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Oficiais da Coluna Pr estes, movim ento que abalou os a licerces da Repúbliva V elha Vista aérea da parte central de Manaus •• História – República Velha (1889–1930) pg. 02 •• História – Roma pg. 04 •• Geografia – As classificações do relevo amazônico pg. 06 •• Geografia – O clima e sua dinâmica pg. 08 •• Literatura – Romantismo 2 pg. 10 República velha (1889–1930) REPÚBLICA DA ESPADA (1889-1894) Exército no poder – Período em que o Brasil foi governado pelos militares. Tivemos dois presidentes: • Deodoro da Fonseca (1889–1891). • Floriano Peixoto (1891–1894). 1. ENCILHAMENTO • Ministro da Fazenda: Rui Barbosa. • Meta: industrialização. • Política emissionista: emissão de grande quantidade de papel-moeda sem lastro-ouro. • Conseqüências: inflação galopante; especulação financeira. 2. CONSTITUIÇÃO DE 1891 • Foi elaborada por uma Assembléia Constituinte. • Estabeleceu como forma de governo a República; como sistema de governo o Presidencialismo. • Sofreu forte influência dos Estados Unidos. O País passou a chamar-se República dos Estados Unidos do Brasil. • Transformou o Brasil em federação composta de 20 estados autônomos. • Impôs o voto universal (direto) e descoberto (aberto) para todos os cidadãos maiores de 21 anos. Não podiam votar analfabetos, mulheres, mendigos, praças de pré e religiosos de ordem monástica. • Adotou a divisão em três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. • Promoveu a separação entre a Igreja Católica e o Estado. Observação – O presidente da República era eleito para um mandato de 4 anos, vedada a reeleição. OLIGARQUIAS NO PODER (1894–1930) • Primeiro presidente: Prudente de Morais. • Ultimo presidente: Washington Luís. POLÍTICA DO CAFÉ-COM-LEITE Política de São Paulo com Minas Gerais, na esfera nacional. Minas: produtor de leite; São Paulo: produtor de café. Essa política marcou toda a República Velha, alternando presidentes mineiros e paulistas no poder. CORONELISMO Fenômeno social e político típico da Republica Velha, caracterizado pelo prestígio do político e por seu poder de mando. O chefe político local ou regional era maior ou menor de acordo com o número de votos por ele controlado. POLÍTICA DOS GOVERNADORES Teve início no governo Campos Sales (1898- 1902). Consistia numa troca mútua de favores entre os governadores estaduais e o Governo Federal. Por acordo, ficou determinado que os grupos políticos que governavam os Estados dariam total apoio ao Governo Federal, que, em troca, só reconheceria a vitória dos deputados que pertencessem ao grupo. Como conseqüên- cia, formaram-se as oligarquias estaduais. Observação – Os candidatos que não fizessem parte dessa política seriam "degolados", ou seja, não seriam reconhecidos como vitoriosos. 3. FUNDIN LOAN [empréstimos de fundos] (1898) Realizado no governo de Campos Sales, pelo ministro da Fazenda Joaquim Murtinho. Estabeleceu um acordo da dívida externa com os banqueiros ingleses do grupo Rotschild. A negociação estabelecia: • Suspensão do pagamento dos juros por três anos. • Novo empréstimo no valor de 10 milhões de libras esterlinas. • Treze anos para o Brasil iniciar a amortização. • Hipotecas do prédio da alfândega do Rio de Janeiro e da estrada de ferro Central do Brasil como garantia de pagamento. 4. CONVÊNIO DE TAUBATÉ (1906) Acordo assinado no governo de Rodrigues Alves (1902-1906). As principais oligarquias reuniram-se em Taubaté (SP) a fim de tomar decisões importantes sobre a produção cafeeira. Participaram desta reunião os representantes de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. O Governo Federal deveria comprar a produção excedente de café, realizando a estocagem dessa produção e se fosse preciso, a queima dos estoques. Objetivo: valorizar o café, evitando a queda nos preços. 5. MOVIMENTOS SOCIAIS a) GUERRA DE CANUDOS (1894–1897) • Revolta ocorrida no Sertão da Bahia, no governo de Prudente de Morais. Estava ligada às condições econômicas do Nordeste, ao messianismo e ao misticismo religioso como saída para a miséria. • Líder: beato Antônio Mendes Maciel, conhecido como Antonio Conselheiro. • Movimento marcado pelo messianismo religioso. • Objetivo: luta pela terra e pela criação de uma comunidade igualitária. • Esta revolta inspirou Euclides da Cunha a produzir a obra Os Sertões. b) CANGAÇO • Bandos armados que buscavam riquezas por meio de assaltos às fazendas, saques a armazéns e a vilas. • Esses cangaceiros formavam o que se convencionou chamar de "banditismo social": forma de luta que extrapolou a República Velha, chegando à Era Vargas, nos anos de 1940. Dentre os vários lideres de grupos de cangaço, merecem destaque: Capitão Antonio Silvino, Capitão Virgulino (Lampião) e Corisco. c) GUERRA DO CONTESTADO (1912–1916) • Revolta que teve início no governo Hermes da Fonseca (1910–1912) e foi sufocada no governo Venceslau Brás (1914–1918) nos limites entre Paraná e Santa Catarina. • Características semelhantes à Guerra de Canudos: religiosidade, misticismo, messia- nismo e luta pela terra. • Lideres: monges João e José Maria. d) REVOLTA DA CHIBATA • Aconteceu no governo Hermes da Fonseca. • Revolta no Batalhão Naval, no Rio de Janeiro, em 1910. • Foi comandada pelo marinheiro João Cândido, conhecido como “Almirante Negro". • Causas da revolta: maus-tratos (surras de chibata) que sofriam os marinheiros. • Os rebeldes, sob o comando do negro João 2 Inédito no Brasil, o Amazonas vai dispor, a partir deste ano, do primeiro programa de pós-graduação em Clima e Ambiente. A ser oferecido em nível de mestrado e de doutorado, o programa é resultado de um convênio entre Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). O foco central do Programa, que conta com a parceria de instituições como Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Embrapa, Universidade Federal do Pará (UFPA), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Universidade de São Paulo (USP), Fundação Getúlio Vargas (FGV), entre outras, será o estudo avançado das inter- relações dos fenômenos climáticos com os processos ambientais que movimentam os biomas amazônicos. De acordo com o diretor do Centro de Estudos Superiores do Trópico Úmido e coordenador do Programa pela UEA, Marcílio de Freitas, questões como a importância da Amazônia na estabilidade climática regional e planetária, impactos dos desmatamentos no clima local e regional e os efeitos das chuvas na Região Amazônica carecem de pesquisas mais amplas ou complementares. A proposta é construir novos modelos integrados dos sistemas climático e ambiental, além de aprimorar os já existentes, gerados nas últimas décadas pelo Inpa e pelo projeto LBA (Experimento de Escala da Biosfera – Atmosfera na Amazônia). Os resultados dessas pesquisas, explica Marcílio, serão utilizados no aperfeiçoamento do planejamento e da formulação de políticas públicas voltadas para melhor ocupação e uso dos biomas amazônicos; melhoria da qualidade de vida dos povos da Região e institucionalização de uma política científica e tecnológica comprometida com a questão ambiental. Aprovada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (MEC) com nota 4, a Pós-Graduação em Clima e Ambiente vai abrir processo seletivo em 2007. Serão disponibilizadas, anualmente, 15 vagas para mestrado e 10 vagas para doutorado, com previsão de início em agosto. Serão duas as áreas de concentração do programa (Ecossistemas amazônicos e Física do Clima), subdivididas em seis linhas de pesquisa. Clima e ambiente amazônicos serão tema de pós-graduação da UEA e Inpa História Professor DILTON Lima Candido, apoderaram-sede dois navios de guerra da marinha: os encouraçados São Paulo e Minas Gerais. Eles exigiam o fim dos castigos corporais, a melhoria nos soldos e redução da jornada de trabalho. Se as reivindicações não fossem atendidas, o Rio de Janeiro seria bombardeado. • O governo fingiu que negociaria com os revol- tosos, mas optou por sufocar o movimento, condenando o líder João Cândido à prisão. e) REVOLTA DA VACINA • Marcou o governo Rodrigues Alves. Ocorreu no Rio de Janeiro, em 1904. • Esteve ligada às condições de vida da popula- ção: desemprego, péssimas condições de moradia, saneamento, fome, etc. • Destaque para o sanitarista Oswaldo Cruz, defensor das campanhas de vacinação obrigatória. • Foi instituída a Lei da Vacina (pivô da revolta; o povo, de modo geral, ficou contra a obrigato- riedade da vacinação instituída pela Lei da Vacina). f) REVOLTA DO JUAZEIRO • Ocorreu no Ceará, no sertão do Cariri, em 1914. Confronto armado entre as oligarquias cearenses, dominadas pela família Accioly, e o Governo Federal. O conflito originou-se da interferência do poder central na política estadual, nas primeiras décadas do século XX. • Foi liderada pelo padre Cícero e apoiada pelos coronéis que protestavam contra o interventor do Ceará, imposto pelo presidente Hermes da Fonseca. • Prevaleceu, no fim do conflito, a vitória dos sertanejos liderados pelo padre Cícero. Os Accioly voltaram a comandar o Ceará; o padre Cícero, a cidade de Juazeiro. 6. CRISE DA REPÚBLICA OLIGÁRQUICA (anos de 1920) • Realização da Semana de Arte Moderna (1922). • Criação do PCB (1922). • Deflagração do Tenentismo. • Crise mundial de 1929. 7. TENENTISMO • Movimento da jovem oficialidade brasileira de contestação às apodrecidas instituições da República Velha. • Tinha caráter elitista; os jovens oficiais preparavam-se na Escola Militar de Realengo, no Rio de Janeiro. • Acreditavam que o caminho para salvar a pátria era a tomada do poder. • Os tenentes indispuseram-se com a alta oficialidade e acusaram a cúpula do exército de estar a serviço das oligarquias dominantes. • Os tenentes, apesar da preocupação com a miséria popular, não acreditavam que o povo, despreparado, fosse capaz de lutar pelos próprios interesses. À frente da luta deveriam estar, portanto, os jovens oficiais. 8. PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES TENENTISTAS: a) REVOLTA DO FORTE DE COPACABANA (1922) Foi a primeira manifestação armada tenentista. Travada na praia de Copacabana, marcou o fim do governo de Epitácio Pessoa. O objetivo era evitar a posse de Artur Bernardes. No confronto com as forças do governo, morreram 16 oficiais, sobrevivendo apenas os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes que, mais tarde, participariam de outros movimentos tenentistas. Esta revolta ficou conhecida como “Os 18 do Forte”. b) REVOLUÇÃO PAULISTA DE 1924 • No segundo aniversário da primeira revolta tenentista, explode, em São Paulo, outra manifestação armada dos tenentes. Dessa manifestação, o movimento expandiu-se para o Norte e Nordeste do País. Os tenentes tomaram varias cidades brasileiras, entre elas Natal, Belém, Santarém, Óbidos e Manaus. c) COLUNA PRESTES (1924–1927) • Representou o ponto culminante da luta armada da jovem oficialidade. Teve como líder Luís Carlos Prestes. Percorreu cerca de 25 mil quilômetros de Sul a Norte. Tinha por objetivo conscientizar a população brasileira do perigo que representavam para o País as oligarquias dominantes. Propunha salvar o Brasil pela entrega do poder aos tenentes. Exercícios 01. (FGV) (...) tem-se ressaltado o [seu] caráter espontâneo (...) e não há motivo para se rever o fundo dessa qualificação. A ausência de um plano, de uma coordenação central, de objetivos pré-definidos é patente. Os sindicatos têm restrito significado; o Comitê de Defesa Proletária – expressão da liderança anarquista e em menor escala socialista – não só se forma no curso do movimento como procura apenas canalizar reivindicações. O padrão de agressividade da greve relaciona-se com o contexto sociocultural de São Paulo e com a fraqueza dos órgãos que poderiam exercer funções combinadas de representação e controle. (Boris Fausto, Trabalho urbano e conflito social) O texto faz referência a) à Greve Geral de 1917. b) à Greve pelas oito horas de 1907. c) à Intentona Comunista de 1935. d) à Revolução Constitucionalista de 1932. e) ao Levante Tenentista de 1924. 02. (FGV) A cidade é um monstro onde as epidemias se albergam dançando "sabats" magníficos, aldeia melancólica de prédios velhos e alçapados, a des- cascar pelos rebocos, vielas sórdidas cheirando mal." ("Nosso Século". São Paulo: Abril Cultural/Círculo do Livro,1985, v. 1, p. 37.) Era dessa forma que o jornalista Luiz Edmundo descrevia o Rio de Janeiro no começo do século XX. De fato, em 1904 eclodia na cidade a chamada Revolta da Vacina. Essa rebelião popular foi provocada: a) pelo profundo descontentamento com a epidemia de dengue que afligia a cidade. b) pela decisão do governo de limitar a importação de vacinas contra a febre amarela. c) pela recusa do governo de promover a vacinação contra a peste bubônica. d) pelo cancelamento da vacinação contra a paralisia infantil. e) pelo decreto que tornava obrigatória a vacinação contra a varíola. 3 Desafio Histórico 01. (PUCSP) A Constituição brasileira de 1891 a) permitiu a plena democratização do País, com a superação do regime militar. b) criou um quarto poder, o Moderador, que atribuía plenos poderes ao Imperador. c) separou o Estado, agora republicano, da Igreja Católica. d) manteve a permissão para a existência de mão-de-obra escrava. e) eliminou os resquícios autoritários do varguismo. 02. (UFPR) Movimento político que defende a auto-organização baseada no consenso e na cooperação entre os mais diversos membros da sociedade, somando-se a isso a abolição do Estado, ou seja, do domínio político que se apóie no princípio dirigentes/ dirigidos, representantes/ representados, o anarquismo desempe- nhou um papel importante na história dos movimentos sociais. Sobre esse movimento no Brasil, é correto afirmar: a) Apesar da forte repressão desencadeada pelas autoridades policiais no governo Vargas, os anarquistas lograram criar seu próprio partido, denominado Aliança Libertadora Nacional. b) O anarquismo liderou o movimento estudantil entre 1964 e 1969, tendo sido reprimido pelos agentes de segurança do regime militar. c) Nos dias atuais, os anarquistas se aliam às correntes neoliberais, que também defendem a redução ou mesmo ausência dos aparelhos de Estado. d) Formado por imigrantes, o anarquismo defendia a ação direta, sendo responsável pela liderança das principais greves nas duas primeiras décadas do século XX, cujo objetivo era redução da jornada de trabalho e melhores condições de trabalho. e) Deslocando-se do meio urbano para o meio rural, os anarquistas aderiram às marchas contra o sistema capitalista, que mais tarde seriam denominadas de "Coluna Prestes". 03. (UFV) Analise o seguinte texto: "É um fenômeno descrito como sendo o predomínio político exercido pelos fazendeiros nas áreas sob a sua influência econômica e social. Suas raízes se encontram na estrutura fundiária brasileira, a partir da República Velha, baseada no latinfúndio e na concentração da propriedade rural em mãos de poucas famílias. Pode-se notar sua permanência em grande parte no interior brasileiro, onde as populações ainda seguem a orientação dos políticos locais, geralmente identificados com a propriedade da terra." Esse texto faz referência a qual fenômeno político? a) Messianismo. b) Coronelismo. c) Convênio de Taubaté. d) Política do café-com-leite. e) Política dos governadores. Roma A FUNDAÇÃO DE ROMA A cidade de Roma foi fundada no século IX a.C., na península Itálica, cortadapelos rios Pó, Tibre e Arno. Os fundadores de Roma foram os latinos e os sabinos que viviam da atividade pastoril. Depois, imigraram, também, os gregos, os etruscos e os gauleses. Segundo o poeta Virgílio, na obra Eneida, Roma foi fundada pelos irmãos Rômulo e Remo. A MONARQUIA (753–509 a.C.) Na Monarquia, o rei era escolhido por uma Assembléia Curial e tinha o poder limitado pelo Senado. A Assembléia Curial era formada por cidadãos em idade militar e tinha como função: escolher o rei, elaborar e votar as leis. O Senado (Conselho de Anciãos) era um órgão consultivo, cabendo aprovar ou rejeitar as leis elaboradas pelo rei. A sociedade romana era dividida em classes sociais: Patrícios – Aristocratas privilegiados politica- mente, os únicos que podiam ocupar cargos políticos, religiosos e militares. Plebeus – Homens livres, mas não possuíam direitos políticos, religiosos ou militares. Constituíam-se de pequenos agricultores, pastores, comerciantes e artesãos. Clientes – Estrangeiros que viviam sob a proteção dos patrícios. Em troca, pagavam-lhes tributos maiores. Escravos – Originados dos povos conquistados, formavam grupo reduzido. Economia Base agropastoril – Nessa fase, a economia tinha base agropastoril e girava em torno de uma indústria doméstica (armas e utensílios). Era suficiente para atender às necessidades mais imediatas da população, e toda a produção era dirigida para o controle local. Fim da realeza – O rei e a aristocracia entraram em choque, em 509 a.C., provocando o fim da realeza. Tarquínio, o “Soberbo”, de origem etrusca, foi deposto por um golpe dado pelos patrícios, descontentes com a inferência desse rei no poder legislativo. A REPÚBLICA Os patrícios que se revoltaram implantaram, em Roma, uma república oligárquica que se estendeu até 27 a.C. Nesse período, organizou- se uma magistratura: Cônsules – Em número de dois, comandavam o exército, convocavam o Senado e presidiam os cultos públicos. Pretor – Responsável pela execução das leis e da justiça. Censor – Elaborava o censo com base nas riquezas e vigiava as condutas dos cidadãos. Questor – Responsável pela área financeira. Edis – Responsáveis pelo policiamento, pelo abastecimento e pela preservação das cidades. Senado – Órgão com maior poder, composto por 3 mil senadores vitalícios. Elaboravam as leis, cuidavam de questões religiosas, conduziam a política externa, administravam as províncias, participavam da escolha do ditador. Ditador – Eleito para um mandato de seis meses, em época de guerra. Havia três Assembléias: Curial – Examinava os assuntos religiosos. Tribal – Responsável pela nomeação dos Questores e Edis. Centurial – Composta pelos centúrias, grupos militares encarregados de votar as leis e eleger os magistrados. As lutas entre patrícios e plebeus Esses conflitos tiveram início quando os plebeus formaram um exército próprio e retiraram-se para o Monte Sagrado: eles reivindicavam direitos políticos. Os patrícios, por outro lado, precisavam dos plebeus nas atividades da guerra (militares e econômicas). Por isso, aceitaram as reivindicações dos plebeus e instituíram os tribunos da plebe, que podiam vetar leis que considerassem contrárias aos interesses da classe representada. As leis escritas também foram conquistas da plebe. Foram elaboradas: a) Lei das Doze Tábuas: as primeiras leis escritas comuns a todos. b) Lei Canuléia: permitiu o casamento entre patrícios e plebeus. c) Lei Licínia: aboliu a escravidão por dívida e garantiu direitos políticos iguais entre patrícios e plebeus. d) Lei Ogúlnia: permitiu direitos religiosos iguais entre patrícios e plebeus. As conquistas romanas Cartago e Macedônia – No momento em que se deu a unificação da Itália pelos romanos, duas grandes potências dominavam o Mediterrâneo: no Ocidente, Cartago (império marítimo); no Oriente, Macedônia (império continental). O interesse maior de Roma era controlar todo o Mediterrâneo, e o seu maior empecilho era Cartago (antiga colônia fenícia localizada ao norte da África) sua grande rival. Cartago tinha o solo bastante fértil e bem cultivado. Eles haviam alcançado alto nível tecnológico no setor produtivo agrário, artesanal e comercial, o que lhes permitiu prosperidades econômicas. O seu comércio era desenvolvido em várias regiões do Mediterrâneo. Guerras Púnicas – E foi para destruir esse poderio econômico que os romanos fizeram as chamadas Guerras Púnicas, que duraram mais de cem anos. Primeira Guerra Púnica – Teve início em 264 a.C. e se estendeu até 241 a.C., devido à ameaça de invasão cartaginesa à cidade grega de Mesina, na Ilha de Sicília. Roma saiu vitoriosa, e Cartago teve que pagar uma pesada indenização de guerra. Segunda Guerra Púnica (218-201 a.C.) – Teve como objeto a Espanha e como Palco a Itália. O general Amílcar Barca, de Cartago, conquistou a Espanha, interessado em suas riquezas naturais. Após a tomada de Segundo, cidade litorânea espanhola, Roma declarou guerra a Cartago. Os cartagineses venceram algumas batalhas dos romanos. Mas o general romano Cipião, “o Africano”, derrotou e expulsou o exército cartaginês da Espanha e depois invadiu Cartago. Terceira Guerra Púnica (149-146 a.C.) – Terminou com a vitória romana; Cartago foi anexada como província da África. Roma conquistou a Grécia, a Macedônia, a Ásia Menor, o Pérgamo e, no Ocidente da Península Ibérica, fundou as Gálias. Assim, Roma transformou-se no maior império do Mundo Antigo. As regiões conquistadas, transformadas em províncias, foram obrigadas a pagar impostos. A crise da República O período compreendido entre os anos de 133 a 27 a.C marcou o declínio da República. Nesse 4 Desafio Histórico História Professor Francisco MELO de Souza 01. (Faap) A religião romana era essencialmente politeísta, e o culto ao imperador era de grande significado pelo fator da unidade que representava. Durante um período determinado, teve início o questionamento dessa idéia. Esse grupo que não reconhecia a divindade do Imperador eram: a) bárbaros invasores; b) primeiros cristãos; c) bons espíritos familiares; d) escravos e estrangeiros; e) judeus vindos da Palestina. 02. (Fei) A colônia fenícia de Cartago, localizada onde hoje se encontra a cidade de Túnis, ao norte da África, havia-se desenvolvido consideravel- mente, a ponto de se constituir em poderosa rival dos interesses romanos no Mediterrâneo. Por mais de um século, os romanos lutaram para destruir Cartago, acabando por arrasá- la (146 a.C.). Esses acontecimentos são conhecidos como: a) Guerras Médicas. b) Revolução Cartaginesa. c) Guerras Púnicas. d) Guerra de Tróia. e) Guerra da Reconquista. 03. (FGV) O Edito de Milão (313), no pro- cesso de desenvolvimento histórico de Roma, reveste-se de grande significado, tendo em vista que a) combateu a heresia ariana, acabando com a força política dos bispados de Alexandria e Antioquia; b) tornou o cristianismo a religião oficial de todo o Império Romano, terminando com a concepção de rei-deus; c) acabou inteiramente com os cultos pagãos que então dominavam a vida religiosa; d) deu prosseguimento à política de Deocleciano de intenso combate à expansão do cristianismo; e) proclamou a liberdade do culto cristão, passando Constantino a ser o protetor da Igreja. 04. (Fuvest) A expansão de Roma durante a República, com o conseqüente domínio da bacia do Mediterrâneo, provocou sensíveis transformações sociais e econômicas, dentre as quais: a) marcado processo de industrialização, êxodo urbano, endividamento do Estado; b) fortalecimento da classe plebéia, expansão da pequena propriedade, propagação do cristianismo; c) crescimento da economia agropastoril, intensificação das exportações, aumento do trabalho livre; d) enriquecimento do Estado romano, aparecimento de uma poderosaclasse de comerciantes, aumento do número de escravos; e) diminuição da produção nos latifúndios, acentuado processo inflacionário, escassez de mão-de-obra escrava. período, podemos destacar como principais acontecimentos: Irmãos gracos – A crise agrária e a luta dos irmãos Gracos, Tibério e Caio, que, eleitos sucessivamente tribunos, propuseram reformas sociais, dentre as quais podemos citar a Lei de Reforma Agrária – elaborada por Tibério, foi aprovada e desagradou profundamente os grandes proprietários rurais que, por sua vez, tramaram o assassinato do seu idealizador. Caio retomou o projeto de reforma agrária, mas não teve sucesso. Caio conseguiu aprovar uma lei que vendia alimentos mais baratos: Lei Frumentária. Mário e Sila – Nos consulados de Mário e Sila, o primeiro estabeleceu o pagamento de salário aos soldados, o que levou à entrada de pessoas pobres no exército e diminuiu os privilégios da aristocracia. Em função de sua política, Mário foi assassinado pelos seguidores de Sila, com a ajuda do Senado. Espártacus – Os escravos agrícolas da região sul da península itálica reuniram-se em Cápua, sob a direção do gladiador Espártacus, espalhando pânico na população romana. Os escravos foram vencidos pelos exércitos de Pompeu e Crasso que, como recompensa, foram eleitos cônsules, formando o Primeiro Triunvirato. Primeiro Triunvirato – Envolvia Pompeu, Crasso e Júlio César. Pompeu ficou com Roma e o Ocidente; Crasso com o Oriente e Júlio César era responsável pelas Gálias. Crasso morreu em campanha militar; Júlio César estava em campanha contra os gauleses. Pompeu deu um golpe de Estado com o apoio do Senado. César dirigiu-se para Roma e venceu Pompeu na Farsália. Em seguida, César foi aclamado ditador, por um ano, por dez anos e por toda a vida. Em virtude de uma conspiração armada pelo Senado, Júlio César foi assassinado em 44 a.C. Segundo Triunvirato – Os amigos de Júlio César, anti-republicanos, formaram o Segundo Triunvirato: Marco Antônio, Lépido e Otávio. Os Triunviros puniram os assassinos de Júlio César, instituíram o terror ao Senado e dividiram o governo romano: Otávio ficou com o Ocidente, Marco Antônio ficou com o Oriente e Lépido com a África. Logo, afloraram as rivalidades entre os Triunviros pela conquista da supremacia política. Lépido foi destituído de seu cargo, sob pressão de Otávio. Marco Antônio rompeu com Otávio e tornou-se o governante supremo do Oriente e, logo em seguida, fez uma aliança com Cleópatra do Egito. Em 32 a.C., começou a guerra entre Otávio e Marco Antônio. No ano seguinte, na batalha naval de Ácio, Otávio derrotou Marco Antônio, que se suicidou. O Egito foi invadido e transformado em colônia romana. O IMPÉRIO O imperador detinha poderes absolutos. Além de executar as leis, exercia o comando do exército e também legislava por meio de editos, decretos e mandados. Ao Senado, restou a posição de conselheiro do imperador, com seu senatus consulta, porém seus conselhos não eram aceitos como na fase republicana. As províncias eram classificadas em senatoriais, administradas pelo Senado por meio de governadores. Primeiro imperador Otávio, primeiro imperador, governou de 27 a.C. a 14 d.C. Suas primeiras medidas tinham por finalidade reestruturar a administração do novo Estado imperial: restringiu as funções do Senado; criou uma nova ordem administrativa, as prefeituras; melhorou as formas de cobranças de impostos; e instituiu a guarda pretoriana com a função de garantir a proteção do imperador. Na economia, Otávio incentivou a produção e protegeu as rotas comerciais. Empreendeu a construção de várias obras públicas, o que gerou muitos empregos aos plebeus. Para ganhar popularidade, Otávio adotou a política do pão e circo: distribuição de trigo para a população pobre e organização de espetáculos públicos de circo. Após o governo de Otávio, o Império Romano foi governado por várias dinastias: Dinastia Júlio-Claudiana (14-68) – Marcada por conflitos internos sangrentos entre os senadores e os imperadores: Tibério, Caio, Júlio César (Calígula), Júlio-Cláudia e Nero. Nero foi responsável pelo incêndio de Roma e pela primeira perseguição aos cristãos. Dinastia dos Flávios (69-96) – Os imperadores dessa época contaram com o apoio do exército, submeteram o Senado e governaram de forma despótica. Esses imperadores foram: Vespasiano, Tito e Domiciano. Dinastia dos Antoninos (96-192) – Foi o período em que o império atingiu seu maior domínio territorial, acompanhado de prosperidade econômica. O comércio desenvolveu-se, e houve grande fluxo de capitais para Roma. O poder dos imperadores foi fortalecido ainda mais, porém, em relação ao Senado, adotou-se uma política de conciliação. Essa dinastia teve os seguintes imperadores: Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio e Cômodo. Dinastia dos Severos (193-235) – Na fase final desse período, vai começar a crise do império em função do êxodo urbano, da falta de papel moeda, da inflação e da invasão dos bárbaros germanos nas fronteiras. Essa instabilidade levou o império ao declínio. Os imperadores dessa dinastia foram os seguintes: Sétimo Severo, Caracala, Heliogabalo e Severo Alexandre. CRISE E DECADÊNCIA DO IMPÉRIO O Dominato O Dominato era uma monarquia despótica e militar, semelhante ao helenístico, ou seja, o poder do governante tinha uma fundamentação religiosa. O nome dessa instituição derivou de Dominus (senhor), que foi como passaram a se intitular os imperadores a partir de Diocleciano. No governo de Diocleciano, foi criada a Tetrarquia. Para melhorar a defesa das fronteiras, principalmente com a pressão dos bárbaros, o Império foi dividido em quatro partes, cada uma delas com governo próprio. Na economia, Diocleciano tentou reduzir a inflação, por meio do Edito Máximo, que consistia na criação dos preços máximos para os produtos comercializados e um limite de ganhos sobre a jornada de trabalhos. Em 313, Constantino assumiu o poder e restabeleceu a unidade imperial. Defensor de que a base do Império provinha das províncias do Oriente, estabeleceu, em 330, sua capital na antiga colônia grega de Bizâncio, rebatizada com o nome de Constantinopla. Além disso, ele instituiu o Edito de Milão, no qual reconheceu a religião cristã e transformou-a na religião mais importante de Roma. Ainda no século IV, os bárbaros iniciaram as invasões em busca de terras férteis. Em 378, os visigodos investiram contra o Império Romano, vencendo-o na batalha de Adrianópolis. Teodósio foi o último imperador uno. Esse imperador instituiu o Edito de Tessalônica, em 330, pelo qual a religião cristã se tornava a religião oficial do Império. Por ocasião da morte de Teodósio (395), o Império foi divido em Ocidente, governado por Honório, e Oriente, governado por Arcádio, ambos filhos do Imperador. 