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Apostila 5 - Teoria Geral do Direito Penal

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AULA – DIREITO PENAL PARTE GERAL-5 CULPABILIDADE. Elementos da culpabilidade. Exclusão da culpabilidade. Imputabilidade. Potencial consciência da ilicitude. Erro de proibição. Exigibilidade de conduta diversa. Causas supralegais de exclusão da exigibilidade de conduta diversa. 
 
-INTRODUÇÃO.
	No direito penal da Antiguidade, a responsabilidade penal decorria do simples fato lesivo, sem que se indagasse da “culpa” do autor da conduta.
	Percebeu-se com o decorrer da evolução cultural que somente poderia ser aplicada a sanção ao homem causador do resultado lesivo se, com seu comportamento, poderia tê-lo evitado. 
 Não se pode intimidar o homem com a ameaça de pena simplesmente pelo resultado de sua conduta.
	Torna-se indispensável, para se falar em culpa, verificar se no fato estavam presentes à vontade ou a previsibilidade.
 Desses dois elementos, vontade e previsibilidade construíram-se dois conceitos jurídicos penais fundamentais: o dolo (vontade) e a culpa em sentido estrito (previsibilidade).
	O crime pode ser doloso, quando o agente quer o fato, ou culposo, quando o agente não quer, mas dá causa ao resultado previsível.
	Com isso chegou-se a teoria psicológica da culpabilidade: a culpabilidade reside numa ligação de natureza psíquica entre o sujeito e o fato criminoso. Dolo e culpa seriam as formas da culpabilidade.
	Porem tal teoria não explica, na totalidade, a culpabilidade penal. Verifica-se que na culpa inconsciente em que o sujeito não prevê o resultado, não há nenhuma ligação psíquica entre o autor e o resultado. E mais. Os atos humanos são penalmente relevantes apenas quando contrariam à norma penal. O dolo e a culpa, em si mesmos, que existem em todos os atos voluntários que causam um dano, não caracterizam a culpabilidade se a conduta não for considerada reprovável pela lei penal.
	Dolo e culpa como liames psicológicos entre o agente e o fato, devem ser valorados normativamente. 
 Há que se fazer um juízo de censura sobre a conduta. 
 O fato somente é censurável se, nas circunstâncias, se pudesse exigir do agente um comportamento de acordo com o direito. 
	Assim se formou a teoria “psicológica-normativa” da culpabilidade, então chamada teoria normativa da culpabilidade: a culpabilidade exige o dolo ou culpa, que são os elementos psicológicos presentes no autor, e a “reprovabilidade”, um juízo de valor sobre o fato, considerando-se que essa censurabilidade somente existe se há no agente a consciência da ilicitude de sua conduta ou, ao menos, que tenha ela a possibilidade desse conhecimento.
	Com a vinda da teoria da ação finalista, de Wezel, passou-se a discutir a validade dessa afirmação. 
 A ação não pode ser desligada do fim do agente, sob pena de quebrar a realidade do fato concreto.
	O fim da conduta, elemento intencional da ação, é inseparável da própria ação. O dolo, é a consciência do que se quer e a vontade de realizar o tipo; se não há ação dolosa, não há fato típico doloso. O que se exclui com a eliminação do dolo é a própria existência do fato típico e não a mera culpabilidade pelo fato que o sujeito praticou. 
 Assim o dolo e a culpa não podem ser elementos da culpabilidade; colocando-os como fazendo parte desta (culpabilidade) está se fracionando a estrutura natural da ação. 
 Nestes termos não se pode aceitar a teoria “psicológico-normativa”, pois o dolo não pode ser elemento do fato e elemento da culpabilidade pelo fato. 
	Chegou-se a teoria da culpabilidade, ou “teoria normativa pura”: o dolo e a culpa pertencem á conduta; os elementos normativos formam todos a culpabilidade, ou seja, a reprovabilidade da conduta. 
 “A culpabilidade ganha um elemento – a consciência da ilicitude – mas perde os anteriores elementos anímicos subjetivos – o dolo e a culpa “stricto sensu” – reduzindo-se, essencialmente, a um juízo de censura” (Francisco de Assis Toledo).
	A culpabilidade é a “reprovabilidade da conduta típica e antijurídica”.
	Do principio da culpabilidade se depreende que, em primeiro lugar, toda pena supõe culpabilidade, de modo que não se pode ser castigado aquele que atua sem culpabilidade (exclusão da responsabilização pelo resultado) e, em segundo lugar, que a pena não pode superar a medida da culpabilidade, a dosagem da pena no limite da culpabilidade.
ELEMENTOS DA CULPABILIDADE.
