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As raízes histórias do surgimento das políticas sociais no Brasil

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As raízes histórias do surgimento das políticas sociais no Brasil
 Historicamente, analisar Políticas Sociais é, necessariamente, falar de conquistas ou concessões, mas falar deste tema e para além desses extremos. Políticas Social devem ser entendidas como produto da vida social, da inter-relação dos múltiplos atores, em seus diferentes espaços e dos distintos interesses e relações.
 Considerando a diversidade de conceitos acerca do tema políticas sociais, faz-se necessário conhecermos alguns deles.
 Primeiramente vamos definir o que é ‘Política’ segundo o dicionário Silveira Bueno, editora Maria Cecília Mendes de Almeida, de janeiro de 2001 [...] Ciência do governo dos povos; arte de dirigir as relações entre Estados. ‘Social’ [...] Da sociedade ou relativo a ela; que convém a ela. Diante disso ressalta-se que políticas sociais, deve ser compreendida como resultado concreto do desenvolvimento do capitalismo, de suas contradições, da acumulação cada vez maior do capital; elas devem ser vistas como um produto histórico e não consequência de um desenvolvimento natural. Elas existem para desenvolver funções elementares no mundo capitalista, como as funções sociais, econômicas e políticas. Viana (2002)
 A Política social surge no capitalismo com as mobilizações operarias e a partir do século XIX com o surgimento desses movimentos populares, é que ela é compreendida como estratégia governamental.
 Com a revolução Industrial na Inglaterra, do século XVIII a meados do século XIX, esta trouxe consequências como a urbanização em excesso, o crescimento da taxa de natalidade, fecunda o germe da consciência política social, organizações proletárias, sindicatos, cooperativas na busca de conquistar o acolhimento público e as primeiras ações de política social.
 Afirma-se, que não há política social desligada das lutas sociais. De modo geral, o Estado assume algumas das reivindicações populares, ao longo de sua existência histórica. Os direitos sociais dizem respeito inicialmente à consagração jurídica de reivindicações dos trabalhadores. Ora são vistas como mecanismos de manutenção da força de trabalho, ora como conquista dos trabalhadores, ora como arranjos do bloco no poder ou bloco governante, ora como doação das elites dominantes, ora como instrumento de garantia do aumento da riqueza ou dos direitos do cidadão.
 As primeiras ideias, configurou-se que as políticas sociais estiveram ligadas ao crescimento do capitalismo, à luta de classes e ao desenvolvimento da interversão estatal. Analisando Marx, é permitido entender o desenvolvimento e problematização das políticas sociais como fruto do contexto da acumulação capitalista e desta luta de classes. Porém, percebe-se que esta não é uma postura prepotente, pois alguns autores restringem a análise das políticas sociais a uma empobrecida, ou atribui à iniciativa do Estado. É possível destacar dois aspectos importantes que comove às políticas sociais dentro do viés capitalista, o econômico e o político. No sentido econômico direciona-se à função do lucro, e está diretamente ligada a redução dos custos e elevação da produtividade. Já a questão política diz respeito à legitimação das forças capitalistas visando a adequação dos trabalhadores ao sistema. Cabe destacar que, esses pontos de vista não são, em si, equivocados, pois as políticas sociais assumem de fato essas configurações. Mas são insuficientes e unilaterais porque não exploram suficientemente as contradições inerentes aos processos sociais e, em consequência, não reconhecem que as políticas sócias podem ser centrais na agenda de lutas dos trabalhadores e no cotidiano de suas vidas, quando conseguem garantir ganhos para trabalhadores e impor limites aos ganhos do capital. 
 Segundo Iamamoto, à questão social também deve ser compreendida no contexto do surgimento do modo de produção capitalista e das transformações que foram se processando no mundo do trabalho em meios diferentes conjunturas políticas e econômicas, indissociável do processo de acumulação e dos e feitos que produz sobre o conjunto das classes trabalhadoras, ela é tributária das formas assumidas pelo trabalho e pelo Estado na sociedade burguesa e não um fenômeno recente. 
 As políticas sociais instituídas do Brasil abrangem diferentes áreas e segmentos como a: transferência de renda, saúde, previdência/assistência social, habitação/urbanismo, saneamento básico, trabalho e renda, educação, desenvolvimento (rural), bem como políticas sociais focalizadas conforme idade, gênero, etnia, grupos indenitários, considerando o contexto brasileiro.
 A política social brasileira compõe-se e recompõe-se, conservando em sua execução o caráter fragmentário, setorial emergencial, sempre sustentada pela imperiosa necessidade de dar legitimidade aos governos que buscam bases sociais para manter-se e aceitam seletivamente as reidivincações e até as pressões da sociedade.
 Mediante esse breve entendimento das funções e do surgimento das políticas sociais, há de se considerar que estas não podem ser entendidas como um movimento de Estado como luta e conquista, contudo tem de ser analisadas como um processo dialético entre as classes sociais, como afirma Pastorini. 
<http:books.scielo.org>
MARX,Karl. Manuscritos econômicos e filosóficos e outros textos escolhidos. São Paulo: Abril Cultutal,1978
ZAMBON,Rodrigo .Fundamentos das políticas sociais e políticas sociais. UNOPAR,Londrina 2017

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