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Resumo pedagogia

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Instituto Federal de Goiás
Departamento de Linguagens e suas tecnologias – Licenciatura em Letras – Português.
Disciplina de História da Educação - Professora Doutora: Mad’Ana Desiree Ribeiro
Aluna: Lorena Pessoa
1º Período de Letras.
O SÉCULO XV E A REVOLUÇÃO EDUCATIVA
Houve de fato uma revolução humanista e podemos considerar o humanismo como a origem de todo o pensamento moderno. A partir deste entendimento conseguimos compreender as mudanças nas concepções pedagógicas ao longo do tempo e enfatizando a abordagem humanista que surgiu na Renascença, em contradição da educação teocêntrica da Idade Média percebendo as contribuições daquela para esta. Sabemos que o Renascimento se iniciou na Itália, no século XIV, e se disseminou por toda a Europa, durante os séculos XV e XVI. Foi um marco da história europeia pois houve um interesse novo pelo passado greco-romano clássico, especialmente pela arte. Para se dedicar ao conhecimento do mundo e às coisas relacionadas ao homem, o movimento renascentista definiu a razão como a principal forma pela qual o conhecimento seria alcançado. O renascimento deu grande destaque à matemática e às ciências naturais. O Humanismo representou algo semelhante no campo da ciência. O renascimento desafiou vários conceitos elaborados e propagados pelo pensamento medieval. Em contraponto, os humanistas eram homens letrados profissionais, normalmente provenientes da burguesia ou do clero que, por meio de suas obras, exerceram grande influência sobre toda a sociedade; repudiando valores e a maneira de ser da Idade Média e foram responsáveis por transformar os métodos de ensino, enfatizando a análise e a crítica na investigação científica. 
Conforme a burguesia crescia e o velho sistema perdia seus privilégios, assistia-se o aumento de novas técnicas de produção do conhecimento, tudo profundamente ligado ao modo de vida e a política e economia da época. As grandes cidades italianas dominam a cena dessa burguesia emergente até que no fim do século XV começa a queda (a economia baseada no comércio se espalha pelo continente Europeu, a origem das monarquias francesa e inglesa enquanto o sistema de ducados feudais italianos esmorece) além de as descobertas ultramarinas desviarem o foco do Mediterrâneo para novas rotas de comércio e novos interesses. 
O humanismo italiano como renovação educativa e pedagógica coloca o homem como ponto de referência dotado de aceitação da ciência em harmonia com o divino, Nesta nova antropologia compreendemos que mais agentes começam a participar da vida escolar, do cotidiano de aprendizagem e na problematização da forma de se educar, de formar um novo homem. Inicia-se então um estudo renovados dos clássicos mitológicos, uma releitura da Antiguidade, de como eram as concepções e de que forma se pode absorver e compreender os elementos antigos. Contudo, não se pode confundir o humanismo com um movimento meramente literário ou filológico, pois além de se voltar aos clássicos como Aristóteles, também foi retomado a avaliação do estoicismo, epicurismo e neoplatismo. Os humanistas conseguem fazer o contraponto perfeito entre os clássicos do passado e a nova visão sobre o homem. O planejamento didático sofre uma transformação e a infância é descoberta e valorizada como um lócus no contexto social. O historiador Philippe Ariès afirma que é neste momento que se desenvolve um sentimento da infância e a necessidade de moralizar o futuro adulto. A pedagogia que nasce nesse momento perdura e sedimenta o viés de se educar pelo trabalho, desde a tenra idade e firma-se na organização do trabalho doméstico por classes de idade e assim espera-se que a parte da sociedade que pode ser privilegiada por ele – o homem nascido nobre e na cidade livre - e eis a razão das críticas ao humanismo, que de certa forma ainda se parece à velha forma de se enxergar as pessoas, preconceituosa, desdenhosa e superficial, já que não valoriza o a “arte real”, feita por especialistas. Uma característica notória do movimento humanista na educação na Itália é o método de estudo: a leitura em voz alta, execução dos exercícios, e a busca pela elegância na estética do texto. O humanismo praticamente precedeu a origem do renascimento europeu. O humanismo renascentista veio para questionar às doutrinas religiosas em vigor na época e seus principais autores foram Francesco Petrarca, Dante Alighieri, Giovanni Bocaccio, Erasmo Roterdã, Fernão Lopes, Michel Montaigne, Gil Vicente. O humanismo europeu se fez presente na Alemanha, Holanda, Inglaterra, Portugal, mas nem tanto na França que preferia seguir a Escolástica tradicional medieval. Muito embora o Guillaume Budé (1468-1540) tenha se dedicado a estudar os aspectos do humanismo. 
Conclui-se o Humanismo perdurou por pelo menos 300 anos e influenciou a pedagogia forma de forma significativa, focando no homem e em seu papel na sociedade que rompe com o medieval e se torna mais laico em relação às ciências. Valorizando o pensamento, a infância e os saberes, o Humanismo foi definitivo para a pedagogia atual ensinada nas escolas.

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