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O Direito no iluminismo Da Monarquia Absoluta ao Iluminismo Absolutismo monárquico Regime marcado pelo centralização de poder; Para exercer o poder centralizado, era necessário força de coerção = exército! Exército permanente e não o exército medieval Para manter um exército próprio: $ $ tributação dos súditos; Absolutismo Monárquico França de Luís XIV: (1661-1715) – maior expoente do regime absolutista; Apelidado de Rei Sol; Obra inspiradora do regime: O Príncipe – Maquiavel; Obra justificadora do regime: O Leviatã - Thomas Hobbes - “Embora livres, os homens estavam em permanente estado de guerra. E para a sobrevivência de todos, os homens fizeram um pacto com o Estado pra manter a ordem e paz” “A única maneira de instituir um tal poder comum, capaz de defendê-los das invasões dos estrangeiros e das injúrias uns contra os outros, garantindo-lhes assim uma segurança suficiente para que, mediante seu próprio labor e graças aos frutos da terra, possam alimentar-se e viver satisfeitos, é conferir toda sua força e poder a um homem, ou a uma assembleia de homens, que possa reduzir suas diversas vontades, por pluralidade de votos, a uma só vontade [...]. Absolutismo monárquico “O poder do rei seria resultante do pacto social” Hobbes: a lei tem como fonte a vontade do rei (reunião de todas as vontades – vontade do povo); Bispo Jacques Bossuet: A autoridade do rei é sagrada, pois emana de Deus; teorias utilizadas pelos monarcas para justificar o poder dos reis Maquiavel Hobbes Bossuet ABSOLUTISMO MONÁRQUICO Organização social = baseada na distinção social; Reforma na Justiça: Ordenação Civil de 1667 + Ordenação Criminal de 1670 (=Código Luis); Rei criou o cargo de tenente da polícia – Tenente- General de Polícia = responsável pelo julgamento dos mendigos, vagabundos e mendigos; Prisões lotadas, o tenente podia prender autores de quaisquer infrações, mesmo as não graves, para julgamento posterior, mas ficavam presos por longos períodos; ABSOLUTISMO MONÁRQUICO As prisões era também efetuadas por ordem do rei (ordens régias), mas era necessária outra ordem régia para a soltura = não havia prazo de detenção => longo período de reclusão ! As condições dos prisioneiros ? R- Péssimas ! Mal eram alimentados e sobreviviam de donativos; O Iluminismo No século XVIII, alguns intelectuais europeus reagiram ao Absolutismo Monárquico; Movimento intelectual que confiava no progresso e na razão; incentivou o livre pensamento como meio de alcançar a felicidade humana; Reflexo do progresso: avanços científicos e tecnológicos; Ex.: astronomia (distância da Terra à Lua) + aperfeiçoamento do telescópio; termômetro de mercúrio, estudo dos fenômenos elétricos, etc. 8 O Iluminismo Do ponto de vista político: propunham uma cidadania centrada na liberdade e na defesa burguesa da propriedade; Ideia iluminista: A igualdade é um direito natural, que só seria realizada se fosse garantida por lei e pela força do Estado; As leis deveriam ser feitas pelos cidadãos ou por seus representantes; - A representação real dos cidadãos não poderia seguir o modelo de antigo regime; O iluminismo Pensadores do Iluminismo: Montesquieu: Separação dos 3 poderes; Igualdade para todos: liberdade para que os homens pudessem escolher para quem trabalhar; -Rousseau: defendia a democracia como realização do contrato social, manifestada pelo voto que, dessa forma, daria a soberania do povo; -Os governantes deveriam refletir sempre a vontade do povo; Não havia igualdade material entre todos: “Todos os camponeses não serão ricos, e não é preciso que sejam. Carecemos de homens que tenham seus braços e boa vontade. Mas até estes homens, que parecem o rebotalho da sorte, participarão da felicidade dos outros. Serão livres para vender seu trabalho a quem quiser pagá-los melhor. A liberdade será a sua propriedade. A esperança certa de um justo salário os sustentará. Com alegria educarão sua família em seus ofícios laboriosos e úteis. Essa classe de homens, tão desprezível aos olhos dos poderosos, constitui o principal celeiro de soldados. Assim, do cetro à foice e ao cajado, tudo se anima, tudo prospera, tudo ganha força novas graças a uma única mola.” (Voltaire e Diderot) O direito no iluminismo Cesare Beccaria – autor, advogado – italiano; Nasceu em Milão (1738) e teve uma educação jesuítica; Obteve diploma em jurisprudência; Aos 25 anos escreveu a obra: “Dos delitos e das penas”, em 1764 Inspiração: temporada nas masmorras; Traduziu a realidade que não concordava e, através da razão buscou dar soluções práticas; Bases do direito penal moderno. O direito no iluminismo - Os juízes tinham poderes absolutos – e o objetivo do processo era fazer o réu confessar; Partia-se do pressuposto de que o indivíduo, se acusado, já era considerado culpado; Ideias de Beccaria: Leis e penas são fruto da necessidade do próprio convívio social; - As penas deveriam ter por medida o dano provocado pelo crime e não a sede de vingança; Finalidade das penas: proteção da sociedade e o desencorajamento de outros cometerem o delito: “O fim, pois, é apenas impedir que o réu cause danos aos seus concidadãos e dissuadir os outros a fazer o mesmo. É, pois, necessário escolher penas e modos de infligi-las, que, guardadas as proporções, causem a impressão mais eficaz e