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1 VIVEIRO DE MUDAS: aspectos gerais e procedimentos 2 VIVEIRO FLORESTAL � Visa produzir mudas, concentrando no mesmo local todos os tratos culturais necessários ao desenvolvimento ideal de uma planta desde a germinação até o plantio em local definitivo. � Existem dois tipos de viveiro: - Viveiro permanente: onde são produzidas mudas de maneira contínua e por um tempo indeterminado, ou para comercialização; e - Viveiro temporário: onde as mudas são produzidas para uma determinada área e por um período limitado 3 LOCAL � Acesso fácil � Mão-de-obra – operários que moram perto � Matéria-prima – quanto menor a distância dos insumos menor o custo da muda (esterco e terra) � Água – dever ser abundante e de qualidade √ sistemas de micro aspersão automatizado economizam água e mão-de-obra. Ë um investimento de retorno de curto e médio prazo � Energia elétrica � Topografia – evitar terrenos que necessitem de regularização � Drenagem � Ventos 4 A formação das mudas � Semeadura √ símbolo da própria vida, as sementes representam o eterno recomeçar. Para cumprir seu destino, precisam voltar ao solo e deixar que o embrião da nova planta germine. √ em geral, a semeadura, ou colocação da semente para germinar, pode ser realizada de duas formas: - Em canteiros de semeadura (com posterior repicagem*); ou - - diretamente nos canteiros, com recipientes (saquinhos) - * repicagem: refere-se ao processo de transplante depois da germinação. A mudinha deve ser replantada em recipientes adequados ou diretamente nos canteiros, com recipientes (saquinhos) 5 Figura 1 – Enchimento e transporte de saquinhos Figura 2 – Acomodação dos saquinhos em bancadas suspensas 6 � Formação dos canteiros √ a semeadura em canteiros é um recurso utilizado em algumas situações: - as sementes são muito pequenas e é difícil sua distribuição individualizada - ou as sementes são excessivamente grandes - se desconhece o valor cultural da semente ou ele é muito baixo - a germinação é bastante irregular , como é o caso das pioneiras - ou quando se deseja aproveitar a maior quantidade possível das mudas 7 √ podem ser construídos em madeira ou alvenaria com 30 cm de profundidade √ são preenchidos com uma camada de brita, uma de areia grossa e substrato por cima √ Podem ser suspensos ou no chão √ substrato: deve proporcionar boa drenagem e ser isento de microorganismos patogênicos. Recomendável: AREIA + SUBSOLO √ o canteiro deve ser protegido contra o sol direto, chuva, vento e ataque de pássaros e animas. O material utilizado pode ser o plástico, sombrite, taquara ou sapé √ para as pioneiras, deve-se fazer a semeadura a pleno sol, sem o uso de sombrite ou cobertura, já que na natureza elas são adaptas a ambientes abertos. No caso das não pioneiras, o uso de sombrite (30 – 50%) é recomendável . OS CANTEIROS 8 Figura 3 – Elevação dos canteiros para facilitar tratos culturais e controle de invasoras Figura 4– Detalhe da elevação dos canteiros 9 � ADUBAÇÃO: é indispensável, em função do substrato (subsolo) ser geralmente pobre em nutrientes � A adubação dever ser recomendada com base na análise química do substrato � Deve ser feito em laboratório de análise de fertilidade – retirar uma amostra do substrato de enchimento dos saquinhos para análise 10 � após a germinação das sementes nos canteiros, realiza-se a repicagem das mudas para os recipientes. � É uma operação delicada e dever ser executada com cuidado � As mudas devem ser retiradas quando atingem altura de 3 a 7 cm, em geral apresentando dois pares de folhas, dependendo da espécie. � A seqüência de operações será distribuídas e deve ser obedecida rigorosamente, para