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Crimes Contra a Pessoa - Homicídio qualificado

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Crimes Contra a Pessoa - Homicídio Qualificado, culposo e Generalidades
Rodrigo Ferro
Homicídio qualificado
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo futil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Feminicídio       (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:     (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - violência doméstica e familiar;      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
Homicídio qualificado
1. Motivo: paga, promessa de recompensa ou outro motivo torpe ou fútil;
2. Meio: veneno, fogo, explosivos, asfixias, tortura ou outro meio que possa resultar perigo comum;
3. modo: traição, emboscada, mediante dissimulação ou outro modo que impossibilite ou dificulte a defesa da vítima;
4. fins: para assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime;
5. Homicídio discriminatório: feminicídio;
6. Homicídio cometidos contra integrantes da segurança pública e seus familiares.
I - mediante paga ou promessa de recompensa
Este é um crime típico de execução atribuída aos famosos “jagunços”; um crime mercenário. É uma das modalidades de torpeza na execução de homicídio, esta especificada. Na paga o agente recebe previamente a recompensa pelo crime, o que não ocorre na promessa de recompensa, na qual há somente a expectativa de paga. Respondem pelo crime qualificado o que praticou a conduta e o que pagou ou prometeu a recompensa. (Cezar Roberto Bitencourt. Código Penal Comentado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 314) 
Mandos gratuitos não qualificam.
Recompensas futuras não acordadas não qualificam.
Necessidade de concurso necessário: quem paga e quem recebe – Autoria Bilateral.
I - (........) ou por outro motivo torpe;
 Torpe é o motivo que atinge mais profundamente o sentimento ético-social da coletividade; é o motivo repugnante, abjeto, vil, indigno, que repugna à consciência média. O motivo não pode ser ao mesmo tempo torpe e fútil. A torpeza afasta naturalmente a futilidade.
(Cezar Roberto Bitencourt. Código Penal Comentado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 315)
Ciúme e Motivo Torpe impossibilidade 
Ementa: APELAÇÃO-CRIME. JÚRI. HOMICÍDIO QUALIFICADO E PRIVILEGIADO. CONCURSO DE PESSOAS. CONDENAÇÃO. IRRESIGNAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. INTERPOSIÇÃO COM BASE NA ALÍNEA "C" DO INCISO III DO ARTIGO 593 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. Sem razão o apelante. A pretensão do Ministério Público, aqui, é valorar um mesmo fato em momentos diversos da aplicação da pena, incorrendo em vedado bis in idem. O ciúme, ou questões de ordem sentimental, não pode ser negativa e triplamente valorado (culpabilidade, conduta social e motivos) para afastar a pena-base do mínimo legal. Depois, considerando que o Conselho de Sentença reconheceu que a ré agiu sob violenta emoção logo em seguida ter flagrado réu e vítima em cena de traição, a motivação -ciúme, ou questão de ordem sentimental, não pode exasperar a pena base da ré. Além disso, o ciúme da ré, circunstância subjetiva, por óbvio, não pode exasperar a basilar do corréu. De igual modo, as condenações com trânsito em julgado de um dos réus (Rafael), não podem valorar negativamente a personalidade de ambos os réus e ainda agravar a pena (reincidência). Quanto ao réu Rafael, ainda que ele ostente mais de uma condenação, o certo é que elas foram sopesadas como agravante de reincidência. Todavia, no caso concreto, a agravante da reincidência nem mesmo poderia ter sido reconhecida, porquanto o Ministério Público não a sustentou em plenário, nos termos do artigo 476, caput, do CPP. De qualquer forma, ausente recurso defensivo, é mantida a valoração das condenações na forma (reincidência) e no quantum (06 meses) definidos pelo juízo a quo. De igual forma, o fato de a vítima ter sido morta com "um tiro na nuca", in casu, não autoriza a dupla valorização negativa da culpabilidade e da personalidade dos agentes, além de qualificar o crime. O Ministério Público busca, ainda, a diminuição do quantum referente à privilegiadora, a fim de que seja fixada no grau mínimo. Para fixar o quantum de diminuição do § 1º do art. 121 do Código Penal, "deve ser valorada a relevância do motivo de valor social, a intensidade da emoção e o grau de provocação da vítima" (STF HC 93242). No caso, extrai-se dos autos que ré e vítima eram amigas, iam juntas à casa prisional visitar os companheiros. Posteriormente, quando a ré estava com três meses de gestação, tentando restabelecer o relacionamento afetivo com o corréu, ele e a vítima passaram a manter um relacionamento, sendo que, no dia do fato, a ré encontrou os dois no quarto da irmã do réu. Diante de tais circunstâncias fáticas, tenho que a redução máxima de 1/3 da pena não se mostra demasiada. Vencido o Eminente Des. Canosa nos termos de seu voto. Apelo ministerial desprovido, por maioria. (Apelação Crime Nº 70052711140, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Osnilda Pisa, Julgado em 29/07/2014)
