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Oficiais da 
Coluna Pr
estes, movim
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licerces da 
Repúbliva V
elha
Vista aérea da parte central de Manaus
•• História – República Velha
(1889–1930) pg. 02
•• História – Roma pg. 04
•• Geografia – As classificações do
relevo amazônico pg. 06
•• Geografia – O clima e sua
dinâmica pg. 08
•• Literatura – Romantismo 2 pg. 10
República velha (1889–1930)
REPÚBLICA DA ESPADA (1889-1894)
Exército no poder – Período em que o Brasil foi
governado pelos militares. Tivemos dois
presidentes: 
• Deodoro da Fonseca (1889–1891).
• Floriano Peixoto (1891–1894).
1. ENCILHAMENTO
• Ministro da Fazenda: Rui Barbosa.
• Meta: industrialização.
• Política emissionista: emissão de grande
quantidade de papel-moeda sem lastro-ouro.
• Conseqüências: inflação galopante;
especulação financeira.
2. CONSTITUIÇÃO DE 1891
• Foi elaborada por uma Assembléia Constituinte.
• Estabeleceu como forma de governo a
República; como sistema de governo o
Presidencialismo.
• Sofreu forte influência dos Estados Unidos. O
País passou a chamar-se República dos
Estados Unidos do Brasil.
• Transformou o Brasil em federação composta
de 20 estados autônomos. 
• Impôs o voto universal (direto) e descoberto
(aberto) para todos os cidadãos maiores de 21
anos. Não podiam votar analfabetos, mulheres,
mendigos, praças de pré e religiosos de ordem
monástica.
• Adotou a divisão em três Poderes: Executivo,
Legislativo e Judiciário.
• Promoveu a separação entre a Igreja Católica
e o Estado.
Observação – O presidente da República era
eleito para um mandato de 4 anos, vedada a
reeleição.
OLIGARQUIAS NO PODER (1894–1930)
• Primeiro presidente: Prudente de Morais.
• Ultimo presidente: Washington Luís.
POLÍTICA DO CAFÉ-COM-LEITE
Política de São Paulo com Minas Gerais, na
esfera nacional. Minas: produtor de leite; São
Paulo: produtor de café. Essa política marcou
toda a República Velha, alternando presidentes
mineiros e paulistas no poder.
CORONELISMO
Fenômeno social e político típico da Republica
Velha, caracterizado pelo prestígio do político e
por seu poder de mando. O chefe político local
ou regional era maior ou menor de acordo com
o número de votos por ele controlado.
POLÍTICA DOS GOVERNADORES
Teve início no governo Campos Sales (1898-
1902). Consistia numa troca mútua de favores
entre os governadores estaduais e o Governo
Federal. Por acordo, ficou determinado que os
grupos políticos que governavam os Estados
dariam total apoio ao Governo Federal, que, em
troca, só reconheceria a vitória dos deputados
que pertencessem ao grupo. Como conseqüên-
cia, formaram-se as oligarquias estaduais.
Observação – Os candidatos que não fizessem
parte dessa política seriam "degolados", ou seja,
não seriam reconhecidos como vitoriosos.
3. FUNDIN LOAN [empréstimos de fundos]
(1898)
Realizado no governo de Campos Sales, pelo
ministro da Fazenda Joaquim Murtinho. 
Estabeleceu um acordo da dívida externa com
os banqueiros ingleses do grupo Rotschild. A
negociação estabelecia:
• Suspensão do pagamento dos juros por três
anos.
• Novo empréstimo no valor de 10 milhões de
libras esterlinas.
• Treze anos para o Brasil iniciar a amortização.
• Hipotecas do prédio da alfândega do Rio de
Janeiro e da estrada de ferro Central do Brasil
como garantia de pagamento.
4. CONVÊNIO DE TAUBATÉ (1906)
Acordo assinado no governo de Rodrigues
Alves (1902-1906). As principais oligarquias
reuniram-se em Taubaté (SP) a fim de tomar
decisões importantes sobre a produção
cafeeira. Participaram desta reunião os
representantes de São Paulo, de Minas Gerais e
do Rio de Janeiro.
O Governo Federal deveria comprar a produção
excedente de café, realizando a estocagem
dessa produção e se fosse preciso, a queima
dos estoques.
Objetivo: valorizar o café, evitando a queda nos
preços.
5. MOVIMENTOS SOCIAIS
a) GUERRA DE CANUDOS (1894–1897)
• Revolta ocorrida no Sertão da Bahia, no
governo de Prudente de Morais. Estava ligada
às condições econômicas do Nordeste, ao
messianismo e ao misticismo religioso como
saída para a miséria.
• Líder: beato Antônio Mendes Maciel,
conhecido como Antonio Conselheiro.
• Movimento marcado pelo messianismo
religioso.
• Objetivo: luta pela terra e pela criação de uma
comunidade igualitária.
• Esta revolta inspirou Euclides da Cunha a
produzir a obra Os Sertões.
b) CANGAÇO
• Bandos armados que buscavam riquezas por
meio de assaltos às fazendas, saques a
armazéns e a vilas.
• Esses cangaceiros formavam o que se
convencionou chamar de "banditismo social":
forma de luta que extrapolou a República
Velha, chegando à Era Vargas, nos anos de
1940. Dentre os vários lideres de grupos de
cangaço, merecem destaque: Capitão
Antonio Silvino, Capitão Virgulino (Lampião) e
Corisco.
c) GUERRA DO CONTESTADO (1912–1916)
• Revolta que teve início no governo Hermes da
Fonseca (1910–1912) e foi sufocada no
governo Venceslau Brás (1914–1918) nos
limites entre Paraná e Santa Catarina.
• Características semelhantes à Guerra de
Canudos: religiosidade, misticismo, messia-
nismo e luta pela terra.
• Lideres: monges João e José Maria.
d) REVOLTA DA CHIBATA
• Aconteceu no governo Hermes da Fonseca. 
• Revolta no Batalhão Naval, no Rio de Janeiro,
em 1910.
• Foi comandada pelo marinheiro João Cândido,
conhecido como “Almirante Negro".
• Causas da revolta: maus-tratos (surras de
chibata) que sofriam os marinheiros.
• Os rebeldes, sob o comando do negro João
2
Inédito no Brasil, o Amazonas vai dispor, a
partir deste ano, do primeiro programa de
pós-graduação em Clima e Ambiente. A
ser oferecido em nível de mestrado e de
doutorado, o programa é resultado de um
convênio entre Universidade do Estado do
Amazonas (UEA) e Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia (Inpa).
O foco central do Programa, que conta com
a parceria de instituições como Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado do
Amazonas (Fapeam), Sistema de Proteção
da Amazônia (Sipam), Embrapa,
Universidade Federal do Pará (UFPA),
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE), Universidade de São Paulo (USP),
Fundação Getúlio Vargas (FGV), entre
outras, será o estudo avançado das inter-
relações dos fenômenos climáticos com os
processos ambientais que movimentam os
biomas amazônicos. 
De acordo com o diretor do Centro de
Estudos Superiores do Trópico Úmido e
coordenador do Programa pela UEA,
Marcílio de Freitas, questões como a
importância da Amazônia na estabilidade
climática regional e planetária, impactos
dos desmatamentos no clima local e
regional e os efeitos das chuvas na
Região Amazônica carecem de pesquisas
mais amplas ou complementares. 
A proposta é construir novos modelos
integrados dos sistemas climático e
ambiental, além de aprimorar os já
existentes, gerados nas últimas décadas
pelo Inpa e pelo projeto LBA (Experimento
de Escala da Biosfera – Atmosfera na
Amazônia). Os resultados dessas
pesquisas, explica Marcílio, serão utilizados
no aperfeiçoamento do planejamento e da
formulação de políticas públicas voltadas
para melhor ocupação e uso dos biomas
amazônicos; melhoria da qualidade de vida
dos povos da Região e institucionalização
de uma política científica e tecnológica
comprometida com a questão ambiental.
Aprovada pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior do Ministério da Educação (MEC)
com nota 4, a Pós-Graduação em Clima e
Ambiente vai abrir processo seletivo em
2007. Serão disponibilizadas, anualmente,
15 vagas para mestrado e 10 vagas para
doutorado, com previsão de início em
agosto.
Serão duas as áreas de concentração do
programa (Ecossistemas amazônicos e
Física do Clima), subdivididas em seis
linhas de pesquisa.
Clima e ambiente
amazônicos serão tema
de pós-graduação da
UEA e Inpa
História
Professor DILTON Lima
Candido, apoderaram-sede dois navios de
guerra da marinha: os encouraçados São
Paulo e Minas Gerais. Eles exigiam o fim dos
castigos corporais, a melhoria nos soldos e
redução da jornada de trabalho. Se as
reivindicações não fossem atendidas, o Rio
de Janeiro seria bombardeado.
• O governo fingiu que negociaria com os revol-
tosos, mas optou por sufocar o movimento,
condenando o líder João Cândido à prisão.
e) REVOLTA DA VACINA
• Marcou o governo Rodrigues Alves. Ocorreu
no Rio de Janeiro, em 1904.
• Esteve ligada às condições de vida da popula-
ção: desemprego, péssimas condições de
moradia, saneamento, fome, etc.
• Destaque para o sanitarista Oswaldo Cruz,
defensor das campanhas de vacinação
obrigatória.
• Foi instituída a Lei da Vacina (pivô da revolta; o
povo, de modo geral, ficou contra a obrigato-
riedade da vacinação instituída pela Lei da
Vacina).
f) REVOLTA DO JUAZEIRO
• Ocorreu no Ceará, no sertão do Cariri, em
1914. Confronto armado entre as oligarquias
cearenses, dominadas pela família Accioly, e o
Governo Federal. O conflito originou-se da
interferência do poder central na política
estadual, nas primeiras décadas do século XX.
• Foi liderada pelo padre Cícero e apoiada
pelos coronéis que protestavam contra o
interventor do Ceará, imposto pelo presidente
Hermes da Fonseca.
• Prevaleceu, no fim do conflito, a vitória dos
sertanejos liderados pelo padre Cícero. Os
Accioly voltaram a comandar o Ceará; o
padre Cícero, a cidade de Juazeiro.
6. CRISE DA REPÚBLICA OLIGÁRQUICA
(anos de 1920)
• Realização da Semana de Arte Moderna (1922).
• Criação do PCB (1922).
• Deflagração do Tenentismo.
• Crise mundial de 1929.
7. TENENTISMO
• Movimento da jovem oficialidade brasileira de
contestação às apodrecidas instituições da
República Velha.
• Tinha caráter elitista; os jovens oficiais
preparavam-se na Escola Militar de Realengo,
no Rio de Janeiro.