5 Desafio Histórico 01. (Puccamp) Teodósio estabeleceu que após a sua morte, ocorrida em 395, o Império, para ser melhor administrado, deveria ser a) fracionado em quatro partes, com dois Imperadores e dois Césares; b) dividido em duas partes: o Império do Ocidente e o Império do Oriente; c) atrelado ao paganismo e direcionar uma operação para destruir as catacumbas; d) aliado dos árabes para defendê-los contra os hunos que se avizinhavam de Roma e de Meca; e) dividido em áreas denominadas Condados doadas em caráter hereditário a seus sucessores. 02. (Ufpe) “Em Roma, a civilização, a cultura, a literatura, a arte e a própria religião provieram quase inteiramente dos gregos ao longo de quase meio milênio de aculturação”.(Paul Veyne, in HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA). Com relação à cultura greco-romana, assinale a alternativa incorreta: a) Pode-se afirmar que de Gibraltar ao Indo, região dominada pelo Império Romano, reinava a civilização helenística. b) O aparelho de estado romano não seespelhou na política grega devido às diferentes perspectivas que tinham os romanos sobre duas questões: a riqueza e o poder. c) Apesar de copiarem a arte grega, os romanos foram originais no que diz respeito ao ato de retratar, tanto através de pintura quanto da escultura. d) Assim como em Atenas, a posição da mulher romana era de grande poder político e prestígio social. e) No início do período republicano, a vida familiar entrou em crise: adultério e divórcio, cultos orientais e gregos tomaram o lugar da religião formalista, patriótica e do culto aos antepassados. 03. (Unesp) Dos Séculos III a I a.C., através de guerras de conquista, os patrícios romanos estenderam a sua dominação sobre quase todos os povos do Mediterrâneo. Mas essa vitória externa de Roma contribuiu para transformar a sua própria ordem social interna. Como uma das mais importantes transformações, podemos citar: a) a queda da monarquia e o estabeleci- mento da república; b) a Lei das XII Tábuas, que equiparou patrícios e plebeus; c) a escravização generalizada dos plebeus e estrangeiros residentes em Roma; d) a introdução do latifúndio cultivado por escravos, em larga escala; e) a generalização do trabalho assalariado, estimulada pela expansão mercantil. As classificações do relevo amazônico Até pouco tempo atrás, quando se falava do relevo da Amazônia, logo se lembrava da grande Planície Amazônica. Aliás, essa denominação marcou durante muitos anos, como principal compartimento, o relevo da Região. Dois fatores contribuíram para que essa idéia estivesse pre- sente. O primeiro corresponde à visão científica do final do século XIX, uma vez que as expedi- ções de reconhecimento limitavam-se aos trechos navegáveis dos rios, não percorrendo aqueles encachoeirados que banham terras mais altas ou acidentadas. O segundo diz respeito às classificações de Aroldo de Azevedo e Aziz Nacib Ab’ Saber. Utilizando-se das tecnologias da época, eles configuraram a planície Amazônica como predo- minante na Região, possuindo limites com o Planalto das Guinas e o Planalto Sul-Amazônico. Todavia, após se iniciarem os modernos estudos fisiográficos da Região nos anos 70, essa antiga visão passou a ser discutida por não se basear em cotas altimétricas. Além disso, ela vem caindo em desuso face à proposta feita, em 1995, pelo professor Jurandyr Ross, do departamento de geografia da USP. Com base nessa nova fisiografia e na reavaliação dos conceitos técnicos das formas de relevo encontrados no Brasil, podemos dizer que o número de porções do relevo amazônico praticamente dobrou, como veremos adiante, representando mais fielmente as diversas formas de topografia, mudando aquela idéia geral e equivocada de que a Região apresentava uma única e grande planície Perfil longitudinal do relevo amazônico FORMAS DE RELEVO DA AMAZÔNIA Segundo o dicionário técnico da nova classificação para o Brasil, é possível dividir o relevo amazônico em três principais formas: I. Depressão: Caracteriza-se por ser uma superfície entre.100~500m de atitude, com sua inclinação formada por processos prolon- gados de erosão. É mais plana do que o planalto. II. Planalto: O termo parece-nos sugestivo, porém nada tem a ver com plano alto. Trata-se de uma superfície irregular com altitude acima de 300m. É o produto da erosão sobre as rochas cristalinas (metamórficas) ou sedimen- tares. Pode apresentar morros, serras ou ele- vações íngremes, de topo plano (chapadas). III. Planície: É uma superfície muito plana com o máximo de l00m de altitude, formada pelo acúmulo recente de sedimentos movimen- tados pelas águas do mar, de rios ou de lagos. Ocupa porção modesta no conjunto do relevo brasileiro. Classificação atual do relevo A recente classificação do professor Jurandyr Ross resultou de uma pesquisa baseada em levantamentos feitos pelo RADAMBRASIL, que fotografou cada pedaço do País com equipa- mentos especiais de radar – instalados em um avião – e imagens de satélites, no período de 1970 a 1985. Examinando o mapa da classificação atual, podemos observar que apresenta, Conforme ordem crescente de altitude, a seguinte divisão: 1. Planície do rio Amazonas: Compreende uma estreita faixa de terras planas que acompanha principalmente os rios Amazonas, Solimões, Purus, Juruá, Javari e Madeira, com altitudes inferiores a 100m e desníveis máximos de 60m. Foi o que restou daquela que se considerava uma planície gigantesca, reduzida cerca de vinte vezes do tamanho que se imaginava. 2. Depressão da Amazônia Ocidental: É a mais ampla porção da Região, apre- sentando altitudes entre 100 a 200m. 3. Depressão Marginal Norte-Amazônica: As altitudes variam entre 200 e 300 metros. 4. Depressão Marginal Sul-Amazônica: Também apresenta uma variação de 200 a 300 metros de altitude. 5. Planalto da Amazônia oriental: Recoberto por mata densa e com altitude entre 400 e 500 metros, abrange terras que vão de Manaus até o Oceano Atlântico. 6. Planaltos residuais Norte-Amazônicos: Possui as maiores altitudes da região, variando entre 800 e 1.200m, e os pontos culminantes do relevo brasileiro, que são o Pico da Neblina (3.014m) e o pico 31de março (2.992m), ambos na serra do Imeri, fronteira do Amazonas com a Venezuela. Nessas terras altas, as tempestades caem muito à noite, e índice pluviométrico fica acima de 3.000mm por ano, criando uma intensa nebulosidade que dificulta ou impede a obtenção de imagens de satélites ou fotos aéreas. Além dos pontos apresentados no quadro acima, existem outros picos com menor altitude no extremo-norte dos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos, como o Aracá, Rondon, Tunuí, Macaco, entre outros, e as serras Tapirapecó, Traíra, Daraá, do Padre, Curupira, Bela Adormecida, Urucuzeiro, Kaburi, dos Porcos, da Pedra, Unaiuxi e Parima. O perfil topográfico apresentado acima representa um corte transversal de noroeste a sudeste, com cerca de 2.000km de comprimento, que vai das altíssimas serras do norte da Região, na fronteira com a Venezuela, até o norte do Estado de Mato Grosso. Podemos notar claramente as estreitas faixas de planície situadas às margens do rio Amazonas, a partir das quais seguem-se vastas extensões de planaltos e depressões. VISÃO GERAL DA BACIA HIDROGRÁFICA AMAZÔNICA A bacia Amazônica possui 1/5 da água doce da Terra, numa área de cerca de 5,9 milhões de km2 em território brasileiro e 6,2 milhões de km2 na América do Sul, correspondendo a 5% das terras emersas. É a maior bacia fluvial do mundo (Molinier et al., 1995), com 10 dos 20 maiores rios da Terra. Essa grande bacia estende-se desde 5° de latitude norte até 20° de latitude sul, apresentan- do a norte o relevo do planalto das Guinas, a oeste a cadeia Andina, a sul o planalto Brasileiro e a leste a costa do Atlântico. Abrange terras de oito países (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), além de um território (Guiana Francesa). A desemboca- dura do curso principal no Oceano Atlântico dá- se nas proximidades da linha do Equador. 6 Geografia do Brasil Professor Paulo BRITO 01. A mais ampla porção do relevo amazonense é: a) Depressão Marginal Norte-amazônica. b) Depressão da Amazônia Ocidental. c) Planície do rio Amazonas e alguns afluentes. d) Depressão Marginal Sul-Amazônica. e) Planalto da Amazônia Oriental. 02. As maiores altitudes do relevo amazônico encontram-se: a) nos Planaltos Residuais Norte- Amazônicos. b) na Depressão da Amazônia Ocidental. c) na Planície do rio Amazonas e alguns afluentes. d) na Depressão Marginal Sul-Amazônica. e) Todas as anteriores estão erradas. 03. “Este compartimento do relevo, reco- berto por mata densa e com altitude entre 400 e 500 metros, vai de Manaus até o oceano Atlântico”. Trata-se do: a) Planalto da Amazônia Ocidental.b) Vale do rio Amazonas. c) Planalto da Amazônia Oriental. d) Planalto das Guianas. e) Altiplano da Amazônia Central. 