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História da Educação e da Pedagogia - Resumo dos Temas 1 ao 10

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Matéria: História da Educação e da Pedagogia 
Assunto: Temas 1 ao 10 
Curso de Pedagogia 
Licenciatura – 3º Período 
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Anhanguera - Pedagogia – História da Educação e da Pedagogia – Temas 1 ao 10............................... Página 2 de 34 
 
Considerando que o indivíduo é resultado histórico de um intenso e eterno 
movimento de ações, interpretações e ressignificações, necessita-se reconstruir o 
passado. E isso é feito por meio de relato dos acontecimentos principais que 
resultaram em ações transformadoras dos indivíduos no tempo. Isso é importante 
para contextualizar e entender o panorama atual, enxergando1-o como resultado 
dessas transformações. 
Para Aranha (2006, p.19), cada geração assimila a herança cultural dos 
antepassados e estabelece projetos de mudança, ou seja, está inserida no tempo: o 
presente não se esgota na ação que realiza, mas adquire sentido pelo passado e pelo 
futuro desejado. E a Educação não é um fenômeno neutro, alheio a isso, uma vez que 
ela também sofre os efeitos da ideologia, cultura e política dos povos. As pessoas 
estão tão acostumadas com a “instituição escola” que, às vezes, se esquecem de que 
nem sempre ela existiu, muito menos apresentou o modelo que hoje se observa. 
Desta forma, a História da Educação também necessita ser reconstruída, 
estudada e interpretada, para que se possam entender as maneiras pelas quais os 
povos transmitem sua cultura, a criação das instituições escolares, as teorias que as 
orientam e norteiam. 
Concorda-se com Laurentino Gomes, autor do premiado livro 1808, quando 
ele afirma que é imprescindível “olhar o passado para construir o futuro. Só 
analisando a história do país é que conseguiremos desenvolver sua Educação”. 
O conhecimento oferecido pela História da Educação será útil para 
fundamentar a sua prática como educador, respaldando o seu fazer pedagógico. 
Poderá constituir um importante instrumento de transformação, conquistas e 
compromissos. Conhecimento é poder. Sem ele, todo o poder se perde, tornando-se 
vão. 
Assim, o objetivo da história é iluminar o passado para entender o presente e 
construir o futuro. Uma sociedade inculta, incapaz de estudar e analisar sua história, 
não consegue entender a si própria. Nesse caso, não está apta a construir o futuro de 
forma estruturada. 
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Anhanguera - Pedagogia – História da Educação e da Pedagogia – Temas 1 ao 10............................... Página 3 de 34 
Uma visão de curto prazo, que não leva em conta as lições do passado, conduz 
a soluções igualmente imediatistas. Os problemas brasileiros têm raízes profundas, 
que às vezes remontam há duzentos ou trezentos anos. Isso não significa que o Brasil 
esteja eternamente condenado a repetir os erros e vícios do passado. Um país pode 
evoluir e melhorar, mas antes é preciso entender a origem dos problemas. 
Nesse quadro, investir no estudo da História da Educação e da Pedagogia é 
absolutamente fundamental. Só uma sociedade culta e bem-educada consegue 
entender a própria história com seus defeitos e suas virtudes. 
O Estudo da História da Educação e da Pedagogia é algo abrangente e 
diversificado. Deve ser algo de grande interesse não só para os profissionais da área, 
mas para todos aqueles que se preocupam com as questões da Educação. 
Para evidenciar tal relevância, verificam-se inúmeros trabalhos e pesquisas 
científicas, na área, tentando, com sucesso, destacar a relevância da História da 
Educação para o debate e o encaminhamento da problemática atual. 
Ao fazer a defesa da importância da História da Educação, tomam-se 
emprestadas algumas considerações de Nóvoa, pesquisador português bastante 
conhecido no Brasil, quando ele destaca que: 
entre as contribuições expressivas desse campo de estudos, a história ajuda a 
cultivar um saudável ceticismo, mais do que necessário em um universo como o 
pedagógico, particularmente sensível aos modismos. Além disso, ampliando a 
memória e a experiência, alarga o leque de escolhas e de possibilidades pedagógicas 
e revela que a Educação não é um destino, mas uma construção social, que, de 
alguma forma, depende do nosso empenho. 
Apesar de tudo isso, a Educação brasileira não evoluiu muito no que se refere 
à questão da qualidade. A avaliação, em todos os níveis de ensino, vem mostrando 
isso claramente. 
Acredita-se, então, ser ainda mais essencial buscar entender essas 
peculiaridades históricas de cada uma dessas fases de desenvolvimento da 
Educação. 
Somente assim as pessoas serão capazes de analisar criticamente e buscar 
intervenções eficazes no contexto atual. 
Na evolução da Educação brasileira, a próxima ruptura precisaria implantar 
um modelo que fosse único, que atendesse às necessidades da população e que fosse 
capaz de beneficiar todos os brasileiros. Mas, ressalta-se que, para dar conta disso, é 
necessário compreender o passado histórico da Educação, para buscar soluções, sem 
cometer os mesmos erros. 
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Anhanguera - Pedagogia – História da Educação e da Pedagogia – Temas 1 ao 10............................... Página 4 de 34 
 
 
História: do grego antigo ἱστορία. Significa “pesquisa”, “conhecimento advindo da 
investigação”. É a ciência que estuda o Homem e sua ação no tempo e no espaço, 
concomitante à análise de processos e eventos ocorridos no passado. A palavra 
“história” tem sua origem nas investigações de Heródoto, cujo termo em grego 
antigo é Ἱστορίαι (Historíai). Todavia, será Tucídides o primeiro a aplicar métodos 
críticos, como o cruzamento de dados e fontes diferentes. O estudo histórico começa 
quando os homens encontram os elementos de sua existência nas realizações dos 
seus antepassados. 
Educação: a palavra Educação tem sua origem nos verbos latinos educare e edurece. 
Educare tem o significado de alimentar, transmitir informações a alguém. Edurece 
tem o significado de extrair, desabrochar, desenvolver algo que está no indivíduo. 
História da Educação como campo de ciência: tem início no final do século XIX. A 
partir de 1880 surgem publicações e cursos em universidades e escolas normais da 
Europa. 
História da Educação no Brasil: a disciplina História da Educação aparece em 1927, 
a partir da reorganização do ensino proposta por Francisco Campos. 
António Nóvoa: importante pesquisador português, bastante conhecido nos meios 
brasileiros, que dedica sua vida a resgatar e compreender os aspectos históricos que 
permeiam o desenvolvimento educacional. Tem inúmeros livros e artigos 
publicados, sendo autor de renome da área da História da Educação. Suas ideias 
foram abordadas e utilizadas durante a explanação teórica do tema aqui discutido. 
John Dewey: filósofo americano, afirmava que educação é uma reconstrução ou 
reorganização da experiência, que esclarece e aumenta o sentido desta e também a 
aptidão das pessoas para dirigir o curso das experiências subsequentes. 
 
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Anhanguera - Pedagogia – História da Educação e da Pedagogia – Temas 1 ao 10............................... Página 5 de 34 
 