• Acreditavam que o caminho para salvar a
pátria era a tomada do poder.
• Os tenentes indispuseram-se com a alta
oficialidade e acusaram a cúpula do exército
de estar a serviço das oligarquias dominantes.
• Os tenentes, apesar da preocupação com a
miséria popular, não acreditavam que o povo,
despreparado, fosse capaz de lutar pelos
próprios interesses. À frente da luta deveriam
estar, portanto, os jovens oficiais.
8. PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES
TENENTISTAS:
a) REVOLTA DO FORTE DE COPACABANA
(1922)
Foi a primeira manifestação armada tenentista.
Travada na praia de Copacabana, marcou o fim
do governo de Epitácio Pessoa. O objetivo era
evitar a posse de Artur Bernardes. No confronto
com as forças do governo, morreram 16 oficiais,
sobrevivendo apenas os tenentes Siqueira
Campos e Eduardo Gomes que, mais tarde,
participariam de outros movimentos tenentistas.
Esta revolta ficou conhecida como “Os 18 do
Forte”.
b) REVOLUÇÃO PAULISTA DE 1924
• No segundo aniversário da primeira revolta
tenentista, explode, em São Paulo, outra
manifestação armada dos tenentes. Dessa
manifestação, o movimento expandiu-se para
o Norte e Nordeste do País. Os tenentes
tomaram varias cidades brasileiras, entre elas
Natal, Belém, Santarém, Óbidos e Manaus.
c) COLUNA PRESTES (1924–1927)
• Representou o ponto culminante da luta
armada da jovem oficialidade. Teve como líder
Luís Carlos Prestes. Percorreu cerca de 25 mil
quilômetros de Sul a Norte. Tinha por objetivo
conscientizar a população brasileira do perigo
que representavam para o País as oligarquias
dominantes. Propunha salvar o Brasil pela
entrega do poder aos tenentes.
Exercícios
01. (FGV) (...) tem-se ressaltado o [seu]
caráter espontâneo (...) e não há motivo
para se rever o fundo dessa
qualificação. A ausência de um plano,
de uma coordenação central, de
objetivos pré-definidos é patente. Os
sindicatos têm restrito significado; o
Comitê de Defesa Proletária – expressão
da liderança anarquista e em menor
escala socialista – não só se forma no
curso do movimento como procura
apenas canalizar reivindicações. O
padrão de agressividade da greve
relaciona-se com o contexto
sociocultural de São Paulo e com a
fraqueza dos órgãos que poderiam
exercer funções combinadas de
representação e controle. (Boris Fausto,
Trabalho urbano e conflito social)
O texto faz referência
a) à Greve Geral de 1917.
b) à Greve pelas oito horas de 1907.
c) à Intentona Comunista de 1935.
d) à Revolução Constitucionalista de 1932.
e) ao Levante Tenentista de 1924.
02. (FGV) A cidade é um monstro onde as
epidemias se albergam dançando
"sabats" magníficos, aldeia melancólica
de prédios velhos e alçapados, a des-
cascar pelos rebocos, vielas sórdidas
cheirando mal."
("Nosso Século". São Paulo: Abril
Cultural/Círculo do Livro,1985, v. 1, p. 37.)
Era dessa forma que o jornalista Luiz
Edmundo descrevia o Rio de Janeiro
no começo do século XX. De fato, em
1904 eclodia na cidade a chamada
Revolta da Vacina. Essa rebelião
popular foi provocada:
a) pelo profundo descontentamento com a
epidemia de dengue que afligia a
cidade.
b) pela decisão do governo de limitar a
importação de vacinas contra a febre
amarela.
c) pela recusa do governo de promover a
vacinação contra a peste bubônica.
d) pelo cancelamento da vacinação contra
a paralisia infantil.
e) pelo decreto que tornava obrigatória a
vacinação contra a varíola.
3
Desafio
Histórico
01. (PUCSP) A Constituição brasileira de 1891
a) permitiu a plena democratização do País,
com a superação do regime militar.
b) criou um quarto poder, o Moderador, que
atribuía plenos poderes ao Imperador.
c) separou o Estado, agora republicano, da
Igreja Católica.
d) manteve a permissão para a existência de
mão-de-obra escrava.
e) eliminou os resquícios autoritários do
varguismo.
02. (UFPR) Movimento político que defende a
auto-organização baseada no consenso e
na cooperação entre os mais diversos
membros da sociedade, somando-se a
isso a abolição do Estado, ou seja, do
domínio político que se apóie no princípio
dirigentes/ dirigidos, representantes/
representados, o anarquismo desempe-
nhou um papel importante na história dos
movimentos sociais. Sobre esse
movimento no Brasil, é correto afirmar:
a) Apesar da forte repressão desencadeada
pelas autoridades policiais no governo
Vargas, os anarquistas lograram criar seu
próprio partido, denominado Aliança
Libertadora Nacional.
b) O anarquismo liderou o movimento
estudantil entre 1964 e 1969, tendo sido
reprimido pelos agentes de segurança do
regime militar.
c) Nos dias atuais, os anarquistas se aliam às
correntes neoliberais, que também
defendem a redução ou mesmo ausência
dos aparelhos de Estado.
d) Formado por imigrantes, o anarquismo
defendia a ação direta, sendo responsável
pela liderança das principais greves nas
duas primeiras décadas do século XX, cujo
objetivo era redução da jornada de trabalho
e melhores condições de trabalho.
e) Deslocando-se do meio urbano para o
meio rural, os anarquistas aderiram às
marchas contra o sistema capitalista, que
mais tarde seriam denominadas de
"Coluna Prestes".
03. (UFV) Analise o seguinte texto:
"É um fenômeno descrito como sendo o
predomínio político exercido pelos
fazendeiros nas áreas sob a sua influência
econômica e social. Suas raízes se
encontram na estrutura fundiária brasileira,
a partir da República Velha, baseada no
latinfúndio e na concentração da
propriedade rural em mãos de poucas
famílias. Pode-se notar sua permanência
em grande parte no interior brasileiro,
onde as populações ainda seguem a
orientação dos políticos locais, geralmente
identificados com a propriedade da terra."
Esse texto faz referência a qual
fenômeno político?
a) Messianismo.
b) Coronelismo.
c) Convênio de Taubaté.
d) Política do café-com-leite.
e) Política dos governadores.
Roma
A FUNDAÇÃO DE ROMA
A cidade de Roma foi fundada no século IX a.C.,
na península Itálica, cortadapelos rios Pó, Tibre
e Arno. Os fundadores de Roma foram os latinos
e os sabinos que viviam da atividade pastoril.
Depois, imigraram, também, os gregos, os
etruscos e os gauleses. Segundo o poeta
Virgílio, na obra Eneida, Roma foi fundada pelos
irmãos Rômulo e Remo.
A MONARQUIA (753–509 a.C.)
Na Monarquia, o rei era escolhido por uma
Assembléia Curial e tinha o poder limitado pelo
Senado. A Assembléia Curial era formada por
cidadãos em idade militar e tinha como função:
escolher o rei, elaborar e votar as leis. O Senado
(Conselho de Anciãos) era um órgão consultivo,
cabendo aprovar ou rejeitar as leis elaboradas
pelo rei.
A sociedade romana era dividida em classes
sociais:
Patrícios – Aristocratas privilegiados politica-
mente, os únicos que podiam ocupar cargos
políticos, religiosos e militares.
Plebeus – Homens livres, mas não possuíam
direitos políticos, religiosos ou militares.
Constituíam-se de pequenos agricultores,
pastores, comerciantes e artesãos.
Clientes – Estrangeiros que viviam sob a
proteção dos patrícios. Em troca, pagavam-lhes
tributos maiores.
Escravos – Originados dos povos
conquistados, formavam grupo reduzido.
Economia
Base agropastoril – Nessa fase, a economia
tinha base agropastoril e girava em torno de
uma indústria doméstica (armas e utensílios).
Era suficiente para atender às necessidades
mais imediatas da população, e toda a
produção era dirigida para o controle local.
Fim da realeza – O rei e a aristocracia entraram
em choque, em 509 a.C., provocando o fim da
realeza. Tarquínio, o “Soberbo”, de origem
etrusca, foi deposto por um golpe dado pelos
patrícios, descontentes com a inferência desse
rei no poder legislativo.
A REPÚBLICA
Os patrícios que se revoltaram implantaram, em
Roma, uma república oligárquica que se
estendeu até 27 a.C. Nesse período, organizou-
se uma magistratura:
Cônsules – Em número de dois, comandavam
o exército, convocavam o Senado e presidiam
os cultos públicos.
Pretor – Responsável pela execução das leis e
da justiça.
Censor – Elaborava o censo com base nas
riquezas e vigiava as condutas dos cidadãos.
Questor – Responsável pela área financeira.
Edis – Responsáveis pelo policiamento, pelo
abastecimento e pela preservação das cidades.
Senado – Órgão com maior poder, composto
por 3 mil senadores vitalícios. Elaboravam as
leis, cuidavam de questões religiosas,
conduziam a política externa, administravam as
províncias, participavam da escolha do ditador.
Ditador – Eleito para um mandato de seis
meses, em época de guerra.
Havia três Assembléias:
Curial – Examinava os assuntos religiosos.
Tribal – Responsável pela nomeação dos
Questores e Edis.
Centurial – Composta pelos centúrias, grupos
militares encarregados de votar as leis e eleger
os magistrados.
As lutas entre patrícios e plebeus
Esses conflitos tiveram início quando os plebeus
formaram um exército próprio e retiraram-se para
o Monte Sagrado: eles reivindicavam direitos
políticos. Os patrícios, por outro lado, precisavam
dos plebeus nas atividades da guerra (militares e
econômicas). Por isso, aceitaram as
reivindicações dos plebeus e instituíram os
tribunos da plebe, que podiam vetar leis que
considerassem contrárias aos interesses da
classe representada.
As leis escritas também foram conquistas da
plebe. Foram elaboradas: 
a) Lei das Doze Tábuas: as primeiras leis
escritas comuns a todos. 
b) Lei Canuléia: permitiu o casamento entre
patrícios e plebeus. 
c) Lei Licínia: aboliu a escravidão por dívida e
garantiu direitos políticos iguais entre patrícios
e plebeus. 
d) Lei Ogúlnia: permitiu direitos religiosos iguais
entre patrícios e plebeus.
As conquistas romanas 
Cartago e Macedônia – No momento em que se
deu a unificação da Itália pelos romanos, duas
grandes potências dominavam o Mediterrâneo:
no Ocidente, Cartago (império marítimo); no
Oriente, Macedônia (império continental).