04. As serras do Padre, Curupira, Bela Ador- mecida, Urucuzeiro, Kaburi, dos Porcos, do Traíra, da Pedra, Unaiuxi e do Imeri, encontram-se nos municípios de: a) Santa Izabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira. b) Benjamin Constant e Tabatinga. c) Japurá e Tefé. d) Lábrea e Boca do Acre e) Manacapuru e Maués. 05. As principais serras do Estado do Amazonas estão situadas ao norte, mas encontramos algumas no sul, como as serras: a) do Candomblé, do Machado e de Fortaleza. b) do Padre, do Traíra e do Uaupés. c) de Tapirapecó, Urucuzeiro e Caparro. d) da Bela Adormecida, do Kaburi e da Arara. e) do Jatapu, do Morro dos Seis Lagos e de Parintins. 06. Coloque “C” quando a informação estiver correta e “F” quando for falsa: ( ) O médio Amazonas tem regime de duas cheias anuais. ( ) O rio Amazonas é navegável de Manaus até o seu estuário. ( ) A bacia Amazônica é entulhada, em grande parte, por aluviões. ( ) Rios de águas escuras carregam muitos materiais orgânicos e sedimentos. ( ) O rio Juruá é o mais sinuoso da região. Desafio Geográfico Bacias hidrograficas Vários fatores contribuem para a existência de tamanha rede hidrográfica. Um deles é a quantidade de chuvas que ocorrem na Região aliada à sua localização. Cortada pela linha do Equador, acaba benefician- do-se do verão que ocorre rios dois hemisférios. Quando é verão no norte, os rios desse hemis- fério (margem esquerda do rio Amazonas) é que ficam cheio devido ao aumento no índice de precipitação nesta estação. O mesmo ocorrerá ao sul quando for verão. Assim, ora os rios da margem direita estão cheios, ora os da margem esquerda. Graças a essa distribuição dos rios em hemis- férios diferentes, as, enchentes estão natural- mente em equilíbrio. Se não fosse assim, elas seriam catastróficas, e o ecossistema da várzea não existiria. Quando as chuvas do sul persistem durante muito tempo ou as do norte começam mais cedo, o que ocorre em média de 4 em 4 anos, as terras situadas acima do nível médio das enchentes (I0m no rio Amazonas) são inundadas. O nível das águas do seu grande rio sobe gradualmente de novembro a junho, quando começa a descer até fins de novembro. Nas regiões do médio e baixo Amazonas, as cheias ocorrem no mês de junho e julho. No alto Amazonas ou Solimões, o regime de cheias ocorre duas vezes ao ano. A cheia do rio Negro não ocorre ao mesmo tempo, uma vez que o período de chuvas em seu vale só começa no primeiro trimestre de cada ano. A maior enchente foi registrada em 1953, quando em Manaus o nível das águas atingiu 29,7m acima do nível do mar, algo em torno de 2,8m acima da média das anteriores. Outro fator que contribui, embora em menor escala, para alimentar a bacia hidrográfica Amazônica é o derretimento das geleiras existentes na Cordilheira dos Andes, constituindo o regime glacial de alimentação do rio principal e seus tributários, ao lado do regime pluvial. O Rio Amazonas e suas características Considerado o principal da bacia Amazônica, o rio Amazonas, com 8.570km de extensão (IBGE), é o maior do mundo em extensão e em volume de água. Por isso, ele foi chamado pelo explorador espanhol Vicente Yánez Pinzon, quem primeiro o avistou, de “Rio Grande de La Mare Dulce”. Entretanto ele foi batizado por ou- tro espanhol, Francisco Orellana (1541), que segundo se conta, observou em meio aos índios tapajós a existência de mulheres guerreiras nas linhas de frente, de grande combatividade, semelhante às mulheres guerreiras gregas, que extirpavam o seio direito para melhor manejar o arco. Originalmente, a palavra amazonas, criada pelos gregos, quer dizer sem seios. Durante muito tempo, acreditou-se que o rio nascia da confluência dos rios Ucayalli e Marañon, na Cordilheira dos Andes, em território peruano. Porém isso constituía um erro de geografia. Com os recursos modernos e a partir de uma reavaliação e constatação de diversas expedições, passou-se a considerar a máxima extensão do rio, como determinam as convenções, portanto a nascente do Ucayalli, passando assim a ser o primeiro do mundo. AFLUENTES DO RIO AMAZONAS Observando o mapa da hidrografia, é possível notar a existência de inúmeros rios tributários do Amazonas. Em toda a extensão da bacia, chegam a aproximadamente 1.100 rios, formando um imenso labirinto, que deslumbra os visitantes em suas viagens. Alguns dos principais afluentes do rio Amazonas são: Margem direita Javari: Este rio nasce na Serra da Contamana (400m de altitude) com o nome de Jaquirana. Jutaí: Com sua nascente próximo à região banhada pelo Ipixuna, afluente do Juruá, possui passagens estreitas e águas barrentas. Juruá: Nascendo no serro das Mercês (Serra da Contamana). Seu leito pode sofrer variações entre 8~16m no nível das águas, entre a vazan- te e a enchente. Madeira: Com 3.240km, é o mais notável afluente do Amazonas, nascido da junção dos rios Mamoré e Guaporé, em frente à cachoeira “madeira”. Purus: Com águas barrentas iguais às do Solimões . Tefé: Surgindo das terras altas entre os rios Tapauá e Juruá, corre em direção nordeste, recebendo águas dos lagos e de inúmeros igarapés. Coari: Durante a maior parte do ano, a navegação é intensa, embora em alguns momentos só trafeguem pequenas embar- cações. Margem esquerda Içá: Sua nascente encontra-se nos contrafortes andinos, em território equatoriano. Negro: Nasce nas regiões do Popaiã, mais precisamente na Serra do Junaí (Planalto Colombiano). Japurá: Conhecido na Colômbia, onde nasce, pelo nome de Caquetá. Nhamundã: Origina-se em terras altas, entre as cabeceiras do Uatumã e as doTrombetas. Apresenta, em determinados trechos, um azul profundo, estendendo-se por montes e espessa vegetação. Urubu: Este rio se forma dos igarapés Mbiara, Caranay e Urubutinga, em terras altas, nas fronteiras da Guiana. Suas águas são pretas, sendo que na vazante parecem um melaço após a segunda cachoeira. Comunica-se com o Amazonas por diversos canais e igarapés. 7 01. Associe as colunas: (A) Furos (B) Igarapés (C) Paranás (D) Pororoca (E) Terras-caídas ( ) Pequenos braços de rios contor- nando ilhas. ( ) Pequenos cursos d’água, que unem rios entre si ou rios e lagos. ( ) As águas do oceano empurram as do rio Amazonas, com efeito destruidor e forte estrondo. ( ) Enormes blocos de terras das margens dos rios são arrastados pela correnteza. ( ) Pequenos cursos d’água que se ligam aos rios, possuindo suas próprias nascente. 02. Assinale a característica falsa quanto ao rio Amazonas: a) Quem primeiro o, avistou foi Vicente Pinzon. b) Sua largura média é de 4 a 5km. c) Sua velocidade varia de 2,5 a 5km. d) Nasce da confluência do Ucayalli com o Marañon. e) Apresenta um desnível de 65 metros. 03. (FlNEST–SP). Na bacia hidrográfica Amazônica, ocorrem dificuldades para a implantação de usinas hidrelétricas porque ela apresenta: a) Oscilação na vazão fluvial maior que entre outras bacias, o que exige grandes reservatórios e altas barragens. b) Relevo de altiplanos com solos friáveis que dificultam a execução de barragens. c) Relevo com pequena variação altimétrica, exigindo extensos reservatórios que podem acarretar forte impacto ao ambiente natural. d) Relevo plano, regularidade na vazão fluvial e extensa cobertura florestal. e) Quedas d’água nos baixos cursos do afluente do Amazonas, que nas enchentes dificultam a geração de energia. 04. Presença de ácido húmicos e escassez de peixes, insetos e plantas aquáticas e submersas, que certamente, levaram os nativos a denomina-los “rios de fome”. Estas característica dizem respeito aos rios de águas: a) esverdeadas; b) barrentas; c) escuras; d) brancas; e) nenhuma das anteriores. Desafio Geográfico O climae sua dinâmica Tempo (meteorológico) é a condição média da atmosfera numa dada porção de tempo e em determinado lugar. De outra forma, clima é a repetição sucessiva dessas condições meteoro- lógicas ao longo de um período (30 a 35 anos) numa determinada área. A temperatura do ar atmosférico, as chuvas, a umidade do ar, as massas de ar, a pressão atmosférica e os ventos são os elementos climáticos que vão caracterizar o clima de um lugar. Estes, por sua vez, apresentam-se de forma diferenciadas de um lugar para outro conforme a influência maior ou menor dos fatores climáticos. A latitude, a altitude, a maior ou menor distância do mar, a cobertura vegetal e as correntes marinhas representam os fatores que vão provocar respostas diferentes daqueles elementos. A influência da latitude A Terra recebe, diariamente, a radiação solar. Esta, por sua vez, atinge a porção do Planeta que está voltada para o Sol. A forma esférica (geóide) da superfície provoca uma diferenciação na recepção da energia solar. Na parte central do Planeta, onde a latitude é menor, verifica-se uma concentração maior dessa energia em função da incidência vertical dos raios. Para além dos trópicos, os raios incidem de forma obliqua. Como conseqüência, nas baixas latitudes as médias térmicas apresentadas por essas regiões são mais altas. Nos Pólos, ao contrário, as temperaturas são muito baixas. A influência da altitude A altitude corresponde a altura de um lugar na superfície terrestre em relação ao nível do mar. É por essa razão que podemos perceber as irregularidades na superfície do nosso Planeta. Acontece que, nas áreas mais baixas (altitude menor), a camada atmosférica sobre essas regiões é mais espessa. O mesmo não se dá nas áreas mais altas (maior altitude) onde o ar é rarefeito. A radiação ultravioleta do Sol atravessa a atmosfera e atinge a superfície da Terra. Quando aquece, a superfície terrestre passa a irradiar calor (infravermelho) para