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FACULDADE ESTÁCIO DE SERGIPE FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA I Material Didático: AULA 13 Intestino Delgado 1 Profas. Liliane Martins e Marta Magalhães Plano de aula • Introdução • Revisão anátomo-funcional do Intestino Delgado; • Intestino como Barreira Imune; • Importância dos Alimentos Funcionais na saúde Intestinal; • Importância das Fibras; • Diarréia; • Patologias do Intestino Delgado; Patologias do Intestino Delgado: • Conceito; • Fisiopatologia; • Epidemiologia; • Etiologia; • Quadro Clínico, diagnóstico, manifestações clínicas, curso e prognóstico; • Complicações e mortalidade; • Trat. Nutricional; • Trat. Clínico e cirúrgico 2 Intestino Delgado: Introdução • Após a passagem do alimento pela boca, esôfago e estômago, chega ao intestino delgado, o órgão responsável pela maior parte da digestão e de absorção dos nutrientes. 3 • O intestino delgado é um tubo que faz parte da primeira porção dos intestinos, composto por quatro camadas teciduais concêntricas: – Camada serosa; – Muscular externa; – Submucosa; – Mucosa (responsável pela digestão e absorção de nutrientes para o organismo). 4 • Está dividido em 3 partes, sendo: Duodeno com aproximadamente 20 cm de comprimento iniciando no piloro e terminando no Jejuno; jejuno com aproximadamente 250 cm de comprimento inicia no duodeno e termina no ílio; íleo com aproximadamente 400 cm de comprimento e inicio impreciso no jejuno, termina no início do intestino grosso. 5 • O intestino delgado se comunica além do piloro e óstio íleo-cecal, com o duto colédoco responsável pelo recebimento das secreções do fígado e com o duto pancreático responsável pelo recebimento das secreções do pâncreas. • Apesar das funções digestiva e absortiva serem as mais difundidas deste órgão, o intestino desempenha também funções hormonais, motora, nervosa e imune. 6 Hormônio Local de produção Órgão-alvo Função Secretina Intestino Pâncreas Estimula a liberação de bicarbonato Colecistoquinina Intestino Pâncreas e vesícula biliar Estimula a liberação de bile pela vesícula e a liberação de enzimas pelo pâncreas. Enterogastrona Intestino Estômago Inibe o peristaltismo estomacal 7 INTESTINO DELGADO E FUNÇÃO HORMONAL 8 INTESTINO DELGADO COM FUNÇÃO MOTORA •A função motora do intestino delgado é responsável pela mistura do quimo com as secreções •O principal padrão de motilidade é a segmentação, contrações da musculatura circular que dividem o quimo em segmentos, otimizando a digestão e facilitando a absorção •Ocorrem também peristalses curtas 9 INTESTINO DELGADO COM FUNÇÃO NERVOSA O SGI é regulado pelo Sistema Nervoso Autônomo (SNA) e também possui um sistema nervoso intrínseco autônomo, uma rede neural intramural localizada na parede intestinal, denominada Sistema Nervoso Entérico (SNE) •Sistema Nervoso Autônomo (SNA), faz sinapses nos plexos do SNE, modulando sua função através dos nervos simpáticos e para simpáticos •SNE é autônomo e pode regular todas as funções motoras, secretoras e endócrinas do SGI, mesmo na ausência do SNA Intestino como Barreira Imune Capacidade do intestino em conjunto com todo o Sistema Imunológico, evitar que agentes nocivos, (estresse fisiológico ou psicológico, microorganismos patogênicos e corpos estranhos) prejudiquem a saúde. 