O interesse maior de Roma era controlar todo o
Mediterrâneo, e o seu maior empecilho era
Cartago (antiga colônia fenícia localizada ao norte
da África) sua grande rival. 
Cartago tinha o solo bastante fértil e bem
cultivado. Eles haviam alcançado alto nível
tecnológico no setor produtivo agrário, artesanal
e comercial, o que lhes permitiu prosperidades
econômicas. O seu comércio era desenvolvido
em várias regiões do Mediterrâneo.
Guerras Púnicas – E foi para destruir esse
poderio econômico que os romanos fizeram as
chamadas Guerras Púnicas, que duraram mais
de cem anos.
Primeira Guerra Púnica – Teve início em 264
a.C. e se estendeu até 241 a.C., devido à ameaça
de invasão cartaginesa à cidade grega de
Mesina, na Ilha de Sicília. Roma saiu vitoriosa, e
Cartago teve que pagar uma pesada indenização
de guerra.
Segunda Guerra Púnica (218-201 a.C.) – Teve
como objeto a Espanha e como Palco a Itália. O
general Amílcar Barca, de Cartago, conquistou a
Espanha, interessado em suas riquezas naturais.
Após a tomada de Segundo, cidade litorânea
espanhola, Roma declarou guerra a Cartago. Os
cartagineses venceram algumas batalhas dos
romanos. Mas o general romano Cipião, “o
Africano”, derrotou e expulsou o exército
cartaginês da Espanha e depois invadiu Cartago.
Terceira Guerra Púnica (149-146 a.C.) –
Terminou com a vitória romana; Cartago foi
anexada como província da África. Roma
conquistou a Grécia, a Macedônia, a Ásia Menor,
o Pérgamo e, no Ocidente da Península Ibérica,
fundou as Gálias.
Assim, Roma transformou-se no maior império do
Mundo Antigo. As regiões conquistadas,
transformadas em províncias, foram obrigadas a
pagar impostos.
A crise da República
O período compreendido entre os anos de 133 a
27 a.C marcou o declínio da República. Nesse
4
Desafio
Histórico
História
Professor Francisco MELO de Souza
01. (Faap) A religião romana era
essencialmente politeísta, e o culto ao
imperador era de grande significado
pelo fator da unidade que representava.
Durante um período determinado, teve
início o questionamento dessa idéia.
Esse grupo que não reconhecia a
divindade do Imperador eram:
a) bárbaros invasores;
b) primeiros cristãos;
c) bons espíritos familiares;
d) escravos e estrangeiros;
e) judeus vindos da Palestina.
02. (Fei) A colônia fenícia de Cartago,
localizada onde hoje se encontra a
cidade de Túnis, ao norte da África,
havia-se desenvolvido consideravel-
mente, a ponto de se constituir em
poderosa rival dos interesses romanos
no Mediterrâneo. Por mais de um
século, os romanos lutaram para
destruir Cartago, acabando por arrasá-
la (146 a.C.). Esses acontecimentos
são conhecidos como:
a) Guerras Médicas.
b) Revolução Cartaginesa.
c) Guerras Púnicas.
d) Guerra de Tróia.
e) Guerra da Reconquista.
03. (FGV) O Edito de Milão (313), no pro-
cesso de desenvolvimento histórico de
Roma, reveste-se de grande significado,
tendo em vista que
a) combateu a heresia ariana, acabando
com a força política dos bispados de
Alexandria e Antioquia;
b) tornou o cristianismo a religião oficial de
todo o Império Romano, terminando com
a concepção de rei-deus;
c) acabou inteiramente com os cultos pagãos
que então dominavam a vida religiosa;
d) deu prosseguimento à política de
Deocleciano de intenso combate à
expansão do cristianismo;
e) proclamou a liberdade do culto cristão,
passando Constantino a ser o protetor da
Igreja.
04. (Fuvest) A expansão de Roma durante
a República, com o conseqüente
domínio da bacia do Mediterrâneo,
provocou sensíveis transformações
sociais e econômicas, dentre as quais:
a) marcado processo de industrialização,
êxodo urbano, endividamento do Estado;
b) fortalecimento da classe plebéia,
expansão da pequena propriedade,
propagação do cristianismo;
c) crescimento da economia agropastoril,
intensificação das exportações, aumento
do trabalho livre;
d) enriquecimento do Estado romano,
aparecimento de uma poderosaclasse
de comerciantes, aumento do número de
escravos;
e) diminuição da produção nos latifúndios,
acentuado processo inflacionário,
escassez de mão-de-obra escrava.
período, podemos destacar como principais
acontecimentos:
Irmãos gracos – A crise agrária e a luta dos
irmãos Gracos, Tibério e Caio, que, eleitos
sucessivamente tribunos, propuseram reformas
sociais, dentre as quais podemos citar a Lei de
Reforma Agrária – elaborada por Tibério, foi
aprovada e desagradou profundamente os
grandes proprietários rurais que, por sua vez,
tramaram o assassinato do seu idealizador. Caio
retomou o projeto de reforma agrária, mas não
teve sucesso. Caio conseguiu aprovar uma lei que
vendia alimentos mais baratos: Lei Frumentária.
Mário e Sila – Nos consulados de Mário e Sila, o
primeiro estabeleceu o pagamento de salário aos
soldados, o que levou à entrada de pessoas
pobres no exército e diminuiu os privilégios da
aristocracia. Em função de sua política, Mário foi
assassinado pelos seguidores de Sila, com a
ajuda do Senado.
Espártacus – Os escravos agrícolas da região sul
da península itálica reuniram-se em Cápua, sob a
direção do gladiador Espártacus, espalhando
pânico na população romana. Os escravos foram
vencidos pelos exércitos de Pompeu e Crasso
que, como recompensa, foram eleitos cônsules,
formando o Primeiro Triunvirato. 
Primeiro Triunvirato – Envolvia Pompeu, Crasso
e Júlio César. Pompeu ficou com Roma e o
Ocidente; Crasso com o Oriente e Júlio César era
responsável pelas Gálias. Crasso morreu em
campanha militar; Júlio César estava em
campanha contra os gauleses. Pompeu deu um
golpe de Estado com o apoio do Senado. César
dirigiu-se para Roma e venceu Pompeu na
Farsália. Em seguida, César foi aclamado ditador,
por um ano, por dez anos e por toda a vida. Em
virtude de uma conspiração armada pelo
Senado, Júlio César foi assassinado em 44 a.C.
Segundo Triunvirato – Os amigos de Júlio
César, anti-republicanos, formaram o Segundo
Triunvirato: Marco Antônio, Lépido e Otávio. Os
Triunviros puniram os assassinos de Júlio César,
instituíram o terror ao Senado e dividiram o
governo romano: Otávio ficou com o Ocidente,
Marco Antônio ficou com o Oriente e Lépido com
a África. Logo, afloraram as rivalidades entre os
Triunviros pela conquista da supremacia política.
Lépido foi destituído de seu cargo, sob pressão
de Otávio. Marco Antônio rompeu com Otávio e
tornou-se o governante supremo do Oriente e,
logo em seguida, fez uma aliança com Cleópatra
do Egito. 
Em 32 a.C., começou a guerra entre Otávio e
Marco Antônio. No ano seguinte, na batalha naval
de Ácio, Otávio derrotou Marco Antônio, que se
suicidou. O Egito foi invadido e transformado em
colônia romana.
O IMPÉRIO
O imperador detinha poderes absolutos. Além de
executar as leis, exercia o comando do exército e
também legislava por meio de editos, decretos e
mandados. Ao Senado, restou a posição de
conselheiro do imperador, com seu senatus
consulta, porém seus conselhos não eram
aceitos como na fase republicana.
As províncias eram classificadas em senatoriais,
administradas pelo Senado por meio de
governadores.
Primeiro imperador
Otávio, primeiro imperador, governou de 27 a.C.
a 14 d.C. Suas primeiras medidas tinham por
finalidade reestruturar a administração do novo
Estado imperial: restringiu as funções do Senado;
criou uma nova ordem administrativa, as
prefeituras; melhorou as formas de cobranças de
impostos; e instituiu a guarda pretoriana com a
função de garantir a proteção do imperador.
Na economia, Otávio incentivou a produção e
protegeu as rotas comerciais. Empreendeu a
construção de várias obras públicas, o que gerou
muitos empregos aos plebeus.
Para ganhar popularidade, Otávio adotou a
política do pão e circo: distribuição de trigo para
a população pobre e organização de espetáculos
públicos de circo.
Após o governo de Otávio, o Império Romano foi
governado por várias dinastias:
Dinastia Júlio-Claudiana (14-68) – Marcada por
conflitos internos sangrentos entre os senadores
e os imperadores: Tibério, Caio, Júlio César
(Calígula), Júlio-Cláudia e Nero. Nero foi
responsável pelo incêndio de Roma e pela
primeira perseguição aos cristãos.
Dinastia dos Flávios (69-96) – Os imperadores
dessa época contaram com o apoio do exército,
submeteram o Senado e governaram de forma
despótica. Esses imperadores foram: Vespasiano,
Tito e Domiciano.
Dinastia dos Antoninos (96-192) – Foi o período
em que o império atingiu seu maior domínio
territorial, acompanhado de prosperidade
econômica. O comércio desenvolveu-se, e houve
grande fluxo de capitais para Roma. O poder dos
imperadores foi fortalecido ainda mais, porém,
em relação ao Senado, adotou-se uma política de
conciliação. Essa dinastia teve os seguintes
imperadores: Nerva, Trajano, Adriano, Antonino
Pio, Marco Aurélio e Cômodo.
Dinastia dos Severos (193-235) – Na fase final
desse período, vai começar a crise do império
em função do êxodo urbano, da falta de papel
moeda, da inflação e da invasão dos bárbaros
germanos nas fronteiras. Essa instabilidade levou
o império ao declínio. Os imperadores dessa
dinastia foram os seguintes: Sétimo Severo,
Caracala, Heliogabalo e Severo Alexandre.
CRISE E DECADÊNCIA DO IMPÉRIO
O Dominato
O Dominato era uma monarquia despótica e
militar, semelhante ao helenístico, ou seja, o
poder do governante tinha uma fundamentação
religiosa. O nome dessa instituição derivou de
Dominus (senhor), que foi como passaram a se
intitular os imperadores a partir de Diocleciano.
No governo de Diocleciano, foi criada a
Tetrarquia. Para melhorar a defesa das fronteiras,
principalmente com a pressão dos bárbaros, o
Império foi dividido em quatro partes, cada uma
delas com governo próprio. Na economia,
Diocleciano tentou reduzir a inflação, por meio do
Edito Máximo, que consistia na criação dos
preços máximos para os produtos
comercializados e um limite de ganhos sobre a
jornada de trabalhos.