garantia da integridade das mudas e bom desenvolvimento posterior. A REPICAGEM DAS MUDAS 11 � No nosso viveiro – sacos plásticos: dispensam grandes investimentos em infra-estrutura � O tamanho do recipiente depende da espécie, para as pioneiras podem ser utilizados os de 9 x 14 cm ou de 8 x 15 cm, com 0,07 de espessura. Para as espécies que permanecem mais tempo no viveiro podem ser utilizados sacos de até 11 x 25 cm, com espessura de 0,15 cm. � O substrato mais utilizado em sacos plásticos é: terra de subsolo (70%) + composto orgânico ou esterco curtido (30%) ESCOLHA DE RECIPIENTES E SUBSTRATOS 12 � IRRIGAÇÃO: alto consumo de água – viveiro de 200.000 mudas por ano, necessitará aproximadamente 20.000 litros por dia � Tipos: manual – com regadores e mangueiras √ micro-aspersão (a ser implantada)– é o mais indicado, em função da economia da mão- de-obra e do maior controle sobre a distribuição da água O desenvolvimento das mudas IRRIGAÇÃO E ADUBAÇÃO 13 Figura 5 – Vista lateral do novo viveiro de mudas Figura 6 - Viveiro de mudas – sistema de irrigação 14 � A principal doença em viveiros florestais é o dumping-off ou tombamento – causado por uma série de fungos do solo � Pode ocorrer na fase pré-emergência das sementes, quando os fungos atacam a radícula, destruindo as sementes, ou depois da emergência das sementes, atacando as raízes e o colo EVITANDO DOENÇAS, PRAGAS E ERVAS DANINHAS 15 � As medidas para prevenção e controle são as seguintes: 1. Usar terra de subsolo ou outro substrato livre de patógenos; 2. Desinfetar o substrato , se necessário: usar brometo de metila, na quantidade de 20 a 30 ml por m2 de canteiro, sempre com orientação profissional; 3. Tratar das sementes com fungicida; 4. Reduzir o sombreamento e irrigação ao mínimo; 5. Pulverizar com fungicidas, sempre com orientação profissional 16 � Doenças nas folhas – recomenda-se a redução do sombreamento e da irrigação e, se necessário, a pulverização com fungicidas (sob orientação) � Pragas – só deve ser feito após o início do ataque e sob orientação profissional. Não existe controle de pragas preventivo. As pragas mais comuns são: formigas, cupins, lagartas, grilos, pulgões e besouros. � Ervas daninhas – controle dever ser executada em todo viveiro e não somente nos canteiros. O controle pode ser feito por arrancamento, corte mecânico ou pelo uso de herbicidas, com orientação profissional 17 PROCEDIMENTOS DE MANUSEIO E USO DE PRODUTOS QUÍMICOS (AGROTÓXICOS) � NA MANIPULAÇÃO � Seguir atenciosamente as instruções do rótulo � Usar os equipamentos de proteção individual recomendados � Manusear os defensivos em locais arejados � Evitar beber, comer ou fumar durante o manuseio � Lavar com bastante água e sabão as mãos e outras partes do corpo se atingidas � NA APLICAÇÃO � Verificar as condições de funcionamento dos equipamentos se estão em bom estado de uso e sem vazamento (exp. pulverizador) � Não desentupir com a boca bicos, válvulas, tampas, ou tubulações � Não efetuar aplicações contra o vento � Não efetuar pulverizações nas horas mais quentes do dia � Utilizar equipamentos de proteção individual recomendados � Não fumar, nem beber ou comer, durante a aplicação � Não guardar alimentos próximos aos locais de guarda dos agrotóxicos � APÓS A APLICAÇÃO � Remover os equipamentos de proteção individual e lavá-los � Tomar banho com bastante água e sabão, e trocar de roupas � Lavar as roupas de trabalho separadamente das demais de outras pessoas � Nunca efetuar a lavagem de equipamentos (pulverizadores) ou de proteção individual (máscaras, luvas, macacão, etc..nos rios lagos, represas, etc..ou próximos deles) � Nunca abandone as embalagens vazias de defensivos em