Buscar

Apostila Materia Gestão e Orçamento Publico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Material elaborado pelo Professor Dr. Valter Siqueira Freitas
Apostila sobre a Matéria de
ADMINISTRAÇÃO 
ou 
GESTÃO PÚBLICA
Elaboração: Professor Dr. Valter Siqueira Freitas
�
Índice
Unidade I – A Estrutura Administrativa
	Administrar .......................................................................................................
	pág. 01
	Administração Pública .......................................................................................
	pág. 01
	Conceito de Serviço Público ...............................................................................
	pág. 01
	Administração Pública Patrimonialista ...............................................................
	pág. 02
	Administração Pública Burocrática ....................................................................
	pág. 02
	Administração Pública Gerencial ........................................................................
	pág. 03
	Contratualização ....................................................................................
	pág. 04
	Concessões .............................................................................................
	pág. 04
	
Unidade II – A Atividade Administrativa
	Importância da Administração Pública ...............................................................
	pág. 05 
	Princípios Básicos da Administração ..................................................................
	pág. 05
	Princípio da Legalidade e Moralidade ....................................................
	pág. 05 
	Princípio da Impessoalidade ....................................................................
	pág. 05 
	Princípio da Finalidade ...........................................................................
	pág. 05 
	Princípio da Eficiência ............................................................................
	pág. 05 
	Princípio da Publicidade .........................................................................
	pág. 06 
	Administração Pública no Brasil ........................................................................
	pág. 06 
	Administração Direta ..............................................................................
	pág. 06 
	Administração Indireta ...........................................................................
	pág. 26 
	Autarquia ..................................................................................
	pág. 06 
	Empresa Pública .......................................................................
	pág. 07 
	Entidades Paraestatais de Cooperação .......................................
	pág. 07 
	Fundações Públicas ...................................................................
	pág. 07 
	Fundações Públicas ...................................................................
	pág. 07 
	Sociedade de Economia Mista ....................................................
	 pág. 08 
Unidade III – Poderes e Deveres do Administrador Público
	Poder .................................................................................................................
	pág. 08 
	Dever de Agir .....................................................................................................
	pág. 09 
	Dever de Probidade ............................................................................................
	 pág. 10 
	A Probidade Administrativa .......................................................
	pág. 10 
	O Princípoioda Imporbidade ......................................................
	pág. 10 
	A Improbidade Administrativa ...................................................
	pág. 11 
	Dever de Eficiência ............................................................................................
	pág. 11 
	Dever de Prestar Contas ....................................................................................
	pág. 11 
	Fundamento dos Princípios Administrativos ......................................................
	pág. 12 
Unidade IV – Poderes Administrativos
	Poderes do Estado – Poder Público .....................................................................
	pág. 12 
	 Poder Legislativo; Executivo e Judiciário ..............................................
	 pág. 12
	Poder Discricionário ...........................................................................................
	pág. 13 
	Poder Hierárquico ..............................................................................................
	pág. 13 
		Poder Político .....................................................................................................
	pág. 14 
	 Princípio da Finalidade ......................................................................................
	pág. 14 
	 Princípio da Eficiência .......................................................................................
	pág. 14 
	Poder Regulamentar ..........................................................................................
	pág. 15 
		Poder Vinculado ou Regrado ..............................................................................
	pág. 15 
	Poder Disciplinar ...............................................................................................
	pág. 15 
	Poder de Polícia .................................................................................................
	pág. 16 
	Características ou Atributos do Poder de Polícia ......................................
	pág. 16 
	 Autoexecutoriedade e Proporcionalidade ..................................
	pág. 16 
	Restrições ao Exercício do Poder de Polícia ..............................................
	pág. 16 
	Poderes Administrativos .....................................................................................
	pág. 16 
	Ad Nutum ...............................................................................................
	pág. 16 
	Administração Pública (Execução) ...........................................................
	pág. 17 
	Organização da Administração Pública ......................................
	pág. 17 
	Abuso de Autoridade ou Abuso de Poder ....................................
	pág. 17 
	Direito de Petição ......................................................................
	pág. 17 
	Sanção Administrativa ..............................................................
	pág. 17 
	Sanção de Lei ............................................................................
	pág. 18 
	Sanção Civil e Sanção Penal .....................................................
	pág. 18 
	
	
Unidade V – Atos Administrativos
	Conceito de Atos Administrativos .......................................................................
	pág. 18
	Requisitos dos Atos Administrativos ...................................................................
	pág. 20 
	Atributos do Ato Administrativo .........................................................................
	pág. 21 
	Classificação dos Atos Administrativos ...............................................................
	pág. 21 
	Atos Administrativos Gerais ou Regulamentares .....................................
	pág. 21 
	Atos Administrativos Individuais .............................................................
	pág. 22 
	Atos Administrativos Internos .................................................................
	pág. 22 
	Atos Administrativos Externos ................................................................
	pág. 23 
	Atos de Império ou de Autoridade ...........................................................
	pág. 24 
	Atos de Gestão ........................................................................................pág. 24 
	Atos de Expediente .................................................................................
	pág. 25 
	Atos Vinculados ou Regrados ..................................................................
	pág. 25 
	Atos Discricionários ................................................................................
	pág. 25 
	Espécies de Atos Normativos ..............................................................................
	pág. 26 
	Decreto ...................................................................................................
	pág. 26 
	Decreto Independente ou Autônomo .......................................................
	pág. 27 
	Decreto Regulamentar ............................................................................
	pág. 27 
	Decreto Singular .....................................................................................
	pág. 29 
	Decreto Autônomo ..................................................................................
	pág. 29 
	Regulamento ..........................................................................................
	pág. 29 
	Instruções Normativas ............................................................................
	pág. 29 
	Regimentos .............................................................................................
	pág. 29 
	Resoluções .............................................................................................
	pág. 30 
	Resolução do Senado Federal .................................................................
	pág. 30 
	Deliberações ...........................................................................................
	pág. 30 
	Medidas Provisórias ................................................................................
	pág. 30 
	Reedição de Medida Provisória ................................................................
	pág. 31 
	Posturas .................................................................................................
	pág. 31 
	Motivação dos Atos Administrativos ...................................................................
	pág. 32 
	Nos atos Vinculados ...............................................................................
	pág. 32 
	Nos atos Discricionários .........................................................................
	pág. 32 
	Teoria dos Motivos Determinantes .....................................................................
	 pág. 32
	Revogação dos Atos Administrativos ..................................................................
	 pág. 32
	Invalidação dos Atos Administrativos .................................................................
	pág. 32 
	Atos Nulos .........................................................................................................
	pág. 34 
	Atos Convalidáveis .............................................................................................
	pág. 35 
	Atos Inexistentes e os Atos Irregulares ...............................................................
	pág. 35 
 
Unidade VI – Orçamento Público, Licitações e Contratos (Lei n.º 8.666/93)
	Orçamento Público ............................................................................................
	pág. 36 
	 PPA, LDO e LOA ...................................................................................
	pág. 37 
	 Política Fiscal .......................................................................................
	pág. 38 
	 Política Regulatória ...............................................................................
	pág. 38 
	 Política Monetária .................................................................................
	pág. 38 
	Princípios do Orçamento Público ........................................................................
	pág. 39 
	 Princípio da Unidade; da Universalidade ..............................................
	pág. 39 
	 Princípio da Anualidade/Periodicidade ..................................................
	pág. 39 
	 Princípio da Legalidade; da Exclusividade .............................................
	pág. 39 
	 Princípio da Especificação ou Especialização .........................................
	pág. 39 
	 Princípio da Publicidade .......................................................................
	pág. 39 
	 Princípio da Equilíbrio...........................................................................
	pág. 40 
	 Princípio da Orçamento-Bruto ..............................................................
	pág. 40 
	 Princípio da Não-afetação ou não-vinculação ........................................
	pág. 40 
	 Princípio da Programação, tipicidade e atipicidade ................................
	pág. 40 
	Orçamento Público – Instrumento de Ação do Estado .........................................
	pág. 41 
	Marcos do Planejamento Público no Brasil .........................................................
	pág. 43 
	Processo Licitatório - Licitação ...........................................................................
