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Representaç ão de uma típica cidade med ieval da In glaterra Barcos regionais representam osustento de inúmeras famílias deribeirinhos dos rios da Amazônia •• História – A Era Vargas (1930–1945) pg. 02 •• História – A Idade Média pg. 04 •• Geografia – A Amazônia Legalpg. 06 •• Geografia – Os domínios fitogeográficos pg. 08 •• Português – Regência verbal 4pg. 10 A Era Vargas (1930–1945) 1. REVOLUÇÃO DE 1930 Golpe de estado que aniquilou o grupo oligárquico dominado pela elite cafeeira paulista, trazendo para o poder uma junta militar, que passa o governo a Getúlio Vargas. 2. FASES DO GOVERNO VARGAS • Provisória (1930-1934). • Constitucional (1934-1937). • Ditatorial (1937-1945). Também chamado de Estado Novo. 3. PRIMEIRAS MEDIDAS DE GETÚLIO VARGAS • Nomeação de interventores para governar os Estados. Este cargo político foi cedido aos tenentes, grupo da jovem oficialidade que havia participado da Revolução de 1930 e, portanto, desejava participar do “bolo” do poder. • Criação do Ministério da Educação e Saúde. • Criação do Ministério do Trabalho, da Indústria e do Comércio. 4. POLÍTICA DE VALORIZAÇÃO O Governo Federal adota uma nova política de valorização do café, diferente do Convênio de Taubaté, assinado em 1906, no governo Rodrigues Alves. A partir dos anos de 1930, o governo Vargas passa a intervir diretamente na produção. O Estado comprava toda a produção excedente de café e destruía-a. Cerca de 80 milhões de sacas de café foram queimadas ou jogadas ao mar. 5. REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932 • Ocorreu em São Paulo. • Tinha por objetivo a elaboração de uma nova constituição para o País. • Foi uma tentativa da velha oligarquia paulista para voltar ao poder. • Movimento MMDC – Conflito envolvendo rebeldes e forças do governo. Nesse confronto, morreram quatro estudantes de cujos sobrenomes (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) proveio essa sigla. 6. CONSTITUIÇÃO DE 1934 • Elaborada por uma Assembléia Constituinte. • Inspirada na Constituição de Weimar (Alemanha). • Eleições diretas: voto direto e secreto para ambos os sexos (maiores de 18 anos alfabetizados). • Extinção do cargo de vice-presidente da República. • Mandato presidencial de 4 anos, vedado o direito à reeleição. • Mandato classista. • Leis trabalhistas: jornada de trabalho de oito horas, descanso semanal obrigatório e remunerado, férias remuneradas, proteção ao trabalho da mulher e do menor, indenização por dispensa sem justa causa, assistência e licença remunerada a gestantes. • Nacionalização das riquezas minerais. • Eleição indireta do primeiro presidente da República. 7. GRUPOS POLÍTICOS a) Ação Integralista Brasileira – (A.I.B.) • Líder: Plínio Salgado. • Inspiração: nazi-fascismo (direita). • Ponto defendido: Estado ditatorial e nacionalista, governado pelas elites. • Visavam defender as riquezas nacionais, a propriedade privada e visava combater o comunismo. • Conhecidos como “camisas verdes”. • Saudação: anauê. b) Aliança Nacional Libertadora – (A.N.L.) • Líder: Luís Carlos Prestes, conhecido como “Cavaleiro da Esperança”. • Inspiração: socialismo-comunismo, nas idéias marxistas (esquerda). • Pontos defendidos: governo popular, rompimento com o capital estrangeiro, não- pagamento das dívidas externas, reforma agrária, nacionalização das empresas estrangeiras, etc. 8. Intentona Comunista (1935) Movimento armado também conhecido como “Revolta Vermelha”, visava derrubar o governo Vargas e implantar o comunismo no Brasil, levando a A.N.L. ao poder. O governo sufocou a revolta e prendeu os líderes, incluindo Luís Carlos Prestes. 9. Plano Cohen (1937) Forjado por militares integralistas liderados pelo capitão Olímpio Mourão Filho. O plano ficou assim conhecido porque fora assinado por um fictício comunista de nome Cohen. O plano era falso, mas criou as condições para o golpe que foi desfechado no dia 10 de novembro de 1937. Serviu de pretexto para Getúlio Vargas implantar o Estado Novo. 10.DITADURA VARGAS – ESTADO NOVO (1937–1945) Constituição de 1937 • Elaborada por Francisco Campos, um dos idealizadores do Estado Novo. Possuía características fascistas. • Ficou conhecida como “Polaca”, porque seu conteúdo mesclava elementos fascistas e poloneses. • Garantia a Getúlio Vargas o poder de dissolver qualquer casa legislativa. • Os governadores-interventores seriam nomeados pelo Governo Federal. • Dava ao presidente o controle das Forças Armadas. • Garantia ao governo o direito de invadir domicílios e violar o sigilo de correspondência. • Pregava a extinção dos partidos políticos, inclusive da Ação Integralista Brasileira (AIB), facção de extrema direita. • Suspendia as eleições em todo o território nacional. Órgãos repressores (1938) Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) – Órgão a que ficavam submetidos todos os serviços públicos do Brasil. Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) – Órgão responsável pela censura, pela propaganda do governo, pelo culto à pátria e pela personificação do presidente Vargas. Foi criado o programa de rádio Hora do Brasil para funcionar como instrumento de propaganda do governo Vargas. Industrialização Apoiado na sua política nacionalista, o governo explorou as riquezas brasileiras, amparado em grupos nacionais, contrariando os grupos 2 A coordenação do Programa Educampo, desenvolvido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Programa Nacional de Educação e Reforma Agrária (Pronera), encerrou mais uma etapa do projeto, chegando à marca de 2.077 alunos alfabetizados. Participaram desta etapa 97 monitores, 15 bolsistas e 15 coordenadores locais de 10 municípios. Em 2006, durante 10 meses, jovens e adultos de assentamentos localizados nos municípios de Alvarães, Tefé, Canutama, Fonte Boa, Humaitá, Lábrea, Manicoré, Jutaí e Parintins participaram de aulas de alfabetização. Para se adequar à realidade dos assentamentos, a equipe desenvolveu uma metodologia de aprendizagem diferenciada. O alfabetizador, também chamado de monitor, por exemplo, é selecionado entre os assentados. As aulas foram ministradas semanalmente, sob orientação de acadêmicos do curso Normal Superior, de Letras e de Ciência Política da UEA. Além disso, cada assentamento conta com um coordenador local, responsável por supervisionar as atividades do Programa, além de um supervisor que acompanha mensalmente as ações de alfabetização. História – A origem do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) deu-se no contexto do I Encontro Nacional de Educadoras e Educadores da Reforma Agrária (ENERA), realizado em Brasília, no ano de 1997, promovido pelo MST em parceria com a UnB, a Unesco, o Unicef e a CNBB. No ano seguinte, o MST e seus parceiros concretizam, na cidade de Luziânia (GO), a I Conferência Nacional: por uma educação básica do campo. Essa mobilização dos trabalhadores resultou na implementação do Pronera enquanto política pública do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Expressão de uma parceria estratégica entre o Governo Federal, as instituições de ensino superior e os movimentos sociais do campo, o Pronera representa um instrumento contra o alto índice de analfabetismo e a baixa escolaridade dos assentados, realidade apresentada pelo I Censo da Reforma Agrária do Brasil de 1996. A realização e a certificação do Ensino Fundamental desenvolvido pelo Pronera estão garantidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96). A Educação de Jovens e Adultos – EJA é objeto específico do artigo 37, § 1.° da LDB: “Os Sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e adultos que não puderam efetuar os estudos na idade regular oportunidades educacionaisapropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames”. Educampo chega à marca de 2.077 alunos alfabetizados História Professor DILTON Lima estrangeiros. Destaca-se, neste período, a extração mineral, a exportação de minérios e a siderurgia. Realizações do governo Vargas nesse período: • Criação do Conselho Nacional de Petróleo, em 1938. No ano seguinte, foi aberto o primeiro poço de petróleo em Lobato, na Bahia. • Construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em 1941, empresa instalada em Volta Redonda, Rio de Janeiro, para produção de aço. • Criação da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), em 1942, com a meta de cuidar da extração das riquezas minerais. • Criação da Companhia Nacional de Álcalis, em 1943. • Criação da Fábrica Nacional de Motores, em 1943. • Criação da Companhia Hidroelétrica do São Francisco, em 1945. Política trabalhista A relação capital e trabalho ficou bem acentuada nesse período governista. Nesse sentido, as principais medidas do governo ditatorial foram: 1. Controle dos sindicatos – Os sindicatos, que deveriam defender os trabalhadores, não cumpriam sua função histórica, comportando- se como mecanismo a favor do governo. Estava oficializado o “peleguismo”, ou seja, a política de “amaciamento” das massas trabalhadoras pelos burocratas sindicais (conhecidos como “pelegos”) a serviço do governo e dos empresários. 2. Criação do salário mínimo (1940) – O salário mínimo foi criado a partir de pesquisas para averiguar o mínimo que a família de um operário deveria ganhar para atender às suas necessidades elementares (alimentação, transporte, habitação e vestuário), garantindo a sobrevivência de 4 pessoas. Na prática, a medida governamental só atendeu ao trabalhador urbano (operário), não beneficiando o trabalhador rural. 3. Criação da Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT (1943) – Consistia na regulamentação das relações entre patrões e empregados. BRASIL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (1942) Para os Estados Unidos, a participação do Brasil na guerra ao lado dos aliados era fundamental, devido ao seu vasto litoral e, especialmente, pela importância estratégica do Nordeste, Região apropriada para a instalação de bases aéreas e navais. Em troca de vultosos empréstimos, o Brasil declarou guerra ao Eixo (Alemanha, Itália e Japão), prova de que o País não podia viver sem os Estados Unidos. Em junho de 1944, o Brasil passou a participar efetivamente da guerra, enviando a Força Expedicionária Brasileira (FEB), cujo lema era “A cobra vai fumar”, e da Força Aérea Brasileira (FAB), cujo lema era “Senta a pua”. Sob o comando do general Zenóbio da Costa, as tropas brasileiras enfrentaram sucessivas derrotas. Sob o comando do general Mascarenhas de Morais, em meados de novembro de 1944, os pracinhas venceram várias batalhas; a mais célebre foi a de Monte Castelo, na Itália. MEDIDAS DEMOCRÁTICAS Os acontecimentos obrigaram o presidente Getúlio Vargas a tomar uma série de medidas tidas como democráticas: 1. Eleições presidenciais para governadores de Estado, para o Congresso Nacional e para as Assembléias Legislativas Estaduais (todas marcadas para 2 de dezembro de 1945). 