Quando se fala em Educação, logo vem a imagem da escola. Mas e nas 
comunidades tribais, onde não existia formalmente a instituição “Escola”, como 
esse processo acontecia? 
Segundo Aranha (2006), é bastante difícil descrever características gerais 
dessas sociedades, pois cada tribo possui suas crenças e tradições específicas, o que 
as tornam bastante particulares. O que é convergente é que, na maioria dessas 
sociedades, há uma predominância mítica muito grande. 
Com a Educação, nesse contexto, não é diferente. Nas comunidades tribais, as 
crianças aprendem imitando os gestos dos adultos nas atividades diárias e nas 
cerimônias dos rituais. Elas aprendem “paraa vida e por meio da vida, sem que 
alguém esteja especialmente destinado à tarefa de ensinar”. (ARANHA, 2006, p. 35) 
Na rotina das aldeias tribais, o saber vai desde a confecção do arco e da flecha 
até o recitar das rezas sagradas aos deuses da tribo. Tudo o que se sabe e aprende é 
adquirido aos poucos, por meio de muitas e diferentes situações de trocas entre 
pessoas e suas crenças. 
As pessoas convivem umas com as outras e o saber flui pelos atos de quem 
“sabe e faz”, para quem “não sabe e aprende”. 
Nas leituras de trabalhos dos estudiosos da época, percebe-se que, mesmo 
quando os adultos encorajam e guiam os momentos e situações de aprendizagem de 
crianças e adolescentes, são raras as situações reservadas exclusivamente para o ato 
de ensinar. Nas aldeias dos grupos tribais mais simples, toda a relação entre a criança 
e a natureza, guiadas mais de longe ou mais de perto pela presença de adultos 
conhecedores, são situações de aprendizagem. A criança vê, entende, imita e 
aprende a sabedoria que existe no próprio gesto de fazer. São também situações de 
aprendizagem aquelas em que as pessoas do grupo trocam bens materiais entre si ou 
trocam serviços e significados: na turma de caçada, no barco de pesca, no canto da 
cozinha da palhoça, na lavoura familiar ou comunitária de mandioca, nos grupos de 
brincadeiras de meninos e meninas, nas cerimônias religiosas. (BRANDÃO, 1993, 
p.18) 
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Durkhein (apud BRANDÃO, 1993) esclarece: Sob o regime tribal, a 
característica essencial da Educação reside no fato de ser difusa e administrada 
indistintamente por todos os elementos do clã. Não há mestres determinados, nem 
inspetores especiais para a formação da juventude: esses papéis são desempenhados 
por todos os anciãos e pelo conjunto das gerações anteriores. 
O saber da comunidade, (aquilo que todos conhecem de algum modo), o saber 
próprio dos homens e das mulheres, de crianças, adolescentes, jovens, adultos e 
velhos; o saber de guerreiros e esposas; o saber que faz o artesão, o sacerdote, o 
feiticeiro, o navegador e outros tantos especialistas. Para todos esses, portanto, 
existem situações pedagógicas interpessoais, familiares e comunitárias, nas quais 
ainda não surgiram técnicas pedagógicas escolares, acompanhadas de seus 
profissionais de aplicação exclusiva. 
Os que sabem: fazem, ensinam, vigiam, incentivam, demonstram, corrigem, 
punem, premiam. Os que não sabem espiam, na vida que há no cotidiano, o saber que 
ali existe, vêm fazer e imitam. São instruídos com o exemplo, incentivados, 
treinados, corrigidos, punidos, premiados e, enfim, aos poucos, aceitos entre os que 
sabem fazer e ensinar, com o próprio exercício vivo do fazer. 
Esparramadas pelos cantos do cotidiano, todas as situações - sempre 
mediadas pelas regras, símbolos e valores da cultura grupo - têm, em menor ou 
maior escala, a sua dimensão pedagógica. 
A Educação nas sociedades indígenas é concebida tradicionalmente como o 
processo de socialização das gerações jovens de forma a torná-las membros 
autênticos dos seus grupos. 
Embora ocorram aspectos que diferenciam cada sociedade em particular no 
que diz respeito à “Educação” dos seus jovens ou dos seus “cidadãos”, a maioria 
dessas sociedades adota comportamentos semelhantes a esse respeito. 
Desde muito cedo, sem instrução formal e sem violência, as crianças 
indígenas aprendem as regras do jogo social. O que pode e o que não pode ser feito e 
as formas de controle social aplicadas àqueles que infringem seriamente a essas 
regras do jogo (RAMOS, 1987, p. 59) 
Segundo Lima (1990), entre a maioria dos grupos indígenas, o aprendizado, 
seja relacionado à transmissão das técnicas de elaboração da cultura material e das 
atividades práticas que preenchem o dia a dia, seja relacionada à transmissão da 
cultura e da tradição desses povos, tem como canal privilegiado a cultura oral. É a 
oralidade que vincula o passado ao presente, mantendo viva a tradição de um povo. 
A memória da cultura oral é dinâmica e esse dinamismo evita o rompimento com o 
passado e o atualiza constantemente, resgatando-o para o presente. 
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Educação indígena: concebida tradicionalmente como o processo de socialização das 
gerações jovens de forma a torná-las membros autênticos dos seus grupos. 
Padre José de Anchieta: O grande piahy (“supremo pajé branco”), como era 
conhecido pelos índios, nasceu na ilha de Tenerife, uma das ilhas Canárias, em 1534. 
Chegou ao Brasil em 1553, fundando no ano seguinte um colégio em pleno planalto 
paulista, na cidade de São Paulo. Faleceu em 1579, no litoral do Espírito Santo. José 
de Anchieta organizou a primeira gramática do tupi-guarani, espécie de cartilha 
para o ensino da língua dos nativos (Arte da gramática da língua mais usada na costa 
do Brasil) e publicou vários poemas e peças teatrais. Anchieta destacou-se por 
pesquisar a cultura do nativo e utilizar as crenças e as lendas do povo indígena para 
realizar o processo de catequese. 
Manuel da Nóbrega: (Sanfins do Douro, 18 de outubro de 1517 — Rio de Janeiro, 18 
de outubro de 1570). Foi um sacerdote jesuíta português, chefe da primeira missão 
jesuítica à América. Aos 27 anos, foi ordenado pela Companhia de Jesus (1544), 
fazendo-se pregador. Viajou por Portugal, Galiza e o resto da Espanha na pregação do 
Evangelho. Surpreendido com o convite do rei D. João III, embarcou na armada de 
Tomé de Sousa (1549). Concentrou-se a missão de dedicar-se à catequese dos 
indígenas na colonização do Brasil. 
Plano de Estudo de Nóbrega: Era materializado na prática. Começava pela 
aprendizagem da língua portuguesa, enfatizando também a doutrina cristã, ou seja, 
enfocando o processo de aculturação. Esse plano, como já foi dito, sofreu muitas 
resistências e só se manteve até a morte de Nóbrega. Após sua morte, a companhia 
de Jesus reformula o processo educacional por meio do Plano de Estudo de Ratio. 
Plano de Estudo de Ratio: Era o plano do rei. Divergia do Plano de Estudo de Nóbrega, 
pois enfatizava os elementos da cultura europeia, demonstrando desinteresse em 
instruir os índios. 
Política brasileira de educação indígena: Todas as constituições republicanas 
brasileiras (exceto a de 1891) reconheceram aos povos indígenas direitos sobre os 
territórios por eles habitados, embora sempre guiadas pelo pressuposto de que esses 
povos estavam fadados à perda de sua identidade, mediante uma gradual absorção 
pela sociedade dos “brancos”. Entretanto, a Constituição de 1988 vai mais longe, no 
tocante aos direitos indígenas, reconhecendo a organização social, costumes, 
línguas, crenças e tradições desses povos, além dos “direitos originários sobre as 
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terras que ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e respeitar todos os 
seus bens”. É responsabilidade da União, por intermédio da Fundação Nacional do 
Índio (FUNAI), assegurar aos povos indígenas o exercício desses direitos. 
 
 
As sociedades orientais caracterizavam-se pela educação tradicionalista. 
Conforme Aranha (2006), ao se criarem segmentos privilegiados, a população 
composta de lavradores, comerciantes e artesãos não adquire direitos políticos nem 
acesso ao saber, exclusivos da classe dominante. A princípio, o conhecimento da 
escrita é bastante restrito, por seu caráter sagrado e esotérico. Tem início, então, o 
dualismo escolar, que destina um tipo de ensino para o povo e outro para os filhosdos funcionários. A grande massa é excluída da escola e restringida à educação 
familiar informal. 
Em se tratando de cultura grega, pode-se dizer em linhas gerais, que ela é o 
berço da civilização, tendo como seus principais representantes: Sócrates, 
Aristóteles e Platão. Tem como princípio o desenvolvimento individual do ser 
humano, a preparação para o desenvolvimento intelectual da personalidade e a 
cidadania e possui ideais pautados na liberdade política e moral, bem como o 
desenvolvimento intelectual. 
A Grécia Clássica pode ser considerada o berço da pedagogia. De modo geral, a 
educação grega está constantemente centrada na formação integral – corpo e 
espírito – mesmo que, de fato, a ênfase se deslocasse ora mais para o preparo 
esportivo ora para o debate intelectual, conforme a época ou lugar. Nos primeiros 
tempos, quando não existia a escrita, a educação é ministrada pela própria família, 
conforme a tradição religiosa. Apenas com o advento das poles começam a aparecer 
as primeiras escolas, visando a atender a demanda. 
A transmissão da cultura grega se dava, também, por meio das inúmeras 
atividades coletivas (festivais, banquetes, reuniões). A escola ainda permanecia 
elitizada, atendendo aos jovens de famílias tradicionais da antiga nobreza ou dos 
comerciantes enriquecidos. O ensino das letras e dos cálculos demorou um pouco 
mais para se difundir. 
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A noção de Paideia se afirma de modo orgânico e independente na época dos 
sofistas e de Sócrates e assinala a passagem explícita – da educação para a Pedagogia, 
de uma dimensão teórica, que se delineia segundo as características universais e 
necessárias da filosofia. Nasce a Pedagogia como saber autônomo, sistemático, 
rigoroso. Nasce o pensamento da educação como episteme (conhecimento 
verdadeiro, de natureza científica, em oposição à opinião infundada ou irrefletida), 
e não mais como éthos (conjunto dos costumes e hábitos fundamentais, no âmbito 
do comportamento e da cultura, característicos de uma determinada época ou 
região) e como práxis (prática) apenas. 
Finalmente, focando a discussão na Antiguidade Romana, conforme Aranha 
(2006), distinguem-se três fases: 
- na primeira delas, a latina original, tem natureza patriarcal; 
- na segunda, a influência do helenismo é criticada pelos defensores da 
tradição; 
- por fim, na terceira, dá-se a fusão entre a cultura romana e a helenística, que 
já supõe elementos orientais, mas exalta a nítida supremacia dos valores gregos. 
Resumidamente, não existia democratização e a educação dava ênfase à 
formação moral e física (formação do guerreiro). 
O ensino em Roma apresenta algumas diferenças significativas perante o 
modelo educativo dos gregos e algumas novidades importantes na 
institucionalização de um sistema de ensino. O ensino da música, do canto e da 
dança, peças-chave da educação grega, tornou-se objeto de contestação por parte de 
alguns setores mais tradicionais, que apelidaram essas formas de arte como 
impúdicas e malsãs, toleráveis apenas para fins recreativos. 
A mesma reação de oposição surge contra o atletismo, tão essencial à Paideia. 
Jamais fazendo parte dos costumes latinos, as competições atléticas só penetram em 
Roma por volta do século II a.C., sob a forma de espetáculos, e sendo a sua prática 
reservada a profissionais. Os romanos chocam-se com a nudez do atleta e condenam 
a pederastia, de que o ginásio é o meio natural. Optam assim pelas termas em 
detrimento do ginásio, que consideram exclusivamente um jardim de recreio ou um 
parque de cultura. 
Essa política romana, inspirada nas tradições gregas, acaba delineando no 
estado romano um conjunto de políticas escolares inovadoras. Uma primeira 
iniciativa é da autoria de Vespasiano, que intervém diretamente a favor dos 
professores, ao lhes atribuir reconhecimento social. Com ele se inicia uma extensa 
série de retribuições e de imunidades fiscais, atribuídas a gramáticos e retóricos. 
Segue-se a criação de cátedras de Retórica nas grandes cidades, bem como o 
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favorecimento e promoção da instituição de escolas municipais de gramática e de 
retórica nas províncias. 
Para as mulheres, a educação era voltada para exercer seu papel de esposa e 
mãe. O ideal romano da mulher, fiel e operosa, atribui a ela, porém, um papel 
familiar e educativo. 
 