	pág. 45 
	 Verificação da Credibilidade de Atesto de Exclusividade ........................
	pág. 46 
	 Espécie de Licitação ..............................................................................
	pág. 46 
	A Concorrência ..........................................................................
	pág. 46 
	A Tomada de Preços ..................................................................
	pág. 46 
	O Convite ..................................................................................
	pág. 46 
	O Concurso ...............................................................................
	pág. 47 
	O Leilão .....................................................................................
	pág. 47 
	O Pregão ...................................................................................
	pág. 47 
	 Valores definidos na Lei de Licitação .....................................................
	pág. 47 
	 Inexigibilidade de Licitação ...................................................................
	pág. 47 
Unidade VII – Contratos Administrativos
	Os Contratos Administrativos ............................................................................
	pág. 48 
	Características do Contrato Administrativo .............................................
	pág. 48 
	Peculiaridades do Contrato Administrativo ..............................................
	pág. 49 
	Interpretação do Contrato Administrativo ...............................................
	pág. 50 
	Tipos de Contrato Administrativo ............................................................
	pág. 50 
	Formalização do Contrato Administrativo – Indispensabilidade ...............
	pág. 51 
	Prorrogação de Prazo .................................................................
	pág. 51 
	Demora na Formalização do Contrato ........................................
	pág. 52 
	Cláusulas Essenciais .................................................................
	pág. 52 
	Cláusulas Acessórias .................................................................
	pág. 52 
	Garantias ..................................................................................
	pág. 52 
	Execução do Contrato Administrativo .....................................................
	pág. 53 
	Direito e Obrigações das Partes .................................................
	pág. 54 
	Acompanhamento e Fiscalização da Execução ...........................
	pág. 54 
	Extinção do ContratoAdministrativo ......................................................
	pág. 54 
	Inexecução do Contrato Administrativo ..................................................
	pág. 54 
	Inexecução Culposa ...................................................................
	pág. 55 
	Inexecução Sem Culpa ..............................................................
	pág. 55 
	Alteração e Rescisão do Contrato Administrativo .....................................
	pág. 55 
	Causas das Extinção do Contrato Administrativo ......................
	pág. 55 
	Aplicação da Teoria da Imprevisão ................................
	pág. 55 
	Força Maior e Caso Fortuito .........................................
	pág. 55 
	Fato do Príncipe ...........................................................
	pág. 56 
	Fato da Administração .................................................
	Pág. 56 
	
	
	Bibliografia .......................................................................................................
	pág. 57 
�
Apresentação
	Este material foi elaborado através de uma coletânea de documentos escritos por estudiosos da matéria, como também em consultas a sites na Internet.
	O objetivo deste é levar ao corpo discente um instrumento de fácil compreensão, numa linguagem atualizada e dinâmica, de forma a propiciar meios de buscar e aperfeiçoar as expectativas do aprendizado.
	É um trabalho que, com toda certeza, poderá ser melhorado. Todas as críticas e sugestões serão benvindas. O nosso intuito é manter um arquivo de fácil acesso a todos os interessados no assunto.
	Agradeço a todos que contribuíram com a execução deste material, em especial a minha grande amiga e parceira de trabalho, Professora-Mestre Júlia Maria Miranda Sousa de Carvalho.
	Dedico este aos meus filhos: Sérgio, Ariana, André Felipe, Rodrigo, Marcelinho e a razão de minha existência, minha Mãe Carmelita. Pois, são eles as vitaminas que eu preciso para buscar a cada dia mais força, no cumprimento de minha missão. E como disse um dia, Raul Seixas: “O sonho que se sonha só, é apenas um sonho. Mas, o sonho que se sonha junto, torna-se realidade.” Assim, estou sonhando com meus filhos, minha mãe, irmãos e muitas outras pessoas, para que esse mundo melhore e que sejamos mais amigos e mais companheiros.
	
�
Professor Dr. Valter Siqueira Freitas – (E-mail: valterfreit@gmail.com)
Administração Pública
Unidade I – A Estrutura Administrativa
	Administrar – governar; dirigir, coordenar; gerir esforços na busca dos meios para atingir um determinado objetivo, de forma eficiente e eficaz com o mínimo de recursos e tempo possível. Em outras palavras, é a ação humana cooperativa, caracterizada por um alto grau de racionalidade para realizar objetivos determinados.
A forma conceitual de Administração sofreu grandes mudanças durante a evolução das diferentes escolas ou teorias, que abordaram a Administração no transcorrer do tempo (Administração Científica, Teoria Clássica, Teoria da Burocracia, Teoria Estruturalista, Teoria das Relações Humanas, Teoria Contingencial, dentre tantas outras).
	Administração Pública – É a ordenação, direção e controle de serviços do governo, no âmbito federal, estadual e municipal, segundo os preceitos do direito e da moral visando o bem comum. 
De outra maneira mais explicativa: Administração Pública deve ser considerada num determinado tempo e espaço para que possa haver precisão em sua delimitação. Isto se explica porque a noção de "público" nunca tem precisamente o mesmo sentido em dois contextos culturais diferentes (tempo e espaço). Exemplificando esta ambiguidade existente no conceito de público, podemos mencionar a administração dos serviços telefônicos no Brasil e no Chile. Houve época no Brasil em que este serviço era prestado exclusivamente por empresas de capital público. Ainda hoje no Chile o serviço é de monopólio estatal. Mas hoje no Brasil, o serviço está entregue nas mãos de empresas privadas. Este ponto isolado nos permite extrapolar como a abrangência e apropria noção do que seja público ou não pode variar no tempo e no espaço.
Segundo o jurista Hely Lopes Meirelles: 
"O conceito de Serviço Público não é uniforme na doutrina, que ora nos oferece uma noção orgânica, só considerando como tal o que é prestado por órgãos públicos; ora nos apresenta uma conceituação formal, tendente a identificá-lo por características extrínsecas, ora nos expõe um conceito material, visando a defini-lo por seu objeto”. 
Realmente, o conceito de serviço público é variável e flutua ao sabor das necessidades e contingências políticas, econômicas, sociais e culturais de cada comunidade, em cada momento histórico, como acentuam os modernos publicistas. O conceito que podemos extrair é o seguinte: Serviço Público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniências do Estado.
Administração Pública Patrimonialista - A importância de se estudar o patrimonialismo reside na necessidade de se compreender sua origem e seus efeitos maléficos na Administração Pública do passado para que possamos entender como, a seu tempo, pôde comprometer a finalidade básica do Estado de defender a coisa pública e possamos agir sobre novas deficiências que se apresentem a cada dia.
Herança da época feudal, no patrimonialismo a Administração Pública atende aos interesses da classe dominante, representando mero instrumento de usurpação de poder. O poder que emana do povo passa a ser utilizado pelo governante para seu interesse. Nas palavras de Wilson Granjeiro "A res publica não é diferenciada da res principis", ou seja, a "coisa publica" não é diferenciada da "coisa do governante."
Um dos efeitos do patrimonialismo é que a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de Administração. Outros efeitos decorrem do fato de o patrimonialismo comprometer a finalidade básica do Estado de defender a coisa pública, pois as atividades públicas deixam de estar comprometidas com a melhor relação custo benefício para a sociedade. Desta maneira desloca-se o foco de atenção da sociedade para as questões que privilegiam a vontade de poucos.
A Administração Patrimonialista propiciava uma confusão entre os cargos públicos e o próprio grau de parentesco e afinidades entre os nobres e outros participantes do governo, sendo, na verdade, uma continuidade do modelo de administração utilizado pelas monarquias até o aparecimento da burocracia.
Administração Pública Burocrática - A evolução da sociedade, da democracia e do próprio Estado acarretaram a insatisfação popular com a forma patrimonialista de administração. Administrar o bem de todos "res publica" para o interesse de poucos deixa de ser aceitável. A consequência é o surgimento de um modelo de administração pública que pudesse eliminar estas "disfunções administrativas".
Neste contexto, surge a Administração Pública Burocrática, na época do Estado Liberal, em conjunto com o capitalismo e a democracia, pois era preciso fazer algo contra a confusão entre os bens públicos e os privados e contra o nepotismo e a corrupção que eram componentes que estavam sempre presentes na Administração Patrimonialista.