2. Anistia política a centenas de presos políticos, entre eles Luís Carlos Prestes. 3. Livre organização partidária ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), que vivia clandestinamente desde 1927. 4. Organização de novos partidos políticos. Destaques para a União Democrática Nacional (UDN), Partido Social Democrático (PSD) e Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). 11. QUEREMISMO Movimento realizado por grupos que desejavam a continuação de Vargas no poder. Os simpatizantes ao movimento saíam às ruas gritando “queremos Getúlio!”. O velho ditador, deposto em outubro de 1945, voltaria ao poder máximo da República nas eleições presidenciais de 1950, para tristeza da UDN e do capital estrangeiro. Exercícios 01. (PUCRS) Considere o contexto de polarização das forças políticas do Entre-Guerras no Brasil, relacionando as agremiações políticas mencionadas na coluna I com as características arroladas na coluna II. COLUNA I (1) Aliança Nacional Libertadora (2) Ação Integralista Brasileira COLUNA II ( ) Tinha como base política setores conservadores da intelectualidade, da classe média urbana, do exército e das elites. ( ) Defendia um Estado autoritário, nacionalista, corporativista, antiliberal e anticomunista, dirigido pelas elites esclarecidas. ( ) Tinha características de uma frente popular antifascista, composta por ex-tenentes, democratas, sindicalistas, socialistas e comunistas. ( ) Defendia a constituição de um governo popular nacional. ( ) Defendia o não-pagamento da dívida externa e a luta contra o imperialismo. A correta numeração da segunda coluna, de cima para baixo, é a) 1 - 1 - 2 - 2 - 2 b) 1 - 2 - 2 - 1 - 2 c) 1 - 2 - 1 - 1 - 1 d) 2 - 2 - 1 - 1 - 1 e) 2 - 1 - 2 - 2 - 1 02. (FATEC) O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), criado em 1930 por Getúlio Vargas, a) era um órgão que garantia a liberdade artística, jornalística e dos demais meios de comunicação do Brasil na era Vargas; b) promovia manifestações cívicas, nas quais os sindicatos de esquerda tinham um papel importante de conscientização das massas; c) estimulava a produção de filmes nacionais e concursos de música e defendia o direito de os sindicatos realizarem seus comícios e suas greves; d) aproveitou-se do programa Hora do Brasil, que, além de transmitir notícias políticas e informações, servia como porta de entrada para as idéias liberais de Vargas; e) era responsável por controlar os meios de comunicação e promover a propaganda do Estado Novo. 3 Desafio Histórico 01. (APROVAR) “A orientação de acordo com os ensinamentos dos regimes opressivos – o nazismo e o fascismo –, que se multiplicavam na Europa nesse período, as autoridades federais procurariam tirar o máximo proveito das técnicas de propaganda e dos meios de comunicação social, muito especialmente do rádio”. O texto refere-se a que período da História do Brasil? a) Estado Novo b) Governo Provisório de Vargas c) Governo populista varguista ( 1951–54) d) Intentona Integralista e) Revolução de 1930 02. (UFRS) Considere as seguintes afirmações sobre o Estado Novo no Brasil: I. Foi produto da Aliança Nacional Libertadora (ANL), que estabeleceu um governo popular e cancelou a dívida externa. II. Extinguiu os partidos políticos e objetivava um Estado Nacional centralizado. III. Sua base de sustentação foi a legislação trabalhista, incorporando burocraticamente a classe operária. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) Apenas II e III. 03. (FAAP) Todos os fatos enunciados a seguir assinalaram o governo de Getúlio Vargas, exceto: a) desenvolvimento econômico, caracterizado pela penetração intensa do capital estrangeiro; b) incorporação do proletariado urbano ao Estado, através dos sindicatos controlados pelo Ministério do Trabalho; c) crescimento da participação do Estado nos setores fundamentais da economia nacional; d) modernização da máquina burocrática estatal (DASP, planejamentos econômicos, tecnocratas); e) estabelecimentos de censura à imprensa e de um amplo serviço de propaganda. A Idade Média OS BÁRBAROS Os bárbaros eram povos assim denominados pelos romanos por não falarem a língua latina. Imigraram e conquistaram as terras do Império. Os grupos de bárbaros que se destacaram: 1. Germanos – Origem indo-européia, habitavam a Europa Ocidental. As principais nações eram: visigodos, ostrogodos, vândalos, bretões, saxões francos, etc. 2. Eslavos – Provenientes da Europa Oriental e da Ásia, compreendiamrussos, tchecos, poloneses, sérvios, etc. 3. Tártaros-Mongóis – Origem asiática. Faziam parte desse grupo as tribos dos hunos, turcos, búlgaros, entre outros. 1. Germanos Organização política simples – Os germanos foram os mais importantes para a formação da Europa Feudal. Sua organização política era bastante simples. Eram governados por uma Assembléia de Guerreiros, no período de paz, que tinha funções legislativas, vinculadas ao direito consuetudinário. Em época de guerra, escolhiam um rei, chefe guerreiro, que recebia um juramento de fidelidade dos demais guerreiros, o comitatus. Base econômica – A base da economia germânica era a agricultura, a caça e a pesca. Viviam em constante migração em busca de terras férteis. A propriedade da terra era coletiva, e o trabalho, quase todo, era executado por mulheres. Casamento – A sociedade era patriarcal, e o casamento monogâmico, sendo o adultério considerado crime e severamente punido aquele que o cometia. Em algumas tribos, era proibido o casamento das viúvas. Religião – A religião era politeísta: adoravam a força da natureza. Os seus deuses eram: Odin, protetor dos guerreiros; Tor, deus do trovão; e Fréia, a deusa do amor. As Valquírias eram as mensageiras de Odin, visitavam os campos de batalha, levando os mortos. 2. Os Reinos Os principais reinos que se formaram na Europa foram: Reino dos Visigodos – Situado na Península Ibérica, era o mais antigo e extenso. Ocupava, estrategicamente, a ligação do Mediterrâneo com o Atlântico que lhes garantia a supremacia comercial entre o Continente europeu e a Europa Insular. Reino Ostrogodo – Estava localizado na Península Itálica. Restauraram vários monumentos, no sentido de garantir viva a memória do Império Romano. Reino dos Vândalos – Estava fixado no norte da África. Conhecidos pelas pilhagens e destruições (vandalismo) que realizam em suas incursões, dominam o Mediterrâneo. Em 455, invadem Roma e roubam-lhe os tesouros. Em 534, o reino vândalo da África é destruído pelo general bizantino Belisário. Reino Suevo – Localizado a oeste da Península Ibérica. Viviam da pesca e da agricultura. Esse reino foi absorvido pelos visigodos. Reino Burgúndio – Estava localizado na Escandinávia. No século VI, eles foram dominados pelos francos. Reino Anglo-Saxão – Os saxões venceram os bretões e estabeleceram-se na Bretanha. 3. O Reino Francônio Ocupou a região da Gália. A primeira dinastia, a merovíngia, foi fundada por Clóvis Meroveu. Em 496, Clóvis foi convertido ao cristianismo e, com a ajuda do Papa, conquistou a Gália. No seu governo, ocorreu a expansão territorial do reino. Após a sua morte, o reino estendia- se da Gália Setentrional até a Central. Os reis que sucederam Clóvis eram fracos e indolentes. O poder político passou a ser exercido por funcionário do governo: o prefeito do paço. O principal foi Carlos Martel (714–741), que venceu os Árabes na batalha de Poitiers, em 732. Com a morte de Carlos Martel, o filho dele, Pepino, “O Breve”, assumiu o poder e, com o apoio do papa Zacarias, deu um golpe de Estado, depondo o rei Childerico III, coroando-se Rei e iniciando a dinastia Carolíngia. Conquistou os Lombardos e doou as terras deles à Igreja, consolidando a aliança. Seu sucessor foi Carlos Magno, que teve o amplo apoio da Igreja em seu governo. Carlos Magno estendeu os domínios do império nos estados atuais da França, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Alemanha parte da península Ibérica, Áustria, Iugoslávia, Suíça e Itália. No reino de Carlos Magno, o império foi dividido em: Condados: no interior do império; governados por condes. Ducados: nas fronteiras; governados por duques. Marcas: vulneráveis a ataques, eram governados por marqueses. As leis instituídas em seu governo foram as capitulares. Além das leis, elaborou outras reformas: educacionais, culturais e científicas, que ficaram conhecidas como o renasci- mento carolíngio. 4. A Fragmentação do Império Com a morte de Carlos Magno, em 814, o reino foi sucedido por Luís, “O Piedoso”. Depois de Luís, o reino foi fragmentado, após uma sucessiva guerra civil entre os herdeiros. Com o Tratado de Verdum, em 843, o reino foi divido entre: Carlos, “O Calvo”: ficou com a França Ocidental. Luís, “O Germânico”: ficou com a França Oriental, atual Alemanha. Lotário: ficou com a Itália. O FEUDALISMO Em seu processo de formação, o Feudalismo foi afetado por fatores internos, recebendo influên- cias tanto da civilização romana como dos povos germânicos. A civilização romana contribuiu para a formação do Feudalismo com as seguintes instituições: Vilae: grandes propriedades rurais que deram origem aos feudos. Colonato: regime que vinculava o camponês à terra que cultivava. Cristianismo: forneceu as bases da cultura medieval. Os povos germânicos contribuíram principal- mente com: Comitatus: juramento de mútua fidelidade entre guerreiros e seu comandante. Suserania e vassalagem. Direito consuetudinário, leis baseadas nos costumes e nas tradições. O feudo, unidade básica de produção do feudalismo, era uma grande propriedade rural. 4 Desafio Histórico História Professor Francisco MELO de Souza 01. (Faap) "Ordena-se pela autoridade do Parlamento, que ninguém leve, ou faça levar, para fora deste Reino ou qualquer parte do mesmo, qualquer forma de dinheiro da moeda deste Reino, ou de dinheiro e moedas de outros reinos, terras ou senhorias, nem bandejas, vasilhas, barras ou jóias de ouro guarnecidas ou não, ou de prata, sem a licença do Rei." A medida do governo inglês só pode estar fazendo a defesa do sistema: a) medieval; b) mercantilista; c) socialista; d) comunista; e) anarquista. 