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Questionários Gerais XV

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UNOCHAPECÓ – UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ 
MEDICINA – 4º PERÍODO 
Saúde do Adulto e do Idoso II - Aspectos Morfológicos 
Professor: Ricardo Lazarotto 
ACADÊMICO: Kendy Otak 
 
1 - O sistema digestório é um mecanismo eficiente cujo principal objetivo é 
absorver nutrientes do bolo alimentar, sua inervação características 
autonômica favorece esse processo, tanto para sua absorção quanto para sua 
proteção, descreva o mecanismo de regurgitação relacionada ao sistema 
nervoso? 
O vômito é o meio pelo qual o trato gastrointestinal superior se livrar do seu 
conteúdo quando qualquer parte do trato superior é excessivamente irritada 
hiperdistendida ou hiperexcitada (GUYTON, 2006, pg. 823). 
Os sinais sensoriais que iniciam o vômito originam-se principalmente da 
faringe, do esôfago, do estômago e das partes superiores do intestino delgado. Os 
impulsos nervosos são transmitidos por fibras nervosas aferentes vagais e 
simpáticas para múltiplos núcleos distribuídos no tronco cerebral em uma área 
chamada “centro do vômito”. Deste, os impulsos motores que “causam o vômitos” 
são transmitidos pelos 5º, 7º, 9º 10º e 12º nervos cranianos para o trato 
gastrointestinal superior, através de nervos vagais e simpáticos para regiões mais 
distais do trato, e através dos nervos espinais, para o diafragma e músculos 
abdominais (GUYTON, 2006, pg. 823-824). 
Uma vez que o centro do vômito tenha sido e instituído o ato do vômito, os 
primeiros efeitos são uma respiração profunda, elevação do osso hióide e da laringe 
para abertura do esfíncter esofágico superior, fechamento da glote para impedir o 
fluxo do vômito para os pulmões e elevação do palato mole para fechar as narinas 
posteriores. Em seguida ocorre, forte contração do diafragma e contrações 
simultâneas dos músculos da parede abdominal. Ints comprime os estômago entre 
o diafragma e os músculos abdominais, levando a pressão intragástrica a um alto 
nível, Finalmente o esfíncter esofágico inferior se relaxar completamente, permitindo 
a expulsão do conteúdo gástrico para o esôfago (GUYTON, 2006, pg. 824). 
Quando o mecanismo da deglutição está totalmente ou parcialmente lesado, 
devido a uma lesão no quinto, nono ou décimo nervo craniano, podem ocorrer: 
abolição completa da deglutição; falha no fechamento da glote, de modo que ocorra 
broncoaspiração; falha do palato mole e da úvula em fecharem as narinas 
posteriores, de modo que o conteúdo reflua para o nariz durante a deglutição. Uma 
das circunstâncias em que isso ocorre é na anestesia profunda, na qual o reflexo de 
deglutição encontra-se bloqueado (GUYTON, 2011, p. 841). 
2 - O estômago tem como característica principal a degradação do bolo 
alimentar, descreva o processo de degradação do alimento quando 
encontra-se em pouca quantidade? 
O estômago secreta uns poucos mililitros de suco gástrico por hora durante o 
“período interdigestivo”, quando pouca ou nenhuma digestão está ocorrendo no tubo 
digestivo. A secreção que ocorre é em geral quase que inteiramente do tipo 
não-oxíntico, composta basicamente de muco, pouca pepsina e quase nenhum 
ácido (GUYTON, 2006, pg. 799). 
3 - Descreva o caminho pelo qual o bolo alimentar passa, absorção de 
nutrientes à formação de fezes? 
A mastigação é importante para digestão de todos os alimentos, mas 
especialmente importante para a maioria das frutas e vegetais crus, que possuem 
membrana de celulose indigeríveis, ao redor das porções de nutrientes, as quais 
precisam ser quebradas para que o alimento possa ser digerido. A secreção da 
saliva, rica em amilase, tem a função de lubrificar o alimento para facilitar sua 
deglutição (engolir) e inicia a digestão química do amido por ação enzimática da 
amilase salivar (ptialina) (GUYTON, 2006, pg. 781, 809). 
A deglutição pode ser dividida em um estágio voluntário, que inicia o processo 
de deglutição; um estágio faríngeo, que é involuntário e constitui-se na passagem do 
alimento pela faringe até o esôfago; e um estágio esofágico, outra fase involuntária 
que transporta o alimento da faringe ao estômago (GUYTON, 2006, pg. 782). 
A partir da boca, impulsionado pela língua (deglutição), o alimento desloca-se 
para a faringe e a seguir para o esôfago, que possui paredes musculares e de cujas 
as contrações resultam os movimentos peristálticos, que movimentam os alimentos 
para o estômago. O alimento atinge o estômago por meio do esfíncter esofágico 
inferior, que impedem seu refluxo para o esôfago durante as contrações estomacais 
