores estão incorretas. Comentário: O interessante dessa questão é sabermos a diferenciação entre dois conceitos distintos: “nulo” e “anulável”. Vamos relembrar tais conceitos, e depois analisar a questão: ATO JURÍDICO NULO ATO JURÍDICO ANULÁVEL Viola norma de interesse público/coletividade Viola norma de interesse particular Reconhecido de ofício pelo juiz Não pode ser reconhecido de ofício pelo juiz Qualquer pessoa envolvida pode alegar, e a qualquer tempo Só pode alegar aquele que for prejudicado, e dentro do prazo estabelecido. Não pode ser dada validade para o ato posteriormente Pode ser dado validade para o ato posteriormente Ação declaratória Ação Desconstitutiva Efeito ex tunc Efeito ex nunc CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 9 Vamos para a análise das alternativas abaixo: Alternativa “A”: Que tiver por objetivo fraudar lei imperativa. Correta - Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: [...] VI - TIVER POR OBJETIVO FRAUDAR LEI IMPERATIVA; Alternativa “B”: Se resultante de erro. Errada - Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é ANULÁVEL o negócio jurídico: II - por vício resultante de ERRO, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. Alternativa “C”: Se resultante de coação. Errada - Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é ANULÁVEL o negócio jurídico: II - por vício resultante de erro, dolo, COAÇÃO, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. Alternativa “D”: Praticado para fraudar terceiros. Errada - Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é ANULÁVEL o negócio jurídico: II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou FRAUDE CONTRA CREDORES. Alternativa “E”: Todas as alternativas anteriores estão incorretas. Errada – Porque a A está correta! Gabarito: “A” 5. (CESPE / Exame de Ordem – OAB - SP / 2008) A respeito do fato jurídico, assinale a opção correta. a) A decadência extingue a pretensão e, por via oblíqua, o direito. b) Pode haver renúncia à prescrição antes da consumação do respectivo prazo, desde que não haja prejuízo a terceiros. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 10 c) Ato jurídico em sentido estrito é o que surge como mero pressuposto de efeito jurídico preordenado pela lei sem função e natureza de autorregulamento. d) O negócio jurídico, ato independente da vontade humana, produz efeitos jurídicos, criando, modificando ou extinguindo direitos. Comentário: Questão bastante abrangente acerca do fato jurídico. Vejamos as alternativas: Alternativa “A”: A decadência extingue a pretensão e, por via oblíqua, o direito. Errada - Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular A PRETENSÃO, A QUAL SE EXTINGUE, PELA PRESCRIÇÃO, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. A prescrição extingue apenas a pretensão, o direito não é extinto. Alternativa “B”: Pode haver renúncia à prescrição antes da consumação do respectivo prazo, desde que não haja prejuízo a terceiros. Errada - Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, DEPOIS QUE A PRESCRIÇÃO SE CONSUMAR; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição. Alternativa “C”: Ato jurídico em sentido estrito é o que surge como mero pressuposto de efeito jurídico preordenado pela lei sem função e natureza de autorregulamento. Correta – No ato jurídico em sentido estrito há manifestação de vontade humana, mas seus efeitos jurídicos são determinados pela lei e não pelas partes. Alternativa “D”: O negócio jurídico, ato independente da vontade humana, produz efeitos jurídicos, criando, modificando ou extinguindo direitos. Errada – O negócio jurídico é a DECLARAÇÃO DE VONTADE PRIVADA com finalidade negocial.Visa-se a aquisição, conservação, modificação ou extinção de direitos, implicando DECLARAÇÃO EXPRESSA DA VONTADE. Gabarito: “C” CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 11 6. (PGE - RO / Procurador – PGE - RO / 2011) O recente terremoto ocorrido no Japão em 11 de março de 2011, sob o ponto de vista da teoria geral do direito, pode ser classificado como a) ato jurídico em sentido estrito. b) ato jurídico em sentido amplo. c) negócio jurídico. d) fato jurídico em sentido estrito. e) fato ilícito em sentido estrito. Comentário: Essa questão explora a classificação de um fato jurídico. Conforme já vimos acima, os Fatos Jurídicos em sentido amplo podem ser classificados em: 1- Fatos Naturais ou FATOS jurídicos em sentido estrito, que se dividem em: a- ordinários - chuva, vento; e b- extraordinários - terremoto 2-Fato Humanos ou ATOS jurídicos em sentindo amplo, dividem em a- Lícitos; e b- Ilícitos. Portanto, temos que: Gabarito: “D” FATOS NATURAIS (FATO JURÍDICO STRICTO SENSU) ORDINÁRIOS EXTRAORDINÁRIOS São os esperados: nascimento, a morte, a maioridade, o decurso de tempo (ex. usucapião, prescrição e decadência), etc; São os imprevisíveis: terremoto, os raios, as tempestades, e todos os demais atos que se enquadram na categoria de caso fortuito ou força CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 12 7. (COPEVE /Procurador Municipal - Prefeitura de Penedo (AL) / 2010) Isabella possui 14 anos de idade e gostaria de realizar o pagamento de uma prestação do financiamento que seu genitor obteve na Caixa Econômica Federal de Penedo, no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais). A atendente da instituição bancária, porém, não aceita esse pagamento por ser ela menor de idade. Considerando a classificação de fato jurídico de Pontes de Miranda, escolha a opção correta. a) A atendente encontra-se correta, pois o pagamento representa um ato jurídico lato sensu e, portanto, não pode ser realizado por relativamente incapaz em virtude de sua patente anulabilidade. b) A atendente encontra-se correta, pois o pagamento representa um ato jurídico lato sensu e, portanto, não pode ser realizado por absolutamente incapaz em virtude de sua patente nulidade. c) A atendente encontra-se correta, pois o pagamento representa um negócio jurídico e, portanto, não pode ser realizado por absolutamente incapaz em virtude de sua patente nulidade. d) A atendente encontra-se equivocada, pois o pagamento representa um ato-fato jurídico e, portanto, pode ser realizado por absolutamente incapaz. e) A atendente encontra-se equivocada, pois o pagamento representa um fato jurídico stricto sensu e, portanto, pode ser realizado por absolutamente incapaz. Comentário: Para chegarmos ao gabarito dessa questão é essencial classificarmos a ação colocada na questão, da vontade de pagar uma conta por uma menina de 14 anos. Vamos ver o que aparece nas alternativas e relembrar esses conceitos: Ato jurídico Lato Sensu ��� pode ser encontrado também pelo nome de fato humano. Consiste no fato que o indivíduo pratica com sua vontade por meio de uma ação humana lícita. Sendo assim, o Ato Jurídico Lato Sensu subdivide- se em: a) Ato Jurídico Stricto Sensu; b) Negócio Jurídico. Negócio Jurídico ��� Declaração de vontade privada com finalidade negocial. Visa-se a aquisição, conservação, modificação ou extinção de direitos, implicando declaração expressa da vontade. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 13 Fato jurídico stricto sensu ��� São os chamados fatos naturais, se subdividindo em ordinários e extraordinários. São fatos relevantes para o direito que decorrem da simples manifestação na natureza, ou seja, são alheios à vontade humana. Ex: Raios, tempestades e etc. Ato-Fato jurídico ��� Não possui fundamentação no Código Civil, é uma classificação criada por Pontes de Miranda. Apesar disso, é aceita pela doutrina e aparece em concursos normalmente. Consiste em um comportamento humano desprovido de consciência e discernimento, mas que ainda assim produz efeitos na órbita jurídica. Como exemplo clássico de uma ato-fato jurídico, é um louco que encontra um tesouro. Este terá direito a metade da riqueza encontrada, de acordo com o art. 1.264 do CC. Ou seja, foi algo desprovido de consciência, mas que produziu efeito na órbita jurídica. Portanto, podemos chegar à conclusão, de que o pagamento de uma divida por uma criança de 14 anos, caracteriza-se um ato-fato jurídico, visto que um criança de 14 anos, absoltamente incapaz de acordo com o art. 3˚ do CC, não possui adequado discernimento para tal ato, produzindo, porém um efeito na órbita jurídica. Gabarito: “D” 8. (CESPE / Promotor de Justiça – MPE - AM / 2007) A respeito dos fatos, atos e negócios jurídicos, assinale a opção correta. a) É nulo o ato negocial no qual ambas as partes houverem reciprocamente agido com dolo. Mas, a nenhum dos contratantes é permitido reclamar indenização, devendo cada uma suportar o prejuízo experimentado pela prática do ato doloso, resguardando-se tão- somente o direito ao ressarcimento do terceiro de boa-fé. b) Caracteriza-se a lesão quando alguém, sob premente necessidade, assume obrigação excessivamente desproporcional à vantagem obtida, gerando um lucro exagerado ao outro contratante. Para que seja reconhecida a nulidade desse negócio, exige-se, além do prejuízo de CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 14 uma das partes e do lucro exagerado da outra, o dolo de aproveitamento na conduta do outro contratante. c) Caracteriza-se fraude contra credores a remissão de dívida, quando se tratar de devedor insolvente ou reduzido a insolvência mediante perdão. Nesse caso, é irrelevante, para a caracterização da fraude, o conhecimento ou o desconhecimento do devedor em relação ao seu estado econômico ou financeiro. d) O dolo acidental de terceiro provoca a anulação do negócio jurídico, ainda que a parte a quem aproveite dele não tivesse nem devesse ter conhecimento, por afetar a declaração da vontade, desviando-a de sua real intenção e causando-lhe danos. e) O negócio jurídico celebrado mediante coação exercida por terceiro sujeita o coator e aquele que teve proveito econômico com a avença à reparação dos danos causados na conclusão do ato negocial. Nessa situação, ainda que a parte beneficiada ignore a coação, o negócio não terá validade, resolvendo-se em perdas e danos suportados somente pelo terceiro. Comentário: Essa questão é interessante por ser bastante abrangente, e não cobrar diretamente o contido no CC, exigindo do candidato um raciocínio e interpretação de seus artigos. Vamos para as alternativas: Alternativa “A”: É nulo o ato negocial no qual ambas as partes houverem reciprocamente agido com dolo. Mas, a nenhum dos contratantes é permitido reclamar indenização, devendo cada uma suportar o prejuízo experimentado pela prática do ato doloso, resguardando-se tão somente o direito ao ressarcimentodo terceiro de boa-fé. Errada - Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, NENHUMA PODE ALEGÁ-LO PARA ANULAR o negócio, ou reclamar indenização. Alternativa “B”: Caracteriza-se a lesão quando alguém, sob premente necessidade, assume obrigação excessivamente desproporcional à vantagem obtida, gerando um lucro exagerado ao outro contratante. Para que seja reconhecida a nulidade desse negócio, exige-se, além do prejuízo de uma das partes e do lucro exagerado da outra, o dolo de aproveitamento na conduta do outro contratante. Errada – Essa alternativa apresenta dois pontos de erro. O primeiro consiste no fato de afirmar que existe nulidade na lesão. Na realidade é cabível à lesão somente a anulabilidade, conforme podemos observar no art.178, II do CC. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 15 Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear- se a anulação do negócio jurídico, contado: II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; O outro erro está no fato da alternativa afirmar que é necessário ocorrer o dolo de aproveitamento para ser configurada a lesão. Na lesão não é levado em conta se uma das partes se aproveitou da inexperiência ou da necessidade da outra (dolo de aproveitamento), mas sim se ocorreu o equilíbrio entre as partes no contrato. Na lesão a ideia primordial é o aproveitamento, e não o dolo de aproveitamento. Observem o art. 157 do CC: Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. § 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. § 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. Somente de forma a subsidiar ainda mais nossa resposta, temos o enunciado n˚150 do Conselho da Justiça Federal, onde é apresentado o seguinte: “A lesão de que trata o art. 157 do Código Civil não exige dolo de aproveitamento”. PARA VOCÊ ENTENDER Como vimos acima, no código civil a lesão é causa de anulação do negócio jurídico. Entretanto, no Código de defesa do consumidor em seu art. 6˚, V, temos que a lesão é causa de nulidade absoluta. Essa diferença pode ser explicada pelo fato do Código de defesa do Consumidor estar no âmbito de ordem pública, devendo ser mais severo e extremista. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 16 Alternativa “C”: Caracteriza-se fraude contra credores a remissão de dívida, quando se tratar de devedor insolvente ou reduzido a insolvência mediante perdão. Nesse caso, é irrelevante, para a caracterização da fraude, o conhecimento ou o desconhecimento do devedor em relação ao seu estado econômico ou financeiro. Correta - Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. § 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. § 2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles. Alternativa “D”: O dolo acidental de terceiro provoca a anulação do negócio jurídico, ainda que a parte a quem aproveite dele não tivesse nem devesse ter conhecimento, por afetar a declaração da vontade, desviando-a de sua real intenção e causando-lhe danos. Errada - Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou. Alternativa “E”: O negócio jurídico celebrado mediante coação exercida por terceiro sujeita o coator e aquele que teve proveito econômico com a avença à reparação dos danos causados na conclusão do ato negocial. Nessa situação, ainda que a parte beneficiada ignore a coação, o negócio não terá validade, resolvendo-se em perdas e danos suportados somente pelo terceiro. Errada - Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto. Ou seja, o negócio continuará se mantendo ativo, ainda que a parte beneficiada não tiver conhecimento da coação. Gabarito: “C” 9. (VUNESP / Titular de Serviços de Notas e Registros – TJ -SP / 2011) A consequência da estipulação de condição fisicamente impossível em negócio jurídico é: CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 17 a) considera-se inexistente a condição, se for suspensiva. b) nulidade do negócio, se a condição for resolutiva. c) nulidade do negócio, se a condição for suspensiva. d) considera-se inexistente a condição, seja suspensiva ou resolutiva. Comentário: Essa questão exige do candidato o conhecimento da diferença entre condição suspensiva e condição resolutiva. Vejamos: Inicialmente, vamos observar os art. 123 e 124 do CC. Art. 123. INVALIDAM os negócios jurídicos que lhes são subordinados: I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando SUSPENSIVAS; Art. 124. Têm-se por INEXISTENTES as condições impossíveis, quando RESOLUTIVAS, e as de não fazer coisa impossível. Vamos ver a diferença entre esses dois conceitos: Condição suspensiva ��� O negócio jurídico só existem quando essa condição está em vigor. A falta das condições suspensivas invalida o negócio jurídico. Condição Resolutiva ��� O ato não para de existir, e sim tem seu efeito jurídico interrompido. Ok professora, já sei o que vem a ser as condições suspensiva e resolutiva, mas o que é essas tais de condição fisicamente impossível e condição juridicamente impossível? Muito simples, condição fisicamente impossível são aquelas ações que nenhum ser humano consegue cumprir. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 18 Podemos utilizar como exemplo uma viagem ao centro do sol. Ninguém é capaz de cumprir tal tarefa. Já as condições juridicamente impossíveis, seriam aquelas ações proibidas por lei, ou que vem a ferir os bons costumes e a moral. Ex: Fumar em local proibido. Agora que já relembramos os conceitos importantes para essa questão, podemos respondê-la tranquilamente. Analisando o art. 123 do CC, temos que: Art. 123. INVALIDAM os negócios jurídicos que lhes são subordinados: I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando SUSPENSIVAS; Gabarito: “C” 10. (FCC / Analista Judiciário – TRF – 2ª REGIÃO / 2012) (CESPE / Analista de Controle Externo– TCE- TO / 2009) A respeito da disciplinados fatos jurídicos, assinale a opção correta. a) O pai, quando reconhece a paternidade do filho havido fora do casamento, pratica ato jurídico em sentido estrito. b) O provérbio “quem cala consente” é plenamente aplicável ao direito, pois, em regra, o silêncio importa anuência. c) Ocorre a reserva mental quando um dos contratantes oculta a sua verdadeira intenção, hipótese em que subsistirá a manifestação de vontade, sendo irrelevante para o direito o conhecimento ou o desconhecimento da reserva pela outra parte. d) Considere que duas partes tenham ajustado entre si uma doação, e, após algum tempo, houve conflito ante a interpretação das cláusulas CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 19 constantes do instrumento. Nesse caso, o juiz, ao decidir a eventual causa, deverá dar interpretação extensiva ao contrato. e) A vontade é pressuposto básico do negócio jurídico, sendo imprescindível a sua manifestação expressa. Comentário: Vamos analisar as alternativas. Alternativa “A”: O pai, quando reconhece a paternidade do filho havido fora do casamento, pratica ato jurídico em sentido estrito. Correta – Conforme já vimos anteriormente, temos que o ato jurídico em sentido estrito, ou stricto sensu, possui a seguinte definição: Ato jurídico stricto sensu ��� há manifestação de vontade humana, mas seus efeitos jurídicos são determinados pela lei e não pelas partes. Ou seja, a atitude do pai de decidir reconhecer a paternidade do filho havido fora do casamento, ocorreu pela sua vontade, entretanto as consequências desse ato não dependem do pai, e sim do previsto na lei. Alternativa “B”: O provérbio “quem cala consente” é plenamente aplicável ao direito, pois, em regra, o silêncio importa anuência. Errada – Caros alunos, sempre desconfiem nos termos como “sempre” e “em regra” nas provas de concursos. O art. 111 do CC afirma que: Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. Alternativa “C”: Ocorre a reserva mental quando um dos contratantes oculta a sua verdadeira intenção, hipótese em que subsistirá a manifestação de vontade, sendo irrelevante para o direito o conhecimento ou o desconhecimento da reserva pela outra parte. Errada - Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 20 Alternativa “D”: Considere que duas partes tenham ajustado entre si uma doação, e, após algum tempo, houve conflito ante a interpretação das cláusulas constantes do instrumento. Nesse caso, o juiz, ao decidir a eventual causa, deverá dar interpretação extensiva ao contrato. Errada – Para resolvermos essa alternativa não podemos esquecer que a doação, em regra, consiste em um negócio jurídico benéfico e não oneroso Portanto: Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia INTERPRETAM-SE ESTRITAMENTE. Alternativa “E”: A vontade é pressuposto básico do negócio jurídico, sendo imprescindível a sua manifestação expressa. Errada – Mais uma vez alerto todos vocês, abram sempre o olho em expressões como “sempre”, “em regra”, “imprescindível”, e etc. Conforme já vimos acima, temos que: Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. Reserva Mental ��� Caracteriza-se pela diferença entre a vontade real (interna) e a declarada (exteriorizada). Ou seja, a pessoa declara algo que não é o que ela está sentindo por dentro. Oculta a verdadeira intenção. Podemos entender também no fato do declarante querer enganar a pessoa a quem se destina a declaração. Exemplo: João está vendendo seu fusca 1974 devido a suas dificuldades financeiras. Carlos, seu amigo de infância, que tem uma Mercedes e é muito bem sucedido, afirma que sempre foi seu sonho ter um fusca, e que quer comprar o carro de João. Nessa situação está configurada a reserva mental, uma vez que Carlos declarou que queria comprar o fusca, quando na verdade só tinha intenção de ajudar seu velho amigo diante desse problema financeiro que passa. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 21 Gabarito: “A” 11. (CESPE/ Procurador de Estado – PGE - CE/ 2008) Acerca dos fatos jurídicos, assinale a opção correta. a) Configura-se o estado de perigo quando uma pessoa, por inexperiência, ou sob premente necessidade, obriga-se a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta, gerando lucro exagerado ao outro contratante. Nessa situação, a pessoa pode demandar a nulidade do negócio jurídico, dispensando-se a verificação de dolo ou má-fé da parte adversa. b) A fraude contra a execução é um defeito do negócio jurídico, caracterizando-se como vício de consentimento e viciando, como conseqüência, a declaração de vontade dos partícipes do negócio jurídico. c) A simulação relativa é um vício social que acarreta a nulidade do negócio jurídico, que não pode subsistir, mesmo que seja válido na substância e na forma. d) O negócio jurídico realizado com infração a norma de ordem pública, mesmo depois de declarado nulo por sentença judicial, por se tratar de direito patrimonial e, portanto, disponível, pode ser ratificado pelas partes, convalidando-se, assim, o ato negocial. e) A reserva mental caracteriza-se pela não-coincidência entre a vontade real e a declarada, com o propósito de enganar a outra parte. Se for desconhecida pelo destinatário, a manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou. Comentário: Essa questão é muito boa, bastante abrangente, que exige do candidato uma análise mais criteriosa das alternativas. Alternativa “A”: Configura-se o estado de perigo quando uma pessoa, por inexperiência, ou sob premente necessidade, obriga-se a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta, gerando lucro exagerado ao outro contratante. Nessa situação, a pessoa pode demandar a nulidade do negócio jurídico, dispensando-se a verificação de dolo ou má-fé da parte adversa. Errada – A definição apresentada nesta alternativa diz respeito à lesão, e não ao estado de perigo. Observem a diferença: CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 22 ESTADO DE PERIGO LESÃO Na realidade, é muito complicado diferençarmos a lesão do estado de perigo. Muito se discute se não seria mais adequado unir esses dois conceitos em apenas um, mas mesmo assim, vamos verificar as diferenças existentes: Estado de perigo ��� Como diz o próprio nome, ocorre quando existe uma situação de perigo a que uma pessoa está sujeita, e por isso, assume obrigação muito onerosa. Ex: Uma pessoa está pulando de paraquedas e seu equipamentonão funciona. Ela diz que dará toda a sua fortuna se alguém salvá-la. Lesão ��� Na lesão não existe a situação de perigo, mas sim uma necessidade de ordem econômica. Ex: Uma pessoa está prestes a perder seu único imóvel, portanto precisa obter dinheiro para salvar seu patrimônio. Trata-se de uma necessidade de ordem econômica. Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. § 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. § 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 23 Alternativa “B”: A fraude contra a execução é um defeito do negócio jurídico, caracterizando-se como vício de consentimento e viciando, como conseqüência, a declaração de vontade dos partícipes do negócio jurídico. Errada – Muito cuidado para não confundir a fraude contra a execução com a fraude entre os credores, esta sim um defeito do negócio jurídico. Alternativa “C”: A simulação relativa é um vício social que acarreta a nulidade do negócio jurídico, que não pode subsistir, mesmo que seja válido na substância e na forma. Errada – Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, MAS SUBSISTIRÁ o que se dissimulou, SE VÁLIDO FOR NA SUBSTÂNCIA E NA FORMA. Vamos entender isso verificando os conceitos de simulação absoluta e relativa. Simulação relativa: ocorre quando é ocultada a verdadeira natureza do contrato estabelecido entre duas pessoas. É um contrato com aparência de outro. Ou seja, as partes fazem um negócio, mas o verdadeiro objetivo é outro. Ex: O exemplo clássico dessa situação é o seguinte: Euzébio quer fazer a doação de um imóvel para Helena. Sabemos que o imposto de transmissão no caso de doação é maior do que no caso de compra e venda. Neste caso, é feito um contrato de compra e venda entre os dois, de forma a efetivar a passagem do imóvel para Helena. Este é um exemplo de simulação, porém que não acarretará na nulidade do negócio jurídico, visto que um contrato de compra e venda é válido na substância e na forma. Simulação Absoluta: É quando cria-se um contrato apenas de “fachada”, de aparência. É simulada a criação entre as partes de uma relação jurídica, mas na verdade nada se quer contratar. O objetivo é, geralmente, enganar outros e obter vantagens. Ex: César precisa obter um comprovante de residência na Bahia, de forma a obter vantagens para si. José possui um imóvel na Bahia. Então, eles combinam e fazem um contrato de locação, de forma que César possa ter o comprovante residencial que necessita. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 24 Este é um exemplo de simulação absoluta, onde iria acarretar na nulidade do negócio jurídico. OU SEJA, O ERRO DA ALTERNATIVA FOI AFIRMAR QUE NO CASO DA SIMULAÇÃO RELATIVA, O NEGÓCIO JURÍDICO SERÁ NULO, MESMO QUE SEJA VÁLIDO NA SUBSTÂNCIA E NA FORMA. Alternativa “D”: O negócio jurídico realizado com infração a norma de ordem pública, mesmo depois de declarado nulo por sentença judicial, por se tratar de direito patrimonial e, portanto, disponível, pode ser ratificado pelas partes, convalidando-se, assim, o ato negocial. Errada – De acordo com o art. 169 do CC, temos que: Art. 169. O negócio jurídico nulo NÃO É SUSCETÍVEL DE CONFIRMAÇÃO, NEM CONVALESCE PELO DECURSO DO TEMPO. Alternativa “E”: A reserva mental caracteriza-se pela não-coincidência entre a vontade real e a declarada, com o propósito de enganar a outra parte. Se for desconhecida pelo destinatário, a manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou. Correta – Conforme já vimos anteriormente, a reserva mental caracteriza-se pela diferença entre a vontade real (interna) e a declarada (exteriorizada). No art. 110 do CC, temos que: Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. Gabarito: “E” 12. (EJEF / Juiz – TJ - MG / 2009) "Fatos jurídicos são acontecimentos que produzem efeitos jurídicos, causando o nascimento, a modificação ou a extinção de relações jurídicas e de seus direitos". Ora constituem- se como simples manifestação da natureza, ora podem configurar-se como manifestação da vontade humana. Neste último caso são chamados de atos jurídicos. Assim, dentre as assertivas abaixo, assinale CORRETA. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 25 a) No ato jurídico em senso estrito a eficácia decorre da vontade do agente. É ato ex voluntate. b) Os atos jurídicos em senso estrito consistem em simples declarações de vontade que produzem efeitos estabelecidos em lei. c) O ato jurídico em senso estrito é a realização da autonomia privada, porque é instrumento de realização da vontade. d) O ato jurídico stricto sensu e o negócio jurídico são, ambos, manifestações de vontade, não se diferindo quanto a sua estrutura, a sua função e a seus efeitos. Comentário: Mais uma questão que exige do candidato o conhecimento sobre atos jurídicos stricto sensu e negócio jurídico. Observem que são assuntos extremamente importantes para a prova de vocês, e justamente por isso, que estou insistindo em várias questões nesse padrão e estilo. Alternativa “A”: No ato jurídico em senso estrito a eficácia decorre da vontade do agente. É ato ex voluntate. Errada – Como já vimos algumas vezes acima, temos que: Ato jurídico stricto sensu ��� há manifestação de vontade humana, mas seus efeitos jurídicos são determinados pela lei e não pelas partes. Existe uma determinação prévia da lei, não existindo para o agente a escolha dos efeitos jurídicos. Alternativa “B”: Os atos jurídicos em senso estrito consistem em simples declarações de vontade que produzem efeitos estabelecidos em lei. Correta – Essa alternativa vai de acordo com o que vimos acerca dos atos jurídicos stricto sensu. Alternativa “C”: O ato jurídico em senso estrito é a realização da autonomia privada, porque é instrumento de realização da vontade. Errada – O erro dessa alternativa está no mesmo ponto da alternativa “A”. No ato jurídico stricto sensu, não existe a realização da vontade do agente. DICIONÁRIO JURÍDICO ex voluntate ��� Segundo o desejo, de acordo com a vontade. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 26 O negócio jurídico é que consiste na declaração de vontade privada com finalidade negocial. Visa-se a aquisição, conservação, modificação ou extinção de direitos, implicando declaração expressa da vontade.Alternativa “D”: O ato jurídico stricto sensu e o negócio jurídico são, ambos, manifestações de vontade, não se diferindo quanto a sua estrutura, a sua função e a seus efeitos. Errada – Acabamos de ver que são conceitos diferentes. No ato jurídico stricto sensu, as consequências do ato são pré-estabelecidas pela lei. Por outro lado, no negócio jurídico, a declaração da vontade privada é previamente manifestada pelo agente. Gabarito: “B” 13. (EJEF/ Juiz – TJ - MG / 2006) Conforme dispõe o Código Civil, quanto aos defeitos que podem levar à anulação do negócio jurídico é CORRETO afirmar que: a) o erro de indicação da pessoa ou da coisa a que se referir a declaração de vontade viciará o negócio, ainda que, por seu contexto e pelas circunstâncias, possam ambas ser identificadas; b) o erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade; c) a coação exercida por terceiro não vicia o negócio, em qualquer circunstância; d) o dolo do representante legal de uma das partes obriga o representado a responder civilmente por todas as perdas e danos à parte ludibriada. Comentário: Essa questão apesar de abordar temas interessantes de nossa matéria, exige apenas o conhecimento direto do CC, aparecendo em todas as alternativas a cópia fiel da lei. Alternativa “A”: o erro de indicação da pessoa ou da coisa a que se referir a declaração de vontade viciará o negócio, ainda que, por seu contexto e pelas circunstâncias, possam ambas ser identificadas; Errada – O art. 142 do CC, afirma que: Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, NÃO VICIARÁ o negócio QUANDO, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 27 Alternativa “B”: o erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade; Correta – Essa alternativa reproduz fielmente o contido no art. 143 do CC. Vejamos: Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade. Alternativa “C”: a coação exercida por terceiro não vicia o negócio, em qualquer circunstância; Errada - Art. 154. VICIA O NEGÓCIO JURÍDICO a coação exercida por terceiro, SE DELA TIVESSE OU DEVESSE TER CONHECIMENTO A PARTE A QUE APROVEITE, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos. Alternativa “D”: o dolo do representante legal de uma das partes obriga o representado a responder civilmente por todas as perdas e danos à parte ludibriada. Errada - Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente ATÉ A IMPORTÂNCIA DO PROVEITO QUE TEVE; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos. Gabarito: “B” 14. (VUNESP / Exame de Ordem – OAB (SP)/ 2007) Não comporta condição o ato a) mútuo. b) de compra e venda. c) de doação. d) de aceitação ou de repúdio a herança. Comentário: Questão bem fácil. Basta para resolvê-la recorrer ao art. 1.808 do CC. Art. 1.808. Não se pode ACEITAR OU RENUNCIAR A HERANÇA em parte, sob condição ou a termo. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 28 Gabarito: “D” 15. (VUNESP / Titular de Serviços de Notas e Registros – TJ – SP / 2011) A declaração de vontade, cujos efeitos são pré-determinados pela lei e independem da intenção do agente, é denominada a) negócio jurídico de disposição. b) ato jurídico. c) negócio jurídico unilateral. d) contrato. Comentário: Mais uma questão que exige do candidato o conhecimento da definição dos termos contidos em nossa aula. Vejamos novamente para relembrar: Ato jurídico ��� é o acontecimento que se origina da vontade humana Este subdivide-se em: • ato jurídico em sentido estrito e negocio jurídico. • Ato jurídico, em sentido estrito ��� é o acontecimento que se origina da vontade humana cujos efeitos jurídicos já estão previamente determinados em lei, sendo assim há uma manifestação que gera uma adesão a estes efeitos. • Negócio Jurídico ��� é o acontecimento que se origina da vontade humana cujos efeitos jurídicos são criados e pactuados entre as partes. Somente para conhecimento: Negócio jurídico unilateral:É aquele que para ser celebrado necessita apenas da manifestação de vontade de uma só parte ou de várias pessoas manifestando sua vontade no mesmo sentido, logo existindo apenas um pólo na relação jurídica. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 29 Exemplos : Testamento, renúncia, promessa de recompensa. Na realidade, seria mais correto a questão apresentar uma alternativa com a opção de ato jurídico stricto sensu, mas ato jurídico está correto, visto que o stricto sensu é uma subdivisão do ato jurídico. Gabarito: “B” 16. (IESES / Titular de Serviços de Notas e Registros – TJ - CE / 2011) Acerca da validade dos negócios jurídicos pode-se afirmar: a) A compra e venda entre ascendente e descendente é anulável, salvo se houver consentimento expresso dos demais descendentes e do cônjuge do alienante, se o regime de bens não for o de separação. b) Não é válida a compra e venda entre cônjuges, ainda que de bem excluído da meação. c) Para alienar ou gravar de ônus real bem imóvel validamente é necessária à outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens do casamento. d) A doação de ascendente para descendente é anulável, salvo se houver consentimento expresso de todos os demais descendentes e do cônjuge, se o regime não for o de separação de bens. Comentário: Essa questão é bastante interessante e importante para a prova de vocês, uma vez que explora os detalhes e características da validade de negócios jurídicos, tais como: compra e venda, doação, alienação. Alternativa “A”: A compra e venda entre ascendente e descendente é anulável, salvo se houver consentimento expresso dos demais descendentes e do cônjuge do alienante, se o regime de bens não for o de separação. Correta – De acordo com o art. 496 do CC, temos que: Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 30 Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória. Ou seja, vamos supor que Ramiro quer fazer um contrato de compra e venda com Júlio, um de seus filhos. A compra e venda será autorizada, entretanto, será necessário que se tenha o consentimento de Márcia e José, seus outros filhos, além de Carlota, sua esposa, que não casou com Ramiro no regime de bens de separação obrigatória. Alternativa “B”: Não é válida a compra e venda entre cônjuges, ainda que de bem excluído da meação. Errada – Na situação apresentada na alternativa, SERÁ AUTORIZADA a compra e venda entre cônjuges, SOMENTEPARA BENS QUE NÃO FORAM INCLUÍDOS NA COMUNHÃO. Observem o art. 499 do CC: Art. 499. É LÍCITA a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão. Alternativa “C”: Para alienar ou gravar de ônus real bem imóvel validamente é necessária à outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens do casamento. Errada - Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, EXCETO NO REGIME DA SEPARAÇÃO ABSOLUTA: I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; Agora observem o que diz o art. 1.648: ATENÇÃO Muita atenção, pois isso pode ser um ponto de pegadinha na prova. Se Ramiro e Carlota tivessem casado com separação obrigatória de bens, não seria necessário o consentimento de Carlota no caso da compra e venda. Já o consentimento dos outros filhos será sempre obrigatório. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 31 Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la. Ou seja, com exceção do regime de separação absoluta dos bens, será necessária a autorização do cônjuge nos atos de alienação dos bens imóveis. Alternativa “D”: A doação de ascendente para descendente é anulável, salvo se houver consentimento expresso de todos os demais descendentes e do cônjuge, se o regime não for o de separação de bens. Errada - Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, IMPORTA ADIANTAMENTO DO QUE LHES CABE POR HERANÇA. Se a doação é um adiantamento do que lhes cabe, não é necessário consentimento dos demais descendentes ou do cônjuge para que a doação seja efetivada. Gabarito: “A” 17. (CESPE / Promotor de Justiça – MPE – RO / 2010) Com relação à representação, assinale a opção correta. a) Os poderes de representação podem ser conferidos pelo interessado ou pela lei. b) É necessária a demonstração de prejuízo para se anular negócio jurídico concluído pelo representante em conflito de interesse com o representado. c) É anulável o negócio jurídico que o representante celebra consigo mesmo, ainda que o permita o representado. d) A confissão feita pelo representante em nome do representado é sempre eficaz. e) Admite-se a representação em todos os atos da vida civil. Comentário: Questão sobre a representação e suas peculiaridades. Somente para que tenhamos uma noção do que estamos tratando nessa questão, vamos relembrar o que vem a ser a representação. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 32 A representação, como o próprio nome já diz, é quando alguém representa outra pessoa em determinada situação. Quem praticar efetivamente o ato é o representante, e o indivíduo em nome de quem o representante atua é o representado. Pode ser classificada em legal e voluntária ou convencional. REPRESENTAÇÃO LEGAL É conferida para que sejam defendidos os interesses das pessoas incapazes, e até de capazes, em determinadas situações. É conferida por lei, e não pela vontade das partes. Ex: Pais,tutores, síndicos. VOLUNTÁRIA OU CONVENCIONAL Ocorre através da vontade e acordo das partes Ex: Procuração Vamos verificar agora através das alternativas as principais regras da representação: Alternativa “A”: Os poderes de representação podem ser conferidos pelo interessado ou pela lei. Correta – Como vimos na tabela acima: Representação legal ��� Conferida por lei. Representação Voluntária ��� Conferida pela vontade do interessado. Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado. Alternativa “B”: É necessária a demonstração de prejuízo para se anular negócio jurídico concluído pelo representante em conflito de interesse com o representado. Errada - Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, SE TAL FATO ERA OU DEVIA SER DO CONHECIMENTO DE QUEM COM AQUELE TRATOU. Alternativa “C”: É anulável o negócio jurídico que o representante celebra consigo mesmo, ainda que o permita o representado. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 33 Errada – Se o representado ou a lei conceder a permissão, será autorizado tal ato. Art. 117. SALVO SE O PERMITIR A LEI OU O REPRESENTADO, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. Alternativa “D”: A confissão feita pelo representante em nome do representado é sempre eficaz. Errada - Art. 213. NÃO TEM EFICÁCIA A CONFISSÃO se provém de quem não é capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados. Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, SOMENTE É EFICAZ nos limites em que este pode vincular o representado. Alternativa “E”: Admite-se a representação em todos os atos da vida civil. Errada – GENERALIZAÇÕES em provas de concursos sempre desconfiem!!!! Art. 1.691. NÃO PODEM OS PAIS ALIENAR, OU GRAVAR DE ÔNUS REAL OS IMÓVEIS DOS FILHOS, NEM CONTRAIR, EM NOME DELES, OBRIGAÇÕES QUE ULTRAPASSEM OS LIMITES DA SIMPLES ADMINISTRAÇÃO, SALVO POR NECESSIDADE OU EVIDENTE INTERESSE DA PROLE, MEDIANTE PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO JUIZ. Parágrafo único. Podem pleitear a declaração de nulidade dos atos previstos neste artigo: I - os filhos; II - os herdeiros; III - o representante legal. A representação tem seus limites como podemos ver no caput do art. 1.691 do Código Civil. Gabarito: “A” 18. (FCC / Procurador de Estado – PGE - RR / 2006) Haverá nulidade absoluta, CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 34 a) se houver lesão contratual e relativa, se a parte celebrar negócio jurídico mediante coação. b) se o negócio jurídico for celebrado por pessoa absolutamente incapaz e relativa, se tiver por objetivo fraudar lei imperativa. c) se a parte incidir em erro substancial de direito e relativa, se praticado por pessoa relativamente incapaz. d) se o negócio jurídico for simulado e relativa, se for celebrado em estado de perigo. e) no caso de dolo, se o seu autor for a outra parte e relativa, se o seu autor for terceiro. Comentário: Essa questão vai exigir do aluno a diferenciação entre nulidade absoluta e relativa. Para conseguirmos responder essa questão precisamos ter conhecimento da diferença entre nulidade absoluta e nulidade relativa. NULIDADE ABSOLUTA (NULO) NULIDADE RELATIVA (ANULÁVEL) Viola norma de interesse público/coletividade Viola norma de interesse particular Reconhecido de ofício pelo juiz Não pode ser reconhecido de ofício pelo juiz Qualquer pessoa envolvida pode alegar, e a qualquer tempo Só pode alegar aquele que for prejudicado, e dentro do prazo estabelecido. Não pode ser dada validade para o ato posteriormente Pode ser dado validade para o ato posteriormente Ação declaratória Ação Desconstitutiva Efeito ex tunc Efeito ex nunc Temos no art. 166 do CCos casos que tornam o negócio jurídico nulo: Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 35 I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; IV - não revestir a forma prescrita em lei; V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. No art. 171 do CC é apresentado os casos de anulabilidade, nulidade relativa: Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por incapacidade relativa do agente; II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. Agora que já sabemos as principais características e os casos de nulidade absoluta e relativa, vamos analisar as alternativas da questão. Alternativa “A”: se houver lesão contratual e relativa, se a parte celebrar negócio jurídico mediante coação. Errada – Tanto a lesão contratual quanto a coação são casos de nulidade relativa, de acordo com o art. 171 do CC. Alternativa “B”: se o negócio jurídico for celebrado por pessoa absolutamente incapaz e relativa, se tiver por objetivo fraudar lei imperativa. Errada – Nessa alternativa, as duas situações resentadas são casos de nulidade absoluta, de acordo com o art. 166, incisos I e VI. Alternativa “C”: se a parte incidir em erro substancial de direito e relativa, se praticado por pessoa relativamente incapaz. Errada – Ambos os casos consiste em nulidade relativa. Observem: CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 36 Art. 138. São ANULÁVEIS os negócios jurídicos, quando as DECLARAÇÕES DE VONTADE EMANAREM DE ERRO SUBSTANCIAL que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é ANULÁVEL o negócio jurídico: I - POR INCAPACIDADE RELATIVA DO AGENTE; Alternativa “D”: se o negócio jurídico for simulado e relativa, se for celebrado em estado de perigo. Correta – No caso de negócio jurídico simulado será nulidade absoluta, de acordo com o art. 167 do CC. Art. 167. É NULO O NEGÓCIO JURÍDICO SIMULADO, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. E no caso de estado de perigo, conforme art. 171, II, temos que será uma nulidade relativa. Alternativa “E”: no caso de dolo, se o seu autor for a outra parte e relativa, se o seu autor for terceiro. Errada – No caso de dolo teremos a nulidade relativa, de acordo com o art. 171, II. Gabarito: “D” 19. (ESAF / Analista de Comércio Exterior – MDIC / 2012) Sobre a validade do negócio jurídico, assinale a opção correta. a) A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, pois aproveita aos cointeressados capazes, salvo se for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum. b) A escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o salário mínimo vigente, exceto se a lei dispuser em contrário. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 37 c) A validade das declarações de vontade dependerá de forma especial, e se atenderá mais ao sentido literal da linguagem do que à intenção nelas consubstanciada. d) A impossibilidade inicial do objeto invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. e) O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e for necessária a declaração de vontade expressa. Comentário: Questão muito recente da ESAF. Observem que a banca cobra a literalidade da lei, apresentando em suas alternativas a reprodução do contido no Código Civil. Vejamos: Alternativa “A”: A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, pois aproveita aos cointeressados capazes, salvo se for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum. Errada - Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, NEM APROVEITA AOS CO- INTERESSADOS CAPAZES, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum. Alternativa “B”: A escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o salário mínimo vigente, exceto se a lei dispuser em contrário. Correta - Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. Alternativa “C”: A validade das declarações de vontade dependerá de forma especial, e se atenderá mais ao sentido literal da linguagem do que à intenção nelas consubstanciada. Errada - Art. 107. A validade da declaração de vontade NÃO DEPENDERÁ de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá MAIS À INTENÇÃO nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 38 Alternativa “D”: A impossibilidade inicial do objeto invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. Errada - Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto NÃO INVALIDA o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. Alternativa “E”: O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e for necessária a declaração de vontade expressa. Errada - Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e NÃO FOR NECESSÁRIA a declaração de vontade expressa. Gabarito: “B” 20. (TRT – 2ª REGIÃO (SP) / Juiz do Trabalho – TRT – 2ª REGIÃO (SP)/ 2011) Nos termos do Código Civil, as condições abaixo invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados, à exceção: a) Das condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas. b) Das condições física ou juridicamente impossíveis, quando resolutivas. c) Das condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita. d) Das condições incompreensíveis. e) Das condições contraditórias. Comentário: Boa questão que aborda os casos de invalidação do negócio jurídico. É necessária uma leitura atenta do enunciado, uma vez que é pedido a exceção dos casos que invalidam o negócio jurídico. Com certeza, muitos candidatosbem preparados e “apressadinhos” iriam tropeçar nessa barreira (aproveitando o espírito olímpico do momento), uma vez que iriam ler a alternativa A e marcar como correta, imaginando que se pedia o caso de invalidade do negócio jurídico. Portanto, muito cuidado e atenção na leitura do enunciado de qualquer questão, por mais fácil que ela possa parecer. CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 39 Vamos lembrar os art. 123 e 124 do CC, que dizem o seguinte: Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; III - as condições incompreensíveis ou contraditórias. Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível. Portanto: Alternativa “A”: Das condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas. INVALIDAM OS NEGÓCIOS JURÍDICOS � Art. 123, I Alternativa “B”: Das condições física ou juridicamente impossíveis, quando resolutivas. Errada - Art. 124. Têm-se por INEXISTENTES AS CONDIÇÕES IMPOSSÍVEIS, QUANDO RESOLUTIVAS, e as de não fazer coisa impossível. Alternativa “C”: Das condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita. INVALIDAM OS NEGÓCIOS JURÍDICOS � Art. 123, II Alternativa “D”: Das condições incompreensíveis. INVALIDAM OS NEGÓCIOS JURÍDICOS � Art. 123, III Alternativa “E”: Das condições contraditórias. INVALIDAM OS NEGÓCIOS JURÍDICOS � Art. 123, III Gabarito: “B” 21. (TRT – 2ª REGIÃO (SP) / Juiz do Trabalho – TRT – 2ª REGIÃO (SP) / 2011) Assinale a alternativa incorreta: CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 40 a) É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. b) Haverá simulação nos negócios jurídicos quando aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem ou transmitem, quando contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira e no caso de instrumentos particulares que forem antedatados, ou pós-datados. c) As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes. d) O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, mas convalesce pelo decurso do tempo. e) O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro. Comentário: Mais uma questão sobre nulidade e anulabilidade, que vem a complementar o que vimos nas questões acima sobre esse assunto. Essa questão é apresentada em formato muito parecido com o que a ESAF vem apresentando em suas últimas provas, a literalidade. Vejamos: Alternativa “A”: É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. Correta – Reproduz exatamente o contido no caput do art. 167. Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. Alternativa “B”: Haverá simulação nos negócios jurídicos quando aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem ou transmitem, quando contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira e no caso de instrumentos particulares que forem antedatados, ou pós- datados. Correta – Ainda no art. 167, em seu §1˚, temos que: Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. § 1˚ Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 41 II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós- datados. Alternativa “C”: As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes. Correta – Assim como vimos anteriormente, as nulidade pode ser reconhecidas de ofício pelo juiz, bem como qualquer pessoa envolvida pode alegar. Dentro dessa ideia, observem o parágrafo único do art. 168 do CC: Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir. Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes. Alternativa “D”: O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, mas convalesce pelo decurso do tempo. Errada- O NEGÓCIO JURÍDICO NÃO CONVALESCE PELO DECURSO DO TEMPO. Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, NEM CONVALESCE PELO DECURSO DO TEMPO. Alternativa “E”: O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro. Correta - Novamente a cópia fiel da lei. O art. 172 do CC diz o seguinte: Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro. Gabarito: “D” CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB PROFESSORA: SUZANA LOPES Prof.ª Suzana Lopes www.pontodosconcursos.com.br 42 22. (FCC / Defensor público – DPE - SP / 2012) Em relação aos defeitos do negócio jurídico, é correto afirmar: a) O dolo recíproco enseja a anulação do negócio jurídico e a respectiva compensação das perdas e ganhos recíprocos. b) O dolo do representante legal de uma das partes obriga o representado a responder civilmente perante a outra parte, independente do proveito que houver auferido. c) O dolo do representante convencional de uma das partes obriga o representado a responder civilmente perante a outra parte, até o limite do proveito que houver auferido. d) A caracterização da omissão dolosa em negócio bilateral exige a prova de que sem a omissão o negócio não teria sido celebrado. e) O dolo de terceiro enseja a anulação do negócio jurídico, independente do conhecimento das partes contratantes. Comentário: Essa questão versa sobre os defeitos do negócio jurídico, mais especificamente do dolo, abordando suas especificidades nas alternativas. O dolo é quando alguém induz, de forma maliciosa, alguém para a prática de determinado ato que lhe será prejudicial, mas proveitoso ao autor do dolo ou a terceiro. Professora, erro é a mesma coisa que dolo? Não, esses dois conceitos se diferem no seguinte ponto: No erro não existe o ato malicioso de induzir a parte como vimos na definição de dolo, a parte se engana por ela mesma. PARA VOCÊ ENTENDER O dolo civil ao qual estamos nos referindo em nossa aula, difere do dolo criminal, que é quando se pratica um
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