Constituem princípios orientadores do seu desenvolvimento:
A profissionalização; 
A idéia de carreira;
A hierarquia funcional; 
A impessoalidade; 
Formalismo, em síntese, o poder racional-legal, baseado na razão e na lei. 
A Administração Pública Burocrática veio designar um método de organização racional e eficiente, surgiu na perspectiva de substituir a força do poder exercido por regimes autoritários. O grande empenho para a implantação da Administração Pública Burocrática se deve à tentativa de controlar o conteúdo da ação governamental, para evitar que os políticos agissem contra os interesses coletivosda comunidade. A tentativa de controlar tudo na administração pública e de ditar o modo como às coisas deviam ser feitas, regulando os procedimentos e controlando os insumos, fez com que se passasse a ignorar resultados.
Administração Pública Gerencial – A primeira metade dos anos 90 passou por inúmeras crises, entre elas a crise da administração pública. Esta administração se via diante de problemas como a continuidade de práticas patrimonialistas e a dificuldade de consolidação de uma burocracia civil profissional nos níveis mais altos. Surgiu também, como resposta à expansão das funções econômicas e sociais do Estado e ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da economia. Como modo de enfrentar a crise fiscal; de diminuir custos e de tornar a administração dos seus serviços eficientes. A forma burocrática podia ser viável na época em que os Estados eram pequenos com poucos fins, mas a partir que o Estado admite muito mais funções do que possuía, a forma burocrática não se mostrava mais interessante, pois era uma estratégia lenta, cara e ineficiente (apesar de que ajudasse no combate ao nepotismo e à corrupção). Daí emergiu a Administração Gerencial. (Da Administração Pública Burocrática à Gerencial. Revista do Serviço Público. Brasília, 1996).
Sua principal característica é a mudança do foco, que deixa de ser prioritariamente o fornecimento dos serviços, para uma função de catalisador dos meios de todos os setores – público, privado e voluntário – para que estes serviços possam acontecer. A administração pública passa a ser a coordenadora da ação conjunta em direção à resolução dos problemas da comunidade e a busca de resultado com ela e não para ela. 
Abordagens originariamente empresariais, inclusive qualidade e reengenharia, são recomendadas ao ambiente da administração pública baseadas no argumento de que há pressões crescentes para o aprimoramento dos serviços e a redução de despesas, mediante restrições orçamentárias (DOBYNS & CRAWFORD-MASON, 1994). São, com efeito, instrumentais com potencial racionalizador, embora sua eficácia em cenários organizacionais públicos careça de avaliação, adaptações de contexto, e controle finalístico.
Essa visão de Estado Empreendedor se constitui uma alternativa crítica ao modelo liberal de administração pública minimalista, porque prega um estado atuante, uma administração pública ativista, cujo alcance é, todavia, inspirado por critérios de eficiência empresarial. Por outro lado, o paradigma do empreendedorismo público se coloca como uma alternativa crítica ao modelo burocrático ortodoxo, porque prescreve, em larga e irrestrita escala, métodos e técnicas de administração de empresas. No âmbito micro-organizacional, propõe a adoção de tecnologia gerencial de ponta. No âmbito macro-organizacional, prescreve um setor público como empreendedor seletivo, baseado nos critérios empresariais, até mesmo competitivos dentre si e com o setor privado.
Este tipo de administração inspira-se na administração de empresas, mas não pode ser confundida com esta última. Enquanto a receita das empresas depende dos pagamentos que os clientes fazem livremente na compra de seus produtos e serviços, a receita do Estado deriva de impostos, ou seja, de contribuições obrigatórias, sem contrapartida direta. Enquanto o mercado controla a administração das empresas, a sociedade - por meio de políticos eleitos - controla a administração pública. Enquanto a administração de empresas está voltada para o lucro privado, para a maximização dos interesses dos acionistas, esperando-se que, através do mercado, o interesse coletivo seja atendido, a administração pública gerencial está explícita e diretamente voltada para o interesse público.
A Administração Pública Gerencial vê o cidadão como contribuinte de impostos e como cliente dos seus serviços. Os resultados da ação do Estado são considerados bons não porque os processos administrativos estão sob controle e são seguros, como quer a administração pública burocrática, mas porque as necessidades do cidadão-cliente estão sendo atendidas.
Visando um melhor desenvolvimento nas ações do governo e dentro de uma nova filosofia de administração moderna, o Governo Federal esta implementando as parcerias público-privado no campo social, que é uma forma de gestão descentralizada da ação pública, através da qual a ação estatal delegável é desenvolvida em um espaço eminentemente público, situado, contudo, fora do âmbito do Estado. Tal espaço é o resultado da conjugação variada de elementos públicos e privados, voltados ao atendimento do interesse público, sendo nele possível criar alternativas de gestão flexíveis.
Para a execução das parcerias público-privado, faz-se necessária a feitura de um instrumento chamado de "Contratualização", que representa as parcerias estabelecidas por contratos negociados e específicos. Trata-se de uma modalidade que possibilita a escolha de parceiros privados mais adequados às peculiaridades do serviço a ser prestado. Esse instrumento tem como característica principal a amplitude do poder de negociar, que se manifesta na diversidade contratual permitindo flexibilização da parceria em termos jurídicos e institucionais.
A estrutura jurídica da contratualização varia de contratos típicos até relações mais frágeis de cunho administrativo e sem executoriedade.
A livre escolha do parceiro ao mesmo tempo em que apresenta vantagens, especialmente pela prerrogativa de o Poder Público decidir qual o melhor parceiro, possibilita o estabelecimento de relações clientelistas em detrimento dos interesses públicos.
Outro instrumento utilizado são as “Concessões”, apesar de conter uma única experiência, merece tipologia própria, não só pelas suas características particulares que a distingue das demais, mas também pela sua repercussão, relevância e abrangência. A utilização desse instituto no campo do social depende da criação de arranjos jurídico-institucionais que possibilitem ao Estado remunerar serviços sociais prestados por agentes privados, no estabelecimento de parcerias.
�
Unidade II – A Atividade Administrativa
Importância da Administração Pública
O aparelho administrativo executa diferentes funções: tem ingerência nas relações entre particulares, garantindo-lhes maior segurança jurídica, dá publicidade aos atos em que são interessados e realiza sua fiscalização.
 
A ação administrativa manifesta-se no condicionamento da liberdade e da propriedade dos particulares, no exercício do Poder de Polícia (traduz-se na faculdade de que dispõe a administração pública para condicionar e restringir o uso e o gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado), de modo a harmonizar o direito de liberdade e propriedade do indivíduo com o direito de liberdade e de propriedade de seus semelhantes. 
Os princípios básicos que a Administração Pública utiliza são seis: 
Legalidade – Através do princípio da legalidade é que o Administrador Público está , em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, deles não podendo se afastar, sob pena de praticar ato inválido e se expor à responsabilidade disciplinar, civil e criminal.
Moralidade – A moralidade administrativa é entendida como o conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da administração. O ato administrativo terá que obedecer não somente à lei jurídica, mas à ética da própria instituição, impondo-se ao agente público para a sua conduta interna, segundo as exigências a que serve e a finalidade de sua ação que é sempre o bem comum.
Impessoalidade – O princípio da impessoalidade impõe ao Administrador Público a prática de atos para seu fim legal que a própria norma de direito indica como objetivo do ato. Dessa forma, fica o administrador proibido de buscar outros objetivos ou de praticar atos visando interesse próprio ou de terceiros.
Finalidade – Este em princípio, já esta inserido no princípioda impessoalidade, onde determina que a atuação pública das leis não podem consagrar nenhuma outra finalidade que não a do interesse público. Em outras palavras: é para o que se destina, onde será aplicado (eficiência).
Eficiência – Para o prestigiado Dicionário Aurélio, o termo eficiência significa ação, força virtude de produzir um efeito, eficácia. Já a palavra eficácia designa aquilo que produz o efeito desejado, que dá bom resultado, que age com eficiência. Com a inclusão do dever de eficiência dentre os princípios constitucionais aplicáveis às atividades da Administração Pública, tornar induvidosa que a atuação do administrador, além de ater-se a parâmetros de presteza, perfeição e rendimento, deverá se fazer nos exatos limites da lei, sempre voltada para o alcance de uma finalidade pública e respeitados parâmetros morais válidos e socialmente aceitáveis. E tudo isso mediante a adoção de procedimentos transparentes e acessíveis ao público em geral. Significa dizer que não bastará apenas atuar dentro da legalidade, mas que ter-se-á, ainda, necessariamente, que visar-se resultados positivos para o Serviço Público e o atendimento satisfatório, tempestivo e eficaz das necessidades coletivas.
