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TRICOMONÍASE
Trichomonas vaginalis
 
INTRODUÇÃO
A espécie Trichomonas vaginalis, patogênica, foi descrita pela primeira vez em 1836, por Donné, que a isolou de uma mulher com vaginite. Em 1894, Marchand e, independentemente, I Miura (1894) e Dock (1896), observaram este flagelado na uretrite de um homem. O T. tenax, não-patogênico, vive na cavidade bucal humana e também de chipanzés e macacos. O T. hominis, não-patogênico, habita o trato intestinal humano. O T. fecalis foi encontrado em um único paciente, não existindo certeza se o homem seria seu hospedeiro primário. A tricomoníase é a DST não-viral mais comum no mundo, com 170 milhões de casos novos ocorrendo anualmente. A incidência da infecção depende de vários fatores incluindo idade, atividade sexual, número de parceiros sexuais, outras DSTs, fase do ciclo menstrual, técnicas de diagnóstico e condições socioeconômicas. A prevalência é alta entre os grupos de nível socioeconômico baixo, entre as pacientes de clínicas ginecológicas, pré-natais e em serviços de doenças sexualmente transmitidas. A perpetuação do protozoário parasito depende da sobrevivência no hospedeiro humano. O organismo, não tendo a forma cística, é suscetível a dessecação e as altas temperaturas, mas pode viver, surpreendentemente, fora de seu hábitat por algumas horas sob altas condições de umidade. O T. vaginalis pode viver durante três horas na urina coletada e seis horas no sêmen ejaculado. Embora T. vaginalis seja transmitido por relação sexual, certas circunstâncias levam a crença de que, teoricamente, uma via não-venérea pode existir, explicando a tricomoníase em meninas, incluindo recém-nascidas, assim como em mulheres virgens. No recém-nascido, a tricomoníase pode ocorrer durante a passagem pelo canal de parto, em conseqüência da infecção materna, quando a mãe não toma medidas profiláticas contra a parasitose durante a gestação ou quando ainda não iniciou o tratamento por não apresentar sintomas. Aproximadamente 5% dos neonatos podem adquirir a tricomoníase verticalmente de suas mães infectadas. Na ocasião do parto, o epitélio escamoso da vagina da recém nascida sofre ação de estrógenos matemos e pode permitir a colonização do parasito. Entretanto, esse efeito hormonal desaparece em poucas semanas após o parto, tornando o trato genital relativamente resistente à invasão do T. vaginalis. Desta forma, os bebês teriam condições de eliminar espontaneamente o parasito. Pode não ser necessário tratar a tricomoníase levemente sintomática nas três primeiras semanas de vida porque a infecção é autolimitada.
MORFOLOGIA
O Trichomonas vaginalis é uma célula polimorfa, tanto no hospedeiro natural como em meios de cultura. Os espécimes vivos são elipsóides ou ovais e algumas vezes esféricos. O protozoário é muito plástico, tendo a capacidade de formar pseudópodes, os quais são usados para capturar os alimentos e se fixar em partículas sólidas. Em preparações fixadas e coradas, ele é tipicamente elipsóide, piriforme ou oval, medindo em média 9,7 μm de comprimento (variando entre 4,5 e 19 μm) por 7,0 μm de largura (variando entre 2,5 e 12,5 μm), como observado na Figura 1. Os organismos vivos são um terço maiores. Como todos os iricomonadídeos, não possui a forma cística, somente a trofozoítica. A forma é variável, tanto nas preparações a fresco e como nas coradas. As condições fisico-químicas (por exemplo, pH, temperatura, tensão de oxigênio e força iônica) afetam o aspecto dos tricomonas; entretanto, a forma tende a se tornar uniforme entre os flagelados que crescem nos meios de cultura do que entre aqueles observados na secreção vaginal e na urina.
Figura 1 - Tricomonashumanos. 1=Trichomonas vaginalis; 2=Trichomonas tenax; 3=Trichomonas hominis. FA=Flagelo anterior livre; MO=Membranaondulante; CP=Corpo parabasal e aparato de Golgi (são vistos juntos); C0=Costa; N=Núcleo; FP=Filamento parabasal; AX = Axóstilo; H=Hidrogenossomos.