a atmosfera. O calor se difunde na atmosfera através das moléculas dos gases, das partículas sólidas em suspensão (poeira, grãos de pólen, etc.) e da água. Portanto, onde a concentração (densidade) desses fatores for maior, a temperatura do ar atmosférico também será maior. Os locais mais baixos são os que melhor apresentam essas condições. Conclui-se que altitude e temperatura do ar são grandezas inversamente proporcionais. Importante ressaltar que estas circunstâncias são válidas para a baixa camada atmosférica (Troposfera) onde ocorrem os fenômenos climáticos. As regiões de maior altitude vão apresentar climas com médias térmicas mais baixas. Os locais cuja altitude for mais próxima do nível do mar apresentam temperaturas mais altas. A influência dos continentes e dos oceanos A distribuição dos continentes e oceanos exerce influência decisiva sobre a temperatura. “A terra (continente) e a água apresentam diferentes propriedades térmicas e reagem de modo diferente à insolação. A água se aquece e se resfria mais lentamente que o solo. Assim, enquanto a água tem tendência de armazenar o calor que recebe, a terra, por outro lado, rapidamente o devolve à atmosfera” (AYOADE, J. O. Introdução à climatologia para os trópicos. Bertrand, São Paulo, p. 29). Como no Planeta os continentes e as águas oceânicas estão desigualmente distribuídos pelos hemisférios Norte (terras) e Sul (águas), as amplitudes e as médias térmicas serão diferentes. No hemisfério Norte, as médias térmicas no verão atingem os 22,4 °C, enquanto que, no Sul chegam apenas aos 17,1 °C. No inverno do hemisfério Norte, as mínimas térmicas caem para 8,1 °C. No lado Sul as mínimas do inverno ficam em torno dos 9,7 °C. Em razão disso, os verões são mais quentes do lado Norte do Planeta. O inverno é menos rigoroso no hemisfério Sul. A amplitude térmica A diferença entre a máxima temperatura e a mínima temperatura de um lugar é o que chamamos de amplitude térmica. Podemos considerar variações ocorridas num dia, no mês ou no transcorrer de um ano. Ela é um importante parâmetro quando queremos comparar o comportamento dos climas de lugares diferentes. Em alguns, as variações de temperatura do verão para o inverno são bruscas. Em outros lugares, são bem menores. A razão disso pode estar nas diferenças de latitude ou na distância deste lugar para o mar. Nas áreas próximas ao Equador (latitude menor), a insolação é constante ao longo do ano. Por isso, verifica-se, nessas áreas, uma menor diferenciação das temperaturas ao longo do ano. Deferentemente, nos Pólos (latitude maior) ela é extrema. Nessas áreas, há incidência da luz solar no verão. No inverno, porém, ficam em completa escuridão. Razão pela qual a diferença entre as máximas e as mínimas temperaturas (amplitude) é enorme. A distância do mar influencia a temperatura do ar. Em função das características peculiares verificadas entre os corpos sólidos (continentes) e os corpos hídricos, o período verificado entre as máximas e as mínimas temperaturas é diferente. Chaga a ser de um mês nos continentes e dois meses nos oceanos. Isso quer dizer que, na mudança de estação do ano, as médias térmicas desabam naqueles locais que estão mais para o interior dos continentes. Já os localizados ao longo do litoral permane- cem mais estáveis. Isso nos ajuda a compreen- der o efeito continentalidade e o efeito maritimidade. A umidade atmosférica A umidade presente no ar é um dos componen- tes primordiais na caracterização das condições meteorológicas e do clima. Na atmosfera, representa cerca de 2% da sua massa e apenas 4% do seu volume. A quantidade presente na atmosfera varia de lugar para lugar e ao longo do tempo (dia, mês ou estação do ano). Pode estar completamente ausente nas áreas quentes e áridas e fartamente na região equatorial. É um fator decisivo para a ocorrência das precipita- ções e na condensação. Ela desempenha um papel de regulador térmico no sistema Terra- atmosfera, pois absorve tanto a radiação solar quanto a terrestre. A água é transferida da superfície do Planeta para a atmosfera pelo aumento da temperatura. Ela evapora dos solos, dos rios, lagos e mares. A vegetação é outro importante mecanismo que libera água para a atmosfera através de seu processo de transpiração. As precipitações Precipitação é qualquer deposição em forma líquida ou sólida e derivada da atmosfera. Elas podem ser superficiais como a geada, o orvalho e a neblina. Esse tipo de precipitação ocorre em função do comportamento térmico da superfície. Já a chuva, a neve e o granizo, por não depen- derem basicamente do comportamento térmico da superfície do Planeta, são considerados não- superficiais. Ente as formas de precipitações, as pluviométricas são destaques. O tipo convectivo, o ciclônico (frontal) e o orográfico. Na precipitação do tipo convectivo, o fator desencadeador é a ascensão do ar quente. É um tipo de chuva muito intensa, com trovoadas e de duração mais curta que outros tipos de precipitações. As do tipo ciclônica são provocadas pelo contato das massas de ar frias com as quentes. O ar mais quente é forçado à ascensão vertical. As chuvas são menos intensas, porém mais demoradas. À medida que a depressão desloca-se, afeta outras áreas. A precipitação orográfica (de relevo) é provocada pelo deslocamento do ar úmido sobre o terreno inclinado. Evidentemente, essas chuvas dependem da posição da montanha em relação aos ventos, da sua altitude e das condições atmosféricas. 8 Geografia Geral Professor HABDEL 01. (Uerj) O esquema acima representa o contato entre duas massas de ar diferentes. A chuva, resultante desse contato, é denominada: a) ácida; b) frontal; c) orográfica; d) de convecção. 02. (UFC) O comportamento térmico das rochas (meio sólido) é diferente do comportamento térmico da água (meio liquido). Sobre a variação da tempera- tura nos continentes e oceanos, pode-se afirmar corretamenteque: a) em qualquer estação do ano, nos oceanos, as variações de temperatura são mais acentuadas que nos continentes; b) quanto mais uma área continental estiver afastada do oceano ou de sua influência, maiores serão suas oscilações térmicas. Este fenômeno denomina-se continentalidade térmica; c) em função do Hemisfério Norte possuir maior dimensão continental, seus verões são mais frios, e os invernos mais quentes que no Hemisfério Sul; d) dada a existência de um maior volume das massas líquidas no Planeta, há uma igualdade nos valores das ocilações térmicas entre continentes e oceanos; e) as variações de temperatura, nos oceanos, não estão na dependência da distribuição de massas sólidas (continen- tes) e massas líquidas (oceanos), e sim são função da salinidade. 03. (UFC) Sobre os grandes tipos climáticos, assinale a alternativa correta. a) O clima subtropical distingue-se por precipitações reduzidas, evaporação elevada e intensa insolação. b) O clima equatorial caracteriza-se por fracas precipitações e baixas temperaturas. c) O clima tropical caracteriza-se pela existência de quatro estações, médias térmicas baixas e baixas precipitações. d) O clima temperado distingue-se por contrastes sazonais de temperatura, e amplitudes térmicas muito maiores que as dos climas da Zona Intertropical. e) O clima desértico caracteriza-se pela concentração de chuvas no verão e amplitudes térmicas diárias pequenas. Desafio Geográfico A distribuição das chuvas pelo Planeta é bastante irregular. Elas podem variar de lugar para lugar e até mesmo no mesmo lugar de acordo com as estações do ano. Ocorrem em maior quantidade no mar do que sobre os continentes. São abundantes no Equador e moderadas nas médias latitudes. As zonas polares e as subtropicais são relativamente mais secas. Na altura dos trópicos, são mais freqüentes na costa oriental dos continentes e escassas do lado ocidental. Nas vertentes voltadas para o mar (barlavento), ocorrem maiores índices do que naquelas voltadas para o interior (sotavento). Chove mais nas áreas próximas ao mar do que naquelas mais interiorizadas. A circulação das massas de ar “A atmosfera está constantemente em movimen- to. O movimento atmosférico é a soma de dois principais componentes – o movimento em relação à superfície da Terra (isto é, o vento) e o movimento em conjunto com a Terra, ao girar em torno de seu eixo” (AYOADE, J. O. Introdução à climatologia para os trópicos. Bertrand, São Paulo, p. 72). O movimento de rotação da Terra em conjunto com a atmosfera influencia a direção dos ventos sobre a superfície do Planeta. No hemisfério norte, há deflexão desses ventos para a direita. No hemisfério sul, a deflexão ocorre para a esquerda. Por outro lado, o movimento em relação à superfície terrestre dimensiona a movimentação horizontal e a movimentação vertical do ar. Massas de ar são grandes porções de ar que costumam originar-se em áreas extensas e homogêneas, como as planícies, os oceanos e os desertos. Em seu processo de formação, adquirem as características da área de origem (umidade e temperatura). Assim, elas podem ser frias e úmidas, frias e secas, quentes e úmidas e quentes e secas, etc. Ao se deslocarem, as massas de ar levam consigo as características de origem, que vão influenciar as áreas sobre as quais elas estão-se deslocando. Além disso, podem perder as características das áreas de origem e adquirir as características das áreas sobre as quais se deslocam. Fonte: AYOADE, J. O. Introdução à climatologia para os trópicos. Bertrand, São Paulo, p. 101. As correntes marítimas Os oceanos e a atmosfera permanentemente trocam energia e matéria entre si. Nos oceanos, existe a circulação de porções de águas entre os Pólos e o Equador. Esse deslocamento afeta as regiões