duradoura nos espíritos dos homens, e menos penosas na pessoa do réu.” O direito no iluminismo - As penas deveriam ser proporcionais aos delitos; (princípio da proibição do excesso); “Se o prazer e a dor são a força motora dos seres sensíveis, se entre os motivos que impelem os homens às ações mais sublimes foram colocados pelo Legislador invisível o prêmio e o castigo, a distribuição desigual destes produzirá a contradição, tanto menos evidente quanto mais é comum, de que as penas punem os delitos que fizera nascer. Se uma pena igual é destinada a dois delitos que ofendem desigualmente a sociedade, os homens encontrarão um obstáculo forte o suficiente para não cometer um delito maior, se dele resultar uma vantagem maior.” O Direito no iluminismo 2- Concordava com a separação de poderes: para haver a justiça, deveria haver separação de poderes, cabendo aos legisladores criar leis e penas = Crime e pena só existem caso houvesse previsão legal PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA ANTERIORIDADE DA LEI ! O DIREITO NO ILUMINISMO - Um crime não é maior porque foi cometido contra um bem nascido: “Outros avaliam os delitos mais pela dignidade da pessoa ofendida que por sua importância em relação ao bem público”. - O Princípio do Princípio da Justiça: Igualdade A quem disser que a pena aplicada ao nobre e ao plebeu não é realmente a mesma em virtude da diversidade da educação e da infâmia que se derrama sobre uma ilustre família, responderei que não se medem as penas pela sensibilidade do réu, mas sim pelo dano público. O direito no iluminismo 2- Sobre as penas cruéis e a pena de morte: A pena deveria ser pensada pela sua utilidade. As penas cruéis não eram garantia de alcançar os objetivos de leis e penas Crueldade das penas a)impossibilitam a proporcionalidade entre delitos e penas b) servem para espetáculo público (passageiro); Condena a pena de morte ! Direito no iluminismo “Qual será o direito que os homens se reservam de trucidar seus semelhantes? [...] mas quem será o homem que queira deixar a outros o arbítrio de matá-lo? Como pode haver, no menor sacrifício da liberdade de cada um, o do bem maior de todos? E, se assim fosse, como se coaduna tal princípio com o do outro, de que o homem não pode matar-se? Não deveria ele ter esse direito se pôde atribuí-lo a outrem ou à sociedade inteira? Direito no iluminismo Beccaria era a favor da prisão perpétua: “Para quem uma pena seja justa, só deve ter aqueles graus de intensidade que bastem para dissuadir oshomens dos delitos; ora, não há ninguém que, refletindo a respeito, possa escolher a perda total e perpétua da própria liberdade, por mais vantajoso que um delito possa ser; assim, a intensidade da pena de escravidão perpétua, substituindo a pena de morte, contém o que basta para dissuadir o espírito mais determinado”. O direito no iluminismo Exceção para a pena de morte: -Se o indivíduo, mesmo privado de sua liberdade, for uma ameaça à segurança nacional OU se a existência do sujeito puder levar a uma revolução perigosa para o governo. 4. DO PROCESSO: Contra a tortura no processo como meio de obtenção de provas; Condenação dos fracos e inocentes; O uso de meios violentos era injusto; Direito no iluminismo “ A lei que ordena a tortura é uma lei que diz: Homens, resisti à dor e se a natureza criou em vós um inextinguível amor-próprio, se ela vos deu o direito inalienável de vos defenderdes, desperto em vós o sentimento contrário, o ódio heroico de vós mesmos, e ordeno que sejais vossos próprios acusadores e que digais a verdade ainda vos dilacerem os músculos e vos quebrem os ossos.” = fere a injustiça, humanidade e a proteção individual O direito no iluminismo A prova testemunhal é a prostituta das provas: uma só testemunha não é suficiente; A credibilidade da testemunha é importante; “Todo homem é razoável, isto é, que tenha um certo nexo nas suas ideias e cujas sensações sejam conformes às dos outros homens, pode ser testemunha. A verdadeira medida da sua credibilidade é tão-somente o se interesse em dizer ou não a verdade, razão porque resulta frívolo o argumento da fraqueza das mulheres (...)” Direito no iluminismo As acusações não podem ser secretas: “Que os julgamentos sejam públicos e públicas as provas do delito, para que a opinião, que é talvez o único cimento da sociedade, ponha um freio à força das paixões, para que o povo diga ‘não somos escravos e somos protegido’. Direito no iluminismo Importância dos magistrados: “Outro meio de prevenir os delitos é o de interessar o colégio executor das leis antes pela observância delas do que pela corrupção. Quanto maior o número dos membros que compõem tal colégio, menor é o perigo de usurpação das leis, porque a venalidade é mais difícil entre os membros que se observam uns aos outros.” O direito no iluminismo As diferenças de nível social não são indicativos de credibilidade; a lei deve ser clara “É utilíssima a lei que faz cada homem ser julgado pelos seus pares, pois onde entra em jogo a liberdade e a sorte de um cidadão devem calar-se os sentimentos inspirados pela desigualdade (...)” 5. Como prevenir os delitos: “É melhor prevenir os delitos do que puni-los.” - Os homens devem temer as leis; Incentivo à educação; A inexistência de corrupção dos juízes.
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