Publicidade – Através da publicidade, divulga-se oficialmente o ato administrativo para conhecimento público e para indicar seus efeitos externos. 
Administração Direta
Constituída pelos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e pelos Ministérios. Entende-se por Administração Direta o conjunto de órgãos integrados na estrutura administrativa da União. A Presidência da República, sob imediata direção do Chefe da Nação, é o órgão supremo e independente, representante do poder executivo da União. Constitui-se pela Casa Civil; pela Secretaria-Geral; pela Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica; pelo Gabinete Pessoal; e pelo Gabinete de Segurança Institucional. Integram como órgãos de assessoramento imediato ao Presidente da República: o Conselho de Governo; o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social; o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; o Conselho Nacional de Política Energética; o Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte; o Advogado-Geral da União; a Assessoria Especial do Presidente da República; a Secretaria de Imprensa e Divulgação da Presidência da República; e o Porta-Voz da Presidência da República. Como órgão de consulta do Presidente da República: o Conselho da República; e o Conselho de Defesa Nacional. Integram ainda a Presidência da República: a Controladoria-Geral da União; a Secretaria Especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social; a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres; a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca; e a Secretaria Especial dos Direitos Humanos e os Ministérios Cíveis e Militares.
Administração Indireta
É o conjunto dos entes personalizados que, vinculados a um Ministério, prestam serviços públicos ou de interesse público. Integram a Administração Indireta as autarquias, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. 
Autarquia - Dá-se o nome de Autarquia ao serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. É pessoa jurídica de direito público, com função pública própria e típica, autorizada pelo Estado. Suas principais características são: criação por lei; personalidade jurídica; patrimônio e receita próprios; exercício de atividades típicas da Administração Pública; autonomia de gestão; e tutela administrativa. 
Embora sejam inúmeros os critérios para a classificação das autarquias, predomina aquele que as divide em fundacionais e corporativas. Incluem-se nesta última categoria as corporações públicas profissionais, sejam reguladoras e fiscalizadoras de atividades de classe (a Ordem dos Advogados do Brasil e o Conselho Federal de Engenharia, entre outros), sejam órgãos de defesa dos interesses dos produtores de determinados artigos, como os antigos Instituto Nacional do Mate e Instituto Nacional do Pinho, ambos extintos. Quanto às autarquias fundacionais, "consistem em personalizações de serviços com finalidades qualificadas pelo estado como próprias". A essa categoria pertence a grande maioria das autarquias brasileiras. Existem, ainda, autarquias de regime especial, às quais a lei instituidora confere privilégios específicos e aumenta sua autonomia em relação à das autarquias comuns, sem infringir os preceitos constitucionais. São consideradas autarquias de regime especial o Banco Central do Brasil, a Comissão Nacional de Energia Nuclear e a Universidade de São Paulo, entre outras. 
 
Empresas Públicas - Chama-se Empresa Pública a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para a exploração de atividade econômica que o governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa, podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. 
Sua característica principal é possuir capital exclusivamente público, de uma só ou de várias entidades. Suas atividades se regem pelos preceitos comerciais. No Brasil, são exemplos de empresas públicas o Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO), a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), e, mais modernamente, a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Entidades Paraestatais de Cooperação – Fundações e Serviços Sociais Autônomos – são pessoas jurídicas de direito privado, cuja autorização para criação depende de lei. São entes auxiliares do Estado, com patrimônio público ou misto, na realização de obras ou na prestação de serviços de interesse coletivo, sob normas e controle do Estado (Meirelles, 1990).
Essas organizações têm sido denominadas de "Fundações de Apoio", pois a principal motivação para sua criação é auxiliar o gerenciamento de equipamentos público. Muito embora essas fundações sejam instituídas pelo Código Civil, mantêm um vínculo com o Estado caracterizado por convênios com o Poder Público, gestão de recursos financeiros preponderantemente públicos, uso de patrimônio público e outros, o que acaba alterando a natureza privatista pela qual elas são instituídas.
Fundações Públicas - As Fundações Públicas realizam atividades não lucrativas atípicas do poder público, mas de interesse coletivo, como a educação, cultura e pesquisa. São criadas por lei específica da entidade matriz e estruturadas por decreto, independentemente de qualquer registro. Suas principais características são: 
1) dotação específica de patrimônio, gerido pelos órgãos de direção da fundação segundo os objetivos estabelecidos na respectiva lei de criação; 
2) participação de recursos privados no patrimônio e nos dispêndios correntes da fundação, equivalentes a, no mínimo, um terço do total; 
3) objetivos não lucrativos e que por sua natureza, não possam ser satisfatoriamente executados por órgãos da Administração Federal, direta ou indireta;
4) demais requisitos estabelecidos na legislação pertinente a fundações. 
As fundações sujeitam-se à supervisão ministerial e foram incluídas entre os órgãos da administração indireta e definidas como pessoas jurídicas de direito privado. Não obstante, persiste a discussão quanto a sua natureza pública ou privada. Duas correntes se formam: de um lado a que defende a natureza privatística de todas as fundações instituídas pelo poder público e, de outro, a que entende possível a existência de fundações com personalidade pública ou privada, a primeira das quais como modalidade de autarquia. Torna-se, então, difícil dar-lhes tratamento uniforme, pois se há fundações que são autênticas autarquias, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),outras se caracterizam como fundações públicas, como a Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa.
Sociedades de Economia Mista - Dá-se o nome de sociedade de economia mista à pessoa jurídica de direito privado, com participação do poder público e de particulares em seu capital e em sua administração, para realização de atividades econômicas ou serviço de interesse coletivo outorgado ou delegado pelo Estado. Revestem a forma de empresas particulares, regendo-se pelas normas das sociedades mercantis, com as adaptações impostas pelas leis que autorizam sua formação. São ainda características da sociedade de economia mista: 
maioria das ações com direito a voto pertencente à União, ou a entidade da Administração Indireta; 
penhorabilidade dos respectivos bens; 
regime tributário idêntico ao das empresas privadas; 
foro comum, muito embora seja obrigatória a interveniência da União nas causas em que figurar como autora ou ré, o que torna a justiça federal competente para os feitos em que seja interessada; 
sujeição aos princípios e normas falimentares. 
Unidade III – Poderes e Deveres do Administrador Público
Poderes e Deveres do Administrador Público
Poder - dever de agir - Dever de eficiência - Dever de probidade - Dever de prestar contas. Do latim. vulgar: potere, calcado nas formas potes, potest e outras de posse.
S. m. 1. Direito de deliberar, agir e mandar; 2. Faculdade, possibilidade; 3. Vigor, potência; 4. Autoridade, soberania, império; 5. Domínio, influência, força; 6. Posse, jurisdição; 7. Eficácia, efeito, virtude; 8. Recurso, meios; 9. Capacidade, aptidão; 10. O governo de um Estado; 11. Por extensão. O poder considerado segundo suas formas e manifestações; 12. Grande quantidade; grande número.
- Emana do povo: Art. 1º, Parágrafo único, CF. (Parágrafo único - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição).
Segundo características e gradientes próprios e adequados, o Administrador Público, segundo a lei, fica capacitado a dispor, sem abuso, do poder vinculado (de falar e agir em nome do Estado e da Administração), do poder discricionário (de escolher, de examinar a conveniência, oportunidade e conteúdo em matérias inerentes ao gerenciamento da coisa pública), o poder hierárquico (de supervisão/subordinação na escala de cargos e funções da Administração Pública), o poder disciplinar (de punir), o poder regulamentar (de por em prática e dizer da correta e necessária execução da lei e das normas jurídicas) e, finalmente, o poder de polícia administrativa (faculdade para condicionar/exigir/restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade e do próprio Estado). Ou, como salienta o jurista Hely Lopes Meirelles:
"Os poderes e deveres do administrador público são os expressos em lei, os impostos pela moral administrativa e os exigidos pelo interesse da coletividade. Fora dessa generalidade não se poderá indicar o que é poder e o que é dever do setor público, porque, estando sujeito ao ordenamento jurídico geral e às leis administrativas especiais, só essas normas poderão catalogar, para cada entidade, órgão, cargo, função, serviço ou atividade pública, os poderes e deveres de quem os exerce." (grifos do autor).