02. (FGV) A batalha de Poitiers (732) é um dos momentos cruciais da evolução política da Europa, pois a) terminou com a influência que o Império de Bizâncio exercia sobre a cultura da França; b) deteve a expansão das forças muçulma- nas, graças à enérgica ação de Carlos Martel; c) representou a derrota naval dos turcos que ameaçavam a primazia militar de Roma; d) significou o fim da influência dos gover- nantes merovíngios, com a implantação do feudalismo; e) unificou a Gália Cisalpina, que passou a ser governada pelos Carolíngios impostos pela Igreja. 03. (FGV) As principais características do feudalismo eram: a) Sociedade de ordens, economia levemen- te industrial, unificação política e mentali- dade impregnada pela religiosidade. b) Sociedade estamental, economia tipicamente artesanal, organização política descentralizada e mentalidade marcada pela ausência do cristianismo. c) Sociedade de ordens, economia terciária e competitiva, centralização política e mentalidade hedonista. d) Sociedade de ordens, economia agrária e auto-suficiente, fragmentação política e mentalidade fortemente influenciada pela religiosidade. e) Sociedade estamental, economia voltada para o mercado externo, fragmentação política e ausência de mentalidade religiosa. 04. (Unesp) "Na sociedade feudal, o vínculo humano característico foi o elo entre subordinado e o chefe mais próximo. De escalão em escalão, os nós assim formados uniam, tal como se tratasse de cadeias infinitamente ramificadas, os mais pequenos aos maiores. A própria terra só parecia ser uma riqueza tão preciosa por permitir obter 'homens' remunerando-os." (Marc Bloch, "A SOCIEDADE FEUDAL") O texto descreve a: a) hierarquia eclesiástica da Igreja Católica; b) relação de tipo comunitário dos camponeses; c) relação de suserania e vassalagem; d) hierarquia nas Corporações de Ofício; e) organização política das cidades medievais. Cada feudo possuía geralmente um castelo fortificado ou burgo (residências do senhor feudal) e uma vila ou aldeia – onde se realizavam as trocas semanais. As terras do feudo eram formadas com a seguinte divisão: 1 Mansosenhorial – Era a terra mais fértil e pertencente ao senhor feudal. 2. Manso servil – Onde estavam as glebas cultivadas pelos servos. 3. Terras comuns – Correspondiam ao bosque, à floresta e ao pântano. Escambo – Na economia feudal, não existia o comércio como atividade permanente e organizada; os produtos eram trocados diretamente, por meio do escambo, sem a utilização de dinheiro. A relação de trabalho baseava-se na servidão, ou relação servil de produção, que consistia nos seguintes impostos: 1. Corvéia – Consistia nos dias de trabalho gratuito que o servo realizava no manso senhorial. 2. Talha – Consistia na entrega obrigatória ao senhor feudal de metade da produção obtida em sua gleba. 3. Banalidades – Impostos suplementares, pagos em espécies, pela utilização de instrumentos pertencentes ao senhor feudal. A Desagregação do Feudalismo O sistema feudal começou a desmoronar a partir do século XI, dando origem ao capitalismo ou sistema capitalista de produção. A desagregação do feudalismo e as origens do capitalismo decorreram de um conjunto de fatores, tais como: 1. crescimento populacional europeu; 2. desenvolvimento das técnicas agrícolas de produção; 3. renascimento comercial. Isso ocorreu de forma lenta e contínua, pois nenhum sistema é substituído por outro repentinamente. O crescimento do mercado consumidor exigiu o aumento da produtividade da terra e, para isso, foi necessário aumentar as áreas de produção e desenvolver as técnicas agrícolas. Com o tempo, a comercialização do excedente produzido nos feudos provocou profundas mudanças nas relações entre servos e senhores feudais. Muitos senhores, interessados nos lucros provenientes da comercialização do excedente produzido no feudo, aumentaram a exploração dos servos, provocando a fuga em massa desses para as cidades, em busca de liberdade e de melhoria de vida. Como conseqüências dos fatos acima citados, ocorreram violentas revoltas camponesas, que pressionaram os senhores feudais a mudar o seu comportamento com relação aos servos. Dessa maneira, o servo foi o principal agente de transformação das relações de produção servil. Todo esse processo de mudanças acentuou-se com o renascimento comercial que, por sua vez, acelerou-se com as cruzadas. As cruzadas tiveram um papel importante na crise do feudalismo e nas origens do capitalismo, na medida em que foram responsáveis pela reabertura do Mar Mediterrâneo ao comércio internacional e pelo conseqüente restabelecimento das relações mercantis da Europa com a África e a Ásia. A partir do século XI, o povo turco passou a controlar o governo de Bagdá, avançou na direção dos domínios bizantinos e do Egito e, em 1071, conquistou Jerusalém. Foi diante dessa expansão que o imperador Aleixo I pediu ajuda à Igreja Católica. Atendendo aos insistentes apelos do imperador bizantino e interessado em unificar as igrejas Católica e Ortodoxa, o Papa Urbano II, no Concílio de Clermont, na França, convocou a Primeira Cruzada para libertar a “Terra Santa”. Com o desenvolvimento das relações mercantis, o comércio do sul da Europa passou a ser monopolizado pelas cidades italianas, principal- mente Gênova e Veneza, as mais importantes distribuidoras das especiarias orientais. Para maior intercâmbio entre os principais centros de comércio, foram criadas rotas comerciais, como as seguintes: 1 Rota do Mediterrâneo – Ligava as cidades italianas a Constantinopla e a outros pontos do litoral oriental do Mediterrâneo. 2. Rota de Champagne – Ligava a Itália a Flandres, passando por Champagne, na França. 3. Rota do Mediterrâneo-Atlântico Norte – Ligava o Mediterrâneo a centros comerciais do Atlântico Norte, como Inglaterra, França e outros. O renascimento comercial foi acompanhado pelo desenvolvimento urbano. Como conse- qüência disso, surgiu, na Europa medieval, uma nova classe social, a burguesia. Os burgueses ligados às atividades comerciais criaram as guildas, associações de mercadores, para defender seus interesses mercantis e estender seu comércio a outras regiões. A Guerra dos Cem Anos O longo período de luta entre a França e a Inglaterra, que foi de 1337 a 1453, é conhecido como a Guerra dos Cem Anos. Os principais fatores que desencadearam essa guerra foram: 1 A disputa pela posse de Flandres (atuais Bélgica e Países Baixos), rica região produtora de tecidos. 2. As pretensões de Eduardo III, rei da Inglaterra, ao trono francês. Até 1380, os ingleses conseguiram uma série de vitórias, conquistando uma parte do território francês. Mas o rumo da guerra mudou com o aparecimento da jovem Joana D’Arc, cuja coragem despertou o patrimônio francês. O exército francês reanimou-se, libertou Orleans e conquistou muitas vitórias até que, em 1453, os ingleses foram definitivamente expulsos da França. Exercícios 01. (Faap) Durante a Idade Média, na Europa Ocidental, predominava o sistema feudal, cujos fundamentos eram: a) o trabalho servil, a família patriarcal e o Estado Nacional. b) o trabalho servil, a família patriarcal e a posse da terra pela nobreza. c) o trabalho servil, a família igualitária e a posse da terra pela burguesia. d) o trabalho livre, a família patriarcal e a posse da terra pelos nobres. e) o trabalho escravo, a família patriarcal e a posse da terra pelos camponeses. 02. (Faap) "O tempo não pertence a ninguém para que possa ser vendido; o tempo pertence a Deus e ninguém tem o direito de vendê-lo." Pensamento medieval contra o (a): a) moeda b) comércio c) usura d) guerra e) paganismo 5 Desafio Histórico 01. (Fuvest–GV) O sistema feudal caracteri- zava-se: a) pela inexistência do regime de proprie- dade da terra, predomínio da economia de comércio e organização da propriedade pública; b) pelo cultivo da terra por escravos com produção intensiva e grandes benefícios para os vassalos; c) pela aplicação do sistema assalariado e trabalho forçado dos vilões nas pequenas propriedades senhoriais; d) pela divisão da terra em pequenas propriedades e utilização de técnicas avançadas de cultivo; e) pela propriedade senhorial da terra, regime de trabalho servil e bases essencialmente agrárias. 02. (Puccamp) Valendo-se de sua crescente influência religiosa, a Igreja passou a exercer importante papel em diversos setores da vida medieval, a) como por exemplo nas Universidades, onde disseminaram o cultivo das línguas nacionais; b) inclusive estimulando o avanço da ciência, sobretudo da medicina. c) impedindo a divulgação de conhecimen- tos científicos através do estabelecimento do Index; d) pois, enriquecida com as grandes doações de terras feitas pela burguesia, passou a se omitir, não se preocupando mais com a construção de Igrejas e Mosteiros; e) servindo como instrumento de homoge- neização cultural diante da fragmentação política da sociedade feudal. 