costeiras. Do Equador para os Pólos, deslocam-se verdadeiros rios de água quente. Essas correntes quentes levam o excesso de calor de suas regiões de origem para as mais frias. Aumentam o volume de evaporação, tornando as regiões litorâneas mais úmidas. Quando uma corrente quente chega aos lugares de maior latitude, diminue-se o rigor climático no inverno. As correntes frias, por sua vez, partindo dos Pólos, contribuem para que as zonas de baixas latitudes não sejam mais quentes do que realmente são. Entretanto tornam os litorais mais secos em função da baixa quantidade de evaporação. Essas águas comportam grandes cardumes de peixes, tornando-as importantes áreas de pesca. Os tipos climáticos Glacial ou polar: é o clima das regiões polares. Caracteriza-se por apresentar temperaturas muito baixas, com médias térmicas em torno de -35°C no inverno e máximas de 10°C no verão. Temperado: ocorre na Europa, na América do Norte, em partes da Ásia, no sul da América do Sul, na Nova Zelândia e em parte da Austrália. Apresenta as estações bem definidas e queda de neve no inverno. A distância ou proximidade do mar explicam os subtipos: Temperado Oceânico, Temperado Continental e Temperado Mediterrâneo. Tropical: clima quente com alguns subtipos: Tropical típico (duas estações bem definidas – verão chuvoso e inverno seco. Ocorre no Brasil central e grande parte da África); Equatorial (clima das áreas próximas do Equador: Amazônia, África e Indonésia. É muito quente, baixas amplitudes térmicas e chuvas abundantes na maior parte do ano); Tropical de Monções (clima do Sul e do Sudeste da Ásia. Caracteriza-se pelas chuvas torrenciais de verão e estiagem no inverno); Tropical de Altitude (apresenta temperaturas médias menos elevadas, devido ao fator altitude). Desértico: apresenta pequena quantidade de chuvas e grande amplitude térmica. Ocorre tanto em áreas tropicais como em áreas temperadas: norte da África (Saara), no Oriente Médio (Neguev), oeste dos EUA e norte do México (Sonora), litoral do Chile e do Peru (Atacama), Austrália (Gibson), sudoeste da África (Kalahari) e noroeste da Índia (Tar). Montanha: não está restrito a uma zona climática. É ligado às grandes altitudes das cadeias montanhosas, como os Andes, o Himalaia, as Rochosas e os Alpes. Caracteriza- se pelo frio e pela presença de neves eternas. Climas de transição: Subtropical (encontrado nas áreas de transição dos tropicais para os temperados. Chuvas bem distribuídas, aumento da amplitude térmica e estações do ano bem definidas. Ocorre no sul do Brasil); Semi-Árido (encontrado em regiões tropicais - Sertão nordestino – como em áreas temperadas – Patagônia na Argentina -, apresenta chuvas escassas e maldistribuídas durante o ano). 9 01. (UFMS) Existem diferentes fatores que influenciam no clima, entre os quais o relevo. Indique qual(is) proposição(ões) que corretamente apresenta(m) a(s) influência(s) do relevo no clima. (01) Variação da temperatura devido à proximidade ou à distância de grandes corpos de água. (02) Influência na concentração de umidade, facilitando ou dificultando as precipitações. (04) Influência na circulação de massas de ar quentes ou frias. (08) Diminuição da temperatura pela altitude; quanto maior a altitude, menos intensa é a irradiação solar e a temperatura. (16) Influência pela latitude; quanto mais longe do Equador, menores são as temperaturas. 02. (UFPR) Considerando que a temperatura da atmosfera depende da insolação, é correto afirmar: a) A atmosfera atua como uma enorme manta protetora que conserva grande parte do calor solar recebido pela Terra. b) Quanto maior a altitude, maior é a quantidade de calor aprisionada pela atmosfera e, conseqüentemente, mais elevada é a temperatura. c) As isotermas da Terra têm uma orientação geral Norte-Sul ou meridiana, porque um dos fatores determinantes da variação da temperatura é a longitude. d) O efeito estufa é um fenômeno atmosférico provocado pela ação humana. e) Nas áreas tropicais e nas áreas polares, as variações anuais detemperatura são mais marcantes do que nas áreas temperadas. 03. (UFJF) Leia o texto: “As populações que vivem nos trópicos recebem luz ultravioleta (UV) suficiente para sintetizar a vitamina D o ano todo. Mas aquelas que vivem em latitudes setentrionais ou meridionais não recebem as quantidades necessárias de radiação UV. Nas zonas temperadas, as pessoas não dispõem de luz UV suficiente para fabricar vitamina D durante um mês por ano; aquelas que vivem mais perto dos pólos, não obtêm luz UV suficiente para sintetizar a vitamina D durante a maior parte do ano.” Fonte: “Scientific American” Brasil, ano 1, n.° 6, novembro de 2002. Pela leitura do trecho acima, podemos AFIRMAR que: a) a incidência da radiação solar interfere somente na vida humana; b) nas latitudes setentrionais, a luz UV incide verticalmente sobre a superfície; c) nas regiões polares a incidência da luz ultravioleta é nula; d) a variação da luz UV recebida pela população é função da cor da pele; e) os raios solares, em altas latitudes, incidem obliquamente sobre a superfície. Desafio Geográfico 10 ROMANTISMO (parte II) POETAS DA SEGUNDA GERAÇÃO 1. ÁLVARES DE AZEVEDO Nascimento e morte – Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasce em São Paulo, em 12 de setembro de 1831, onde falece em 25 de abril de 1852. Direito – Depois dos estudos primários e secundários no Rio de Janeiro, volta para São Paulo (1848) e matricula-se no curso de Di- reito. Na faculdade, faz parte da Sociedade Epicuréia, fundada em 1845 para difundir, no Brasil, a existência de Byron. Sonho e evasão – O desejo de morte, com tendência para o sonho e para a evasão, é a característica central de sua poesia. Veja uma estrofe de um dos poemas mais conhecidos do autor, Lembrança de morrer: Descansem o meu leito solitário Na floresta dos homens esquecida, À sombra de uma cruz, e escrevam nela: – Foi poeta – sonhou – e amou na vida. Poesia madura– Apesar da vida breve, Ál- vares de Azevedo é, talvez, o mais maduro dos poetas da Segunda Geração Romântica, quer pela qualidade literária de seus versos, quer pela erudição que sobressai nos temas abordados. Timidez – A leitura dos contos de Noite na Taverna faz supor um poeta boêmio, cons- tantemente ébrio e ligado a mulheres. Total engano: Álvares de Azevedo é tímido, quieto, dedicado aos livros e à poesia. As mulheres, ele as cria nos recônditos da imaginação, talvez para combater o tédio e acalmar a li- bido. Em Lembrança de morrer, o poeta confessa que apenas sonhou com virgens: Se uma lágrima as pálpebras me inunda, Se um suspiro nos seios treme ainda É pela virgem que sonhei... que nunca Aos lábios me encostou a face linda! Morte aos vinte – Aos vinte anos, morre viti- mado pela tuberculose, não vendo reunidos em livro os poemas de Lira dos Vinte Anos. Poemas famosos – Lembrança de Morrer, Se eu Morresse Amanhã, Idéias Íntimas, Virgem Morta. OBRAS 1. Lira dos Vinte Anos (1853, poesia) 2. Noite na Taverna (1855, contos fantásticos e macabros. Numa taverna, em noite es- cura de tormenta, entre mundanas, bêba- das e adormecidas, jovens boêmios (Sol- fieri, Johann, Gennaro, Bertran, Hermann e Arnold) contam casos escabrosos como se os tivessem vivido). 3. Macário (1855, teatro. Diálogo entre Satã e Penseroso, tendo por centro os vícios e desatinos da cidade de São Paulo). 4. Pedro Ivo (1855, poema épico). 5. Conde Lopo (1886, poema dramático). AMOSTRA POÉTICA Soneto Pálida à luz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia! Era a virgem do mar, na escuma fria Pela maré das águas embalada! Era um anjo entre nuvens d’alvorada Que em sonhos se banhava e se esquecia! Era mais bela! O seio palpitando... Negros olhos as pálpebras abrindo... Formas nuas no leito resvalando... Não te rias de mim, meu anjo lindo! Por ti – as noites eu velei chorando, Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo! 2. FAGUNDES VARELA Nascimento e morte – Luís Nicolau Fagundes Varela nasce na Fazenda Santa Rita, município de Rio Claro, Rio de Janeiro, em 17 de agosto de 1841. Morre em Niterói, em 1875. Infância peregrina – Passa a infância em vá- rios lugares: Catalão (Goiás), Angra dos Reis, Petrópolis e Niterói. Direito e boêmia – Aos dezoito anos, ingres- sa na Faculdade de Direito de São Paulo. Pre- fere, entretanto, a vida boêmia aos estudos. Envolvimento com Alice – Em 1862, conhe- ce Alice, uma artista de circo. Casa-se com ela e, no ano seguinte, nasce-lhe o filho Emi- liano. Varela faz, então, de Emiliano o seu motivo de vida correta: deixa a boêmia, volta aos estudos e ameaça trabalhar. Morte do filho – Infelizmente, o filho morre aos seis meses de idade, inspirando-lhe o célebre poema Cântico do Calvário, que co- meça assim: Eras na vida a pomba predileta Que sobre um mar de angústias conduzia O ramo da esperança. – Eras a estrela Que entre as névoas do inverno cintilava Apontando o caminho ao pegureiro. Eras a messe de um dourado estio. Eras o idílio de um amor sublime. Eras a glória, – a inspiração, – a pátria, O povir de teu pai! – Ah! no entanto, Pomba, – varou-te a flecha do destino! Astro, – engoliu-te o temporal do norte! Teto, – caíste! – Crença, já não vives! Morte de Alice – Em 1865, vai estudar Direito em Recife. A morte da esposa, todavia, faz que retorne a São Paulo. Natureza – Varela destaca-se pela poesia com cheiro de campo e de exaltação da na- tureza. Veja uma estrofe do poema A Flor do Maracujá: Por tudo o que o céu revela! Por tudo o que a terra dá Eu te juro que minh'alma De tua alma escrava está!... Guarda contigo esse emblema Da flor do maracujá! Decadência – Após a morte do filho, deixa- se levar pela decadência física, pelo alcoolis- mo e pela inadaptação social. Poesia variada – Faz uma poesia variada, densa, aproximando-se ora do byronianismo de Álvares de Azevedo, ora da ingenuidade de Casimiro de Abreu. Literatura Professor João BATISTA Gomes Caiu no vestibular 01. (FGV) Assinale a afirmativa INCORRETA a respeito do Arcadismo. a) A temática amorosa árcade apresenta- se como expressão de contenção emocional e da simplicidade da vida pastoril. b) Revigorando a estética clássica, o Arcadismo enfatiza o racionalismo, o bucolismo e a mitologia greco-romana. c) O herói árcade não é um guerreiro fisicamente poderoso. Personifica o pastor de vida simples, natural e dedicado ao trabalho. d) No Arcadismo, a natureza torna-se também personagem, cúmplice do sujeito poético e totalmente integrada às suas emoções. e) Os poemas árcades Uraguai e Caramuru antecipam a temática indianista, posteriormente revigorada pelo ideal nacionalista romântico. 