Ciúme e Motivo Torpe possibioidade 
Ementa: EMBARGOS INFRINGENTES. TRIBUNAL DO JÚRI. HOMICÍDIO. QUALIFICADORA DO MOTIVO TORPE. MANUTENÇÃO. PREVALÊNCIA DO VOTO MAJORITÁRIO. No caso dos autos, vertente de prova permite a conclusão de que o delito pode ter sido cometido por motivo ignóbil, fomentado pelo ciúme e sentimento de posse que o réu, em tese, mantinha em relação à pessoa com a qual mantinha relacionamento amoroso, havendo indicativos de que matou o ofendido somente por ser amigo e estar próximo de sua ex-companheira. Prevalência do voto majoritário. EMBARGOS INFRINGENTES DESACOLHIDOS. UNÂNIME. (Embargos Infringentes e de Nulidade Nº 70069514032, Primeiro Grupo de Câmaras Criminais, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jayme Weingartner Neto, Julgado em 01/07/2016)
Vingança e Motivo Torpe
Ementa: RSE. JÚRI. HOMICÍDIO QUALIFICADO. DESPRONÚNCIA. IMPOSSIBILIDADE. A Constituição Federal prevê expressamente, na alínea d do inciso XXXVIII de seu artigo 5º, que aos jurados compete o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Assim, havendo duas versões nos autos, a valoração das provas ou indícios que as sustentam não compete ao Juiz togado, mas sim ao Tribunal do Júri. QUALIFICADORAS. RECURSO QUE DIFICULTOU A DEFESA DA VÍTIMA. MANUTENÇÃO. As circunstâncias qualificadoras, que envolvem matéria de fato e de direito, só podem ser afastadas quando manifestamente improcedentes, ou seja, quando nenhuma versão nos autos sustentá-las (matéria de fato) ou quando as circunstâncias fáticas correspondentes, tal como descritas na incoativa, não as caracterizarem (matéria de direito). Caso concreto em que o recurso que dificultou a defesa da vítima é jurídica e faticamente viável, devendo ser submetido ao crivo dos Juízes naturais da causa. MOTIVO TORPE. AFASTAMENTO. A vingança, conforme entendimento jurisprudencial há muito consolidado, por si só não configura o motivo torpe, sendo necessário, caso a caso, verificar a situação que levou o agente a vingar-se. E não é possível tal verificação quando
a denúncia descreve, simplesmente, que o réu se vingou da vítima em razão de "discussão" e "luta corporal" anteriores. Discussão, por si só, não caracteriza a torpeza de eventual vingança; somente sendo conhecido omotivo dessa é que se poderá afirmar se a reação do acusado foi, ou não, repugnante, abjeta e causadora de repulsa superior à inerente ao tipo penal, especialmente quando existente luta corporal - até porque, se por um lado uma discussão pode decorrer de algo repugnante, também pode advir de algo banal, de algo meramente injusto ou, até mesmo, de algo que tenha relevante valor social ou moral, de tal modo que pode representar um motivo torpe, um motivo fútil, nenhuma qualificadora ou mesmo um privilégio. Não conhecido o exato motivo do crime, o afastamento da qualificadora é imperativo. Não há ofensa à competência dos jurados, porque não se está apreciando matéria de fato; a improcedência da qualificadora é jurídica, pois esse tipo de imputação, que vem se tornando recorrente, simplesmente não pode passar pelo crivo feito pelo Juízo togado nesta etapa processual. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO, POR MAIORIA. (Recurso em Sentido Estrito Nº 70070337753, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Mello Guimarães, Julgado em 11/08/2016)
II - por motivo fútil; 
 Fútil é o motivo insignificante, banal. Motivo fútil não se confunde com motivo injusto, uma vez que o motivo justo pode, em tese, excluir a ilicitude, afastar a culpabilidade ou privilegiar a ação delituosa. Vingança não é motivo fútil, embora, eventualmente, possa caracterizar motivo torpe. (Cezar Roberto Bitencourt. Código Penal Comentado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 315)
Ausência de motivo e motivo fútil 
 HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO. EXCLUSÃO DE QUALIFICADORA. FALTA DE MOTIVO NÃO SE CONFUNDE COM MOTIVAÇÃO FÚTIL. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO. DECISÃO DE PRONÚNCIA. DECRETAÇÃO DA PRISÃO COM BASE SOMENTE NOS MAUS ANTECEDENTES. IMPOSSIBILIDADE.