03. (Puccamp) A Igreja integrou-se ao Sistema Feudal através dos mosteiros, cujas características se assemelhavam às dos domínios dos senhores feudais. Como tinha a) o controle do destino espiritual, procurou combater a usura entre os integrantes do clero e entre os judeus, no que foi rigoro- samente obedecida. b) o monopólio da cultura, tinha também o monopólio da interpretação da realidade social; c) grande influência na formação da mentali- dade, insistia no ideal do preço justo, permitindo que na venda dos produtos se cobrasse a mais apenas o custo do transporte; d) o controle da realidade social, exigia que os cristãos distribuíssem os excedentes entre seus parentes mais próximos para auferir lucros; e) a fiscalização sobre a distribuição dos excedentes em épocas de calamidade, inibia a atuação dos comerciantes ines- crupulosos, ameaçando-os com multas ou com a perda de suas propriedades. A Amazônia legal O ecossistema da floresta equatorial– associado aos climas quentes e úmidos e assentado, na sua maior parte, no interior da bacia fluvial amazônica – permite delimitar uma região natural. Essa região é a Amazônia Internacional, que abrange cerca de 6,5 milhões de quilômetros quadrados em terras de nove países. Do ponto de vista do Estado contemporâneo, o exercício da soberania exige a apropriação nacional do território. As áreas pouco povoadas e caracterizadas pelo predomínio de paisagens naturais, especialmente quando adjacentes às fronteiras políticas, são consideradas espaços de soberania formal, mas não efetiva. A consoli- dação do poder de Estado sobre tais espaços solicita a sua “conquista”: povoamento, crescimento econômico, desenvolvimento de uma rede urbana, implantação de redes de transportes e comunicações. O empreendimento de “conquista” envolve, portanto, um conjunto de políticas territoriais. No Brasil, o estabelecimento de políticas territoriais coerentes associou-se à centralização política iniciada com a Revolução de 1930 e desenvolveu-se no quadro da industrialização acelerada do pós-guerra. O planejamento regional na Amazônia foi deflagrado em 1953, com a criação da Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA). Com o SPVEA, surgiu a Amazônia Brasileira, que correspondia, grosso modo, à porção da Amazônia Internacional localizada em território brasileiro. Não era, contudo, uma região natural, mas uma região de planejamento, pois a sua delimitação decorria de um ato de vontade política do Estado. As regiões naturais são limitadas por fronteiras zonais, ou seja, por faixas de transição entre ecossistemas contíguos. As regiões de planejamento, ao contrário, são delimitadas por fronteiras lineares, que definem rigorosamente a área de exercício das competências administrativas. O planejamento regional para a Amazônia ganhou novo impulso após a transferência da capital federal e a construção da Rodovia Belém-Brasília. Em 1966, o SPVEA era extinto e, no seu lugar, criava-se a Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia. (Sudam). A lei que criou a Sudam redefiniu a Amazônia Brasileira, que passava a se denominar Amazônia Legal. A região de planejamento perfaz superfície de 5,2 milhões de quilômetros quadrados, ou cerca de 61% do território nacional. A “conquista” da Amazônia As políticas territoriais para a Amazônia, sob o regime militar, concebiam a região como espaço de fronteira, num triplo sentido. Na condição de fronteira política, o Grande Norte abrangia largas faixas pouco povoadas adjacentes aos limites do Brasil com sete países vizinhos. Essas faixas configuravam “fronteiras mortas”, ou seja, áreas de soberania formal, mas não efetiva do Estado brasileiro. O empreendimento da “conquista da Amazônia” tinha a finalidade de construir as bases para o exercício do poder nacional nas faixas de fronteiras. Na condição de fronteira demográfica, o Grande Norte deveria ser povoado por exce- dentes populacionais gerados no Nordeste e no Centro-Sul. As rodovias de integração – a Belém–Brasília, a Transamazônica, a Brasília–Acre e a Cuiabá- Santarém – destinavam-se a orientar os fluxos migratórios para a “terra sem homens”. Instalações do Exército brasileiro foram implantadas em lauaretê (AM), na faixa de fronteira com a Colômbia, 1991. Nas “fronteiras mortas”, as bases militares funcionam como signos essenciais da soberania nacional. Na condição de fronteira do capital, o Grande Norte deveria atrair volumosos investimentos transnacionais e nacionais voltados para a agropecuária, a mineração e a indústria. Sob a coordenação da Sudam, a Amazônia Legal transformou-se em vasto cenário de investimen- tos incentivados por recursos públicos. Os projetos privados viabilizavam-se por meio de mecanismos de renúncia tributária e concessão de empréstimos subsidiados. Os projetos minerais e industriais concentraram- se em Belém e seus arredores e na Zona Franca de Manaus (ZFM). Os projetos florestais e agropecuários, mais numerosos, concentraram se no Mato Grosso e sobre o eixo da Belém- Brasília, abrangendo o Tocantins, o sul do Pará e o oeste do Maranhão. Os incentivos totalizavam, em geral, metade dos recursos necessários para os projetos agropecuários. O desmatamento e a formação de pastagens extensivas era classi- ficado como benfeitoria, assegurando o direito aos incentivos. Em meados da década de 1970, a Sudarn passou a aprovar somente megaprojetos, em glebas gigantes. Sob essa política de incentivos, multiplicaram-se os latifúndios com áreas superiores a 300 mil hectares. Até 1985, mais de 900 projetos foram aprovados pela Sudam. A legislação vigente nesse período determinava que a devolução dos recursos públicos recebidos por projetos cancelados não envolveria juros ou correção monetária. Desse modo, em ambiente econômico inflacionário, abandonar projetos incentivados tomou-se negócio altamente lucrativo! As políticas que orientaram a “conquista da Amazônia” geraram um conflito entre dois tipos de ocupação do espaço geográfico. O povoa- mento tradicional, gerado pelo extrativismo, consistia numa ocupação linear e ribeirinha, assentada na circulação fluvial e na rede natural de rios e igarapés. O novo povoamento consistia numa ocupação areolar, polarizada pêlos núcleos urbanos em formação e pêlos projetos florestais, agropecuários e minerais. Esse conflito expressou-se, de um lado, como tensão social envolvendo índios, posseiros e grileiros. Desde a década de 1970, as disputas pela terra configuraram um “arco de violência” nas franjas orientais e meridionais da Amazônia. De outro lado, o conflito expressou-se pela degradação progressiva dos ecossistemas naturais. Um “arco da devastação”, que apresenta notáveis sobreposições com o “arco de violência”, assinala os vetores da ocupação recente do Grande Norte. Nos estados de Tocantins, do Pará e do Maranhão, a devastação antrópica atinge formações de cerrados, da Floresta Amazônica e da Mata dos Cocais. No Mato Grosso e em Rondônia, manifesta-se com intensidade nos cerrados, na Floresta Amazônica e nas largas faixas de transição entre esses domínios, onde se descortinam manchas de florestas com babaçu. O planejamento em ação Carajás e Manaus A Amazônia Oriental é constituída pêlos estados do Pará, Amapá, Mato Grosso, Tocantins e pelo oeste do Maranhão. Ela abrange as mais extensas áreas de modificação antrópica das paisagens naturais. Essas áreas concentram-se principalmente no Estado de Mato Grosso e em torno do eixo de transportes formado pela Belém-Brasília e pela E.F. Carajás. No fim da década de 1950, a transnacional norte americana U.S. Steei, por intermédio da sua subsidiária Companhia Meridional de Mineração, deflagrou um ambicioso plano de pesquisas na Amazônia, com a finalidade de 6 Geografia do Brasil Professor Paulo BRITO 01. (UFPA) A definição das fronteiras internas no Brasil esteve associada à expansão do povoamento, ao controle da terra e/ou do acesso de recursos ou ainda a estratégias geopolíticas de ocupação e organização territorial. Na Amazônia, em particular, a definição dos limites político-administrativos estaduais teve certamente várias motivações. A criação dos territórios federais do Amapá, Roraima e Rondônia em 1944: a) foi motivada por preceitos geopolíticos de ocupação e controle territorial das áreas de fronteiras da Região Norte do Brasil; b) foi motivada por movimentos separatistas que tiveram como base a estruturação e organização da(s) sociedade(s) local(is); c) foi motivada por conflitos entre diferentes grupos sociais, pelo controle da terra e pelo acesso aos recursos naturais e florestais existentes nesses territórios; d) foi motivada por conflitos entre os governos estaduais do Amazonas e do Pará e governo federal pela apropriação do excedente econômico gerado pela exploração extrativista da borracha;e) foi motivada por conflitos fronteiriços entre o Brasil e os países vizinhos, Guiana Francesa (Amapá), Venezuela (Roraima) e Bolívia (Rondônia). 02. (Fuvest–SP) Entre as últimas alterações da divisão regional oficial do Brasil, podem-se destacar: a) a extinção dos territórios federais e a criação do Distrito Federal; b) a criação de Fernando de Noronha e a do território federal de Roraima; c) a extinção do Distrito Federal e a criação do território federal de Tocantins; d) a extinção do território de Roraima e a criação do território de Rondônia; e) a extinção dos territórios e a criação do Estado de Tocantins. 03. (Fuvest–SP) Considerando o desenvol- vimento econômico da Amazônia, nos últimos trinta anos, assinale a afirmação correta: a) A integração da Amazônia à economia nacional baseou-se nas atividades agrícolas e minerais que promoveram o desenvolvimento sustentável da Região. b) O desenvolvimento das atividades mineradoras esteve relacionado às empresas estrangeiras com alta capacidade de investimentos. c) As atividades econômicas desenvolve- ram-se sem exigência de vultosos investimentos. d) A abundância de água não foi aproveitada, como recurso energético, devido às baixas altitudes regionais. e) A inexistência de institutos de pesquisa na região comprometeu a exploração de seus recursos minerais. Desafio Geográfico descobrir reservas de manganês. A transnacional atuava numa moldura mais ampla, formada pêlos acordos de cooperação técnica entre os Estados Unidos e o Brasil, cuja raiz era o interesse de Washington de controlar fontes de suprimentos de matérias-primas industriais escassas. A descoberta dos minérios da Serra dos Carajás deve-se a Breno Augusto dos Santos, um dos geólogos brasileiros contratados pela Companhia Meridional de Mineração. Em 1967, em meio a pesquisas de campo no Pará, o helicóptero que conduzia o geólogo pousou numa clareira da Serra Arqueada, que é parte da formação de Carajás. Ali, ele descobriu uma extensa camada superficial de hematita, que indicava o incomensurável potencial mineral da área. Nos dois meses seguintes, o reconhecimento de diversas clareiras sinalizou a presença da maior reserva de minério de ferro do mundo. Então, o Estado brasileiro desencadeou uma operação destinada a implantar um vasto programa de desenvolvimento regional baseado nos fantásticos recursos naturais daquela província mineral. Em 1970, foi formado um consórcio entre a CVRD e a U.S. Steei para a exploração dos minérios de Carajás. Sete anos depois, divergências entre os sócios e um certo desinteresse da transnacional pelas jazidas de ferro provocaram a dissolução do consórcio. Sob controle da então estatal CVRD, era lançado o Programa Grande Carajás (PGC). O PGC assinalou uma inflexão na economia e na organização do espaço geográfico do