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Aula 3 – Ordenação Atômica dos Sólidos Profa. Me. Camila Lopes Maler 2 UE 4 - ORDENAÇÃO ATÔMICA DOS SÓLIDOS Objetivos: Diferenciar as estruturas cristalinas presentes nos sólidos. Conteúdo Estrutura cristalina: conceitos fundamentais, tendo como exemplo os materiais metálicos. Ordem de curto alcance x ordem de longo alcance. Materiais amorfos, tendo como exemplo o vidro. Redes, Células unitárias e Sistemas cristalinos. Polimorfismo e alotropia. Fundamentos básicos sobre direções e planos cristalográficos. Interstícios. Exemplos de Estrutura cristalina em materiais iônicos e covalentes. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 3 Introdução Material Cristalino: arranjo ordenado de átomos, íons ou moléculas Material amorfo: não tem ordem atômica, não se cristalizam Exemplo: Vidros Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Exemplo: Metais 4 Sólidos Cristalinos e não Cristalinos Materiais Amorfos: ordenamento de átomos ou íons de curto alcance Materiais Cristalinos: arranjo especial de átomos que se estende por longas distâncias (~100 nm) Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 5 Estruturas cristalinas Gás Líquido Sólido amorfo Cristal Figura – Distribuição dos átomos no espaço Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 6 Microcristais de NaCl Microcristais de Quartzo Estruturas cristalinas 7 Estruturas Cristalinas em Cerâmicas e Polímeros Polietileno (C2H2): Entre os polímeros, o polietileno se cristalina facilmente, formando células cristalinas ortorrômbicas. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 8 Estruturas Cristalinas em Cerâmicas e Polímeros Grafita (C) Apresenta estrutura diferente da hexagonal convencional. Camadas hexagonais são ligadas por ligações fracas. Ligações fortes no hexágono permitem que a ligação seja mantida até 2200°C, enquanto ligações fracas permitem o deslizamento entre camadas, conferindo propriedades lubrificantes. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 9 Polimorfismo ou Alotropia Alotropia: existência de mais de uma estrutura cristalina para um dado metal ou ametal. A estrutura cristalina que prevalece depende tanto da temperatura quanto da pressão externa. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 10 Alotropia do Ferro O Ferro apresenta estrutura cristalina CCC à temperatura ambiente. A 912°C sobre transformação alotrópica para CFC. Essa transformação geralmente é acompanhada por modificações de densidade e outras propriedades físicas. Alotropia: Fenômeno definido pela capacidade que um elemento tem de cristalizar-se em um ou mais sistemas cristalinos. Comportamento do Ferro em função da temperatura Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 11 Estruturas Cristalinas – Células Unitárias Células unitárias são pequenas entidades que se repetem numa estrutura cristalina. São as células unitárias que definem a estrutura devido a sua geometria e das posições dos átomos no seu interior, representando a simetria da estrutura cristalina. Figura – Representação de uma estrutura cristalina cúbica de face centrada por (a) agregado de muitos átomos e (b) célula unitária com esferas reduzidas (a) (b) Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 12 Os 7 Sistemas Cristalinos Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 13 As 14 Redes de Bravais Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 14 Estruturas cristalinas dos metais Três principais estruturas cristalinas são encontradas entre os metais mais comuns: cúbica de faces centradas (CFC), cúbica de corpo centrado (CCC) e hexagonal compacta (HC). Estrutura Metal CFC Ag, Al, Au, Ca, Cu, Pb, Pd, Pt HC Be, Cd, Mg, Os, Ru, Zn, Co CCC Ba, Cr, Cs, Li, K, Mo, Na, Ta, Rb Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 15 Número de Coordenação (NC) e Fator de Empacotamento Atômico (FEA) Número de coordenação é o número de átomos vizinhos diretos que cada átomo do metal tem contato. Exemplo: Qual o número de coordenação para um metal que se cristaliza em sistema cúbico simples? Fator de empacotamento atômico é a soma dos volumes das esferas de todos os átomos no interior de uma célula unitária dividida pelo volume da célula unitária. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 16 A estrutura Cúbica Simples (CS) Na estrutura CS os átomos são dispostos nos vértices de um cubo. Estrutura rara, pois os metais não cristalizam desta forma devido ao baixo empacotamento atômico. 