Sócrates: nasceu em Atenas, provavelmente no ano de 470 a.C., e tornou-se um dos 
principais pensadores da Grécia Antiga. Fundou o que é conhecido hoje por filosofia 
ocidental. Foi influenciado pelo conhecimento de um outro importante filósofo 
grego: Anaxágoras. Seus primeiros estudos e pensamentos discorrem sobre a 
essência da natureza da alma humana. Era considerado pelos seus contemporâneos 
um dos homens mais sábios e inteligentes. Em seus pensamentos, demonstra uma 
necessidade grande de levar o conhecimento para os cidadãos gregos. Seu método de 
transmissão de conhecimentos e sabedoria era o diálogo. 
Aristóteles: nasceu em 384 a.C., na cidade antiga de Estágira, e morreu em 322 A.C. 
Seus pensamentos filosóficos e ideias sobre a humanidade têm influências 
significativas na educação e no pensamento ocidental contemporâneo. Aristóteles é 
considerado o criador do pensamento lógico. Suas obras influenciaram também na 
teologia medieval da cristandade. 
Platão: (Atenas, 428/427 – Atenas, 348/347 A.C.) foi um filósofo e matemático do 
período clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador 
da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo 
ocidental. Com seu mentor, Sócrates, e seu pupilo, Aristóteles, Platão ajudou a 
construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental. 
Paideia: “processo de educação em sua forma verdadeira, a forma natural e 
genuinamente humana” na Grécia antiga. O termo também significa a própria 
cultura construída a partir da educação. Era o ideal que os gregos cultivavam do 
mundo, para si e para sua juventude. Uma vez que o governo próprio era muito 
valorizado pelos gregos, a Paideia combinava éthos (hábitos) que o fizessem ser 
digno e bom tanto como governado quanto como governante. O objetivo não era 
ensinar ofícios, mas sim treinar a liberdade e nobreza. Paideia também pode ser 
encarada como o legado deixado de uma geração para outra na sociedade. 
 
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Anhanguera - Pedagogia – História da Educação e da Pedagogia – Temas 1 ao 10............................... Página 11 de 34 
 
Chama-se de Idade Média o período que compreende desde 476, quando 
ocorreu a queda do Império Romano, até 1453, com a tomada de Constantinopla 
pelos turcos. 
Assim, há um período com cerca de mil anos, onde a grande preocupação foi 
propor uma interlocução entre fé, razão e Educação. A Educação tinha uma visão 
predominantemente teocêntrica, ou seja, Deus era o centro e a razão de todas as 
coisas. Tudo era justificável pela fé! 
Após a queda do Império Romano, em 1476, a sociedade estruturou-se por 
meio da formação de reinos bárbaros, os quais possuíam diferentes culturas e 
crenças. No entanto, por serem os únicos letrados, os clérigos apropriaram-se da 
cultura greco-latina e, aos poucos, converteram todos os chefes desses reinos ao 
Cristianismo, acentuando a influência cristã sob todos os aspectos, inclusive os 
educacionais. Aos poucos, tudo foi adaptado à fé cristã. 
É explícita a influência e a soberania da Igreja nesse período. Esse foi um 
período em que a Educação sofreu certa obscuridade. Há um absoluto interessepelas 
discussões religiosas e, mesmo quando se envolve a razão, a “revelação” surge como 
verdade única na produção do conhecimento (SCHNEIDER, 2007). Por isso, 
frequentemente encontra-se a expressão “Idade das Trevas” associada a esse 
período. 
Vale, porém, lembrar que, embora seja um período no qual tenha havido uma 
série de retrocessos em diversos setores, não convém generalizar dizendo que todo 
o período medieval foi intelectualmente obscuro. 
Sucintamente, diz-se que a Educação na Idade Média foi marcada por duas 
tendências principais: a Educação Patrística e a Escolástica. 
É denominada Patrística a Educação associada aos padres da Igreja e 
desenvolvida por eles, a qual se caracteriza pela defesa da fé e a conversão dos não 
cristãos. É uma filosofia que surgiu como forma de evitar heresias. Essa forma de 
combater as religiões pagãs fez com que os padres tivessem de buscar argumentação 
nos fundamentos filosóficos gregos extraindo dela argumentação que justificasse a 
interpretação pagã da nova religião/filosofia (MOSER, 2008). 
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Alguns nomes foram importantes nesse período, dentre eles, Clemente de 
Alexandria, Orígenes, Tertuliano e Santo Agostinho, sendo este último o maior 
expoente dessa fase. Santo Agostinho, por sua influência platônica, distingue dois 
tipos de conhecimento. O primeiro deles, o qual advém dos sentidos, é o imperfeito 
e mutável. Já o segundo é o perfeito conhecimento das essências e, portanto, 
imutável. Agostinho adaptou a teoria de Platão à teoria da iluminação. 
O ser humano receberia de Deus o conhecimento das verdades eternas, o que 
não significa desprezar o próprio intelecto, pois, como o Sol, Deus ilumina a razão e 
torna possível o pensar correto. O saber, portanto, não é transmitido pelo mestre ao 
aluno, já que a posse da verdade é uma experiência que não vem do exterior, mas de 
dentro de cada um. Isto é possível porque Cristo habita no homem interior. Toda 
Educação é, desta forma, uma autoeducação, possibilitada pela iluminação divina. 
(ARANHA, 2006, p. 113). 
A segunda corrente educacional marcante na Idade Média é a Escolástica, que 
leva este nome por ser a filosofia ensinada nas escolas. Ela propôs uma 
sistematização da doutrina, recorrendo cada vez mais ao curso da razão. Seu 
principal ponto de divergência com a corrente anterior é que a Patrística elege a fé 
como uma verdade incontestável e imutável, e a Escolástica surge no sentido de 
especulá-la, muito embora continue aceitando o que a razão não explica e também 
não permitindo que o estudante tenha liberdade de pensamento, já que isto era 
passível de inúmeras punições. 
Seu principal representante foi Tomás de Aquino (1225-1274). Para ele, a 
Educação torna realidade àquilo que é potencial. Em suas convicções, ela é 
simplesmente uma atualização das potencialidades da criança, uma vez que esse 
processo é desenvolvido pelo próprio educando, com auxílio e apoio do mestre. 
Em síntese, verifica-se que, nesse período, a Educação era de incumbência 
exclusiva da Igreja, a qual tinha sob sua responsabilidade o educar e o formar. Desta 
forma, ela foi responsável pela criação e construção de modelos educativos que são 
utilizados até hoje. 
Era também típico da Idade Média o dualismo de teorias e práticas educativas, 
ou seja, práticas e modelos para o povo versus práticas e modelos para as classes 
altas. 
O modelo atual de Educação sofreu muita influência da Educação desse 
período. 
A presença de um professor que ensina a muitos alunos de diversas 
procedências e que deve responder pela sua atividade à Igreja ou a outro poder, seja 
ele local ou não, é resultado direto da influência do modelo medieval de Educação. 
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Santo Agostinho: (354 - 430) foi bispo de Hipona, escritor, teólogo, filósofo. É 
considerado o principal representante da Patrística. Ele defende uma iluminação 
pela qual a verdade é infundida no espírito humano por Deus e segue a tradição 
platônica, que via sempre o Perfeito por trás de todo o imperfeito e a Verdade 
absoluta por trás de todas as verdades particulares. 
Tomás de Aquino: (Roccasecca, 1225 — Fossanova, 7 de março 1274) foi um padre 
dominicano, filósofo, teólogo, distinto expoente da escolástica que dividia as 
verdades em duas categorias: crenças cuja veracidade podia ser provada com a razão, 
e crenças cujas verdades ou falsidades não podiam ser provadas. Considerava que a 
razão não era inimiga da revelação e que, quanto mais racional a Humanidade se 
tornava, também se tornava mais cristã. 
Carlos Magno: inspirou, a partir do século IX, a organização do sistema educacional 
em três níveis: I - Educação Elementar; II – Educação Secundária; III - Educação 
Superior. 
 