leste do Pará e no oeste do Maranhão. As grandes obras de infra-estrutura construídas em poucos anos – a E.F. Carajás, através de 890 quilômetros, o Porto de Itaqui, capaz de receber graneleiros de até 280 mil toneladas, em São Luís, e a Hidrelétrica de Tucuruí, no Rio Tocantins – atraíram significativos fluxos migratórios e geraram o surgimento de diversos novos núcleos urbanos. No coração do PGC estão as instalações de extração dos minérios, o terminal ferroviário de carga e os núcleos urbanos da Serra dos Carajás. A Vila de Carajás, no topo da serra, foi projetada para abrigar os funcionários da CVRD. Paraupebas, no sopé da serra, foi projetada para servir de residência à mão-de-obra temporária: os trabalhadores braçais que construíram os dois núcleos e as estradas de acesso. Ao lado do núcleo de Paraupebas, planejado para 5 mil habitantes, os fluxos migratórios impulsionaram o crescimento espontâneo do povoado de Rio Verde, que já abriga mais de 20 mil habitantes. O Projeto Ferro Carajás é a ponta de lança do PGC. Gerenciado pela CVRD, ele produz cerca de 35 milhões de toneladas anuais de minério, exportadas principalmente para o Japão. Ao longo da ferrovia, foram aprovados diversos projetos de instalação de indústrias siderúrgicas primárias, de ferro-gusa e ferro-liga. Assim, embrionariamente, aparecem núcleos industriais nas are as de Marabá (PA), nas proximidades das reservas de matérias-primas, e nas áreas da Baixada Maranhense, nas proximidades do Porto de Itaqui. Esses projetos beneficiam-se dos vastos exce- dentes regionais de mão-de-obra, inicialmente atraídos pelas grandes obras de infra-estrutura e que hoje demandam empregos. Contudo, na falta de adequado planejamento dos impactos ambientais, tendem a gerar inúmeros focos de poluição do ar e dos rios. Além disso, em função da opção pelo uso de carvão vegetal para queima nos fornos siderúrgicos, a implantação dos núcleos industriais previstos deve acarretar aceleração do desflorestamento. A metrópole da Amazônia Ocidental A Amazônia ocidental é constituída pelos estados do Amazonas, Acre, de Rondônia e Roraima. Na sua maior parte, exibe paisagens naturais pouco modificadas pela intervenção antrópica. A metrópole regional de Manaus, na confluência dos rios Negro e Solimões, desempenha importantes funções industriais e comerciais. No contexto das políticas territoriais definidas pelo regime militar, Manaus tomou-se um enclave industrial localizado em pleno centro da Amazônia ocidental. O empreendimento, iniciado no fim da década de 1960 com a Zona Franca, teve forte impacto sobre a organização do espaço amazonense. Os empregos diretos e indiretos gerados pelas indústrias e pelo comércio do enclave provocaram intenso êxodo rural e um crescimento urbano explosivo da capital. Manaus agregou à sua função tradicional de porto fluvial as funções de pólo industrial e comercial. O esvaziamento demográfico das várzeas e a decadência da pequena agricultura ribeirinha tradicional tiveram como contrapartida o inchaço da periferia de Manaus, com a expansão acelerada dos bairros de palafitas, casas flutuantes e ocupações. A década de 1970 também assinalou o avanço da fronteira agrícola através do Mato Grosso e, sob o influxo de projetos oficiais de colonização, a ocupação tumultuosa das terras que margeiam a BR-364, em Rondônia. O crescimento urbano acelerado de Porto Velho foi explicado, em grau menor, nos núcleos instalados junto à rodovia, como Vilhena, Caçoaí, Ji Paraná e Ariquemes. Com o tempo, a concentração fundiária expulsou os pequenos agricultores das melhores terras, nos projetos de colonização originais situados nas proximidades da via de circulação. Os camponeses, familiares e suas roças de milho e arroz foram empurrados para terras de difícil acesso, nos limites das reservas indígenas. Uma trama de conflitos fundiários passou a envolver fazendeiros, posseiros e índios. Durante a fase derradeira da ocupação de Rondônia, a descoberta de ouro aluvional provocou um intenso, mas efêmero, fluxo migratório para Roraima. Na década de 1980, a sua população cresceu à taxa média anual assombrosa de 9,6%. A febre do garimpo foi cortada abruptamente em 1991, quando o governo federal sancionou a demarcação definitiva da reserva dos ianomâmis, onde se localizam os grandes veios auríferos. A “corrida do ouro” para Roraima foi facilitada pela pavimentação da BR-174. que conecta Manaus a Boa Vista e atravessa a fronteira setentrional do País, interligando-se às rodovias da Venezuela. Ao longo do seu eixo, na porção central de Roraima e nas proximidades de Manaus, surgiram, em poucos anos, largas faixas de devastação. A construção dessa estrada e a concomitante implantação do imenso reservatório da Hidrelétrica de Balbina desfiguraram a reserva indígena Waimiri Atroari. A BR-174 foi a primeira rodovia pavimentada a alcançar Manaus, que até então só podia ser atingida por via fluvial ou aérea. O novo eixo destina-se a projetar a influência da Zona Franca para os países vizinhos.A produção industrial do enclave amazonense pode encontrar mercados na Venezuela e na região do Caribe, ativando os fluxos de comércio do Brasil com as economias dessa área. Mas o isolamento físico do enclave de Manaus está sendo rompido em outra direção. O projeto de pavimentação da BR-319 (Porto Velho/Manaus) e a Hidrovia do Madeira preparam a conexão entre a metrópole da Amazônia Ocidental e o vetor de ocupação estabelecido em Rondônia. Essas obras de infra-estrutura viária têm a finalidade de criar um longo corredor de exportação para os produtos agrícolas de Rondônia e Mato Grosso, através do Rio Amazonas. Com esse corredor de exportação, a soja cultivada em Mato Grosso chega ao mercado europeu a custos bastante inferiores àqueles proporcionados pelos portos de Santos ou Paranaguá. O eixo em implantação tem inegável significado econômico, mas pode acarretar novos desastres ambientais. 7 01. (FGV–SP) O Projeto (l) consiste na instalação de bases militares, na porção (II) dos vales dos rios (III) com o objetivo de controlar militarmente a região, defender fronteiras, combater o contra- bando de ouro e exercer ações nos conflitos entre garimpeiros, indígenas, empresários e fazendeiros. Algumas bases já foram instaladas. No entanto o Projeto prevê uma área de 6.500km de extensão por 160 km de largura, ao longo das fronteiras com a Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela e Colômbia. Os termos que melhor preenchem a seqüência carreta das lacunas l, II e III do texto acima são: a) Calha Norte / Meridional / Solimões e Madeira. b) Jari / Oriental / Jari e Amazonas. c) Calha Norte / Setentrional / Solimões e Amazonas. d) Marabá / Oriental / Xingu e Tocantins. e) Jari / Meridional / Jari e Tocantins. 02. (Puccamp–SP) Sobre a Floresta Amazônica, assinale a alternativa que apresenta informações corretas sobre a área. a) A floresta tem muito a oferecer para o extrativismo. Mas, freqüentemente, desconsidera-se a capacidade dos ecossistemas. b) O mais grave problema dessa área é conseqüência do desmatamento, devido à Amazônia ser o “pulmão do mundo”. c) O desmatamento não interfere na evapo- transpiraçao, portanto, as queimadas não têm a importância que lhes é atribuída. d) O horizonte orgânico dos solos da floresta é bastante profundo devido aos nutrientes orgânicos advindos das espécies florestais. e) A decantada biodiversidade desta floresta é mais um dos mitos sobre essa Região. 06. (UFF–RJ) Com o agravamento do desemprego e da fome, acentuou-se o problema dos desequilíbrios regionais no Brasil. Tais desequilíbrios tiveram sua origem no processo que estabeleceu o papel de cada região na divisão territorial do trabalho, ao longo do desenvolvimento industrial brasileiro. Considere o desenvolvimento desigual ocorrido no Brasil e numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda, associando cada região ao papel econômico que lhe coube na divisão territorial do trabalho. Assinale a opção que apresenta a numeração na ordem carreta: a) 1, 2, 4, 3 b) 2, 1, 3, 4 c) 2, 3, 1, 4 d) 3, 1, 4, 2 e) 4, 3, 2, 1 Desafio Geográfico Os domínios fitogeográficos “Quase metade das floresta tropicais do mundo já foi destruída. Conhecendo sua incalculável diversidade, seus enormes benefícios potenciais e as conseqüências de seu desaparecimento para o clima mundial, é uma loucura deixar que essa destruição continue. Ma uma área de florestas tropicais do tamanho de seis campos de futebol ainda é destruída por minuto a cada dia. Em poucas décadas, mais de três quartos das florestas originais podem ter desaparecido para sempre”. (Porrit, Jonathon. Salve a Terra. São Paulo, Globo/Círculo do Livro). “A diversidade climática da Terra traduz-se em uma ampla gama de tipos de solos e de paisagens vegetais. Essas paisagens, ou domínios fitogeográficos, assinalam as áreas de abrangência dos biomas. Os domínios fitogeográficos são produtos de condições climáticas razoavelmente homogêneas e apresentam aspecto geral contínuo. Por isso, facilitam a identificação dos biomas. Evidentemente, as fronteiras entre os domínios não são, jamais, rigidamente delimitadas. Na verdade, devem ser encaradas como fronteiras zonais, ou seja, faixas de transição mais ou menos vastas nas quais se desenvolvem espécies típicas de ambos os biomas limítrofes e, ainda, espécies exclusivas dessa zona. As temperaturas médias e a amplitude térmica, a pluviosidade média e a distribuição das chuvas definem limites naturais à expansão das espécies e, portanto, são elementos fundamentais à compreensão dos grandes domínios fitogeográficos do Planeta. Os ecossistemas terrestres refletem, com grande clareza, as condições climáticas. Assim, climas semelhantes estão associados a biomas semelhantes. Contudo a semelhança de biomas não significa que eles apresentem as mesmas espécies.” Texto adaptado de: MAGNOLI, D. e ARAÚJO, Regina. Projeto de ensino de geografia: Natureza, tecnologias e sociedade. Moderna, São Paulo, 20000. Existem alguns fatores que podem ser observados e concorrem para a caracterização das formações vegetais. O clima do lugar exerce uma influência vital, pois em cada porção da atmosfera do globo existem condições específi- cas. Isso decorre da interação da atmosfera com a posição geográfica do lugar (latitude), da estação do ano, da presença ou não de volumosos cursos d’água, do tipo de solo, do