1/8 de cada átomo cai na célula unitária 1 átomo por célula unitária FEACS = 0,52 Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 17 A estrutura Cúbica de Faces Centradas (CFC) Na estrutura CFC, a célula unitária é cúbica com átomos localizados nos vértices e nos centros de cada face do cubo. Número de átomos na célula unitária Na = 6.(1/2) + 8. (1/8) = 4 Relação entre a e r A = 2R√2 Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 18 A estrutura Cúbica de Corpo Centrado (CCC) Na estrutura CCC, a célula unitária é cúbica com átomos localizados nos vértices e no centro do cubo. Exemplos: Fe, Cr, W. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 19 A estrutura Hexagonal Compacta (HC) Cada átomo tangencia 3 átomos da camada de cima, 6 átomos no seu próprio plano e 3 na camada de baixo do seu plano. Número de coordenação é igual a 12, logo, o fator de empacotamento é o mesmo da CFC, ou seja, 0,74. A rede HC pode ser representada por um prisma com base hexagonal, com átomos na base e topo e um plano de átomos no meio da altura. Número de átomos na célula unitária Na = 12.(1/6) + 2. (1/2) + 3 = 6 Relação entre a e r a = 2R Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 20 Empacotamento Ótimo O fator de empacotamento de 0,74 obtido nas redes CFC e HC é o maior possível. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 21 Sistema Cristalino nº Átomos/ cél. Unitária Número de Coordenação Fator de Empacotamento CS 1 6 0,52 CCC 2 8 0,68 CFC 4 12 0,74 HC 6 12 0,74 Resumo de Informações Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 22 n = número de átomos/célula unitária A = peso atômico Vc = Volume da célula Na = 6,023x1023 átomos/mol Cálculo de Densidade O cobre possui um raio atômico de 0,128 nm, uma estrutura cristalina CFC e um peso atômico de 63,5 g/mol. Calcule a sua densidade e compare com a sua densidade medida experimentalmente. Exemplo: Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler O ferro tem estrutura cúbica de corpo centrado (CCC) e raio atômico de 0,124 nm a temperatura ambiente. Calcule o parâmetro de rede e o volume da célula unitária do ferro nestas condições. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 23 Exercício 24 Direções e Planos Cristalográficos Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 25 Direções Cristalográficas As coordenadas do vetor são determinadas: [a,a,a/2] Os parâmetros de rede são descartados: [1, 1, ½] Os índices são multiplicadospor um fator e transformados em números inteiros: 2[1, 1, ½] = [2, 2, 1] Caso algum índice seja negativo, o sinal é colocado sobre o respectivo índice. [2, 2, 1] As coordenadas são apresentadas sem vírgulas de separação e entre colchetes. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 26 As coordenadas são determinadas: (a, 0, 0), (0, a, 0) e é paralelo ao eixo Z. São apresentadas apenas as coordenadas referentes a cada eixo individual, sem os parâmetros de rede: (1, 1, z) = (1,1,0) Os índices dos planos, assim como das direções, são transformados no conjunto de menores inteiros possíveis. Neste exemplo os índices já são os menores possíveis. Os planos são apresentados entre parênteses, sem vírgulas entre os índices: (1 1 0) Planos Cristalográficos Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 27 Planos Cristalográficos Todos os pontos do plano tocam os eixos em a/2. Coordenadas dos pontos: (½ ½ ½ ) Índices são invertidos (2 2 2) Menores números inteiros: (1 1 1) Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 28 Densidade Atômica Linear e Planar Densidade Atômica Linear é a fração de átomos interceptados por uma direção cristalográfica. Densidade Atômica Planar é a fração de átomos interceptados por um plano cristalográfico Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 29 Direções e Planos Cristalográficos A simetria do sistema cúbico faz com que a família de planos tenham o mesmo arranjo e densidade. Deformação em metais envolve deslizamento de planos atômicos. O deslizamento ocorre mais facilmente nos planos e direções de maior densidade atômica - ANISOTROPIA. O módulo de elasticidade para determinado material é maior para direções mais compactas. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 30 Direções e Planos Cristalográficos A estrutura de um cristal pode ser determinado pela análise de difratograma de raio X. É baseado no princípio de interferência de raios difratados de acordo com a lei de Bragg: dsenn 2 Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler
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