	Para que se possa afirmar que uma conduta é reprovável, que há culpabilidade é necessário que o autor da ação pudesse ter agido de acordo com a norma.
	Primeiro, é necessário ter imputabilidade, que nada mais é do que a condição pessoal de maturidade e sanidade mental que confere ao agente a capacidade de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se segundo esse entendimento.
	Não basta a imputabilidade. É necessário que o sujeito possa conhecer, por um esforço da consciência, a antijuridicidade de sua conduta, ou seja, se conhecia a ilicitude do fato ou se podia reconhecê-la. Só assim há falta ao dever imposto pelo ordenamento jurídico. Essa condição intelectual é denominada “possibilidade do conhecimento da ilicitude do fato”.
	 Porém, alem desses dois requisitos é necessário ainda que nas circunstâncias fosse possível um comportamento diverso daquele que tomou ao praticar o fato típico e antijurídico, pois existem circunstâncias ou motivos pessoais que tornam inexigível conduta diversa do agente. É o que se denomina “exigibilidade de conduta diversa”.
	Portanto, só haverá culpabilidade se ocorrerem os requisitos da (A) imputabilidade, da (B) possibilidade do conhecimento da ilicitude, além da (C) exigibilidade de conduta diversa. 
EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE.
	A Lei Penal prevê a inexistência de crime quando ocorre uma causa que exclui a antijuridicidade. Existente a antijuridicidade do fato, há crime.
	É necessário, porém, para se impor a pena que se verifique se há culpabilidade, ou seja, se existem os elementos que compõem a “reprovabilidade da conduta”. 
 	A Lei prevê as causas que excluem a culpabilidade pela ausência de um de seus elementos.
	I – casos de inimputabilidade do sujeito:
A) doença mental, desenvolvimento mental incompleto e desenvolvimento mental retardado (art. 26 do CP);
B) desenvolvimento mental incompleto por presunção legal, do menor de 18 anos (art. 27 do CP);
C) embriaguez fortuita completa (art. 28 § 1º do CP).
	II – Potencial consciência da ilicitude, nos seguintes casos:
A) erro de proibição;
B) descriminante putativa por erro de proibição;
	III – inexigibilidade de conduta diversa na coação moral irresistível (art. 22, primeira parte do CP); obediência à ordem não manifestamente ilegal;
IMPUTABILIDADE.
	É a capacidade de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
 O agente deve ter condições físicas, psicológicas, morais e mentais de saber que esta realizando um ilícito penal.
	Mas não é só. Além dessa capacidade plena de entendimento, deve ter condições de controle sobre sua vontade. 
	A imputabilidade apresenta um aspecto intelectivo, consistente na capacidade de entendimento, e outro, volitivo, que é a faculdade de controlar e comandar a própria vontade.
 Faltando um desses elementos, o agente não será considerado responsável pelos seus atos. Exemplo, um dependente de drogas tem plena capacidade para entender o ilícito do furto que pratica, mas não consegue controlar o invencível impulso de continuar a consumir a droga, tornando-se um escravo de sua vontade, sem liberdade de autodeterminação e comando sobre a própria vontade.
	Todo agente é imputável, a não ser que ocorra causa excludente da imputabilidade (causa dirimente). As causas que excluem a imputabilidade são:
A) Doença Mental;
B) Desenvolvimento Mental Incompleto;
C) Desenvolvimento Mental Retardado;
D) Embriaguez Completa proveniente de Caso Fortuito ou Força Maior.
 
A) DOENÇA MENTAL.
	É a perturbaçãomental ou psíquica de qualquer ordem, capaz de eliminar ou afetar a capacidade de entender o caráter criminoso do fato ou a de comandar a vontade de acordo com esse entendimento. Compreende as moléstias mentais tais como epilepsia, psicose, neurose, esquizofrenia, paranóias.
	A dependência patológica de substancia psicotrópica, como drogas, configura doença mental sempre que retirar a capacidade de entender ou de querer. 
 A imputabilidade cessa também na hipótese de enfermidade de natureza não mental que atinja “a capacidade de entender e querer”. É o que ocorre nos delírios febris produzidos pelo tifo, na pneumonia.
B) DESENVOLVIMENTO MENTAL INCOMPLETO.
	É o desenvolvimento que ainda não se concluiu, devido a recente idade cronológica do agente ou à sua falta de convivência na sociedade, ocasionando imaturidade mental e emocional. É o que ocorre com os menores de 18 anos e dos silvícolas inadaptados a sociedade os quais têm condições de chegar ao pleno desenvolvimento com o acumulo de experiências vividas no cotidiano. Nos casos dos silvícolas o laudo pericial é imprescindível para aferir a inimputabilidade.
