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A27 FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO

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FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO
1. CONCEITO
A lei define-o como a falsificação, no todo ou em parte, de documento público, ou a alteração de documento público verdadeiro.
O que se pune é a falsidade material.
2. OBJETO JURÍDICO E OBJETO MATERIAL
É a fé pública.
O objeto material do delito é o documento, que, também, evidencia o elemento normativo do tipo, posto que, a definição de documento é dada pela doutrina jurídica. Consideram-se documento:
a) documento formal e substancialmente público que é aquele criado e emitido por funcionário público no uso de suas atribuições legais e cujas informações também são de natureza pública.
b) documento formalmente público, mas substancialmente privado que é formado e emitido por funcionário público, mas seu conteúdo é de natureza particular. Ex: escritura pública.
Consideram-se públicos, tanto o documento original quanto a cópia autêntica (translados e certidões). Neste caso, como as cópias são extraídas por oficiais públicos fazem a mesma prova que os originais. Cumpre ressaltar que as cópias autenticadas por oficial público ou conferidas em cartório também são consideradas documento.
Também são considerados documento, os papéis oficiais emitidos por autoridades estrangeiras.
O §2º considera documento para os efeitos penais, aqueles emitidos por autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público e pelos serviços sociais autônomos, o título ao portador ou transmissível por endosso (cheque, letras de câmbio, duplicatas, etc.), as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
3. ELEMENTARES DO TIPO
Falsificação é a formação de um documento público, criando-o completamente ou parcialmente.
Alteração é a modificação do documento verdadeiro, com alteração de frases ou expressões que afetem sua essência.
A rasura ou a eliminação de uma palavra pode configurar o crime de supressão de documento.
Cumpre ressaltar que a falsificação ou alteração devem ter potencialidade para enganar o homem mediano.
No caso de serem grosseiras, ou configuram crime impossível, ou estelionato.
4. SUJEITO ATIVO
Qualquer pessoa.
5. SUJEITO PASSIVO
O Estado e também a pessoa lesada pela conduta delitiva.
6. ELEMENTO SUBJETIVO
O dolo.
7. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
O delito é formal e se consuma com a falsificação, independentemente do efetivo uso do documento.
A tentativa é possível.
8. FORMAS
8.1. Simples: prevista no caput.
8.2. Majorada
Aumenta-se a pena de 1/6 se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo.
8.3. Equiparada: 
Inseriu-se o §3º ao Art. 297 do CP que previu tipos voltados contra a Previdência Social. Houve, portanto, uma ampliação do rol de documentos públicos previstos na lei. Nestes casos, protege-se a fé pública dos documentos referentes à Previdência Social. Porém, cumpre ressaltar, a falsidade prevista nessas formas equiparadas é a ideológica e não a material.
O §3º do Art. 297 prevê que incorre nas mesmas penas quem insere ou faz inserir:
a) na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a Previdência Social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;
b) na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a Previdência Social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;
c) em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a Previdência Social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado.
O crime é formal e se consuma com a inserção da declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado, sendo dispensável o efetivo uso do documento ideologicamente falso.
A tentativa é possível.
8.4. Equiparação do §4º:
A lei equipara a falsificação de documento público a conduta daquele que omite o nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços nos documentos mencionados no §3º.
Aqui também se cuida de falsidade ideológica, não material.
Neste caso o crime é omissivo próprio e se consuma no momento em que o agente se omite de inserir as informações, por isso, a tentativa é inadmissível.
9. CONCURSO DE CRIMES
Falsidade documental e estelionato. Existem quatro posicionamentos a respeito da matéria:
a) Posição do STJ: o estelionato absorve a falsidade quando o documento é utilizado apenas como meio para a prática do crime-fim. Súmula 17.
b) Posição do STF: trata-se de concurso formal de crimes;
c) Há concurso material de crimes;
d) O crime de falso absorve o estelionato.
Falsificação de documento e uso de documento (Art. 297 e 304): neste caso se quem usa o documento é quem falsificou, o uso configura mero exaurimento do delito.
Quando a falsificação é feita para encobrir outro delito ou facilitar a obtenção da vantagem indevida, como a falsificação de documentos relativos a um veículo roubado, concurso material de crimes.
Considera-se crime único se ocorre mais de uma falsificação, mas no mesmo contexto fático, como a falsificação de documentos de uma mesma pessoa para que ela obtenha uma nova identificação pessoal ou de um veículo.
Na hipótese de substituição da fotografia no documento de identidade, o posicionamento predominante no STF é no sentido de que configura o delito de falsificação de documento público e não o do Art. 307 do CP, falsa identidade.
10. AÇÃO PENAL
É crime de ação penal pública incondicionada.
Se atingir bens, serviços ou interesses da União, a competência é da Justiça Federal.

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