(GUYTON, 2006, pg. 783). 
No estômago, o bolo alimentar é armazenado e misturado ao suco gástrico 
por contrações involuntárias de suas paredes musculares, formando-se uma mistura 
semilíquida denominada quimo (GUYTON, 2006, pg. 784). Nele ocorre a digestão 
enzimática (química). A principal enzima encontrada no suco gástrico é a pepsina, 
embora ele também seja composto por ácido clorídrico, água e muco (GUYTON, 
2006, pg. 809). 
Após a formação do quimo, o alimento passa do estômago para o intestino 
através do piloro, válvula que impede seu refluxo. O esvaziamento é promovido por 
contrações peristálticas intensas no antro estomacal. Ao mesmo tempo, o 
esvaziamento é reduzido por graus variados de resistência à passagem do quimo 
pelo piloro (GUYTON, 2006, pg. 784). 
O quimo atinge a porção anterior do intestino delgado (duodeno), onde a 
digestão enzimática do alimento ocorre, passando para a porção intermediária do 
intestino (jejuno), onde ocorre a absorção dos nutrientes e, finalmente, restando 
apenas água, sais minerais e restos alimentares não digeridos, passa para a porção 
terminal do intestino delgado (íleo) onde ocorre a absorção de água e sais minerais 
(GUYTON, 2006, pg. 809-811). 
O quimo é impulsionado através do intestino por ondas peristáltica, essa 
ocorrem em qualquer parte do intestino delgado. Os movimentos de segmentação, 
embora durem individualmente apenas alguns segundos, geralmente percorrem um 
centímetro mais ou menos na direção anal (GUYTON, 2006, pg. 787). 
Os restos alimentares e parte da água e sais minerais não absorvidos no íleo 
vão para o intestino grosso (cólon ascendente, transverso, descendente e sigmóide), 
onde se forma o bolo fecal até atingirem o resto é, através do ânus, o meio externo, 
sob forma de fezes (GUYTON, 2006, pg. 814-817). 
4 - Descreva as alterações morfológicas cardíacas do refluxo mitral? 
A Insuficiência Mitral (IM) é caracterizada pela regurgitação sanguínea para o 
átrio esquerdo durante a sístole ventricular. Pode ser decorrente de anormalidades 
em diferentes locais do aparato valvar, tais como folhetos, ânulo, cordas tendíneas e 
músculos papilares. Etiologicamente, a insuficiência mitral pode ser classificada em 
primária (resultante de deformidade estrutural valvar) ou secundária, quando 
relacionada a outra doença cardíaca. Dentre as causas primárias, destacam-se o 
prolapso valvar mitral,a endocardite infecciosa, a Febre Feumática (FR), traumas e 
as deformidades congênitas. As etiologias secundárias estão relacionadas à 
isquemia miocárdica, cardiomiopatia hipertrófica e disfunção ventricular esquerda do 
tipo sistólica (TARASOUTCHI; et al, 2011). 
O ECG do paciente com IM crônica pode apresentar sobrecarga de 
câmaras esquerdas, assim como sinais de sobrecarga de câmaras direitas nos 
casos com HP. Pode haver área inativa ou bloqueio de ramo relacionados ao 
comprometimento ventricular. Na radiografia de tórax podem estar presentes o 
aumento das câmaras esquerdas e sinais de congestão pulmonar 
(TARASOUTCHI; et al, 2011). 
5 - Descreva quais são as alterações morfológicas da dextrocardia? 
R: A dextrocardia é uma má formação embriológica que se caracteriza pelo 
deslocamento do eixo maior (base ao ápice) do coração para o lado direito do tórax 
com reversão da inclinação apical. Essa malformação decorre de uma rotação 
anômala do tubo primitivo do coração para a esquerda, na qual o laço 
bulboventricular se dobra à esquerda, em uma imagem especular do normal o que 
ocorre por volta da oitava semana de vida embrionária (FAIG-LEITE, 2008). 
6 - Descreva quais são as alterações morfológicas do fissura lábio palatina e 
qual são interferência para digestão e respiração? 
As fissuras labiais e/ou palatinas são malformações congênitas, 
caracterizadas por uma falta de fusão do lábio superior e/ou palato. Os problemas 
encontrados nos pacientes com fissuras labiais e/ou palatais são complexos. Estes 
vão muito além da deformidade facial, havendo dificuldades de deglutição, 
alterações variadas na fonação, fala, fechamento bucal, aspiração, infecções do 
ouvido médio de repetição entre outros problemas (BAPTISTA, 2007, p. 1). 
Além da alteração física, a fissura pode acarretar também distúrbios 
psicológicos aos seus portadores, os quais são secundários ao estigma social que 
normalmente acompanha esta deformidade. O tratamento desses pacientes 
usualmente é complexo e prolongado, envolvendo a atuação de uma equipe 
multidisciplinar. Deve ser iniciado o mais precocemente possível, preferencialmente 
logo após o nascimento, normalmente se estendendo até a adolescência 
(BAPTISTA, 2007, p. 1). 
 