C) DESENVOLVIMENTO MENTAL RETARDADO.
	É o incompatível com o estagio de vida em que se encontra a pessoa, estando, portanto, abaixo do desenvolvimento normal daquela idade cronológica, ou seja, a capacidade não corresponde às expectativas para aquele momento da vida, o que significa que a plena potencialidade jamais será atingida.
	É o caso dos oligofrênicos, que são pessoas de reduzido coeficiente intelectual, sendo classificados numa escala de inteligência decrescente em débis mentais, imbecis e idiotas.
 Dada a sua quase insignificante capacidade mental, ficam impossibilitados de efetuar uma correta avaliação da situação de fato que se lhes apresenta, não tendo, condições de entender o crime que cometeram.
	Além dos oligofrênicos, compreendem-se na categoria do desenvolvimento retardado os surdos-mudos, que, em conseqüência da anomalia, não têm qualquer capacidade de entendimento e autodeterminação.
CRITÉRIOS DE MEDIÇÃO DA INIMPUTABILIDADE.
- Sistema Biológico
	A este sistema somente interessa saber se o agente é o portador de alguma doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado. Em caso positivo, será considerado inimputável, independente de qualquer verificação concreta dessa anomalia ter retirado ou não a capacidade de entendimento ou autodeterminação. Há uma presunção legal de que a deficiência ou doença mental impede o sujeito de compreender o crime ou comandar a sua vontade, sendo irrelevante indagar acerca de suas reais conseqüências no momento da ação ou omissão.
	Foi adotado, como exceção, no caso dos menores de 18 anos, nos quais o desenvolvimento incompleto presume a incapacidade de entendimento e vontade. Pode até ser que o menor entenda plenamente o caráter criminoso do homicídio que pratica, mas a lei presume, ante a menoridade, que ele não sabe o que faz, adotando o sistema biológico neste caso.
-Sistema Psicológico
	Esse sistema se preocupa com a existência de perturbação mental no agente, mas apenas se, no momento da ação ou omissão delituosa, ele tinha ou não condições de avaliar o caráter criminoso do fato e de orientar-se de acordo com esse entendimento. O sistema psicológico volta suas atenções apenas para o momento da pratica do crime.
-Sistema Biopsicológico.
	Combina os dois sistemas anteriores, exigindo que a causa geradora esteja prevista em lei e que, além disso, atue efetivamente no momento da ação delituosa, retirando do agente a capacidade de entendimento e vontade. 
	São requisitos da inimputabilidade: 
a) Causal: a existência de doença mental ou de desenvolvimento mental incompleto ou retardado, que são causas previstas em lei; 
b) cronológico: atuação ao tempo da ação ou omissão delituosa; 
c) Conseqüencial: perda total da capacidade de entender ou da capacidade de querer. 
 Somente haverá inimputabilidade se os três requisitos estiverem presentes, a exceção dos menores de 18 anos, regidos pelo sistema biológico. 
	A prova da inimputabilidade do acusado é fornecida pelo exame pericial. Quando houver dúvida sobre a integridade mental do réu, o juiz ordenará, de oficio ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a um exame médico-legal, chamado de insanidade mental, suspendendo-se o processo até o resultado final (artigo 149 do CPP).
D) EMBRIAGUEZ.
	Causa capaz de levar à exclusão da capacidade de entendimento e vontade do agente, em virtude de uma intoxicação aguda e transitória causada por álcool ou qualquer substancia de efeitos psicotrópicos, sejam eles entorpecentes (morfina), estimulantes (cocaína) ou alucinógenos (acido lisérgico).
	As substâncias que provocam alterações psíquicas denominam-se drogas psicotrópicas e encontram-se subdivididas em três espécies: a) psicolépticos, que são os tranqüilizantes, os narcóticos, os entorpecentes, como, a morfina, o ópio, os calmantes; b) psicoanalépticos, os estimulantes, como as anfetaminas, a cocaína; c) psicodislépticos, ou seja, os alucinógenos, as que causam alucinações, como o ácido lisérgico, a heroína e o álcool. 
 O Código Penal não aborda apenas a embriaguez alcoólica, mas a decorrente do uso de qualquer outra droga.
	São fases da embriaguez: 
a) Excitação: estado eufórico inicial provocado pela inibição dos mecanismos de autocensura. O agente torna-se inconveniente, perde a acuidade visual e tem seu equilíbrio alterado; 
b) Depressão: passada a excitação inicial, estabelece-se uma confusão mental e há irritabilidade, que deixam o sujeito mais agressivo; 
c) Sono: na sua ultima fase, e somente quando grandes doses são ingeridas, o agente fica em um estado de dormência profunda, com perda do controle sobre as funções fisiológicas. Nesta fase, evidentemente, o ébrio só pode cometer delitos omissivos.