10 Intestino como Barreira Imune • A função imune do intestino se baseia em três linhas de defesa, cada qual com funcionamento e características bem específicas: 1. A microbiota presente no intestino; 2. A mucosa intestinal e; 3. O Sistema Imune intestinal 11 1- A microbiota presente no intestino • O intestino humano é habitat natural de uma grande, diversificada e dinâmica população de microrganismos altamente adaptados à vida nas superfícies da mucosa ou no lúmen intestinal. • Algumas espécies dessas bactérias são benéficas ao organismo, tais como as pertencentes aos gêneros Bifidobacterium, Lactobacillus e Eubacteria. 12 • Função da microbiota intestinal Defesa evitar a permanência de bactérias patogênicas no intestino competindo por sítios de adesão e/ou nutrientes e produzindo substâncias antimicrobianas; Estimular o Sistema Imune, Promover o desenvolvimento de tolerância imunológica Nutrir as células do cólon, facilitando a realização de suas funções 13 2- Função imune da Mucosa Intestinal • A mucosa intestinal é o local de maior contato entre o organismo e o ambiente externo. • Há três formas pelas quais a mucosa pode exercer sua função imune: a camada de muco; tight junctions ou junções espessas - segundo mecanismo protetor da mucosa defensinas OBS. A função de barreira da mucosa depende diretamente, então, de sua integridade funcional. 14 • A primeira delas é a camada de muco, que limita a capacidade adesiva da bactéria patogênica, evita o fluxo de toxinas solúveis em água para dentro do epitélio intestinal, graças à sua superfície hidrofóbica, e possui carboidratos complexos que podem servir de alimento para as bactérias benéficas (DAI et al., 2000). 15 • O segundo mecanismo protetor da mucosa intestinal são as tight junctions ou junções espessas, estruturas protéicas altamente reguladas que formam uma barreira entre os enterócitos e mantém equilibrada a permeabilidade do intestino, restringindo, assim, a penetração de difusão de patógenos na corrente sanguínea (KINUGASA et al., 2000). 16 • E terceiro mecanismo refere-se às defensinas, peptídeos antimicrobianos sintetizados dentro de um grande grânulo secretório (células de Paneth) e, uma vez liberados na luz intestinal, auxiliam na prevenção da proliferação de patógenos (OULLETTE, 1999). 17 3- Sistema Imune Intestinal • O Sistema Imune Intestinal, também conhecido como Tecido Linfoide Associado ao Intestino (GALT), contém o maior pool de células imunocompetentes do organismo humano (células B do Sistema Imune, produtos de IgA, células apresentadoras de antígenos, linfócitos T, linfócitos intraepiteliais). 18 • Este sistema de defesa é essencial para a manutenção da saúde do organismo, uma vez que o intestino pode entrar em contato, diariamente, com milhões de agentes potencialmente patogênicos. Como age o GALT? 19 Respondendo de maneira semelhante ao Sistema Imune, o GALT captura os antígenos, apresenta-os a células especializadas em placas de Peyer e gânglios linfáticos mesentéricos, estimula a produção de IgA (extremamente ativa contra microorganismos patogênicos) e promove toda uma resposta inflamatória que, no entanto, se restringe à superfície da mucosa, evitando a invasão de tecidos por organismos comensais (SANSONETTI, 2006). 20 Consideração sobre o Sistema Imune Intestinal • Fica clara a extrema importância de manter um ambiente intestinal saudável, o que pode ser feito, por exemplo, por meio de uma alimentação rica em fibras e que provenha reposição dos microorganismos benéficos (os chamados probióticos), principalmente após episódios em que o intestino sofre agressões, como é o caso de diarreias e doenças inflamatórias intestinais. 