PEDRAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Prévia do material em texto

PEDRAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 Rocha: Material natural consolidado da crosta terrestre, formado 
essencialmente de minerais. 
 Pedra: Rocha que, apresentando alta Rmec e a intempéries, pode ser 
usada em obras de Engenharia Civil. 
 Século XIX – construção metálica. 
 Século XX – desenvolvimento do concreto armado. 
A pedra como material estrutural sofreu forte impacto – material frágil, 
resistindo bem somente aos esforços de compressão. 
 Século XXI- Campo de aplicação definido e limitado: 
 Muros de arrimo, 
 Fundações pouco profundas, 
 Blocos para pavimentação, 
 Lastro de ferrovias, 
 Material agregado componente do concreto de cimento 
Portland de uso estrutural ou da mistura betuminosa usada 
em pavimentação. 
 Mais adiante foi utilizada sob novas formas e aplicações: placas utilizadas 
no revestimento de paredes e pisos, não como material de suporte ou de 
base, mas como elemento de acabamento e proteção. 
 Material voltou a ocupar importante papel nas construções, devido a sua 
durabilidade, revestindo outros materiais menos nobres para dar a 
impressão do uso da pedra em sua forma maciça, com grandes efeitos 
arquitetônicos pela cor, textura e belíssimo aspecto. 
 
CLASSIFICAÇÃO GEOLÓGICA 
 Rochas eruptivas ou ígneas 
Solidificadas quando ocorre o resfriamento do material proveniente de 
uma fusão total ou parcial 
Ex.: Granito, pórfiro, basalto. 
 Sedimentar 
Resultam da desagregação por ação de intempéries, transporte, depósito 
e consolidação do material rochoso ou orgânico pela água ou pelo vento. 
Ex.: Calcário, arenito, turfa. 
 Metamórfica 
Alteração gradual da estrutura das rochas anteriores pela ação de calor, 
pressão ou água. 
Ex.: Mármore, ardósia, gnaisse. 
 
CLASSIFICAÇÃO TECNOLÓGICA 
 Pedras silicosas – predomina a sílica (SiO2) 
Rmec e > durabilidade de todas. 
 Pedras calcárias – propriedades governadas pelo carbonato de cálcio 
(CaCO3) 
Boa Rmec e média durabilidade. 
 Pedras argilosas – predomina a argila (silicatos hidratados de alumínio) 
< Rmec e < durabilidade. 
CLASSIFICAÇÃO COMBINADA 
 Silicosas 
 Eruptivas (granito, diorito, gabro, andesito) 
 Silicosas sedimentares (basalto, diabásio, arenito) 
 Silicosas metamórficas (gnaisses, micaxistos, quartzitos). 
 Argilosas; 
 Calcárias sedimentares e calcárias metamórficas. 
As pedras calcárias podem ser facilmente distinguidas das demais por três 
propriedades importantes: 
 Calcinam-se pela ação do calor, dando CO2 e CaO; 
 Atacadas pelos ácidos, desprendem CO2, com efervescência; 
 São facilmente riscadas pelo canivete (grau 3 na escala de MOHS). 
Os calcários magnesianos têm elevada percentagem de carbonato de magnésio 
e são também denominados de dolomíticos. 
 Brechas e conglomerados — Os fragmentos calcários podem ser 
aglomerados por cimento natural, constituindo uma brecha quando a 
forma dos fragmentos é angulosa, ou conglomerado para fragmentos 
arredondados. 
 Tufos calcários — São resíduos orgânicos associados por cimento 
calcário. São porosos e pouco resistentes a esforços mecânicos e ao 
intemperismo. 
 Alabastros — São provenientes de sedimentação química, com 
granulação fina e textura fibrosa. 
 Travertinos — São calcários lacustres, compactos. São claros, leves, 
resistentes e duráveis. Muito usados para revestimento. 
 Argilosas: 
 Margas — As margas são matéria-prima para cerâmica. 
Apresentam-se misturadas com calcário: margas calcárias 
utilizadas na obtenção de cal, cimento, etc.; margas argilosas 
aproveitadas na confecção de tijolos. 
 A ardósia era utilizada para cobertura. Apresenta a desvantagem 
do grande peso. 
 
