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DIREITO ADMINISTRATIVO I - JOSÉ NETO - FBDG - PROVA 1

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DIREITO ADMINISTRATIVO I 
DIREITO ADMINISTRATIVO I – PROF. JOSÉ NETO – AULA 01 – 06/08/18
josoaresneto@yahoo.com.br
BIBLIOGRAFIA
Celso Antônio Bandeira de Mello, Curso de Direito Administrativo (Leitura densa e aprofundada)
Maria Sylvia Zanella de Pietro, Curso de Direito Administrativo, Editora ATLAS (mais objetivo)
Dirley da Cunha Jr, Manual de Direito Administrativo (mais objetivo)
Irene Patrícia Nohara, Curso de Direito Administrativo (linguagem bem atual e coloquial, não muito juridiquês e atualizada com o neoconstitucionalismo)
Marçal Justem Filho, Curso de Direito Administrativo
Alexandre Mazza, Manual de Direito Administrativo (para concurso)
LEITURA COMPLEMENTAR OBRIGATÓRIA *PROVA
Gustavo Binenbojm, Uma teoria do Direito Administrativo 
PROVAS: 17/09 e 12/11
Resumo da matéria: atividades da administração pública e a relação entre os órgãos e a própria administração e a relação com os cidadãos. 
A ORIGEM DO DIREITO ADMINISTRATIVO
- Origem da administração pública:
Foi com a formação do Estado Francês, que acabou de uma certa forma precisando entender como era essa novidade na época de criar as leis e ter que respeitá-las, porque não tinha isso antes. Se algum preposto no Estado monárquico praticasse algum dano à coleta de impostos, isso daí não tinha uma previsão diretamente ligada à atuação do Estado. Se houvesse um acuso talvez o preposto respondesse por homicídio, mas não como preposto do Estado, e a coroa sofre alguma consequência, mesmo que financeiramente falando.
A França é um grande exemplo pioneiro para a formação do Estado. Temos então nesse momento uma visão romântica, tradicional e mais crítica dessa história de como surge o Estado de Direito Francês. Na visão clássica, os doutrinadores falam que diante dessa situação em que o Estado francês passava desde a queda da bastilha, as atuações do império napoleônico, que traz regras rígidas, agora que tiramos os privilégios da monarquia, estabelecemos um Estado que preconiza os ideais franceses de estados, nós temos agora que lidar com essa situação de como o Estado reage, tendo que respeitar suas próprias regras. Cria-se o chamado conselho de Estado Francês, que vai julgar as questões que envolvem o Estado. Não era o poder judiciário que julgaria as questões que o Estado estivesse como parte. Eram julgadores no âmbito administrativo, não era um órgão do poder judiciário, levava ao conselho de Estado francês (órgão administrativo, composto por julgadores administrativos).
O conselho de estado francês é tido como o berço do administrativo, onde o Estado é responsabilizado e o Estado ganha e perde, como acontece com todos que se envolviam em litígios. No Estado absolutista não haviam erros ou responsabilidades. O Estado precisa de algumas prerrogativas, mas o cidadão não pode sofrer com isso a qualquer custo. A partir da evolução da jurisprudência de Conselho de Estado francês, vê-se que está surgindo o direito administrativo.
Visão de Gustavo Binembojm: uma linha um pouco mais realista de como essa transição aconteceu. Não percebe de forma romântica a mudança da tradição absolutista para democrática de Direito. Para ele a transição e a criação do Direito Administrativo foi acidental e protetiva, não foi necessariamente para o bem do povo Francês e para a melhoria das relações entre Estado e população. Teria ocorrido mais para proteger os integrantes do novo regime, pois todos os magistrados antes eram monarcas e vitalícios. Quando a burguesia assume o poder, ela encontra um Poder Judiciário com a maioria absoluta desses magistrados monarcas vitalícios, que teriam sido nomeados no antigo regime, e seria difícil retirá-los para colocar burgueses despreparados. Mas também se deixasse assim, iria fragilizar o novo regime. Os burgueses, para essas causas, criaram um conselho que só quem iria julgar seriam os burgueses. Foi um conselho criado para um julgamento mais justo, que não fosse viciado e com maior proteção, dando as prerrogativas necessárias. Pensaram os burgueses criando com os pares um conselho que só quem vai julgar são eles mesmos, submetendo o Estado para um julgamento não pelos magistrados que eram descendentes dos nobres, mas sim para esse Conselho que criaram, para proteger os interesses dos burgueses. Até hoje observamos essa supremacia absoluta do poder público sobre o particular.
Então algumas das nossas raízes do Direito Administrativo são enxergadas nesse passado que pode ter sido construído para uma superproteção do estado em um momento de fragilidade, não podia se deixar nas mãos dos absolutistas.
Uma das prerrogativas necessárias e existentes até hoje é a supremacia absoluta do Poder Público sobre o particular, a exemplo da desapropriação de bens imóveis para equipar algo de interesse público. Algumas das nossas raízes são enxergadas desde o passado para que haja uma superproteção do Estado em momento de fragilidade.
Através do Conselho de Estado Francês, foi se consolidando a necessidade de se estudar esse Direito Administrativo. Algumas prerrogativas existem até hoje:
- Supremacia do Direito Público sobre o particular
- Indisponibilidade do Direito Público
- Presunção de veracidade e legitimidade dos agentes públicos e dos atos públicos 
*Ler Gustavo Binembojm nesse assunto
O direito administrativo surge para cuidar dessas relações e melhor regula-las, entre Estado e cidadão.
O D.A foi para proteção da burguesia ao novo regime e surge por acidente, na visão de Gustavo.
PRINCIPAL FOCO: estudo da chamada função administrativa.
São 3 funções do Estado Básico Moderno (Montesquieu): poder legislativo, executivo e judiciário. Cada poder desses tem uma função predominante, não é exclusiva. 
PODER JUDICIÁRIO: função jurisdicional. Também possui função administrativa e legiferante.
PODER LEGISLATIVO: função legislativa. Também possui função administrativa e jurisdicional. 
PODER EXECUTIVO: função administrativa. Também possui função jurisdicional e legiferante. 
O Direito Administrativo quanto disciplina parece que tem como objeto de estudo o estudo do poder executivo e sua função administrativa, mas não é somente isso. Todo poder tem funções secundárias, o judiciário e o legislativo também possuem função administrativa. 
O Direito Administrativo atua nos 3 poderes, tudo é objeto de estudo.
CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO:
Celso Antônio Bandeira de Mello: diz que o D.A. é ramo do Direito Público que disciplina a função administrativa (fala assim para englobar todos os âmbitos) e os órgãos que a exercem. 
Marçal Justen Filho: D.A. seria o conjunto de normas jurídicas de Direito Público que disciplinam as atividades administrativas necessárias à satisfação dos Direitos Fundamentais e a organização das estruturas estatais e não estatais encarregadas do seu desempenho. Inclui menção a entidades do terceiro setor como organizações sociais de interesse público, exercem atividade de interesse público subsidiado pelo Poder Público, entidades encarregadas do seu desempenho, etc.