-Espécies.
A) Embriaguez não acidental: Subdivide-se em voluntaria (dolosa) e culposa. 
I) Voluntária, (dolosa ou intencional): o agente ingere a substância alcoólica ou de efeitos análogas com a intenção de embriagar-se. Há um desejo de ingressar em um estado de alteração psíquica, daí a expressão “embriaguez dolosa”. 
II) Culposa: o agente quer ingerir a substância, mas sem a intenção de embriagar-se, contudo, isso vem a acontecer em virtude da imprudência de consumir doses excessivas. A alteração psíquica decorre de um descuido, de uma conduta culposa, imprudente.
	Completa: a embriaguez voluntaria e a culposa podem ter como conseqüência a retirada total da capacidade de entendimento e vontade do agente, que perde totalmente a noção sobre o que está acontecendo.
	Incompleta: ocorre quando a embriaguez voluntaria ou a culposa retiram apenas parcialmente a capacidade de entendimento e autodeterminação do agente, que ainda consegue manter um mínimo de compreensão e vontade.
Conseqüências: “ACTIO LIBERA IN CAUSA”. 
 A embriaguez não acidental jamais exclui a imputabilidade do agente, seja voluntária, culposa, completa ou incompleta. 
 Isso porque ele, no momento em que ingere a substancia era livre para decidir se devia ou não o fazer. 
 A conduta, mesmo quando praticada em estado de embriaguez completa, originou-se de um ato de livre arbítrio do sujeito, que optou por ingerir a substancia quando tinha possibilidade de não o fazer. A ação foi livre na sua causa, devendo o agente, por essa razão, ser responsabilizado.
	É a teoria da “ACTIO LIBERA IN CAUSA” (ações livres na causa). 
 Considera-se o momento da ingestão da substância e não o da pratica do crime. 
 Essa teoria, para parte da doutrina, configura resquício da responsabilidade objetiva em nosso sistema penal, sendo admitida excepcionalmente quando for de todo necessário para não deixar o bem jurídico em proteção. 
 Exemplo: um estudante, após ingerir grande quantidadede álcool, vai participar de uma festa, na qual, completamente embriagado, desfere um disparo de arma de fogo na cabeça de seu colega, matando-o. 
 Passada a bebedeira, desesperado chora a morte do amigo, sem se lembrar de nada. 
 Nesse caso, responde pelo crime, pois, embora tivesse perdido a capacidade de compreensão, no momento da conduta delituosa, não pode invocar tal incapacidade momentânea a seu favor, pois no momento em que ingeria a substancia era plenamente livre para decidir se devia ou não fazê-lo. 
 Pela teoria da “actio libera in causa”, responderá por homicídio doloso, presumindo-se, sem admissão de prova em contrario, que estava sóbrio no momento em que praticou a conduta.
 
-Responsabilidade objetiva na embriaguez não acidental.
	Alguns doutrinadores afastam completamente a responsabilidade objetiva do sistema penal moderno. Ressaltam que, no caso da embriaguez completa, o agente não pode ser responsabilizado se não tinha, no momento em que se embriagava, condições de prever o surgimento da situação que o levou a pratica do crime. 
	A responsabilidade objetiva não mais se justifica diante do principio constitucional do “estado de inocência”. 
 A moderna doutrina penal não aceita a aplicação da teoria da “actio libera in causa” à embriaguez completa, voluntaria ou culposa e não preordenada, em que o sujeito não possui previsão, no momento em que se embriaga, da pratica do crime. 
	Se o sujeito se embriaga prevendo a possibilidade de praticar o crime e aceitando a produção do resultado, responde pelo delito a titulo de dolo. Se ele se embriaga prevendo a produção do resultado e esperando que não se produza, ou não prevendo, mas devendo prevê-lo, responde pelo delito a titulo de culpa.
	Para que haja responsabilidade penal no caso da “actio libera in causa”, é necessário que, no instante da imputabilidade, o sujeito tenha querido o resultado ou assumido o risco de produzi-lo, ou o tenha previsto sem aceitar o risco de causá-lo ou que, no mínimo, tenha sido previsível. 
 Na hipótese de imprevisibilidade, não há que se falar em responsabilidade penal ou em aplicação da “actio libera in causa”. 
 Assim afirmando que não há exclusão da imputabilidade, o Código admite a responsabilidade objetiva.