O servidor público submete-se, no exercício do cargo ou função, a obrigações e deveres que são regidos pelo princípio da legalidade, o qual se vincula a outros princípios essenciais, estabelecidos na Constituição e nas leis ou regulamentos, entre eles o da finalidade e o da moralidade administrativa.
	
Dever de Agir 
Administrador, de fato, é o gestor, quem é capaz de gerar a vontade da organização, de interpretar a orientação geral e colocá-la em prática traçando avaliações e escolhas de valor. Desse tipo de administrador a lei estabelece direitos e deveres.
Tanto o primeiro tipo (o procurador) quanto o segundo (gestor) podem validamente obrigar a entidade frente a terceiros. Isso quer dizer que é essa pessoa quem pode contratar pela entidade, assumir obrigações por ela. Assim, podem obrigar a entidade por via de seus atos e, portanto, devem responder por suas atitudes, por suas escolhas de valor.
Conforme mencionado no Art. 116, da Lei 8.112/90, de 11 de dezembro de 1990.  São deveres dos servidores públicos civis da União, das Autarquias e das Fundações Públicas: 
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
II - ser leal às instituições a que servir; 
 	III - observar as normas legais e regulamentares; 
 	IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; 
 	V - atender com presteza: 
 		a) Ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; 
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
 	VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo; 
 	VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; 
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; 
 	X - ser assíduo e pontual ao serviço; 
 	XI - tratar com urbanidade as pessoas; 
 	XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
Parágrafo único.  A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.
Dever de Probidade 
Em decorrência desses princípios, o servidor público tem, como forma substancial de sua atividade, o dever de boa administração e a prática da probidade administrativa, derivada do interesse público e o código de ética da relação jurídica entre o servidor público e a Administração, visando à razoabilidade, impessoalidade e eficiência no desempenho dos cargos ou funções públicas. 
A probidade administrativa é, em suma, a norma que rege a conduta do agente público como elemento subjetivo na prática do serviço público, cuja violação caracteriza o instituto da improbidade administrativa, regulada de modo especial na Lei n. 8.429/92. Como seus antecedentes, do ângulo da condenação do enriquecimento ilícito, cabe indicar a Lei nº 3.164/57 (Lei Pitombo-Godoy Ilha) e a Lei nº 3.502/58 (Lei Bilac Pinto).
A primeira lei submete o seqüestro e perda, em favor da Fazenda Pública, os bens adquiridos pelo servidor público por influência ou abuso do cargo ou função pública ou de emprego em autarquia. 
A segunda lei prevê igual sanção ao servidor público ou empregado em autarquia, sociedade de economia mista e fundação pública, beneficiário de enriquecimento ilícito, definindo-se, no art. 2º, seis tipos de infrações dessa natureza.
O princípio da improbidade é uma decorrência do princípio da moralidade que venha a ser violado pela conduta ilícita do servidor público e encontra disciplina nas sucessivas Constituições: a do Império (1824) tornava responsáveis os Ministros de Estado por qualquer dissipação de bens públicos, por peita, suborno ou concussão, ainda que agissem por ordem do Imperador (arts. 133, 134 e 135). A primeira Constituição republicana, de 1891, define, entre os crimes de responsabilidade do Presidente da República, o atentado contra a “probidade administrativa” (art. 54, n. 6). A mesma norma se reproduz na Constituição de 1934 (art. 57, alínea f); na Constituição de 1937 (art. 85, alínea d), na de 1946 (art. 89, n. V, com redação alterada pelo Ato Institucional n. 14, de 5-09-69); na de 1967 (art. 84, n. V) e na Emenda Constitucional n. 1, de 1969 (art. 82, n. V) até se apresentar – como indicado – no art. 85, n. V da presente Carta Magna de 1988.
A improbidade administrativa se manifesta por ação ou omissão de caráter disciplinar que contraria o dever de boa administração.Tem como sujeito ativo o servidor público ou empregado de autarquia, sociedade de economia mista e fundação pública e como sujeito passivo a pessoa jurídica administrativa cujos bens ou valores são atingidos.
Nos termos do art. 37, §4º da atual Constituição Federal, a improbidade administrativa tem como espécies de sanção, “a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e na gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.” A improbidade administrativa configura, entre outras modalidades, a hipótese de crime de responsabilidade do Presidente da República” (art. 85, alínea n, V, CF).
	Dever de Eficiência
Com a Emenda Constitucional 19, de 04 de junho de 1998, fez-se acrescer aos princípios anteriormente referidos também o de eficiência que, antes, achava-se incluído dentre os deveres do administrador público, impondo-lhe o encargo de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. 
Com a inclusão do dever de eficiência dentre os princípios constitucionais aplicáveis às atividades da Administração Pública, pretendeu-se tornar induvidosa que a atuação do administrador, além de ater-se a parâmetros de presteza, perfeição e rendimento, deverá se fazer nos exatos limites da lei, sempre voltada para o alcance de uma finalidade pública e respeitados parâmetros morais válidos e socialmente aceitáveis. E tudo isso mediante a adoção de procedimentos transparentes e acessíveis ao público em geral. Significa dizer que não bastará apenas atuar dentro da legalidade, mas que ter-se-á, ainda, necessariamente, que visar-se resultados positivos para o Serviço Público e o atendimento satisfatório, tempestivo e eficaz das necessidades coletivas.
 
Dever de Prestar Contas
A transparência dos gastos públicos é uma das colunas de sustentação do verdadeiro Estado de Direito. Por meio dessa transparência fica assegurada a confiabilidade desejada pelo contribuinte, investidores, credores, enfim, pela comunidade em geral. Nesse contexto, torna-se indispensável o entendimento da natureza jurídica e dos aspectos operacionais do dever de prestar contas como forma de atender aos preceitos constitucionais e da legislação aplicada e, assim, ao objeto maior da publicidade das contas governamentais. 
Por outro lado, além da omissão do dever de prestar contas, diversas são as ocorrências que ensejam a abertura da Tomada de Contas Especial, requerendo-se o conhecimento dos fatores determinantes de sua instauração, das implicações e conseqüências jurídicas desse processo, cuja complexidade exige circunstanciado estudo e experiente exposição, contemplando seu trâmite e elementos integrantes, bem como a jurisprudência e os efeitos das decisões dos Tribunais de Contas. 
Fundamento dos Princípios Administrativos
A Constituição Federal, em seu Artigo 37, Caput - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Emenda Constitucional nº 19, de 1998 - Modifica o regime e dispõe sobre princípios e normas da Administração Pública, servidores e agentes políticos, controle de despesas e finanças públicas e custeio de atividades a cargo do Distrito Federal, e dá outras providências). Art. 19 - Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no Art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público.
Os Princípios básicos da Administração Pública, que o administrador deve observar em todos os seus atos para atender ao interesse público e que também impõe-se ao administrador público a obrigação de cumprir fielmente os preceitos do direito, da ética e da moral; são eles: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Unidade IV – Poderes Administrativos
Poderes do Estado - Poder Público
A Administração Pública no Brasil se desenvolve por meio de três poderes, com autonomia e competência específica, que são:
Poder Legislativo - (CF. Arts. 44 a 75, Poder Legislativo – Organização dos Poderes) - É aquele a que, segundo a organização constitucional do Estado, compete elaborar as leis.
Poder Executivo - (CF. Arts. 76 a 91, Poder Executivo – Organização dos Poderes) – É aquele que, segundo a organização constitucional do Estado, tem a seu cargo a execução das leis, bem como o governo e a administração dos negócios públicos.
Poder Judiciário - (CF. Arts. 92 a 126, Poder Judiciário – Organização dos Poderes) - É aquele a que, segundo a organização constitucional do Estado, compete determinar e assegurar a aplicação das leis que garantem os direitos individuais.