José dos Santos Carvalho Filho: conjunto de normas e princípios que, visando sempre o interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre este Estado e a coletividade a quem deve servir.
PRÓXIMA AULA: REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO 
DIREITO ADMINISTRATIVO I – PROF. JOSÉ NETO – AULA 02 – 13/08/18
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
Supremacia do interesse público sobre o particular – Dever de ponderação
Indisponibilidade do interesse público
Nessas relações que o Estado trava, o que destaca essas relações das outras privadas que os cidadãos comuns celebram entre si é o regime jurídico administrativo. 
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PARTICULAR – DEVER DE PONDERAÇÃO
INTERESSE PÚBLICO: na prática a supremacia é imponderável uma vez que o interesse público não se importa, por exemplo, com as famílias nas desapropriações. Devem ser feitos estudos de viabilidade, e a partir do caso concreto, se decide se é necessário realmente desapropriaraquele terreno. O interesse público é a soma de interesses individuais das pessoas.
Exemplo: nem sempre a comunidade que é desapropriada é beneficiada. O que seria esse interesse público? Existem muitos casos onde existem terrenos por perto e soluções alternativas, mas pela supremacia exacerbada do interesse público sobre o particular, as famílias não chegam nem a serem ouvidas. 
Interesse individual homogêneo: muitas pessoas têm o mesmo interesse sobre uma situação, mas não chega a ser um direito coletivo pois não transpassa a individualidade daquelas pessoas, daquele grupo. É o interesse de cada um que provoca um apelo social. 
A crítica feita é, sobre o que seria o interesse público quando se aniquila uma série de direitos individuais que também precisam de amparo. Como se resolve isso? É a crise do conceito de conceito público.
A solução que Gustavo Binembojn propõe é uma postura basilar para tentar solucionar esse impasse, que seria a ponderação no caso concreto.
Há a presunção da administração evitando discussões sobre o que ela propõe, o que é problemático. Não dá mais para ter uma presunção absoluta antes de investigar o caso concreto, achando que sempre a administração queira fazer algo, isso esteja 100% certo. É necessário um dever de ponderação com os princípios constitucionais que possam incidir sobre o caso concreto, como razoabilidade, boa fé e proporcionalidade.
DEVER DE PONDERAÇÃO: debate aberto, audiência pública com os envolvidos em situações de grande impacto. Nas de grande impacto pois se abrirmos qualquer situação para discussão, acaba havendo uma não prática da gestão do administrativo (retrocrítica). É necessário haver uma abertura ao diálogo com a sociedade nas situações muito impactantes.
Interesse público primário: guarda relação com as políticas públicas que favorecem diretamente a sociedade, a uma determinada comunidade como por exemplo quando a administração pública resolve utilizar do dinheiro que arrecadou para melhorar o esgotamento sanitário, energia elétrica, fazer chegar luz em comunidades isoladas e carentes... É a gestão pública concretizando um interesse público primário, prestando serviços.
Interesse público secundário: quando a administração pública realiza atos que beneficiam diretamente a gestão ou a máquina estatal, podendo beneficiar indiretamente a sociedade. Satisfaz interesses da gestão e consequentemente favorece a sociedade. E quando se aumentam os impostos? Satisfaz o interesse público secundário que vai aparelhar futuramente a sociedade depois.
E quando há um conflito entra o interesse público primário e secundário? Deveria privilegiar o primário, mas o que acontece na prática é o privilégio do secundário. O que se deve fazer é uma ponderação pois é tão importante arrecadar impostos quanto prestar serviços à população. Nenhum pode ser suprimido. Há aqui também um dever de ponderação.
Supremacia em sentido clássico: via de regra a administração pública passando por cima dos interesses particulares para realizar as suas ações.
INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO: 
Sugere que a administração pública, sobretudo o gestor público que vai gerir a máquina, pelo fato de estar representando a sociedade e gerindo coisa alheia pública, sendo administrada democraticamente por representação (democracia representativa onde se escolhe uma equipe para gerir o público), é indisponível. O gestor público não pode dispor dos bens. Exemplo: determinado governador do Estado pensa que precisa trazer uma fábrica da Ford. O que ele faz para isso acontecer? Precisa de autorização legal, mesmo eleito pelo povo e com todo o seu poder, pelo princípio da indisponibilidade do interesse público. A base disso é a república democrática brasileira onde os bens são públicos, não pertencem a uma família real ou a um ditador e sim à população, e a forma de administrar isso é pela representação. 
Há reflexões feitas, no sentido de ponderar em que a indisponibilidade por vezes acaba sendo muito rigorosa, ou muito fácil. O que se preconiza no neoconstitucionalismo é pegar também um pilar como esse e ponderar no caso concreto.
BENS PÚBLICOS IMÓVEIS: se a prefeitura quiser vender ou doar para alguém uma área pública? É possível? Vender para arrecadar dinheiro e aplicar num hospital? É possível e acontece, por licitação, mas antes disso uma lei deve autorizar.
DESESTATIZAÇÃO: o Estado deixa de fazer para um particular fazer. É a terceirização, a privatização e a delegação. O cartório é um exemplo de delegação. Privatizar é quando se tem uma empresa estatal, como a Petrobrás e Vale e há uma alienação, há a venda do capital de controle. As empresas de grande porte são compostas por ação, o capital societário. As ações existem de muitas formas, ações ordinárias de voto como influenciar no destino da empresa, e as ações quirografárias, relacionadas ao dinheiro. Quando a vale é vendida em sua maior parte (51%) das ações do direito a voto, acaba com o controle. Isso é privatizar. Não quer dizer que o Estado não participe mais de nenhuma forma, o estado continua com um pedaço da Vale, mas não controla tudo.
Não devemos tornar disponíveis os interesses públicos, mas é necessário ponderar a cada caso a partir do neoconstitucionalismo. 
REGIME JURÍDICO ADMINSITRATIVO: conjunto de leis construídas para tentar viabilizar as relações do Estado com o administrado de forma a atender o interesse público. São princípios diferentes e específicos daqueles aplicados nas relações privadas.
PRINCÍPIOS DIRECIONADOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPRESSOS QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: são princípios que todo administrador público, seja do âmbito político ou sejam os servidores públicos, precisam respeitar na prática dos seus atos. A inobservância desses princípios na prática dos atos administrativos tende a leva-los à invalidação, nulidade. São princípios basilares previstos na CF como a legalidade (com a juridicidade), a impessoalidade, a moralidade, a publicidade a eficiência. 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: é diferente do princípio da legalidade visto em Teoria Geral do Direito ou Constitucional, de acordo com o regime jurídico administrativo diferenciado. Tudo aquilo que se pode fazer deve ser feito sob autorização legal. Basicamente afirma-se que tudo aquilo que se pode fazer deve ser feito sob autorização legal. Porém, no Direito Privado, vemos que é uma regra que se dá de maneira subsidiária, “aquilo que não está proibido, está permitido”. No âmbito da administração é o contrário, o princípio da legalidade acaba sendo ditador da conduta administrativa, porque se não está autorizado pela lei não é permitido a administração fazer, só pode fazer o que está autorizado. A intenção é deixar a administração pública na linha da lei. Legalidade ditadora dos passos da administração enrijece a conduta.