Em 313, Constantino assumiu o poder e
restabeleceu a unidade imperial. Defensor de que
a base do Império provinha das províncias do
Oriente, estabeleceu, em 330, sua capital na
antiga colônia grega de Bizâncio, rebatizada com
o nome de Constantinopla. Além disso, ele
instituiu o Edito de Milão, no qual reconheceu a
religião cristã e transformou-a na religião mais
importante de Roma. Ainda no século IV, os
bárbaros iniciaram as invasões em busca de
terras férteis. Em 378, os visigodos investiram
contra o Império Romano, vencendo-o na batalha
de Adrianópolis.
Teodósio foi o último imperador uno. Esse
imperador instituiu o Edito de Tessalônica, em
330, pelo qual a religião cristã se tornava a
religião oficial do Império.
Por ocasião da morte de Teodósio (395), o
Império foi divido em Ocidente, governado por
Honório, e Oriente, governado por Arcádio,
ambos filhos do Imperador.
5
Desafio
Histórico
01. (Puccamp) Teodósio estabeleceu que
após a sua morte, ocorrida em 395, o
Império, para ser melhor administrado,
deveria ser
a) fracionado em quatro partes, com dois
Imperadores e dois Césares;
b) dividido em duas partes: o Império do
Ocidente e o Império do Oriente;
c) atrelado ao paganismo e direcionar uma
operação para destruir as catacumbas;
d) aliado dos árabes para defendê-los
contra os hunos que se avizinhavam de
Roma e de Meca;
e) dividido em áreas denominadas
Condados doadas em caráter hereditário
a seus sucessores.
02. (Ufpe) “Em Roma, a civilização, a
cultura, a literatura, a arte e a própria
religião provieram quase inteiramente
dos gregos ao longo de quase meio
milênio de aculturação”.(Paul Veyne, in
HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA).
Com relação à cultura greco-romana,
assinale a alternativa incorreta:
a) Pode-se afirmar que de Gibraltar ao Indo,
região dominada pelo Império Romano,
reinava a civilização helenística.
b) O aparelho de estado romano não seespelhou na política grega devido às
diferentes perspectivas que tinham os
romanos sobre duas questões: a riqueza
e o poder.
c) Apesar de copiarem a arte grega, os
romanos foram originais no que diz
respeito ao ato de retratar, tanto através
de pintura quanto da escultura.
d) Assim como em Atenas, a posição da
mulher romana era de grande poder
político e prestígio social.
e) No início do período republicano, a vida
familiar entrou em crise: adultério e
divórcio, cultos orientais e gregos
tomaram o lugar da religião formalista,
patriótica e do culto aos antepassados.
03. (Unesp) Dos Séculos III a I a.C., através
de guerras de conquista, os patrícios
romanos estenderam a sua dominação
sobre quase todos os povos do
Mediterrâneo. Mas essa vitória externa
de Roma contribuiu para transformar a
sua própria ordem social interna. Como
uma das mais importantes
transformações, podemos citar:
a) a queda da monarquia e o estabeleci-
mento da república;
b) a Lei das XII Tábuas, que equiparou
patrícios e plebeus;
c) a escravização generalizada dos plebeus
e estrangeiros residentes em Roma;
d) a introdução do latifúndio cultivado por
escravos, em larga escala;
e) a generalização do trabalho assalariado,
estimulada pela expansão mercantil.
As classificações do relevo
amazônico
Até pouco tempo atrás, quando se falava do
relevo da Amazônia, logo se lembrava da grande
Planície Amazônica. Aliás, essa denominação
marcou durante muitos anos, como principal
compartimento, o relevo da Região. Dois fatores
contribuíram para que essa idéia estivesse pre-
sente. O primeiro corresponde à visão científica
do final do século XIX, uma vez que as expedi-
ções de reconhecimento limitavam-se aos
trechos navegáveis dos rios, não percorrendo
aqueles encachoeirados que banham terras mais
altas ou acidentadas. O segundo diz respeito às
classificações de Aroldo de Azevedo e Aziz
Nacib Ab’ Saber.
Utilizando-se das tecnologias da época, eles
configuraram a planície Amazônica como predo-
minante na Região, possuindo limites com o
Planalto das Guinas e o Planalto Sul-Amazônico.
Todavia, após se iniciarem os modernos estudos
fisiográficos da Região nos anos 70, essa antiga
visão passou a ser discutida por não se basear
em cotas altimétricas. Além disso, ela vem caindo
em desuso face à proposta feita, em 1995, pelo
professor Jurandyr Ross, do departamento de
geografia da USP.
Com base nessa nova fisiografia e na
reavaliação dos conceitos técnicos das formas
de relevo encontrados no Brasil, podemos dizer
que o número de porções do relevo amazônico
praticamente dobrou, como veremos adiante,
representando mais fielmente as diversas
formas de topografia, mudando aquela idéia
geral e equivocada de que a Região
apresentava uma única e grande planície
Perfil longitudinal do relevo amazônico
FORMAS DE RELEVO DA AMAZÔNIA
Segundo o dicionário técnico da nova
classificação para o Brasil, é possível dividir o
relevo amazônico em três principais formas:
I. Depressão: Caracteriza-se por ser uma
superfície entre.100~500m de atitude, com
sua inclinação formada por processos prolon-
gados de erosão. É mais plana do que o
planalto.
II. Planalto: O termo parece-nos sugestivo,
porém nada tem a ver com plano alto. Trata-se
de uma superfície irregular com altitude acima
de 300m. É o produto da erosão sobre as
rochas cristalinas (metamórficas) ou sedimen-
tares. Pode apresentar morros, serras ou ele-
vações íngremes, de topo plano (chapadas).
III. Planície: É uma superfície muito plana com
o máximo de l00m de altitude, formada pelo
acúmulo recente de sedimentos movimen-
tados pelas águas do mar, de rios ou de
lagos. Ocupa porção modesta no conjunto
do relevo brasileiro.
Classificação atual do relevo
A recente classificação do professor Jurandyr
Ross resultou de uma pesquisa baseada em
levantamentos feitos pelo RADAMBRASIL, que
fotografou cada pedaço do País com equipa-
mentos especiais de radar – instalados em um
avião – e imagens de satélites, no período de
1970 a 1985.
Examinando o mapa da classificação atual,
podemos observar que apresenta, Conforme
ordem crescente de altitude, a seguinte divisão:
1. Planície do rio Amazonas:
Compreende uma estreita faixa de terras planas
que acompanha principalmente os rios
Amazonas, Solimões, Purus, Juruá, Javari e
Madeira, com altitudes inferiores a 100m e
desníveis máximos de 60m. Foi o que restou
daquela que se considerava uma planície
gigantesca, reduzida cerca de vinte vezes do
tamanho que se imaginava.
2. Depressão da Amazônia Ocidental:
É a mais ampla porção da Região, apre-
sentando altitudes entre 100 a 200m.
3. Depressão Marginal Norte-Amazônica:
As altitudes variam entre 200 e 300 metros.
4. Depressão Marginal Sul-Amazônica:
Também apresenta uma variação de 200 a 300
metros de altitude.
5. Planalto da Amazônia oriental:
Recoberto por mata densa e com altitude entre
400 e 500 metros, abrange terras que vão de
Manaus até o Oceano Atlântico.
6. Planaltos residuais Norte-Amazônicos:
Possui as maiores altitudes da região, variando
entre 800 e 1.200m, e os pontos culminantes do
relevo brasileiro, que são o Pico da Neblina
(3.014m) e o pico 31de março (2.992m), ambos
na serra do Imeri, fronteira do Amazonas com a
Venezuela. Nessas terras altas, as tempestades
caem muito à noite, e índice pluviométrico fica
acima de 3.000mm por ano, criando uma
intensa nebulosidade que dificulta ou impede a
obtenção de imagens de satélites ou fotos
aéreas. 
Além dos pontos apresentados no quadro
acima, existem outros picos com menor altitude
no extremo-norte dos municípios de São Gabriel
da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e
Barcelos, como o Aracá, Rondon, Tunuí,
Macaco, entre outros, e as serras Tapirapecó,
Traíra, Daraá, do Padre, Curupira, Bela
Adormecida, Urucuzeiro, Kaburi, dos Porcos, da
Pedra, Unaiuxi e Parima.
O perfil topográfico apresentado acima representa
um corte transversal de noroeste a sudeste, com
cerca de 2.000km de comprimento, que vai das
altíssimas serras do norte da Região, na fronteira
com a Venezuela, até o norte do Estado de Mato
Grosso.
Podemos notar claramente as estreitas faixas de
planície situadas às margens do rio Amazonas,
a partir das quais seguem-se vastas extensões
de planaltos e depressões.
VISÃO GERAL DA BACIA HIDROGRÁFICA
AMAZÔNICA
A bacia Amazônica possui 1/5 da água doce da
Terra, numa área de cerca de 5,9 milhões de
km2 em território brasileiro e 6,2 milhões de km2
na América do Sul, correspondendo a 5% das
terras emersas. É a maior bacia fluvial do
mundo (Molinier et al., 1995), com 10 dos 20
maiores rios da Terra.
Essa grande bacia estende-se desde 5° de
latitude norte até 20° de latitude sul, apresentan-
do a norte o relevo do planalto das Guinas, a
oeste a cadeia Andina, a sul o planalto Brasileiro
e a leste a costa do Atlântico. Abrange terras de
oito países (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador,
Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), além de
um território (Guiana Francesa). A desemboca-
dura do curso principal no Oceano Atlântico dá-
se nas proximidades da linha do Equador.
6
Geografia do Brasil
Professor Paulo BRITO
01. A mais ampla porção do relevo
amazonense é:
a) Depressão Marginal Norte-amazônica.
b) Depressão da Amazônia Ocidental.
c) Planície do rio Amazonas e alguns
afluentes.
d) Depressão Marginal Sul-Amazônica.
e) Planalto da Amazônia Oriental.
02. As maiores altitudes do relevo
amazônico encontram-se:
a) nos Planaltos Residuais Norte-
Amazônicos.
b) na Depressão da Amazônia Ocidental.
c) na Planície do rio Amazonas e alguns
afluentes.
d) na Depressão Marginal Sul-Amazônica.
e) Todas as anteriores estão erradas.
03. “Este compartimento do relevo, reco-
berto por mata densa e com altitude
entre 400 e 500 metros, vai de Manaus
até o oceano Atlântico”. Trata-se do:
a) Planalto da Amazônia Ocidental.b) Vale do rio Amazonas.
c) Planalto da Amazônia Oriental.
d) Planalto das Guianas.
e) Altiplano da Amazônia Central.