1. Sempre haverá um motivo para o cometimento do delito, embora não se consiga, em todos os casos, descobrir a razão que levou o agente a praticá-lo.
2. Não se pode confundir motivo fútil com falta – ou desconhecimento – do motivo, sob pena de configurado ilegal.
3. No caso dos autos, tanto a denúncia quanto a decisão de pronúncia, não apontaram o motivo que levou o agente a cometer o crime, razão por que não pode incidir a qualificadora da futilidade.
4. A prisão decorrente de decisão de pronúncia é espécie do gênero prisões cautelares e, em razão disso, somente pode ser imposta caso venha lastreada em efetiva fundamentação.
5. Na hipótese, o Magistrado decretou a segregação cautelar tão somente com base nos maus antecedentes do paciente, motivação não considerada idônea.
6. Ordem concedida para, de um lado, afastar a incidência da qualificadora por motivo fútil; de outro lado, revogar a prisão preventiva, mediante assinatura de termo de comparecimento a todos os atos do processo, ressalvando-se, ainda, a possibilidade de lhe ser decretada nova prisão, caso demonstrada a necessidade.
(STJ - HC 91.747/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em 12/05/2009, DJe 01/06/2009)
III - com emprego de veneno, (..........); 
 Emprego de veneno: dissimulação
A utilização de veneno só qualifica o crime se for utilizado com dissimulação, como estratagema, como cilada. Sua administração forçada ou com conhecimento da vítima não qualifica o crime. Se for ministrado com violência poderá caracterizar o meio cruel. 
Veneno é toda substância, biológica ou química, que, introduzida no organismo, pode produzir lesões ou causar a morte. Veneno, para fins penais, é qualquer substância, vegetal, animal ou mineral, que tenha idoneidade para provocar lesão ao organismo humano. Uma substância teoricamente inócua pode assumir a condição de venenosa, segundo as condições especiais da vítima.
(Cezar Roberto Bitencourt. Código Penal Comentado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 316)
III - com emprego de (........), fogo, explosivo, (......); 
 “O fogo pode matar. E mata de forma – sabidamente – terrível, extremamente dolorosa” (STJ, RE 192.049- DF, 5.ª T., rel. Felix Fischer, 09.02.1999, m.v.).
III - com emprego de (........), asfixia, (......); 
Impedimento da função respiratória
 mecânica
esganadura: “a constrição do pescoço é dada diretamente pela mão” estrangulamento: “a constrição do pescoço se faz por um laço, cuja força atuante é a mão humana”
enforcamento: “a constrição do pescoço é exercida por um laço, cuja extremidade se acha fixa a um ponto dado, sendo a força atuante o peso do corpo” 
sufocação: “o obstáculo não se dá por submersão ou constrição do pescoço”
afogamento / soterramento: é a penetração de líquido (afogamento) ou outra substancias (soterramento) nas vias respiratórias 
imprensamento:
 tóxica
 uso de gás:
 confinamento: 
III - com emprego de (........), tortura, (......); 
 Tortura é meio que causa prolongado, atroz e desnecessário padecimento. A nosso juízo, a tortura é uma modalidade de meio cruel, distinguindo-se somente pelo aspecto temporal, exigindo uma ação um pouco mais prolongada. (Cezar Roberto Bitencourt. Código Penal Comentado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 317)
III - com emprego de (........) ou outro meio insidioso ou cruel (......); 
Meio insidioso
Meio insidioso é aquele utilizado com estratagema, perfídia. Insidioso é o recurso dissimulado, consistindo na ocultação do verdadeiro propósito do agente, que, assim, surpreende a vítima, que tem sua defesa dificultada ou até impossibilitada. Insidioso é o meio disfarçado, sub-reptício, ardiloso, que objetiva surpreender a vítima
desatenta e indefesa.