 Para muitos doutrinadores, com o advento da Constituição de 1988, o artigo 28, II, do Código Penal, na parte em que ainda consagrava a responsabilidade objetiva, uma vez que permitia a condenação por crime doloso ou culposo sem que o ébrio tivesse agido com dolo ou culpa, não foi recepcionado pelo principio constitucional do estado de inocência (artigo 5º, LVII).
 
-Embriaguez acidental (caso fortuito/força maior)
	Caso fortuito: é toda ocorrência eventual, de difícil verificação, como o clássico exemplo de alguém que tropeça e cai de cabeça em um tonel de vinho, embriagando-se. É também o caso de alguém que ingere bebida na ignorância de que tem conteúdo alcoólico, ou dos efeitos psicotrópicos que provoca. O sujeito não se embriaga porque quis, nem porque agiu com culpa.
 Força maior: deriva de uma força externa ao agente, que o obriga a consumir a droga. É o caso do sujeito obrigado a ingerir álcool por coação física ou moral irresistível, perdendo o controle sobre suas ações.
	Quando a embriaguez for completa, exclui a imputabilidade, e o agente fica isento de pena; quando incompleta, não exclui, mas permite a diminuição de 1/3 a 2/3, conforme o grau de perturbação.
	Não há que se falar da “actio libera in causa”, uma vez que durante a embriaguez o agente não teve livre arbítrio para decidir se consumia ou não a substância. A ação em sua origem não foi nem voluntaria nem culposa.
-Embriaguez patológica
	É o caso dos alcoólatras e dos dependentes, que se colocam em estado de embriaguez em virtude de uma vontade invencível de continuar a consumir a droga. Trata-se de doença mental, recebendo o mesmo tratamento desta. Cabe aqui ressaltar que há divergência entre doutrinadores na solução acima mencionada.
-Embriaguez preordenada.
	O agente embriaga-se já com a finalidade de vir a delinqüir nesse estado. A conduta de ingerir bebida alcoólica já constitui o ato inicial do comportamento típico, já se vislumbrando o objetivo delituoso que almeja atingir, o que assume o risco de conseguir. É o caso de assaltantes que consomem substancias estimulantes para operações ousadas.
	Além de não excluir a imputabilidade, constitui causa agravante genérica (artigo 61, II, l, do CP).
EMOÇÃO E PAIXÃO.
	Emoção é um sentimento abrupto, súbito, repentino, que toma de assalto a pessoa. É efêmero, fugaz, passageiro.
	A paixão é um sentimento lento, que se vai cristalizando na alma humana até alojar-se de forma definitiva. 
	Nenhuma delas exclui a imputabilidade. A emoção pode funcionar como causa especial de diminuição de pena (privilegio) no homicídio doloso e nas lesões corporais dolosas, mas, para isso exige quatro requisitos: a) deve ser violenta; b) o agente deve estar sob o domínio dessa emoção, e não mera influência; c) a emoção deve ser provocada por um ato injusto da vítima; d) reação da vitima deve ser logo em seguida a essa provocação (artigos 121§ 1º, e 129 § 4º do CP). 
 Nesse caso a pena será reduzida de 1/6 a 1/3. Se o agente estiver sob mera influência, a emoção agirá apenas como circunstancia atenuante genérica. 
 A paixão não funciona sequer como causa de diminuição de pena. 
-Semi-responsabilidade ou responsabilidade diminuída
	É a perda de parte da capacidade de entendimento e autodeterminação, em razão de doença mental ou de desenvolvimento incompleto ou retardado. 
 Alcança os indivíduos em que as perturbações psíquicas tornam menor o poder de autodeterminação e mais fraca a resistência interior em relação à pratica do crime. 
 O agente é imputável e responsável por ter alguma noção do que faz, mas sua responsabilidade é reduzida em virtude de ter agido com culpabilidade diminuída em razão de suas condições pessoais.
	É provocada por perturbação da saúde mental ou de desenvolvimento mental incompleto ou retardado.
	Deve estar presente ao tempo da ação ou omissão. Na semi-imputabilidade há apenas perda de parte da capacidade de entender e querer.
	Não exclui a imputabilidade, de modo que o agente é condenado pelo fato típico e ilícito que praticou. Porém, constatada a redução da capacidade de compreensão e vontade, o juiz terá duas opções: a) reduzir a pena de 1/3 a 2/3; b) impor medida de segurança.
	A escolha por medida de segurança somente poderá ser feita se o laudo de insanidade mental indicá-la como recomendável, não sendo arbitraria essa opção. Se for aplicada pena, o juiz estará obrigado a diminuí-la de 1/3 a 2/3, conforme o grau de perturbação, tratando-se de direito público subjetivo do agente.