04. As serras do Padre, Curupira, Bela Ador-
mecida, Urucuzeiro, Kaburi, dos Porcos,
do Traíra, da Pedra, Unaiuxi e do Imeri,
encontram-se nos municípios de:
a) Santa Izabel do Rio Negro e São Gabriel
da Cachoeira.
b) Benjamin Constant e Tabatinga.
c) Japurá e Tefé.
d) Lábrea e Boca do Acre
e) Manacapuru e Maués.
05. As principais serras do Estado do
Amazonas estão situadas ao norte,
mas encontramos algumas no sul,
como as serras:
a) do Candomblé, do Machado e de
Fortaleza.
b) do Padre, do Traíra e do Uaupés.
c) de Tapirapecó, Urucuzeiro e Caparro.
d) da Bela Adormecida, do Kaburi e da
Arara.
e) do Jatapu, do Morro dos Seis Lagos e de
Parintins.
06. Coloque “C” quando a informação
estiver correta e “F” quando for falsa:
( ) O médio Amazonas tem regime de
duas cheias anuais.
( ) O rio Amazonas é navegável de
Manaus até o seu estuário.
( ) A bacia Amazônica é entulhada, em
grande parte, por aluviões.
( ) Rios de águas escuras carregam
muitos materiais orgânicos e
sedimentos.
( ) O rio Juruá é o mais sinuoso da região.
Desafio
Geográfico
Bacias hidrograficas
Vários fatores contribuem para a existência de
tamanha rede hidrográfica. Um deles é a
quantidade de chuvas que ocorrem na Região
aliada à sua localização.
Cortada pela linha do Equador, acaba benefician-
do-se do verão que ocorre rios dois hemisférios.
Quando é verão no norte, os rios desse hemis-
fério (margem esquerda do rio Amazonas) é que
ficam cheio devido ao aumento no índice de
precipitação nesta estação. O mesmo ocorrerá
ao sul quando for verão. Assim, ora os rios da
margem direita estão cheios, ora os da margem
esquerda.
Graças a essa distribuição dos rios em hemis-
férios diferentes, as, enchentes estão natural-
mente em equilíbrio. Se não fosse assim, elas
seriam catastróficas, e o ecossistema da várzea
não existiria. Quando as chuvas do sul persistem
durante muito tempo ou as do norte começam
mais cedo, o que ocorre em média de 4 em 4
anos, as terras situadas acima do nível médio das
enchentes (I0m no rio Amazonas) são inundadas.
O nível das águas do seu grande rio sobe
gradualmente de novembro a junho, quando
começa a descer até fins de novembro. Nas
regiões do médio e baixo Amazonas, as cheias
ocorrem no mês de junho e julho. No alto
Amazonas ou Solimões, o regime de cheias
ocorre duas vezes ao ano. A cheia do rio Negro
não ocorre ao mesmo tempo, uma vez que o
período de chuvas em seu vale só começa no
primeiro trimestre de cada ano.
A maior enchente foi registrada em 1953,
quando em Manaus o nível das águas atingiu
29,7m acima do nível do mar, algo em torno de
2,8m acima da média das anteriores. Outro fator
que contribui, embora em menor escala, para
alimentar a bacia hidrográfica Amazônica é o
derretimento das geleiras existentes na
Cordilheira dos Andes, constituindo o regime
glacial de alimentação do rio principal e seus
tributários, ao lado do regime pluvial.
O Rio Amazonas e suas características
Considerado o principal da bacia Amazônica, o
rio Amazonas, com 8.570km de extensão (IBGE),
é o maior do mundo em extensão e em volume
de água. Por isso, ele foi chamado pelo
explorador espanhol Vicente Yánez Pinzon,
quem primeiro o avistou, de “Rio Grande de La
Mare Dulce”. Entretanto ele foi batizado por ou-
tro espanhol, Francisco Orellana (1541), que
segundo se conta, observou em meio aos índios
tapajós a existência de mulheres guerreiras nas
linhas de frente, de grande combatividade,
semelhante às mulheres guerreiras gregas, que
extirpavam o seio direito para melhor manejar o
arco. Originalmente, a palavra amazonas, criada
pelos gregos, quer dizer sem seios.
Durante muito tempo, acreditou-se que o rio
nascia da confluência dos rios Ucayalli e
Marañon, na Cordilheira dos Andes, em território
peruano. Porém isso constituía um erro de
geografia. Com os recursos modernos e a partir
de uma reavaliação e constatação de diversas
expedições, passou-se a considerar a máxima
extensão do rio, como determinam as
convenções, portanto a nascente do Ucayalli,
passando assim a ser o primeiro do mundo.
AFLUENTES DO RIO AMAZONAS
Observando o mapa da hidrografia, é possível
notar a existência de inúmeros rios tributários do
Amazonas. Em toda a extensão da bacia,
chegam a aproximadamente 1.100 rios,
formando um imenso labirinto, que deslumbra
os visitantes em suas viagens. Alguns dos
principais afluentes do rio Amazonas são:
Margem direita
Javari: Este rio nasce na Serra da Contamana
(400m de altitude) com o nome de Jaquirana.
Jutaí: Com sua nascente próximo à região
banhada pelo Ipixuna, afluente do Juruá, possui
passagens estreitas e águas barrentas.
Juruá: Nascendo no serro das Mercês (Serra da
Contamana). Seu leito pode sofrer variações
entre 8~16m no nível das águas, entre a vazan-
te e a enchente.
Madeira: Com 3.240km, é o mais notável
afluente do Amazonas, nascido da junção dos
rios Mamoré e Guaporé, em frente à cachoeira
“madeira”.
Purus: Com águas barrentas iguais às do
Solimões .
Tefé: Surgindo das terras altas entre os rios
Tapauá e Juruá, corre em direção nordeste,
recebendo águas dos lagos e de inúmeros
igarapés.
Coari: Durante a maior parte do ano, a
navegação é intensa, embora em alguns
momentos só trafeguem pequenas embar-
cações.
Margem esquerda
Içá: Sua nascente encontra-se nos contrafortes
andinos, em território equatoriano.
Negro: Nasce nas regiões do Popaiã, mais
precisamente na Serra do Junaí (Planalto
Colombiano).
Japurá: Conhecido na Colômbia, onde nasce,
pelo nome de Caquetá.
Nhamundã: Origina-se em terras altas, entre as
cabeceiras do Uatumã e as doTrombetas.
Apresenta, em determinados trechos, um azul
profundo, estendendo-se por montes e espessa
vegetação.
Urubu: Este rio se forma dos igarapés Mbiara,
Caranay e Urubutinga, em terras altas, nas
fronteiras da Guiana. Suas águas são pretas,
sendo que na vazante parecem um melaço
após a segunda cachoeira. Comunica-se com o
Amazonas por diversos canais e igarapés.
7
01. Associe as colunas:
(A) Furos
(B) Igarapés
(C) Paranás
(D) Pororoca
(E) Terras-caídas
( ) Pequenos braços de rios contor-
nando ilhas.
( ) Pequenos cursos d’água, que
unem rios entre si ou rios e lagos.
( ) As águas do oceano empurram as
do rio Amazonas, com efeito
destruidor e forte estrondo.
( ) Enormes blocos de terras das
margens dos rios são arrastados
pela correnteza.
( ) Pequenos cursos d’água que se
ligam aos rios, possuindo suas
próprias nascente.
02. Assinale a característica falsa quanto
ao rio Amazonas:
a) Quem primeiro o, avistou foi Vicente
Pinzon.
b) Sua largura média é de 4 a 5km.
c) Sua velocidade varia de 2,5 a 5km.
d) Nasce da confluência do Ucayalli com o
Marañon.
e) Apresenta um desnível de 65 metros.
03. (FlNEST–SP). Na bacia hidrográfica
Amazônica, ocorrem dificuldades para
a implantação de usinas hidrelétricas
porque ela apresenta:
a) Oscilação na vazão fluvial maior que
entre outras bacias, o que exige grandes
reservatórios e altas barragens.
b) Relevo de altiplanos com solos friáveis
que dificultam a execução de barragens.
c) Relevo com pequena variação altimétrica,
exigindo extensos reservatórios que
podem acarretar forte impacto ao
ambiente natural.
d) Relevo plano, regularidade na vazão
fluvial e extensa cobertura florestal.
e) Quedas d’água nos baixos cursos do
afluente do Amazonas, que nas
enchentes dificultam a geração de
energia.
04. Presença de ácido húmicos e escassez
de peixes, insetos e plantas aquáticas e
submersas, que certamente, levaram
os nativos a denomina-los “rios de
fome”. Estas característica dizem
respeito aos rios de águas:
a) esverdeadas;
b) barrentas;
c) escuras;
d) brancas;
e) nenhuma das anteriores.
Desafio
Geográfico
O climae sua dinâmica
Tempo (meteorológico) é a condição média da
atmosfera numa dada porção de tempo e em
determinado lugar. De outra forma, clima é a
repetição sucessiva dessas condições meteoro-
lógicas ao longo de um período (30 a 35 anos)
numa determinada área. A temperatura do ar
atmosférico, as chuvas, a umidade do ar, as
massas de ar, a pressão atmosférica e os ventos
são os elementos climáticos que vão
caracterizar o clima de um lugar. Estes, por sua
vez, apresentam-se de forma diferenciadas de
um lugar para outro conforme a influência maior
ou menor dos fatores climáticos. A latitude, a
altitude, a maior ou menor distância do mar, a
cobertura vegetal e as correntes marinhas
representam os fatores que vão provocar
respostas diferentes daqueles elementos. 
A influência da latitude
A Terra recebe, diariamente, a radiação solar.
Esta, por sua vez, atinge a porção do Planeta
que está voltada para o Sol. A forma esférica
(geóide) da superfície provoca uma
diferenciação na recepção da energia solar. Na
parte central do Planeta, onde a latitude é menor,
verifica-se uma concentração maior dessa
energia em função da incidência vertical dos
raios. Para além dos trópicos, os raios incidem
de forma obliqua. Como conseqüência, nas
baixas latitudes as médias térmicas
apresentadas por essas regiões são mais altas.
Nos Pólos, ao contrário, as temperaturas são
muito baixas.
A influência da altitude
A altitude corresponde a altura de um lugar na
superfície terrestre em relação ao nível do mar.
É por essa razão que podemos perceber as
irregularidades na superfície do nosso Planeta.
Acontece que, nas áreas mais baixas (altitude
menor), a camada atmosférica sobre essas
regiões é mais espessa. O mesmo não se dá
nas áreas mais altas (maior altitude) onde o ar é
rarefeito. A radiação ultravioleta do Sol atravessa
a atmosfera e atinge a superfície da Terra.