Através da função legislativa, o Estado formula o direito objetivo ou o põe em execução. Pela função jurisdicional, o Estado constata a existência e extensão de uma regra de direito ou de uma situação jurídica, em caso de violação, e ordena as medidas necessárias para assegurar-lhe o respeito. No tocante à função administrativa, o poder executivo pode ser considerado por meio de duas faces distintas, como entidade política e como gestor da máquina administrativa governamental, cabendo-lhe prover à segurança do Estado, à manutenção da ordem pública e à satisfação das necessidades da comunidade. 
A Administração Federal compreende: Administração Direta e Indireta.
Conforme a Cláusula de Tripartição de "Montesquieu", até hoje adotada nos Estados de Direito, são: O Legislativo, o Executivo e o Judiciário independentes e harmônicos entre si e com suas funções reciprocamente indelegáveis (CF. Artigo 2º).
Poder Discricionário
Liberdade na escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo.
Prerrogativa legal conferida à Administração Pública, explícita ou implicitamente, para a prática de atos administrativos, quanto à conveniência, oportunidade e conteúdo destes. A discricionariedade, portanto, é liberdade de ação administrativa dentro dos limites estabelecidos pela lei e, portanto, não se confunde com a arbitrariedade. Assim, o ato discricionário sempre se desenvolve dentro de uma margem de liberdade conferida pela lei, ao contrário do ato arbitrário, que extrapola os limites desta, sendo, portanto, ilegal. Por óbvio a apreciação da discricionariedade não pode ocorrer em qualquer situação, ou seja, há a necessidade de que ocorram determinadas situações que contrariem a Lei ou o interesse público.
Poder Hierárquico
Dispõe o executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes. Em outras palavras: é aquele que tem por finalidade ordenar e fiscalizar o exercício das atribuições do agente da administração pública, ou seja, o não cumprimento de ordem superior é considerada infração disciplinar porém, aquela ordem manifestamente ilegal não pode/deve ser cumprida. (Artigo 5º inciso II CF/88).
Poder Político
É a possibilidade que o Estado tem de através de lei, regulamentar o uso de determinado bem em poder do particular. (administrativo - stricto sensu).
Poder é a capacidade de realizar algo. A palavra tem origem no latim arcaico, potis esse, contraída em posse e, daí, potere. Poder, então, é possibilidade, é potência, potencialidade para a realização de algo. O poder não é ação, é potência. O poder é, também, a força a serviço de uma idéia, como define Burdeau. Em sua obra Método de la Ciência Política, assim se expressa este publicista: “O poder é uma força a serviço de uma idéia”.
Trata-se de uma força nascida da vontade social preponderante, destinada a dirigir a comunidade a uma ordem social que considera benéfica, bem como impor aos seus integranteso comportamento necessário para tanto. Nesta definição destacam-se dois elementos: força e idéia, que se interpenetram estreitamente.
Se transportarmos a palavra poder para o campo da Ciência Política, encontraremos o poder público ou do Estado definido por Alípio Valencia Vega como a força pública organizada coativamente, a fim de impor o cumprimento de um ordenamento jurídico-político, obtendo a obediência geral às regras deste. Se o poder fático é a capacidade de se fazer obedecer, o poder público nada mais é do que a capacidade de se fazer obedecer exercida pelo Estado.
Daí a distinção entre poder e governo. O governo é o complexo de normas que disciplinam o exercício do poder. O governo é a dinâmica do poder. O poder é potência, o governo é ação. Enfim, quem exerce ativamente o poder, governa. Os governantes são encarnações do poder. A própria etimologia da palavra governo (do latim: conduzir, dirigir, administrar) transmite esta idéia. Por isso, é comum denominar que os chefes do Poder Executivo Governantes, em especial aqueles do Poder Executivo Estadual, chamados Governadores.
Princípio da Finalidade
O interesse público impõe ao ato administrativo o princípio da finalidade, para que a administração pública não destitua ou preordene seus atos desviando-os para outros interesses ou finalidades.
A doutrina aponta dois tipos de desvios: o desvio genérico que é o que proporciona atender a interesses privados e o desvio específico que ocorre quando o ato desatenta ao fim precípuo da lei.
Princípio da Eficiência
Visto como o dever da boa administração, conterá induvidosamente o princípio de eficiência exigência no sentido de que toda a atividade administrativa seja executada com agilidade e rapidez de modo a não deixar desatendidos e prejudicados os interesses coletivos. Imporá, outrossim, que os atos administrativos sejam executados com perfeição, compreendendo a efetiva execução do que é almejado, valendo-se a Administração, para esse efeito, de técnicas e conhecimentos adequados que deverão proporcionar o melhor resultado possível. Não se dispensará, ademais, o alcance dos melhores resultados possíveis não só para o Serviço Público, como também para a própria coletividade.
Poder Regulamentar
Tem por finalidade explicitar o conteúdo da Lei, possibilitando a sua efetivação, ou seja, dar condições a que se exercite o direito previsto na Lei. 
Regulamento é inferior hierarquicamente à Lei. Não se admite que o regulamento crie direito não previsto na Lei, da mesma forma que não pode suprimir direito assegurado na Lei. Por uma questão de hierarquia de normas é evidente que o regulamento não pode contrariar a Lei, pois é inferior. (Art. 84, inciso IV e Art. 49, inciso V, CF/88).
Dispõem os Chefes do Executivo de explicitar a lei para a sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por Lei.
Poder Vinculado ou Regrado
Conferido pela CF/88, artigo 40. É aquela situação em que o agir do agente da administração pública está previsto em Lei, ou seja, ele age pré-condicionado emitindo uma carga menor de valor. Deve ter uma adequação aos princípios também. Ver a questão principiológica. Exemplo: Contratação de servidor seguindo a ordem de classificação, aposentadoria compulsória conforme o Artigo 40, § 1º, inciso II CF/88. 
Poder Disciplinar
É aquele exercido que tem por finalidade a punição ou não do servidor internamente e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração, conforme o Artigo 5º inciso LIV e LV CF/88. O exercício do poder disciplinar pressupõe a existência de regular processo administrativo em que se assegure contraditório e a ampla defesa. Punição sem regular processo administrativo é punição nula.
"A punição disciplinar e a criminal têm fundamentos diversos, e diversa é a natureza das penas. A diferença não é de grau; é de substância. Dessa substancial diversidade resulta a possibilidade da aplicação conjunta das duas penalidade sem que ocorra bis in idem." (Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro, São Paulo, Revista dos Tribunais, 16ª ed., 1991, p. 103-104).
Poder de Polícia
Modernamente conhecido como restrições/limitações do direito de propriedade. Atualmente não se tem mais utilizado a expressão poder de polícia, mas sim restrições/limitações ao exercício do direito de propriedade. A expressão poder de polícia mostra-se contraditória com a idéia de Estado Democrático de Direito (Art. 1º CF/88). O exercício das restrições/limitações tem por finalidade buscar o meio termo entre os direitos e garantias do cidadão e de outro lado o interesse público. Ex.: A vigilância sanitária, o Inmetro, etc.
É o mecanismo de frenagem de que dispõe a Administração Pública, para conter os abusos do direito individual. (Art. 5º, Direitos e deveres individuais e coletivos – Direitos e garantias fundamentais – CF).
Características ou Atributos do Poder de Polícia
Autoexecutoriedade: significa que o próprio agente do poder público possui condições de autoexecutar o seu ato, independente de participação/consentimento do Poder Judiciário ou Legislativo (atenção sempre para o bem jurídico tutelado "a saúde pública"). Na eventualidade de posteriormente se verificar que ocorreu excesso ou abuso por parte do poder público por óbvio o particular pode pleitear a respectiva reparação do dano. 
Proporcionalidade: significa adequação dos meios empregados para o exercício desta limitação. Também se trabalha com a idéia do bem jurídico tutelado. Neste caso o que se exige é que o Poder Público adote os meios necessários para conciliar o exercício de determinada atividade com o interesse público, sob pena de incorrer em excesso ou em abuso de poder.
Restrições ao Exercício do Poder de Polícia 
Direito de ir e vir (Direito de Liberdade).
