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Aula 18 Crime Contra a Administracao Publica

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DIREITO PENAL
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PROF. PAULO IGOR
CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO (art. 327 do CP)
Quem exerce cargo, emprego ou função pública. Ainda que transitoriamente e sem remuneração;
FUNCIONÁRIO PÚBLICO POR EQUIPARAÇÃO (art. 327, § 1º, do CP)
Quem exerce cargo, emprego ou função pública:
1 - Em entidade paraestatal;
2 - Em empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para execução de atividade típica da
Administração Pública;
Médico de clínica particular que atende pelo SUS (portanto, conveniado com o poder público) é
considerado funcionário público (HC 97.710 - STF).
Defensor dativo conveniado com o poder público também é considerado funcionário público (HC
264.459 - STJ).
CAUSA DE AUMENTO DE PENA:
A pena aumenta-se de 1/3.
Quando os autores dos crimes funcionais (arts. 312 a 326 do CP) forem ocupantes de cargos
em comissão ou de função de direção ou assessoramento de:
- Órgão da administração direta,
- Sociedade de economia mista,
- Empresa pública ou
- Fundação instituída pelo poder público.
ATENÇÃO: A causa de aumento não incide sobre os funcionários públicos que exerçam os
referidos cargos ou funções em autarquia.
ESPÉCIES DE CRIMES FUNCIONAIS
Próprios (puros ou propriamente ditos):
Faltando a qualidade de funcionário público ao autor, o fato passa a ser tratado como um
indiferente penal, não se subsumindo a nenhum outro tipo incriminador – atipicidade absoluta
(ex: prevaricação – art. 319 do CP).
Impróprios (impuros ou impropriamente ditos):
Desaparecendo a qualidade de servidor do agente, desaparece também o crime funcional,
operando-se, porém, a desclassificação da conduta para outro delito, de natureza diversa –
atipicidade relativa (ex: peculato furto – art. 312, §1º, desclassifica-se para o furto – art. 155).
PECULATO (art. 312)
PECULATO PRÓPRIO (312, caput) – 2 a 12 anos - CONDUTA
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio
ou alheio.
OBSERVAÇÃO 1: A conduta de dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da
estabelecida em Lei, caracteriza o delito de emprego irregular de verbas públicas (art. 315 do
CP).
OBSERVAÇÃO 2: Não é necessária a reprovação das contas do Gestor pelo tribunal de contas
para que a ação penal seja iniciada e uma eventual condenação ocorra (podendo a condenação
ocorrer ainda que as contas do gestor tenham sido aprovadas pelo respectivo tribunal de
contas).
OBSERVAÇÃO 3: O desvio de mão de obra não é punido pelo art. 312 do CP.
ATENÇÃO: Quando o sujeito ativo do desvio de mão de obra é o prefeito, haverá crime de
responsabilidade previsto no art. 1º, II do Dec. Lei 201/67.

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