 
O Renascimento emerge como movimento compreendido no período entre os 
séculos XV e XVI, o qual desencadeou uma retomada dos valores greco-romanos, 
cuja intenção era desvincular o saber da questão religiosa, incentivando o povo a se 
preocupar mais com as questões cotidianas em detrimento das questões divinas. 
Dentre os fatores que contribuíram para o despontar do Renascimento, 
destacam-se: a decadência da Escolástica; a descoberta das obras da Antiguidade, até 
então desconhecidas ou conhecidas apenas em traduções imperfeitas; a descoberta 
da imprensa por Gutenberg, em 1445, na Alemanha; a tomada de Constantinopla 
pelos turcos, o enriquecimento da Europa e a proteção dispensada às artes e às letras 
pelos príncipes e homens de fortuna. 
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Tudo isso resultou na reformulação dos ideais e dos conteúdos das obras 
educacionais. Toda ação educativa deveria consistir, essencialmente, em um esforço 
de se traduzir, no estilo de vida individual e social, a inspiração formativa que se 
atribuía à literatura antiga, tornando os homens mais perfeitos e mais latinizados 
(UCB, 2007, p.26). 
O período do Renascimento influenciou diretamente o campo educacional. 
Educar torna-se questão de moda e uma exigência, segundo a nova concepção de 
homem. A meta da escola agora não se restringe apenas à transmissão de 
conhecimentos, mas também à formação moral (Aranha, 2006, p.126). 
O Renascimento foi um período contraditório. A classe burguesa, enriquecida, 
aspirava a uma Educação que permitisse formar o homem de negócios. Por outro 
lado, as escolas religiosas multiplicavam-se na Europa. No Brasil, acontece então o 
início da colonização e catequese dos índios, por meio da atividade missionária. Isso 
acaba facilitando a dominação metropolitana e, nessas circunstâncias, a Educação 
assume papel de agente colonizador (ARANHA, 2006, p.135) 
Dentre as consequências já discutidas, ressalta-se que o Renascimento 
acarretou a Reforma Protestante. Esta tecia críticas à igreja medieval e, como 
consequência desses questionamentos, propunha uma retomada de conceitos 
anteriores, nos quais era incentivada a consulta direta aos textos bíblicos sem 
intermédio da igreja. Segundo Aranha (2006, p.126), ao dar iguais condições de 
leitura e interpretação da Bíblia a todos, a Educação tornou-se importante 
instrumento para a divulgação da Reforma. 
O principal nome da Reforma Protestante foi Martinho Lutero (1483-1546), 
que defendia uma escola com uma Educação universal e pública e criticava 
veemente os castigos e o verbalismo da Escolástica. 
A principal consequência da Reforma Protestante foi a transferência da escola 
para as mãos do Estado, nospaíses protestantes. A ruptura de Lutero com o 
Catolicismo é uma clara decorrência da aceitação dos ideais renascentistas. Mas, 
como acentua Gadotti (1996), a escola pública defendida por Lutero não é laica, mas, 
sim, religiosa e também não perde o seu caráter elitista, uma vez que ele entendia 
que a Educação pública destinava-se, em primeiro lugar, às classes superiores 
burguesas e, secundariamente, às classes populares, aos quais deveriam ser 
ensinados apenas os elementos imprescindíveis, entre os quais a doutrina cristã 
reformada. (PALMA FILHO, s.d., p.4). 
A Igreja Católica reagiu à Reforma Protestante com a chamada 
Contrarreforma. Essa ação teve o intuito de combater a proliferação do 
protestantismo de Lutero, por meio da criação de ordens religiosas, sendo a 
Companhia de Jesus uma delas. 
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Conforme descreve Palma Filho (s.d.), a Companhia de Jesus, para orientar a 
sua prática no campo educacional, escreveu o manual de estudos Ratio atque 
Institutio Studiorum. A partir de 1599, esse manual passou a fornecer aos 
sacerdotes-professores os planos, os programas e os métodos de Educação católica. 
(PALMA FILHO, s.d., p.4). 
O mesmo autor ainda afirma que, no Brasil, com a morte do Padre Manuel da 
Nóbrega, os jesuítas passaram a seguir fielmente os preceitos educacionais da 
Companhia de Jesus, a partir de 1600, embasados na Ratio atque Institutio 
Studiorum e, desse modo, desenvolveram uma Educação que atuava em duas 
frentes: a formação de elites dirigentes e a formação catequética das populações 
indígenas. (PALMA FILHO, s.d., p.4). 
Em síntese, nesse período houve uma tentativa de desvinculação entre ciência 
e fé, a dessacralização da consciência, a decadência da Escolástica, o surgimento da 
Reforma Protestante, que descentralizou o poder da Igreja e modificou o ensino, 
dando ênfase à missão educativa do Estado e à obrigatoriedade escolar. 
 
 
 
Martinho Lutero (1483-1546): Foi um sacerdote agostiniano e professor de teologia 
alemão precursor da Reforma Protestante. Contestou veementemente a alegação de 
que a liberdade da punição de Deus sobre o pecado poderia ser comprada. Ensinava 
que a salvação não se consegue apenas com boas ações, mas de um livre presente de 
Deus, recebida apenas pela graça por meio da fé em Jesus como um redentor do 
pecado. Sua teologia desafiou a autoridade papal na Igreja Católica Romana, pois ele 
ensinava que a Bíblia é a única fonte de conhecimento divinamente revelada e opôs-
se ao sacerdotalismo, por considerar todos os cristãos batizados como um 
sacerdócio santo. Aqueles que se identificavam com os ensinamentos de Lutero 
eram chamados luteranos. 
 
Reforma Protestante: Movimento Reformista cristão iniciado no início do século 
XVI por Martinho Lutero, quando por meio da publicação de suas 95 teses, em 31 de 
outubro de 1517, na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, protestou contra 
diversos pontos da doutrina da Igreja Católica, propondo uma reforma no 
catolicismo. Os princípios fundamentais da Reforma Protestante são conhecidos 
como os cinco solas. 
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Contrarreforma: Imediatamente após o início da Reforma Protestante, a Igreja 
Católica Romana decidiu tomar medidas para frear o avanço da Reforma. Realizou-
se, então, o Concílio de Trento (1545-1563), que resultou no início da 
Contrarreforma ou Reforma Católica, na qual os jesuítas tiveram um papel 
importante. A Inquisição e a censura exercida pela Igreja Católica foram igualmente 
determinantes para evitar que as ideias reformadoras encontrassem divulgação em 
Portugal, Espanha ou Itália, países católicos. 
 
Padre Manuel da Nóbrega: (Sanfins do Douro, 18 de outubro de 1517—Rio de Janeiro, 
18 de outubro de 1570) foi um sacerdote jesuíta português, chefe da primeira missão 
jesuítica à América. Teve como missão dedicar-se à catequese dos indígenas na 
colonização do Brasil. Assim que aportou deu início ao trabalho de catequese dos 
indígenas, desenvolvendo uma intensa campanha contra a antropofagia existente 
entre os nativos e ao mesmo tempo combatendo a sua exploração pelo homem 
branco. Participou da fundação das cidades do Salvador e do Rio de Janeiro e também 
na luta contra os franceses como conselheiro de Mem de Sá. 
 
 
O século XVII marca o surgimento da chamada Pedagogia realista, que 
estabelece um momento de transição entre a Pedagogia do Renascimento e a 
Pedagogia Iluminista do século XVIII. Nesse período, surgem contribuições 
científicas bastante relevantes na história recente da sociedade e da Educação. 
Segundo Palma Filho (s.d.), a Pedagogia realista busca substituir o 
conhecimento verbalista anterior pelo conhecimento das coisas. Para tanto, procura 
criar uma nova didática. Segue reafirmando com mais ênfase, ainda, a 
individualidade do educando, advoga o princípio da tolerância, do respeito à 
personalidade e de fraternidade entre os homens. 
Na Pedagogia realista, de maneira geral, as escolas continuam ministrando 
um ensino conservador, predominantemente nas mãos dos jesuítas. Além disso, 
começam a aparecer os indícios da escola tradicional, como você passará a conhecê-
la a partir do século XIX. 
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O grande nome deste período foi Galileu Galilei (1564-1642), que valorizou a 
experiência e propôs uma nova ciência, denominada de “ciência moderna”. A partir 
do seu trabalho, depois enriquecido por Newton, a experimentação une-se à 
Matemática e a ciência une-se à técnica, até então desvalorizada e relegada ao plano 
dos trabalhos manuais típicos de escravos e servos (RODRIGUES, s.d.). 
A Pedagogia do século XVII sofreu uma influência das duas correntes 
filosóficas: a empírica, com Francis Bacon (1561-1626), e a racionalista, com John 
Locke (1632-1704). O primeiro apregoava que o conhecimento era proveniente da 
experiência, das percepções sensoriais. O segundo lança as bases do liberalismo 
econômico, teoria condizente com o pensamento burguês de ampliação dos 
mercados e que busca minimizar a influência do Estado na economia, entidade esta 
legitimada, segundo ele, pelas pessoas. 
Seguindo na mesma direção, mas invertendo os papéis e privilegiando a razão, 
o racionalista René Descartes (1596-1650) parte da dúvida metódica. O ponto de 
partida busca uma verdade primeira que não possa ser posta em dúvida. Por isso, 
converte a dúvida em método. Começa duvidando de tudo, das afirmações do senso 
comum, dos argumentos da autoridade, dos testemunhos dos sentidos, das 
informações da consciência, das verdades deduzidas pelo raciocínio, da realidade do 
mundo exterior e da realidade de seu próprio corpo (ARANHA, 1993, p.104). O 
método de Descartes constituirá as bases da nova didática. 
Nesse período, quando a técnica passou a ser valorizada e o método escolástico 
perdeu espaço, ganha força a Pedagogia realista, influenciada pelas ideias do 
Renascimento científico. Com maior interesse no método e realismo na Educação, 
busca metodologias que a tornem mais agradável (componente humano) e eficaz 
(componente técnico). Essa Pedagogia privilegia o rigor das ciências naturais em 
detrimento da tradição literária e estética do Humanismo renascentista. 
O pedagogo Amós Comênio (1592-1670) produz extensa obra e apresenta 
técnicas minuciosas onde defende a otimização do ensino e a escola democrática 
para a vida (“ensinar tudo a todos”). O ponto de partida da aprendizagem é sempre o 
conhecido, indo do simples parao complexo, do concreto para o abstrato. Em seus 
trabalhos denota especial atenção ao método, à organização do conhecimento, ao 
emprego racional do tempo de estudo, à noção de programa, ao cuidado com o 
material didático e à valorização do mestre como guia do processo de aprendizagem 
(RODRIGUES, s.d.). Prescrevia que o ensino levasse em conta a evolução mental do 
aluno. Para isso, a escola desenvolver primeiramente a intuição sensível, depois a 
memória, as ideias abstratas, e, por último, a capacidade de julgar (WALKER, 2002). 
Nesse contexto histórico, inicia-se então o movimento de Revolução 
Industrial, motivado e fortalecido pela retomada das questões científicas e o avanço 
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da burguesia associado às ideias liberais. Assim, emerge um novo paradigma 
educacional, onde será priorizada a razão humana para interpretar e reorganizar o 
mundo. 
O Brasil, no século XVII, por se tratar de uma sociedade agrária e escravista, 
ainda não demonstra interesses pela Educação elementar, o que explica a grande 
massa de iletrados nessa fase. 
No campo da Educação, enquanto a Europa estabelecia uma contradição entre 
o ideal da Pedagogia realista e a Educação conservadora, no Brasil, a atuação da Igreja 
continuava forte, dominante e duradoura. 
Assim, conclui-se que nesse período o ensino no Brasil não sofreu muitas 
alterações. O ensino jesuítico manteve a escola conservadora, alheia à revolução 
intelectual. Centrada no nível secundário, a Educação visava à formação 
humanística, privilegiando o estudo do latim, dos clássicos e da religião e 
interessava apenas a poucos elementos da classe (ARANHA, 2006, p.164). 
 