Liberdade de Expressão.
Direito de Propriedade ( função social da propriedade - Artigo 5º, inciso XXIII CF/88 ). 
Liberdade de Associação.
OBS.: não existe poder absoluto, o exercício de qualquer direito pressupõe limitações. 
Poderes Administrativos
Ad nutum
Por um aceno de cabeça. Funcionário demissível ad nutum, ou seja, por livre vontade da administração.
Locução latina que revela o direito que possui uma das partes que integram a relação jurídica, de desfazê-la, independentemente da vontade da outra. A cláusula ad nutum permite que o ato ou contrato possa ser desfeito pelo arbítrio de uma das partes, independentemente da vontade da outra. No Direito Administrativo, é muito empregada a locução demissível "ad nutum", a indicar que os funcionários que nela se enquadrem poderão ser demitidos livremente pela parte contratante. Por ser citada, também, a exoneração dos Ministros de Estado pelo Presidente da República (CF. Art. 84, Inciso I), a ser feita livremente pelo Chefe do Poder Executivo Federal, vale dizer, ad nutum.
Administração Pública - (execução) – (Arts. 37 a 43, Administração Pública – Organização do Estado – CF.) Sentido formal - conjunto de órgãos instituídos para conservação dos objetivos do Governo.
Sentido material - conjunto de funções necessárias aos serviços públicos em geral.
Sentido operacional - é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em benefício da coletividade. A exemplo:
Órgãos - centros de competência.
Funções - encargos limitados por lei.
Cargos - lugares criados no órgão.
Agentes Públicos - pessoas físicas para os (cargos ou funções).
Abuso de Autoridade ou Exercício Arbitrário ou Abuso de Poder – Art. 350, CP. 
Crime contra a administração da justiça consistente em ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais.
Prática de atos por órgão público, no exercício de suas atribuições, que transcende, injustamente, os limites destas, em prejuízo de outrem.
Direitode Petição: (Art. 5º, XXXIV, Alínea “a”, C. F.) 
Para a caracterização do abuso, exigem-se três pressupostos: a) que o ato praticado seja ilícito; b) que tenha sido praticado por funcionário no exercício de sua função; c) que não tenha ocorrido motivo que o legitime.
No campo do direito criminal, a matéria acha-se tipificada no Art. 350 do CP, sob a rubrica Exercício arbitrário ou abuso de poder.
Sanção Administrativa
Multa, interdição de atividades, o fechamento de estabelecimentos, a demolição de construção, o embargo administrativo de obra, a destruição de objetos, etc.
Art. 55 da CF - A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa, baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição e consumo de produtos e serviços.
Sanção da Lei
Do latim sancire, santificar, consagrar.
Aprovação, pelo Poder Executivo, do texto de um projeto de lei definitivamente aprovado no Poder Legislativo. O projeto de lei remetido à sanção chama-se decreto legislativo; sancionado e promulgado, transforma-se em lei. Publicada oficialmente, a lei torna-se obrigatória (Lei de Introdução ao Código Civil – LICC, Art. 3º). Observemos o que determina a atual CF., no Art. 66. A sanção é privativa do Presidente da República, conforme estabelece a CF no Art. 84....IV. Não há que confundir a sanção como reconhecimento, pelo Executivo, de um texto aprovado pelo Legislativo, e a sanção como a conseqüência advinda do cumprimento (sanção premial) da norma, ou do descumprimento (sanção punitiva) de uma norma jurídica. A sanção pode ser expressa (CF, Art. 66, caput) ou tácita (Art. 66, § 3º).
Sanção Civil
As sanções civis são de finalidade reparatória, satisfativa, porquanto visam a desfazer os efeitos da inobservância do imperativo legal, repondo as coisas, de modo mais aproximado ou equivalente possível, no estado em que estariam se não verificasse aquela inobservância.
Sanção Penal (Art. 49, CP) = Multa = Pena Pecuniária = Pena de Multa 
Do latim mulcta, pena pecuniária. 
Toda e qualquer restrição que se encontre vem cominada um sanção que normalmente é pecuniária como a multa (UFIR) por exemplo. 
Sanção legal desfavorável, consistente no pagamento de certa importância em dinheiro. Há várias espécies de multa: multa civil, multa fiscal, multa penal. Ou seja, é a medida punitiva ao transgressor, não se destina a repor as coisas conforme o eram anteriormente ao ato ilícito, mas tão só a recompor a ordem jurídica violada.
Unidade V – Atos Administrativos
Atos Administrativos
É toda e qualquer manifestação unilateral de vontade por parte da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigação aos cidadãos ou a si própria. Este conceito refere-se apenas aos atos administrativos unilaterais, formados pela vontade exclusiva da Administração. Os atos administrativos bilaterais denominam-se contratos administrativos.
Os atos administrativos delimitam o campo de atuação da administração pública no caso específico. Preparam a ação material necessária para a satisfação do interesse público. É excepcional a licitude da imediata execução concreta das normas legais e constitucionais, sem a expedição do ato administrativo prévio. Essas situações especiais demandam, contudo, a expedição de um ato administrativo que legitime essa atuação material. 
Os atos típicos do Poder Legislativo são as leis (atos legislativos), enquanto que os atos típicos do Poder Judiciário são as sentenças ou acórdãos (atos judiciais). Estas espécies de atos diferem, quanto à natureza, conteúdo e forma, dos atos típicos do Poder Executivo, os quais se denominam atos administrativos.
Convém ressaltar que, embora os atos administrativos sejam atos típicos do Poder Executivo, eles também podem ser praticados por órgãos e agentes públicos pertencentes aos demais poderes constituídos (Poder Judiciário e Poder Legislativo).
É conveniente distinguir os atos administrativos dos fatos administrativos ou atos da administração. Os atos administrativos representam uma manifestação volitiva da Administração, no desempenho de suas funções de Poder Público. Já os fatos administrativos constituem mera atividade pública material, decorrente de alguma decisão administrativa e, em princípio, desprovida de interesse para o Direito. Como exemplos de fatos administrativos, podemos citar a instalação de um serviço público, a construção de uma ponte, a pavimentação de uma rua etc.
Deve-se, também, distinguir os atos administrativos dos atos políticos ou atos de governo, que representam à ação do governo no desempenho de suas funções típicas, tais como a iniciativa, a sanção e o veto de leis, a concessão de indulto etc.
Consequentemente, pode-se dizer os elementos do ato administrativo são os mesmos do ato jurídico, acrescidos, apenas, da finalidade pública, que é elemento próprio dos atos administrativos, e que os distinguem do atos jurídicos em geral. Podemos, então, considerar que o ato administrativo apresenta os seguintes elementos (ou pressupostos de existência):
1) elemento volitivo, representado pela manifestação de vontade da Administração;
2) idoneidade do objeto, ou seja, objeto adequado para a espécie de negócio jurídico pretendido;
3) forma, que representa o meio pelo qual o ato administrativo se exterioriza;
4) finalidade pública, caracterizada pela atuação da Administração Pública, nesta qualidade, ou seja, fazendo uso de sua supremacia de Poder Público.
Requisitos dos Atos Administrativos
Estes requisitos, em número de cinco, constituem a base de todo e qualquer ato administrativo, seja ele vinculado ou discricionário, simples ou complexo, de império ou de gestão. São eles: competência, finalidade, forma, motivo e objeto.
1) Competência - nenhum ato administrativo pode ser validamente realizado sem que o agente disponha do poder legal para praticá-lo. Entende-se por competência administrativa o poder atribuído por lei, e por ela delimitada, ao agente da Administração para o desempenho específico de suas funções. O ato praticado por agente incompetente é inválido. A competência administrativa, como requisito de ordem pública, é intransferível e improrrogável pela vontade dos interessados. Pode, porém, ser delegada e avocada, desde que em conformidade com as normas reguladoras da Administração.
2) Finalidade - o fim de todo ato administrativo válido é o interesse público. A finalidade é, pois, elemento vinculado de todo ato administrativo, porque não se admite ato administrativo sem finalidade pública, sem interesse coletivo, ou desviado deste. A finalidade do ato administrativo é aquela que a lei indica explícita ou implicitamente, não cabendo ao administrador escolher outra.