Quando aquece, a superfície terrestre passa a
irradiar calor (infravermelho) para a atmosfera. O
calor se difunde na atmosfera através das
moléculas dos gases, das partículas sólidas em
suspensão (poeira, grãos de pólen, etc.) e da
água. Portanto, onde a concentração
(densidade) desses fatores for maior, a
temperatura do ar atmosférico também será
maior. Os locais mais baixos são os que melhor
apresentam essas condições. Conclui-se que
altitude e temperatura do ar são grandezas
inversamente proporcionais. Importante
ressaltar que estas circunstâncias são válidas
para a baixa camada atmosférica (Troposfera)
onde ocorrem os fenômenos climáticos. As
regiões de maior altitude vão apresentar climas
com médias térmicas mais baixas. Os locais
cuja altitude for mais próxima do nível do mar
apresentam temperaturas mais altas. 
A influência dos continentes e dos oceanos
A distribuição dos continentes e oceanos exerce
influência decisiva sobre a temperatura. “A terra
(continente) e a água apresentam diferentes
propriedades térmicas e reagem de modo
diferente à insolação. A água se aquece e se
resfria mais lentamente que o solo. Assim,
enquanto a água tem tendência de armazenar o
calor que recebe, a terra, por outro lado,
rapidamente o devolve à atmosfera” (AYOADE,
J. O. Introdução à climatologia para os trópicos.
Bertrand, São Paulo, p. 29). Como no Planeta os
continentes e as águas oceânicas estão
desigualmente distribuídos pelos hemisférios
Norte (terras) e Sul (águas), as amplitudes e as
médias térmicas serão diferentes. No hemisfério
Norte, as médias térmicas no verão atingem os
22,4 °C, enquanto que, no Sul chegam apenas
aos 17,1 °C. No inverno do hemisfério Norte, as
mínimas térmicas caem para 8,1 °C. No lado Sul
as mínimas do inverno ficam em torno dos 9,7
°C. Em razão disso, os verões são mais quentes
do lado Norte do Planeta. O inverno é menos
rigoroso no hemisfério Sul.
A amplitude térmica
A diferença entre a máxima temperatura e a
mínima temperatura de um lugar é o que
chamamos de amplitude térmica. Podemos
considerar variações ocorridas num dia, no mês
ou no transcorrer de um ano. Ela é um
importante parâmetro quando queremos
comparar o comportamento dos climas de
lugares diferentes. Em alguns, as variações de
temperatura do verão para o inverno são
bruscas. Em outros lugares, são bem menores.
A razão disso pode estar nas diferenças de
latitude ou na distância deste lugar para o mar.
Nas áreas próximas ao Equador (latitude menor),
a insolação é constante ao longo do ano. Por
isso, verifica-se, nessas áreas, uma menor
diferenciação das temperaturas ao longo do ano.
Deferentemente, nos Pólos (latitude maior) ela é
extrema. Nessas áreas, há incidência da luz solar
no verão. No inverno, porém, ficam em completa
escuridão. Razão pela qual a diferença entre as
máximas e as mínimas temperaturas (amplitude)
é enorme.
A distância do mar influencia a temperatura do
ar. Em função das características peculiares
verificadas entre os corpos sólidos (continentes)
e os corpos hídricos, o período verificado entre
as máximas e as mínimas temperaturas é
diferente. Chaga a ser de um mês nos
continentes e dois meses nos oceanos. Isso
quer dizer que, na mudança de estação do ano,
as médias térmicas desabam naqueles locais
que estão mais para o interior dos continentes.
Já os localizados ao longo do litoral permane-
cem mais estáveis. Isso nos ajuda a compreen-
der o efeito continentalidade e o efeito
maritimidade. 
A umidade atmosférica
A umidade presente no ar é um dos componen-
tes primordiais na caracterização das condições
meteorológicas e do clima. Na atmosfera,
representa cerca de 2% da sua massa e apenas
4% do seu volume. A quantidade presente na
atmosfera varia de lugar para lugar e ao longo
do tempo (dia, mês ou estação do ano). Pode
estar completamente ausente nas áreas quentes
e áridas e fartamente na região equatorial. É um
fator decisivo para a ocorrência das precipita-
ções e na condensação. Ela desempenha um
papel de regulador térmico no sistema Terra-
atmosfera, pois absorve tanto a radiação solar
quanto a terrestre. A água é transferida da
superfície do Planeta para a atmosfera pelo
aumento da temperatura. Ela evapora dos solos,
dos rios, lagos e mares. A vegetação é outro
importante mecanismo que libera água para a
atmosfera através de seu processo de
transpiração.
As precipitações
Precipitação é qualquer deposição em forma
líquida ou sólida e derivada da atmosfera. Elas
podem ser superficiais como a geada, o orvalho
e a neblina. Esse tipo de precipitação ocorre em
função do comportamento térmico da superfície.
Já a chuva, a neve e o granizo, por não depen-
derem basicamente do comportamento térmico
da superfície do Planeta, são considerados não-
superficiais. Ente as formas de precipitações, as
pluviométricas são destaques. O tipo
convectivo, o ciclônico (frontal) e o orográfico.
Na precipitação do tipo convectivo, o fator
desencadeador é a ascensão do ar quente. É
um tipo de chuva muito intensa, com trovoadas
e de duração mais curta que outros tipos de
precipitações. As do tipo ciclônica são
provocadas pelo contato das massas de ar frias
com as quentes. O ar mais quente é forçado à
ascensão vertical. As chuvas são menos
intensas, porém mais demoradas. À medida que
a depressão desloca-se, afeta outras áreas. A
precipitação orográfica (de relevo) é provocada
pelo deslocamento do ar úmido sobre o terreno
inclinado. Evidentemente, essas chuvas
dependem da posição da montanha em relação
aos ventos, da sua altitude e das condições
atmosféricas.
8
Geografia Geral
Professor HABDEL
01. (Uerj) 
O esquema acima representa o contato
entre duas massas de ar diferentes.
A chuva, resultante desse contato, é
denominada:
a) ácida;
b) frontal;
c) orográfica;
d) de convecção.
02. (UFC) O comportamento térmico das
rochas (meio sólido) é diferente do
comportamento térmico da água (meio
liquido). Sobre a variação da tempera-
tura nos continentes e oceanos, pode-se
afirmar corretamenteque:
a) em qualquer estação do ano, nos oceanos,
as variações de temperatura são mais
acentuadas que nos continentes;
b) quanto mais uma área continental estiver
afastada do oceano ou de sua influência,
maiores serão suas oscilações térmicas.
Este fenômeno denomina-se
continentalidade térmica;
c) em função do Hemisfério Norte possuir
maior dimensão continental, seus verões
são mais frios, e os invernos mais quentes
que no Hemisfério Sul;
d) dada a existência de um maior volume
das massas líquidas no Planeta, há uma
igualdade nos valores das ocilações
térmicas entre continentes e oceanos;
e) as variações de temperatura, nos
oceanos, não estão na dependência da
distribuição de massas sólidas (continen-
tes) e massas líquidas (oceanos), e sim
são função da salinidade.
03. (UFC) Sobre os grandes tipos climáticos,
assinale a alternativa correta.
a) O clima subtropical distingue-se por
precipitações reduzidas, evaporação
elevada e intensa insolação.
b) O clima equatorial caracteriza-se por fracas
precipitações e baixas temperaturas.
c) O clima tropical caracteriza-se pela
existência de quatro estações, médias
térmicas baixas e baixas precipitações.
d) O clima temperado distingue-se por
contrastes sazonais de temperatura, e
amplitudes térmicas muito maiores que as
dos climas da Zona Intertropical.
e) O clima desértico caracteriza-se pela
concentração de chuvas no verão e
amplitudes térmicas diárias pequenas.
Desafio
Geográfico
A distribuição das chuvas pelo Planeta é bastante
irregular. Elas podem variar de lugar para lugar e
até mesmo no mesmo lugar de acordo com as
estações do ano. Ocorrem em maior quantidade
no mar do que sobre os continentes. São
abundantes no Equador e moderadas nas
médias latitudes. As zonas polares e as
subtropicais são relativamente mais secas. Na
altura dos trópicos, são mais freqüentes na costa
oriental dos continentes e escassas do lado
ocidental. Nas vertentes voltadas para o mar
(barlavento), ocorrem maiores índices do que
naquelas voltadas para o interior (sotavento).
Chove mais nas áreas próximas ao mar do que
naquelas mais interiorizadas.
A circulação das massas de ar
“A atmosfera está constantemente em movimen-
to. O movimento atmosférico é a soma de dois
principais componentes – o movimento em
relação à superfície da Terra (isto é, o vento) e o
movimento em conjunto com a Terra, ao girar em
torno de seu eixo” (AYOADE, J. O. Introdução à
climatologia para os trópicos. Bertrand, São
Paulo, p. 72). O movimento de rotação da Terra
em conjunto com a atmosfera influencia a
direção dos ventos sobre a superfície do Planeta.
No hemisfério norte, há deflexão desses ventos
para a direita. No hemisfério sul, a deflexão
ocorre para a esquerda. Por outro lado, o
movimento em relação à superfície terrestre
dimensiona a movimentação horizontal e a
movimentação vertical do ar. 
Massas de ar são grandes porções de ar que
costumam originar-se em áreas extensas e
homogêneas, como as planícies, os oceanos e
os desertos. Em seu processo de formação,
adquirem as características da área de origem
(umidade e temperatura). Assim, elas podem ser
frias e úmidas, frias e secas, quentes e úmidas e
quentes e secas, etc. Ao se deslocarem, as
massas de ar levam consigo as características de
origem, que vão influenciar as áreas sobre as
quais elas estão-se deslocando. Além disso,
podem perder as características das áreas de
origem e adquirir as características das áreas
sobre as quais se deslocam.
Fonte: AYOADE, J. O. Introdução à climatologia para os
trópicos. Bertrand, São Paulo, p. 101.
As correntes marítimas
Os oceanos e a atmosfera permanentemente
trocam energia e matéria entre si. Nos oceanos,
existe a circulação de porções de águas entre
os Pólos e o Equador. Esse deslocamento afeta
as regiões costeiras. Do Equador para os Pólos,
deslocam-se verdadeiros rios de água quente.
Essas correntes quentes levam o excesso de
calor de suas regiões de origem para as mais
frias. Aumentam o volume de evaporação,
tornando as regiões litorâneas mais úmidas.
Quando uma corrente quente chega aos lugares
de maior latitude, diminue-se o rigor climático
no inverno.
As correntes frias, por sua vez, partindo dos
Pólos, contribuem para que as zonas de baixas
latitudes não sejam mais quentes do que
realmente são. Entretanto tornam os litorais
mais secos em função da baixa quantidade de
evaporação. Essas águas comportam grandes
cardumes de peixes, tornando-as importantes
áreas de pesca.