perfil topográfico, entre outros. No que concerne à radiação solar, além de interferir em outros elementos da natureza, tem marcada influência sobre as funções e estruturas das plantas. Ela também varia no curso do próprio dia. Do amanhecer ao meio-dia, ela aumenta. A partir deste para o fim da tarde a radiação diminui. A latitude, a estação do ano, a altitude somadas às condições meteorológicas do lugar interferem na quantidade de energia recebida por unidade de tempo e de área. Isso, por si só, começa a interferir nas condições ambientais de cada lugar, tornando-os singulares. Há locais no Planeta que apresentam uma elevada incidência da radiação solar durante o ano. Exemplo disso são as áreas de baixa latitude. Nelas aparecem formações vegetais exuberantes, como a floresta equatorial e a floresta tropical. Nas proximidades dos Pólos, onde a radiação é mais oblíqua e varia muito ao longo do ano, a vegetação quando não é homogênea e espaçada (pinheiros) é rasteira e sazonal (tundra). A temperatura interfere na organização do corpo vegetal e é um fator básico de distribuição das floras. Cada espécie vegetal está adaptada a suportar um valor mínimo de temperatura, abaixo do qual ela paralisa o seu crescimento. Acima do valor máximo, a planta suspende suas atividades vitais. É exatamente no intervalo entre a mínima e a máxima temperatura suportável que se dá a melhor condição de desenvolvimento das plantas. Nesse sentido, se olharmos para a Terra, podemos perceber que a temperatura varia conforme a latitude e a altitude. Por extensão, podemos concluir que cada espécie estará também melhor adaptada ao ambiente que lhe for mais favorável. É por isso que podemos organizar as formações vegetais segundo a tolerância e a exigência térmica. As formações megatérmicas são aquelas adaptadas ao ambiente onde há o predomínio das altas temperaturas. As microtérmicas, por sua vez, habitam faixas zonais onde as temperaturas são muito baixas o ano todo. Como exemplo disso, temos as áreas próximas dos Pólos e as altas montanhas. Àquelas formações vegetais que estão adaptadas ao ambiente onde temos valores medianos de temperaturas chamamos de mesotérmicas. A água é outro fator fundamental na caracteri- zação das formações vegetais. Na natureza, ela está sempre em movimento. Do mar para a atmosfera, ela é transferida em função do aumento da temperatura que provoca a evaporação. Na atmosfera, a água é levada na direção do vento para os mais variadoslugares do Planeta. Ao pecipitar-se sobre o continente, ela acaba determinando a presença ou não da vegetação. Uma formação vegetal é tanto mais densa e diversificada quanto maior for a oferta de água. Há locais na superfície da Terra onde o volume de água superficial e pluvial é bastante significativo. Estas áreas estão em baixas latitudes, nas proximidades do Equador, ou nas costas orientais dos continentes onde a presença de correntes marinhas quentes favorece a ocorrência de chuvas no litoral. Assim, podemos perceber que nessas áreas aparecem formações como a floresta Amazônica, a floresta do Congo, a mata Atlântica e outras formações tropicais. Onde a oferta de água, é pouco significativa, nota-se que a vegetação é menos densa. Em alguns lugares, o baixo índice pluviométrico é quem vai caracterizar fortemente o arranjo vegetal. Onde há falta de água a vegetação tende a apresentar um perfil mais baixo. Resultam em formações que podes ser rasteiras, arbustivas e/ou caducifólias. Uma gama enorme de espécies xerófitas marcam presença nesses locais áridos e semi-áridos. Exemplo disso é a Caatinga nordestina, a Estepe africana e os Maquis e Garrigues tão presentes na orla mediterrânea. A umidade atmosférica é fundamental para a vida das plantas. Ela serve como mecanismo que ajuda a regular a perda de água pelo organismo vegetal para o ambiente. O vento tem um efeito menos significativo do que a água, os nutrientes e a luminosidade. Mesmo assim, a sua força abrasiva pode determinar o retardamento do crescimento de algumas plantas. Nos extremos de latitude, próximo dos círculos polares, as plantas abrigadas da ação do vento crescem mais do que aquelas que estão expostas. “O vento também é importante dispersor de diásporos, o que facilita a migração, e polens de muitas plantas. Também exerce influência sobre a temperatura e a evaporação, interferindo dessa forma no conteúdo hídrico do solo e na transpiração do vegetal.” (RIZZINI, Carlos Toledo. Tratado de fitogeografia do Brasil. 2ª ed. Ambiente Cultural Edições Ltda. São Paulo. 2000. p. 33). Podemos classificar as formações vegetais a partir de certos aspectos que elas apresentam. Quanto ao tamanho das espécies que compõem as formações vegetais, podemos distinguir as arbóreas, que são as formações que apresentam espécies de alta estatura, ou seja, árvores altas; as arbustivas, são aquelas que sustentam as espécies de média estatura, com troncos curtos e tortuosos e copa esgalhada; e as herbáceas, que compõem o cenário de uma formação rasteira como os campos e a tundra. Na paisagem, podemos ter ainda valores de umidade e de oferta de água que traduzem condições de adaptabilidade das formações vegetais. Sabemos que a umidade e a pluviosidade variam em função da latitude e da altitude. Locais de menor latitude e os de menor altitude tendem a ser mais generosos na oferta de água e umidade. Elas também são significativas nas regiões circunvizinhas dos Círculos Polares. Mas são rarefeitas na altura dos trópicos e nos Pólos. Nesse sentido, existem 8 Geografia Geral Professor HABDEL 01. (Cesgranrio) Que tipo de clima/vegeta- ção ocorre entre os paralelos 55° e 70° Lat. Norte, com verões curtos e frios, além de precipitações escassas (de 300 a 600mm), quase sempre em forma de neve? a) Clima polar/tundra. b) Clima temperado continental/pradaria. c) Clima temperado oceânico/florestas de faias e carvalhos. d) Clima subpolar/taiga. e) Clima temperado continental/estepe. 02. (Fuvest) A diversidade de vegetação que acontece em cada um dos sistemas indicados no mapa se dá principalmente em relação às diferenças de Fonte: Adapt. HUDSON, 1999 a) continentalidade; b) longitude; c) maritimidade; d) idade geológica; e) altitude. 03. (Faap) Tipo de vegetação predominante- mente rasteira, com ocorrência de arbustos esparsos, característica de regiões semi-áridas. a) Licuri. b) Coníferas. c) Oiticica. d) Estepe. e) Tundra. 04. (Fatec) Considere as características seguintes: I. As florestas abrigam enorme biodiversidade, e é incalculável seu valor para as futuras gerações. II. O desmatamento agrava o processo erosivo, com conseqüente empobrecimento do solo. III. O desmatamento aumenta os índices pluviométricos, em conseqüência do fim da evapotranspiração. IV. Há elevação das temperaturas locais e regionais, como conseqüência da maior irradiação de calor para a atmosfera a partir do solo exposto. Referem-se, corretamente, às florestas tropicais as características contidas somente em a) I e II. b) I e III. c) I, II e IV. d) II e III. e) II, III e IV. Desafio Geográfico formações plenamente adaptadas e dependentes de boa condição de umidade. Essas formações são classificadas como higrófilas. A Mata Atlântica, a Floresta Amazônica e a do Congo são destaques desse tipo de formação. Existem também aquelas que se adaptam às variações no teor de umidade ao longo do ano. Estão associadas aos climas que apresentam estações do ano bem marcadas, com um período seco bem marcado. Essas formações são as tropófilas. Há ainda aquelas que emolduram os ambientes áridos e os semi-áridos. São as xerófilas que apresentam mecanismos que as possibilitam enfrentar o longo período de estiagem. Elas podem acumular água nos seus reservatórios internos ou perder as folhas com a chegada da estação seca. Folhas – O tamanho das folhas é outro aspecto visível na vegetação. Há formações que exibem folhas grandes ou largas (latifoliadas), pois, onde habitam há oferta de luz e água suficientes. Podemos encontrar espécies latifoliadas em lugares menos providos de água. Mas essas folhas não são perenes (perenifólias ou sempre verde). Elas desabam ao menor sinal de que a oferta de água diminuiu (caducifólias). É possível encontrar folhas finas (aciculifoliadas) em ambientes extremamente úmidos. Desta feita, não são as condições climáticas o elemento determinante. A resposta pode estar no solo. O desenvolvimento de uma capa ferruginosa (canga ou laterita) no solo, lençóis de água subterrâneos muito rentes à superfície ou quando estão muito profundos são fatores limitantes ao crescimento das grandes árvores nos ambientes de muita umidade. Nesse local, asparrama-se sobre o solo uma formação rasteira, o campo. Suas folhas finas espelham não só as características genéticas como também são resultantes das adaptações que tiveram que desenvolver para sobreviver nesses lugares. Formação Vegetal – Uma formação vegetal pode ter variável quantidade de plantas por unidade de área. A Floresta Amazônica, a Mata Atlântica e a Floresta do Congo apresentam uma densidade vegetal enorme. Por isso, são chamadas de formações fechadas ou densas. Elas protegem o solo das intensas e freqüentes chuvas. Regulam o fluxo das águas pluviais para as bacias hidrográficas. Ao dificultar o escoamento superficial da água, permitem que parte dela seja evaporada e reincorporada ao processo de convecção da água (chuvas convectivas). Maior densidade vegetal significa maior aporte de água que retorna à atmosfera através da transpiração dos vegetais. Mas, algumas formações exibem menor densidade. O Cerrado, a Caatinga, no Brasil; a Taiga siberiana, os Lhanos venezuelanos e a Savana africana, assim como a vegetação desértica podem servir como exemplo da menor concentração de plantas por unidade de área. As razões para esse fato podem estar na menor disponibilidade de água presente na região onde essas formações ocorrem. Podem ainda ser resultantes da falta de nutrientes ou luminosi- dade. Nas regiões próximas ao Círculo Polar Ártico, a radiação solar incide sobre a superfície terrestre de forma mais oblíqua. Isso obriga um maior espaçamento entre as plantas para que todas possam melhor aproveitar a luminosidade. A copa dos pinheiros adquire forma cônica (coníferas) para uma otimização no aproveita- mento da luzdo Sol. Outro aspecto que deve ser destacado é o fato de que algumas formações vegetais