Meio cruel
Meio cruel é a forma brutal de perpetrar o crime, é meio bárbaro, martirizante, que revela ausência de piedade, v. g., pisoteamento da vítima, dilaceração do corpo a facadas etc. Meio cruel é o que causa sofrimento desnecessário à vítima. Pelo meio cruel o agente objetiva o padecimento de sua vítima; revela sadismo.
(Cezar Roberto Bitencourt. Código Penal Comentado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 317/318)
TJSC:”Emprego de meio cruel. Vítima faleceu em consequência de agressão, pontapés e pisoteamento dos acusados” (RT 532/340)
TJSP: “Não se pode afirmar ser meio cruel empregado no homicídio o disparo de tiros à queima-roupa (....)” (JTJ 252/425)
III - com emprego de (........) ou de que possa resultar perigo comum; 
 metralhar alguém em meio a uma multidão
 promover um desabamento para matar alguém
TJSP: “Se os agentes para consumarem o homicídio disparam diversas vezes na rua, atingindo traseuntes, fica caracterizada a qualificadora prevista no artigo 121, § 2º, III, do CP, pois resultou perigo comum” (RT 771/583)
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; 
 Traição – confiança
 Emboscada – tocaia
 Dissimulação – engano (material ou moral)
 Outro recurso – surpresa (tiro pelas costas)
** mero emprego de arma de fogo não caracteriza 
“Quando dois homens discutem, com certo calor e com ofensas recíprocas, é de esperar qualquer agressão, de um ou de outro, não se podendo falar em surpresa se esta vem a ocorrer.” (grifamos) (TJSP – Rec. – Rel. Camargo Sampaio – RJTJSP 51/314).
 
“Se existiu desavenças anteriores entre acusado e vítima, que discutiram antes do homicídio, não se pode falar em surpresa ou recurso que tornou impossível a defesa do ofendido.” (grifamos) (TJSP 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:       
Feminicídio
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:     
I - violência doméstica e familiar;
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
“não existe crime de feminicídio como tipo penal autônomo, ao contrário do que se tem apregoado, como veremos, ‘matar algúem’ continua sendo homicídio, que, se for motivado
pela discriminação da condição mulher, ou seja, por razões de gênero, e essa qualificadora recebeu expressamente o inomem iuris de “feminicídio” (Cezar Roberto Bitencourt. Tratado de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 95) 
Sujeito Ativo: qualquer pessoa
Sujeito passivo: Mulher
PENAL E PROCESSUAL PENAL - CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA - HOMICIDIO QUALIFICADO CONTRA MULHER - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA - JUIZADO DE COMPETÊNCIA GERAL X TRIBUNAL DO JÚRI. 1. É DO TRIBUNAL DO JÚRI A COMPETÊNCIA PARA JULGAR O CRIME DE HOMICÍDIO QUALIFICADO CONTRA MULHER, EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, EM TODAS AS SUAS FASES (CF 5º XXXVIII, LOJDF, ART. 19). PRECEDENTE DO C. STJ - HC 121.216/DF. 2. JULGOU-SE PROCEDENTE O CONFLITO NEGATIVO PARA DECLARAR A COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI E DELITOS DE TRÂNSITO DO GAMA/DF (JUÍZO SUSCITADO).