02. (FGV) Leia com atenção a crítica de Alfredo Bosi sobre a obra de Gonçal- ves Dias:. [...] é preciso ver na força do Gonçalves Dias indianista o ponto exato em que o mito do bom selvagem, constante desde os árcades, acabou por fazer-se verdade artística. (Bosi, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 3. ed. São Paulo: Cultrix, 1981. p. 115.) Agora leia os versos citados abaixo e assinale a alternativa em que Gonçal- ves Dias NÃO retrata o perfil do herói nacional a que se refere Alfredo Bosi: a) Andei longes terras, lidei cruas guerras, Vaguei pelas serras Dos vis aimorés b) Um velho Timbira, coberto de glória, guardou a memória do moço guerreiro, do velho Tupi! c) Adeus qu’eu parto, senhora; Negou-me o fado inimigo Passar a vida contigo d) Viu primeiro os íncolas Robustos, das florestas, Batendo os arcos rígidos e) Tamoio nasceste, Valente serás. (p. 89) (DIAS, Gonçalves. Poemas. 14. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996.) Desafio literário Poemas famosos – Cântico do Calvário (ele- gia em versos brancos dentro de Cantos e Fantasias), A Flor deMaracujá. OBRAS 1. Noturnas (1861, poesia) 2. O Estandarte Auriverde (1863, poesia) 3. Vozes da América (1864, poesia) 4. Cantos e Fantasias (1865, poesia, obra máxima do autor) 5. Cantos do Ermo e da Cidade (1869, poesia) 6. Anchieta ou O Evangelho nas Selvas (1875, poema em dez cantos) 7. Cantos Meridionais (1869, poesia) 8. Cantos Religiosos (1878, poesia) 3. CASIMIRO DE ABREU Nascimento e morte – Casimiro José Marques de Abreu nasce na Barra de São João, Rio de Janeiro, em 4 de janeiro de 1839, onde morre, vitimado pela tuberculose, em 18 de outubro de 1860. Comerciante – Por imposição do pai, não se faz bacharel; faz-se comerciante. Simplicidade e ingenuidade – Casimiro de Abreu é dos poetas mais apreciados de nos- sa literatura, graças à simplicidade e à inge- nuidade de seus versos. Única obra – Produziu um único livro de poemas: Primaveras (poesias, 1859). Saudade – Quase todos os seus poemas convergem para um único tema: saudade (da infância, da família ou da pátria). Veja a primeira estrofe de Meus oito Anos: Oh! que saudades que eu tenho Da aurora de minha vida Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! Amor e medo – No poema Amor e Medo, o poeta sintetiza o drama dos poetas da Segun- da Geração: tinham muito amor, mas tinham medo de amar: Quando eu te fujo e me desvio cauto Da luz de fogo que te cerca, oh! bela, Contigo dizes, suspirando amores: “– Meu Deus! que gelo, que frieza aquela!” Como te enganas! meu amor é chama Que se alimenta no voraz segredo, E se te fujo é que te adoro louco... És bela – eu moço; tens amor – eu medo!... JUNQUEIRA FREIRE Nascimento e morte – Luís José Junqueira Freire nasce em Salvador, Bahia, em 31 de dezembro de 1832, onde falece em 24 de junho de 1855. Ordem Beneditina – De frágil constituição, após estudos irregulares das primeiras letras, matricula-se no Liceu Provincial, de onde saiu para ingressar na ordem Beneditina. Decepção religiosa – Em 1854, depois de um ano de sacerdócio, abandona o hábito, voltando para a casa paterna. Passa a dedi- car-se à elaboração de sua obra poética. Fa- lece no ano seguinte, deixando apenas dois livros. Dramas interiores – Nessa vida brevíssima, os acontecimentos são todos interiores: a infelicidade na vida familiar, as ilusões sobre a vocação monástica, as dúvidas e as angús- tias que o levam a fazer declaração de amor à morte: Amei-te sempre: – e pertencer-te quero Para sempre também, amiga morte. Quero o chão, quero a terra – esse elemento Que não se sente dos vaivéns da sorte Céu x inferno – É comum, nos poemas de Junqueira Freire, a confusão entre o sagra- do e o profano. E para um monge benediti- no, é estranho que, de vez em quando, quei- ra morrer e ir para o inferno. Poemas famosos – Morte, Desejo. OBRAS: 1. Inspirações do Claustro (poesias, 1855) 2. Contradições Poéticas (poesias, ?) POETAS DA TERCEIRA GERAÇÃO 1. CASTRO ALVES Nascimento e morte – Antônio Frederico de Castro Alves nasce em 14 de março de 1847, na Fazenda Cabaceiras, Curralinho (hoje Castro Alves), interior da Bahia. Falece em Salvador, em 6 de julho de 1871. Órfão de mãe – Em 1859, é matriculado no Ginásio Baiano, dirigido por Abílio Borges, on- de também estudou Rui Barbosa. Neste ano, fica órfão da mãe (vítima da tuberculose). Direito em Recife – Em 1862, muda-se para Recife, onde inicia a Faculdade de Direito. Dupla fama – Em 1866, o talento de Castro Alves já é reconhecido em Recife. Duas famas: de poeta inflamado e de conquistador fogoso. Eugênia Câmara – Ainda em 1866, morre o pai do poeta em Salvador. Em Recife, tem início o romance do poeta com a atriz portu- guesa Eugênia Câmara. Sucesso no teatro – Em 1867, Castro Alves e Eugênia Câmara apresentam, com sucesso, a peça Gonzaga ou A Revolução de Minas. Alencar e Machado – Em 1868, Castro Alves e Eugênia, a caminho de São Paulo, passam pelo Rio de Janeiro, onde o poeta lê sua pe- ça para José de Alencar e é apresentado a Machado de Assis. Acidente – Em São Paulo, o poeta engaja-se na vida literária e intelectual da cidade, reto- mando o curso de Direito. No fim de 1868, separa-se definitivamente de Eugênia Câmara e sofre um acidente de tiro. Pé amputado – Em 1869, Castro Alves tem o pé esquerdo amputado no Rio de Janeiro. Frágil e doente, regressa à Bahia. Primeiro livro – Em 1870, publica Espumas Flutuantes (poesias). Morte – Vitimado pela tuberculose, Castro Alves morre em 1871, na Bahia, aos vinte e quatro anos de idade. Características – Características centrais de sua poesia: lirismo (amoroso e erótico) e abolicionismo. Poemas famosos – O Adeus de Teresa, Boa-Noite, Adormecida, Navio Negreiro, Vozes d'África, O Livro e a América. OBRAS: 1. Espumas Flutuantes (1870, poesias líricas) 2. Gonzaga ou a Revolução de Minas (1876, teatro) 3. A Cachoeira de Paulo Afonso (1876, poema narrativo antiescravista) 4. Os Escravos (1833, poesia social, obra máxima do autor) 11 Vozes d’África Castro Alves Deus! ó Deus! onde estás que não respondes? Em que mundo, em qu'estrela tu t’escondes Embuçado nos céus? Há dois mil anos te mandei meu grito, Que embalde desde então corre o infinito... Onde estás, Senhor Deus?... 1. ESTROFE – Todo o poema Vozes d’África é composto de estrofes de seis versos (sextilhas). 2. MÉTRICA – Todas as estrofes do poema apresentam versos com a seguinte métrica: a) Versos maiores: 10 sílabas (decassílabos). b) Versos menores: 6 sílabas (hexassílabos). REGULARIDADE – Pode-se concluir, pois, que o poema apresenta regularidade métri- ca: todas as estrofes mantêm a métrica exi- bida na primeira. 3. RIMAS – A análise das rimas deve ser feita em cada estrofe. Na primeira, acima exposta, temos: a) Rimas pobres: todas (as palavras que rimam têm a mesma classe gramatical). b) Rimas femininas: todas (as palavras que rimam são paroxítonas). c) Rimas perfeitas: respondes/escondes; grito/infinito (as palavras apresentam perfeição sonora a partir da vogal da sílaba tônica). d) Rimas imperfeitas: céus/Deus (as palavras apresentam imperfeição sonora: céus = som aberto; Deus = som fechado). 4. FIGURAS DE LINGUAGEM – A estrofe em questão contém as seguintes figuras de linguagem: a) Apóstrofe: o mesmo que vocativo. A estrofe inicia-se com um chamamento: “Deus! ó Deus!”. b) Prosopopéia: o poema inteiro representa a “voz da África”, ou seja, o poeta transforma o Continente Africano em ser pensante, dando-lhe vida, ação, movimento e voz. 5. VOCABULÁRIO – O poema exibe um vocabulário condizente com texto literário. Na estrofe em questão, merecem cuidado: a) Embalde: o mesmo que “debalde”: inutilmente, em vão. b) Embuçado: o mesmo que “rebuçado”: encoberto, escondido, oculto. Leitura obrigatória ACUÑA, Cristóbal de. Informes de jesuítas em el amazonas: 1660-1684. Iquitos - Peru, 1986. ADALBERTO Prado e Silva et al. Dicionário brasileiro da língua portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 1975. ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Dicionário de questões vernáculas. 3. ed. São Paulo: Ática, 1996. ARRUDA, José Jobson de A. et ali. Toda a História: História geral e História do Brasil, 8. ed. São Paulo: Editora Ática, 2000. BECHARA, Evanildo. Gramática portuguesa. 31. ed. São Paulo: Nacional, 1987 CARVAJAL, Gaspar de. Descobrimento do rio de Orellana. São Paulo: Nacional, 1941. COELHO, Marcos A. ; TERRA, Lygia. Geografia Geral. O espaço natural e socioeconômico. Moderna, 2001. COELHO, Marcos de Amorim. Geografia do Brasil - 5. ed. São Paulo: Moderna, 2003. HOORNAERT, Eduardo (Coord.). Comissão de Estudos da Igreja na América Latina. História da Igreja na Amazônia. Petrópolis-RJ: Vozes, 1992. MAGNOLI, Demétrio;
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