21 Fórmula para Equilíbrio da Flora Intestinal Prescrição Magistral – Nutricionista habilitado • Lactobacillus acidophillus – 1 bilhão de UFC • Bifidobacterium longum – 500 milhõesde UFC • Lactobacillus Gasseri – 300 milhões de UFC • Lactobacillus Plantarum - 500 milhões de UFC • Bifidobacterium Breve - 1 bilhão de UFC • Precticx – 200 mg (prebiótico a base de xilooligossacarídeos) • Posologia: tomar uma dose ao dia (cápsula ou sachê) 22 Diarréia • O termo diarreia pode ser definido como a eliminação de fezes de consistência líquida, com: a) Aumento do número de evacuações diárias. b) Aumento da massa fecal diária (acima de 200 mg/dia). 23 24 • A diarreia pode ser classificada quanto ao tempo de evolução em: 1- Diarreia aguda (até 2 semanas); 2- Diarreia protraída ou persistente (entre 2-4 semanas). 25 • A diarreia ocorre quando o balanço entre absorção e secreção de fluidos pelos intestinos (delgado e/ou cólon) está prejudicada, por redução da absorção e/ ou aumento da secreção. • É importante também caracterizar se a diarreia é de origem "alta" (delgado) ou "baixa" (cólon). 26 • Na diarreia "alta“ , os episódios diarreicos são mais volumosos. • O cólon saudável só consegue aumentar o seu limite de absorção de líquido em até 4 litros. Se os fluidos provenientes do delgado ultrapassarem significativamente este valor, o paciente terá diarreia. 27 • Na diarreia "baixa“ as evacuações são em pequena quantidade, mais frequentes e ainda associadas a tenesmo (desconforto ao evacuar) e urgência fecal, sintomas clássicos de irritação do reto. • Finalmente, uma das mais importantes classificações da diarreia é quanto ao mecanismo fisiopatológico, quando então pode ser dividida em 5 grupos: 28 1) Diarreia osmótica: aumento de água no intestino devido presença de alguma substância osmoticamente ativa e não absorvível (ex.: sorbitol, lactulose, lactose na deficiência de lactase etc.). 2) Diarreia secretória não-invasiva: secreção de eletrólitos e água do epitélio intestinal devido presença de toxina (bacterianas ou virus) ou alguma substância neuro-hormonal, 29 3) Esteatorréia (síndrome disabsortiva) •Má-absorção de lipídios, tem origem no intestino delgado. •O mecanismo da diarreia inclui o mecanismo osmótico (má-absorção de nutrientes osmoticamente ativos). •Vale ressaltar que nem toda a esteatorréia (aumento da eliminação fecal de gordura) cursa com diarreia. 30 4) Diarreia invasiva ou inflamatória: liberação de citocinas e mediadores inflamatórios na mucosa intestinal (enterite, colite ou êntero-colite). A caracterítica deste tipo de diarreia é a presença de muco, pus ou sangue nas fezes e pode ser chamada de disenteria. Pode ser infecciosa ou não-infecciosa (ex.: doença inflamatória intestinal). 31 5) Diarreia funcional: Causada pela hipermotilidade intestinal (síndrome do intestino irritável ou pseudo-diarréia e a diarreia diabética por neuropatia autonômica). Considerações sobre Diarréia • As complicações da diarréia são: perda de peso, desnutrição protéico-calórica grave,, hipoglicemia e desidratação. 32 33 Determinar a causa do tratamento. Prevenir ou minimizar a desidratação, desequilíbrios de eletrólitos, anemia, perda de peso e hipoglicemia. Alterar a consistência e quantidade das fezes (até 200 g de fezes por dia é considerada normal). Restaurar a motilidade intestinal normal. A alimentação pelo trato digestivo mantém a integridade intestinal; repouso intestinal resulta em atrofia. Corrigir a intolerância aos carboidratos e proteínas. Assegurar uma ingestão adequada de gorduras (> TCM). OBJETIVOS DO TRATAMENTO PARA DIARRÉIA Tratamento Alimentar 34 •Hidratação •Evitar cafeína e demais alimentos estimuladores, •Evitar alimentos gordurosos e fibrosos (podem agravar a diarréia). •Evitar lactose e a sacarose durante episódio de diarréia. Pode ser ofertado Iogurte,( geralmente melhor