Nos tempos pós-modernos fica complicado acompanhar o princípio da legalidade, tão estreito por fatores como a questão da plurivalência fática e a questão da própria possibilidade interpretativa da lei.
Plurivalência fática: não tem como prever na lei todas as ocorrências necessárias no âmbito da administração. É impossível pensar em uma legalidade absolutamente estrita, a administração atuando exatamente nos termos da lei.
Possibilidade interpretativa da lei: serve para adequação da situação concreta. Não pode negar a interpretação dessas leis, ainda que seja legalista, isso não pode ser negado. Gustavo faz uma crítica e propõe uma adaptação a esse princípio, que deveria ser denominado como princípio da juridicidade.
Crítica de Gustavo: Coloca que o princípio da legalidade deveria ser denominado nos tempos pós-modernos como princípio da juridicidade.
PRINCÍPIO DA JURIDICIDADE: significaria nos tempos pós-modernos encarar a legalidade de uma forma mais ampla. Não se pensa na conduta da administração somente vinculada à letra da lei, para que não haja decisões injustas em decorrência da aplicação da lei, seja para que também não haja limitação na atuação administração pública,que faz em prol do interesse público. Além do que está previsto no texto da lei, é necessário um olhar maior, devendo olhar também os princípios constitucionais correlatos como o princípio da boa-fé, da proporcionalidade... O administrador deve ter esse dever, segundo Gustavo, e isso acabaria dando um pouco mais de limites. É necessário buscar uma maior adequação da legalidade. O administrador, quando for decidir pela legalidade, tendo possibilidade de escolha como fazer um hospital público destruindo 300 casas ou fazendo em um terreno vazio, é obrigado a pensar na lei que autoriza a fazer aquilo, mas com os olhos na razoabilidade. A sua decisão é restrita a fazer a obra com menos prejuízo. Temos aqui uma redução e afunilamento das possibilidades administrativas (discricionariedade) mas por outro lado se alarga as possibilidades já que se leva aquela análise da legalidade a um espectro constitucional. Provoca tanto uma abertura quanto um afunilamento. 
A administração pública não pode realizar atos que causam o seu enriquecimento sob o cidadão quando se pensa em juridicidade pois não está prevista na lei. 
IMPESSOALIDADE: preconiza que a administração pública deve agir de maneira imparcial, sem predileções nas suas escolhas administrativas e sem também qualquer tipo de atuação prejudicial a determinadas pessoas de maneira intencional, ou seja, a atuação da administração deve ser impessoal e pautada pela imparcialidade. Quando um gestor público resolve construir uma escola em um bairro X, deve se pautar em dados técnicos acerca da necessidade, do estudo de viabilidade, da prioridade e não por uma questão de afeição, por uma questão eleitorera ou por conhecer as pessoas da região. Se houver algum tipo de ato praticado pelo gestor violando esse princípio, esse ato será invalidado e considerado nulo, podendo haver inclusive desvio de finalidade gerando improbidade administrativa.
Situação polêmica: perto de campanhas eleitorais, os gestores públicos realizam obras no governo e colocam a placa de inauguração no seu nome, nome do prefeito, do governador... Existe uma certa tolerância, quando o gestor faz um evento de inauguração. A obra é da administração e não daquele político específico. Na placa deveria ter só “Governo do Estado da Bahia” ou “Prefeitura Municipal”, isso é permitido pois existe possibilidade de propaganda para que a população tenha conhecimento das obras realizadas. Mas não pode ter nome, pois o nome viola o princípio da pessoalidade. 
MORALIDADE: espera-se que a administração pública aja se fazendo dos preceitos éticos que regem a administração pública. A administração pública que age com moralidade quando age com boa-fé, de forma transparente, priorizando sempre a prática dos atos conforme o interesse público. É muito comum quando o gestor público, quando não destina os recursos previstos em lei para educação, além de violar a legalidade, viola o princípio da moralidade no ponto de vista ético administrativo. O que se preconiza nesse sentido é que, independentemente que não haja violação a nenhum outro princípio, pode haver violação da moralidade administrativa, violando os padrões ético mínimos, sendo um princípio que por si pode se levar a anulação dos atos do gestor.
PUBLICIDADE: os atos devem ser publicizados para que produzam efeitos. Os atos não podem ser praticados as escondidas e devem ser divulgados por meios oficiais. Preconiza uma divulgação externa dos atos praticados, não podendo esses atos ficarem escondidos da sociedade. Via de regra todos os atos devem ser publicados, mas existem exceções a esta publicação exclusiva no diário oficial. Esta publicidade é um requisito da eficácia.
EFICIÊNCIA: é bastante polêmico. Preza pela agilidade na prática dos atos, presteza, adequação para prática dos atos. Basicamente o gestor público e todos os servidores atuarem da melhor forma possível, mais ágil e eficaz para atingir a finalidade pública. Envolve desde a gestão de um órgão, cargo máximo e estrutura do órgão como cada servidor, do mais elevado ao mais simples cargo. Praticar da melhor forma possível para que tudo ocorra bem. 
OUTROS PRINCÍPIOS (PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS):
Princípio da razoabilidade: implica em o administrador público conseguir atuar de maneira racional, de um modo a realizar o interesse público da melhor forma possível no âmbito da administração. Diante de algumas possibilidades de escolha, ele deve agir de forma mais razoável. 
Proporcionalidade: seria um desdobramento da razoabilidade, mas também tem sua importância. As competências administrativas só podem ser validamente exercidas na extensão e intensidade proporcionais ao que seja demandado para o cumprimento daquela finalidade administrativa. Seria se o ato é adequado ao caso concreto (adequação, se é realmente uma necessidade aquela finalidade pretendida). Em sentido estrito, a proporcionalidade seria verificar e ponderar em situações em que existe uma possibilidade de gradação no ato administrativo como na aplicação de penalidade (advertência, suspensão ou demissão?). É uma gradação a ser verificada. 
Princípio da motivação: seria preconizar o dever de motivar seus atos, explicitar a fundamentação que leva ao ato administrativo. Se o gestor público pretende realizar um concurso público quando ele vai anunciar a abertura do concurso é necessário que ele motive e diga o porquê. É dever revelar os motivos para atender ao princípio da motivação. Exemplo: faleceu 3 pessoas, se aposentaram 10 e precisa-se de novos servidores... Se não materializar isso na fundamentação do papel, está errado. É um princípio que preconiza que a administração pública tem o dever de explicitar a fundamentação que leva a prática de um ato administrativo.
A diferença para a publicidade é que se pega a motivação e torna-se pública, vai para o diário oficial. Na motivação, pode ficar no âmbito interno do processo. *PROVA
Princípio da boa-fé objetiva: é implícito e deve ser respeitado, a administração pública deve agir de boa-fé na prática dos seus atos não atuando de forma contraditória, de modo a prejudicar ou causar surpresa e dano ao cidadão, ao administrado. 