 
Francis Bacon: (Londres, 22 de janeiro de 1561 — Londres, 9 de abril de 1626) foi 
político, filósofo e ensaísta inglês. É considerado como o fundador da ciência 
moderna. Desde cedo, sua educação orientou-o para a vida política, na qual exerceu 
posições elevadas. Como filósofo, destacou-se com uma obra onde a ciência era 
exaltada como benéfica para o homem. Em suas investigações, ocupou-se 
especialmente da metodologia científica e do empirismo. 
Nicolau Copérnico: Nascido na Polônia, em 1473, é considerado o fundador da 
Astronomia moderna. Antes de sua teoria, os homens consideravam como 
verdadeira a tese de um cientista grego chamado Ptolomeu, que defendia a ideia de 
que a Terra era o centro do universo. Contrário a essa ideia, Copérnico não se 
convenceu de que o Sol e todos os demais planetas giravam em torno da Terra. Por 
esta razão, defendeu a tese de que todos os planetas, inclusive a Terra, giravam em 
torno do Sol (heliocentrismo). Foi o fundador da Astronomia moderna e o pioneiro 
na defesa bem fundamentada desses argumentos. Entretanto, somente após o 
surgimento de Galileu Galilei é que essa verdade, com auxílio de telescópio, pôde ser 
provada. Copérnico faleceu em 1543, após uma vida de grandes descobertas e de 
grande contribuição à Astronomia. 
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Galileu Galilei: (Pisa, 15 de fevereiro de 1564 — Florença, 8 de janeiro de 1642). Foi 
físico, matemático, astrônomo e filósofo italiano. Personalidade fundamental na 
revolução científica. Foi o mais velho dos sete filhos do alaudista Vincenzo Galilei e 
de Giulia Ammannati. Desenvolveu os primeiros estudos sistemáticos do 
movimento uniformemente acelerado e do movimento do pêndulo. Descobriu a lei 
dos corpos e enunciou o princípio da inércia e o conceito de referencial inercial, 
ideias precursoras da mecânica newtoniana. Galileu melhorou significativamente o 
telescópio refrator e com ele descobriu as manchas solares, as montanhas da Lua, as 
fases de Vénus, quatro dos satélites de Júpiter, os anéis de Saturno, as estrelas da Via 
Láctea. Essas descobertas contribuíram decisivamente na defesa do heliocentrismo. 
Contudo, a principal contribuição de Galileu foi para o método científico, pois a 
ciência assentava em uma metodologia aristotélica. O método empírico, defendido 
por Galileu, constitui um corte com o método aristotélico mais abstrato utilizado 
nessa época, por causa disso Galileu é considerado como o “pai da ciência moderna”. 
 
John Locke: (Wringtown, 29 de agosto de 1632 — Harlow, 28 de outubro de 1704) 
foi filósofo inglês e ideólogo do liberalismo, sendo considerado o principal 
representante do empirismo britânico e um dos principais teóricos do contrato 
social. Rejeitava a doutrina das ideias inatas e afirmava que todas as ideias tinham 
origem no que era percebido pelos sentidos. Foi o primeiro a definir o “si mesmo” por 
meio de uma continuidade de consciência. Ele postulou que a mente era uma lousa 
em branco. Ao contrário dos conceitos pré-existentes baseados no Cartesianismo, 
ele sustentou que o ser humano nasce sem ideias inatas, e que o conhecimento é 
determinado apenas pela experiência derivada da percepção dos sentidos. Suas 
ideias ajudaram a derrubar o absolutismo na Inglaterra. Locke dizia que todos os 
homens, ao nascer, tinham direitos naturais: direito à vida, à liberdade e à 
propriedade. 
René Descartes: (La Haye en Touraine, 31 de março de 1596 — Estocolmo, 11 de 
fevereiro de 1650). Foi filósofo, físico e matemático francês. Notabilizou-se 
sobretudo por seu trabalho revolucionário na filosofia e na ciência, mas também 
obteve reconhecimento matemático por sugerir a fusão da álgebra com a geometria 
- fato que gerou a geometria analítica e o sistema de coordenadas que hoje leva o seu 
nome. Foi uma das figuras-chave na Revolução Científica. Por vezes chamado de “o 
fundador da filosofia moderna” e o “pai da matemática moderna”, é considerado um 
dos pensadores mais importantes e influentes da História do Pensamento Ocidental. 
Inspirou contemporâneos e várias gerações de filósofos posteriores; boa parte da 
filosofia escrita a partir de então foi uma reação as suas obras ou a autores 
supostamente influenciados por ele. Muitos especialistas afirmam que a partir de 
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Descartes inaugurou-se o racionalismo da Idade Moderna. Décadas mais tarde, 
surgiria nas Ilhas Britânicas um movimento filosófico que, de certa forma, seria o 
seu oposto – o empirismo, com John Locke e David Hume. 
 
Amós Comênio: (28 de março de 1592 - 15 de novembro de 1670). Foi professor, 
cientista e escritor checo, considerado o fundador da Didática Moderna. Propôs um 
sistema articulado de ensino, reconhecendo o igual direito de todos os homens ao 
saber. O maior educador e pedagogo do século XVII produziu obra fecunda e 
sistemática, cujo principal livro é a Didática Magna. São suas propostas: educação 
realista e permanente; método pedagógico rápido, econômico e sem fadiga; 
ensinamento a partir de experiências quotidianas; conhecimento de todas as 
ciências e de todas as artes; ensino unificado. 
 