apresentam- se extremamente diversificadas (heterogêneas). Isso ocorre em razão de que plantas diferentes absorvem quantidades diferentes de nutrientes, águas e luminosidade. A estabilidade da formação depende dessa multiplicidade. Já em outras formações, ocorre o contrário. Há o predomínio de uma espécie (formações homogêneas). Isso pode acontecer em função de fatores limitantes. O predomínio de pinheiros na Taiga siberiana decorre do fato desse vegetal suportar os rigores climáticos daquela região. Temperaturas baixíssimas ao longo da maioria dos meses do ano, luminosidade variável a cada estação e a água que na maioria das vezes está na forma de neve ou gelo podem muito bem ser toleradas pelos pinheiros, mas resultam em sérias limitações às outras espécies. Principais formações vegetais do Planeta Savana: vegetação complexa que surge sob influência do clima tropical, alternadamente úmido e seco. Apresenta estrato arbóreo, arbustivo e herbáceo. Ocorre na África Centro- Oriental, no Brasil central e, em menores extensões, na Índia. Na áfrica, essa vegetação tem grande importância, por abrigar animais de grande porte, como os leões, os elefantes, as girafas, as zebras, etc. Floresta tropical: formação higrófila e latifoliada, extremamente heterogênea, típica de clima quentes e úmidos. Surge, portanto, em baixas latitudes na América, na África e na Ásia, onde predominam climas tropicais e equatoriais. É a formação mais rica em espécies do Planeta, possuindo um enorme e ainda desconhecido banco genético ou biodiversidade. Nela ocorrem árvores de grande e médio porte, como o mogno, o jacarandá, a castanheira, o cedro, a imbuia, a peroba, entre outras, além de palmáceas, arbustos, briófitas, bromélias, etc. Estepe: é uma vegetação herbácea, como as pradarias, porém mais esparsas e ressecadas. Surge em climas semi-áridos, portanto na faixa de transição de climas úmidos (temperados ou tropicais) para os desertos. Floresta temperada: é uma formação típica da zona climática temperada, surge, diferentemente das coníferas, em latitudes mais baixas e sob maior influência da maritimidade. Dominava extensas porções da Europa Centro-Ocidental, mas ainda ocorre na Ásia, na América do Norte e em pequenas extensões da América do Sul e da Austrália. Na Europa, restam apenas pequenos bosques, como a Floresta Negra (Alemanha) e a floresta de Sherwood (Inglaterra). O que restou dessa floresta caducifólia é uma formação secundária conhecida como landes, na qual aparecem espécies como abetos, faias, carvalhos, etc. Floresta de conífera: trata-se de uma formação vegetal típica da zona temperada. Ocorre em altas latitudes, em climas temperados continentais. Abrange principalmente parte do território do Canadá, Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia. Nesse último país, cobre mais da metade do território e é conhecida como taiga. Formação bastante homogênea, na qual predominam pinheiros, é importante para a economia desses países como fonte de matéria- prima para a indústria madeireira e de papel e celulose. Pradaria: formação herbácea, composta basicamente de capim, que aparece em regiões de clima temperado continental. Surge na Europa central e no oeste da Rússia, nas Grandes Planícies americanas, nos Pampas argentinos e na Grande Bacia Australiana. Embora tenha sido muito usada como pastagem, essa vegetação é muito importante pelo solo rico em matéria orgânica que acondiciona. Um dos solos mais férteis do mundo, denominado tchernozion, surge sob as pradarias da Rússia e da Ucrânia. Tundra: vegetação rasteira, de ciclo vegetativo extremamente curto. Por encontrar-se nas regiões polares, desenvolve-se apenas durante aproximadamente três meses, quando ocorre o degelo de verão. As espécies típicas são os musgos, nas baixadas úmidas, e os liquens, nas porções mais altas do terreno, onde o solo é mais seco. Formações desérticas: estão adaptadas à escassez de água, situação típica dos climas áridos e semi-áridos, tanto em regiões frias quanto quentes. Por isso, as espécies são xerófilas, destacando-se entre elas as cactáceas. Aparecem nos desertos da América, África, Ásia e Oceania. Vê-se, assim, que ocorrem em todos os continentes, com exceção da Europa. Vegetação mediterrânea: desenvolve-se em regiões de climas mediterrâneos, que apresenta verões muito quentes e secos e invernos amenos e chuvosos. Surge no sudoeste dos EUA, na região central do Chile, no sudoeste da África do Sul e no sudoeste da Austrália. Mas as maiores ocorrências estão no sul da Europa e no norte da África. Trata-se de uma vegetação esparsa, que possui três estratos: um arbóreo, um arbustivo e outro herbáceo. Apresenta características xerófilas, e as duas formações dominantes são os garrigues e os maquis. 9 01. (Mackenzie) São vastas regiões domina- das por gramíneas que, em latitudes subtropicais e temperadas, apresentam- se naturalmente férteis, transformando- se em campos de cultivo. Trata-se das: a) savanas; b) tundras; c) taigas; d) pradarias; e) landes. 02. (Mackenzie) A presença de um estrato abóreo-arbustivo e outro herbáceo, as folhas coriáceas e peludas e em algumas espécies semidecíduas e os troncos tortuosos caracterizam: a) as florestas latifoliadas; b) as pradarias; c) a tundra; d) as florestas de coníferas; e) as savanas. 03. (Mackenzie) O extremo norte do Canadá, da Escandinávia e da Rússia é ocupado: a) por cadeias montanhosas recentes, b) por florestas de coníferas, c) por planaltos sedimentares recentes, d) pela tundra, e) pelas pradarias. 04. (Mackenzie) Observe o mapa da Europa e assinale a associação correta. a) I. Estepes b) II. Floresta Boreal c) III. Floresta Caducifoliada d) IV. Floresta Temperada e) V. Tundra 05. (Puc–MG) Leia com atenção o texto a seguir. “É formação vegetal característica das áreas em torno do paralelo 40°, ocor- rendo em áreas de clima com quatro estações bem definidas. As espécies apresentam alto porte e são de folhas decíduas”. O texto se refere a: a) coníferas; b) florestas temperadas; c) tundra; d) florestas pluviais; e) taiga. Desafio Geográfico 10 Regência Verbal 4 VERBOS ESPECIAIS II 1. ASPIRAR a) Aspirar = desejar ardentemente; pretender 1. É verbo transitivo indireto; o comple- mento vem regido pela preposição a. 2. Não admite construção com o pronome lhe(s). No lugar dele, emprega-se a ele, a ela, a eles, a elas, a isso. 3. Não admite voz passiva. b) Aspirar = sorver, inalar, inspirar. 1. É verbo transitivo direto; pede complemento sem preposição. 2. Não admite construção com o pronome lhe(s). 3. Admite voz passiva. 4. Aceita para complemento os pronomes o, a, os, as e as variações lo, la, los, las; no, na, nos, nas. Aplicação 1 Julgue as construções seguintes com o verbo aspirar. a. ( ) Os políticos, no afã de se tornarem famosos, aspiram cargos públicos cada vez mais altos. b. ( ) Ser eleito governador do estado: era essa a maior dignidade que aspirava. c. ( ) As mulheres brasileiras aspiram cargos políticos compatíveis com o painel internacional. d. ( ) O povo do interior amazônico aspira a uma vida melhor e. ( ) É esse o ar poluído que os operários aspiram diariamente. 2. AVISAR, CERTIFICAR, INFORMAR, NOTIFICAR, PROIBIR São todos verbos transitivos diretos e indiretos; pedem dois complementos: um com preposição (objeto indireto), outro sem (objeto direto). Um é pessoa, outro coisa. Não há vinculação obrigatória com pessoa ou coisa. Por isso, há sempre duas maneiras corretas para a construção de frases. Veja construções certas e erradas: 1. Avisei-lhe do ocorrido. (errado) 2. Avisei-lhe o ocorrido. (certo) 3. Avisei-o o ocorrido. (errado) 4. Avisei-o do ocorrido. (certo) 5. Proíbo-lhe de falar sobre isso. (errado) 6.Proíbo-o de falar sobre isso. (certo) 7. Proíbo-lhe falar sobre isso. (certo) 3. CHAMAR a) Chamar = apelidar, xingar, dar nome. 1. Admite qualquer construção. Pode ser transitivo direto ou indireto indiferentemente. 2. Vem acompanhado de predicativo do objeto (com ou sem preposição). 3. Tem predicado verbo-nominal. b) Chamar = convidar, convocar, fazer vir. 1. É transitivo direto: exige complemento sem preposição. 2. O complemento pode vir representado pelos pronomes átonos o, a, os, as, me, te, nos, vos. 3. Não aceita o pronome lhe(s) para complemento. 4. Tem predicado verbal. Veja construções certas e erradas: 1. No bairro, chamavam-no de corrupto. (certo) 2. No bairro, chamavam-lhe de corrupto. (certo) 3. No bairro, chamavam-lhe corrupto. (certo) 4. No bairro, chamavam-no corrupto. (certo) 5. Ele chamou-lhe para jantar. (errado) 6. Ele chamou-a para jantar. (certo) Aplicação 2 Escolha a alternativa em que a norma culta da língua NÃO foi respeitada. a) Chamei-lhe de covarde, mas ele não reagiu. b) Chamei-o de covarde, mas ele não reagiu. c) Avisei-lhe de que a tragédia era iminente, mas ele não me ouviu. d) No interior, todos lhe chamavam de sábio. e) Criei coragem e chamei-lhe para sair comigo. 4. CHEGAR, IR, VOLTAR, RETORNAR a) São todos intransitivos (sem complemento) quando associados à idéia de lugar. b) O adjunto adverbial de lugar vem regido pela preposição a, nunca pela preposição em. c) Para representar a idéia de lugar, usa-se aonde (nunca onde). Veja construções certas e erradas: 1. Na hora do almoço, ele nuncam vem em casa. (errado) 2. Na hora do almoço, ele nuncam vem a casa. (certo) 3. Ela sempre chega em casa depois da meia-noite. (errado) 4. Ela sempre chega a casa depois da meia-noite. (certo) 5. A casa em que chegamos parecia mal- assombrada. (errado) 6. A casa a que chegamos parecia mal- assombrada. (certo) 7. Quero saber onde você vai todas as noites (errado) 8. Quero saber aonde você vai todas as noites (certo) 5. ESTAR, FICAR, MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE a) São todos intransitivos (sem comple- mento) quando associados à idéia de lugar. Português Professor João BATISTA Gomes 01. (FGV) Assinale a alternativa que não é abonada pela norma culta, quanto à regência. a) Tratou-o com fidalguia, como a um padre. b) Não lhe perguntou nada, apenas concordou com o que ele dizia. c) É claro que Jesus a ama! d) José agradeceu o homem que lhe trouxera o presente e retirou-se. e) O chefe não lhe permitiu atender o cliente. 