CASO DO PROFESSOR: Diante da supremacia do interesse público, se a administração faz um concurso e não tem interesse em nomear todos, ela poderia não nomear, mas não estaria violando a boa-fé? Passa no concurso mas nomeia se quiser. No entendimento do STJ, se a administração pública explicita no edital que são 30 vagas, as 30 devem ser preenchidas. Antigamente podia nomear só 1, mesmo 30 tendo passado. Para não nomear hoje em dia, deve ter uma fundamentação que quase nunca é aceita. Só em casos extremos que o judiciário autoriza como a falta de verba. 
*LER TEMA 784 DO STF, BARROSO: julgou de forma exemplar um dos recursos. Não há direito automático a nomeação aos que passaram fora das vagas, mas se surgem novas vagas durante o prazo, pode ser viabilizado a nomeação nos casos de: 
- Se houver preterição (passou em 100, e tinha 50 vagas e vem uma lei nova que cria +50 vagas, chega em 100). Existem cargos temporários, devendo tirar esses e nomear os concursados novos (no caso mais 50).
- Situações em que a administração pública consiga demonstrar uma real necessidade de nomear aqueles aprovados também. Se administração tem vaga, condição e necessidade e não nomeia, viola a boa-fé. 
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Em decorrência do regime jurídico administrativo a qual se submete, detém certos poderes administrativos que são veiculados pela lei para melhor realizar os seus atos de gestão, controle, fiscalização. Para que a administração consiga fazer tudo que faz seguindo um regime com algumas restrições, mas são dados alguns poderes (Celso Antônio chama de poderes instrumentais que visam a prática de atos em prol do interesse público, não leva ao arbítrio à satisfação de interesses pessoais do gestor público). Que poderes são esses?
PODER DISCRICIONÁRIO 
Faz parte do poder vinculado. Seria uma conferência dada ao administrador pela legislação que viabilizaa possibilidade de escolhas administrativas dentre as possibilidades legais existentes. Melhor adequa a aplicação dos atos administrativos à realidade dos atos reais e concretos. Esse poder não está presente em todos os atos administrativos. A lei diz expressamente quando se dá esse poder pois há situações que não dá poder de escolha, especificando qual vai ser a atuação do gestor público em algumas situações.
Autorização: ato considerado tipicamente discricionário. Uma espécie de autorização seria a que se dá ao porte de arma para um cidadão que tem interesse em andar armado. Existem requisitos legais que ele deve atender como bons antecedentes, fazer curso de tiro e demonstrar real necessidade, e por fim, passar pela PF e fazer o teste psicológico. Se ele passar em tudo, no final quem vai avaliar é a PF numa discricionariedade que a lei confere ao agente público para verificar se naquele caso concreto a pessoa tem realmente condição e adequação ao porte de arma.
OBS: Não está presente em todos os atos administrativos, a lei diz expressamente quando dá essas possiblidades ao gestor.
 PODER VINCULADO 
É conferido ao administrador para executar os atos de acordo com o que a lei prescreve. A lei não dá para o gestor, servidor e administrador muita margem de escolha para prática do ato. É dentro dos padrões que já estão pré-determinados na lei. Exemplo: a licença é um ato característico do poder vinculado. A licença para construir uma casa em um terreno que é seu, você deve fazer um projeto e levar para a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, fazendo um requerimento de licença para construção, seja de casa ou condomínio.
Licença: decorre do poder vinculado. Ao fazer o requerimento, o administrador que vai analisar não pode não deferir a licença por casos pessoais. Se o projeto atende aos requisitos da lei, vai ter de aprovar a licença pois se trata de um poder vinculado. Não há margem de escolha e discricionariedade do gestor. Ele pode deferir ou indeferir, mas vinculado aos requisitos legais sempre.
Limitação administrativa: molda o formato da construção para se adequar ao estilo arquitetônico da cidade, mas a legislação deve ter expressa essa exigência se houver. Exemplo: Casas em Campos de Jordão. Se a lei exige para aquele bairro, é válido.
 PODER HIERÁRQUICO: 
É o que dispõe a administração para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos bem como rever eventualmente a atuação dos seus agentes, estabelecendo uma relação de subordinação aos servidores da administração pública. A estrutura da administração pública funciona de maneira hierárquica formal legal. O chefe de um setor é superior para os efeitos legais, cabe a ele por exemplo se valer de institutos como a delegação e avocação. O agente público que é considerado superior delega atividades aos subordinados, assim como pode avocar, que é o contrário de delegar, é trazer para si. Exemplo: em casos complexos e polêmicos da mídia, preserva o subordinado trazendo para si (o superior), decorrendo do poder hierárquico. O superior pode também rever atos praticados se for provocado em um recurso ou de ofício. Tudo isso em prol da legalidade. 
DIREITO ADMINISTRATIVO I – PROF. JOSÉ NETO – AULA 03 – 20/08/18
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO:
Poder hierárquico
Poder disciplinar
Poder regulamentar
Poder de polícia
A lei traz os elementos necessários e o administrador utiliza-os. Certas situações, o legislador tem a consciência que não pode prever tudo, havendo amplitude do que o agente público possa adequar a cada situação (poder discricionário). A legislação administrativa não é milimétrica que nem a Penal, e sim, dá uma flexibilidade.
Existe uma visão neoconstitucionalista que compreende que a tendência do poder discricionário é a uma redução da discricionariedade. Segundo essa nova visão, o poder discricionário seria reduzido e afunilado, trazendo limitações. Seria para reduzir a arbitrariedade. Como o neoconstitucionalismo influencia nisso? A ideia da dignidade da pessoa humana, os direitos fundamentais, sobretudo principiológicos. 
NEOCONSTITCIONALISMO AO DIREITO ADMINISTRATIVO: diminuição do poder discricionário. Seria considerar a doutrina neoconstitucionalista, que pretende uma aplicação do direito quanto ordenamento e não só a nível de texto legal, sendo os ramos do direito sobretudo o administrativo quando aplicado, que se faça em consideração aos princípios constitucionais, como se fosse uma análise pragmática. Numa postura tradicionalista, sem o neoconstitucionalismo, também haviam limites, porém menos, mas o neoconstitucionalismo obriga mais ao administrador que ele não fique só preso ao texto legal e se condicione aos princípios, afunilando suas opções na discricionariedade, pois está limitado por ambos. 
Na prática, essas doutrinas não são algo tão consolidado ao ponto do gestor e servidor confortavelmente tomar a decisão que é muita vez mais jurídica do que técnica. O correto seria antes do procedimento, submeter a procuradoria para ver se o que vai se aplicar é mais justo. 
Os procuradores também se sentem de certa forma desconfortáveis e acuados para seguir determinadas posturas principalmente se elas não estão consolidadas no Poder Judiciário. Há quem entenda, apesar do STF considerar sempre a boa-fé, que pode agir de má fé. Exemplo: amigo procurador de dono de Hospital. Não vemos isso no judiciário, pois há uma imunidade. Exemplo: a decisão do juiz sempre vai ser “confiável”.