(TJ-DF - CCP: 72804120098070000 DF 0007280-41.2009.807.0000, Relator: SÉRGIO ROCHA, Data de Julgamento: 29/06/2009, Câmara Criminal, Data de Publicação: 08/07/2009, DJ-e Pág. 26)
Ementa: HABEAS CORPUS. DELITO DE HOMICÍDIO. Depreende-se dos autos principais, que a autoridade policial, após prévia investigação, representou pela prisão preventiva do paciente, pela prática, em tese, do delito de homicídio qualificado, na forma tentada, por duas vezes. O digno magistrado, em decisão devidamente fundamentada, antecedida de manifestação do Ministério Público, decretou a prisão preventiva de Jonatas, para garantia da ordem pública da conveniência da instrução criminal. Concluído o inquérito policial, o Ministério Público ofereceu a denúncia, imputando ao paciente, por duas vezes, o cometimento do delito tipificado no artigo 121, § 2º, incisos I e IV, na forma do artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal. A prisão foi efetivada em 14.01.2015. Recebida a inicial acusatória, a instrução do feito foi iniciada, sendo que, ao final do procedimento bifásico do Tribunal do Júri, o paciente foi pronunciado como incurso nas sanções do artigo 121, § 2º, incisos I e IV, na forma do artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal. Na ocasião, a constrição cautelar de Jonatas foi mantida. Inconformada, a defesa do acusado interpôs recurso (RSE 70066041211), o qual foi distribuído sob minha relatoria. Em sessão realizada em 12NOV2015, este Órgão Fracionário, à unanimidade, negou provimento ao recurso. Diante desse contexto, não há falar em excesso de prazo, uma vez que o paciente já foi pronunciado, tendo sido mantida a r. sentença nesta Corte, não se evidenciando qualquer paralisação excessiva no processamento do feito. Ademais, é certo que a interposição do recurso em sentido estrito contra a decisão de pronúncia contribuiu para o prolongamento do processo. De outro turno, a segregação do acusado foi mantida nos termos que ensejaram o decreto de prisão preventiva - garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal - em razão da gravidade concreta da conduta, evidenciada pelo suposto motivo do crime ("O crime foi praticado por motivo, qual seja, o fato da vítima ser homossexual"), pelo modo como foi praticado (contra a vida de dois cidadãos, em local público, na presença de outras pessoas e com recurso que dificultou a defesa da vítima), e por se mostrar necessária para impedir a reiteração criminosa, uma vez que o acusado, além de já apresentar condenação transitada em julgado por delito relacionado ao tráfico de entorpecentes, apresenta extensa ficha de registros criminais, muitos deles relativos à violência contra a pessoa. Outrossim, mantida a prisão preventiva do acusado durante todo o sumário da culpa, inclusive por este Órgão Fracionário, quando do julgamento do habeas corpus cadastrado sob o n.º 70063606776, por mais razão deve permanecer segregado agora, quando pronunciado pelo cometimento de delito de homicídio qualificado tentado, por duas vezes, não havendo alteração do quadro fático a ponto de autorizar a devolução do seu status libertatis Destarte, presentes os Código de Processo Penal, mostra-se inviável a concessão de medida cautelar diversa da prisão. ORDEM DENEGADA. (Habeas Corpus Nº 70068175793, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Antônio Cidade Pitrez, Julgado em 31/03/2016)
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:   
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;  
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência;    
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: 
Aposentados não integram o rol.
LEI 8.072/90
LEI DOS CRIMES HEDIONDOS
Para a constituição, merecem punições maiores:
Crimes Hediondos;
A TORTURA
O TRÁFICO DE DROGAS equiparados a hediondos
 O TERRORISMO
. 
O QUE É UM CRIME HEDIONDO?
Três critérios:
LEGAL OU OBJETIVO;
JUDICIAL OU SUBJETIVO;
MISTO.
CRITÉRIO OBJETIVO OU LEGAL
Por esse critério somente a lei pode indicar, em rol taxativo, quais são os crimes considerados hediondos. 
O juiz não pode deixar de considerar hediondo um delito que conste da relação legal, da mesma forma que nenhum delito que não esteja enumerado pode ser considerado hediondo.
CRÍTICA: só trabalha com gravidade abstrata desconsiderando o caso concreto
CRITÉRIO SUBJETIVO OU JUDICIAL
O legislador diria apenas as características que delito deveria ter, para que o juiz fixasse no caso concreto o que seria considerado crime hediondo. 
A lei não enumeraria um rol de crimes hediondos
Cabe ao juiz reconhecer ou não a hediondez
CRÍTICA – é uma análise estritamente subjetiva, da cabeça de juiz pode vir qualquer coisa, fere o princípio da legalidade, da taxatividade ou do mandato de certeza, tudo vai depender da convicção, ânimo do magistrado
CRITÉRIO MISTO
Propõe que na lei haveria um rol exemplificativo, podendo o juiz reconhecer em outras hipóteses a hediondez de crime não constante da relação legal.
juntou o equívoco do primeiro com o perigo do segundo, esse sistema ignora caso concreto e fixa o complemento subjetivo
ADOTA A INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA
QUAL SISTEMA ADOTADO PELO LEGISLADOR INFRACONSTITUCIONAL?