Esta espécie possui quatro flagelos anteriores livres, desiguais em tamanho e se originam no complexo granular basal anterior, também chamado de complexo citossomal. A membrana ondulante e a costa nascem no complexo granular basal. A margem livre da membrana consiste em um filamento acessório fixado ao flagelo recorrente. A extremidade posterior da costa é usualmente encoberta pelo segmento terminal da membrana ondulante. O axóstilo é uma estrutura rígida e hialina que se projeta através do centro do organismo, prolongando-se até a extremidade posterior e conecta-se anteriormente a uma pequena estrutura em forma de crescente, a pelta. O aparelho parabasal consiste num corpo em forma de "V", associado a dois filamentos parabasais, ao longo dos quais se dispõe o aparelho de Golgi composto por vesículas paralelas achatadas. O blefaroplasto está situado antes do axóstilo, sobre o qual se inserem os flagelos, e coordena os seus movimentos. O núcleo é elipsóide próximo a extremidade anterior, com uma dupla membrana nuclear e frequentemente apresenta um pequeno nucléolo. O retículo endoplasmático está presente ao redor da membrana nuclear. Esse protozoário é desprovido de mitocôndrias, mas apresenta grânulos densos paraxostilares ou hidrogenossomos, dispostos em fileiras.
CAUSAS
O protozoário causa lesão do epitélio vaginal, levando à formação de úlceras microscópicas que aumentam o risco de contaminação por outras DSTs, como:
HIV.
Herpes.
Gonorreia.
Clamídia.
O período de incubação da tricomoníase tem duração de 4 a 28 dias, embora muitos pacientes sejam assintomáticos por longos períodos. Algumas mulheres ainda possuem o Trichomonas por meses antes de aparecerem os primeiros sintomas. Por isto, é difícil saber quando ocorreu a contaminação.
A TRICOMANÍASE NO HOMEM
Nos homens, a infecção pelo Trichomonas vaginalis costuma ser assintomática e transitória ou ter os sintomas de modo leve, com melhora espontânea na maioria dos casos. O homem costuma ser um carregador assintomático do parasita. Contudo, ele pode infectar suas parceiras.
Quando há sintomas, o quadro mais comum é a uretrite (inflamação da uretra), que também provoca dor para urinar e corrimento uretral purulento. Pode haver complicação da próstata, como infecção, que provoca a prostatite.
TRICOMONÍASE NA GRAVIDEZ
Segundo uma pesquisa publicada na revista Annals of Epidemiology, na gravidez, a tricomoníase pode ser um fator de risco para a incapacidade intelectual da criança. Quando a mulher engravida ela não está protegida em relação às doenças sexualmente transmissíveis, podendo infectar-se pelas mesmas doenças que acometem as mulheres não grávidas.
Neste período, a mulher fica bem mais suscetível a infecções porque ocorre fisiologicamente uma diminuição nos mecanismos de defesa do organismo. Pesquisadores afirmam que essa
condição está associada com ruptura prematura de membranas, parto prematuro, e baixo peso ao nascer. Já pesquisadores da Carolina do Sul avaliaram a associação entre a infecção materna por Trichomonas e o déficit intelectual nas crianças, examinando 134.596 registros de mães-filhos da Carolina do Sul no período entre 1996 e 2002. Excluíram do estudo as gravidezes em que o diagnóstico de infecção no trato urinário, infecção por clamídia, gonorréia ou candidíase vulvovaginal, bem como crianças com causa conhecida de retardo mental.
Durante a gestação, as mulheres apresentaram significativamente maior probabilidade de ter um bebê com déficit intelectual . A associação foi mais forte para os casos de déficit mais grave registrada pelo sistema educacional ou pelo Departamento de Incapacidades e Necessidades Especiais. No segundo trimestre, a doença foi associada com um aumento de mais de 3 vezes na chance de a criança ser identificada como mentalmente incapaz ou profundamente mentalmente incapaz no sistema público de ensino, ou de estar recebendo auxílio para déficit intelectual do Departamento de Incapacidades.
Os cuidados referentes a uma possível contaminação por alguma DST devem ser redobrados. Afinal, a gestante precisa se dedicara proteger a criança que está sendo gerada, bem como limitar o uso de alguns medicamentos no período gestacional, em razão de potenciais efeitos nocivos sobre o feto.
Por isso é sempre importante realizar o exame pré-natal. A gestante poderá apresentar as seguintes complicações se tiver a tricomoníase:
Parto prematuro.
Ruptura prematura das membranas (bolsa de água).
Doença inflamatória pélvica (DIP).
Hepatite crônica.
Câncer do colo do útero.
Infertilidade
SINTOMAS
Como afeta mais as mulheres (pelo menos 2/3 das mulheres infectadas apresentam sintomas), os sintomas geralmente têm início durante ou após o período menstrual. Em alguns casos, a tricomoníase permanece meses sem apresentar sintomas, o que dificulta o tratamento após a descoberta.
Os principais sintomas da tricomoníase na mulher são:
Corrimento amarelado ou amarelo-esverdeada.
Coceira nos órgãos sexuais.