PODER HIERÁRQUICO
Em relação ao poder hierárquico, que seria o poder que confere a administração pública a possibilidade de organizar a sua estrutura. É fundamental para que haja possibilidade de sucesso na busca de interesse público. É necessário tratar como a teoria organicista de Hegel, por isso que dizemos que existem “´órgãos” no Estado. 
DELEGAÇÃO: possibilidade de autoridade hierarquicamente superior transmitir competências suas a um subordinado. O poder hierárquico viabiliza a organização. Há também a possibilidade de revisão dos trabalhos pelo chefe. 
DELEGAÇÃO X DESCONCENTRAÇÃO
A desconcentração seria por exemplo criar uma secretaria da mulher. (Iremos ver esse assunto mais a frente)
PODER DISCIPLINAR
Decorre do poder hierárquico, seria uma espécie de desdobramento. A aplicação do poder disciplinar se faz possível graças à hierarquia existente na administração pública. É a possibilidade de apurar e investigar eventuais infrações praticadas por servidores públicos através de um processo administrativo disciplinar, assegurada a ampla defesa e o contraditório. Para que se possa aplicar uma infração, não se admite que se seja da mesma hierarquia para que não aconteça discórdia e subordinação entre colegas de cargo. O servidor que passou no concurso junto com você e exerce as mesmas funções que você não vai apurar suas funções, por isso que há respeito presumido dessa aplicação da penalidade, graças à hierarquia. 
É um poder destacado
Não é aplicado por alguém de mesma hierarquia
Decorre do poder hierárquico
PODER REGULAMENTAR
É o poder que faculta o gestor público à possibilidade de trazer uma especificação a respeito do regramento jurídico existente para o exercício da atividade administrativa. 
Exemplo: existe a lei feita pelo legislativo que institui o imposto de renda. Esse imposto é complexo, não é fácil fazer em um país inteiro que a aplicação seja uniforme. Diante de situações como essa é possível que o poder executivo do poder regulamentar baixe normas gerais e abstratas como regulamentos, decretos, órgãos de serviços e instruções normativas para regulamentar o texto da lei. É como se fosse uma fonte secundária. Cada um tem sua especificidade (veremos isso na aula de atos normativos administrativos).
Há uma ingerência do legislativo nesse processo? A própria constituição permite esse poder regulamentar. Ele é possível, mas está limitado ao texto da lei. Existem vedações como:
Não pode criar novos direitos e obrigações através do poder regulamentar sob o pretexto que está se interpretando a lei.
Não pode deforma alguma contrariar a lei. É mais genérica. Não pode nem estender, nem contrariar o que está posto na lei. Exemplo: imposto de renda deve ser recolhida anualmente. Um decreto não pode transformar a cada 2 anos. 
PODER DE POLÍCIA
Normalmente induz a pensar na força policial decorrente da polícia militar, civil, do exército, mas não é isso. Esse poder de polícia na verdade é administrativo, não tem relação com a força repressiva ou investigativa da segurança pública.
Seria a fiscalização. Poder de polícia é sobretudo fiscalizar, mas são somente isso, é uma de suas atribuições, talvez a mais evidente. Além disso temos como exemplo a vigilância sanitária, que verifica os restaurantes de acordo com a legislação.
Visa a limitação primeiramente da conduta do cidadão no exercício de atividades privadas. Tenta prevenir quando por exemplo nas licenças. Exemplo: uma atividade que um cidadão pretende exercer e ela é de certa forma controlada pelo Estado, o poder de polícia vai incidir. Na abertura de um restaurante, tem que se submeter uma licença para um exercício dessa atividade. O Estado tem de verificar as condições, isso é prevenção. 
CONCLUSÃO DOS PODERES DA ADMINISTRAÇÃO: servem como atribuição para melhor concretizar o interesse público. 
ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Administração direta
Administração indireta
Terceiro Setor
ENTE PÚBLICO X ORGÃO PÚBLICO
O ente público é uma estrutura administrativa dotada de personalidade jurídica. Seria a união, os estados membros no âmbito da administração direta. Eles têm possibilidade de contrair obrigações e ao mesmo tempo deveres e a possibilidade de exercer direitos. Exemplo: Estado da Bahia realizar um contrato de empréstimo com um banco internacional, cobrar tributos estaduais inerentes à sua competência tributária...
Já os órgãos também são estruturas administrativas que exercem competências legais, mas são desprovidas de personalidade jurídica. Os órgãos costumam integrar e fazer parte dos entes de acordo com a teoria organicista de Hegel. Exemplo: Secretaria de saúde, de gestão, da fazenda...
Exemplo: Um cidadão que tem um problema no hospital público de Salvador, que é um órgão do município. Há um erro médico e se agiliza a demanda contra o município de Salvador. Não é o órgão Secretaria de Saúde que vai reparar pois não há personalidade jurídica e sim o ente público que possui.
Dentro dos órgãos podem existir outros órgãos. Dentro de uma secretaria há várias diretorias como a de enfermagem, a financeira, também desprovidos de personalidade, mas todos integrando o ente.
Exemplo de entes: Municípios, estado, união, DF. Os entes viabilizam a organização da administração DIRETA.
ADMINISTRAÇÃO DIRETA: União, Estado Federados, Distrito Federal e Municípios. Todos eles dotados de personalidade jurídica. São os entes federados de natureza política. A personalidade jurídica é de Direito Interno, que habilita os entes a realizarem seus negócios jurídicos. A União também possui além da personalidade jurídica interna, a representação internacional. Desses entes da Administração Direta, é que podem decorrer entes da administração indireta.
CARACTERÍSTICAS DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA: 
São entes com atribuições previstas na CF. Sua criação se dá por regras decorrentes da CF.
Personalidade jurídica de Direito Público que significa que se submete a um regime jurídico de Direito Administrativo com todas as prerrogativas e limitações que existem que são inerentes. Prerrogativas como a presunção, legitimidade e veracidade dos agentes públicos quando praticam atos administrativos. Presume-se que é verdadeiro e conforme a lei. Exemplo: guardas de trânsito que dá orientações, quando aplica uma multa...
Autoexecutariedade, possibilidade dos entes públicos de impor as suas decisões administrativas sem precisar do Judiciário.
São entes autônomos, possuem autonomia financeira e administrativa. Regem as suas finanças de acordo com sua atividade arrecadatória de tributos. Autonomia administrativa na medida em que regula por si própria a gestão das suas atividades de poder de polícia e atividades gerencias como realização de concurso, realização de licitações para contratação de serviços de entidades privadas, etc.
Esses entes se submetem ao controle interno e externo por causa da natureza pública da sua personalidade, submetendo-se a um controle interno no âmbito da sua própria estrutura a exemplo das corregedorias. Se submetem ao controle externo realizado pelo MP, Tribunal de contas, Poder Judiciário.
Imunidade tributária. Os direitos da administração direta têm essa imunidade para seus próprios tributos e tributos de outros entes. É recíproca pois um Município, Estado e União não pagam imposto, nem DF. (Isenção é para imposto, a taxa paga)
Possuem foro privilegiado, no caso do Estado, DF, e Município dentro do próprio judiciário existe a vara de fazenda pública, por exemplo, que julga onde esses entes são partes do processo.