Sistema legal ou objetivo
Art. 5º inc XLIII
 Somente a LEI cabe definir quais são os crimes hediondos, não cabe ao interprete definir outros tipos ou deixar de considerar hediondo os ali existentes, se o delito se enquadra no rol do art. 1º da lei de crimes hediondos necessariamente será hediondo.
CUIDADO – SISTEMA LEGAL TEMPERADO
STF – tem nas entrelinhas da sua decisão adotado um “quarto sistema” – SISTEMA LEGAL TEMPERADO – o legislador apresenta um rol TAXATIVO de crimes hediondos, devendo o magistrado confirmar a hediondez na análise do caso concreto. O juiz não vai complementar pois o rol é taxativo, o juiz somente vai confirmar se aquele crime tem requintes de hediondez.
	Então o legislador diz que os crimes A, B e C são hediondos, mas quem vai confirmar a hediondez do crime é o juiz diante do caso concreto.
	
Difere do sistema misto porque neste o rol é exemplificativo
Recurso ordinário em habeas corpus. 2. Recorrente condenado à pena de 7 anos de reclusão, em regime inicial fechado, pela prática do delito previsto no art. 213 do Código Penal. 3. Denegada a ordem em writ impetrado no STJ, que objetivava a fixação de regime prisional semiaberto. 4. A hediondez ou a gravidade abstrata do delito não obriga por si só o regime prisional mais gravoso, pois o juízo, em atenção aos princípios constitucionais da individualização da pena e da obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais, deve motivar o regime prisional imposto observando a singularidade do caso concreto. Precedentes. 5. De outro lado, a fixação do regime prisional não obedece
a critérios matemáticos. Em suma, não é a quantidade de circunstâncias favoráveis ou desfavoráveis que determina o regime prisional a ser aplicado, pois há circunstâncias preponderantes sobre as demais. 6. A culpabilidade é circunstância primordial na determinação do regime de cumprimento de pena, por servir de termômetro da intensidade do dolo delitivo. 7. No caso concreto, diante de dolo intenso – ainda que o recorrente tenha em seu favor personalidade, antecedentes e conduta social favorável –, é desarrazoada a fixação de regime semiaberto, uma vez que à elevada culpabilidade do delito premeditado soma-se a gravidade das consequências do crime porque, além do trauma inerente ao tipo penal de estupro, a vítima relata a necessidade de tratamento psicológico. 8. Recurso ao qual se nega provimento. (STF - RHC 116169, Relator(a):  Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 18/06/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-148 DIVULG 31-07-2013 PUBLIC 01-08-2013)
Apontamentos sobre o 
critério legal ou objetivo
Se no Brasil adotou-se o sistema legal competindo ao legislador infra constitucional arrolar os crimes hediondos, o legislador ordinário fez isso com a lei 8072/90
A lei 8.072, de 25 de julho de 1990, entrou em vigor no dia seguinte, cumprindo o mandamento constitucional e adotado o CRITÉRIO LEGAL, para tanto, enumerou em seu art. 1º todos os crimes considerados como hediondos.
SISTEMA DE ETIQUETAGEM OU COLAGEM
O legislador infraconstitucional para definir o rol do art. 1º utilizou o SISTEMA DE ETIQUETAGEM OU COLAGEM – a lei dos crimes hediondos quando elaborada não alterou a tipicidade dos crimes, ele somente etiquetou alguns crimes como hediondo. 
So pode ser considerado hediondo aqueles que estão no art. 1ºda LCH, em que o nosso legislador etiquetou de hediondo – é um ROL TAXATIVO não pode ser ampliado para que se insiram outros crimes que não estão ali descritos.
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994)
COMO VOU SABER SE DETERMINADO CRIME É OU NÃO HEDIONDO?
Só pode ser considerado hediondo aqueles que estão arrolados na L-8072/90, em que o nosso legislador etiquetou de hediondo – é um ROL TAXATIVO não pode ser ampliado por analogia para que se insiram outros crimes que não estão ali descritos.
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: 
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV, V e VI); 
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);
 IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); 
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o);  
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). 
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). 
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).     (Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014)
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado.