 
O Iluminismo, também conhecido como “Século das Luzes”, caracterizava-se 
pela defesa da ciência e da racionalidade crítica, contra a fé, a superstição e o dogma 
religioso. É mais do que movimento filosófico tendo uma dimensão libertária, 
artística e política. Os iluministas consideravam que o homem poderia se emancipar 
por meio da razão e do saber, ao qual todos deveriam ter livre acesso. É nessa época 
que se percebe a preocupação com a Educação infantil. A criança não é mais uma 
miniatura do adulto; ela vive em um mundo próprio que precisa ser compreendido 
(RODRIGUES, s.d.). 
Rousseau pode ser considerado um dos precursores da escola ativa moderna.Para ele, a criança não é um adulto em miniatura; tem uma natureza que lhe é 
própria, com interesses e tendências peculiares, que devem ser explorados como 
ponto de partida, a fim de se criar ambiente propício ao seu desenvolvimento. 
A partir de Rousseau, a Educação passa a gravitar em torno da criança, e os 
maiores pedagogos que se seguiram, Jean Henri Pestalozzi (1746-1827), Johann 
Friedrich Herbart (1776-1841) e August Wilhelm Friedrich Fröebel (1782-1852) são 
marcados por esse naturalismo romântico (UCB, 2007, p.28). 
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Pestalozzi foi figura mais nobre da Educação e fundador da primeira escola 
primária popular. Para ele, Educação tem finalidade própria: a humanização do 
homem, o desenvolvimento de todas as manifestações da vida humana levada à 
maior plenitude e perfeição. Reconhece constantemente o valor da Educação 
religiosa, só que, para ele, sem caráter dogmático e confessional (UCB, 2007, p.28). 
O ideal educacional dos iluministas está no reconhecimento em grau máximo 
da razão humana. LUZURIAGA (1983 apud PALMA FILHO, s.d., p.5) assim sintetiza 
os princípios consagrados pelo ideal iluminista no Século XVIII: 
• Desenvolvimento da Educação estatal, da Educação do Estado, com maior 
participação das autoridades oficiais no ensino; 
• Começo da Educação nacional, da Educação do povo pelo povo ou por seus 
representantes políticos; 
• Princípio da Educação universal, gratuita e obrigatória, no grau da escola 
primária, que fica estabelecida em linhas gerais; 
• Iniciação do laicismo no ensino, com a substituição do ensino religioso pela 
instrução moral e cívica; 
• Organização da instrução pública em unidade orgânica, da escola primária à 
universidade; 
• Acentuação do espírito cosmopolita, universalista, que une pensadores e 
educadores de todos os países; 
• Primazia da razão, crença no poder racional e na vida dos indivíduos e dos 
povos; e Reconhecimento da natureza e da intuição na Educação. 
O Iluminismo é um período muito rico em reflexões pedagógicas. 
Multiplicam-se os defensores da Educação leiga (sem influência religiosa) e livre 
(sem privilégios de classe). 
Porém, apesar dos projetos de estender a Educação a todos os cidadãos, 
prevalece a diferença de ensino, ou seja, uma escola para o povo e outra para a 
burguesia. Essa dualidade era aceita com grande tranquilidade, sem o temor de ferir 
o preceito de igualdade, tão caro aos ideais revolucionários. (SOUSA, 2006) 
No Brasil, as reformas empreendidas pelo Marquês de Pombal, a partir de 
1759, representam uma tentativa frustrada na mesma direção. Os jesuítas foram 
expulsos das colônias e Pombal preocupava em reerguer Portugal da decadência que 
se encontrava diante de outras potências europeias da época. Ou seja, se as escolas 
da Companhia de Jesus tinham por objetivo servir aos interesses da fé, Pombal 
pensou em organizar a escola para servir aos interesses do Estado. Ele, ao mesmo 
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tempo em que suprimiu as escolas jesuíticas de Portugal e de todas as colônias, 
inclusive o Brasil, criou as aulas régias de latim, grego e retórica. Criou também a 
Diretoria de Estudos, que só passou a funcionar após o afastamento de Pombal. Cada 
aula régia era autônoma e isolada, com professor único e uma não se articulava com 
as outras. 
Portugal percebeu que a Educação no Brasil estava estagnada e era preciso 
oferecer uma solução. Para isso instituiu o “subsídio literário” para manutenção dos 
ensinos primário e médio. Criado em 1772, o “subsídio” era uma taxação, ou um 
imposto, que incidia sobre a carne, o vinho, o vinagre e a aguardente. Este nunca foi 
cobrado com regularidade e os professores ficavam longos períodos sem receber 
vencimentos, à espera de uma solução vinda de Portugal. 
O resultado disso tudo foi que, no princípio do Século XIX, a Educação 
brasileira estava reduzida a praticamente nada. O sistema jesuítico foi 
desmantelado e nada foi organizado para dar continuidade a um trabalho de 
Educação. Assim, durante esse longo período do Brasil colônia, aumentou o abismo 
entre os letrados e a maioria da população analfabeta. (PEDAGOGIA EM FOCO, p.1). 
 
 
Iluminismo: movimento que surgiu na França do século XVII e defendia o domínio 
da razão sobre a visão teocêntrica que dominava a Europa desde a Idade Média. 
Segundo os filósofos iluministas, esta forma de pensamento tinha o propósito de 
iluminar as trevas em que se encontrava a sociedade. Os pensadores que defendiam 
estes ideais acreditavam que o pensamento racional deveria ser levado adiante 
substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, segundo eles, bloqueavam a 
evolução do homem. O homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para 
as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé. 
John Locke (1632-1704): um dos principais filósofos iluministas. Acreditava que o 
homem adquiria conhecimento com o passar do tempo por meio do empirismo. 
Marquês de Pombal (1699-1782): foi um nobre e estadista português. Foi secretário 
de Estado do Reino durante o reinado de D. José I (1750-1777), sendo considerado, 
ainda hoje, uma das figuras mais controversas e carismáticas da História 
Portuguesa. Representante do Despotismo esclarecido em Portugal no século XVIII, 
viveu num período da história marcado pelo iluminismo, tendo desempenhado um 
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papel fulcral na aproximação de Portugal à realidade económica e social dos países 
do Norte da Europa, mais dinâmica do que a portuguesa. Iniciou com esse intuito 
várias reformas administrativas, económicas e sociais. Acabou na prática com os 
autos de fé em Portugal e com a discriminação dos cristãos-novos, apesar de não ter 
extinguido oficialmente a Inquisição portuguesa, em vigor de jure até 1821. 
Voltaire (1694-1778): um dos principais filósofos iluministas. Defendia a liberdade 
de pensamento e não poupava crítica a intolerância religiosa. 
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778): um dos principais filósofos iluministas. 
Defendia a ideia de um estado democrático que garanta igualdade para todos. Foi um 
dos mais considerados pensadores europeus no século XVIII. Sua obra inspirou 
reformas políticas e educacionais, e tornou-se, mais tarde, a base do chamado 
Romantismo. Formou, com Montesquieu e os liberais ingleses, o grupo de brilhantes 
pensadores pais da ciência política moderna. Em filosofia da educação, enalteceu a 
“educação natural” conforme um acordo livre entre o mestre e o aluno, levando 
assim o pensamento de Montaigne a uma reformulação que se tornou a diretriz das 
correntes pedagógicas nos séculos seguintes. Foi um dos filósofos da doutrina que 
ele mesmo chamou “materialismo dos sensatos”, ou “teísmo”, ou “religião civil”. 
Lançou sua filosofia não somente por meio de escritos filosóficos formais, mas 
também em romances, cartas e na sua autobiografia. 
 
 
O século XIX vê surgir das entranhas do Iluminismo do século XVIII duas 
concepções antagônicas de organização social e de educação. De um lado está o 
Positivismo, que busca consolidar o modelo burguês de Educação e, de outro, o 
movimento popular e socialista. O primeiro tem Augusto Comte como expoente 
máximo; no segundo, o nome é Karl Marx. 
Eles representam correntes de pensamento que, ao lado do ideário católico e 
do liberalismo, influenciarão o pensamento pedagógico brasileiro do século XX. 
No século XIX é que se concretiza, com a intervenção cadavez maior do 
Estado, o estabelecimento da escola elementar universal, leiga, gratuita e 
obrigatória. Enfatiza-se a relação entre Educação e bem-estar social, estabilidade, 
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progresso e capacidade de transformação. Daí, o interesse pelo ensino técnico ou 
pela expansão das disciplinas científicas (SOUSA, 2006). 
Dentre os principais pedagogos, destacam-se: Pestalozzi, que é considerado 
um dos defensores da escola popular extensiva a todos e que reconhece firmemente 
a função social do ensino, que não se acha restrito à formação do gentil-homem; 
Froebel, que privilegia a atividade lúdica, por perceber o significado funcional do 
jogo e do brinquedo para o desenvolvimento sensório-motor e inventa métodos para 
aperfeiçoar as habilidades; e Herbart, para o qual a conduta pedagógica segue três 
procedimentos básicos: o governo, a instrução e a disciplina. 
No século XIX, a preocupação com a Educação das massas foi a tônica de todos 
os governos da época. As principais características foram: a nova atenção dada ao 
método; o desejo novo de basear o processo educativo no conhecimento e simpatia 
pela criança; um novo interesse pela educação elementar e um novo entusiasmo pela 
possibilidade da educação universal. 
No Brasil, esse processo teve início em 1808, com a chegada da família real 
portuguesa. A presença da corte portuguesa no Brasil desencadeou várias 
transformações na Colônia. O Ato Adicional, de 6 de agosto de 1834, instituiu as 
Assembleias Legislativas provinciais com o poder de elaborar o seu próprio 
regimento e, desde que estivesse em harmonia com as imposições gerais do Estado, 
cada província passava a responder pelas diretrizes e pelo funcionamento das suas 
escolas de ensino elementar e secundário. No entanto, não demorou nada para que 
defrontassem com as dificuldades de dar instrução de primeiras letras aos 
moradores dos lugares distantes e isolados. Nesse período, o acesso à escolarização 
era precário ou inexistente, tanto por falta de escolas, quanto de professores. 
Graças à descentralização da Educação por meio do Ato Adicional, em 1835, 
surgiu a primeira Escola Normal do País, em Niterói. Em seguida outras escolas 
normais foram criadas visando a melhorias no preparo do docente (NASCIMENTO, 
2004). 
A presença do Estado na Educação, no período imperial, era quase 
imperceptível, pois se estava diante de uma sociedade escravagista, autoritária e 
formada para atender a uma minoria encarregada do controle sobre as novas 
gerações. Ficava evidenciada a contradição da lei que propugnava a Educação 
primária para todos, mas na prática não se concretizava (NASCIMENTO, 2004). 
Em 1879, a reforma de Leôncio de Carvalho instituiu a liberdade de ensino, o 
que possibilitou o surgimento de colégios protestantes e positivistas. Em 1891, 
Benjamin Constant, baseado nos ensinamentos de Augusto Comte, elaborou uma 
reforma de ensino de nítida orientação positivista, defensora de uma ditadura 
republicana dos cientistas e de uma Educação como prática neutralizadora das 
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tensões sociais. Diante de muitos conflitos, o Brasil passa a ser denominado 
Republicano, com a libertação dos escravos para atender às demandas do mercado 
internacional. Paralelos a isso, são incentivados os discursos e pequenas ações para 
acabar com o analfabetismo no País. 
Segundo Nascimento (2004), no final do Império, o quadro geral do ensino 
assim se apresentava: 
• poucas instituições escolares, com apenas alguns liceus provinciais nas 
capitais e colégios privados bem-instalados nas principais cidades; 
• cursos normais em quantidade insatisfatória para as necessidades do País; 
• alguns cursos superiores que garantiam o projeto de formação (médicos, 
advogados, de políticos e jornalistas). 
 