qualquer lugar que seja ou acumule em locais onde as pessoas não autorizadas tem acesso a elas � Não reutilizar as embalagens vazias de defensivospara qualquer finalidade � Descartar as embalagens em local determinado pelo PPA conf. Padrão Nº 01 de descarte 18 PROCEDIMENTOS DE DESCARTE DAS EMBALAGENS DOS PRODUTOS QUÍMICOS E AGROTÓXICOS � Após o uso dos produtos químicos e agrotóxicos, separar as embalagens (vidro, plástico ou papel) � Acondicionar em sacos de fibra, identificar, datar e colocar dentro da caixa de madeira na área de insumos � Manter o depósito de insumos trancado � Não é permitido doar, vender ou trocar as embalagens descartadas � O manuseio de descarte deve ser feito com uso de máscara contra gases, luvas de plástico e óculos de segurança � Este procedimento tem como objetivo a guarda provisória das embalagens no setor até que o material seja levado para área do almoxarifado conforme padrão nº 02 de descarte de resíduos 19 � Poda da copa – corrigir diferenças na copa, reduzir o tamanho das mudas ou eliminar brotos laterais. A redução do tamanho das mudas pode ser necessária quando há atraso da operação de plantio ou quando há desequilíbrio entre a copa e as raízes (excesso de nitrogênio). � Poda das raízes – utilizada para facilitar a repicagem quando as mudas “passam”, isto é quando ultrapassam por algum motivo o tamanho do plantio indicado para espécie; a poda das raízes pode ser utilizada, também para retardar o desenvolvimento até a época do plantio AJUNDANDO O DESENVOLVIMENTO DAS MUDAS Existem algumas operações que devem ser feitas para melhorar a qualidade das mudas, entre as quais destacamos: 20 � Controle de crescimento – quando as plantas atingem o tamanho ideal, é suprimida a adubação e reduzida a irrigação, de forma a rustificar as mudas, evitar o crescimento excessivo e a penetração das raízes no chão. � Dança ou moveção – remoção das mudas de um local para o outro, dentro ou entre canteiros. Este procedimento visa agrupar mudas de mesmo tamanho, diminuindo a competição, principalmente por luz e evitando a fixação das raízes no chão. � Seleção – devem ser descartas as mudas que apresentarem quaisquer danos, sintomas de deficiência ou incidência de pragas e doenças, além de plantas raquíticas � Tamanho adequado – 30 – 40 cm 21 � Tempo necessário para a produção das mudas: - depende da espécie e das condições climáticas - possível afirmar que para as pioneiras nativas pode ser de 60 a 90 dias e para outras 150 – 180 dias, sendo que aquelas de crescimento muito lento podem chegar a 200 dias de viveiro - findo este tempo, inicia-se o preparo das mudas para expedição √ processo de rustificação – inicia-se aproximadamente 15 dias antes de plantio - as mudas devem ser gradativamente expostas a condições de campo: são reduzidas as irrigações e as mudas ficam a pleno sol, só podendo permanecer na sombra as espécies não pioneiras O CUIDADO NA EXPEDIÇÃO 22 O Dimensionamento do viveiro 23 Próximas etapas � Identificação das plantas no canteiro de mudas com o nome vulgar e nome científico – cria uma familiaridade dos funcionários com os nomes, famílias e espécie, que podem despertar a curiosidade e facilita o reconhecimento das visitas agendadas � Agendamento de visitas da comunidade � Criação da carpoteca, herbário e coleção entomológica; � Mapeamento da matrizes de plantas utilizadas como fonte de sementes 24 Etapas da produção de mudas de espécies florestais 25 Mapeamento das matrizes 26 Treinamento técnico 27 Transplante de plântula Alóctone 28 Transplante e monitoramento das mudas em viveiro 29 Viveiro com as mudas 2 meses após transferência
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