-Embriaguez fortuita e a imputabilidade diminuída.
	A imputabilidade diminuída também existe no caso de embriaguez fortuita (artigo 28 § 2º do CP). Assim, quando a intoxicação por álcool ou substância de efeitos análogos proveniente de caso fortuito ou força maior é completa e anula o poder de autodeterminação, considera-se o agente inimputável; se a embriaguez fortuita diminui a autodeterminação do agente, existe a imputabilidade diminuída. 
POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE (Erro de Direito)
	O desconhecimento da lei é inescusável (artigo 21 do CP), pois ninguém pode deixar de cumpri-la alegando que não a conhece.
	O principio tem seu fundamento em uma exigência de caráter prático. A ordem jurídica não poderia subsistir sem que as leis se tronassem obrigatórias desde sua publicação.
 Afirmar, portanto, não saber que matar, roubar, lesionar, sonegar tributos é crime não exclui a responsabilidade pelo delito praticado.
	No entanto, o desconhecimento da lei, embora não exclua a culpabilidade, é circunstância atenuante genérica (artigo 65, II do CP).
	A ignorância é o completodesconhecimento da existência da regra legal, ao passo que a errada compreensão consiste no conhecimento equivocado da regra. O erro é o conhecimento parcial, falso, equivocado, enquanto que a ignorância é o desconhecimento total.
ERRO DE PROIBIÇÃO.
	A errada compreensão de uma determinada regra legal pode levar o agente a supor que certa conduta injusta seja justa, a tomar uma atitude errada por certa. Nesse caso a doutrina convencionou em chamar “erro de proibição”. 
	O sujeito, diante de uma realidade que se lhe apresenta, interpreta mal o dispositivo legal aplicável ao caso, e acaba por achar-se no direito de realizar a conduta que, na verdade, é proibida. Assim, em razão de uma equivocada compreensão da norma, supõe permitido o que é proibido, daí o nome “erro de proibição”.
	É o que WELZEL chamou de desconhecimento profano do injusto (achar que o errado é certo). Funda-se na concreta ausência do agente, no momento da atuação, da consciência da ilicitude de uma conduta. 
	Pouco importa se o agente conhecia ou não a lei, pois eventual desconhecimento não poderá ser alegado, em face da presunção de que ninguém ignora o texto legal. 
 O que se pergunta é do conhecimento do caráter injusto do ato, da consciência de que se está fazendo algo contrário do que todos consideram como justo. “Um querer aquilo que não se deve querer, sabendo ou podendo saber que não se deve” (Aníbal Bruno).
	No erro de proibição o agente pensa agir plenamente de acordo com o ordenamento global, mas, na verdade, pratica um ilícito, em razão da equivocada compreensão do direito.
	Exemplo, um rústico aldeão, que nasceu e passou toda a sua vida em um vilarejo do sertão, agride levemente sua mulher, por suspeitar que ela o traiu. É irrelevante perguntar se ele sabia da existência do crime de lesões corporais, pois há presunção legal do conhecimento da lei. 
 Mas, o Direito Penal pode levar em conta que o agente, dentro das circunstâncias em que cometeu o crime, poderia pensar, por força do ambiente em que viveu que sua conduta tinha plena aceitação no ordenamento jurídico. 
 Ele não tinha a consciência profana do injusto. Naquele ambiente, ele contava com a aprovação geral, portanto, para ele sua conduta era plenamente licita (correta). 
 Esse erro exclui a consciência da ilicitude, pois o agente deixa de saber que estava cometendo algo ilícito, injusto.
ERRO DE PROIBIÇÃO – ERRO DE TIPO.
	No erro de tipo, o agente tem uma visão distorcida da realidade, não vislumbrando na situação que se lhe apresenta a existência de fatos descritos no tipo como elementares ou circunstâncias. É o caso da pessoa que pensa que a carteira de outrem lhe pertence, ante a semelhança entre ambas, desconhecendo estar subtraindo coisa alheia. É o caçador que acerta as costas de um homem gordo, imaginando tratar-se de um tronco. Nesses casos o equivoco ocorre sobre a realidade e não sobre a interpretação que o agente fazia da norma, impedindo o autor de saber que estava cometendo um crime.
	No erro de proibição, há uma perfeita noção acerca do tudo o que se está passando. O sujeito conhece toda a situação fática, sem que haja distorção da realidade. Ele sabe que a carteira pertence a outrem, que esta atirando contra as costas de um homem. Seu erro incide sobre o que lhe é permitido fazer diante daquela situação, ou seja, se é licito retirar a carteira pertencente à outra pessoa, atirar nas costas de um homem. Há uma perfeita compreensão da situação de fato e uma errada apreciação sobre a injustiça do que faz.