tolerado). •Suplementar Zn e eletrólitos • Uso da fibra solúvel. •Probióticos são importantes, com culturas benéficas vivas e ativas que ajudam a deter o avanço da diarréia. A dieta deve ser SEMPRE INDIVIDUALIZADA 35 • A diarreia é o aumento do número de evacuações acompanhado da diminuição da consistência das fezes e da presença de restos alimentares digeríveis microscópicos, como fibras musculares mal digeridas, grânulos de amido, gorduras neutras e sabões. Apresente o tratamento dietético. Justifique. CONSIDERAÇÕES 36 Reduzir ou excluir temporariamente a sacarose e lactose; Controlar a oferta lipídica da dieta e reduzir o TCL, aumentando o TCM; Aumentar o consumo da fibra solúvel e reduzir o da fibra insolúvel; Aumentar os alimentos constipantes e reduzir os laxativos. Suplementar minerais (Zn)e vitaminas (vit. A), diante da necessidade. Reposição hidroeletrolítica (soro) 37 • A diarreia não é uma enfermidade, é uma manifestação clínica provocada por alguma alteração do hábito intestinal normal com um aumento de fluidez e/ou volume das fezes, acompanhado de aumento na frequência de evacuações. Qual o tratamento dietoterápico das diarreias agudas? Reposição de líquidos e eletrólitos e oferta de pectina. Fórmula para Equilíbrio da Flora Intestinal Prescrição Magistral – Nutricionista habilitado Diarréia AGUDA em ADULTOS • Bifidobacterium longum – 500 milhões de UFC • Lactobacillus acidophillus - 500 milhões de UFC • Lactobacillus rhamnosus - 500 milhões de UFC • Lactobacillus boulardii – 250 mg • Posologia: tomar uma dose ao dia (cápsula ou sachê) 38 Fórmula para Equilíbrio da Flora Intestinal Prescrição Magistral – Nutricionista habilitado Diarréia e Gases em ADULTO • Bifidobacterium bifidum - 500 milhões de UFC • Bifidobacterium lactis - 500 milhões de UFC • Lactobacillus acidophillus – 800 milhões de UFC • Lactobacillus delbrueckii - 500 milhões de UFC • Saccharomyces boulardii – 500 mg • Precticx – 100 mg Posologia: tomar uma dose ao dia (cápsula ou sachê) 39 100 trilhões de bactérias Mais de 400 espécies Bactérias anaeróbias obrigatórias PRINCIPAIS CAUSAS DO DESEQUILÍBRIO • Dieta • Drogas • Estresse • Quimioterapia • Infecção Intestinal • pH Intestinal • Antibioticoterapia 40 MICROBIOTA INTESTINAL Alimentos Funcionais • Segundo o Institute of Medicine of the U. S. National Academy of Sciences, os alimentos funcionais foram definidos como alimentos que, além do papel nutricional, exerciam efeitos benéficos no organismo. • Um conceito mais amplo foi elaborado por Roberfroid et al., 1988: componentes bioativos, nutrientes ou não-nutrientes, contidos nos alimentos que exercem efeito benéfico para a saúde, e esse efeito é dito “efeito funcional”. 41 Importância dos Alimentos Funcionais na Saúde Intestinal • “Um alimento pode ser considerado funcional se for demonstrado que o mesmo pode afetar beneficamente uma ou mais funções no corpo, além de possuir os adequados efeitos nutricionais, de maneira que seja tanto relevante para o bem-estar e a saúde quanto para a redução do risco de uma doença” (ROBERFROID, 2002). 42 • Os alimentos funcionais são alimentos que provêm a oportunidade de combinar produtos comestíveis de alta flexibilidade com moléculas biologicamente ativas, como estratégia para consistentemente corrigir distúrbios metabólicos (WALZEM, 2004), resultando em redução dos riscos de doençase manutenção da saúde (ANJO,2004). 