Afirma ainda a autora que esse quadro refletia a continuidade do grande 
abismo educacional brasileiro, realidade também presente nas fases anteriores. 
Assim, a maioria da população brasileira continuava, quando muito, tendo uma casa 
e uma escola, com uma professora leiga para ensinar os pobres brasileiros excluídos 
do interesse do governo Imperial. 
 
 
Augusto Comte (1798-1857): Foi um filósofo francês, fundador da Sociologia e do 
Positivismo. 
Positivismo: Conceito que possui distintos significados, englobando tanto 
perspectivas filosóficas e científicas do século XIX quanto outras do século XX. O 
método geral do positivismo de Auguste Comte consiste na observação dos 
fenômenos, opondo-se ao racionalismo e ao idealismo, por meio da promoção do 
primado da experiência sensível, única capaz de produzir a partir dos dados 
concretos (positivos) a verdadeira ciência (na concepção positivista), sem qualquer 
atributo teológico ou metafísico, subordinando a imaginação à observação, 
tomando como base apenas o mundo físico ou material. O Positivismo nega à ciência 
qualquer possibilidade de investigar a causa dos fenômenos naturais e sociais, 
considerando esse tipo de pesquisa inútil e inacessível, voltando-se para a 
descoberta e o estudo das leis (relações constantes entre os fenômenos observáveis). 
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Karl Marx (1818-1883): Foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da 
doutrina comunista moderna, que atuou como economista, filósofo, historiador, 
teórico político e jornalista. Idealizador de uma sociedade com uma distribuição de 
renda justa e equilibrada, o economista, cientista social e revolucionário socialista, 
foi um dos seguidores das ideias de Hegel. Foi expulso da maior parte dos países 
europeus por causa de seu radicalismo. Seu envolvimento com radicais franceses e 
alemães, no agitado período de 1840, fez com que ele levantasse a bandeira do 
comunismo e atacasse o sistema capitalista. Defendia a ideia de que a classe 
trabalhadora deveria unir-se com o propósito de derrubar os capitalistas e aniquilar 
de vez a característica abusiva desse sistema que, segundo ele, era o maior 
responsável pelas crises que se viam cada vez mais intensificadas pelas grandes 
diferenças sociais. 
Socialismo: Refere-se a qualquer uma das várias teorias de organização econômica 
advogando a propriedade pública ou coletiva e administração dos meios de 
produção e distribuição de bens e de uma sociedade caracterizada pela igualdade de 
oportunidades/meios para todos os indivíduos com um método mais igualitário de 
compensação. Surgiu no final do século XVIII tendo origem na classe intelectual e 
nos movimentos políticos da classe trabalhadora que criticavam os efeitos da 
industrialização e da sociedade sobre a propriedade privada. Karl Marx afirmava que 
o socialismo seria alcançado por meio da luta de classes e de uma revolução do 
proletariado, tornando-se a fase de transição do capitalismo para o comunismo 
Carlos Leôncio de Carvalho: Nasceu em 18 de junho de 1847, na cidade de Iguaçu, na 
província do Rio de Janeiro. Foi convidado para ocupar a pasta dos Negócios do 
Império no gabinete de 15 de janeiro de 1878, tendo sido eleito deputado pela 
província de São Paulo neste mesmo ano, permaneceu na Câmara até 1881. Por meio 
do Decreto de 19 de abril de 1879, reformou a instrução pública primária e 
secundária no Município da Corte e o ensino superior em todo o Império. Este deu 
origem aos pareceres/projetos de Rui Barbosa intitulados Reforma do Ensino 
Secundário e Superior (1882) e Reforma do Ensino Primário e várias Instituições 
Complementaresda Instrução Pública (1883). Esse Decreto autorizava o governo a 
criar ou auxiliar, nas províncias, cursos para o ensino primário, permitindo que os 
escravos frequentassem as escolas. Buscava também estimular a alfabetização dos 
adultos, exigindo a leitura e escrita, dando preferência para obtenção de empregos 
nas oficinas do Estado aos indivíduos que cursassem a instrução primária. 
 
 
 
 
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 A partir de agora, será discutido o cenário educacional que marcou seu 
próprio período escolar. O pensamento educacional dessa fase procura resumir os 
movimentos dos últimos tempos, reorganizar e relacionar os princípios essenciais 
de cada movimento em um conjunto harmonioso. 
Existe uma tendência, cada vez maior, de universalizar a Educação pela 
cooperação de todos os países, cooperação que, respeitando o sentido nacional, 
chegue a estabelecer uma Educação pública de alcance universal. Nessa fase, uma 
tendência pedagógica reformadora destaca-se no mundo contemporâneo, 
sintetizada no movimento da “Educação nova”. Esse movimento é uma tentativa de 
mudar o rumo da Educação tradicional, intelectualizada e livresca. 
O século XX foi profundamente rico em movimentos pedagógicos. A 
Pedagogia individual tem suas origens na Renascença, quando se rompe o mundo 
fechado da Educação religiosa e se reconhece o valor substantivo da personalidade. 
São representantes dela: Erasmo, Vives, Montaignee e, mais tarde, Rousseau, 
Herbart e Spencer. 
Na segunda metade do século XX, ela ramifica-se em várias direções, como a 
de Ellen Key; a naturalista, de Luís Gurlitt e Berthold Otto; a da personalidade, de 
Gerhard Budde, Ernst Linde; e a individual anglo-saxônica, de William James, Percy 
Nunes e Bertrand Russerll (LUZURIAGA, 1990 apud UCB, 2007, p.32). 
A Educação pós-moderna é crítica. 
[...] trabalha mais com o significado do que com o conteúdo, muito mais com 
a intersubjetividade e a pluralidade do que com a igualdade e a unidade. Não nega os 
conteúdos. Pelo contrário, trabalha para uma profunda mudança deles na Educação, 
para torná-los essencialmente significativos para o estudante. (GADOTTI, 1998, 
p.311). 
Conforme afirma Palma Filho (2000, p.7), o movimento socialista também 
influenciou o campo da Pedagogia, no qual muitas de suas ideias passaram a integrar 
princípios educacionais e a orientar práticas pedagógicas em muitos países. Mas, 
sem dúvida, o grande movimento educacional do século XX relaciona-se com o 
pensamento pedagógico da Escola Nova. 
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Vários pedagogos engajaram-se nesse movimento de renovação educacional. 
Dentre outros, se destacaram: Ferrière, John Dewey e Anísio Teixeira. Além desses 
dois pensadores da Educação, outros nomes se destacaram no movimento: Ovide 
Decroly, que formulou a metodologia dos centros de interesse; Maria Montessori, 
grande nome da Pedagogia do pré-escolar, que revolucionou com seu método de 
trabalho o ambiente de aprendizagem; Édouard Claparède, para quem atividade 
educativa era aquela que correspondia a uma necessidade humana, daí chamá-la de 
Educação funcional; Jean Piaget, que concentrou a sua atenção de pesquisador no 
estudo da natureza do desenvolvimento da inteligência na criança e forneceu as 
bases para a construção da Pedagogia construtivista, ao lado de Vygotsky e Wallon 
(PALMA FILHO, 2000, p.7). 
Para Palma Filho (2000), os estudos de Piaget influenciaram outros 
pesquisadores, com destaque para Emília Ferreiro, psicóloga argentina que, a partir 
de seus estudos sobre os processos de alfabetização da criança, tem influenciado os 
educadores brasileiros com estudos voltados para essa área, bem como para a prática 
em sala de aula no ensino fundamental. O educador brasileiro Paulo Freire, cujo 
pensamento educacional, hoje, é mundialmente reconhecido, sofreu influência do 
ideário pedagógico escolanovista, embora discordasse do conservadorismo político 
que alguns membros desse movimento apresentavam. 
Assim, as transformações a que se assistem, nos dias atuais, com o avanço das 
tecnologias de comunicação e de informação, estão levando a repensar as práticas 
pedagógicas que, como práticas sociais, não ficam imunes a esse conjunto de 
transformações. Os efeitos da terceira revolução industrial, a da informática, da 
microeletrônica e da engenharia genética são até mais profundos do que o impacto 
que as duas primeiras causaram. Com as duas primeiras, viu-se emergir a 
preocupação com a Educação das massas populares que desembocou, 
principalmente a partir do século XIX, na construção dos grandes sistemas 
educacionais de massa, impulsionados pelo novo modo de produção industrial e 
pela urbanização. 
Neste início de século, condicionada pelas consequências da globalização, a 
preocupação passa a ser com a construção de uma Educação planetária. Esse novo 
paradigma da Educação tem apoio em quatro pilares (UNESCO, 1998 apud PALMA 
FILHO, 2000, p.8): 
1. Aprender a conhecer. 
2. Aprender a fazer. 
3. Aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros. 
4. Aprender a ser. 
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Anísio Teixeira (1900–1971): Educador brasileiro, responsável por reformas que 
mudaram radicalmente o curso do ensino no Brasil. Nasceu em Caitité, BA, em 12 de 
julho de 1900. Recebeu educação elementar e secundária em colégios jesuítas, 
primeiro em sua cidade natal e depois em Salvador. Em 1922 formou-se em direito 
no Rio de Janeiro. Ao regressar à Bahia, foi diretor-geral da instrução pública entre 
1924 e 1929, período em que se revelou notável administrador e reformador do 
ensino. Em 1929, graduou-se pelo Teacher’s College, da Universidade de Colúmbia, 
onde foi discípulo de John Dewey. De volta à Bahia no mesmo ano, assumiu a cadeira 
de filosofia e história da educação da Escola Normal de Salvador. Nessa época 
publicou Aspectos americanos de educação (1928). As reformas no sistema 
educacional promovidas por Anísio Teixeira mudaram radicalmente o curso do 
ensino no Brasil. 
Jean Piaget (1896–1980): Psicólogo suíço. Suas ideias sobre a evolução da 
inteligência infantil revolucionaram os antigos conceitos de aprendizagem e 
educação. Nasceu em Neuchâtel, Suíça, em 9 de agosto de 1896. Aos dez anos de 
idade publicou artigo sobre a observação de um pardal albino e, aos 15, era 
conhecido dos zoólogos europeus por ensaios sobre moluscos. Em 1918, doutorou-
se em ciências pela Universidade de Neuchâtel, onde também estudou filosofia. Logo 
depois, interessou-se por psicologia e epistemologia e foi para Zurique, onde estudou 
com Carl Gustav Jung e estagiou na clínica psiquiátrica de Eugen Bleuler. As 
conclusões do psicólogo suíço Jean Piaget sobre a evolução da inteligência infantil 
provocaram uma revolução nos antigos conceitos relacionados à aprendizagem e à 
educação. 
John Dewey (1859-1952): Filósofo e pedagogo americano, exerceu grande influência 
na renovação das teorias sobre educação. Nasceu em 20 de outubro de 1859 em 
Burlington, Vermont. Frequentou a Universidade de Vermont e a Johns Hopkins, de 
Baltimore, onde se doutorou em filosofia em 1884. Nos dez anos seguintes ensinou 
na Universidade de Michigan. Enquanto se aprofundava no pensamento de Hegel, 
interessou-se pelos problemas do ensino. Em 1894, nomeado diretor do 
departamento de filosofia, pedagogia e psicologia da Universidade de Chicago, 
fundou escolas-laboratório para experimentar suas ideias pedagógicas. A longa vida 
deJohn Dewey possibilitou notável evolução de seu pensamento filosófico, que 
passou do idealismo inicial ao mais decidido pragmatismo. 
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Anhanguera - Pedagogia – História da Educação e da Pedagogia – Temas 1 ao 10............................... Página 30 de 34 
Maria Montessori (1870-1952): Pedagoga italiana. Criadora de um célebre método 
de ensino, baseou suas concepções pedagógicas na defesa do potencial criativo da 
criança. Nasceu em Chiaravalle, próximo a Ancona, Itália, em 31 de agosto de 1870. 
Primeira mulher a se graduar em medicina (1894) na Itália, logo em seguida 
ingressou como assistente na clínica psiquiátrica da Universidade de Roma, onde 
começou a se interessar pela educação de crianças portadoras de deficiências 
mentais. Continuou a desenvolver essa linha de estudo em diversas instituições 
psiquiátricas. De 1904 a 1908 ocupou a cadeira de antropologia na Universidade de 
Roma. Criadora do célebre método de ensino que tomou seu nome, Maria Montessori 
baseou suas concepções pedagógicas na defesa do potencial criativo da criança e no 
direito de receber uma educação adequada às peculiaridades da personalidade. 
Paulo Freire (1921-1997): Pedagogo brasileiro, criador de um método de educação 
que combina alfabetização e conscientização política, adotado, sobretudo, nas 
décadas de 1950 e 1960. Nasceu em Recife, PE, em 19 de setembro de 1921. Bacharel 
em direito, dirigiu o Serviço de Extensão Universitária da Universidade Federal de 
Pernambuco e participou da fundação de círculos populares de cultura por todo o 
Brasil. Sua atividade como educador o levou à criação, em 1961, do chamado 
“movimento de educação de base”, sob o patrocínio do bispo D. Hélder Câmara, ao 
mesmo tempo em que tomava forma o método Paulo Freire de alfabetização. As 
campanhas de erradicação do analfabetismo, levadas a cabo no Brasil durante as 
décadas de 1950 e 1960, tiveram como fundamento o método criado por Freire, que 
se baseava no estabelecimento de um campo centrado em ideias de interesse social 
e político, mediante o ensino de um núcleo lexicográfico integrado por um reduzido 
número de palavras. 
Célestin Freinet (1896-1966): Pedagogo francês contribuiu para a reforma da 
educação. Foi um crítico da Escola Tradicional e da Escola Nova e criador do 
movimento da Escola Moderna. Seu objetivo principal era desenvolver uma escola 
popular com vista a formar um homem com mais liberdade, mais autônomo e mais 
responsável. Via a criança como um sujeito que já é um cidadão, ou seja, que tem os 
seus direitos, interesses e necessidades próprias. Para ele, a criança era considerada 
o centro da educação, pois a educação não começa na idade da razão, mas sim desde 
que a criança nasce. Hoje em dia as suas propostas continuam, ainda, a ser uma 
grande referência para a educação. 
 