 
ERRO DE PROIBIÇÃO E CONSCIÊNCIA ATUAL DA ILICITUDE. 
	O erro de proibição faz com que o agente não saiba que pratica um ato ilícito. Por essa razão, exclui do sujeito a consciência da ilicitude de sua ação ou omissão. Se, no momento em que realizava a conduta, não a sabia proibida, faltava-lhe naquele instante a consciência de que ela era ilícita, daí porque o erro de proibição sempre impedir o agente de ter a consciência atual da ilicitude.
	No entanto, nasce um problema afeto a responsabilização do sujeito, pois, bastaria a ele alegar que não sabia que determinada ação era injusta, errada, para ver-se livre das conseqüências de seus atos. 
 Portanto, sendo o erro de índole subjetiva, dificilmente o juiz teria como contestar a alegação de que o agente interpretou mal a norma e supôs permitida uma conduta proibida.
	Para se evitarem abusos, o legislador previu como requisito da culpabilidade não o conhecimento do caráter injusto do fato, mas a possibilidade de que o agente tenha esse conhecimento no momento da ação ou omissão. É a potencial consciência da ilicitude.
	O que importa é investigar se o sujeito ao praticar o crime, tinha a possibilidade de saber que fazia algo errado ou injusto, de acordo com o meio social que o cerca, as condições e costumes locais, sua formação cultural, seu nível intelectual, resistência emocional e psíquica e outros fatores.
	Agora são aspectos externos, objetivos, que orientam o juiz na aferição da culpabilidade. 
 Pouco adiante alegar não saber que a conduta era proibida, pois, se existe a possibilidade de sabê-la ilícita, o agente responderá pelo crime. 
 A potencial consciência da ilicitude só é eliminada quando o sujeito, além de não conhecer o caráter ilícito do fato, não tinha nenhuma possibilidade de fazê-lo. 
 No exemplo do aldeão, interessara saber se ele, pelas suas condições de vida, formação cultural e intelectual, bem como pela pressão exercida, costumes e tradições locais, tinha ou não como saber que agredir outra pessoa, ainda que seu cônjuge adúltero, é um fato injusto e inaceitável. 
 Havendo tal possibilidade, pouco importa que ele não sabia ser sua conduta proibida, pois responderá pelo crime cometido.
	Somente o erro de proibição que não poderia ter sido evitado elimina a potencial consciência, ou seja, aquele erro que o agente não tinha como evitar. O agente não tinha como conhecer a ilicitude do fato, em face das circunstâncias do caso concreto é o chamado erro de proibição inevitável ou escusável. Exclui a culpabilidade. O agente fica isento de pena.
	Já o erro de proibição evitável ou inescusável, é aquele em que embora o agente desconhecesse que o fato era ilícito, tinha condições de saber, dentro das circunstâncias, que contrariava o ordenamento jurídico. Neste caso, terá direito a redução da pena de 1/6 a 1/3.
 	 
 -Descriminante putativa por erro de proibição (erro de proibição indireto).
	É a causa de exclusão da ilicitude imaginada pelo agente, em razão de uma equivocada consideração dos limites autorizadores da justificadora. Não se confunde com a descriminante putativa por erro do tipo, uma vez que nesta há uma equivocada apreciação da realidade (o sujeito pensa que a vitima vai sacar uma arma quando, na realidade, era um lenço).
	Na descriminante putativa por erro de proibição, há uma perfeita noção da realidade, mas o agente avalia equivocadamente os limites da norma autorizadora. 
 É o caso do homem esbofeteado que se supõe em legitima defesa. Ele sabe que a agressão cessou, que seu agressor já está de costas, indo embora, mas supõe que, por ter sido humilhado, pode atirar por trás, matando o sujeito. Imagina, por erro, a existência de uma causa de exclusão de ilicitude, que, na verdade, não se apresenta. Só que não é um erro incidente sobre a situação de fato, mas sobre a apreciação dos limites da norma excludente, até que ponto a norma prevê a legítima defesa permite ao agente atuar.
	O agente responderá pelo resultado com pena reduzida, se o erro for evitável, ou ficará isento de pena, se inevitável.
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA. 
 	É a expectativa social de um comportamento diferente daquele que foi adotado pelo agente. 
 Somente haverá exigibilidade de conduta diversa quando a coletividade podiaesperar do sujeito que tivesse atuado de outra forma.
	É causa de exclusão de culpabilidade fundada no principio de que só podem ser punidas as condutas que poderiam ser evitadas. 
	A lei prevê duas hipóteses, quais sejam a (1) coação moral irresistível e a (2) obediência hierárquica.