43 Alimentos Componentes alimentares Benefícios para a saúde Soja e seus derivados Genisteína, daidzeína e outras isoflavonas Redução dos sintomas da menopausa, osteoporose, câncer e doenças do coração Cebola e alho Alicina e dissulfido dialil Prevenção do câncer, estímulo da função imune, varredor de radicais livres, reduz o colesterol e os TGC séricos Alho, aspargo e chicória Oligossacarídeos não digeríveis Estímulo da função imune, inibição da tumorigênese e redução do colesterol sérico Algas e peixes Ácidos graxos ômega 3 Redução do colesterol sérico e de dçs do coração e possui atividade imunossupressora 44 Alimentos Componentes alimentares Benefícios para a saúde Brócolis, couve de bruxelas, repolho, couve-flor, rabanete Sulfurafane e outros isotiocinatos Prevenção do câncer Chá verde Epigalocatecina e galato Redução do câncer e doenças do coração Tomate, cenoura, espinafre, batata-doce, frutas cítricas, inhame e melão Carotenóides Redução de dçs do coração e câncer Leite Lactoferrina Estímulo do sistema imune, agente antimicrobiano e restabelec. das feridas gastrointestinais Produtos lácteos Ácido linoléico conjugado Prevenção do câncer e da arterioesclerose Vegetais e frutas cítricas Cumarinas Redução da coagulação sgn e atividade anticancerígena 45 • Segundo Milner e col, 1999, existem critérios para que um alimento seja funcional: Exercer efeito metabólico ou fisiológico que contribua para a saúde física e para a redução do risco de desenvolvimento de doenças crônicas; Fazer parte de uma alimentação usual; Os efeitos positivos devem ser obtidos com qts não tóxicas e devem persistir mesmo após suspensão de sua ingestão; Os alimentos funcionais não são destinados a tratar ou curar doenças. 46 ALIMENTOS FUNCIONAIS • Probióticos • Prebióticos • Simbióticos 47 Probióticos • Os probióticos são microrganismos vivos que podem ser agregados como suplementos na dieta, afetando de forma benéfica o desenvolvimento da flora microbiana no intestino. 48 • São também conhecidos como bioterapêuticos, bioprotetores e bioprofiláticos e são utilizados para prevenir as infecções entéricas e gastrointestinais (REIG & ANESTO, 2002). • A definição internacional atualmente aceita é de que os probióticos são microrganismos vivos, administrados em quantidades adequadas, que conferem benefícios à saúde do hospedeiro (SAAD, 2006). 49 • Os benefícios à saúde do hospedeiro atribuídos à ingestão de culturas probióticas segundo Saad, 2006, são: Controle da microbiota intestinal, Estabilização da microbiota intestinal após o uso de antibióticos, Promoção da resistência gastrintestinal à colonização por patógenos, 50 51 Promoção da digestão da lactose em indivíduos intolerantes à lactose, Estimulação do sistema imune, alívio da constipação e aumento da absorção de minerais e vitaminas” Os iogurtes e leites fermentados são os alimentos mais comuns a serem suplementados como probióticos REDUÇÃO DE LIPÍDIOS PRODUÇÃO DE VITAMINAS FLORA INTESTINAL PROBIÓTICOS TOLERÂNCIA À LACTOSE INIBIÇÃO DE PATÓGENOS FUNÇÃO INTESTINAL FUNÇÃO HUMORAL SISTEMA IMUNE Borges V C. In: WATZBERG, D. L. Atheneu, p. 1495-1509, 2001. 52 Prebióticos • Os Prebióticos são oligossacarídeos não digeríveis, porém fermentáveis cuja função é mudar a atividade e a composição da microbiota intestinal com a perspectiva de promover a saúde do hospedeiro. • As fibras dietéticas e os oligossacarídeos não digeríveis são os principais substratos de crescimento dos microrganismos dos intestinos. 53 • Os Prebióticos estimulam o crescimento dos grupos endógenos de população microbiana, tais como as Bifidobactérias e os Lactobacillos, que são ditos como benéficos para a saúde humana (BLAUT, 2002). • Os prebióticos mais eficientes irão reduzir a atividade de organismos potencialmente patogênicos (ROBERFROID,2002). 