 
 
 
 
Referências: 
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio de 
Janeiro, Elsevier Ed., 2006, pg. 823-824, 772-817. 
 
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 12ª ed. Rio de 
Janeiro, Elsevier Ed., 2011, pg. 841. 
 
LEV M; LIBERTHSON, RICHARD R; ECKNER, Friedrich A; ARCILLA, René, 
A Pathologic anatomy of dextrocardia and its clinical implications. Circulation. 1968 
Jun; 37(6):979-99. 
 
TARASOUTCHI, F et al. Diretriz Brasileira de Valvopatias - SBC 2011/ I 
Diretriz Interamericana de Valvopatias - SIAC 2011. Arq. Bras. Cardiol. [online]. 
2011, vol.97, n.5, suppl.1 [cited 2016-10-26], pp.01-67. Available from: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2011002000001
&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0066-782X. 
http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2011002000001. 
 
FAIG-LEITE, Fabíola Sawaguchi and FAIG-LEITE, Horácio. Anatomia de um 
caso de dextrocardia com Situs Solitus. Arq. Bras. Cardiol. [online]. 2008, vol.91, n.6 
[cited 2016-10-26], pp.e56-e58. Available from: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2008001800013
&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0066-782X. 
http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2008001800013. 
 
BAPTISTA, Eduardo Victor De Paula; Malformações Congênitas Associadas 
À Fissura Labial E/ou Palatal Em Pacientes Atendidos Em Um Serviço De 
Referência Para Tratamento De Defeitos Da Face: Um Estudo De Série De Casos. 
Instituto Materno Infantil Professor Fernando Figueira, Recife, 2007, p. 01. Available 
from: 
<http://www.imip.org.br/site/ARQUIVOS_ANEXO/mestrado%20eduardo%20victor;;2
0071130.pdf>.

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