HOMICÍDIO - HEDIONDO
o homicídio não nasceu hediondo, com a lei 8072/90 ele se tornou hediondo 4 anos depois
Este dispositivo não constava da redação original da lei 8072/90, passou a aí estar a partir de 1994 depois do episódio da Daniela Perez
Os homicídios praticados antes do dia 06 de setembro de 94 não são considerados hediondos. 
Princípio da irretroatividade in pejus, da lei incriminadora 
HOMICÍDIO SIMPLES
ART. 121 CAPUT
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
ART. 121 §1º
HOMICÍDIO QUALIFICADO
ART. 121 §2º
HOMICÍDIO QUALIFICADO PRIVILAGIADO
É hediondo quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio (homicídio condicionado)
NÃO é hediondo não tem previsão legal
É sempre hediondo,qualquer que seja a qualificadora
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E O HOMICÍDIO QUALIFICADO-PRIVILEGIADO É HEDIONDO?
1ª corrente – é hediondo, porque a lei não excepciona essa figura, se é qualificado é hediondo, pouco importa se com ou sem o privilégio.
2ª corrente – não é hediondo, o homicídio qualificado privilegiado deixa de ser hediondo, porque o privilégio prepondera sobre a qualificadora. 
Essa corrente faz uma analogia ao art. 67 do CP, o qual diz que no concurso de agravantes e atenuantes prepondera a de natureza subjetiva.
A 2ª CORRENTE É A QUE PREVALECE NO STF E STJ.
"HABEAS CORPUS . DIREITO PROCESSUAL PENAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO-PRIVILEGIADO TENTADO. VIOLENTA EMOÇÃO. RECURSO QUE DIFICULTOU A DEFESA DA VÍTIMA. COMPATIBILIDADE DAS CIRCUNSTÂNCIAS. QUESTIONÁRIO. ORDEM LEGAL. TENTATIVA. RECONHECIMENTO. QUESITO SOBRE DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA. DESNECESSIDADE.
1. A jurisprudência dos Tribunais Superiores, incluidamente do Excelso Supremo Tribunal Federal, é firme na compreensão de que as circunstâncias privilegiadoras, de natureza subjetiva, e as qualificadoras, de natureza objetiva, podem concorrer no mesmo fato-homicídio, à falta de contradição lógica.
2. Em respondendo a defesa com a tese da desistência voluntária à acusação de homicídio tentado, a formulação de um único quesito decide a tese acolhida pelos jurados que, afirmando ou negando a tentativa, negarão ou afirmarão a desistência, respectivamente, bem certo que, no caso de homicídio tentado, o quesito a ela relativo há de anteceder aos da defesa alegada, porque próprio do fato principal (Código de Processo Penal, artigo 484, inciso I).
3. Ordem denegada."
(HC 28623/PR, 6ª Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJU de 21/11/2005).
PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. ART. 121, § 1º E § 2º, INCISO IV, C/C ART. 14, INCISO II, AMBOS DO CÓDIGO PENAL.
CRIME NÃO ELENCADO COMO HEDIONDO. PENA-BASE FIXADA ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS. REGIME PRISIONAL SEMIABERTO. DIREITO DE APELAR EM LIBERDADE.
I - Por incompatibilidade axiológica e por falta de previsão legal, o homicídio qualificado-privilegiado não integra o rol dos denominados crimes hediondos (Precedentes).
II - Sendo desfavoráveis as circunstâncias judiciais (CP, art. 59) na fixação da pena-base, é apropriado o regime prisional semiaberto para o cumprimento da reprimenda, muito embora a pena aplicada ao paciente, se considerada somente seu quantum, permitisse a fixação do regime inicial aberto (Precedentes).
III - Ante a fixação do regime semiaberto como o inicial de cumprimento da pena, deverá o réu aguardar o julgamento do recurso de apelação em liberdade, se por outro motivo não estiver preso (Precedentes).
Ordem parcialmente concedida a fim de fixar o regime semiaberto como inicial para cumprimento da reprimenda penal, bem como para que o paciente aguarde o julgamento do recurso de apelação em liberdade, devendo ser expedido o respectivo alvará de soltura, salvo se por outro motivo estiver preso.
(HC 153.728/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 13/04/2010, DJe 31/05/2010)
HOMICÍDIO CULPOSO
Artigo 121, § 3º - Se o homicídio é culposo:
Pena – detenção, de um a três anos.
Crimes Culposos: Exceção
Art. 18 - Diz-se o crime: 
Crime doloso
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
Crime culposo
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. 