PROPRIEDADES FUNDAMENTAIS DAS PEDRAS 
 Resistência mecânica: é a capacidade de suportar a ação das cargas 
aplicadas sem entrar em colapso; 
 Durabilidade: é a capacidade de manter suas propriedades físicas e 
mecânicas com o decorrer do tempo e sob ação de agentes agressivos; 
 Trabalhabilidade: é a capacidade da pedra em ser afeiçoada com o 
mínimo de esforço; 
 Estética: aparência da pedra para fins de revestimento ou acabamento. 
 Homogeneidade: A pedra é dita homogênea quando apresenta as 
mesmas propriedades em amostras diversas. 
 Massa específica e compacidade (Massa específica absoluta, Massa 
específica aparente, Grau de densidade ou compacidade – relação entre 
as massas específicas aparente e absoluta.). 
 Porosidade: Relação entre o volume de vazios e o volume total. 
Complemento da compacidade. Uma pedra porosa é: Pouco resistente à 
compressão, Permeável, Gelível. 
 Permeabilidade: Propriedade de se deixar atravessar por gases ou 
líquidos. 
 Higroscopicidade: Quando absorvem água por capilaridade. Grande 
importância na durabilidade 
 Gelividade: Transformação em gelo com aumento de volume da água 
infiltrada na pedra. A pressão exercida pelo gelo é de 146 kgf/cm2. 
 Condutibilidade térmica e elétrica: É relativamente pequena. As porosas 
são mais isolantes que as compactas. 
 Dureza: É avaliada pela maior ou menor facilidade com que ela pode ser 
serrada. 
 Aderência: Aptidão de se ligar à argamassa. A fratura e a porosidade 
influem nesta propriedade. Avaliada por um ensaio de tração 
 Propriedades mecânicas: Compressão, tração, flexão, cisalhamento. As 
pedras resistem bem à compressão e mal a tração. Umidade tem 
influência na resistência (razão inversa) 
 Desgaste: Mostra o comportamento da rocha quando submetida à 
abrasão de outros corpos ou ao atrito mútuo. 
 Choque: Resistência que uma rocha oferece ao impacto de um peso que 
cai de uma certa altura. 
A análise petrográfica tem por finalidade principal determinar a composição 
mineralógica da rocha, quando se trata de explorar a sua ocorrência, ou julgar a 
resistência da pedra ao intemperismo, através da determinação de elementos 
prejudiciais existentes. 
O exame petrográfico determinará: 
 Composição mineralógica da rocha e sua classificação petrográfica. 
 Estudo da conservação da rocha (modalidade de apresentação dos 
elementos constituintes. 
 Estrutura, granulação, textura, índices de enfraquecimento da estrutura, 
vazios, poros, fendas, etc. 
 Presença de elementos mineralógicos prejudiciais para a aplicação 
visada. 
MINERAIS MAIS COMUNS: 
 Quartzo 
 Aluminossilicatos 
 Feldspato 
 Micas 
 Caulinita 
 Silicatos de magnésio e ferro 
 Anfibólios 
 Piroxênios 
Entende-se por alteração de uma rocha a modificação de suas características e 
propriedades por agentes atmosféricos ou outros agentes agressivos, que 
podem atuar através de uma ação física ou química. 
 
 
 Aplicações na construção civil: 
 Alvenarias 
 Revestimento de pisos e paredes 
 Pisos 
 Peitoris 
 Soleiras 
 Meio-fio 
 Calçamento de ruas 
 Muros de contenção 
 Agregados para argamassas e concretos 
 
PATOLOGIAS: 
 Manchamento: 
 Absorção de água (manchas claras) 
 Lixiviação de óxido de ferro (manchas escuras); 
 Eflorescência: Formação de CaCO3 (carbonato de cálcio) devido à 
exposição do hidróxido de cálcio – Ca(OH)2 à umidade, que reage com o 
anidrido carbônico (CO2) presente no ar. 
 Desplacamentos: 
 Falhas no assentamento, 
 Ausência de garras de fixação, 
 Expansão por umidade, 
 Ausência de juntas de expansão 
 Fissuras: 
 Aquecimento e dilatação pelo sol, 
 Ressecamento e resfriamento pela chuva ou vento, 
 Ação de poluentes, Vibrações, etc.