3) Forma - em princípio todo ato administrativo é formal. Entre os particulares as vontades podem se manifestar livremente, mas a Administração exige procedimentos especiais e forma legal para que se expresse validamente. Assim, a inexistência de forma torna o ato administrativo inexistente, enquanto que a escolha de forma diversa da legalmente exigida torna o ato administrativo inválido. A forma normal do ato de administração é a escrita, admitindo-se o ato administrativo não escrito apenas em casos de urgência, de transitoriedade da manifestação da vontade ou de irrelevância do assunto para a Administração. Nas demais hipóteses, devem-se observar o ato escrito em forma legal (decreto, portaria, ofício, etc.). A forma não se confunde com o procedimento administrativo que é o conjunto de operações exigidas para o aperfeiçoamento do ato. A forma é estática e o procedimento dinâmico.
4) Motivo – situação de direito ou de fato que determina ou autoriza a realização do ato administrativo. O motivo ou causa, quando expresso em lei, constitui-se em elemento vinculado.Nesta hipótese, o agente deve justificar a existência do motivo, sob pena de invalidade do ato administrativo. Se, porém, o motivo estiver a critério do administrador, caracteriza-se como elemento discricionário, situação em que não há necessidade de se dar motivo ao ato. 
5) Objeto – trata-se do conteúdo do ato, através do qual a Administração manifesta seu poder e sua vontade, ou simplesmente atesta situações preexistentes. Enquanto o "objeto idôneo" é condição de existência do ato administrativo, o "objeto lícito" é requisito ou pressuposto de validade deste mesmo ato. 
Atributos do Ato Administrativo
Os atos administrativos, como emanação do Poder Público, apresentam certos atributos que os distinguem dos atos jurídicos privados. São eles:
1) Presunção de Legitimidade - todo e qualquer ato administrativo conta com a presunção de legitimidade, independentemente de norma legal que a estabeleça, como uma decorrência do princípio da legalidade da Administração.
Consequências da presunção de legitimidade:
Os atos administrativos são auto-executáveis, mesmo havendo vício ou defeito que os levem à invalidade;
Transferência do ônus da prova de invalidade do ato administrativo para quem a invoca (a prova do defeito apontado contra o ato ficará sempre a cargo do impugnante e, até prova em contrário, o ato terá plena eficácia).
	Um ato administrativo é considerado eficaz (ou formalmente acabado) quando estiver apto a produzir seus efeitos finais (enquanto não for revogado). Embora eficaz, o ato administrativo pode não ser exeqüível (ou materialmente completo), se o mesmo estiver sujeito a uma condição suspensiva, a um termo inicial ou a um ato controlador a cargo de outra autoridade. Eficácia, portanto, é a aptidão para atuar; exeqüibilidade é a disponibilidade para produzir de imediato seus efeitos legais. Ato administrativo perfeito é aquele eficaz e exeqüível.
2) Imperatividade - todo ato administrativo dispõe de coercibilidade (obrigatoriedade) para seu cumprimento ou execução, como decorrência da própria existência do ato administrativo, posto que as manifestações de vontade do Poder Público trazem em si a presunção de legitimidade. Como conseqüência da imperatividade, temos que todo ato administrativo deve ser sempre cumprido, sob pena de se sujeitar à execução forçada pela Administração ou pelo Judiciário.
3) Auto-executoriedade - os atos administrativos ensejam sua execução direta e imediata pela própria Administração, independentemente de ordem judicial. Este atributo se justifica porque a Administração não poderia defender adequadamente os interesses sociais se, a todo momento que encontrasse alguma resistência do particular, tivesse que recorrer ao Judiciário para remover a oposição contra a atuação pública. Como conseqüência da Auto-executoriedade, temos que as prestações típicas, tais como as decorrentes do poder de polícia, em atos de fiscalização, podem ser exigidas e executadas imediata e diretamente pela Administração, sem mandado judicial. Vale dizer que o art. 5º, LV, da CF, restringiu a intensidade deste atributo, ao estender as garantias do contraditório e da ampla defesa para os procedimentos administrativos.
Classificação dos Atos Administrativos
Atos Administrativos Gerais ou Regulamentares - são aqueles expedidos sem destinatários determinados, com finalidade normativa, alcançando todos os sujeitos que se encontre na mesma situação de fato abrangida por seus preceitos. São atos de comando abstrato e impessoal, semelhantes aos da lei, e, por isso mesmo, revogáveis a qualquer tempo pela Administração, mas inatacáveis por via judicial, a não ser pela representação de inconstitucionalidade. Somente quando os preceitos abstratos dos atos gerais são convertidos pela Administração em providências concretas e específicas de execução, é que se tornam impugnáveis por quem se sentir lesado pela atuação administrativa. Exemplos desses atos temo-los nos regulamentos, nas instruções normativas e nas circulares ordinatórias de serviços.
A característica dos atos gerais é que eles prevalecem sobre os atos individuais, ainda que provindos da mesma autoridade. Assim, um decreto individual não pode contrariar um decreto geral ou regulamentar em vigor. Isto porque, o ato normativo tem preeminência sobre o ato específico. Os atos gerais, quando de efeitos externos, dependem de publicação no órgão oficial para entrar em vigor e produzir os seus resultados jurídicos, pois os destinatários só ficam sujeitos às suas imposições após essa divulgação. “Nos Municípios que não tenham órgão para suas publicações oficiais, os atos gerais devem ser afixados na Prefeitura, em local acessível ao público, para que possam produzir seus regulares efeitos.” (Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro, 16ª Edição, RT, 1991. p. 140).
Atos Administrativos Individuais - ou especiais são todos aqueles que se dirigem aos destinatários certos, criando-lhes situação jurídica particular. O mesmo ato pode abranger um ou vários sujeitos, desde que sejam individualizados. Tais atos, quando de efeitos externos, entram em vigência pela publicação no órgão oficial, e, se de efeitos internos ou restritos a seus destinatários, admitem comunicação direta para início de sua operatividade ou execução. São atos individuais os decretos de desapropriação, de nomeação, de exoneração, assim como as outorgas de licença, permissão e autorização, e outros mais que conferem um direito ou impõem um encargo a determinado administrado ou servidor.
Os atos individuais normalmente geram direitos subjetivos para seus destinatários, como também lhes criam encargos administrativos pessoais. Quando geram direitos adquiridos tornam-se irrevogáveis, como já reconheceu o Supremo Tribunal Federal e o declarou na Súmula nº 473 do STF: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
Atos Administrativos Internos - são os destinados a produzir efeitos no recesso das repartições administrativas, e por isso mesmo incidem, normalmente, sobre os órgãos e agentes da Administração que os expediu”. São atos de operatividade caseira, que não produzem efeitos em relação a estranhos. Entretanto, vêm sendo utilizados distorcidamente pelas altas autoridades do Executivo para impor obrigações aos administrados, especialmente aos contribuintes. Ë o caso das portarias e instruções ministeriais que só deviam dispor para os seus servidores, mas contêm imposições aos cidadãos, próprias de atos externos (leis e decretos).
Os atos administrativos internos podem ser gerais ou especiais, normativos, ordinatórios, punitivos, e de outras espécies, conforme as exigências do serviço público. Não dependem de publicação no órgão oficial para a sua vigência, bastando a cientificação direta aos destinatários ou a divulgação regulamentar da repartição. Mas, se incidem sobre os administrados - como erroneamente se vem fazendo - torna-se imprescindível a sua divulgação externa.
Tais atos, quando praticados nos seus estritos limites, normalmente não geram direitos subjetivos aos destinatários, pelo que podem ser revogados ou modificados a qualquer tempo, ao talante da Administração, principalmente se normativos ou ordinatórios do funcionamento do serviço público. Por outro lado, sujeitam-se à revisão hierárquica, e ao controle do Poder Judiciário, se ofensivos de direito individual ou lesivos do patrimônio público." (Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro, 16ª Edição, RT, 1991. p. 141). Tipos de Atos Administrativos Internos:
Portarias – São atos administrativos internos pelos quais os chefes de órgãos, repartições ou serviços expedem determinações gerais ou especiais a seus subordinados, ou designam servidores para funções e cargos secundários.

Continue navegando

Outros materiais