Os tipos climáticos
Glacial ou polar: é o clima das regiões polares.
Caracteriza-se por apresentar temperaturas
muito baixas, com médias térmicas em torno de
-35°C no inverno e máximas de 10°C no verão.
Temperado: ocorre na Europa, na América do
Norte, em partes da Ásia, no sul da América do
Sul, na Nova Zelândia e em parte da Austrália.
Apresenta as estações bem definidas e queda
de neve no inverno. A distância ou proximidade
do mar explicam os subtipos: Temperado
Oceânico, Temperado Continental e Temperado
Mediterrâneo.
Tropical: clima quente com alguns subtipos:
Tropical típico (duas estações bem definidas –
verão chuvoso e inverno seco. Ocorre no Brasil
central e grande parte da África); Equatorial (clima
das áreas próximas do Equador: Amazônia, África
e Indonésia. É muito quente, baixas amplitudes
térmicas e chuvas abundantes na maior parte do
ano); Tropical de Monções (clima do Sul e do
Sudeste da Ásia. Caracteriza-se pelas chuvas
torrenciais de verão e estiagem no inverno);
Tropical de Altitude (apresenta temperaturas
médias menos elevadas, devido ao fator altitude).
Desértico: apresenta pequena quantidade de
chuvas e grande amplitude térmica. Ocorre
tanto em áreas tropicais como em áreas
temperadas: norte da África (Saara), no Oriente
Médio (Neguev), oeste dos EUA e norte do
México (Sonora), litoral do Chile e do Peru
(Atacama), Austrália (Gibson), sudoeste da
África (Kalahari) e noroeste da Índia (Tar).
Montanha: não está restrito a uma zona
climática. É ligado às grandes altitudes das
cadeias montanhosas, como os Andes, o
Himalaia, as Rochosas e os Alpes. Caracteriza-
se pelo frio e pela presença de neves eternas.
Climas de transição: Subtropical (encontrado
nas áreas de transição dos tropicais para os
temperados. Chuvas bem distribuídas, aumento
da amplitude térmica e estações do ano bem
definidas. Ocorre no sul do Brasil); Semi-Árido
(encontrado em regiões tropicais - Sertão
nordestino – como em áreas temperadas –
Patagônia na Argentina -, apresenta chuvas
escassas e maldistribuídas durante o ano).
9
01. (UFMS) Existem diferentes fatores que
influenciam no clima, entre os quais o
relevo. Indique qual(is) proposição(ões)
que corretamente apresenta(m) a(s)
influência(s) do relevo no clima.
(01) Variação da temperatura devido à
proximidade ou à distância de grandes
corpos de água.
(02) Influência na concentração de umidade,
facilitando ou dificultando as
precipitações.
(04) Influência na circulação de massas de
ar quentes ou frias.
(08) Diminuição da temperatura pela
altitude; quanto maior a altitude, menos
intensa é a irradiação solar e a
temperatura.
(16) Influência pela latitude; quanto mais
longe do Equador, menores são as
temperaturas.
02. (UFPR) Considerando que a temperatura
da atmosfera depende da insolação, é
correto afirmar:
a) A atmosfera atua como uma enorme
manta protetora que conserva grande
parte do calor solar recebido pela Terra.
b) Quanto maior a altitude, maior é a
quantidade de calor aprisionada pela
atmosfera e, conseqüentemente, mais
elevada é a temperatura.
c) As isotermas da Terra têm uma
orientação geral Norte-Sul ou meridiana,
porque um dos fatores determinantes da
variação da temperatura é a longitude.
d) O efeito estufa é um fenômeno atmosférico
provocado pela ação humana.
e) Nas áreas tropicais e nas áreas polares, as
variações anuais detemperatura são mais
marcantes do que nas áreas temperadas.
03. (UFJF) Leia o texto:
“As populações que vivem nos trópicos
recebem luz ultravioleta (UV) suficiente
para sintetizar a vitamina D o ano todo.
Mas aquelas que vivem em latitudes
setentrionais ou meridionais não
recebem as quantidades necessárias de
radiação UV. Nas zonas temperadas, as
pessoas não dispõem de luz UV
suficiente para fabricar vitamina D
durante um mês por ano; aquelas que
vivem mais perto dos pólos, não obtêm
luz UV suficiente para sintetizar a
vitamina D durante a maior parte do
ano.” Fonte: “Scientific American” Brasil,
ano 1, n.° 6, novembro de 2002.
Pela leitura do trecho acima, podemos
AFIRMAR que:
a) a incidência da radiação solar interfere
somente na vida humana;
b) nas latitudes setentrionais, a luz UV
incide verticalmente sobre a superfície;
c) nas regiões polares a incidência da luz
ultravioleta é nula;
d) a variação da luz UV recebida pela
população é função da cor da pele;
e) os raios solares, em altas latitudes,
incidem obliquamente sobre a superfície.
Desafio
Geográfico
10
ROMANTISMO (parte II)
POETAS DA SEGUNDA GERAÇÃO
1. ÁLVARES DE AZEVEDO
Nascimento e morte – Manuel Antônio
Álvares de Azevedo nasce em São Paulo,
em 12 de setembro de 1831, onde falece em
25 de abril de 1852.
Direito – Depois dos estudos primários e
secundários no Rio de Janeiro, volta para São
Paulo (1848) e matricula-se no curso de Di-
reito. Na faculdade, faz parte da Sociedade
Epicuréia, fundada em 1845 para difundir, no
Brasil, a existência de Byron.
Sonho e evasão – O desejo de morte, com
tendência para o sonho e para a evasão, é a
característica central de sua poesia. Veja uma
estrofe de um dos poemas mais conhecidos
do autor, Lembrança de morrer:
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
– Foi poeta – sonhou – e amou na vida.
Poesia madura– Apesar da vida breve, Ál-
vares de Azevedo é, talvez, o mais maduro
dos poetas da Segunda Geração Romântica,
quer pela qualidade literária de seus versos,
quer pela erudição que sobressai nos temas
abordados.
Timidez – A leitura dos contos de Noite na
Taverna faz supor um poeta boêmio, cons-
tantemente ébrio e ligado a mulheres. Total
engano: Álvares de Azevedo é tímido, quieto,
dedicado aos livros e à poesia. As mulheres,
ele as cria nos recônditos da imaginação,
talvez para combater o tédio e acalmar a li-
bido. Em Lembrança de morrer, o poeta
confessa que apenas sonhou com virgens:
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Morte aos vinte – Aos vinte anos, morre viti-
mado pela tuberculose, não vendo reunidos
em livro os poemas de Lira dos Vinte Anos.
Poemas famosos – Lembrança de Morrer,
Se eu Morresse Amanhã, Idéias Íntimas,
Virgem Morta.
OBRAS
1. Lira dos Vinte Anos (1853, poesia)
2. Noite na Taverna (1855, contos fantásticos
e macabros. Numa taverna, em noite es-
cura de tormenta, entre mundanas, bêba-
das e adormecidas, jovens boêmios (Sol-
fieri, Johann, Gennaro, Bertran, Hermann
e Arnold) contam casos escabrosos como
se os tivessem vivido).
3. Macário (1855, teatro. Diálogo entre Satã
e Penseroso, tendo por centro os vícios e
desatinos da cidade de São Paulo).
4. Pedro Ivo (1855, poema épico).
5. Conde Lopo (1886, poema dramático).
AMOSTRA POÉTICA
Soneto
Pálida à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!
Era a virgem do mar, na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d’alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!
Era mais bela! O seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...
Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti – as noites eu velei chorando,
Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!
2. FAGUNDES VARELA
Nascimento e morte – Luís Nicolau
Fagundes Varela nasce na Fazenda Santa
Rita, município de Rio Claro, Rio de Janeiro,
em 17 de agosto de 1841. Morre em Niterói,
em 1875.
Infância peregrina – Passa a infância em vá-
rios lugares: Catalão (Goiás), Angra dos Reis,
Petrópolis e Niterói.
Direito e boêmia – Aos dezoito anos, ingres-
sa na Faculdade de Direito de São Paulo. Pre-
fere, entretanto, a vida boêmia aos estudos.
Envolvimento com Alice – Em 1862, conhe-
ce Alice, uma artista de circo. Casa-se com
ela e, no ano seguinte, nasce-lhe o filho Emi-
liano. Varela faz, então, de Emiliano o seu
motivo de vida correta: deixa a boêmia, volta
aos estudos e ameaça trabalhar. 
Morte do filho – Infelizmente, o filho morre
aos seis meses de idade, inspirando-lhe o
célebre poema Cântico do Calvário, que co-
meça assim:
Eras na vida a pomba predileta
Que sobre um mar de angústias conduzia
O ramo da esperança. – Eras a estrela
Que entre as névoas do inverno cintilava
Apontando o caminho ao pegureiro.
Eras a messe de um dourado estio.
Eras o idílio de um amor sublime.
Eras a glória, – a inspiração, – a pátria,
O povir de teu pai! – Ah! no entanto,
Pomba, – varou-te a flecha do destino!
Astro, – engoliu-te o temporal do norte!
Teto, – caíste! – Crença, já não vives!
Morte de Alice – Em 1865, vai estudar Direito
em Recife. A morte da esposa, todavia, faz
que retorne a São Paulo.
Natureza – Varela destaca-se pela poesia
com cheiro de campo e de exaltação da na-
tureza. Veja uma estrofe do poema A Flor do
Maracujá:
Por tudo o que o céu revela!
Por tudo o que a terra dá
Eu te juro que minh'alma
De tua alma escrava está!...
Guarda contigo esse emblema
Da flor do maracujá!
Decadência – Após a morte do filho, deixa-
se levar pela decadência física, pelo alcoolis-
mo e pela inadaptação social.
Poesia variada – Faz uma poesia variada,
densa, aproximando-se ora do byronianismo
de Álvares de Azevedo, ora da ingenuidade
de Casimiro de Abreu.
Literatura
Professor João BATISTA Gomes
Caiu no vestibular
01. (FGV) Assinale a afirmativa
INCORRETA a respeito do Arcadismo.
a) A temática amorosa árcade apresenta-
se como expressão de contenção
emocional e da simplicidade da vida
pastoril.
b) Revigorando a estética clássica, o
Arcadismo enfatiza o racionalismo, o
bucolismo e a mitologia greco-romana.
c) O herói árcade não é um guerreiro
fisicamente poderoso. Personifica o
pastor de vida simples, natural e
dedicado ao trabalho.
d) No Arcadismo, a natureza torna-se
também personagem, cúmplice do
sujeito poético e totalmente integrada
às suas emoções.
e) Os poemas árcades Uraguai e
Caramuru antecipam a temática
indianista, posteriormente revigorada
pelo ideal nacionalista romântico.