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A chegada do século XXI vem marcada por uma série de características 
próprias. 
Hoje, se convive com uma multiplicidade de olhares, incertezas e conflitos de 
toda natureza. Em meio a tudo isso, como fica a Educação? As discussões da área 
educacional convergem para a ideia de que a escola contemporânea deve estar 
atenta não somente às necessidades emergentes e atuais de formação e 
conhecimento, como, também, ao seu papel maior, que é o de propiciar processos 
formativos que contribuam para o desenvolvimento pessoal do educando, no que 
diz respeito a sua formação para a cidadania. 
Assim, um dos seus maiores desafios é trabalhar com a reelaboração crítica e 
reflexiva do educando, de modo a prepará-lo a enfrentar as desigualdades sociais na 
sociedade capitalista. Nessa ótica, a Educação deve ser entendida não somente como 
acesso à ascensão material e retorno financeiro, mas em um sentido transcendental, 
transformando-se em um instrumento de crescimento pessoal, de aprendizagem 
para a vida. 
Convive-se com o tradicional e o novo, com as teorias idealistas, realistas, 
sociais, existenciais e caminhamos para uma Educação universal, sustentável e 
planetária. As novas tecnologias que surgem vêm permitindo a difusão do 
conhecimento por meio, principalmente, da internet. 
Segundo Mascarenhas (2000), a civilização vive um momento de excepcionais 
possibilidades. A globalização das comunicações iconizadas, pela web, o enorme 
impulso das pesquisas básicas e tecnológicas, as novas tecnologias rompendo 
barreiras de povos e culturas, a era espacial que já penetra nas estruturas sociais e 
culturais, sobretudo pelas telecomunicações, podem oferecer contraposição ao 
título de “longo amanhecer”, escolhido por Furtado, um “novo amanhecer”, caso se 
saiba entender e aproveitar essas novas oportunidades. 
Gadotti (2006) afirma que a Educação, para o século XXI, deve-se pautar em 
reflexão crítica e prática, pois elas não podem estar dissociadas. Continuando o 
autor, a Educação deste milênio deve estar atenta a algumas categorias, tais como 
cidadania, tendo a escola como um dos objetivos “refletir sobre o processo de 
globalização da economia, da cultura e das comunicações”. 
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Uma das tarefas mais importantes no processo educacional, hoje, é ensinar 
como chegar à informação. Parte da consciência de que é impossível estudar tudo, 
de que o conhecimento não cessa de progredir e se acumular. Então, o mais 
importante é conhecer os meios para se chegar até ele. 
Defende-se que a Educação no século XXI deverá ser uma Educação ao longo 
da vida, que deverá se preocupar com a formação do cidadão, da pessoa em seu 
sentido amplo, e não somente com a formação profissional. 
E o professor? Como este se insere nesse contexto e qual é o seu papel em meio 
a tantas transformações? O que é ser professor no século XXI? 
Esta é uma pergunta para a qual não há resposta fácil. Mas, uma coisa é certa, 
o tempo atual, caracterizado por mudanças constantes e velozes, traz desafios para 
o professor e o estimula a repensar continuamente sua prática. 
Para Smolka (apud ARANHA, 2011), professora da Faculdade de Educação da 
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), a rapidez das mudanças, no mundo 
de hoje, é quase sufocante e é preciso descobrir como lidar com o acúmulo de 
conhecimento. O professor do século XXI tem incorporado toda a produção 
intelectual dos séculos passados e seu desafio é se formar e transformar sua prática 
constantemente, levando em conta as produções culturais e históricas atuais. 
A história da Pedagogia deste século ainda está sendo escrita, mas o que se 
quer escrever para as futuras gerações? 
Vive-se em uma época de crise, mas de ricas potencialidades, na medida em 
que a sobrevivência do próprio processo civilizatório depende da construção de uma 
sociedade educacional, ou seja, nenhuma formação social sobreviverá se seus 
governos, suas instituições e suas classes sociais não entenderem que a única saída 
está na Educação para toda a vida, de todas as pessoas, pois a cidadania ativa não 
pode mais ser prerrogativa de uma minoria (ROMÃO, 2006, p.45). 
Em resumo, Silva e Cunha (2002) afirmam que a Educação no século XXI 
estará atrelada ao desenvolvimento da capacidade intelectual dos estudantes e a 
princípios éticos, de compreensão e de solidariedade humana. A Educação visará a 
prepará-los para lidar com mudanças e diversidades tecnológicas, econômicas e 
culturais, equipando-os com qualidades, como iniciativa, atitude e adaptabilidade. 
Não se pode esquecer, a universidade, neste contexto, tem seu papel ampliado. 
 
 
 
 
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