02. (FGV) Assinale a alternativa em que a ausência da preposição, antes do pronome relativo que, está de acordo com a norma culta. a) É uma quantia vultosa, que o Estado não dispõe: falta-lhe numerário. b) Vi claramente o bolso que você pôs o dinheiro nele. c) Não interessava perguntar qual a agência que o remetente enviou a carta. d) A garota que eu gosto não está namorando mais. Chegou a minha oportu-nidade. e) Essa era a declaração que o alcaide insistia em fazer. 03. (FGV) Em cada uma das alternativas abaixo, está sublinhado um termo iniciado por preposição. Assinale a alternativa em que esse termo não é objeto indireto. a) O rapaz aludiu às histórias passadas, quando nossa bela Eugênia ainda era praticamente uma criança. b) Quando voltei da Romênia, o Brasil todo assistia à novela da Globo, todos os dias. c) Quem disse a Joaquina que as batatas deveriam cozer-se devagar? d) Com a aterrissagem, o aviador logo transmitiu ao público a melhor das impressões. e) Foi fiel à lei durante todos os anos que passou nos Açores. 04. (FGV) Assinale a alternativa em que, pelo menos, um verbo esteja sendo usado como transitivo direto. a) Dependeu o coveiro de alguém que rezasse. b) Oremos, irmãos! c) Chega o primeiro raio da manhã. d) Loureiro escolheu-nos como padrinhos. e) Contava com o auxílio de Marina para cuidar do evento. Desafio gramatical b) O adjunto adverbial de lugar vem regido pela preposição em, nunca pela preposição a. c) Para representar a idéia de lugar, usa-se onde (nunca aonde). Veja construções certas e erradas: 1. Desde criança, sempre residi à Rua Silva Ramos. (errado) 2. Desde criança, sempre residi na Rua Silva Ramos. (certo) 3. A casa que moro fica no subúrbio. (errado) 4. A casa em que moro fica no subúrbio. (certo) 5. A casa aonde moro fica no subúrbio. (errado) 6. A casa onde moro fica no subúrbio. (certo) Aplicação 3 Escolha a alternativa em que a norma culta da língua foi respeitada. a) Finalmente, chegamos em Manaus. b) Finalmente, chegamos à Manaus. c) Onde você pretende chegar com essas insinuações? d) Até aonde você quer chegar com tudo isso? e) Por muitos anos, moramos na Praça da Saudade. 6. CUSTAR a) Custar = ser difícil ou doloroso; demorar; penar. 1. É verbo transitivo indireto: exige com- plemento regido pela preposição a. 2. O complemento (objeto indireto) pode vir representado pelos pronomes átonos me, te, nos, vos, lhe(s), a ele, a ela. 3. Só pode ser usado na terceira pessoa do singular, tendo como sujeito uma oração reduzida de infinitivo. Veja construções certas e erradas: 1. Nós custamos a esquecer as boas ações. (errado) 2. Custa-nos esquecer as boas ações. (certo) 3. De madrugada, eu custei a pegar um táxi. (errado) 4. De madrugada, custou-me pegar um táxi. (certo) 7. ESQUECER, LEMBRAR, RECORDAR, ADMIRAR a) Quando estão acompanhados de pronome átono (me, te, se, nos, vos), são transitivos indiretos: exigem complemento com a preposição de. b) Quando estão sem pronome átono, são transitivos diretos: não aceitam preposição. Veja construções certas e erradas: 1. Nunca esqueci de minha primeira namorada. (errado) 2. Nunca me esqueci de minha primeira namorada. (certo) 3. Nunca esqueci minha primeira namorada. (certo) 4. Esqueci do nome dele. (errado) 5. Esqueci-me do nome dele. (certo) 6. Esqueci o nome dele. (certo) Caiu no vestibular (FGV) Assinale a alternativa em que a norma culta de regência verbal admite a preposição de antes da palavra que, no contexto da frase. a) Trata-se de livros antigos maravilhosos, com fatos que não podem ser esquecidos. b) Eles ficariam chocados se soubessem que nossos alunos são impedidos de observar o mundo que os cerca. c) Os livros, se forem bons, confirmarão aquilo que você já suspeitava. d) Hoje nossos alunos são proibidos de observar o mundo, trancafiados que ficam numa sala de aula. e) Tudo isso são a carga de atitudes e visões incorretas que alguns nos ensinam. Arapuca Assinale a alternativa em que a norma culta da língua escrita foi respeitada. a) Maria custou à dar valor à discreção. b) Maria custou a dar valor à discrição. c) Custou à Maria dar valor à discreção. d) Custou a Maria dar valor à discrição. e) Custou à Maria dar valor a discrição. Dificuldades da língua VIMOS e VIEMOS a) Vimos – É forma do verbo vir (presente do indicativo). Veja a conjugação: Eu venho Tu vens Ele vem Nós vimos Vós vindes Eles vêm b) Viemos – É forma do verbo vir (pretérito perfeito). Veja a conjugação: Eu vim Tu vieste Ele veio Nós viemos Vós viestes Eles vieram Veja construções certas e erradas: 1. Nós viemos aqui hoje para participar das comemorações. (errado) 2. Nós vimos aqui hoje para participar das comemorações. (certo) 3. Nós viemos aqui para brincar ou para brigar? (errado) 4. Nós vimos aqui para brincar ou para brigar? (certo) 5. Quando vimos aqui, há dois anos, a situação era idêntica. (errado) 6. Quando viemos aqui, há dois anos, a situação era idêntica. (certo) 11 A CONSTRUÇÃO DO PARÁGRAFO 1. DEFINIÇÃO – Parágrafo é uma unidade de composição constituída de um ou mais períodos em que se desenvolvem ouse explanam idéias afins. 2. IMPORTÂNCIA DO PARÁGRAFO Identificação – No texto, o parágrafo é identificado por um ligeiro afastamento (cerca de dois centímetros) da primeira linha da margem esquerda. Sabe-se que um parágrafo terminou e outro foi iniciado pela mudança de linha e pelo retorno à margem que se convencionou para o parágrafo. Papel isolador – Uma das funções do parágrafo é isolar as principais idéias que irão compor o texto, ajustando-as adequadamente. Essa organização permite ao leitor a compreensão de cada etapa da composição, e facilita ao escritor o desenvolvimento didático do conteúdo. Papel de organizar idéias – Em dissertações, a divisão em parágrafos é recurso didático que permite ao professor avaliar o grau de organização das idéias por parte do aluno. Havendo mistura incoerente de idéias no mesmo parágrafo, conclui-se que o redator é inexperiente. A seqüência de idéias também pode ser avaliada pela seqüência de parágrafos. Quando o redator enumera, no primeiro parágrafo (introdução), três fatores que geram, por exemplo, um problema social, espera-se que ele fale de cada um deles separadamente, na mesma ordem em que foram enumerados no parágrafo- introdução. 3. EXTENSÃO DO PARÁGRAFO Sem tamanho definido – O parágrafo não pode ter tamanho definido. A sua extensão depende da explanação da idéia. Há parágrafos de uma, duas linhas, como os há também de uma página inteira. Parágrafo de introdução – Em textos dissertativos exigidos em concursos e vestibulares, o parágrafo de introdução não pode estender-se além de 7 ou 8 linhas, levando-se em conta uma letra normal e uma folha-padrão de papel. Parágrafo inicial com exagerada quantidade de linhas passa, aos olhos do avaliador, a não caracterizar a “introdução” do texto dissertativo. Impõe-se esse limite porque o texto total contém, quase sempre, no máximo, 35 linhas. Parágrafo de conclusão – Ainda pensando em dissertação de vestibulares e concursos, aconselha-se que o último parágrafo (conclusão) também não ultrapasse 7 ou 8 linhas. Momento da dissertação ACUÑA, Cristóbal de. Informes de jesuítas em el amazonas: 1660-1684. Iquitos - Peru, 1986. ADALBERTO Prado e Silva et al. Dicionário brasileiro da língua portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 1975. ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Dicionário de questões vernáculas. 3. ed. São Paulo: Ática, 1996. ARRUDA, José Jobson de A. et ali. Toda a História: História geral e História do Brasil, 8. ed. São Paulo: Editora Ática, 2000. BECHARA, Evanildo. Gramática portuguesa. 31. ed. São Paulo: Nacional, 1987 CARVAJAL, Gaspar de. Descobrimento do rio de Orellana. São Paulo: Nacional, 1941. COELHO, Marcos A. ; TERRA, Lygia. Geografia Geral. O espaço natural e socioeconômico. Moderna, 2001. COELHO, Marcos de Amorim. Geografia do Brasil - 5. ed. São Paulo: Moderna, 2003. HOORNAERT, Eduardo (Coord.). 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C, F, C, F, C DESAFIO GEOGRÁFICO (p. 7) 01. C, A, D, E, B 02. D 03. C 04. C DESAFIO GEOGRÁFICO (p. 8) 01. B 02. B 03. D DESAFIO GEOGRÁFICO (p. 9) 01. 02+04+08=14 02. A 03. E DESAFIO LITERÁRIO (p. 10) 01. D 02. C Governador Eduardo Braga Vice-Governador Omar Aziz Reitor Lourenço dos Santos Pereira Braga Vice-Reitor Carlos Eduardo Gonçalves Pró-Reitor de Planejamento e Administração Antônio Dias Couto Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários Ademar R. M. Teixeira Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Walmir Albuquerque Coordenadora Geral Munira Zacarias Coordenador de Professores João Batista Gomes Coordenador de Ensino Carlos Jennings Coordenadora de Comunicação Liliane Maia Coordenador de Logística e Distribuição Raymundo Wanderley Lasmar Produção Aline Susana Canto Pantoja Renato Moraes Projeto Gráfico – Jobast Alberto Ribeiro Antônio Carlos Aurelino Bentes Heimar de Oliveira Mateus Borja Paulo Alexandre Rafael Degelo Tony Otani Editoração Eletrônica Horácio Martins Encarte referente ao curso pré-vestibular Aprovar da Universidade do Estado do Amazonas. Não pode ser vendido. Este material didático, que será distribuído nos Postos de Atendimento (PAC) na capital e Escolas da Rede Estadual de Ensino, é base para as aulas transmitidas diariamente (horário de Manaus), de segunda a sábado, nos seguintes meios de comunicação: • TV Cultura (7h às 7h30); sábados: reprise às 23h Postos de distribuição: • Amazon Sat (15h10 às 15h40) • RBN (13h às 13h30) - sábados: 5h30 e 7h (satélite) • PAC São José – Alameda Cosme Ferreira – Shopping São José • Rádio Rio Mar (19h às 19h30) • PAC Cidade Nova – Rua Noel Nutles, 1350 – Cidade Nova I • Rádio Seis Irmãos do São Raimundo • PAC Compensa – Av. Brasil, 1325 – Compensa (7h às 8h e 16h às 16h30) • PAC Porto – Rua Marquês de Santa Cruz, s/n.° • Rádio Panorama de Itacoatiara (23h às 23h30) armazém 10 do Porto de Manaus – Centro • Rádio Difusora de Itacoatiara (23h às 23h30) • PAC Alvorada – Rua desembargador João • Rádio Comunitária Pedra Pintada de Itacoatiara Machado, 4922 – Planalto (22h00 às 22h30) • PAC Educandos – Av. Beira Mar, s/nº – Educandos • Rádio Santo Antônio de Borba (18h30 às 19h) • Rádio Estação Rural de Tefé (19h às 19h30) – horário local • Rádio Independência de Maués (6h às 6h30) • Rádio Cultura (6h às 6h30 e 12h às 12h30) • Centros e Núcleos da UEA (12h15 às 12h45) www.uea.edu.br e www.linguativa.com.br Endereço para correspondência: Projeto Aprovar - Reitoria da UEA - Av. Djalma Batista, 3578 - Flores. CEP 69050-010. Manaus-AM