02. (FGV) Leia com atenção a crítica de
Alfredo Bosi sobre a obra de Gonçal-
ves Dias:.
[...] é preciso ver na força do
Gonçalves Dias indianista o ponto
exato em que o mito do bom
selvagem, constante desde os árcades,
acabou por fazer-se verdade artística.
(Bosi, Alfredo. História concisa da literatura
brasileira. 3. ed. São Paulo: Cultrix, 1981. p.
115.)
Agora leia os versos citados abaixo e
assinale a alternativa em que Gonçal-
ves Dias NÃO retrata o perfil do herói
nacional a que se refere Alfredo Bosi:
a) Andei longes terras,
lidei cruas guerras,
Vaguei pelas serras
Dos vis aimorés
b) Um velho Timbira, coberto de glória,
guardou a memória
do moço guerreiro, do velho Tupi!
c) Adeus qu’eu parto, senhora;
Negou-me o fado inimigo
Passar a vida contigo
d) Viu primeiro os íncolas
Robustos, das florestas,
Batendo os arcos rígidos
e) Tamoio nasceste,
Valente serás. (p. 89)
(DIAS, Gonçalves. Poemas. 14. ed. Rio de
Janeiro: Ediouro, 1996.)
Desafio
literário
Poemas famosos – Cântico do Calvário (ele-
gia em versos brancos dentro de Cantos e
Fantasias), A Flor deMaracujá.
OBRAS
1. Noturnas (1861, poesia)
2. O Estandarte Auriverde (1863, poesia)
3. Vozes da América (1864, poesia)
4. Cantos e Fantasias (1865, poesia, obra
máxima do autor)
5. Cantos do Ermo e da Cidade (1869, poesia)
6. Anchieta ou O Evangelho nas Selvas
(1875, poema em dez cantos)
7. Cantos Meridionais (1869, poesia)
8. Cantos Religiosos (1878, poesia)
3. CASIMIRO DE ABREU
Nascimento e morte – Casimiro José
Marques de Abreu nasce na Barra de São
João, Rio de Janeiro, em 4 de janeiro de
1839, onde morre, vitimado pela tuberculose,
em 18 de outubro de 1860.
Comerciante – Por imposição do pai, não
se faz bacharel; faz-se comerciante.
Simplicidade e ingenuidade – Casimiro de
Abreu é dos poetas mais apreciados de nos-
sa literatura, graças à simplicidade e à inge-
nuidade de seus versos.
Única obra – Produziu um único livro de
poemas: Primaveras (poesias, 1859).
Saudade – Quase todos os seus poemas
convergem para um único tema: saudade
(da infância, da família ou da pátria). Veja a
primeira estrofe de Meus oito Anos:
Oh! que saudades que eu tenho
Da aurora de minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Amor e medo – No poema Amor e Medo, o
poeta sintetiza o drama dos poetas da Segun-
da Geração: tinham muito amor, mas tinham
medo de amar:
Quando eu te fujo e me desvio cauto
Da luz de fogo que te cerca, oh! bela,
Contigo dizes, suspirando amores:
“– Meu Deus! que gelo, que frieza aquela!”
Como te enganas! meu amor é chama
Que se alimenta no voraz segredo,
E se te fujo é que te adoro louco...
És bela – eu moço; tens amor – eu medo!...
JUNQUEIRA FREIRE
Nascimento e morte – Luís José Junqueira
Freire nasce em Salvador, Bahia, em 31 de
dezembro de 1832, onde falece em 24 de
junho de 1855.
Ordem Beneditina – De frágil constituição,
após estudos irregulares das primeiras letras,
matricula-se no Liceu Provincial, de onde
saiu para ingressar na ordem Beneditina.
Decepção religiosa – Em 1854, depois de
um ano de sacerdócio, abandona o hábito,
voltando para a casa paterna. Passa a dedi-
car-se à elaboração de sua obra poética. Fa-
lece no ano seguinte, deixando apenas dois
livros.
Dramas interiores – Nessa vida brevíssima,
os acontecimentos são todos interiores: a
infelicidade na vida familiar, as ilusões sobre
a vocação monástica, as dúvidas e as angús-
tias que o levam a fazer declaração de amor
à morte:
Amei-te sempre: – e pertencer-te quero
Para sempre também, amiga morte.
Quero o chão, quero a terra – esse elemento
Que não se sente dos vaivéns da sorte
Céu x inferno – É comum, nos poemas de
Junqueira Freire, a confusão entre o sagra-
do e o profano. E para um monge benediti-
no, é estranho que, de vez em quando, quei-
ra morrer e ir para o inferno.
Poemas famosos – Morte, Desejo.
OBRAS:
1. Inspirações do Claustro (poesias, 1855)
2. Contradições Poéticas (poesias, ?)
POETAS DA TERCEIRA GERAÇÃO
1. CASTRO ALVES
Nascimento e morte – Antônio Frederico
de Castro Alves nasce em 14 de março de
1847, na Fazenda Cabaceiras, Curralinho
(hoje Castro Alves), interior da Bahia. Falece
em Salvador, em 6 de julho de 1871.
Órfão de mãe – Em 1859, é matriculado no
Ginásio Baiano, dirigido por Abílio Borges, on-
de também estudou Rui Barbosa. Neste ano,
fica órfão da mãe (vítima da tuberculose).
Direito em Recife – Em 1862, muda-se para
Recife, onde inicia a Faculdade de Direito.
Dupla fama – Em 1866, o talento de Castro
Alves já é reconhecido em Recife. Duas famas:
de poeta inflamado e de conquistador fogoso.
Eugênia Câmara – Ainda em 1866, morre o
pai do poeta em Salvador. Em Recife, tem
início o romance do poeta com a atriz portu-
guesa Eugênia Câmara.
Sucesso no teatro – Em 1867, Castro Alves
e Eugênia Câmara apresentam, com sucesso,
a peça Gonzaga ou A Revolução de Minas.
Alencar e Machado – Em 1868, Castro Alves
e Eugênia, a caminho de São Paulo, passam
pelo Rio de Janeiro, onde o poeta lê sua pe-
ça para José de Alencar e é apresentado a
Machado de Assis.
Acidente – Em São Paulo, o poeta engaja-se
na vida literária e intelectual da cidade, reto-
mando o curso de Direito. No fim de 1868,
separa-se definitivamente de Eugênia Câmara
e sofre um acidente de tiro.
Pé amputado – Em 1869, Castro Alves tem
o pé esquerdo amputado no Rio de Janeiro.
Frágil e doente, regressa à Bahia.
Primeiro livro – Em 1870, publica Espumas
Flutuantes (poesias).
Morte – Vitimado pela tuberculose, Castro
Alves morre em 1871, na Bahia, aos vinte e
quatro anos de idade.
Características – Características centrais de
sua poesia: lirismo (amoroso e erótico) e
abolicionismo.
Poemas famosos – O Adeus de Teresa,
Boa-Noite, Adormecida, Navio Negreiro,
Vozes d'África, O Livro e a América.
OBRAS:
1. Espumas Flutuantes (1870, poesias líricas)
2. Gonzaga ou a Revolução de Minas (1876,
teatro)
3. A Cachoeira de Paulo Afonso (1876, poema
narrativo antiescravista)
4. Os Escravos (1833, poesia social, obra
máxima do autor)
11
Vozes d’África
Castro Alves
Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu'estrela tu t’escondes
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito...
Onde estás, Senhor Deus?...
1. ESTROFE – Todo o poema Vozes d’África é
composto de estrofes de seis versos
(sextilhas).
2. MÉTRICA – Todas as estrofes do poema
apresentam versos com a seguinte métrica:
a) Versos maiores: 10 sílabas
(decassílabos).
b) Versos menores: 6 sílabas
(hexassílabos).
REGULARIDADE – Pode-se concluir, pois,
que o poema apresenta regularidade métri-
ca: todas as estrofes mantêm a métrica exi-
bida na primeira.
3. RIMAS – A análise das rimas deve ser feita
em cada estrofe. Na primeira, acima
exposta, temos:
a) Rimas pobres: todas (as palavras que
rimam têm a mesma classe gramatical). 
b) Rimas femininas: todas (as palavras
que rimam são paroxítonas).
c) Rimas perfeitas: respondes/escondes;
grito/infinito (as palavras apresentam
perfeição sonora a partir da vogal da
sílaba tônica).
d) Rimas imperfeitas: céus/Deus (as
palavras apresentam imperfeição
sonora: céus = som aberto; Deus =
som fechado).
4. FIGURAS DE LINGUAGEM – A estrofe em
questão contém as seguintes figuras de
linguagem:
a) Apóstrofe: o mesmo que vocativo. A
estrofe inicia-se com um chamamento:
“Deus! ó Deus!”.
b) Prosopopéia: o poema inteiro
representa a “voz da África”, ou seja, o
poeta transforma o Continente Africano
em ser pensante, dando-lhe vida, ação,
movimento e voz.
5. VOCABULÁRIO – O poema exibe um
vocabulário condizente com texto literário.
Na estrofe em questão, merecem cuidado:
a) Embalde: o mesmo que “debalde”:
inutilmente, em vão.
b) Embuçado: o mesmo que “rebuçado”:
encoberto, escondido, oculto.
Leitura
obrigatória
ACUÑA, Cristóbal de. Informes de jesuítas em el
amazonas: 1660-1684. Iquitos - Peru, 1986.
ADALBERTO Prado e Silva et al. Dicionário
brasileiro da língua portuguesa. São Paulo:
Melhoramentos, 1975.
ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Dicionário de
questões vernáculas. 3. ed. São Paulo: Ática, 1996.
ARRUDA, José Jobson de A. et ali. Toda a
História: História geral e História do Brasil, 8. ed.
São Paulo: Editora Ática, 2000.
BECHARA, Evanildo. Gramática portuguesa. 31.
ed. São Paulo: Nacional, 1987
CARVAJAL, Gaspar de. Descobrimento do rio de
Orellana. São Paulo: Nacional, 1941.
COELHO, Marcos A. ; TERRA, Lygia. Geografia
Geral. O espaço natural e socioeconômico.
Moderna, 2001.
COELHO, Marcos de Amorim. Geografia do Brasil
- 5. ed. São Paulo: Moderna, 2003.
HOORNAERT, Eduardo (Coord.). Comissão de
Estudos da Igreja na América Latina. História da
Igreja na Amazônia. Petrópolis-RJ: Vozes, 1992.
MAGNOLI, Demétrio;

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