Natureza dos bens: bens públicos são inalienáveis (não podem ser vendidos, nem doados, a exceção que permite é se houver lei permitindo). São impenhoráveis (num processo judicial o município, Estado sendo réu, percebe-se que está devendo dinheiro, o juiz condena e por mais que a União não pague de imediato, não pode haver penhora de bens públicos) e imprescritíveis (significa que não pode sofrer prescrição aquisitiva por usucapião, por mais que uma pessoa passe 10, 20 anos na posse daquele bem, não há usucapião).
Observações: A justiça federal que julga todas as ações que a União é autora ou ré. Competência privativa: vara de fazenda pública que vai julgar as questões que esses entes são partes, autoras ou rés. Não são da Justiça Comum.
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: é uma extensão do organismo desse ente, seja por uma impossibilidade constitucional de exercer uma atividade administrativa, seja por questão de melhorar a eficiência. É um desdobramento da sua personalidade. Quais são esses entes? São quatro: as autarquias, fundações públicas, sociedade de economia mista e empresas públicas. São entes criados pela administração direta com personalidade jurídica. Exemplo: a UFBA é uma autarquia da União, fundações públicas de caráter federal, sociedades de economia mista como o Banco do Brasil, a Petrobrás, empresa públicas como a caixa econômica federal.
Porque isso tudo existe? Porque a administração direta não realiza todas as atribuições? Porque a União não tem nas universidades federais como órgãos seus? Seria concentrar o controle de tudo no Brasil, a realização dos concursos, a contratação e demissão de todos os professores, reclamações de notas dos alunos, controle de todas as Universidades, tudo chegaria ao Ministério da Educação. Isso é administrativamente impossível no âmbito organizacional. A União cria por lei as autarquias federais então para viabilizar essa atividade. É melhor desdobrar da administração direta um ente autônomo que se desgarra. 
A SUCOM era um ente que fazia toda aprovação de licenças de construção no solo urbano da capital. Seria um poder de polícia. Era uma autarquia com autonomia financeira, dos seus funcionários pelo superintendente, arrecadatória... A partir do momento em que se transforma uma autarquia/ente em um órgão como o que aconteceu com a Sucom, virando Secretaria de desenvolvimento urbano. Era autônomo e passou a integrar o organismo da prefeitura. Pode trazer consequências negativas a depender do perfil do gestor. O dinheiro que era arrecado pela antiga Sucom e ficava lá e agora tem um controle maior do executivo. No âmbito do cidadão, quando era Sucom, quando o cidadão era multado ele recorreria até a última instancia dentro da Sucom, que é o superintendente. Agora o recurso vai até o prefeito. Tem pontos positivos e negativos. 
DIREITO ADMINISTRATIVO I – PROF. JOSÉ NETO – AULA 03 – 27/08/18
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
Autarquias, fundações públicas, sociedade de economia mista e empresas públicas.
A administração indireta é um desdobramento da administração direta.É a possibilidade dos entes da adm. Direta poderem criar novos entes que funcionam como braços seus para execução de atividades específicas respeitando a previsão legal. Sua criação se dá por lei. A União e os Estados assim como os municípios podem criar essas autarquias, sociedades, fundações e empresas. Não há subordinação, e sim, um mero controle. 
Para que servem?
Não dá para concentrar tudo, materialmente falando, no poder político. Serve para melhorar a gestão, desafogar, buscando mais eficiência. Aproxima o cidadão trazendo eficiência, não sendo necessário por exemplo recorrer às últimas instâncias como a União em algumas questões (burocracia positiva).
A administração pode constitucionalmente realizar todas essas atividades de interesse do Estado? Não. A CF não permite que os entes realizem todas atividades. 
Exemplo: Atividade de intervenção no domínio econômico
Há uma obrigatoriedade de se criar um ente específico que tem uma certa paridade de características com outros para ser uma concorrência leal e para que seja viável a sobrevivência da empresa.
Os poderes e as burocracias ajudam, mas podem atrapalhar, temos, por exemplo, todos os entes tem de realizar licitação, e se isso fosse feito nos moldes da administração direta seria muito demorado, o regramento diferenciado mais parecido com as de empresa privada, existe não só para viabilizar uma concorrência leal, mas para viabilizar a sobrevivência da empresa.
AUTARQUIAS
FUNDAÇÕES PÚBLICAS 
Autarquias e fundações públicas possuem semelhanças. Quais as características dos entes de administração direta também servem para a administração indireta? Autarquias e fundações também possuem personalidade jurídica própria de Direito Público como os entes da adm. Direta. Em decorrência disso temos as características semelhantes:
O foro privilegiado para autarquias e fundações. Exemplo: tanto para a União (direta), quanto para a UFBA (indireta) a justiça federal que julga. Varas de fazenda pública: 
Autarquias e fundações públicas são instituídas por lei.
São entes autônomos, possuem autonomia administrativa, funcional e financeira em relação ao ente criador.
Estão sujeitas a controle estatal, não havendo relação hierárquica entre elas e os entes da Adm. Direta que as criaram. (Tutela estatal ou tutela administrativa, controle no sentido de administração).
Gozam de imunidade tributária recíproca. Exemplo: os carros do IBAMA (autarquia) não pagam IPVA. 
Gozam das mesmas prerrogativas estatais: presunção, legitimidade, veracidade, autotutela, possibilidade de revogação ou anulação dos seus próprios atos, autoexecutoriedade... Exemplo: a SET rebocar seu carro.
Os bens são inalienáveis, não podem ser vendidos ou doados (a não ser que tenha uma lei que autorize).
Os bens são impenhoráveis. 
Os prazos processuais da administração direta também incidem nas autarquias e fundações. É um prazo privilegiado. É dobrado para a Fazenda Pública, de 30 dias. 
Realização de licitação para contratar serviços terceirizados e realizar concurso público.
As autarquias e fundações criam seus estatutos que são regulamentadores, são normas de como vão funcionar. Mas não realizam atividade legiferante propriamente dita de criar leis por exemplo. É similar, mas não é igual.
O que leva a administração direta a criar as autarquias e fundações públicas (adm. Indireta)? As autarquias realizam atividades que a adm. Direta pode realizar, de caráter administrativo. As autarquias são criadas para a especialização de determinada atividade e melhor eficiência. As fundações públicas são bens destinados a uma finalidade, a lei diz que vai pegar um legado injetando dinheiro público para uma finalidade. As fundações públicas possuem um desdobramento que é a possibilidade do poder público de criar fundação de direito público ou privado.
A Administração Pública, quando ingressa em juízo por qualquer de suas entidades estatais (União, Estados, Municipios e Distrito Federal), bem como suas autarquias e fundações públicas, recebe a designação tradicional de Fazenda Pública.
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
EMPRESAS PÚBLICAS
Observação: é como se autarquias e fundações fossem o clone genético da adm. Direta e as sociedades de economia mista e as empresas públicas fossem filhos. 