	A coação moral irresistível, é o emprego de força física ou de grave ameaça para que alguém faça ou deixe de fazer alguma coisa. A coação física consiste no emprego de força física, e a coação moral no emprego de grave ameaça. A coação moral pode ser irresistível (o coato não tem condições de resistir) e a resistível (o coato tem condições de resistir).	
 A coação física exclui a conduta, uma vez que elimina totalmente à vontade. O fato passa a ser atípico. É o caso do operador de trilhos que, amarrado por assaltantes á cadeira, não tem como fazer a mudança de nível dos trilhos e, assim, não consegue impedir a colisão da locomotiva. 
 	Coação moral irresistível há crime, pois, mesmo sendo grave a ameaça, ainda subsiste um resquício de vontade que mantém o fato como típico. No entanto, o agente não será considerado culpado. Na coação moral irresistível, há fato típico e ilícito, mas o agente não é considerado culpado, em face da exclusão da exigibilidade de conduta diversa. Exemplo, um seqüestrador diz ao pai de uma criança que, se ele não conseguir cem mil reais em uma hora, nunca mais verá seu filho. O pai, desesperado, assalta um banco e paga o resgate. Trata-se de um crime praticado mediante coação moral irresistível. 
	Coação moral resistível há crime, pois a vontade restou preservada, e o agente é culpável, uma vez que, sendo resistível a ameaça, era exigível conduta diversa. Porém, a coação moral resistível atua como uma circunstancia atenuante genérica (artigo 65, III, do CP). 
	(2) Obediência hierárquica. É a obediência a ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquico, tornando viciada a vontade do subordinado e afastando a exigência de conduta diversa.
	São requisitos da obediência hierárquica: a) um superior; b) um subordinado; c) uma relação de direito público entre ambos, já que o poder hierárquico é inerente à Administração Pública, estando excluídas da hipótese de obediência hierárquica as relações de direito privado, tais como as entre patrão e empregado; d) uma ordem do primeiro para o segundo; e) ilegalidade da ordem, visto que a ordem legal exclui a ilicitude pelo estrito cumprimento do dever legal; f) aparente legalidade da ordem.
	A ordem de superior hierárquico é a manifestação de vontade do titular de uma função pública a um funcionário que lhe é subordinado. 
 A ordem pode ser legal, oportunidade em que o subordinado compre ordem legal, está no estrito cumprimento do dever legal. Não pratica crime.
	Se a ordem é manifestamente ilegal, o subordinado deve responder pelo crime praticado, pois não tinha como desconhecer sua ilegalidade. Se aparentemente legal, ele não podia perceber sua ilegalidade, logo, exclui-se a exigibilidade de conduta diversa, e ele fica isento de pena.
	Se o subordinado por erro de proibição, supõe a ordem legal, não existe exclusão da culpabilidade, já que se trata de erro evitável, constituindo mera causa de diminuição de pena (artigo 21 do CP).
 
CAUSAS SUPRALEGAIS DA EXCLUSÃO DA EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA.
	São as que embora não previstas em lei, levam á exclusão da culpabilidade. Há duas posições quanto a sua existência.
	Primeiro os que alegam que inexistem causas supralegais, sustentando que é inaplicável a analogia “in bonam partem” em matéria de dirimentes, já que as causas de exculpação representam preceitos excepcionais insuscetíveis de aplicação extensiva. 
 Nelson Hungria lembra que os preceitos sobre causas excludentes da culpabilidade constituem “jus singulare” em relação aos preceitos incriminadores e, assim, não admitem extensão além dos casos taxativamente enumerados.
	Segundo, os que entendem, contrariamente, que existem outras causas de exclusão da culpabilidade além das expressamente previstas, argumentando que a exigibilidade de conduta diversa é um verdadeiro princípio geral da culpabilidade. Contraria frontalmente o pensamente finalista punir o inevitável. Só é culpável o agente que se comporta ilicitamente, podendo orientar-se de modo diverso. Além do que o pressuposto básico do principio da não-exigibilidade, segundo Goldschmidt, é a motivação normal. A culpabilidade, para configurar-se, exige certa normalidade de circunstâncias. À medida que as circunstâncias se apresentem significativamente anormais, deve-se suspeitar da presença da anormalidade também no ato volitivo. 
	Um exemplo, o Tribunal Regional Federal afirmou a tese de que a inexigibilidade de conduta diversa não se limita ás hipóteses de coação moral irresistível e obediência hierárquica, aplicando-se em um caso de utilização de passaporte falso para permitir ingresso nos Estados Unidos da America por pessoa que procura por melhores oportunidades e condições de vida.

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