Odor forte e desagradável.
Irritação vulvar.
Vermelhidão genital.
Dor abdominal (raro).
Dor durante relações sexuais.
Ardência e dificuldade para urinar.
Os sintomas que aparecem nos homens são:
Irritação na parte interna do pênis, na uretra (uretrite).
Corrimento leve, como uma secreção uretral, de aspecto espumoso lembrando pus.
Urinar mais vezes por dias, principalmente pela manhã.
Ardor ao urinar ou ejacular.
Qual profissional devo procurar? E qual o diagnóstico?
O médico especialista por diagnosticar e tratar a tricomoníase é o ginecologista para as mulheres e quando homens, o urologista que trabalhará em conjunto com o infectologista. Para fazer o diagnóstico, primeiramente o médico fará o exame clínico para reconhecer os sintomas. O diagnóstico será feito com base na avaliação dos sintomas na análise e aspecto da secreção vaginal. Utilizando o microscópio, o médico verifica a possível presença de protozoários. Depois ele poderá solicitar os seguintes exames:
Exames laboratoriais:
Coleta da secreção vaginal;
Cultura de secreção ou PCR;
Exame de sangue: avalia se há infecção no organismo.
Papanicolau: é o principal exame de consultório;
Teste de pH vaginal;
Exame de cultura de micro-organismos;
Exame de citologia.
TRATAMENTO DA TRICOMONÍASE
O tratamento objetiva erradicar o agente causador. Assim, a primeira medida indicada é a abstinência sexual, porque é necessário um reequilíbrio do organismo para então evitar o aumento, o desconforto e o surgimento de novas doenças.
MEDICAMENTOS PARA A TRICOMANÍASE
Antibióticos e quimioterápicos: é obrigatório o tratamento em conjunto do (a) parceiro (a) sexual, para evitar a reinfecção.
1- Metronidazol.
2-Tinidazol.
3-Nitroimidazólicos (não recomendado no primeiro trimestre de gestação, devido a seu potencial mutagênico e carcinogênico observado em animais). 
4-Clotrimazol tópico: para as gestantes, tem eficiência moderada e há efeitos colaterais.
5-Colpatrin.
6-Colpistatin.
7-Flagyl.
8-Flogo Rosa.
9-Gynopac.
10-Helmizol (comprimido e gel).
11-Secnidazol.
O tratamento oral, nas mulheres, é de dose única, simultaneamente ao tratamento tópico, com o uso de creme vaginal.
Durante o tratamento, recomenda-se evitar o consumo de álcool para prevenir náuseas e vômitos.
GRUPOS E FATORES DE RISCOS
Está entre o grupo e fatores de risco:
Possuir múltiplos parceiros (as) sexuais.
Ter relações sexuais desprotegido (a).
Histórico de outras DSTs.
Episódio prévio da tricomoníase.
COMPLICAÇÕES E PROGNÓSTICO
Se não for tratada, a tricomoníase poderá causar:
Infertilidade.
Câncer do colo do útero.
Parto prematuro (quando gestantes).
Infecção urinária.
Favorecimento da transmissão do HIV.
Como é transmitida sexualmente, a tricomoníase é uma doença com a qual não é possível conviver, devido aos incômodos que ela causa:
Afeta o órgão genital feminino provocando prurido intenso e ardor.
Provoca dor na região da pelve, ao urinar e durante o ato sexual.
Produz corrimento amarelado ou esverdeado com mau cheiro.
Seu tratamento deve ser iniciado tão logo apareçam os sintomas, o qual é muito importante não só para aliviar os sintomas, mas também para eliminar por completo o agente causador.
Os medicamentos indicados, geralmente estão disponíveis na forma de cremes vaginais e óvulos para uso local ou em comprimidos, para uso oral. Durante o tratamento recomenda-se a abstinência sexual para acelerar a restauração da flora vaginal.
TRANSMISSÃO E PREVENÇÃO DA TRICOMONÍASE
Esta doença é transmissível e a melhor forma de prevenção da tricomoníase é o uso de preservativo em todas as relações sexuais, mas também recomenda-se:
Cuidar da higiene íntima após a relação sexual.
Evitar ter muitos parceiros sexuais.
Evitar ter relações com pessoas contaminadas que ainda não estão em tratamento.
Evitar ter relações sexuais se houver corrimento, consulte o ginecologista.
A transmissão da tricomoníase entre homens é quase inexistente, não se sabendo o porquê. A única via de transmissão é a sexual, de mulheres para homens e entre mulheres.
A tricomoníase tem cura, mas se for tratada quando descoberta. E depois do tratamento é preciso cuidado, pois ela pode voltar.

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