Ações ordinárias: dão direito ao voto e participação no controle.
O que é privatização? É quando esse capital de 51% é vendido pelo governo e o governo passa a ter uma quantidade menor, deixando de ter o controle prioritário. Não precisa vender toda sua participação e sumir totalmente da vida da sociedade e empresa, mas uma parte.
Nas empresas públicas, todo o capital existente é integralmente público. É a distinção principal entre elas. Na sociedade de economia mista, o capital é misto. Na empresa pública, é integralmente público.
CARACTERÍSTICAS COMUNS (SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA E EMPRESA PÚBLICA):
A criação e a extinção das empresas públicas e sociedades de economia mista se dão por autorização legal.
Possuem personalidade jurídica de Direito Privado. A questão do capital utilizado para formar uma empresa não define a personalidade jurídica, apesar de “assustar” uma empresa pública ter natureza jurídica privada. O capital é público, mas ela se comporta no mercado e no cenário político e econômico como se fosse privada, seja porque ela precisa, seja porque ela não pode ficar cheia de prerrogativas públicas. 
Estão sujeitas ao controle estatal da administração direta que a criou. Não são subordinadas, mas há um controle.
Apesar de serem PJs de direito privado, por forma da CF, há duas derrogações legais (pequena exceção): tem que realizar licitação e fazer concurso público. É possível que haja uma autorização para criação de um regime próprio para essas empresas. Exemplo: Petrobrás tem uma licitação totalmente diferenciada. 
Não gozam de imunidade tributária, ou seja, pagam os impostos. Os carros da Petrobrás pagam IPVA, por exemplo.
DIREITO ADMINISTRATIVO I – PROF. JOSÉ NETO – AULA 03 – 27/08/18
Uma sociedade economia mista está em qual setor? Em primeiro setor. É entidade governamental, faz parte do público, apesar de ser mista. Direta e indireta é primeiro setor.
No segundo setor são as empresas privadas de fato, como a Odebrech que por ventura podem celebrar um contrato com o Estado.
No terceiro setor estão privadas como as de segundo, mas são sem fins lucrativos e no segundo setor possui fins lucrativos. No terceiro setor são de relevante interesse pública, área médica, de pesquisa...
TERCEIRO SETOR
O primeiro setor é o setor público, administração pública, o governo. O segundo setor são as empresas privadas que se relacionam com a administração pública. O terceiro setor é mais recente, é uma gama de entidades sem fins lucrativos que tem por objeto a realização de atividades de relevante interesse público, normalmente de caráter filantrópico ou realização de pesquisa científica e assistência social.
FINALIDADE:
A intenção de se fomentar o terceiro setor é para que a inciativa privada possa alcançar com mais eficácia ambientes que o Estado não chega bem. São áreas que são próprias do Estado como educação, científica, assistência social, mas que o Estado não consegue dar conta por uma estrutura burocrática, seja porque a demanda é muito grande no nosso país. 
O que seriam essas entidades do terceiro setor? As ONGs, Organizações Sociais Civis de Interesse Público, o Sesi, Sesc, Senai... São entidades privadas. Não tem uma lei formal que vai criar. Elas recebem subsídios e incentivos fiscais ao lado do Estado, porém são criadas independentemente, são entes privados. Não são parte da administração, é terceiro setor, mas pela natureza da atividade que exerce, elas podem ser enquadradas nesses subsídios do Governo.
A entidade em si não é criada por lei. O que acontece depois é um ato administrativo, um contato de programa e gestão, convênio com o Governo estabelecendo metas, definindo atividades e recebendo subsídios.
SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS: também sãochamados de sistemas AS. Cada um deles vai ter uma diretriz específica para determinado ramo da atividade. Exemplo: SESC, SESI, SENAI...
CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS
Não integra a administração pública nem direta nem indireta. Na verdade estão no terceiro setor. 
No caso do SESC e SESI, em termos da criação, há uma exceção à maioria dos entes do terceiro setor. Como são de atuação específica, a autorização para a existência se deu por lei, que viabilizou a criação desses entes do terceiro setor que são os serviços sociais autônomos. É diferente das organizações sociais e ONGs que possuem criação própria.
Recebe subsídio do ente criador. No caso, a União repassa verbas para ajudar na manutenção desses serviços sociais autônomos. 
Esses entes são regidos pelas regras de Direito Privado, tal como as empresas privadas em geral. O regime trabalhista dos empregos segue a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), legislação específica e não um Estatuto como acontece com o primeiro setor.
Pagam tributos como qualquer empresa privada. 
Os dirigentes podem ser punidos por atos de improbidade administrativa. A consequência está ligada a entidades que estão ligadas ao governo (primeiro setor) mas pelo fato de receber subsídios, gere verba e por isso a possibilidade de aplicação da lei de improbidade administrativa.
Contra esses dirigentes, tal como acontece no primeiro setor, é possível a impetração de mandado de segurança, contra atos ilegais praticados por esses dirigentes. O mandado de segurança caberia em tese apenas para autoridades públicas, mas é possível utilizar contra esses dirigentes.
Essas entidades precisam realização não bem um concurso público, mas um processo seletivo obrigatório que se assemelha a ele sendo mais rápido e burocrático para recrutar pessoas. Se um dirigente pratica uma ilegalidade em relação do candidato, é cabível mandado de segurança.
A lei também obriga que se faça licitação quando vão contratar serviços terceirizados.
Devem prestar contas ao tribunal de contas pois estão manejando dinheiro público. 
PARAFISCALIDADE: a legislação viabiliza a existência desses entes traz a possibilidade de que essas entidades possam arrecadar contribuições dos seus filiados, associados, das pessoas que são beneficiadas por essas entidades que atuam na área do comercio, participando dos clubes, dos cursos. Precisa exigir uma contribuição anual que é chamada de contribuição parafiscal pois não é o próprio Estado que está cobrando como tributo. Eles arrecadam contribuições para sua manutenção e custeio.
Observação: as mensalidades são instituídas diretamente no salário daqueles que integram o setor e contribuem para o funcionamento dessas entidades. Precisa analisar a natureza jurídica.
O.S. – ORGANIZAÇÕES SOCIAIS:
Não são instituídas por lei. Temos uma lei genérica que diz as características para que se encaixe. Não são a entidade criada por lei específica mas existe uma lei que regulamente elas de uma forma geral (lei 9.637/98). É uma entidade privada, criada espontaneamente para que tenha a possibilidade de ser considerada uma organização no conselho diretivo tem de ter um agente público que componha o Conselho de área fim da atividade que irá ser exercida. Nesse conselho diretivo haverá um agente público indicado pelo Governo, como se fosse para fazer uma espécie de ponte para dar um feedback das atividades e passar diretrizes. É obrigatoriamente sem fins lucrativos. 
Todo o excedente de capital não é considerado lucro, vai ser revestido na própria atividade. Não pode distribuir entre os fundadores para gastar comprando com o que quiser. É diferente ser superavitária com fins lucrativos ou sem fins.