54 • Para que uma substância (ou grupo de substâncias) possa ser definida como tal, deve cumprir os seguintes requisitos: Ser de origem vegetal; Formar parte de um conjunto heterogêneo de moléculas complexas; Não ser digerida por enzimas digestivas; Ser parcialmente fermentada por uma colônia de bactérias e ser osmoticamente ativa (RODRÍGUEZ, et al., 2003). 55 56 • Por exemplo, alguns oligossacarídeos como a oligofrutose e a inulina, conduzem a um aumento significativo do número de bifidobactérias. Alimentos ricos em prebióticos: 1. Os frutooligosacarídeos presentes em alimentos como: a cebola, alho, tomate, banana, cevada, aveia, trigo, mel e cerveja. 2. A pectina, presente na entrecasca dos cítricos, do maracujá e na maçã. 3. As ligninas nas cascas de frutas oleaginosas, linhaça e em leguminosas como a soja. 4. A inulina é encontrada principalmente na raiz da chicória, no alho, cebola, aspargos e alcachofra. • Alguns efeitos atribuídos aos prebióticos segundo (ROBERFROID, 2002) são: A modulação de funções fisiológicas chaves, como a absorção de cálcio, o metabolismo lipídico; A modulação da composição da microbiota intestinal, a qual exerce um papel primordial na fisiologia intestinal e; A redução do risco de câncer de cólon. 57 SIMBIÓTICOS • O termo simbiótico representa um produto que contém tanto prebióticos como probióticos, onde o composto prebiótico favorece seletivamente o composto probiótico. (bifidobactéria + FOS) • Importante na Síndrome do Intestino Curto (devido má nutrição e colonização bacteriana) Schrezenmeir J, Vrese M. Am J Clin Nutr 2001;73(suppl):361S–4S. 58 Fibras - Oligossacarídeos • A fibra dietética não é uma substância considerada como fonte de energia, pois não é passível de hidrólise pelas enzimas do intestino humano e que pode ser fermentada por algumas bactérias presentes no cólon (intestino grosso), produzindo ácido lático e ácidos graxos de cadeia curta como os ácidos acético, propiônico e butírico, que podem reduzir o colesterol circulante no sangue. 59 • A maior parte das substâncias classificadas como fibras são polissacarídios não amiláceos. • As fibras são, portanto, substâncias com alto peso molecular, encontradas nos vegetais, tais como os grãos (arroz, soja, trigo, aveia, feijão, ervilha), em verduras (alface, brócolis, couve, couve-flor, repolho), raízes (cenoura, rabanete) e outras hortaliças (chuchu, vagem, pepino) 60 • São classificadas como: fibras solúveis e insolúveis. As fibras solúveis são as pectinas e hemiceluloses. Estas tendem a formar géis em contato com água, aumentando a viscosidade dos alimentos parcialmente digeridos no estômago. As fibras insolúveis permanecem intactas através de todo o trato gastrointestinal e compreendem a lignina, a celulose e algumas hemiceluloses. 61 Importância da Fibras Alimentares • Os efeitos do uso das fibras são a redução dos níveis de colesterol sanguíneo, hemorróidas e diminuição dos riscos de desenvolvimento de câncer, decorrentes de três fatores:Capacidade de retenção de substâncias tóxicas ingeridas ou produzidas no trato gastrintestinal durante processos digestivos; 62 Referências Bibliográficas • http://www.rgnutri.com.br/sqv/curiosidades/imi.php • MAHAN, L.K. (editora); ESCOTT-STUMP, S. (editora). Krause - alimentos, nutrição e dietoterapia. 10 ed. São Paulo: Roca, 2012. • Drehmer et al. Manejo nutricional de pacientes com Síndrome do Intestino Curto. Rev. Bras. Nutr. Clínica. 2007. • Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas - Portaria SAS/MS no 307, de 17 de setembro de 2009. (Republicada em 26.05.10) 63
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