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica
dolosamente.
Modalidades de culpa
Imprudência é a prática de uma conduta arriscada ou perigosa e tem caráter comissivo. É a imprevisão ativa (culpa in faciendo ou in committendo). Conduta imprudente é aquela que se caracteriza pela intempestividade, precipitação, insensatez ou imoderação.
Negligência é a displicência no agir, a falta de precaução, a indiferença do agente, que, podendo adotar as cautelas necessárias, não o faz. É a imprevisão passiva, o desleixo, a inação (culpa in ommittendo). É não fazer o que deveria ser feito.
Imperícia é a falta de capacidade, despreparo ou insuficiência de conhecimentos técnicos para o exercício de arte, profissão ou ofício. Imperícia não se confunde com erro profissional. O erro profissional é um acidente escusável, justificável e, de regra, imprevisível, que não depende do uso correto e oportuno dos conhecimentos e regras da ciência.
(Cezar Roberto Bitencourt. Código Penal Comentado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 317)
Espécies de Culpa
Culpa consciente
Há culpa consciente, também chamada culpa com previsão, quando o agente, deixando de observar a diligência a que estava obrigado, prevê um resultado, previsível, mas confia convictamente em que ele não ocorra. Quando o agente, embora prevendo o resultado, espera sinceramente que este não se verifique, estarse-á diante de culpa consciente e não de dolo eventual.
Culpa inconsciente
Ação sem previsão do resultado previsível constitui a chamada culpa inconsciente, culpa ex ignorantia. A culpa inconsciente caracteriza-se pela ausência absoluta de nexo psicológico entre o autor e o resultado de sua ação.
(Cezar Roberto Bitencourt. Código Penal Comentado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 317)
OBS. 
Não se admite tentativa de homicídio culposo
Eventual culpa da vítima não exclui a culpa do agente.
Somente quando há culpa exclusiva da vítima, não há em se falar em responsabilidade culposa do agente.
Admite-se coautoria.
Majorantes do Crime de homicídio
Artigo 121,§ 4º
No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
Impossibilidade de prestar socorro: atipicidade
Essa majorante somente pode ser aplicada quando o socorro omitido pudesse ter sido prestado. Por isso, a despeito de alguns textos legais prolixos, pretendendo punir crime impossível, a morte instantânea da vítima ou seu imediato socorro por terceiro impedem a incidência desta majorante.
(Cezar Roberto Bitencourt. Código Penal Comentado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 323)
Risco pessoal
A presença de risco pessoal afasta esta majorante. Por isso, no caso do agente que deixa o local do acidente temeroso de alguma represália por parte dos parentes da vítima ou de terceiros, que possuem condições de prestar socorro, não se há que falar em adequação típica da referida majorante, pela falta da elementar “sem risco pessoal”.
(Cezar Roberto Bitencourt. Código Penal Comentado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 323)
Fuga da prisão em flagrante: 
trata-se de uma causa de aumento de duvidosa constitucionalidade, pois se obriga que a pessoa, autora de um crime, apresente-se voluntariamente à polícia para ser presa. Ora, se não se exige tal postura do agente de crime doloso, por que haveria de ser exigida do autor de delito culposo, nitidamente mais brando? Ninguém é obrigado a se autoincriminar, conforme garante a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, além de ser
posição predominante na jurisprudência brasileira. Se assim é, não tem sentido exigir-se que o autor de homicídio culposo seja o único criminoso a colaborar, de forma voluntária, com sua própria prisão.
(Guilherme de Souza Nucci. Código Penal Comentado, 2005, p. 507)
PERDÃO JUDICIAL
Artigo 121,§ 5º
Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
 Somente na sentença
 Não precisa ser aceito 
 Natureza jurídica – Declaratória da extinção da punibilidade
 Súmula 18 do STJ
CRIMES CONTRA A VIDA
PERDÃO JUDICIAL
Súmula 18 (STJ): “ A sentença concessiva do perdão judicial tem natureza declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório”
 Não há obrigação de reparar o dano
 Não há reincidência
 Não ocorrerá o lançamento do nome do réu no rol dos culpados
HOMICÍDIO CULPOSO no CTB
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: 
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
 
HOMICÍDIO CULPOSO no CTB
Parágrafo único. No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o agente: 
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; 
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; 
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente; 
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros.

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