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RESENHA Artigo Espaço Público

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T R A B A L H O
R E S E N H A
OS ESPAÇOS PÚBLICOS ENTRE A ESFERA PÚBLICA E A VIVÊNCIA COLETIVA
Disciplina: Teoria da Arquitetura e Urbanismo
Professor(a): Aline Gouvêa Leite
Aluno: Willian César Araújo Reis RA: 01550005703
Curso: Arquitetura e Urbanismo - Facsum
Palavras chave: espaço público, sociedade.
Resenha:
Ao longo do artigo intitulado “Os espaços públicos entre a esfera pública e a vivência coletiva”, a Autora analisa os diferentes significados do que é o espaço público, sua dimensão ao longo da história, e as mudanças sofridas pelo ser humano, para tentar compreendê-los a luz do urbanismo. 
Para um melhor diagnóstico, a investigação percorre pelas revoluções urbanísticas e filosóficas causadas por movimentos sociais, tais como o humanismo e o renascimento que romperam as correntes entre o homem e a igreja, valorizando o conhecimento, a criatividade e a liberdade de expressão. Este rompimento muda o paradigma entre o homem contemplativo medieval e o homem ativo, criativo e livre que o sucede. Neste momento, o conceito de vida pública é modificado, segundo a Autora, pois o espaço cívico passa a ser valorizado. No entanto, a retórica também precisava ser mais persuasiva para que fosse possível convencer os cidadãos quanto as melhores direções para o espaço público.
Na década de 1950 houve uma tentativa de unir os condicionantes urbanos e políticos. Foi quando o homem começava a entender a diferença entre o espaço público e o privado. A partir desta compreensão ele se torna político, pois enquanto no espaço privado ele é o senhor de suas decisões, no público é preciso ter argumentos e sociabilidade. 
Sobre o urbanismo, ocorre algumas análises no artigo. O espaço público é acessível a todos enquanto que o privado é somente a determinados grupos bem definidos. Esta separação, de acordo com a Autora é importante, pois questões de ordem pública não poderiam ser resolvidas no espaço privado, e tomam forma e se consolidam devido à natureza do homem, que tem sua intimidade garantida no espaço privado e a vida social no espaço público. O argumento da Autora é que o homem precisa da sociedade, pois não sabe viver sozinho. Aristóteles, filósofo grego, observou o mesmo em sua obra clássica quando questionava se o homem é por natureza um animal político? A lição de Aristóteles explica que existir politicamente é viver solidariamente com outros seres humanos. Apesar da necessidade de viver em coletividade, afinal sozinho o homem não seria capaz de suprir todas as suas necessidades, estar fora dela também é necessário para ter sua intimidade garantida, sobretudo quando não encontra conforto e segurança. Sem estas condicionantes o homem seria considerado como não sendo ser humano. 
A Autora diz que a cidade se transforma de tal maneira que os rumos não eram mais definidos pela vontade dos governantes, mas pela coletividade, daí nasce a República - uma contraposição à regimes anteriores. A cidade e as leis são pensadas em função da população e assim o espaço público urbano toma forma. Os edifícios públicos são valorizados esteticamente, mais do que os privados. A partir deste ponto a Autora analisa as relações e funções específicas, entre o público e o privado, principalmente com relação ao trabalho que sai da esfera privada - onde a produção era para subsistência ou trocas e passa a ser pública quando surgem as classes operárias e as máquinas. As relações de poder também fazem parte da construção da sociedade, porém é mais facilmente exercido quando não é totalitário mas se usa de influência.
Desde o tempo medieval, passando pelo "artista demolidor" de Paris, as tentativas de dominação do poder utilizando-se das conformações espaciais de cidades ainda persistem. A balança do poder, muitas vezes pende para o lado do interesse privado em detrimento do interesse público, como quando governantes atendem aos empreendimentos privados, mesmo infringindo ou flexibilizando a legislação. A organização do espaço, seja público ou privado, carece de regras que devem ser discutidas e não simplesmente impostas, caso contrário novamente poderá prevalecer o interesse privado. A conclusão do artigo, parece assertiva ao relacionar a falta de interesse pelo convívio em área externa, devido à nova rotina das famílias e falta de segurança. O espaço público é de todos, pois nele se entrelaçam as relações humanas, mas para que ele se torne atraente, deve oferecer conforto, boa iluminação, segurança e oportunidades para estar, permanecer e observar. A construção deste espaço ideal não se dá somente pela tomada de decisão do poder público, mas da participação popular, do planejamento à ocupação para que no futuro não se torne um "espaço de ninguém".

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