Exemplo: A irmã Dulce é uma organização social. O instituto do Câncer de SP também é uma O.S. 
- Uma característica importante da organização social é que a escolha para caracterização e definir se é mesmo uma O.S. é discricionária. 
ATIVIDADES: na área de ensino, pesquisa científica, cultura, saúde e meio ambiente.
CARACTERÍSTICAS:
Uma entidade dessas para a ser considerada O.S. por vínculo com o Estado que se dá através de um contrato de gestão. Esse contrato estabelece metas e deveres para que essa entidade desenvolva para continuar sendo uma O.S. Ela pode se desenquadrar se não cumprir esses critérios. Ele pode se desenquadrar se quiser também deixar de ser uma O.S. sem punição, basta se extinguir e prestar contas. 
Além de recursos financeiros, podem receber bens públicas da entidade fomentadora. Digamos que uma escola para reforço de crianças com dificuldade visual e auditiva de escola pública, ai tem uma O.S. que dá apoio a essas crianças. As mesas e utensílios, uma escola pública que já vai renovar seu estoque, coloca a disposição dessa organização social bens públicos.
Permite deslocamento de servidores públicas. Nas O.S. os professores e pedagogos podem atuar.
É possível também a cessão de servidores públicos. 
ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO – O.S.C.I.P – LEI 9.790/99
Se a entidade privada se encaixa nas características, é OSCIP. Existe uma lei geral que fala sobre e se se encaixar, é. Também é uma entidade privada sem fins lucrativos. 
Se os requisitos forem atendidos pela entidade privada a administração pública tem que considerar ela como uma OCIP, não é uma escolha discricionária. Enquanto nas O.S. o que acontece são celebrações do contrato de gestão, o que acontece na OSCIP é o termo de parceria, chama-se assim porque as OSCIPS não têm a mesma quantidade de auxílios que tem as OS, não tem a possibilidade de cessão de bens, cessão de servidores, não tem uma dotação específica.
CARACTERÍSTICAS DA OSCIP
Não tem uma dotação específica na OSCIP. Na O.S. tem dotação financeira específica. 
Exemplo: instituto aliança da criança e do adolescente.
NOVO ASSUNTO: ATOS ADMINISTRATIVOS
São o reflexo da administração pública na sociedade. Como a administração pública se faz enxergar e visualizar na sociedade. Não enxergamos como entidade propriamente.
CONCEITO: É toda a manifestação unilateral de vontade da administração pública que agindo através das prerrogativas inerentes ao regime jurídico administrativo tem por finalidade adquirir, resguardar, modificar, transferir, extinguir ou declarar direito ou impor obrigações aos administrados ou aos demais entes públicos. É através dos atos administrativos que se impõem as vontades e travam as relações.
ELEMENTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS:
Alguns doutrinadores chamam de requisitos. Fazem parte e estruturam os atos. Todos possuem esses 5 elementos.
Sujeito: também é chamado de competência. É sujeito pois esse elemento representa aquele sujeito que a lei atribui para a prática do ato administrativo. É o sujeito ou autoridade púbica. A doutrina diz que atribui como competente para a prática desse ato. Se houver uma violação à competência, terá uma ilegalidade, o ato seria inválido e seria nulo. A consequência é a sua não produção de efeitos desde o início, a não ser que haja uma possibilidade de convalidação, que é uma espécie de ajuste. Só vai ser nulo em razão da invalidação se não for possível convalidar, se não tiver jeito de consertar. 
Forma: é a maneira através o qual o ato administrativo se exterioriza ou deve se exteriorizar conforme preceito legal. A princípio é formal, por exemplo através de um decreto, portaria, etc, possibilidades formais. Exemplo concreto: no processo administrativo disciplinar a lei diz que a autoridade superior daquele órgão que é a competente. Qual a forma para que atos de instauração de processo administrativo previsto em lei? Trazem a portaria da instauração como ato formal necessário. Se for decreto, não pode. 
Todo ato administrado tem de ser escrito? 
Motivo: são as razões que justificam a prática do ato, alguns autores também chamam de causa. O ato de instauração do processo disciplinar teria como motivo? A infração está prevista na lei. Exemplo: destratou alguém, furtou algum objeto, praticou peculato. O motivo se subdivide emduas partes: fática e legal e está previsto na lei, previsão legal da prática do ato. Na noção fática é o que realmente aconteceu. Nem sempre o que está previsto na lei é igual ao que aconteceu. 
O motivo é um dos elementos do ato que releva a causa da prática do ato. A motivação é um princípio que está inerente ao processo e aos atos administrativos, guardando uma relação com o motivo pois visa a explicitação do motivo existente para prática do ato. O motivo é um dos elementos, causa em si da prática do ato. O princípio da motivação é a explicitação desse motivo. 
Se houver violação sob o aspecto legal (enquadramento equivocado) teremos violação ao elemento motivo.
Objeto: é o efeito jurídico imediato que o ato produz. Alguns doutrinadores dizem que é o ato em si, o objeto se confunde com o ato pois é difícil enxergar o objeto separado já que tudo acontece ao mesmo tempo.
Finalidade: é o resultado, a consequência que se pretende atingir com a prática do ato. São momentos que ocorrem, mas você faz uma divisão temporal abstrata e teórica. Motivo como antecedente, objeto como prática do ato em si e a finalidade como consequência imediata que se pretende. Existem duas vertentes: a finalidade geral e genérica a todos os atos administrativos que é alcançar o interesse público. Temos também a consequência pretendida. Exemplos:
- Pode ser um ato punitivo pretendo reparar a ilicitude. 
- Se for uma nomeação, a finalidade da autoridade público ao nomear é preencher aquela vaga compondo o quadro da administração. O motivo seria a necessidade, a falta, a existência da vaga. 
- Uma licença para construir, o ato é a licença em si, a concessão para construir uma casa em um terreno que você comprou. Você antes tem que submeter ao órgão competente municipal para ver se vai ser aprovado. O sujeito competente é a antiga SUCOM e lá haverá uma autoridade competente que a lei determina. A forma seria o alvará de construção. O motivo para concessão da licença de construir é atender ao requerimento do interessado. O objeto é a concessão do alvará da licença. 
OBSERVAÇÃO: não havendo possibilidade de convalidação, o ato é nulo e inválido. 
IMPORTANTE: Esses elementos são considerados como vinculados ou discricionários de acordo com os poderes de administração. O sujeito é um elemento que é sempre vinculado, a forma é sempre vinculada, o motivo e o objeto que podem ser considerados vinculados ou discricionários e a finalidade é sempre vinculado. Se define como vinculado (quando todos os elementos estão previstos na lei de forma bastante direcionada sem margem de escolha para o administrador) ou discricionário (o administrador tem margem de escolha e possibilidade).
IMPORTANTE: Se um ato for vinculado é porque todos os 5 elementos foram vinculados. Quando for discricionário, temos sujeito, forma e finalidade vinculado e motivo e objeto discricionários, ou só um: MÉRITO NO ATO ADMINISTRATIVO NA PARTE DISCRICIONÁRIA.

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